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evs: HORAES ~ MARIA DO CARD GALLAZL ca est entre elementos deh, _sejam ja anteriormente fornecidos por teoriag ES artis, abelecer novas relacé rstruidos dentro do processo da pe se modo o sentido de teorizar, aqui proposto, 6 de conseg juir urso dominante permite. E avancary, as Des além do que 0 disc nstruindo-as ou construindo novos mog, 105 enxerga acoes existentes, reco explicé de compreensao. Por contraditério que possa par é tanto mais facil quanto maior 2 bagagem tedrica do pesquisade: sobre seus objetos de pesdu a teorizagao também se da a pa A criatividade nao ocorre no vazio; ‘tir de compreensées e explicages ja existentes. sintetizando o que se pretendeu apresentar ¢ defender nessa segunda parte do capitulo, pode-se afirmar que uma produgio esctia, iva, é composta de descr- idores. No seu conjuntoe tos constitui a teorizaci qual novas explicagoes® inte de uma Analise Textual Discursi resulta iInterpretacées e argumentos integrad: oes, movimento recursivo entre esses element proposta a partir da pesquisa, a partir da compreensées sao construidas e expressas. ror) Producao de Mapas é Aprender a Comunicar | snte capitulo procura-s° aprotunte mntando-ocomo uma intel mi ‘8 » escritos ae a8 comunicar algo j4 perfeitamente conhecido; t are de compre ae 2 4 1 Na tiltima parte do pi discussao do processo da crita apres entre aprender ¢ comunicar. Os textos nao sae ambém sa0 &' para aprender, para conslituir novos modos lidade. S40 movimentos de construgao de mapas: produz” in aap representarai presentarem terrenos, explorados e conhecidos 4° Jongo4 ae cons on acabado de a! r istruciio dos mapas, num proceso nunca validagao e aperfeigoamento. | Digitalizado com CamScanner -MorIMrONGO SE DTRE AS TACKS am) Frolao das produgoes escritas Uma producao escrita nao se realiza numa tinica tentativa, 0 — — ca tel a. re1orno peri6dico aos elementos e argumentos do texto possitait Pxto possibilita enriquece-to, completi-lo © aperfeicos-lo. Por isso atirma-se que a il 0 ‘ 5 corre ni piodugao escrita ocorre piral, em que o texto a esté inteiramente concluido, podendo-se atingir novas cama nunc das de sentido © compreensao a cada retomada dos seus elementos constituintes. Nesse processo ciclico e reiterativo a produgio escrita qualifi ca-sea partir da critica. Criticar ¢ mostrar 0s limites e as deficiéncias das producées. Por isso, & medida que o trabalho avanca, ¢importante submeté-lo a diferentes leitores, aumentando-se gradativamente as exigéncias e 0 rigor da critica. Com as mudancas e aperfeicoamentos possibilitados a partir disso, os textos tornam-se cada vez mais validos e consistentes, atingindo assim um cardter cientifico sempre mais qualificado. O processo representa, ao mesmo tempo, a construcao de uma aprendizagem continuada sobre os temas investigados. Esse movimento de ir e vir entre 0 compreender melhor 0 que estd sendo escrito e o ato de escrever é fascinante. A cada nova leitura percebe-se um detalhe, um fato, uma palavra, algo que necessita ser modificado para dar um sentido mais preciso aos argumentos e teses, Nesse processo. dialégico estarao presentes tanto o proprio pesquisa- dor com sua autocritica quanto outros interlocutores representando 4 comunidade cientifica. Comunicare aprender Uma producao escrita de qualidade exige envolvimento e ‘Snacéo aprofundados nos fendmenos sobre os quais se escre- m_produza isto. impre ve, ai i - wee te O priprio exercicio da um er PuspriO ex: com qualidade exige abandonar-se no caldeirao da comple- 127 Digitalizado com CamScanner nur onus ~ HARA BO CAEHO CAIAZZE relagoes & inter- 001). Somente esta impregnacg, , 40 ing te os (Demo, 2! digdes de emergéncia do as condi¢’ NOVO € do o to, entretanto, ee escrever sao concomitantes ¢ devem eae : ty relagoes que caracterizam a com, le i dos fendmen possibilita cria Esse envolvimen escrita. Impregnar's Impregy rongo de todo 0 processo: I écondigao para uma escrit nao é apenas anterior ao pro, nn ce Impregnar-se nos fendmenos inve, st ta de qualidade porque implica a, tiga ee icilmente Se escreve, apenas, para comunicar alg a 0 10 e ordenado. Seria apenas copiar (Marque Vpe, E S, 2 nte a partir da andlise de informacées q 000, es. der, de construcgaéo de compreensi, Difi feitamente cla Escrever, especialme quisas, é um exercicio de apren' em geral, as primeigas tentativas de escrita sdo inacabags, Assim, com pouca clareza & sistematizacgao. O_avan¢o no proceso co; tui, ao mesmo tempo, um processo de aprendizagem e um ee comunicagéo. Essa ideia aparece com clareza em Machado ra p.50) quando este afirma que "comecamos a entender que esc éum re a ‘a ferramenta para a claboracéo de idéias, para a construcive criaga ao i cdo de conceitos e nao intervém apenas, como se pensava, ™ formatacao final”. Entendendo-s ¥ tendo-se em vi \do-se a realidade como complexa em sua nature a vis . isla seu cardter dinamico e de permanente movin to, sua descrie ’ scricao, inte: ‘ (cdo, interpretacao e compreensao nao se esgota™ hr isso afirma- oe sumindo uma perspectiva fenomenolégice, andlises se mpre fendmenos que eee atingir novas camadas de significado & enos que focaliza izam. As compreensdes mais profundas exit? jarifices S cri ery : ‘iativas sejam imediatas, sua explictase™’ to." comunicaca cio co m clareza exigem muito esforco ¢ investime” Tetornos as aS producées inici Producoes iniciais para seu refinamento ¢ ¢ Ai i inda que intuicde: mesmo movi ov imento se aprende e se comuni munica. 198 Digitalizado com CamScanner om MOAT ~ MAA DD CARHO CAUATZ er-relagoes que cterizam a complexic dad J, Somente esta impregnacao intens, rgéncia do novo e do origina, nas anterior a0 processo q tes e devem ocorrer ag ; cara xidade de relagoes e int ca nenos (Demo, 2001 as condigoes de eme nao 6 ape! dos fendm possibilita criar Esse envolvimento, esctita, Impregnar-se ¢ escre Jongo de todo 0 processo. Impred) Econdicéo para uma escrita de qual entretanto, yer sao concomitant arse nos fendmenos investigadg, lidade porque implica aprendo, © escreve, apenas, para comunicar algo ja pe, Dificilmente s 1, Seria apenas copiar (Marques, 2000), feitamente claro ¢ ordenad wer, especialmente a partir da an de aprender, de construcdo de compreensio, tivas de escrita sao inacabadas, = Jdlise de informacées de pes. quisas, 6 um exercicio “Assim, em geral, as primeigas tental com pouca clareza e sistematizago. Q avango no processo const. cesso de aprendizagem e um modo de com clareza em Machado (2002, tui, ao mesmo tempo, um pro comunicagio. Essa ideia aparec p. 50) quando este afirma que “comecamos a entender que escrever 6 uma ferramenta para a elaboracao de idéias, para a construcaoe criacdo de conceitos ¢ nao intervém apenas, como se pensava, na formatacao final”. Entendendo-se a realidade como complexa em sua natureza, ¢ tel =f it 4 as. ndo-se em vista seu cardter dinamico e de permanente movimen- to, sua descricao, interpretagéo e compreensao nao se esgotan : escrigao, s se esgotam. Pol isso afirma-s i ica, que as 2 ‘se, assumindo uma perspectiva fenomenoldgica, andlises sempre podem atingir novas : ido dos pre podem atingir novas camadas de significa fendmenos que focalizam. As compreensé ie s mais profundas exige™ retornos as producées iniciais para pales ‘cu refinamento e clarificagae- ; aoe ee icoes criativas sejam imediatas, sua explicitacd0 & icacao com cl “Z i : ‘c40 com clareza exigem muito esforco e investimento. NO smo movimento se aprende e se comunica, 128 Digitalizado com CamScanner MOMIMEIANDO SEDATE AS ACH He AND ae proceso de auto-organizarae sera 7 aN tiva e original jacria equer movi Uma escrila c ‘uer movimentos nos limites do _- cpendo os fendmenos como comple: 5 cas. Cone eben plexos em sua verdadeira patureza, op cia cqem que os fendmenos se apresentam. f no limite do caos que yesquisador precisa saber abandonar-se na eferves cabti eencontram & criatividade e a originalidade. £ na turbuléncia desse vqaco que sio possibililadas a emergéncia do novo e a criagio de sp hipdteses © argumentos originais. Ainda que o pesquisador possa contribuir para essa emergéncia, por impregnacao aprofundada nos jensmenos, este 6 espaco de auto-organizacao, Nao pade ser plane- de antemao. ‘A producao escrita pode ser entendida como um facho de luz mo um facho de luz_ cue avanca no sentido de ampliar a compreensao de um fenémeno. ovimentos do facho entre os diferentes elementos possibilitam yencer dominios de escuridao ampliando cada vez mais a compreen- sao. Ba linguagem que ajuda a ir constituindo 0 fendmeno por:meio do texto escrito. Escrever é modo de constituir a realidade. E modo de construir a realidade que pode ser compreendida. Numa escrita criativa exploram-se intuicdes que naturalmente surgem para 0 pesquisador que se aprofunda no tema de sua pes- quisa. A escrita, nesta perspectiva, da-se a partir de aprendizagens emergentes z ‘mergentes por auto-organizacao, flashe do movimento intenso da andlise. Ao longo do trabalho, em todas as Suas fases, emergem esse pique precisa 0 é conseguir ampliados @ explicitados por meio da escrita. Quando is do atinge-se uma rqumentos Sobre apaz. de trazer novos a rita criativa ¢ idade 8 fendmenos. A esci ta produz nov. 129 Digitalizado com CamScanner sean NORAS -WARIA BO CABO CALIAZZ spaco para as metéforas. Ousodelas é uma das fom, Esse ume: ve ‘itas. de qualficar producoes eer io induzem outros: sentidos modo mais formal. As metéforas podem tornar as prs Constituem figuras literatias que 4, ainda com dificuldades de sere, dizeremalg read mais atrativas e interessantes, 20 mesmo tempo qu, uc expressar compreensoes de fendmenos de outro mod, possibilitam ais, As metaforas podem ser especialmente titeis com, ard neo ealie componentes da da estrutura de eg gacaoent entre suas partes. Quando empregadas com, riedade, as metaforas qualificam as produgées escritas. Nao so, sol q ; centretanto, apenas enfeite. Segundo argumentos de Ricoeur (apyg Monasterios, 2000), so em sua propria natureza constituidoras de novas realidades. A produgao escrita, no sentido aqui apresentado, é uma viagem sem mapa, Aos poucos vao-se produzindo esbocos do mapa e esse vai sendo aperfeicoado ao longo do tempo. Exige uma pesquisa cuidado- sa do terreno, aperfeicoando-se e se validando a partir disso. Como mapa, entretanto, estara s mpre incompleto e inacabado. Nao tem sentido um mapa que seja igual ao proprio terreno (Demo, 2000b). Assim também as teorias que construirem-se serao sempre apenas Sane oe 08 tBOTiES que. construlrem-se seréo semy uma representagao parcial e imperfeita dos fendmenos investi rer menos mnvesgae Na sua evolucao da descricao a interpretacao e argumenta¢ao, Sescrita néo nasce pronta e acabada. Envolve um exercicio continuo de aperfeicoamento. Os textos requerem combinar escrever e apret- der, numa prética de participacéo da construco de novas realidades ede sua gradativa explicitagao. Ao mesmo tempo que se encaminhé, aescrit ta inventa o caminho. A viagem Propicia a elaboracao do map Para orientar o caminho. 130 Digitalizado com CamScanner Yowornao Ste Aces e480 (onclusag, No decorrer do presente capitulo explorou-se a producdo critaa partir de duas metiforas que se complementam. Como test principal defendeu-se a ideia de que a producio escrita, de modo especial quando inserida na analise textual discursiva, é ao mesmo tempo um processo de aprender e de comunicar, Tal_ como Jano, a produgao escrita tem duas faces. Quando se olha pela face do apren- ee . der, concebe-se a escrita como modo de construir uma compreensao sobre uma realidade. Quando se observa pela face da comunicacéo, entende-se a escrita como exercicio de ir expressando as compreen- ee een ss compre! soes ¢ aprendizagens que vao se constituindo a segunda malt, a producao escrita, no contexto especi- ficado, corresponde a construgéo de um mapa para um terreno que ainda nao é inteiramente conhecido. Também aqui a ideia é de que o a text0, fal como o mapa, vai se constituindo a partir 1 aprendizagem sobre os fendmenos investigados. gi eh eb Em qualquer dos focos a escrita representa um desafio de cria- cdo, a0 mesmo tempo exigente e gratificante. 131 Digitalizado com CamScanner capitulo 5 MERGULHOS DISCURSIVOS: Analise Textual Discursiva como processo integrado de aprender, comunicar e interferir em discursos $$ 0 ultimo capitulo de fundamentos dessa série retoma e apre- senta a andlise textual discursiva propondo uma discussao em qua- tro focos. Inicialmente examina-se essa modalidade de andlise e se descreve um processo a partir do qual pode ser concretizada. A seguir estuda-se os modos como os resultados de uma anilise dessa natureza podem ser comunicados. No terceiro foco aprofunda-se a questao da produgao de textos de qualidade, argumentando que é um processo reiterativo de reconstrugao com base na critica. Finalmente argumenta-se que a andlise textual discursiva conduz a compreensoes cada vez mais elaboradas dos fendmenos investigados, possibilitando, 20 mesmo tempo, uma participacao na reconstrucao dos discursos em queo Pesquisador e os sujeitos da pesquisa se i Ao longo deste t6pico pretende-se argumentar que a Anélise Textual Discursiva é um mergulho em processos discursivos, visando conduzindo a 4 atingir compreensées reconstruidas dos d >= * Versio anterior deste te e. Mergulhos discursivos: exto publicado em: Moraes, Roque. Mergi {nilise textual qualitativa entendida como processo integrado de aprender, comuni¢ay ¢itterferir em discursos. In: Galiazzi, M. C.; Freitas, J. V. Metodologias emergentes e pesquisa em educagdo ambiental. 2. ed. Ijui, RS: Ed. Uniju, 2007. 133 Digitalizado com CamScanner secoe nats - WAR DOCABIO GRATE dido e desta forma assumindo-se 9 po, "| yma comunicaao do apren : = capaz de participar interpretac, hist6rico, \quisador como sujeito \ vos discursos. \b na constituicao de m A Andlise Textual Discursiva parte apresenta-se a Andlise Textual Discursiva Nesta primeira Jutos dela resultantes. Mostra, oprocesso pelo qual se realiza ¢ 08 Prod se como essa andlise pode ser encaminhada a partir da unitarizagig dos textos do corpus seguida da categoriza¢ao das unidades assim \construidas. Ao apresenté-la ¢ importante destacar suas principais ca. racteristicas, identificar a matéria-prima com que trabalha, destacandy nisso também alguns pressupostos a partir dos quais opera, discutind ainda os modos como apresenta os resultados que permite atingir Pesquisas qualitativas, seguidamente, trabalham com informa. «es apresentadas em forma de textos. Origina-se dai a denominacio deanilise textual, em que o sentido de texto aproxima-se de discurso. ‘A Anilise Textual Discursiva pode ser entendida como 0 pro- cesso de désconstrugéo, seguido de reconstrucao, de um Conjunto de materials Iinguisticos e discursivos, produzindo-se a partir disso novos Satendimrentos Sobre 0s fendmenos ¢ discursos investigados. Envolve Wdenificar e isolar enunciados dos materiais submetidos & andlise, categorizar esses enunciados e produzir textos, integrando nestes descricao e interpretacao, utilizando como base de sua cons- truco o sistema de categorias construido. O processo analitico encaminha a construcao de uma estrutulé de categoria ¢ argumentos correspondente a um novo texto, COP" de sintetizar os principais elementos, dimensoes ou categorias WU? podem ser) lidos 'e interpretados nos textos submetidos & andlise. Des'# 134 Digitalizado com CamScanner Derunsmscunstins forma, como seu proprio nome indica, a andlise textual trabalha com textos, amostras de discursos, podendo partir de materiais jé existentes ou estes podem ser produzidos dentro da propria pesquisa. Os materiais submetidos & andlise podem ter muttas e diversi- ficadas origens: entrevistas, registros de observacoes, depoimentos eesvcsndepolmentos s de grupos, didlogo: Independentemente ‘ados em documentos de diferentes interlocutores oe ntrOs de sua origem, estes materiais serao transform: escritos, para entao serem submetidos a andl O conjunto de textos submetidos_a andlise costuma ser de- nominado_do "corpus". Representa uma multiplicidade de vozes se manifestando nos discursos investigados. O pesquisador precisa estar consciente de que, ao examinar e analisar seu corpus, é influencia- do por todo esse conjunto de vozes, ainda que sempre fazendo suas leituras a partir de seus préprios referenciais. Assim, assume-se que toda leitura de um texto é uma interpre- taco. Nao ha possibilidade de uma leitura objetiva e neutra. Fazer andlises qualitativas de materiais textuais implica assumir interpre- tages de enunciados dos discursos, a partir dos quais os textos sao produzidos, tendo consciéncia de que isso sempre envolve a propria subjetividade. A leitura proposta pela Andlise Textual Discursiva, entretanto, nao 6 uma leitura superficial e descomprometida. Quan- do de qualidade, envolve fazer leituras aprofundadas e rigorosas de um conjunto de textos. Nessa perspectiva as leituras, descrigdes e interpretagdes podem atingir significados dos quais nem o préprio autor esteve consciente. \ Ao identificar e destacar enunciados significativos nos textos © a0 categorizar esses elementos unitdrios, 0 pesquisador esta enca- minhando a producdo de metatextos, destinados a apresentarem os Produtos de suas andlises. Assim, 0 produto de uma Andlise Textual Discursiva é um metatexto i ta xto que organiza e apresenta as principais interpretacées e compreensées construidas a partir do conjunto de textos submetidos ss construfdas a partir do conjunto de textos sut 135 Digitalizado com CamScanner eauazzt svg MORAS - MARIA 10 CARO GALIAZ texto evidencia a qualidade da anys, ete : i desst - . se ‘ Aanalise. A qualidade in discursos coletiVOS qe a PesqUisa ye Representa a intervengao en ies alizada possibilita ao pesquisador. do, podemos afirmarquea Anise Textual Discursiyg Sintetizando, s ntegrado de andlise e de sintese que Se prope a faz, eso integra " eae ene ‘igorosa ¢ aprofundada de conjuntos de materiais te xtuais, itura rigoros : erenidae en ae bjetivo de descrevé-los ¢ interpreti-los no sentido de ating, com 00 e compreensao mais complexa dos fendmenos e dos discur; ct a uma comp! partir dos quais foram produzidos. Fazer uma Andlise Textual Discursiva tem 0 sentido de detinig Uni fo: fragmentaga e identificar unidades de dnilise. Estas séo os elementos de base a serem categorizados na sequéncia do proceso. Unitarizar um con. junto de textos é identificar e salientar enunciados que os compéem, A definicéo da unidade de anilise dey Pesquisa, do objeto da investigacao. mensoes ¢ amplitudes variadas, resultando em maior ou menor frag- mentacao dos textos. Podem ser fras es, parégrafos ou mesmo partes Tendo em vista o foco discursivo da andlise aqui pende dos objetivos da Essas unidades podem ter di- Ao concretizar @ unitarizacao, 6 j dor esteja consciente mportante que o pesquisa das implicace isar si we esse pr carreta. Analisar signitica dividi a Processo a Digitalizado com CamScanner ences niscunsT¥s jniplas entre elas. Por essa razo, mesmo que se submeta um texto mil arecortes no go, mesino entendendo que 0s textos também jé so parte de algo o aior, os discursos a que pertencem. De algum modo, quanto mais m m ragmenta um texto, mais dificil é manter a perspectiva do todo e s fo contexto em que foi produzido. O grau de fragmentacao define, ‘io menos em parte, 0 cardter da anélise. anos em Pare processo de andlise, ¢ necessario nunca perder de vista Mais do que propriamente divisdes ou recortes, as unidades de analise podem ser entendidas como elementos destacados dos textos, aspectos importantes destes que o pesquisador entende merecam ser calientados, tendo em vista sua pertinéncia em relacdo aos fenémenos investigados. Quando assim entendidas, as unidades estao necessa- riamente conectadas ao todo. Seguidamente pesquisadores iniciantes resistem a unitariza- cdo. Entendem que as unidades jé no representam as vozes dos su- jeitos que produziram os textos. Nesse sentido é importante esclarecer que o interesse de pesquisas que utilizam a andlise textual discursiva nao sdo as manifestagées individuais de sujeitos em um discurso, mas 0 discurso em si. Por esse motivo nao importa tanto manter 0 todo de uma voz se manifestando no discurso, mas a integracao das manifestacées de diferentes sujeitos num determinado género dis- cursivo. Examinam-se os diferentes enunciados para compreender # complexidade de relagées que podem ser estabelecidas entre eles ha constituicéo do dis B ‘UrSO. O pesquisador, no processo da unitarizagao, precisa estar cons- ‘antemente atento a validade das unidades que produz. Os.objetivos da investigacdo, 0 problema e ' construi onstiulr essa validade. Serao unidades validas para uma pesquisa “quclas que afirmem algo em relagao ao objeto da investigacao. So- mente necessitam ser unitarizadas informacées dos textos do " corpus que sejam vélidas ou pertinentes ao objeto da pesquisa. 137 Digitalizado com CamScanner al , 4 urderch ce Cafeqenor — onidad &. fucr\ Court. evale > QUE MORAES - MARIA DO CASIO GALIAZ Sintetizando a discussdo da unitarizacao, procura.se a, tar que no encaminhamento da andlise textual discursivg . mentar : aprofundamento das Jeituras do corpus € necessério submeto, textos a um processo de fragmentacao, de focalizacao de asec S jet, ecto, especificos, resultando daf unidades de andlise pertinentes ag de pesquisa. Esse processo permite identificar e destacar ag ise s importantes que despontam nos textos analisados © que serjg Sub, metidos a categorizagao na continuidade da andlise, ‘ategorizacéo e categorias: organizacéo das unidades Categorizar ou classificar um conjunto de materiais é a partir de uma série de regras. E produzir uma ordem conjunto de materiais desordenados, revelando-se ui mais importantes de uma anilise textual discursiva. OTGaniz log @ Pattir de ty ma das Clapas A categorizacao corresponde a um processo de Classificacag das unidades de analise produzidas a partir do corpus. com base nela que se constréi a estrutura de compreensao e de explicacio dos fendmenos investigados. Da classificacéo das unidades de anilise : ——— SS Unidad _Tesultam as categorias, cada uma delas destacando um aspecto es oS 7 Pecifico e importante dos fenémenos investigados. Cada categoria corresponde a um conjunto de unidades de andlise que se organizaa partir de algun aspecto de semelhanca que Emoutras palavras, classes ou categorias so subconjuntos de um i : todo maior, caracterizando-se cada uma delas por determinadas caracter aa ‘acteristicas especificas, mas que se integram no todo da pesquis? 138 Digitalizado com CamScanner encns BSCURSTCS as de categorias construidos na andlise textual dis- stem: : os a ter varios niveis. Podem ser constituidos de categorias A ose edi jas ou finais. Na sequéncia apresentada, esses in nics “egorias tem amplitudes cada vez maiores. As categorias ‘ipo eg vrais amplas, englobando mais elementos, conforme se 5a — to, f 5 ou ez 5 Figura 1. No seu conjunto, formam as OU redes de ee pares de exibir 05 elementos mais marcante: ceitos. , ‘ conte analisados-__ ‘ ‘ bid ‘assim, categorias podem ser concebidas como aspectos ou portantes de um fendmeno que o pesqui dor decide dimensoes im ° sse fendmeno. Sao opgdes destacar quando trabalha com e cons- pesquisador, valorizando determinados aspectos em de- trugbes do . trimento de outros. Diferentes pesquisadores poderao lazer opgoes diferentes, ainda que investigando 0 mesmo fendmeno. Aceitando-se issoe se concebendo a realidade como algo em constante movimento esocialmente construida, compreende-se que em relagao ao mesmo copus podem ser derivadas varias estruturas de categorias validas, ainda que todas podendo ter elementos comuns. Na construcao de sistemas de categorias podem ser destacados. dois processos indicando movimentos em direcoes opostas. Numa das diregées trabalha-se com categorias a priori; rom, categorias emergente: oe eergentes. Quando a opcao é trabalhar com categorias a priori, o pesqui- sador deriva suas categorias de seus pressupostos teéricos, sejam “xplicitos ou implicitos. Nesse caso, as categorias ja estao definidas antes . . “dese encaminhar a andlise ¢ a classificacao propriamente dita as unidades, Qui = ; assum, ando a opcio & por categorias emergentes, 0 pesquisador | e uma ati eae : * mi @ atitude fenomenolégica de deixar que os fendmenos se anifestery, » Construin : i ee emergentes 1 do suas categorias a partir das multiplas vozes 139 Digitalizado com CamScanner eer cant - AE BOND AES ¢ analise textual discu rs) Wa que pe modo geral, um processo 4! ‘conjunto de categories priori é mais facil de conduzi rota o problema deo pes zit; dram nas categorias ja determinadas, parte deum isador tende ndera somenteen, entretanto ac sticados que se endua xergar sig? O processo oso, exigindo conviv' ser construido nO P aseem emergente de construcao de categorias tende a ser er.com a i roprio processo, Geralmente vai q le grande mimero, a categorias cad la mais trabalh nsequranga de um caminh 0 que precisa categorias €s} is amplas e em ™ ‘Ainda que a Analise Textual Discurs! ‘emergentes, entende-se serem como com categonas es maiores de criatividade. Alguns 5 duas alternativas (Laville; de lw wa Q pecificas, restrit enor niimero, conforme se mostra na Figura 1 ‘vez, mal iva possa operar tanto com ois KGS Eme cerrter \ Sour cake categorias a prion! as tiltimas as que te autores defendem a combinacao da: m possibilidad Dionne, 1999)- mr 140 Digitalizado com CamScanner paw! Unidas diferentes niveis de ca esc wscunsivos Hagao Categoriay iniciais 141 Digitalizado com CamScanner ‘0qUE MORAES- MAKIA DO CARMO GALIAZZZ Conforme ja referido, a construgao de um. Conjunto de Categoriag necesita ser acompanhada da definicao e da ee dos critériog adotados para incluir elementos em cada categoria. E imp, ortant salientar, no entanto, que, mesmo que se produza uma definicag cui. dadosa dos critérios de classificagao para um Conjunto de categoriag o exercicio de categorizacao nunca ¢ inteiramente objetivo, podeng, sempre dar margem a dtividas e imprecisoes. De algum modo a in, -apacidade de isolar inteiramente as categorias de um fendmeng ¢ Jevidencia de sua caracteristica linguistica e discursiva. Porisso mesmo a caracterizagéo e a descrigdo de uma categoria ede um sistema de categorias, constituem um processo construtivo e reiterativo. Vao se aperfeicoando no decorrer da anlise. E impor. tante que, ao final do processo, as categorias tenham significados suficientemente claros de modo que auxiliem na classificagao dos enunciados selecionados e contribuam para a compreensao dos fe- némenos investigados. Aqualidade de um sistema de categorias esta relacionada com sua validade ou pertinéncia. Um conjunto de categorias é valido quan- do pode representar 0 conjunto de textos analisados destacando suas principais caracteristicas. Quando isso é alcangado, os sujeitos que Pproduziram os textos analisados devem perceber que as categorias tém significado no contexto de suas producées. Os sujeitos de uma Pesquisa precisam ver representadas suas ideias e teorias no conjunto de categorias que o pesquisador constroi, embora se saiba que nunca se alcance 0 que o sujeito quis dizer Produzir unidad i i “ les de andlise Validas 6 w e catego! Digitalizado com CamScanner gra-se mostrar que a anélise textual discursi- 0, proc and “asizacéo, prosseguc submetendo as unidades de oni : | a partir FT essa de categorizacso- Cada categoria construida xtos. que-podeajudar ne construcdo de i su a te nie sao mais complexa dos di s em _que os textos uma compre ; os. joni OY 7 , andlises textuais discursivas conjugam andlise primeira fragmentam-se OS textos. Na sintese, os ele- ‘em Categorias, apresentando-se, esintese. Na 9 0ST snantes sio reintegrade mentos ssemell ‘ : partir delas, nOvOS textos, que retinem os aspectos essenciais dos a ; jais de andlise 1 water vestigados. E desses novos textos que se tra- tardaseguite municacao os Resultados deuma Andlise Textual Discursiv — Nasegunda parte do presente capitulo apresenta-se como Po~ dem ser comunicados os resultados de uma Analise Textual Discursiva. rigao Defende-se a ideia de que essa comunicacao ¢ composta de di int a ‘ : is terpretacao, constituindo 0 processo em seu todo um movimento le teorizaca 5 tas orizacao em relacao aos fendmenos investigados. (Corte eS Descrever interpretar como lutos da andlise textual discursiva Aunitarizaca larizacao e a categorizacao encaminham a producao de UM novo t ext ' eos to que combina descricdo e interpretacao. Esse texto tem rutu : ra derivada do sistema de categorias construfdo na anali- se, "odo de organizacao io-vali : done cdo que pode garantir a validade dos resultados Cesso analitico. 143 Digitalizado com CamScanner one MoRAES~ MARIA BO CARMO GALIATZE A Analise Textual Discursiva encaminha produces escrit, b municacéo de novas com, minhamento dessas producoes, a categorizacio da, " preensées atingidas nas pes. voltadas 4 Co! quisas. No enca informacoes subm construcao de uma estrul b adescricao, interpretacao e compreensao do objeto da pesquisa. Nesse. sentido, pode-se entender como uma das finalidades da construgio etidas a andlise corresponde, ao mesmo tempo, 4 tura de categorias e subcategorias que auxilia de um sistema de categorias 0 encaminhamento de um metatexto, expressando uma nova compreensao do fenémeno inv mesmo processo permite ao pesquisador uma intervencdo nos dis. cursos a que sua producdo se refere. O que se defende, portanto, 6 que a estrutura do metatexto ( seja organizada a partir das categorias e subcategorias construidas na andlise. As partes do texto resultante séo definidas a partir das | ategorias mais amplas da anilise. A estrutura de um metatexto também exige a producdo de Go ee aglutinadores, organizados em toro de uma tese ou argumento geral. As categorias e subcategorias oder ; Podem dar origem aos argumentos intermediarios. O argument cent ji f = ©merge do todo. © conjunto dos argumentos ~ trabalhados € forma inter inlegrada -, poderd entao ser utilizado para construit 4 Linsténcia do metatexto resultante da anélise ar isso na Figura 2, rey , Teprese : sak Presentando a estrutura do metatexto e™ consisténci Procura-se mos" 144 = Digitalizado com CamScanner yr MER PISCURSTIOS sgayuturagio de tm texto em forno de argumentosaglutinadores Tese geral | argumento aglutinador da categoria 1 Aegunento aglutinador da categoria 2 aut? Regunento aglutinador da categoria n Retorno a tese geral Noencaminhamento do metatexto propriamente dito salienta-se sua organizagéo em dois momentos: descrigao e interpretacao- 1 trabalhadas de modo ‘odugao do metatexto é descrigao do objeto de Ainda que seguidamente possam se} integrado, em geral a primeira etapa da pr @ descricéo. A categorizagéo encaminha @ Cstudo, Descrever é apresentar diferentes elementos que emergem 40s textos analisados e representados pelas diferentes categories Construidas, “Descrever é produzir proposigdes ou enunciados que ae qualidades, propriedades, caracteristicas, ete. do objet Yomeno que se descreve" (Jorba, 2000, p- 43). Segundo o mesmo 145 Digitalizado com CamScanner ROOUE MORAES - MARA Do CABO Ga autor, a descrica 5 1 seja import "icao deve ser pertinente, completa e precisa, aing, ‘ante entender essas caracteristicas como algo desa, jade mas nunca inteiramente atingido. A descricao visa a apresentar elementos importantes q, de pesquisa. Para este fim utiliza-se das categorias e subcateg, andlise, tendendo a permanecer num ambito concreto dos fen, Oo jeto Orias da A - , ‘Omenos (ou seja, numa aproximacao com a realidade empirica. E importa, inte \ superar descricées superficiais, procurando-se atingir descrics _j densas dos fenémenos investigados. a ee ee ee ee de, porém, a um intérpretar que esta muito p1 examinada, podendo ser entendida como uma leitura com base em conhecimentos tacitos? e implicitos* do pesquisador, ou seja, uma lei. tura qué procura expressar esses tipos de conhecimentos dos sujeitos pesquisados, sem teorizé-los. A descricao também pode dar-se a partir dos fundamentos tedéricos assumidos pelo pesquisador. Nessa perspectiva, a interpretacao propriamente dita enca- minha uma leitura teorica mais exigente, aprofundada e complexa. £ importante que a andlise textual discursiva atinja um estgio interpretativo e de reconstrugao teérica. Nesse sentido, interpretar é estabelecer pontes entre as descri¢6es e as teorias que servem de base para a pesquisa, ou construidas nela mesma.// descrigao, chegand? fastamento dos el s. Interpretaré Toda pesquisa deve ir além de uma simples auma interpretacao, entendida como abstragao e 4! mentos ¢ instancias concretos dos fendmenos estudado: ado mais. Termo empred nao expresso em teorias for ? Conhecimento da experiéncia por Lincoln e Guba (1985). i > Estruturas ocultas de conhecimentos socialmente compartilhades. 5 acessiveis a quem as possui, mas que séo fundamentais na leituré © (493). intercémbio com ele. Termo adotado por Rodrigo, Rodriguez & Marre! 146 4 Digitalizado com CamScanner

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