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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE VETERINÁRIA
COLEGIADO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Clostridium difficile: padronização e avaliação de métodos de


diagnóstico, ocorrência em seres humanos e animais e desenvolvimento
de um modelo experimental em hamsters

Rodrigo Otávio Silveira Silva

BELO HORIZONTE – MG
ESCOLA DE VETERINÁRIA DA UFMG
2014

1
Rodrigo Otávio Silveira Silva

Clostridium difficile: padronização e avaliação de métodos de


diagnóstico, ocorrência em seres humanos e animais e desenvolvimento
de um modelo experimental em hamsters.

Tese apresentada à Escola de Veterinária da Universidade


Federal de Minas Gerais como requisito parcial para
obtenção do título de Doutor em Ciência Animal.

Área de Concentração: Medicina Veterinária Preventiva

Orientador: Prof. Dr. Francisco Carlos Faria Lobato


Co-orientador: Prof. Dr. Roberto M. Carvalho Guedes

Belo Horizonte
UFMG – Escola de Veterinária
2014

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, a minha irmã, amigos e familiares que


me apoiaram durante essa jornada

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"Education is the most powerful weapon which you can use to change the
world"

Nelson Mandela (1918-2013)

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe e a minha irmã, pelo apoio incondicional. Ao meu pai, pelo exemplo de
garra.

Aos meus amigos Gabriel Furtado, Alessandra Dias, Filipe Silvano e Rachel Maia que,
muitas vezes sem perceber, me fazem perseverar.

Aos meus primos e amigos Paulo França, Paulo Fernando e Gustavo Silva. Aos meus
avós Maria, Marta, Ostiana e França.

A todos amigos da Tasingegade 29 e tantos outros que conheci durante o período em


Copenhagen, em especial ao Phillip R., Marta Merino, Katie Hofstchen, Zlatko e
Girhidar.

Á Gry Persson e ao Prof. Anders Miki Bojesen, da University of Copenhagen.

À Ida Just, pelo acolhimento, paciência e carinho.

À Profa Maja Rupnik e toda sua equipe da Public Health Institut Maribor (Eslovênia).

Aos parceiros do ICB-UFMG Dra. Marcelle Almeida, Dra. Flávia Siqueira e Prof
Evanguedes Kalapothakis.

Aos parceiros da Clínica de Pequenos Animais da UFMG, em especial a Silvia


Trindade e Marina Coroa.

Aos pessoal da Clínica de Equinos: Jackeline Resende, Felipe Moreira, Ana Luisa e
Profa Renata Maranhão. Um agradecimento especial a Profa Maristela Palhares que
tanto me incentivou durante o doutorado.

Ao Prof Márcio Garcia Ribeiro, da UNESP-Botucatu.

Aos parceiros e colegas veterinários que se dedicam aos animais silvestres: Mirella
D´Ellia, Francisco Ferreira e Marcus Romero.

Cláudia Pimenta, Ana Flávia Michel, Amanda Vasconcellos, Eliana Paladino pelo
apoio, conselhos e, principalmente, pelo carinho.

Dr. Andrea Blanc, da University of the Republic (Uruguai), Prof Marcos Bryian e Profa
Danielle Magalhães.

Ás empresas Medivax, Alere e Vencofarma, apoiadores do presente projeto.

Prof Roberto Guedes, por toda a ajuda mas, sobretudo, por sua contagiante
empolgação com o meio acadêmico.

Aos patologistas Michelle Gabardo e Profa. Rosenele Ecco pelas discussões valiosas
durante a execução do projeto.

Ao pessoal do Laboratório Nacional Agropecuário (LANAGRO-Pedro Leopoldo, MG),


em especial ao Dr. Ronnie Antunes de Assis e Dr. Antônio Augusto Fonseca Junior.

8
Ao Prof Dr. Eduardo Garcia Vilela e a todos os residentes do Hospital das Clínicas da
UFMG que acreditaram no projeto e doaram seu tempo para sua execução. É
indispensável também agradacer aos pacientes que voluntariamente aceitaram
participar do estudo.

Aos orgãos de fomento que tornaram possível a execução desse projeto de doutorado:
CNPq, Fapemig, CAPES (em especial á bolsa de doutorado sanduíche) e INCT-
Pecuária.

Aos colegas do Laboratório de Anaeróbios da UFMG: Prhiscylla Sadanã, Carlos


Oliveira, Felipe Masiero, Luciana Aramuni, Bruna Alves, Laura Bernardes, Amanda
Diniz, Isabella Moreira, Guilherme Guerra, Lucas Queiroz.

A todos os colegas e vizinhos de laboratório do DMVP, em especial a Ana Carolina


Diniz e Profa Zélia Lobato.

E finalmente ao Prof Francisco Lobato pela orientação acadêmica e, ainda mais


importante, pelo apoio, paciência e conselhos fraternais no dia-a-dia.

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SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS......................................................................................11
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................12
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................13
RESUMO........................................................................................................................14
ABSTRACT ...................................................................................................................15
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................16
2. OBJETIVOS ..........................................................................................................16
3. LITERATURA CONSULTADA .............................................................................16
3.1 Histórico............................................................................................................................ 16
3.2 Patogenia........................................................................................................................... 17
3.3 A Doença Em Seres Humanos .......................................................................................... 18
3.3 A Doença Em Animais Domésticos ................................................................................. 20
3.3.1 Suínos ........................................................................................................................ 20
3.3.2 Equinos ...................................................................................................................... 22
3.3.3 Cães ........................................................................................................................... 22
3.4 Clostridium difficile como agente zoonótico .................................................................... 23
3.5 Diagnóstico ....................................................................................................................... 24
3.5.1 Detecção das toxinas ................................................................................................. 24
3.5.2 Isolamento e Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) ............................................. 25
3.6 Tratamento e controle ....................................................................................................... 27
4. CAPÍTULO 1: Padronização e avaliação de métodos de diagnóstico para
infecção por Clostridium difficile ..................................................................................35
4.1 Padronização da soroneutralização celular para detecção das toxinas A/B de Clostridium
difficile em fezes. .................................................................................................................... 35
4.2 Avaliação de kits comerciais de ELISA e da cultura toxigênica frente a citotoxicidade
celular para o diagnóstico de C. difficile em suínos e equinos. .............................................. 42
4.3 Avaliação de kits comerciais de ELISA para o diagnóstico de infecção por Clostridium
difficile em pacientes internados no Hospital das Clínicas da UFMG. ................................... 50
5. CAPÍTULO 2: Ocorrência da infecção por Clostridium difficile ..........................59
5.1 Detecção das toxinas A/B e isolamento de Clostridium difficile em potros diarréicos e
saudáveis. ................................................................................................................................ 59
5.2 Isolamento de Clostridium difficile de fezes de espécies de carnívoros silvestres no Brasil.
................................................................................................................................................ 65
5.3 Surto de diarreia por Clostridium difficile em uma granja de suínos no Brasil ................ 69
5.4 Primeiro relato de diarreia por Clostridium difficile em potros no Brasil......................... 74
5.5 Diarreia por Clostridium difficile associada a candidíase em um potro............................ 78
5.6 Diarreia por Clostridium difficile em uma jaguatirica (Leopardus pardalis) ................... 84
5.7 Susceptibilidade antimicrobiana de estirpes de Clostridium difficile isoladas de animais e
seres humanos no Brasil. ........................................................................................................ 89
5.8 Ribotipagem de estirpes de Clostridium difficile isoladas de seres humanos e animais no
Brasil. ...................................................................................................................................... 96
6. CAPÍTULO 3: Desenvolvimento de um modelo de infecção por Clostridium
difficile em hamsters sírios (Mesocricetus auratus)...................................................103
COMENTÁRIOS FINAIS ..........................................................................................113
PESPECTIVAS FUTURAS ........................................................................................113
CONCLUSÕES............................................................................................................114
ANEXOS: Versão original dos artigos publicados ...................................................114

10
LISTA DE ABREVIATURAS

ATCC - American Type Culture Collection


BHI – “Brain Heart Infusion” ou meio Infusão-Cérebro-Coração
BID – "bis in die", ou administração duas vezes ao dia
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CCFA - Ágar Cicloserina-Cefoxitina-Frutose
CDI – Clostridium difficile infection.
CETEA – Comissão de Ética em Experimentação Animal
CEUA - Comissão de Ética em Experimentação Animal
CHO – Linhagem celular “Chinese Hamster Ovary”
CIM - Concentração inibitória mínima
CLSI – “Clinical and Laboratory Standards Institute”
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CRAS - Centro de Reabilitação de Animais Silvestres
CTA - “Cell citotoxicity assay”
CTAm - CTA em células em monocamada
CTAn – CTA em células não-aderidas (ou em suspensão)
DL50 - Dose letal para 50%
DMM - Dose mínima mortal
DNA – Ácido desoxirribonucléico
EC/ml – Efeito citotóxico por mililitro
ELISA - “Enzyme Linked ImmunonoSorbent Assay”
EUA – Estados Unidos da América
FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais
HCUFMG – Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
HE – Coloração com hematoxilina e eosina
HV - Hospital Veterinário
ICD - Infecções por C. difficile
IM – Via de inoculação intramuscular
kDa – Quilodaltons
MEM – Meio essencial mínimo
MIC – Minimal inhibitory concentration
NAAT - Nucleic acid amplification test ou testes de amplificação de ácidos nucléicos
NIBSC – National Institute for Biological Standards and Control
PAS - Coloração Ácido Periódico-Schiff
PCR – “Polimerase chain reaction” ou Reação em cadéia da polimerase
PRPq-UFMG – Pró-reitoria de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais
QD – "quaque die" ou administração medicamentosa uma vez ao dia
rPCR – PCR em tempo real
RPM – Rotações por minuto
SFB – Soro fetal bovino
TC – “Toxigenic culture” ou cultura toxigênica.
TCCFA – Ágar Cicloserina-Cefoxitina-Frutose suplementado com Taurocolate.
TCCFB - Caldo de cefoxitina-cicloserina suplementado com taurocolate
UFC – Unidades formadoras de colônias
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UI – Unidade Internacional
UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
UTIs – Unidades de tratamento intensivo
VERO – Linhagem ceular “African Green Monkey Kidney”
VPN - Valor preditivo negativo
VPP – Valor preditivo positivo

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultado de títulos obtidos, em efeito citotóxico por mililitro (EC/ml), no


ensaio de citotoxicidade celular em monocamada (CTAm) e em células não-aderidas
(CTAn) para amostras de fezes de seres humanos, leitões, hamsters e equinos
sabidamente positivas para as toxinas A/B de Clostridium difficile...............................39

Tabela 2: Resultados obtidos nos três testes imunoenzimáticos (ELISAs), na cultura


toxigênica e no teste de citotoxicidade celular para o diagnóstico da infecção por
Clostridium difficile em potros e
leitões...............................................................................................................................44

Tabela 3: Comparação de três ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e cultura toxigênica


frente a soroneutralização como “padrão ouro” para o diagnóstico da infecção por
Clostridium difficile em leitões........................................................................................44

Tabela 4: Comparação de três ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e cultura toxigênica


frente a soroneutralização como “padrão ouro” para o diagnóstico da infecção por
Clostridium difficile em potros........................................................................................45

Tabela 5: Resultados obtidos nos três testes imunoenzimáticos, na cultura toxigênica


(TC) e no teste de citotoxicidade celular (CTA) para o diagnóstico da infecção por
Clostridium difficile em pacientes internados no Hospital das Clínicas da UFMG........52

Tabela 6: Avaliação de três kits de ensaio imunoenzimático (ELISA) frente a


citotoxicidade celular (CTA) e cultura toxigênica (TC) como padrão “ouro” para o
diagnóstico de infecção por Clostridium difficile em pacientes do Hospital das Clínicas
da UFMG, Brasil, 2013 (n=84).......................................................................................52

Tabela 7: Resultados de detecção das toxinas A/B e isolamento de Clostridium difficile


de potros diarreicos e não-diarreicos (n=154).................................................................61

Tabela 8: Número de estirpes de Clostridium difficile utilizadas para avaliação da


susceptibilidade antimicrobiana por espécie e histórico clínico......................................90

Tabela 9: Concentração inibitória mínima (CIM) em µg/ml classificação quanto a


susceptibilidade antimicrobiana de 54 estirpes de Clostridium difficile isoladas de fezes
de seres humanos e animais.............................................................................................90

Tabela 10: Ribotipos, hospedeiro e histórico de estirpes de Clostridium difficile


isoladas de seres humanos e animais no Brasil...............................................................98

Tabela 11: Identificação, espécie e histórico das estirpes de Clostridium difficile


utilizadas para indução experimental em hamsters sírios (Mesocricetus auratus).......104

Tabela 12: Ocorrência de diarreia, morte, lesões intestinais e resultado de isolamento e


detecção das toxinas A/B por CTA nos grupos inoculados (G1 a G4) e nos grupos
controles (C1 e C2) com diferentes estirpes toxigênicas de Clostridium
difficile...........................................................................................................................106

12
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: (A) – Coloração de Gram de uma cultura de Clostridium difficile. Bastonetes


Gram-positivos com esporos. (B) – Detalhe de um esporo subterminal de C. difficile
ainda com o corpo celular. (C) – Leitão: edema de mesocolon em um leitão acometido
por C. difficile. (D) – Leitão. Colon. Redução severa das células caliciformes e enterite
neutrofílica necrozante com intensa infiltração de neutrófilos da lamina própria para o
lumen intestinal (400X). Figuras 1C e 1D foram adaptadas de Cruz-Junior et al. (2013)
e Silva et al. (2013b)........................................................................................................21

Figura 2: (A) - Ceco, potro. A pseudomembrana de fibrina foi retirada e revelou a


mucosa intestinal edemaciada e com pequenas áreas de ulceração. (B): Mucosa
estomacal edemaciada e revelando a presença de uma pseudomembrana de aspecto
acinzentado e fracamente aderida....................................................................................80

Figura 3: (A1) Cavidade abdominal de um hamster do grupo C1. Ceco sem alterações
macroscópicas visíveis; (B1) Cavidade abdominal de um hamster do grupo G1. Alças
cecais tumefeitas com serosa intensamente e difusamente congesta, apresentando
líquido serosanguinolento no lúmen, sugestivo de tiflite hemorrágica; (A2) Micrografia
do ceco de um animal do grupo controle (C1), mostrando as vilosidades com aspecto
normal (aumento de 100X). (B2) Micrografia do ceco de um animal do grupo G1. Nota-
se a extensa destruição da mucosa intestinal, infiltrado inflamatório difusamente
distribuído na mucosa e intensa quantidade de células eritrocíticas, caracterizando uma
tiflite necro-hemorrágica (aumento de 100X)...............................................................107

Figura 4: Lâminas coradas pelo técnica de coloração de esporos (Wirtz-Conklin). (A)


Cultura após 72 horas de incubação. Observar a presença de células vegetativas
(bastonetes rosados) e esporo livres ou ainda ligados a célula mãe (corados pelo verde-
malaquita). (B) Suspensão de esporos. Observar a presença apenas de esporos livres do
corpo celular (aumento de 1000X)...............................................................................108

Figura 5: Sobrevivência de hamsters durante o período de observação de 30 dias dos


grupos de animais inoculados com diferentes concentraçoes de esporos da estirpe
ATCC9689 (A1 a A4) de Clostridium difficile e do grupo
controle..........................................................................................................................110

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RESUMO

O objetivo do presente estudo foi: (1) padronizar um protocolo de detecção das toxinas
A/B em cultura de célula; (2) avaliar kits comerciais de ensaio imunoenzimático
(ELISAs) para diagnóstico da infecção por Clostridium difficile (ICD) em humanos,
potros e suínos; (3) avaliar a ocorrência de ICD em potros, leitões e carnívoros
silvestres; (4) avaliar os ribotipos e a susceptibilidade antimicrobiana de estirpes de C.
difficile isoladas de diversas origens; (5) padronizar um modelo de ICD em hamsters
sírios. O teste de citotoxicidade celular padronizado permitiu a detecção das toxinas
A/B em amostas de fezes, tornando-se uma opção para o diagnóstico e permitindo a
avaliação de outros métodos de diagnóstico. Todos os ELISAs testados apresentaram
baixa sensibilidade (<61%) e especificidade acima de 90% para amostras de seres
humanos. Dessa forma, aproximadamente um em cada três pacientes com ICD seriam
erroneamente indicados como negativos por tais testes no hospital avaliado. De forma
semelhante, para amostras de suínos os kits de ELISA também apresentaram uma baixa
sensibilidade (<60%), sugerindo que tais testes não seriam adequados para o
diagnóstico individual em leitões. Já para potros, a alta sensibilidade e especificidade
(acima de 90 e 94%, respectivamente) apresentada pelos kits sugere que esses possam
ser uma boa opção para o diagnóstico de diarreia por C. difficile nessa espécie. A ICD
foi diagnosticada, pela primeira vez no Brasil, em potros e leitões. Mais de 50% das
granjas de suínos avaliadas possuiam pelo menos um leitão diagnosticado com ICD,
sugerindo uma grande disseminação da doença. Em potros, foi possível perceber que a
pouca familiaridade dos clínicos com a ICD levava a uma antibioticoterapia errônea
com consequente agravamento dos sinais clínicos. Pela primeira vez no mundo a doença
foi confirmada em um felino silvestre. Foram encontrados 13 ribotipos de C. difficile,
sendo que, em vários casos, o mesmo ribotipo foi encontrado em seres humanos e
animais. Todas as estirpes avaliadas apresentaram alta susceptibilidade ao metronidazol,
vancomicina e florfenicol, enquanto 7,4%, 9,3%, 25,9% e 37,0% foram consideradas
resistentes a oxitetraciclina, penicilina, tilosina e eritromicina, respectivamente. O
modelo de ICD foi padronizado em hamsters sírios, tornando-se uma opção para
estudos futuros sobre patogenia da doença e métodos de tratamento e prevenção. Como
conclusão, o presente estudo confirma a ICD como uma importante causa de diarreia em
animais e humanos no Brasil e reforça a necessidade de mais trabalhos focando em
novos métodos de diagnóstico e de controle da doença em animais domésticos e
humanos.

Palavras-chave: Clostridium difficile, nosocomial, diarréia, zoonose

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ABSTRACT

The aim study was to: (1) develop the detection of A/B toxins in cell culture assay; (2)
evaluate three commercial enzyme immunoassays (EIAs) for diagnosis of CDI in
humans, foals and piglets; (3) evaluate the frequency of CDI in humans, in piglets, in
foals and in wild carnivores; (4) evaluate the ribotypes and antimicrobial susceptibility
of C. difficile strains from various sources; (5) develop an model of CDI in Syrian
hamsters. The standardized cell culture assay was able to detect A/B toxins from stool
samples, becoming an option for the diagnosis of CDI and allowing the evaluation of
other diagnostic methods. All EIAs tested showed a high sensitivity and specificity
(always above 90 and 94%, respectively) for foals’ samples, whereas for humans´ and
piglets´ samples the low sensitivity (under 60%) of all EIAs tested suggest that they are
not a good option for individual diagnosis in this species. In piglets and foals, the
disease was confirmed for the first time in Brazil and more than 50% of sampled farms
had at least one positive piglet, suggesting a great dissemination of the disease in swine.
A marked unfamiliarity of disease in foals was seen by clinicians, commonly leading to
worsening of clinical status of animals by wrong antibiotic therapy. For the first time,
the disease was confirmed in wild felids. Thirteen different ribotypes were found and
the commonly the same ribotype was isolated from animals and humans. All C. difficile
strains were susceptible to metronidazole, vancomycin, florfenicol, whereas 7.4%,
9.3%, 25.9% and 37.0% were considered resistant to oxytetracyclin, penicillin, tylosin
and erythromicyn, respectively. An animal model of ICD was developed in hamsters
(Mesocricetus auratus) and now can be used for future pathogenesis, treatment and
prevention CDI studies. As a conclusion, the present study confirms ICD as a important
cause of diarrhea in animals and humans in Brazil. In addition, it highlighted the need of
more studies about diagnosis and control methods of this disease.

Keywords: Clostridium difficile, nosocomial, diarrhea, zoonosis

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1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS

Clostridium difficile é um bastonete Os objetivos do presente estudo foram:


Gram-positivo, anaeróbio obrigatório e (1) padronizar um protocolo de
pode esporular em condições adversas. detecção das toxinas A/B em cultura de
Considerado um patógeno emergente, é célula; (2) avaliar três kits comerciais de
atualmente responsável pela maioria dos ensaio imunoenzimático (ELISAs) para
casos de diarreia nosocomial e colite diagnóstico de infecção por Clostridium
pseudomembranosa em seres humanos difficile (ICD) em seres humanos
(Balassiano et al., 2011). Em animais internados no Hospital das Clínicas da
domésticos, a infecção por C. difficile é UFMG, em potros e em suínos; (3)
comum em suínos e equinos, ocorrendo avaliar a ocorrência de ICD em potros,
também em cães, bovinos e animais de leitões e carnívoros silvestres no Brasil;
laboratório como cobaios, coelhos e (4) avaliar os ribotipos e a
hamsters (Bartlett, 2009). Em leitões, susceptibilidade antimicrobiana de
com a melhoria no controle de agentes estirpes de C. difficile isoladas de
clássicos causadores de diarreia, C. diversas origens; (5) padronizar um
difficile emergiu como um importante modelo de ICD em animais de
patógeno entérico. Hoje, este é laboratório.
considerado a principal causa não
controlada de diarreia neonatal nos 3. LITERATURA CONSULTADA
Estados Unidos da América (EUA) e
Europa (Songer, 2010). 3.1 Histórico

No Brasil, até o ano de 2011 inexistiam C. difficile foi isolado pela primeira vez
relatos da doença em animais a partir de fezes e mecônio de bebês
domésticos. Desde então, estudos recém-nascidos por Hall e O´Tolle em
comprovaram a infecção por C. difficile 1935. Pela dificuldade encontrada no
em suínos, potros e cães (Silva et al., isolamento e pela morfologia do
2011; Preis et al., 2012; Silva et al., microrganismo, os autores o chamaram
2012; Silva et al., 2013a; Silva et al., inicialmente de Bacillus difficilis. Como
2013b). Além disso, estudos recentes aquele microrganismo ainda não era
também mostraram que as estirpes reconhecido como um patógeno, poucos
isoladas de seres humanos com infecção estudos foram publicados até a década
por C. difficile apresentam grande de 70. A partir desse período, a
semelhança genética com as estirpes clindamicina passou a ser extremamente
isoladas de animais (Jhung et al., 2008; utilizada em seres humanos no combate
Norman et al., 2011), levantando a a infecções por microorganismos
hipótese de uma zoonose. Apesar da anaeróbicos e, concomitante ao seu uso,
importância crescente da infecção por relatos de diarreia e colite
C. difficile, existe um forte pseudomembranosa surgiram (Lyerly et
desconhecimento com relação aos al., 1988). Iniciou-se uma intensa busca
métodos de diagnóstico tanto para seres pelo agente causal, sendo então
humanos quanto para animais, demonstrado que C. difficile estava
dificultado decisões clínico- presente em grande quantidade nas
epidemiológicas. Além disso, inexistem fezes de pacientes com colite
imunoprofiláticos disponíveis para pseudomembranosa e diarreia
prevenção e controle da doença para nosocomial (George et al., 1978). A
animais domésticos. partir desta constatação, C. difficile tem
sido incriminado como o principal

16
agente causador de diarreia associada a espécies de roedores (Green, 1974). Já
antibioticoterapia em seres humanos. em suínos e equinos, o isolamento de C.
Relatos recentes sugerem um aumento difficile foi relatado pela primeira vez
da morbimortalidade em diversos países na década de 80 (Jones e Hunter, 1983;
(Samie et al., 2008). Dados com relação Ehrlich et al., 1984), mas somente em
ao impacto da doença ainda são meados da década de 90 este
escassos, mas estima-se que apenas nos microrganismo ganhou maior
Estados Unidos ocorram cerca de três repercusão como um causador de
milhões de casos anualmente, diarreia nestas duas espécies (Songer,
implicando em um custo de 1,1 bilhão 2010).
de dólares no tratamento (Gellad et al.,
2007). Relatos de infecções por C. difficile já
foram descritos em várias outras
Trabalhos com C. difficile em seres espécies domésticas como coelhos,
humanos e animais são escassos em bovinos e até felinos (Martins et al.,
toda a América Latina (Balassiano et 2001; Weese et al., 2001; Bano et al.,
al., 2012). No Brasil, destacam-se um 2008). Porém, nestas espécies a
relato de um surto hospitalar ocorrência de desordens
(Balassiano et al., 2010) e um recente gastrointestinais relacionadas a este
levantamento de prevalência de diarreia agente parecem incomuns. Atualmente,
nosocomial em um hospital inúmeros trabalhos visam a
universitário no Rio de Janeiro padronização de métodos de diagnóstico
(Balassiano et al., 2011). Tais trabalhos e avaliação da hipótese de C. difficile
confirmam a importância da doença e ser um agente zoonótico, enquanto
reforçam a necessidade de mais estudos outras pesquisas têm buscado
para elucidar a real situação da infecção imunoprofiláticos para a prevenção da
por C. difficile em seres humanos no diarreia causada por este microrganismo
Brasil. emergente.

Em animais, a infecção por C. difficile 3.2 Patogenia


foi relatada pela primeira vez em
cobaios (Cavia porcellus) por Hambre A patogenia da diarreia por C. difficile
et al. (1943) em um estudo onde o ainda é bastante obscura na maioria dos
objetivo inicial era avaliar o potencial animais. Acredita-se que a infecção
do tratamento com penicilina em casos inicia-se pela ingestão dos esporos
de mionecroses clostridiais, doença oriundos principalmente de animais
comum na época devido a ferimentos infectados ou portadores saudáveis. Em
em soldados na segunda guerra geral, a microbiota intestinal impede o
mundial. Para esta avaliação, induzia-se estabelecimento do agente, sendo que a
mionecrose com inoculação de C. infecção ocorre na ausência de uma
perfringens nos animais e testava-se o microbiota capaz de inibir a colonização
tratamento com diferentes doses de pelo microrganismo. Dessa forma,
penicilina. Porém, para surpresa dos comumente C. difficile coloniza o
pesquisadores, a administração de intestino após uma depleção dos
penicilina tornou-se mais letal que microrganismos intestinais causada pela
própria mionecrose por C. perfringens antibioticoterapia, ou previamente ao
devido a quadros de enterocolite grave. estabelecimento completo da
Estudos posteriores indicaram que microbiota, como ocorre em leitões nas
vários outros antimicrobianos causavam primeiras horas de vida (Båverud,
o mesmo efeito em cobaios e em outras 2002). Em seres humanos, equinos e

17
cães existe também a possibilidade da maior gravidade da doença em
exacerbação do crescimento de estirpes pacientes infectados por estirpes
já presentes no organismo dos produtoras da toxina binária (Rupnik et
portadores saudáveis, ainda pelo mesmo al., 2005). De acordo com Gonçalves et
mecanismo de comprometimento da al. (2004), a toxina binária pode agir
microbiota intestinal (Båverud, 2002; sinergicamente com as toxinas A/B,
Hopman et al., 2011). aumentando a despolimeralização do
citoesqueleto por um mecanismo
Uma vez no intestino, estirpes complementar, agravando o quadro
toxigênicas de C. difficile produzem clínico e exacerbando os sintomas.
duas toxinas: a toxina A (enterotoxina) Além da desorganização celular, esta
e toxina B (citotoxina). A lesão no toxina parece formar protusões nas
intestino parece ser iniciada pela toxina células alvos com consequente
A, que possui receptores na lâmina extravasamento de material do citosol,
basal das células epiteliais. Ocorre formando uma malha densa na
quebra das junções celulares, superfície celular que facilitaria a
permitindo a ação da toxina B, cujos adesão e multiplicação de C. difficile no
receptores, acredita-se, encontram-se na intestino (Schwan et al., 2009).
região baso-lateral do epitélio,
amplificando a lesão. Ambas, depois de 3.3 A Doença Em Seres Humanos
internalizadas por endocitose, causam
condensação da actina culminando com Apesar de ter sido isolado pela primeira
a desorganização do citoesqueleto, vez em 1935, somente na década de 70
arrendondamento celular e eventual C. difficile foi reconhecido como um
apoptose (Lyerly et al., 1988). Com a patógeno para seres humanos. Desde
lesão do epitélio intestinal, as toxinas então C. difficile passou a ser a principal
podem ganhar a circulação sistêmica, causa bacteriana de diarreia associada a
agindo também em outros órgãos. antibioticoterapia prolongada com
Ainda como conseqüência da destruição morbimortalidade crescente em diversos
das junções celulares, há uma intensa países (Samie et al., 2008).
migração leucocitária intestinal que
resulta na formação da Durante a década de 90, a incidência
pseudomembrana característica da dessa infecção nos EUA permaneceu
doença em seres humanos (Hookman et estável, tendo sido registrados cerca de
al., 2009). 30-40 casos por 100.000 indivíduos.
Porém, em 2001, esse número
Uma terceira toxina, a toxina binária, aumentou para 50 e, em 2005, já se
vem chamando a atenção dos observava 84 casos por 100.000
pesquisadores e clínicos, sendo muito indivíduos. De acordo com Gellad et al.
semelhante às outras toxinas binárias (2007), ocorrem cerca de três milhões
produzidas por bactérias do gênero de casos anualmente neste país,
Clostridium, como a toxina iota, implicando em um custo de 1,1 bilhões
produzida pelo C. perfringens tipo E, e de dólares para o tratamento. A
a toxina C2, produzida pelo C. mortalidade associada à infecção
botulinum tipo C (Samie et al., 2008). também tem aumentado, assim como
Muito tem sido discutido com relação à maior resistência ao tratamento
importância clínica da toxina binária, antimicrobiano convencional. Em dois
mas o real significado deste fator de levantamentos epidemiológicos sobre a
virulência ainda é desconhecido. Em causa de óbitos de pacientes internados
seres humanos, estudos relatam uma em hospitais na Inglaterra, a colite

18
pseudomembranosa foi a principal pouco robustos. O primeiro trabalho
causa de óbito em 499 pacientes no ano focado em diarreia nosocomial em
de 1999 e em mais de três mil pacientes adultos foi realizado em 2002 por
no ano de 2006 (Kelly e Lamont, 2008), Marcon et al. (2006), com um total de
sugerindo novamente a crescente 49 pacientes que desenvolveram
importância da doença. diarreia em unidades de tratamento
intensivo (UTIs). Desses, 22 (44,8%)
Acredita-se que o aumento do número foram diagnosticados com infecção por
de casos registrados deve-se ao uso, C. difficile. É interessante observar,
muitas vezes indiscriminado, de drogas ainda, que 86% dos pacientes
antimicrobianas, considerado o amostrados dividiam o ambiente com
principal fator de risco para essa outro paciente que também apresentou
infecção. Outros fatores predisponentes anteriormente diarreia nosocomial,
reconhecidos são idade avançada, sugerindo o alto potencial de
hospitalização ou a permanência em disseminação da doença.
instituições de cuidados de saúde
(Bartlett, 2009). Em 2009, Balassiano et al. publicaram
um estudo avaliando 21 pacientes com
Nos últimos anos, tem sido relatado o diarreia nosocomial após
surgimento de estirpes altamente antibioticoterapia de largo espectro. A
virulentas de C. difficile, destacando-se infecção por C. difficile foi confirmada
a estirpe NAP1/027. O uso disseminado em 6 dos 21 pacientes (28,5%), sendo
de fluoroquinolonas parece estar possivel isolar o agente em quatro
relacionado ao surgimento de tal estirpe desses. As quatro estirpes isoladas
e o isolamento dessa tem sido cada vez foram positivas para os genes das toxina
mais relacionada a surtos graves A (tcdA) e B (tcdB), mas negativo para
sobretudo em países desenvolvidos, o gene da toxina binária (cdtB). Duas
com uma frequência de isolamento de 8 estirpes pertenciam ao ribotipo 014,
e 36% nos EUA e na Europa, enquanto outras duas foram
respectivamente (Cheknis et al., 2009). caracterizadas como ribotipo 106. Até
Ainda não existem evidências desta então, a detecção de estirpes do ribotipo
estirpe no Brasil, e em toda a America 106 nunca tinha ocorrido fora do Reino
Latina esta estirpe foi, até o momento, Unido, o que novamente sugere a
encontrada apenas na Costa Rica disseminação das estirpes de C. difficile.
(Balassiano et al., 2012). De acordo
com Balassiano et al., (2012), o Recentemente, um levantamento mais
potencial de propagação mundial da completo e de longa duração foi
infecção por C. difficile demonstra a relatado por Balassiano et al. (2010) em
necessidade de estudos epidemiológicos uma UTI de um hospital universitário
com intuito de se caracterizar as estirpes no Rio de Janeiro. Durante o período de
circulantes. Outros autores destacam a 2006 a 2009, ocorreram 218 casos de
necessidade de uma maior diarreia nosocomial, sendo que 43
sensibilização e vigilância dos (19,7%) foram confirmados como
profissionais de saúde mesmo em países infecção por C. difficile. O período mais
onde surtos com a estirpe NAP1/027 crítico foi entre 2007 e 2008, quando o
ainda não ocorreram. hospital vivenciou um surto. Neste
período, 101 amostras foram coletadas e
No Brasil, são raros estudos sobre a em 32 (31,5%) delas foram detectadas
infecção por C. difficile em seres as toxinas A/B. Aproximadamente 80%
humanos e, em geral, os trabalhos são dos pacientes infectados possuiam mais

19
de 65 anos, todos encontravam-se com baixo desenvolvimento corporal e
algum grau de imunocomprometimento edema de mesocólon. Raramente podem
e sob antibioticoterapia. Quatro estirpes ser observados outros sinais, como
foram isoladas, três de pacientes e uma hidrotórax, dificuldade respiratória,
do ambiente hospitalar. Todas as quatro, edema escrotal, facial e até ocorrência
pertencentes aos ribotipos 038 e 135, de morte súbita (Songer e Uzal, 2005).
foram positivas para os genes tcdA e Em granjas acometidas, cerca de 30%
tcdB e negativas para o gene relativo a dos animais apresentam-se positivos
toxina binária (cdtB). para a presença das toxinas A/B,
podendo chegar a 100% em alguns
O último trabalho, até o momento, no casos (Songer et al., 2004). É
Brasil foi conduzido por Balassiano et importante salientar que apenas parte
al. (2011). Todos os pacientes recebiam dos animais infectados apresentam
antibioticoterapia de largo espectro e diarreia, com consistência pastosa a
eram considerados imunodeprimidos. aquosa. A simples ausência de conteúdo
Dos 70 pacientes com diarreia diarréico no cólon não descarta a
nosocomial, 19 (27,1%) foram possibilidade de infecção, sendo a
confirmados com C. difficile. Desses, doença comumente subclínica nesta
foram isoladas oito estirpes de C. espécie (Yaeger et al., 2007)
difficile dos seguintes ribotipos: 010,
020, 133 e 233. É interessante observar Colite e edema de mesocólon (Figura
que quatro das oito (50%) estirpes 1C), principalmente quando este último
isoladas pertenciam ao ribotipo 133, é grave, são as alterações macroscópicas
descrito somente no Brasil até o que melhor se correlacionam com a
momento. Novamente nenhuma estirpe ocorrência de infecções por C. difficile
foi positiva para o gene relativo a toxina em leitões (Yaeger et al. 2002). Deve-se
binária, algo até então inédito no Brasil. enfatizar porém que, em uma granja
afetada, é comum encontrar vários
3.3 A Doença Em Animais leitões aparentemente saudáveis porém
Domésticos positivos para detecção das toxinas A/B
e com lesões intestinais típicas quando
3.3.1 Suínos submetidos a uma avaliação
histopatológica (Songer e Uzal, 2005;
As infecções por C. difficile (ICD) em Yaeger et al., 2007). Em razão disso, a
suínos ocorrem quase exclusivamente avaliação microscópica é extremamente
em leitões com até sete dias de idade. valiosa para a confirmação do
Ao contrário de seres humanos, o diagnóstico epidemiológico em suínos.
desenvolvimento da doença nesta
espécie pode não estar necessariamente Em animais positivos comumente é
correlacionada com a utilização de possível observar supuração na lâmina
antibióticos (Songer e Uzal, 2005). própria do cólon, edema, infiltrado de
células inflamatórias mononucleares e
C. difficile encontra-se disseminado no neutrófilos na serosa e mesentério,
ambiente, é potencialmente eliminado redução marcante do número de células
nas fezes pelas porcas e a colonização caliciformes, além da lesão típica
do intestino dos leitões ocorre nas conhecida como “forma de vulcão”
primeiras horas de vida (Hopman et al., (Figura 1D), devido ao extravazamento
2011). Clinicamente, a infecção por C. de neutrófilos por pequenas ulcerações
difficile em leitões é caracterizada pelo na mucosa (Keel e Songer, 2006)

20
Figura 1(A) – Coloração de Gram de uma cultura de Clostridium difficile. Bastonetes Gram-positivos
com esporos. (B) – Detalhe de um esporo subterminal de C. difficile ainda com o corpo celular. (C) –
Leitão: edema de mesocolon em um leitão acometido por C. difficile. (D) – Leitão. Colon. Redução
severa das células caliciformes e enterite neutrofílica necrozante com intensa infiltração de neutrófilos da
lamina própria para o lumen intestinal (400X). Figuras 1C e 1D foram adaptadas de Cruz-Junior et al.
(2013) e Silva et al. (2013b).

Nos Estados Unidos, o exame de 1000 sugerindo uma grande disseminação da


leitões com enterite revelou a presença doença. Em um trabalho realizado por
das toxinas A/B em 34,1% dos animais Cruz-Junior et al. (2013) em Minas
sem o envolvimento de outro patógeno Gerais, avaliou-se a presença dos
(Songer e Anderson, 2006). Em outros principais agentes causadores de
24,3% foi possível identificar as toxinas diarreia neonatal em suínos (rotavírus,
A/B em associação a detecção de outro Escherichia coli enterotoxigenica,
patógeno, tais como rotavirus, C. Isospora suis, Clostridium perfringens e
perfringens e Escherichia coli C. difficile) foram encontradas as
enterotoxigênica, demonstrando a toxinas A/B e/ou lesões histológicas
possibilidade de coinfecção com outros características de C. difficile em 50%
agentes. No Brasil, um levantamento dos animais. Estes resultados sugerem,
realizado no Rio Grande do Sul de forma semelhante ao relatado no
encontrou aproximadamente 16% de EUA e Europa, uma queda na
animais positivos para as toxinas A/B prevalência dos agentes clássicos
(Lippke et al., 2011), resultado causadores de diarreia e uma crescente
semelhante ao relatado em Minas importância de C. difficile como
Gerais (Silva et al., 2011). Neste último patógeno entérico, confirmando a
estudo, 53% das granjas amostradas infecção por este agente como uma das
tiveram pelo menos um animal positivo,

21
principais causas de diarreia neonatal (2012) descreveram um caso de enterite
em suínos na atualidade. por C. difficile em um animal de 12 dias
de vida, associada a candidíase e
3.3.2 Equinos antibioticoterapia prolongada. Em
ambos relatos, houve uma suspeita
Em equinos, a infecção por C. difficile inicial de salmonelose, sendo que
acomete principalmente potros com até apenas no primeiro relato houve
cinco meses de idade, sendo diagnóstico laboratorial ante mortem, o
caracterizada por uma diarreia pastosa a que permitiu a alteração da
aquosa, com enterocolite necrotizante antibioticoterapia com foco na infecção
(Keel e Songer, 2006). Acredita-se que, por C. difficile e restabelecimento dos
assim como em seres humanos, nesta animais. Já no relato descrito por Preis
espécie raramente a infecção ocorre de et al. (2012), a ausência de diagnóstico
forma espontânea, sendo normalmente laboratorial pode ter sido um agravante
associada a algum desequilíbrio da uma vez que a escolha dos antibióticos
microbiota gastrointestinal, foi baseada na suspeita de salmonelose,
principalmente pela utilização de levando o animal a óbito.
antibióticos (Weese et al., 2000). Os
antimicrobianos comumente Estes trabalhos confirmaram a
relacionados ao desenvolvimento da ocorrência da doença em equinos no
infecção por C. difficile em equinos país e demonstram a necessidade do
incluem a eritromicina, ceftiofur, diagnóstico diferencial para as diarreias
norfloxacino, florfenicol, lincomicina e em potros, especialmente quando o
os beta-lactâmicos em geral (Båverud, início dos sinais clínicos ocorreram
2002; Preis et al., 2012; Silva et al., poucos dias após antibioticoterapia ou
2012). É interessante ressaltar que a em casos onde antimicrobianos
utilização de múltiplos antibióticos têm comumente utilizados para salmonelose,
sido associada a um maior risco de como ceftiofur, norfloxacina ou
desenvolvimento da infecção por C. florfenicol, não resultam em melhora
difficile em potros (Magdesian et al., clínica significativa.
2002; Preis et al., 2012). Clinicamente
os animais infectados apresentam-se Em equinos adultos, C. difficile tem
com diarreia, comumente profusa, sido relatado como um agente
desidratados, depremidos e com nosocomial causador de diarreia aguda
presença marcante de gás no intestino ou cólica durante a internação e após a
grosso (Båverud, 2002). antibioticoterapia prévia para alguma
outra doença (Båverud et al. 2002).
No Brasil, até o presente momento Porém, até o presente momento
trabalhos sobre a infecção por C. inexistem relatos de infecção por C.
difficile em potros limitam-se a duas difficile em equinos adultos no Brasil.
descrições de diagnóstico (Preis et al.,
2012; Silva et al., 2012), embora a 3.3.3 Cães
prevalência da doença, nesta espécie,
permaneça obscura pela ausência de A importância de C. difficile em cães
levantamentos epidemiológicos. Silva et diarréicos ainda não é totalmente
al. (2012) relataram a ocorrência de conhecida. Inicialmente, acreditava-se
diarreia em três animais de cinco meses ser este agente responsável apenas por
de idade, dois dias após a administração raros casos de diarreia crônica
de penicilina para tratamento de uma reicidivante (Berry e Levett, 1986;
possível pneumonia. Já Preis et al. Marks e Kather, 2003). Porém, o risco

22
de colonização cresce em animais não-internados e sem
significativamente com a hospitalização antibioticoterapia prévia.
e a infecção com estirpes toxigênicas de
C. difficile está correlacionada com o
desenvolvimento de diarreia (Struble et 3.4 Clostridium difficile como agente
al., 1994; Clooten et al., 2008). Estes zoonótico
fatos, associados á administração de
antibióticos e imunosupressivos, A hipótese de animais como
parecem favorecer a colonização reservatórios e transmissores de C.
intestinal por C. difficile em cães difficile para seres humanos foi
internados. De forma semelhante ao que levantada pela primeira vez em 1983
ocorre em seres humanos, sugere-se que por Borriello et al. ao realizarem o
o uso destes medicamentos, associado a isolamento do agente em fezes de cães e
internação, são os principais fatores de gatos. Desde então, essa hipótese
risco para desenvolvimento de diarreia permaneceu pouco lembrada. Com o
associada a C. difficile em cães, desenvolvimento e maior aplicação das
tornando-o um patógeno nosocomial técnicas de biologia molecular, estudos
também nessa espécie (Vaishnavi, com as estirpes de C. difficile de
2009). diversas origens tornaram-se comuns.
Entre essas técnicas, a mais utilizada
No Brasil, existe apenas um trabalho atualmente é a ribotipagem, proposta
sobre C. difficile que confirma a inicialmente por Gurtler et al. (1993). A
ocorrência da doença em cães (Silva et técnica permitiu a criação de uma
al., 2013a), onde foi realizado o biblioteca de mais de 160 padrões
isolamento e detecção das toxinas A/B (ribotipos) a partir de estirpes de C.
em cães diarréicos oriundos de um difficile isoladas de animais, seres
hospital veterinário e em animais humanos e do ambiente (Stubbs et al.,
aparentemente saudáveis, fora do 2000).
ambiente hospitalar. De forma
semelhante ao relatado em outros Através da técnica da ribotipagem,
trabalhos, Silva et al. (2013a) estudos recentes relataram que estirpes
encontraram uma associação de C. difficile isoladas a partir de
significativa entre a ocorrência de produtos cárneos compartilhavam
diarreia e a presença das toxinas A/B, grande semelhança com os isolados de
sugerindo a participação de C. difficile seres humanos com colite
em quadros entéricos nesta espécie pseudomembranosa, sugerindo uma
(Struble et al., 1994, Clooten et al., possível transmissão do agente por
2008). Os autores chamam atenção para alimentos de origem animal (Rodriguez-
a possibilidade de doença subclínica, Palácios et al., 2007; Songer et al.,
uma vez que parte dos animais 2009). A partir desses resultados,
aparentemente saudáveis foram alguns trabalhos foram conduzidos com
positivos para as toxinas A/B. o objetivo de avaliar a similaridade
entre estirpes isoladas de seres humanos
Apesar dos avanços dos estudos nos e de animais domésticos, sendo
últimos anos, mais pesquisas são observado que muitos ribotipos isolados
necessárias para esclarecer algumas de bovinos, suínos e cães eram os
questões relacionadas à infecção por C. mesmos encontrados em seres humanos
difficile em cães, destacando-se o papel com infecção por C. difficile (Arroyo et
deste agente como causador de diarreia al., 2005; Jhung et al., 2008).
Recentemente um estudo relatou que a

23
exposição ocupacional a suínos aumenta em cultura celular (“cell citotoxicity
significativamente a chance de assay”- CTA) é considerado pela
colonização pelo agente em seres maioria dos pesquisadores como o
humanos e as estirpes isoladas dos “método padrão-ouro” para o
trabalhadores e dos animais tinham o diagnóstico de infecções causadas por
mesmo ribotipo, reforçando a hipótese C. difficile. Várias linhagens celulares
de transmissão entre espécies (Norman podem ser utilizadas para detecção das
et al., 2011). Outro ponto que tem citotoxinas, sendo a Chinese Hamster
chamado a atenção é o grande aumento Ovary (CHO) a mais comumente
do isolamento do ribotipo 078 em seres utilizada e a African Green Monkey
humanos nos EUA e na Inglaterra. Essa Kidney (VERO) considerada a mais
estirpe é comumente isolada de bezerros sensível (Delmeé, 2001).
e corresponde a 83% dos isolados de
suínos no EUA (Keel et al., 2007). Este método consiste na inoculação do
filtrado de fezes em um cultivo celular e
Estes resultados reforçaram a hipótese a observação do efeito citopático,
de transmissão de C. difficile entre causado principalmente pela toxina B,
animais e seres humanos. Em paralelo a que é 1000 vezes mais citotóxica que a
esta suspeita, eventos recentes indicam toxina A (Ciesla e Bobak, 1998). A
mudanças na epidemiologia das leitura é realizada em 24 a 48 horas e a
infecções causadas por C. difficile, com confirmação é dada pela
ocorrência da doença em seres humanos soroneutralização do efeito citopático
saudáveis, sem prévia exposição a por anticorpos específicos contra as
ambiente hospitalar e até mesmo na toxinas A/B de C. difficile ou de C.
ausência de antibioticoterapia (Samie et sordellii (Delmeé, 2001).
al., 2008). Mais estudos são necessários
para confirmar a hipótese de infecção A CTA tem como principal vantagem a
por C. difficile como zoonose. Se alta sensibilidade e específicidade para
confirmada tal suspeita, a prevenção da detecção das toxinas A/B em fezes
doença (e até mesmo da colonização) (Doern et al., 1992). Por outro lado o
em animais domésticos poderá passar a resultado é demorado e permite
ser uma prioridade (Songer, 2010). processar apenas poucas amostras por
vez, quando comparado com outras
Estudos de ribotipagem de C. difficile técnicas como os kits comerciais de
no Brasil são escassos e restritos a ensaio imunoenzimático (ELISA) ou
estirpes isoladas de seres humanos imunocromatografia. Outro ponto
(Balassiano et al., 2009). Até o presente desfavorável é a necessidade de
momento, inexistem trabalhos manutenção de linhagens celulares, o
brasileiros avaliando a ribotipagem de que consome tempo, possui um custo
isolados de C. difficile de animais relativamente elevado e necessita de
domésticos, impedindo a avaliação da pessoal treinado (Post et al., 2002).
similaridade entre as cepas isoladas de
seres humanos e de animais no Brasil. Os kits comerciais para detecção das
toxinas A/B são de fácil execução e o
3.5 Diagnóstico resultado é rápido, sendo dado em
poucas horas. Infelizmente todos os kits
3.5.1 Detecção das toxinas disponíveis no mercado brasileiro são
importados, aumentando o custo do
A detecção da presença das toxinas A/B diagnóstico, além de serem
pela visualização do efeito citopático padronizados para a detecção das

24
toxinas A/B a partir de fezes de seres de 96% (Medina-Torres et al., 2010).
humanos, fazendo com que a Porém mais trabalhos são necessários
sensibilidade e especificidade sejam para elucidar o desempenho dos kits
extremamente variáveis entre eles e por comerciais para aplicação em espécimes
espécie animal. Deve ser ressaltado, clínicos de equinos, incluindo a
ainda, que alguns kits disponívels são avaliação entre amostras de potros e de
padronizados apenas para detecção da animais adultos, algo que não ocorreu
toxina A. A pesquisa de ambas as no relato de Medina-Torres et al.
toxinas é essencial uma vez que são (2010).
comuns relatos de infecção por C.
difficile, incluindo grandes surtos em Não existem estudos avaliando os kits
seres humanos, causados por estirpes comerciais presentes no mercado
variantes, produtoras apenas da toxina B brasileiro frente a amostras clínicas de
(Alfa et al., 2000; Kuijper et al., 2001). equinos, suínos ou cães, dificultando o
diagnóstico das infecções por C.
Trabalhos avaliando o desempenho de difficile nas espécies domésticas no
kits de ELISA para detecção das toxinas país. Tendo em vista a confirmação de
A/B sugerem que tais produtos seriam uma prevalência significativa da doença
de baixa eficiência para suínos na suinocultura e ainda a confirmação
(Anderson e Songer, 2008; Keessen et da infecção também em cães e equinos,
al., 2011). Em geral, os kits testados a avaliação de tais kits e a padronização
apresentam sensibilidade ou do diagnóstico da infecção por C.
especificidade baixas. Porém, uma difficile em cada espécie doméstica será
exceção é relatada por Post et al. crucial para uma avaliação
(2002), ao encontrarem 91% de epidemiológica mais completa e
sensibilidade e 86% de especificidade implementação de medidas de controle
em um kit avaliado com fezes suínas. e tratamento mais efetivos.
Para fezes de cães, Couicha e Marks
(2006) avaliaram cinco kits comerciais 3.5.2 Isolamento e Reação em Cadeia
ELISA e também concluíram que todos da Polimerase (PCR)
eram inadequados devido a baixa
sensibilidade, que variou de 7 a 33% Após o estabelecimento do papel do C.
(Chouicha e Marks, 2006). Dessa difficile como principal causador de
forma, tanto para suínos quanto para colite pseudomembranosa e diarreia
cães, a utilização de kits comerciais nosocomial em seres humanos, George
parece ser inadequada para o et al. (1979) relataram a utilização de
diagnóstico. Especula-se, para ambas as um agar específico para isolamento:
espécies, que a sensibilidade e Ágar CCFA (Cefoxitina-Cicloserina-
especificidade dos kits de ELISA sejam Frutose-Ágar). Desde então, é o meio
comprometidas pela presença de mais utilizado para isolamento de C.
inibidores e de proteases fecais que difficile a partir de fezes (Delmeé,
diminuiriam a especificidade da ligação 2001). Várias modificações do ágar
e/ou causariam a degradação das CCFA foram propostas ao longo dos
toxinas nas fezes (Couicha e Marks, anos, entre essas, a adição de
2006). taurocolate ao CCFA (TCCFA)
demonstrou melhorar a recuperação de
Para equinos, apenas um kit foi avaliado C. difficile. O taurocolate é um sal
até o momento e a performance foi presente na bile de seres humanos e de
considerada adequada, com animais, sendo encontrado no intestino.
sensibilidade de 84% e especificidade Segundo Sorg e Sonenshein (2008),

25
esporos de C. difficile parecem ter importante uma vez que alguns
receptores para taurocolate, que trabalhos sugerem uma alta correlação
sinalizariam ao esporo o momento entre alguns tipos toxigênicos de C.
adequado para a germinação, difficile e uma maior gravidade da
aumentando assim o índice de doença em seres humanos e algumas
isolamento do agente (Ramirez et al., espécies de animais (Voth e Ballard,
2010). 2005; Arroyo et al., 2007).

Outra estratégia comumente utilizada Como C. difficile pode ser um habitante


para melhorar o isolamento de C. normal da microbiota intestinal, apenas
difficile é o choque com alcool absoluto, o isolamento não confirma a doença
onde volumes iguais de álcool e fezes tanto em seres humanos quanto em
são misturados por aproximadamente 30 animais domésticos (Ferreira et al.,
minutos antes do plaqueamento. O 2003; Arroyo et al., 2007; Yaeger et al.,
choque com álcool aumenta a 2007; Clooten et al., 2008). Em razão
sensibilidade do isolamento por disso, o isolamento era utilizado apenas
eliminar formas vegetativas e outras na condução de investigações
bactérias presentes nas fezes, epidemiológicas e avaliação da
permanecendo os esporos de C. difficile sensibilidade do microrganismo a
(Borriello e Honour, 1981). Ainda de antibióticos. Porém, estudos recentes
acordo com Songer e Uzal (2005), demonstraram que o isolamento seguido
algumas estirpes podem não crescer no da detecção dos genes tcdA e/ou tcdB
ágar TCCFA devido à susceptibilidade por PCR ou da avaliação da produção in
a um ou a ambos antibióticos utilizados vitro das toxinas A/B pela estirpe
no meio seletivo. (técnica conhecida como toxigenic
culture, ou TC) seria um teste com
Colônias de C. difficile podem ser correlação relativamente alta com a
reconhecidas por sua morfologia típica, ocorrência da doença.
aspecto conhecido como “vidro moído”:
colônias rizóides, irregulares de Com isso, muito têm-se pesquisado com
coloração acinzentada e odor relação ao potencial da TC como
característico, semelhante ao de fezes de “método ouro” para o diagnóstico em
equinos (Delmeé, 2001). Na coloração algumas espécies (Keessen et al., 2011).
de Gram é possível observar bastonetes Em geral, a técnica apresenta alta
Gram-positivos com esporos sensibilidade, mas sua especificidade é
subterminais (Figura 1A e 1B) variada. Ao que tudo indica, seria um
(Vaishnavi, 2009). Porém, além do teste interessante para triagem mas,
diagnóstico presumptivo pela assim como a CTA, o TC é laborioso e
morfologia colonial e tinturial, é necessita de um tempo relativamente
necessária uma confirmação da grande (no mínimo 72 horas) para a
identidade, sendo a PCR a técnica mais obtenção do resultado. Além disso,
utilizada para este fim. Além de inexiste um padrão de TC, dificultando
confirmar a identidade, a maioria das comparações de estudos sobre o
técnicas combina a detecção dos genes desempenho desse método.
codificadores da toxina A (tcdA), toxina
B (tcdB) e, eventualmente, a detecção Uma outra opção relatada para o
de outros fatores de virulência dignóstico, ainda pouco conhecida no
adicionais, como a toxina binária (cdtB Brasil, seriam kits comerciais de PCR
e cdtA) (Lemée et al., 2004; Silva et al., em tempo real (rPCR), também
2011). A pesquisa destes genes é conhecidos como testes de amplificação

26
de ácidos nucléicos (nucleic acid por grandes períodos e resistir à maioria
amplification test – NAAT), para dos desinfetantes, estes possuem alto
detecção do gene tcdB diretamente das potencial de contaminação ambiental,
fezes. Inexistem estudos avaliando a especialmente em hospitais (Buggy et
rPCR em amostras de equinos, mas al., 1983). A diminuição da
relatos sugerem que a rPCR apresenta contaminação e disseminação ambiental
grande sensibilidade para seres são essenciais, sendo o uso correto de
humanos e suínos (Schmidt e Gilligan, produtos contendo cloro ativo e a
2009; Keesen et al., 2011). Por outro higienização das mãos duas estratégias
lado, muito têm-se discutido com de extrema importância (Båverud et al.,
relação a especificidade, uma vez que 2003). Em equinos e cães, de forma
existe a possibilidade de portador semelhante ao que é feito na maioria
assintomático, o que geraria resultados dos hospitais humanos, o isolamento de
falso-positivos. Até o presente animais suspeitos também é essencial. É
momento, a proposta seria a utilização interessante salientar ainda que a
da rPCR como um primeiro teste de aplicação de álcool nas mãos para
triagem, sendo resultados positivos eliminação dos esporos desse
confirmados por CTA, TC ou kits microrganismo é ineficiente (Macleod-
comerciais de ELISA de alta Glover e Sadowski, 2010).
especificidade (Keessen et al., 2011).
Estudos com camundongos e hamsters
No Brasil atualmente o diagnóstico demonstraram que anticorpos contra as
laboratorial das infecções por C. toxinas A/B induzidos por imunização
difficile em humanos e animais é dado são capazes de prevenir a doença
pela detecção das toxinas A/B por (Corthier et al., 1991; Siddiqui et al.,
ELISA. Além disso, a avaliação 2012). Em seres humanos, um toxóide
histopatológica tem-se mostrado uma para prevenção das diarreias por C.
ferramenta auxiliar essencial para difficile encontra-se em fase final de
confirmação em suínos ou em casos de teste, tendo grande potencial para
óbito de equinos. Para suínos, quando utilização (Greenberg et al., 2012).
utilizado kits de ELISA de baixa Entretanto, o mesmo não pode ser dito
sensibilidade mas alta especificidade, há para as espécies domésticas, uma vez
ainda a possibilidade de múltipla que são raros estudos avaliando a
amostragem na granja suspeita, o que imunidade de equinos e suínos ao C.
parece aumentar significativamente a difficile e suas toxinas. Em um futuro
sensibilidade do teste (Keessen et al., próximo, a produção de um toxóide A/B
2011). Trabalhos avaliando os kits poderá ser um ponto essencial para o
comerciais de ELISA são essenciais controle das doenças associadas a C.
para verificar quais são adequados para difficile em animais.
o diagnóstico e quais os mais indicados
para cada espécie doméstica. Outra alternativa que poderá ser
utilizada futuramente para prevenção e
3.6 Tratamento e controle tratamento é a administração de estirpes
não-toxigênicas de C. difficile. Tal
O controle das infecções por C. difficile possibilidade foi levantanda por
nas espécies domésticas é baseado em trabalhos ao demonstrarem que seres
medidas gerais de manejo, uma vez que humanos e animais, previamente
inexistem vacinas disponíveis no colonizados por essas estirpes,
mercado brasileiro. Como os esporos de possuiam uma menor chance de serem
C. difficile podem permanecer viáveis infectados por uma estirpe toxigência e

27
de desenvolverem diarreia (Shim et al., destacam-se o Lactobacillus rhamnosus
1998; Clooten et al., 2008; Silva et al., e a levedura Saccharomyces boulardii,
2011; Silva et al., 2013a). Desde então, ambos com efeitos positivos
estudos avaliando o potencial da comprovados tanto em modelos de ICD
administração oral de estirpes não- em roedores quanto em estudos clínicos
toxigênicas para prevenção e tratamento com seres humanos. Já em equinos e
das infecções por C. difficile tem sido suínos são raros os trabalhos avaliando
desenvolvidos e um efeito protetivo foi o efeito de probióticos em casos de ICD
relatado em um trabalho com seres (Toothaker e Elmer, 1984; Kaur et al.,
humanos e com suínos (Songer et al., 2011; Zilberberg e Shorr, 2013).
2007; Songer et al., 2010).
Outra opção, usada até o momento
Inexistem trabalhos sobre a apenas em humanos, é o transplante de
susceptibilidade antimicrobiana de microbiota fecal. Nesse caso, um
estirpes de C. difficile isoladas de doador saudável, comumente um
animais domésticos no Brasil. Estudos parente próximo do paciente, cede o
com estirpes de C. difficile isoladas de conteúdo fecal que será transplantado
suínos nos EUA sugerem que tiamulina, por sonda nasogástrica ou colonoscopia
virginiamicina e tilosina, incluídos na para o paciente com ICD. Com isso,
alimentação dos animais, podem ser ocorre uma rápida recuperação da
úteis na profilaxia ou terapia (Songer e microbiota, que por sua vez inibe o
Anderson, 2006). Já em equinos e cães, crescimento e produção de toxinas de C.
além da terapêutica básica de suporte de difficile (Rubin et al., 2012).
animais diarréicos, preconiza-se a
imediata substituição do antibiótico que REFERÊNCIAS
precedeu a infecção por metronidazol,
primeira droga de escolha, ou ALFA, M.J.; KABANI, A.; LYERLY,
vancomicina (Tabaqchali, 1995; Jang et D. et al. Characterization of a toxin A-
al., 1997; Båverud, 2004). negative, toxin B-positive strain of
Clostridium difficile responsible for a
Em aproximadamente 20% dos casos de nosocomial outbreak of Clostridium
seres humanos com ICD ocorre difficile-associated diarrhea. J Clinic
recorrência do quadro clínico após o Microbiol., v.38, n.7, p.2706-2714,
término do tratamento com 2000.
metronidazol ou vancomicina. Muitas
vezes a recorrência da doença persiste ANDERSON, M. A; SONGER, J. G.
por longos períodos, sempre após a Clostridium difficile: an important
retirada do antimicrobiano, sendo pathogen of food animals. Anaerobe.,
necessário tratamentos alternativos para v.128, p.204-206, 2008.
recuperação da microbiota (Kaur et al.,
2011). Entre as alternativas, estudos ARROYO, L.G.; KRUTH, S.A.;
experimentais sugerem que alguns WILLEY, B.M. et al. PCR ribotyping of
probióticos podem auxiliar no Clostridium difficile isolates originating
tratamento das infecções por C. difficile from human and animal sources. J Med
por facilitar o restabelecimento da Microbiol., v.54, p.163-6, 2005.
microbiota, aumentar a resposta imune e
combater diretamente o patógeno e suas ARROYO, L.G.; STAEMPFLI, H.;
toxinas no intestino (Toothaker e Elmer, WEESE, J.S. Molecular analysis of
1984; Kaur et al., 2011). Entre os Clostridium difficile isolates recovered
microrgarnismos mais estudados

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34
4. CAPÍTULO 1: Padronização e avaliação de métodos de diagnóstico para
infecção por Clostridium difficile

4.1 Padronização da soroneutralização celular para detecção das toxinas A/B de


Clostridium difficile em fezes.

RESUMO

O diagnóstico da infecção causada por Clostridium difficile é baseado na detecção das


toxinas diretamente nas fezes, sendo a detecção do efeito citotóxico causado pelas
toxinas A/B em cultura de células (CTA) considerado o método “ouro”. O objetivo do
presente trabalho foi padronizar um protocolo de CTA em células em monocamada
(CTAm) ou não-aderidas (CTAn) para detecção das toxinas A/B em fezes. Pool de
fezes inoculadas com as toxinas A/B foram submetidas a variadas concentrações de
células VERO e de antitoxinas de C. sordellii, sendo ambos os métodos padronizados
com 8x103 células por poço e 0,1UI de antitoxina por poço. Após a padronização,
amostras sabidamente positivas foram submetidas a CTAm e CTAn e títulos idênticos
foram obtidos em ambos os métodos. Os protocolos padronizados de CTAm e CTAn
mostraram-se eficientes para detecção das toxinas A/B em amostras de fezes, tornando-
se uma opção para o diagnóstico das infecções por C. difficile em seres humanos e
animais.

Palavras-chave: diarreia, soroneutralização celular.

INTRODUÇÃO doença na rotina laboratorial (Silva et


al., 2011; Silva et al., 2012)
Clostridium difficile é um bastonete
Gram-positivo, anaeróbio obrigatório O diagnóstico da infecção causada por
comumente encontrado no intestino de C. difficile é baseada na detecção das
mamíferos. Hoje, C. difficile é o toxinas diretamente nas fezes por
principal causador de colite ensaios imunoenzimáticos (ELISA) ou
pseudomembranosa em seres humanos, pela detecção do efeito citotóxico
ocorrendo cerca de três milhões de causado pelas toxinas A/B em cultura
casos anualmente nos EUA, implicando de células, método conhecido como
em um custo de 1,1 bilhão de dólares no citotoxicidade celular (CTA) (Ciesla e
tratamento (Gellad et al., 2007). Bobak, 1998). A CTA tem como
principal vantagem a alta sensibilidade
Em medicina veterinária, C. difficile é e específicidade, sendo por isso
um importante agente causador de considerado o “padrão-ouro” (Doern et
diarreia em potros e equinos adultos al., 1992). Existem diversos protocolos
(Båverud et al., 1998). Em suínos a de CTA, com variações na linhagem
infecção por este agente é hoje a celular, concentração total de células
principal causa não-controlada de utilizadas, tempo de incubação e
diarreia neonatal nos EUA e Europa diluição dos espécimes clínicos. A
(Songer e Anderson, 2006). No Brasil, grande maioria dos protocolos de CTA
estudos recentes comprovaram a utilizam a inoculação de diluições do
ocorrência da doença em suínos e filtrado fecal na monocamada celular
equinos, demonstrando a necessidade de (CTAm), enquanto para outros agentes
implementação do diagnóstico da clostridiais comumente a inoculação

35
ocorre diretamente nas células em futuras avaliações do desempenho de
suspensão, não aderidas (CTAn) kits comerciais de ELISA.
(Schleupner et al., 1995; Delmée, 2001;
van der Berg et al., 2005; Salvarani et MATERIAL E MÉTODOS
al., 2010). Como vantagem, a CTAm
permite a armazenagem de placas já Produção das toxinas A/B
com a monocamada, aumentando a
velocidade do processamento quando da Para a produção do sobrenadante
chegada de amostras. Porém, o contendo as toxinas A/B, foi utilizado
consumo de reagentes e de materiais é um biorreator de bancada1 com volume
maior, elevando o custo do diagnóstico. da dorna de 7,5L. O biorreator é
Já a CTAn, possui um custo um pouco provido de uma turbina do tipo pitched-
mais baixo e um protocolo mais blade, com controle programável de
simples, sendo mais adequado para uma velocidade de agitação, mantida a 200
rotina laboratorial onde poucas amostras rpm, temperatura, mantida a 37°C e pH,
são processadas por semana. mantido a 7,0. Para estabelecimento de
um ambiente de anaerobiose,
Por outro lado, independente do borbulhou-se gás nitrogênio durante 30
protocolo de CTA utilizado, o resultado minutos antes do início da fermentação.
é relativamente demorado (24 a 48
horas) e a técnica exige manutenção de Para produção do inóculo e para
linhagens celulares (Delmeé, 2001; Post fermentação bacteriana (produção das
et al., 2002). Já o ELISA, método mais toxinas A/B), utilizou-se meio Brain
comumente empregado para o Heart Infusion (BHI)2. Após
diagnóstico em seres humanos e crescimento por 24 horas, o inóculo foi
animais, permite um processamento de transferido na proporção de 10% (v/v)
várias amostras simultaneamente e o para o meio BHI no biorreator e a
resultado é dado em poucas horas fermentação foi realizada de acordo
(Delmée, 2001). Todos os kits de com Popoff (1987). Após crescimento,
ELISA disponíveis no mercado os cinco litros da cultura foram
brasileiro foram padronizados para centrifugados a 10.000 x g por 40
utilização a partir de fezes humanas, minutos e o sobrenadante concentrado
sendo necessários estudos para 50 vezes por ultrafiltração em sistema
avaliação da sensibilidade e Pellicon3 com membrana de retenção de
especificidade para o diagnóstico a 100 KDa, até obtenção de um volume
partir de espécimes clínicos de animais. final de aproximadamente 10 mL. A
Até o presente momento, nenhum dos toxina concentrada foi submetida a um
kits disponíveis no mercado brasileiro ELISA4 nas diluições 1:10, 1:100 e
foi avaliado com fezes de animais 1:200 para confirmação da presença das
domésticos, permanecendo a dúvida toxinas A/B.
com relação à adequação desses
produtos para utilização no diagnóstico A dosagem protéica do concentrado
das infecções por C. difficile nestas contendo as toxinas A/B foi realizada
espécies. por dois métodos: em equipamento

O presente estudo tem como objetivo


padronizar uma soroneutralização 1
BioFlo 110 - New Brunscwick Scientifc CO.,
celular para detecção das toxinas A e B Inglaterra.
de C. difficile, disponibilizando-a para o 2
Difco Laboratories, EUA.
diagnóstico em diversas espécies e para 3
Millipore CO., EUA.
4
C. difficile Tox A/B II - Techlab Inc, EUA

36
Nanovue5 com leitura a 280nm e Padronização da citotoxicidade
utilizando volume de 5 µl da toxina e celular em monocamada (CTAm) e
pelo método de Bradford6 com leitura em células não aderidas (CTAn)
em espectofotômetro7 a 595nm.
Foi utilizada a linhagem celular VERO
Inoculação das toxinas A/B em (ATCC CCL-81) cultivada no meio
amostras de fezes essencial mínimo (MEM)8,
suplementado com 5% (v/v) de soro
Foram coletadas amostras de dez leitões fetal bovino (SFB)8, penicilina
com sete dias de vida e de fezes de (40.000UI/mL) e estreptomicina
quatro equinos adultos e um potro de (20.000UI/mL) (Salvarani et al., 2010).
cinco meses de idade. Todos os animais A linhagem celular foi cultivada em até
encontravam-se aparentemente a confluência mínima de 90%, em
saudáveis e os equinos não possuiam estufa úmida com atmosfera controlada
histórico de desordens gastrointestinais de 5% CO2 a 37°C. Para ambos os
nos últimos dois meses. As amostras métodos, foram avaliadas as seguintes
foram negativas para as toxinas A/B por concentrações celulares: 1,0x103,
ELISA e para o isolamento de C. 4,0x10 , 8,0x10 , 1,0x10 , 1,5x104,
3 3 4

difficile. Para formação do pool de 2,0x104, 3,0x104 , 4,0x104, células por


suínos (pool 1) e de equinos (pool 2), poço. Os anticorpos anti-toxinas de
quantidades iguais de fezes dos animais Clostidium sordellii9 foram testados nas
foram misturadas e homogeneizadas. seguintes concentrações: 0,01; 0,02;
Para o pool 1, adicionou-se dois gramas 0,04; 0,08; 0,1; 0,2; 0,3 UI por poço.
de fezes de cada suíno, enquanto que
para o pool 2, adicionou-se 4 gramas de Para o teste CTAn, baseado em
fezes de cada equino, totalizando 20 Salvarani et al. (2010), uma placa de 96
gramas para cada. Metade do volume de poços recebeu 100µl de sobrenadante
ambos os pools foram separados para fecal filtrado nos quatro primeiros
utilização como controle negativo, poços e o restante recebeu 50µl de
sendo aliquotados em microtubos e MEM. Procedeu-se a diluição seriada
armazenados a -20°C. A outra metade do material na base 2. Ao final,
foi utilizada para inoculação das toxinas adicionou-se 50µl de MEM nas duas
A/B. Os pools para controle positivo primeiras colunas e 50µl de MEM com
foram inoculados com 5 ml da cultura antitoxina de C. sordellii nas duas
contendo as toxinas A/B, colunas restantes. Após 60 minutos a
homogeneizados, aliquotados em 37°C, adicionou-se 50µl de cultivo
microtubos e armazenados a -20°C. contendo a quantidade celular adequada
por poço. As placas foram incubadas a
Para extração das toxinas, as fezes 37°C em estufa úmida com 5% de CO2
foram diluídas na proporção de 1:5 com por 24 horas.
salina tamponada e, após centrifugação
a 3000 x g por 20 minutos a 4°C, o Para o teste CTAm, baseado em van der
sobrenadante foi filtrado em membrana Berg et al. (2005), uma placa de 96
de 0,22µm (Delmée, 2001). poços recebeu, nos quatro primeiros
poços, 100µl de cultivo contendo a
quantidade celular adequada por poço.
Após incubação overnight para
estabelecimento da monocamada, o
5
General Eletric Company, EUA
6 8
Proteoquant, Proteobras, Brasil MEM - Gibco laboratories, EUA
7 9
Modelo E225-D, CELM, Brasil NIBSC, Inglaterra

37
meio de cultivo foi retirado e adicinou- confirmando a presença das toxinas
se 50 µl de MEM. Em outra placa de 96 A/B. A dosagem protéica do
poços, realizou-se a diluição seriada na concentrado foi de 30,2 e 25,6 µg/ml
base 2 do sobrenadante fecal filtrado. pela leitura em equipamento Nanovue
Ao final, adicionou-se 50µl de MEM (General Eletric Company, EUA) com
nas duas primeiras colunas e 50µl de leitura a 280nm e pelo método de
MEM com antitoxina de C. sordellii nas Bradfor, respectivamente.
duas colunas restantes. Após incubação
a 37°C por 60 minutos, o conteúdo foi Na padronização da concentração
transferido para a placa contendo a celular, a sensibilidade foi idêntica para
monocamada celular e incubado a 37°C as concentrações de 1x103 a 4x104
em estufa úmida com 5% de CO2 por 24 células por poço, porém concentrações
horas. menores que 8x103 células por poço
dificultavam a visualização do
O título, adaptado do relato de arredondamento celular, aumentando a
Schleupner et al. (1995) e expressado chance de erro na interpretação do
em efeito citotóxico por mililitro resultado. Com isso, a concentração
(EC/ml), foi considerado como a maior escolhida foi a de 8x103 células por
diluição onde houve 90% ou mais de poço, menor quantidade de células que
arredondamento celular, seguido de, no permitia uma fácil leitura e apresentava
mínimo, 90% de neutralização desse a maior sensibilidade no teste.
efeito na mesma diluição onde houve
adição de antitoxina Diversas linhagens celulares são
relatadas para o diagnóstico de infecção
Avaliação da CTAm e CTAn em por C. difficile por CTA. Em geral, as
amostras positivas linhagens Chinese Ovary Hamster,
HeLa e VERO tem sido as mais
Para avaliação do protocolo utilizadas. No presente estudo optou-se
padronizado de CTAn e CTAm, pela VERO por ser sabidamente a
amostras sabidamente positivas para as linhagem mais sensível às toxinas A/B
toxinas A/B foram submetidas a (Delmée et al., 2001; van der Berg et
extração e simultaneamente a CTAn e al., 2005). Além da linhagem celular, a
CTAm. Foram utilizadas oito amostras concentração de células por poço
positivas no ELISA10, sendo duas de também é um parâmetro extremamente
seres humanos, quatro de leitões e duas varíavel entre autores e trabalhos. A
de potros naturalmente infectados. concentração celular foi padronizada
Além dessas, foram incluídas quatro pela observação da sensibilidade da
amostras de hamsters sírios linhagem frente a amostras de fezes
(Mesocricetus auratus) inoculadas com as toxina A/B
experimentalmente infectados por C. produzidas in vitro e com amostras de
difficile, como preconizado por Sambol infecção natural em várias espécies. É
et al. (2002). interessante observar que houve pouca
variação dentro de um intervalo
RESULTADOS E DISCUSSÃO considerável de concentração celular,
uma vez que a linhagem Vero
A toxina concentrada apresentou apresentou a mesma sensibilidade
resultados positivos nas três quando utilizou-se 1x103 até 4x104
concentrações testadas no ELISA, células por poço. Dessa forma, mesmo
com uma concentração celular 40 vezes
maior, o efeito de arredondamento
10
C. difficile ToxA/B, Techlab, EUA

38
celular observado foi o mesmo após 1995; Delmée, 2001; Keessen et al.,
incubação a 24 ou 48 horas, 2011).
confirmando a alta sensibilidade da Outro ponto que chama atenção é a
linhagem celular as toxinas A/B de C. grande variação de parâmetros
difficile. utilizados para a determinação de
Em concentrações de 0,01 a 0,08 UI por positividade das amostras. Em alguns
poço, alguns espécimes clínicos relatos, a quantidade de arredondamento
apresentaram neutralização do efeito e de proteção varia entre 10, 30 e 50%,
citotóxico menor que 90% na última enquanto alguns autores citam até
diluição de leitura. A partir de 0,1 mesmo que qualquer diferença de
UI/por poço, todas as amostras proteção é considerada positividade
trabalhadas apresentaram ponto de corte (Schleupner et al., 1995; Delmée, 2001;
onde foi possível observar 90% ou mais Van den Berg et al., 2005; Keessen et
de arredondamento celular e, na mesma al., 2011). No presente estudo, o ponto
diluição, 90% ou mais de proteção de corte foi padronizado como a
quando da adição de antitoxina anti-C. diluição onde correu arredondamento
sordellii. A grande maioria dos maior que 90% seguido de proteção
trabalhos não descrevem a quantidade também maior que 90%, o que na visão
de anticorpo utilizada, dificultando do autor diminui a subjetividade do
comparações. Alguns autores utilizam diagnóstico e, consequentemente, a
anticorpos comerciais para diagnóstico possibilidade de resultados falso-
de C. difficile, informando apenas o positivos.
volume utilizado (Van der Berg et al.,
2005) enquanto em outros trabalhos os A tabela 1 resume os resultados de
autores apenas relatam a utilização de títulos encontrados na CTAn e CTAm
antitoxina de C. sordellii ou C. difficile para os controles e para as amostras
produzida in house (Schleupner et al., sabidamente positivas.

Tabela 1: Resultado de títulos obtidos, em efeito citotóxico por mililitro (EC/ml), no ensaio de
citotoxicidade celular em monocamada (CTAm) e em células não-aderidas (CTAn) para
amostras de fezes de seres humanos, leitões, hamsters e equinos sabidamente positivas para as
toxinas A/B de Clostridium difficile.

Título (EC/ml) x 103


Amostra Espécie
CTAm CTAn
S1 20,5 20,5
S2 5,1 5,1
Suínos
S3 20,5 20,5
S4 1,3 1,3
HAM1 20,5 20,5
HAM2 >81,9 >81,9
Hamsters1
HAM3 >81,9 >81,9
HAM4 >81,9 >81,9
PO1 10,2 10,2
Potros
PO2 10,2 10,2
H1 5,1 5,1
Seres humanos
H2 1,3 1,3
Pool 1 Suínos2 20,5 20,5
Pool 2 Equinos2 20,5 20,5
Controle Negativo 1 Suínos Negativo Negativo
Controle Negativo 2 Equinos Negavito Negativo
1
amostras de animais com infecção por C. difficile induzida experimentalmente. 2Amostras de fezes
inoculadas com toxinas A/B produzidas in vitro.

39
O título (EC/ml) foi o mesmo em todas al. (2011), os resultados encontrados
as amostras testadas, sugerindo que indicam que a leitura pode ser realizada
ambos os protocolos são adequados com apenas 24 horas.
para a detecção das toxinas A/B em
amostras de fezes. Não houve diferença A CTA padronizada torna-se uma opção
de resultados na leitura com 24 ou 48 para o diagnóstico das infecções por C.
horas. difficile em seres humanos e animais
domésticos. Além disso, a técnica será
A grande maioria dos trabalhos para útil para avaliações do desempenho de
detecção das toxinas A/B relata a kits comerciais de ELISA.
utilização da CTAm (Delmée et al
2001; van der Berg et al., 2005), AGRADECIMENTOS
protocolo mais demorado e mais
complexo quando comparado com a CNPq, Fapemig, CAPES, PRPq-UFMG
CTAn. O presente estudo sugere ambos e INCT. Agradecimentos á Profa Zélia
protocolos como aceitáveis para Inês P. Lobato pelo auxílio na
detecção das toxinas A/B e, de forma padronização do teste.
semelhante ao relatado por Keessen et

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41
4.2 Avaliação de kits comerciais de ELISA e da cultura toxigênica frente a
citotoxicidade celular para o diagnóstico de C. difficile em suínos e equinos.

RESUMO

Clostridium difficile é considerado uma das principais causas de diarreia em leitões e


potros. Apesar da crescente importância de C. difficile como enteropatógeno nestas
espécies, não existe consenso com relação ao diagnóstico laboratorial das infecções por
este agente em animais domésticos e o desempenho da maioria dos testes
comercialmente disponíveis é ainda desconhecido. O objetivo do presente trabalho foi
comparar o desempenho de três testes de ELISA e da cultura toxigênica frente a
citotoxicidade celular como “padrão ouro” para o diagnóstico da infecção por C.
difficile em leitões e potros. Com relação as amostras de leitões, todos os ELISAs
testados e a cultura toxigênica apresentaram baixa sensibilidade (entre 50 e 60%),
enquanto a especificidade variou entre 82 e 98%. Já para amostras de potros, os ELISAs
apresentaram 100% de sensibilidade e especificidade acima de 95%, enquanto que a
cultura toxigência apresentou 43% e 99% de sensibilidade e especificidade,
respectivamente. Esses resultados sugerem que os ELISAs e o protocolo de cultura
testados são de baixa sensibilidade para o diagnóstico da infecção por C. difficile em
leitões, se considerado o animal de forma individual. Já para potros, os kits de ELISA
parecem se uma boa opção diagnóstica devido a alta sensibilidade e especificadade
encontrados.

Palavras-chave: colite, enterite, zoonose.

INTRODUÇÃO comerciais são os testes mais


comumente utilizados para o
C. difficile é hoje considerado como a diagnóstico de ICD em seres humanos e
principal causa não controlada de animais (Medina-Torrez et al., 2010;
diarreia neonatal em suínos (Songer e René et al., 2012). Recentemente, a
Anderson, 2006) e um dos principais cultura toxigênica também foi descrita
causadores de diarreia em potros como uma técnica sensível para os seres
(Båverud, 2002). Além disso, estudos humanos (Peterson et al., 2010), mas
recentes demonstraram que estirpes pouco se sabe da sua aplicação para as
isoladas de seres humanos, com amostras de fezes de animais
infecção por C. difficile (ICD), têm uma domésticos.
alta semelhança genética com as
estirpes isoladas de origem animal Apesar da importância da C. difficile
(Jhung et al., 2008; Norman et al., como enteropatógeno de leitões e potros
2011), levantando a hipótese de uma e até mesmo como um agente potencial
zoonose. zoonótico, inexistem padrões para o
diagnóstico de infecção por este agente
Para a maioria dos autores, o "padrão e o desempenho da maioria dos métodos
ouro" para o diagnóstico da ICD é o de detecção disponíveis comercialmente
ensaio de citotoxicidade celular (CTA). são desconhecidos (Keessen et al.,
Porém trata-se de uma técnica 2011). À luz disto, o objetivo do
demorada, trabalhosa e que exige presente estudo foi comparar os
pessoal treinado. Dessa forma, desempenhos de três ELISA e da
imunoensaios enzimáticos (ELISA) cultura toxigênica frente a

42
citotoxicidade celular como o “padrão com álcool absoluto (Avbersek et al.,
ouro” para o diagnóstico da infecção 2009) e alíquotas de 50 µl foram
por C. difficile em leitões e potros. inoculadas em placas contendo agar
cicloserina-cefoxitina-frutose11
MATERIAL E MÉTODOS suplementada com 7% de sangue
equino e 0,1% de sódio taurocolate12.
Amostras Após a incubação em ambiente de
anaerobiose, em jarras com mistura
As amostras de fezes de suínos gasosa (10% H2, 10% CO2, 80% N2) a
incluídas neste estudo foram de animais 37 °C por 72 horas, todas as colônias
com idade entre um a sete dias de vida, com morfologia sugestiva e coloração
encaminhados à Escola de Veterinária de Gram característica foram
da Universidade Federal de Minas submetidas a uma PCR para
Gerais (UFMG) para diagnóstico confirmação da identidade pela
etiológico de diarreia neonatal. Foram detecção do gene (tpi) e tipificação pela
obtidas 73 amostras, 62 de animais detecção dos genes das toxinas A
diarréicos e 11 de animais não- (tcdA), B (tcdB) e binária (cdtB) (Silva
diarréicos, de 32 granjas diferentes e et al., 2011). Todos os isolados
localizadas nos estados de Minas toxigênicos em PCR foram testados por
Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do CTA para produção in vitro de toxina
Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo. como descrito anteriormente por
De potros, um total de 106 amostras, de Medina-Torrez et al. (2010).
animais com idade variando entre um
dia e seis meses, foram coletadas em Três ELISAs comerciais para detecção
haras e de animais apresentados ao das toxinas A/B foram avaliados: C.
Hospital Veterinário da UFMG (HV). difficile Tox A/B II13, Remel Prospect
Em haras, foram coletadas 98 amostras C. difficile Toxins A/B14 e Clostridium
de fezes de 15 diferentes propriedades, difficile Ridascreen15. As reações foram
sendo 53 amostras de animais diarréicos realizadas de acordo com as
e 38 de animais não diarréicos recomendações dos fabricantes e a
(aparentemente saudáveis). Já no HV sensibilidade, especificidade, valor
foram coletadas 15 amostras de potros preditivo positivo (VPP) e valor
diarréicos no momento da internação. preditivo negativo (VPN) foram
Todos os espécimes clínicos de suínos e calculados para cada ELISA e para a
equinos foram recolhidos em recipientes TC, com seus respectivos intervalos de
estéreis e mantidos a -20 °C até a confiança a 95% de probabilidade16 e
execução dos testes, por um período considerando o CTA como “padrão-
máximo de até sete dias. ouro” (Delmeé, 2001).

Ensaios imunoenzimáticos (ELISA), RESULTADOS


Citotoxicidade celular (CTA) e
Cultura toxigênica (CT) Para as amostras de suínos, as toxinas
A/B foram detectadas pelo CTA em 22
Os ensaios de CTA para a detecção das (30,1%) amostras (tabela 2). Todos os
toxinas A/B de C. difficile foram
realizados com células Vero (VERO- 11
Hi-media, Mumbai, Índia.
ATCC CCL 81) como descrito 12
Sigma-Aldrich Co., EUA.
anteriormente no item 4.1 deste 13
Techlab Inc., EUA
trabalho. Para o isolamento, as amostras 14
Oxoid, Inglaterra
de fezes foram submetidas a um choque 15
R-Biopharm, Alemanha
16
STATA, College Station, Texas, EUA

43
kits de ELISA testados apresentaram toxigênicas por PCR. Todas as estirpes
sensibilidade abaixo de 64% e toxigenicas por PCR foram capazes de
especificidade entre 80 e 98% (tabela produzir toxina in vitro. Com isso, a TC
3). Estirpes de C. difficile foram apresentou 40,9% de sensibilidade e
isoladas a partir de 10 (13,7%) leitões, especificidade de 98%.
sendo nove estirpes classificadas como

Tabela 2: Resultados obtidos nos três testes imunoenzimáticos (ELISAs), na cultura toxigênica
e no teste de citotoxicidade celular para o diagnóstico da infecção por Clostridium difficile em
potros e leitões
Amostras de Potros Amostras de Leitões
Método Positivos Negativos Positivos Negativos
V F V F V F V F
Citotoxicidade celular 9 - 97 - 22 - 51 -
Cultura Toxigênica 6 1 96 3 9 1 50 13
Ridascreen C. difficile toxins A/B (R-Biopharm) 9 4 93 0 12 6 45 10
C. difficile Tox A/B II (Techlab) 9 1 96 0 13 1 50 9
Remel ProSpecT C. difficile Toxin A/B (Oxoid) 9 4 93 0 14 10 41 8
Legenda: V – verdadeiro, F - Falso

Tabela 3: Comparação de três ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e cultura toxigênica frente a


soroneutralização como “padrão ouro” para o diagnóstico da infecção por Clostridium difficile
em leitões.
Amostras de leitões (n=73)
Método % (intervalo de confiança de 95%)
Sens Espec VPP VPN
40,9 98,0 90,9 79,7
Cultura toxigênica
(23,3-61,3) (89,7-99,7) (59,6-98,2) (67,8-87,5)
54,5 88,2 76,7 81,8
Ridascreen C. difficile toxins A/B (R-Biopharm)
(34,7-73,1) (76,7-94,4) (43,8-83,7) (69,7-89,8)
59,1 98,0 92,9 84,7
C. difficile Tox A/B II (Techlab)
(38,7-76,7) (89,7-99,6) (68,5-98,7) (73,5-91,8)
63,6 80,3 58,3 83,6
Remel ProSpecT C. difficile Toxin A/B (Oxoid)
(42,9-80,2) (67,5-88,9) (38,8-75,5) (70,9-91,5)
Legenda: Sens=Sensibilidade; Espec=Especificidade; VPP=valor preditivo positivo; VPN= valor
preditivo negativo.

As toxinas A/B foram detectadas em de C. difficile foram isoladas de sete


nove amostras de potros (8,5%), todos potros (6,2%), sendo seis dessas
de animais com diarreia. Os ELISAs toxigências por PCR e por cultura
testados detectaram os oito animais toxigênica. Frente a este resultado, a
positivos (100% de sensibilidade), cultura toxigênica apresentou
enquanto a especificidade dos testes sensibilidade de 55% e espeficidade de
ficou acima de 95% (tabela 4). Estirpes 99% para amostras de fezes de potros.

44
Tabela 4: Comparação de três ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e cultura toxigênica frente a
soroneutralização como “padrão ouro” para o diagnóstico da infecção por Clostridium difficile
em potros.
Amostras de potros (n=106)
Método % (interval de confiança de 95%)
Sens Espec VPP VPN
Cultura toxigênica 50 99 85.7 94.3
(25.4-74.6) (94.6-99.8) (48.7-97.4) (88.1-97.4)
Ridascreen C. difficile toxins A/B (R-Biopharm) 100 99 92.3 99.9
(75-100) (94.6-99.8) (66.7-98.6) (96.1-100)
C. difficile Tox A/B II (Techlab) 100 97 80 99
(75-100) (91.5-99) (54.8-93) (96-100)
Remel ProSpecT C. difficile Toxin A/B (Oxoid) 100 97 80 99
(75-100) (91.5-99) (54.8-93) (96-100)
Legenda: Sens=Sensibilidade; Espec=Especificidade; VPP=valor preditivo positivo; VPN= valor
preditivo negativo.

DISCUSSÃO resultados encontrados por Medina-


Torrez et al. (2010), que testaram um kit
Todos os ELISAs testados apresentaram e encontraram sensibilidade de 84% e
baixa sensibilidade para as amostras de espeficidade de 96%. Este resultado
fezes de suínos. Desempenho sugere que os kits de ELISA podem ser
semelhante também foi relatado em uma boa opção para o diagnóstico das
outros trabalhos anteriores com outros infecções por C. difficile nesta espécie.
kits comerciais (Anderson e Songer,
2008; Keessen et al., 2011). Alguns É interessante salientar, ainda, que
autores atribuíram esta baixa nenhum animal não-diarréico foi
sensibilidade a uma possível presença positivo para as toxinas A/B, como
de inibidores nas fezes, mas até agora relatado anteriormente (Weese et al.,
não há nenhum trabalho que confirme 2001; Båverud et al., 2003). Embora
essa hipótese (Chouicha e Marks, 2006; seja uma informação conhecida,
Keessen et al., 2011). Por outro lado, pesquisas recentes demonstraram que é
semelhante ao relatado por Keessen et comum, por parte de clínicos e
al. (2011), resultados falsos-positivos patologistas, a solicitação da detecção
variaram entre os kits (dados não das toxinas A/B a partir de fezes potros
mostrados), sugerindo que os resultados não diarreicos (Medina-Torrez et al.,
incorretos foram devido ao teste, e não 2010). A inclusão desses espécimes
devido a presença de alguma substância clínicos pode levar a uma diminuição do
nas amostras. valor preditivo positivo se o teste não é
100% específico, principalmente em
Também é interessante notar que uma uma baixa prevalência da doença. É
versão mais antiga do kit da marca importante citar ainda que a maioria dos
Techlab® foi previamente testada por laboratórios relatam o uso de
Post et al. (2002) para amostras de fezes imunoensaios enzimáticos comerciais
de suínos, sendo relatada uma (ELISAs) para detecção de toxinas em
sensibilidade de 91% e especificidade amostras de fezes de eqüinos, um teste
de 86%. No presente estudo, a nova mais rápido e econômico que a detecção
versão do teste Techlab® mostrou uma em cultura de células, mas comumente
sensibilidade mais baixa (55%), mas a de menor sensibilidade e especificidade
especificidade foi de 98%. (Medina-Torrez et al., 2010).
A TC apresentou uma sensibilidade
Já para amostras de potros, a alta baixa tanto para amostras de potros
sensibilidade dos ELISAs corrobora os quanto para amostras de suínos (50 e

45
40,9%, respectivamente), contrastando
com o relatos anteriores (Medina-Torrez Todos os isolados de C. difficile
et al., 2010; Keessen et al., 2011). toxigênicos por PCR foram capazes de
Entretando, não há nenhum método produzir toxinas in vitro. Estes
padrão para a cultura toxigênica de C. resultados sugerem uma boa correlação
difficile, tornando difícil comparar entre a detecção dos genes
resultados de TC com outros autores. codificadores das toxinas A/B por PCR
Uma grande variedade de meios e e produção in vitro das toxinas A/B
também diferenças no protocolo de pelas estirpes de C. difficile isoladas de
isolamento são comuns, tais como a suínos e equinos. Sugere-se que, com a
utilização de choque com álcool e detecção por PCR dos genes tcdA e
variações no tempo de incubação. No tcdB das estirpes isoladas, o teste de
presente trabalho, optou-se por um produção de toxina in vitro não seja
método de isolamento simples que seria necessário, o que economizaria tempo e
mais aplicável para o diagnóstico custo do diagnóstico. Entretanto,
quando comparado com metodos estudos com um maior número de
anteriores (Medina-Torrez et al., 2010; estirpes são necessários para confirmar
Sharp et al., 2010; Keessen et al., 2011). essa hipótese.
Neste protocolo, as amostras foram
submetidas a um choque de álcool e No presente trabalho, estirpes
plaqueadas em ágar um TCCFA, toxigênicas foram isoladas de dois
seguido por um tempo de incubação de animais negativos para toxinas A/B: um
72 horas. Porém, sabe-se que algumas leitão diarréico e de um potro
estirpes de C. difficile podem não aparentemente saudável com dois dias
crescer devido a susceptibilidade a um de vida. Um estado de portador
ou a ambos antibióticos utilizados no assintomático deve ser considerado
meio (Songer e Uzal, 2005). Além neste caso. De forma semelhante ao
disso, a utilização de CCFA, mesmo presente trabalho, Båverud (2002)
com a suplementação de taurocolate, demonstraram que para potros com
pode ter uma sensibilidade variável para idade inferior a 14 dias de vida, o estado
recuperação de esporos de C. difficile de portador assintomático é comum.
quando comparado com meios líquidos, Outra possibilidade para explicar a
como por exemplo o TCCFB (caldo de presença de uma estirpe toxigênica mas
cefoxitina-cicloserina suplementado sem a presença das toxinas A/B é a
com taurocolate) (Thitaran et al., 2011). degradação dessas proteínas por
Todos esses fatores podem ter proteases fecais. Para Chouicha e Marks
contribuido para a baixa sensibilidade (2006), a presença de uma atividade de
encontrada no protocolo testado de TC. protease em amostras de fezes animais
Deve-se destacar ainda que a TC não também poderia levar à degradação das
parece ser uma boa opção para o toxinas fazendo com que estas não
diagnóstico em potros devido ao cheguem aos níveis mínimos de
elevado tempo para obtenção dos detecção do teste, mas até agora não há
resultados. No presente estudo, mesmo nenhum estudo confirmando esta
com um método simplificado de cultura, hipótese. Deve-se ressaltar porém que o
os resultados de TC levaram pelo menos tempo entre coleta e processamento de
seis dias. Considerando que a infecção amostras no presente trabalho foi de no
por C. difficile apresenta um curso máximo uma semana. Além disso,
agudo nessa espécie, a TC torna-se uma trabalhos anteriores com amostras dos
opção pouco interessante para suínos e equinos demonstrou que a
diagnóstico em equinos. toxina permanece detectável por pelo

46
menos um mês quando armazenada a - seguro de C. difficile (Peterson et al.,
20 °C (Weese et al., 2000; Keessen et 2011). Porém, até o momento, não há
al., 2011). Estes achados sugerem que a consenso sobre quais testes devem ser
não detecção das toxinas A/B pelos kits usados em cada passo do diagnóstico. A
de ELISAs no presente estudo não foi abordagem em duas fases também foi
devido ao tempo e forma de relatada por Keessen et al. (2011) para
armazenamento das amostras. suínos. Os autores sugerem um PCR em
tempo real como o primeiro teste
É também importante notar que não seguido por TC como teste
existe um protocolo padrão para a CTA, confirmatório.
havendo diferenças na linhagens de
células, na concentração utilizada e No presente trabalho um dos ELISAs
também na diluição inicial das amostras mostrou uma especificidade de 98%
de fezes. Todos esses parâmetros podem para as amostras de leitões, permitindo
influenciar diretamente na sensibilidade que um grande grau de confiança nos
do método. No presente trabalho optou- resultados positivos, com uma VPP de
se pela linhagem celular Vero, 92% e um VPN de 85%. À luz desses
considerada a mais sensível ás toxinas resultados, sugere-se que esse teste
A/B (Delmée, 2001), e por um poderia ser útil para pesquisar a
protocolo de CTA amplamente utilizado presença da doença em um rebanho de
com sucesso em outros estudos suínos quando múltiplas amostras são
similares (van den Berg et al., 2005; colhidas. De acordo com Cameron e
Medina-Torrez et al., 2010 Keessen et Baldock (1998) e considerando a
al., 2011). prevalência encontrada
(aproximadamente 30%), seriam
Para potros, os kits de ELISA testados necessárias 20 e 30 amostras para
apresentaram alta sensibilidade e confirmar, com 95% de certeza, a
espeficidade, sugerindo que são ausência da doença em um plantel de
adequados para o diagnóstico de até 600 matrizes e >600 matrizes,
infecção por C. difficile nesta espécie. respectivamente.
Já para leitões, tais testes não
apresentaram bom desempenho para APROVAÇÃO EM COMITÊ DE
diagnóstico individual de leitões entre ÉTICA
zero e sete dias de vida. Para seres
humanos, resultados semelhantes foram Protocolo 102/10 CEUA-UFMG
relatados e alguns estudos sugerem que (amostras de leitões) e 150/2010
pelo menos um algorítmo de duas CETEA-UNESP (amostras de potros).
etapas é necessário para um diagnóstico

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animals: optimized isolation and

49
4.3 Avaliação de kits comerciais de ELISA para o diagnóstico de infecção por
Clostridium difficile em pacientes internados no Hospital das Clínicas da UFMG.

RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi comparar o desempenho de três testes comerciais de


ELISA frente a citotoxicidade celular (CTA) e a cultura toxigênica (TC) para o
diagnóstico de pacientes internados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Minas Gerais (HCUFMG) com suspeita de infecção por C. difficile (ICD). Foram
coletadas 92 amostras de fezes. Dessas, 29 (34,5%) foram positivas por CTA ou TC,
ambos considerados “padrão ouro” para o diagnóstico de ICD. Os kits de ELISAs
testados apresentaram sensibilidade entre 52,4% e 60,9%, enquanto que a especificidade
foi superior a 90%. O presente estudo reforça a necessidade de mais estudos focando na
padronização de novos métodos de diagnóstico de ICD em humanos.

Palavras-chave: nosocomial, colite pseudomembranosa.

INTRODUÇÃO pesquisadores o método “ouro” para


diagnóstico de ICD, sendo a
Clostridium difficile foi isolado pela citotoxicidade celular (CTA)
primeira vez em 1935, mas somente no reconhecida como a técnica mais
final da década de 70 foi reconhecido sensível. Recentemente, alguns autores
como um patógeno para seres humanos. têm sugerido a cultura toxigênica (TC)
Hoje, a infecção pelo C. difficile (ICD) como um método mais sensível e,
passou a ser reconhecida como a portanto, como possível substituto da
principal causa bacteriana de diarreia CTA como “método ouro”, entretanto,
associada a antibioticoterapia ambas as técnicas são demoradas,
prolongada e como patógeno trabalhosas e exigem pessoal treinado.
nosocomial de grande importância Dessa forma, os imunoensaios
(Samie et al., 2008). Nos Estados enzimáticos (ELISA) comerciais são,
Unidos da América, ocorrem cerca de até o momento, os testes mais utilizados
três milhões de casos anualmente, com para o diagnóstico de ICD em seres
aumento da mortalidade e da resistência humanos (René et al., 2012).
do microrganismo ao tratamento
antimicrobiano convencional, Outra opção que têm sido citada como
representando um custo de 1,1 bilhões possível método de diagnóstico são os
de dólares anualmente (Oldfield, 2004; kits comerciais de PCR em tempo real,
Kelly e Lamont, 2008). Além disso, tem também conhecidos como testes de
sido relatado o surgimento de estirpes amplificação de ácidos nucléicos
altamente virulentas de C. difficile em (NAAT- Nucleic acid amplification
diversos países (Balassiano et al., 2012) tests). Estudos investigando tais testes
e de casos em pacientes não internados relatam uma alta sensibilidade para
e sem histórico de antibioticoterapia, detecção de C. difficile em amostras de
demonstrando a necessidade de mais fezes, sugerindo que tais testes podem
estudos relacionados ao diagnóstico e ser úteis para a triagem de pacientes
controle desse patógeno. com suspeita de ICD (Viala et al., 2012;
Silva Junior, 2012; Humphries, 2012).
Atualmente a detecção das toxinas A/B Porém, até o momento, o maior entrave
nas fezes é considerada por muitos para a utilização de NAAT para o

50
diagnóstico de ICD é o alto custo, em agar cicloserina-cefoxitina-frutose17
média mais caro que os testes de ELISA suplementada com 7% de sangue
comerciais (Humphries, 2012). equino e 0,1% de taurocolate sódico18.
Após a incubação em jarras de
Apesar da crescente importância de C. anaerobiose com mistura gasosa (10%
difficile como patógeno nosocomial, no H2, 10% CO2, 80% N2) a 37°C por 72
Brasil são raros estudos sobre CDI e, até horas, todas as colônias com morfologia
o momento, não foram encontrados coloração de Gram sugestivas foram
estudos avaliando os testes de submetidas a uma PCR para
diagnóstico presentes no mercado confirmação da identidade pela
brasileiro Dessa forma, o objetivo do detecção do gene (tpi) e tipificação pela
presente estudo foi comparar os detecção dos genes das toxinas A
desempenhos de três ELISA comerciais (tcdA), B (tcdB) e binária (cdtB) (Silva
e um NAAT frente a citotoxicidade et al., 2011). Todas as estirpes que
celular e cultura toxigênica para o possuiam pelo menos um dos dois
diagnóstico da infecção por C. difficile principais genes de virulência (tcdA ou
em pacientes internados no Hospital das tcdB) foram consideradas toxigênicas.
Clínicas da Universidade Federal de
Minas Gerais (HCUFMG). Ensaios imunoenzimáticos (ELISA)
comerciais
MATERIAL E MÉTODOS
Três ELISAs comerciais para detecção
Amostras das toxinas A/B foram testados: C.
difficile Tox A/B II19, Remel Prospect
Foram coletadas 92 amostras de fezes C. difficile Toxins A/B20 e Clostridium
de pacientes com suspeita de infecção difficile Ridascreen21. Além dos
por C. difficile, todos com idade ELISAs, um kit de NAAT22 foi
superior a 18 anos de idade, sem avaliado. Todas as reações foram
distinção racial ou de sexo, e sempre realizadas de acordo com as
após a assinatura do “Termo de recomendações dos fabricantes e a
consentimento livre e esclarecido”. Os sensibilidade, especificidade, valor
espécimes clínicos foram recolhidos em preditivo positivo (VPP) e negativo
recipientes estéreis e mantidos a -20 °C (VPN) foram calculados com seus
até a execução dos testes, por um respectivos intervalos de confiança a
período máximo de até dez dias. 95% de probabilidade e considerando o
CTA ou TC como “padrão-ouro”.
Citotoxicidade celular (CTA) e Calculou-se a concordância entre o
Cultura toxigênica (TC) CTA e TC teste Kappa23.

Os ensaios de CTA para a detecção das RESULTADOS


toxinas A/B de C. difficile foram
realizados com células de rim de Dos pacientes amostrados, 25 (27,2%)
macaco verde (VERO-ATCC CCL 81) foram positivos para detecção das
(Capítulo 4, item 4.1). Para o
isolamento, as amostras de fezes foram 17
Himedia, Mumbai, Índia
18
submetidas a um choque com álcool Sigma-Aldrich Co., Sto Louis, EUA
19
Techlab Inc., EUA
absoluto (Avbersek et al., 2009) e 20
Oxoid, Inglaterra
alíquotas de 50 µl foram plaqueadas em 21
R-Biopharm, Alemanha
22
Simplexa™ C. difficile Universal Direct Kit,
Focus Diagnosticis, EUA
23
STATA, College Station, Texas, EUA

51
toxinas A/B por CTA. C. difficile foi para o gene tcdA (A-B+CDT-). A
isolado em 29 (31,5%) amostras, sendo concordância (kappa) entre os
seis estirpes não-toxigênicas e 23 (25%) resultados de CTA e TC foi de 0.61,
consideradas toxigênicas (tabela 5). variando de 0,41 a 0,81 em um intervalo
Dessas, 15 (65,2%) possuiam os genes de confiança de 95%. Todos os ELISAs
tcdA e tcdB (A+B+CDT-), seis (26,1%) testados e o NAAT apresentaram
possuiam os genes tcdA, tcdB e cdtB sensibilidade entre 59 e 68% e
(A+B+CDT+) e duas (8,7%) possuiam os especificidade acima de 91% (tabela 6).
genes tcdB e cdtB, mas eram negativas

Tabela 5: Resultados obtidos nos três testes imunoenzimáticos, na cultura toxigênica (TC) e no
teste de citotoxicidade celular (CTA) para o diagnóstico da infecção por Clostridium difficile em
pacientes internados no Hospital das Clínicas da UFMG.

CTA TC
Método
R+ R- F+ F- R+ R- F+ F-
Citotoxicidade celular (CTA) 25 67 - - 17 61 8 6
Cultura Toxigênica (TC) 17 61 6 8 23 69 - -
C. difficile Tox A/B II (Techlab) 17 65 2 8 15 68 1 8
Remel ProSpecT C. difficile Toxin A/B (Oxoid) 16 63 4 9 14 63 6 9
Ridascreen C. difficile toxins A/B (R-Biopharm) 16 67 0 9 14 67 2 9
Simplexa™ C. difficile Universal Direct Kit
13 58 1 8 13 57 1 9
(Focus Diagnosticis)
Legenda: R+ real positivo; R- real negativo; F- falso negativo; F+ falso positivo

Tabela 6: Avaliação de kits de ensaio imunoenzimático (ELISA) e um de amplificação de ácidos


nucléicos (NAAT) frente a citotoxicidade celular e cultura toxigênica como padrão “ouro” para
o diagnóstico de infecção por Clostridium difficile em pacientes (n=92) do Hospital das Clínicas
da UFMG.

Citotoxicidade celular (CTA) Cultura toxigênica (TC)


Método % (IC) % (IC)
SE ES VPP VPN SE ES VPP VPN
73,9 88,4 68 91
Citotoxicidade
- - - - (53,5- (78.8- (48,4- (81,8-
celular (CTA)
87,5) 94) 82,8) 95,8)
68 91 73,9 88,4
Cultura toxigênica
(48,4 - (81,8- (53,5- (78,8- - - - -
(TC)
82,8) 95,8) 87,5) 94)
68 97 89,5 89 65,2 98,5 93.8 89
C. difficile Tox
(48,4- (89,8 - (68,6 - (79,8- (44,9- (91,9- (71,7 - (79,8 -
A/B II (Techlab)
82,8) 99,2) 97,1) 94,3) 81,2) 99,7) 98,9) 94,3)
Remel ProSpecT 64 94 80 87,5 60,9 91,3 70 87.5
C. difficile Toxin (44,5- (85,6- (58,4- (77,9- (40,8- (82,3- (48,1- (77,9-
A/B (Oxoid) 79,8) 97,7) 91,9) 93,3) 77,8) 96) 85,5) 93,3)
Ridascreen C.
64 100 99,9 88,2 60,9 97,1 87,5 88,2
difficile toxins
(44,5- (94,5- (80,5- (79 - (40,8- (90- (64 - (79-
A/B (R-
79,8) 100) 100) 93,6) 77,8) 99,2) 65) 93,6)
Biopharm)
Simplexa™ C.
59.1 98,3 92,9 86,4 61,9 98,3 92,9 87,9
difficile Universal
(38,7 - (90,9- (68,5- (76,1- (40,9- (91- (68,5- (77,9-
Direct Kit (Focus
76,7) 99,7) 98,7) 92,7) 79,2) 99,7) 98,7) 93,7)
Diagnosticis)
Legenda: SE=sensibilidade; ES=especificidade; VPP=valor preditivo positive; VPN=valor preditivo
negative; IC=Intervalo de confiança de 95%.

52
DISCUSSÃO instituição de cuidado devido ao grande
número de suspeitos que são negativos
A porcentagem de pacientes para ICD (Alcalá, 2012; Strachan et al.,
confirmados com ICD no presente 2012).
estudo (aproximadamente 25%) é
semelhante ao relatado em trabalhos Até aproximadamente dez anos atrás,
recentes no Brasil, que encontraram acreditava-se que o CTA possuia
entre 19,7% e 28,5% de pacientes sensibilidade e especificidade acima de
positivos (Balassiano et al., 2009; 99%, sendo considerada portanto como
Balassiano et al., 2010; Balassiano et a principal técnica para diagnóstico de
al., 2011). Deve-se enfatizar, porém, ICD em humanos e animais (Delmée,
que além de diferenças relativas ao 2001; Wilcox, 2011). Porém, nos
hospital estudado, os trabalhos últimos anos, verificou-se que a
anteriores utilizaram kits comerciais de sensibilidade dos protocolos de CTA
ELISA para o diagnóstico, o que pode apresentavam, frente a cultura
ter substimado porcentagem de toxigênica, sensibilidade entre 65 e 86%
positivos devido a baixa sensibilidade e especificidade acima de 90%
comumente apresentada por estes testes. (Humphries, 2012). Corroborando tais
Pela primeira vez no Brasil, o achados, a sensibilidade do protocolo
diagnóstico foi confirmado por CTA CTA utilizado foi de 73,9%, no presente
e/ou TC, ambos considerados como estudo. É também importante notar que,
“padrão-ouro” para o diagnóstico de apesar dos diversos estudos sobre
diarreia nosocomial por C. difficile em diagnóstico de CDI em humanos, ainda
seres humanos (Humphries, 2012; Silva não existe um protocolo padrão para a
Junior, 2012). CTA, havendo diferenças na linhagens
de células, na concentração utilizada e
Outro ponto que chama atenção é que também na diluição inicial das amostras
mais de 63% dos pacientes de fezes. No presente trabalho optou-se
considerados “suspeitos” de ICD pelos pela linhagem celular Vero, considerada
clínicos foram negativos em todos os a mais sensível às toxinas A/B (Delmée,
testes realizados. A proporção 2001), e por um protocolo de CTA
encontrada é semelhante ao relatado em utilizado com sucesso em estudos
outros países (Samra et al. 2008; similares (van den Berg et al., 2005;
Eastwood et al., 2009; Litvin et al., Medina-Torrez et al., 2010 Keessen et
2009; Shin et al., 2009; Wilcox, 2011) e al., 2011; Silva et al., 2012; Silva et al.,
sugere uma dificuldade de identificação 2013a; Silva et al., 2013b).
clínica da diarreia nosocomial causada
por C. difficile. Essa característica Por outro lado, o protocolo de TC
peculiar torna ainda mais importante a apresentou uma sensibilidade bastante
utilização de teste rápido de diagnóstico inferior ao esperado (68%) em
laboratorial, o que poderia diminuir a comparação com trabalhos anteriores
frequência de antibioticoterapia que relatam sensibilidade próxima a
empírica nesses pacientes. Além disso, 100% (Shin et al., 2009; Silva Junior,
um teste rápido e de alta sensibilidade 2012). Ainda não há nenhum método
permitiria a triagem dos indivíduos padrão para a cultura toxigênica de C.
suspeitos e evitaria o isolamento difficile, tornando difícil comparar
desnecessário dos negativos, o que resultados de TC com outros autores.
eleva drasticamente os gastos na Uma grande variedade de meios e

53
também diferenças no protocolo de
isolamento são comuns, tais como a Um outro ponto que deve ser citado é a
utilização de choque com álcool e possibilidade de resultados falso-
variações no tempo de incubação positivos no TC. A colonização
(Delmée, 2001). No presente trabalho, assintomática por C. difficile é um
optou-se por um protocolo de evento raro em adultos saudáveis,
isolamento simples, que seria mais porém pode alcançar entre 9 e 20% em
aplicável para o diagnóstico quando alguns grupos, especialmente pacientes
comparado com metodos anteriores internados em hospitais por longos
(Sharp et al., 2010). Sabe-se que períodos (Humphries, 2012; Silva
algumas estirpes de C. difficile podem Junior, 2012). Uma medida essencial
não crescer devido a susceptibilidade para diminuir o número de resultados
aos antibióticos utilizados no meio falso-positivos é a diferenciação entre
(Songer e Uzal, 2005). Recentemente, estirpes toxigênicas e não toxigênicas
Malik et al. (2013) demonstraram que a após o isolamento. No presente estudo,
presença de antimicrobianos no meio de quatro (4,3%) pacientes com suspeita de
cultura causam um estresse capaz de diarréia por C. difficile foram negativos
diminuir a taxa de isolamento do para as toxinas A/B e amostras não
agente. toxigênicas foram obtidas das amostras
de fezes. Um protocolo de isolamento
Além disso, a utilização de CCFA, sem confirmação da toxigenicidade do
mesmo com a suplementação de agente indicaria tais pacientes como
taurocolate, pode ter uma sensibilidade positivos para ICD, o que poderia
variável para recuperação de esporos de culminar com a administração
C. difficile quando comparado com desnecessária de antibióticos. De acordo
protocolos que preconizam utilização de com Peterson et al (2007), mesmo com
meios líquidos para um pré- a confirmação da toxigenicidade da
enriquecimento antes do plaqueamento estirpe isolada, a TC ainda indicaria
em ágar seletivo (Thitaran et al., 2011). aproximadamente 10% de resultados
Todos esses fatores podem ter falso-positivos. No presente estudo, oito
contribuido para a baixa sensibilidade pacientes (8,7%) foram positivos para
encontrada no protocolo testado de TC. TC mas negativos para toxinas A/B por
CTA e por todos ELISAs utilizados.
Mesmo com a sensibilidade de TC Nesses casos, um resultado falso-
inferior ao relatado em estudos positivo deve ser considerado. Uma vez
anteriores, a concordância entre os que ambos testes “ouro” possuem
resultados de CTA e TC foi de 0,61, pontos falhos, a avaliação de novos
resultado semelhante ao relatado em métodos de diagnóstico para ICD deve
outros estudos (Keessen et al., 2011) e ser realizada considerando
que, de acordo com Landis e Koch simultaneamente CTA e TC como
(1977), pode ser classificado como uma padrão “ouro”.
concordância substancial. De qualquer
forma, deve-se destacar ainda que a TC A baixa sensibilidade apresentada pelos
não parece ser uma boa opção para o kits comerciais de ELISA no presente
diagnóstico devido ao elevado tempo estudo (entre 59 e 68%) corrobora
para obtenção dos resultados. No trabalhos anteriores que relatam entre
presente estudo, mesmo com um 50 e 77%, enquanto a especificidade
método simplificado, os resultados de permanece acima de 90% (Alcalá, 2012;
TC necessitaram de pelo menos de seis Humphries, 2012). Em razão da
dias para conclusão. facilidade de execução, velocidade de

54
obtenção dos resultados e baixo custo, (Stamper et al., 2009; Novak-Weekley
os kits de ELISA comerciais ainda são et al., 2010; Viala et al., 2012). Com
os testes mais utilizados para o isso, pode-se hipotetizar que pelo menos
diagnóstico de ICD em seres humanos parte do grande número de resultados
em todo o mundo (Wilcox, 2011; René falso-negativos obtidos com o NAAT
et al., 2012). No presente trabalho, testado tenha relação com a ausência de
considerando o kit que apresentou um protocolo mais refinado de extração
melhor desempenho (68% de de DNA, o que aumentaria o número de
sensibilidade), um em cada três cópias do gene buscado (tcdB, no caso)
pacientes com ICD seriam e diminuiria ainda a quantidade de
erroneamente indicados como inibidores da reação.
negativos, o que poderia culminar com
agravamento clínico por interrupção da Uma das amostras testadas apresentou
antibioticoterapia. Além disso, no resultado indeterminado no NAAT.
HCUFMG, de forma semelhante a Como recomendado pelo fabricante,
muitos outros hospitais, pacientes com uma outra alíquota do espécime clínico
suspeita de ICD são isolados no intuito foi descongelada para repetição do teste,
de diminuir a disseminação do agente mas novamente um resultado
no ambiente (Alcalá, 2012; Zilberberg e indeterminado foi obtido. Resultados
Shorr, 2013). Dessa forma, outro ponto indeterminados em NAATs são
negativo relativo a baixa sensibilidade causados principalmente pela presença
dos kits de ELISA seria a potencial de de inibidores de PCR nas fezes
disseminação de esporos de C. difficile (Eastwood et al., 2009; Humpshire,
devido a não permanência desses 2012). De qualquer forma, tal evento
indivíduos no isolamento. não parece ser frequente uma vez que
apenas uma amostra (1,2%) dos 81
Por outro lado, a baixa sensibilidade espécimes testados apresentou resultado
apresentada pelo NAAT (menos de indeterminado, frequência similar ao
62%) foi surpreendente uma vez que relatado anteriormente por outros
trabalhos anteriores com outros kits autores (Eastwood et al., 2009;
relataram sensibilidade e especificidade Humpshire, 2012).
superiores a 90% (Eastwood et al.,
2009; Humphries, 2012; Viala et al., Diversas alternativas tem sido propostas
2012). Em comparação com outros para melhorar o diagnóstico de ICD em
testes disponíveis no mercado, o NAAT humanos. Em instituições que utilizam
testado no presente trabalho teria como kits de ELISA, o envio de mais de uma
vantagem a extração térmica do DNA amostra do mesmo paciente foi sugerido
bacteriano direto das fezes, sem por alguns autores, mas estudos
posterior purificação. De forma revelaram que, além de onerar o
resumida, toma-se um swab da amostra diagnóstico, tal medida não aumenta
fecal, realiza-se a imersão deste em uma significativamente o valor preditivo
solução de lise, seguido de um ciclo de positivo do teste e pode ainda
aquecimento e centrifugação. O influenciar negativamente na taxa de
sobrenadante obtido após a falso-positivos (Litvin et al., 2009;
centrifugação desse material é utilizado Gade e Turett, 2009; Humphries, 2012).
como molde de DNA para a reação.
Alguns autores relatam que a principal Alguns autores sugerem que um
causa de resultados falso-negativos em algorítmo de pelo menos duas etapas é
NAATs seria a obtenção de um material necessário para um diagnóstico seguro
com quantidade insuficiente de DNA de ICD em seres humanos, mas ainda

55
não há consenso sobre quais testes estudos para padronização e avaliação
devem ser usados em cada passo do de métodos de diagnósticos para ICD,
diagnóstico (Shin et al., 2009; Peterson permitindo assim um controle mais
et al., 2011; Alcalá, 2012; Humphries, eficiente da infecção por C. difficile em
2012). Com isso, o presente estudo hospitais.
reforça a necessidade urgente de mais

APROVAÇÃO EM COMITÊ DE Aprovado no COEP-UFMG (CAAE -


ÉTICA 0710.0.203.0000.11)

BALASSIANO, I.T.; YATES, E.A.;


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58
5. CAPÍTULO 2: Ocorrência da infecção por Clostridium difficile

5.1 Detecção das toxinas A/B e isolamento de Clostridium difficile em potros


diarréicos e saudáveis.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi detectar as toxinas A/B e isolar C. difficile de amostras de
fezes de potros diarréicos e não diarréicos. Um total de 154 amostras de potros foram
coletadas, sendo 139 amostras de haras (63 de potros diarréicos e 76 de não-diarréicos)
e 15 amostras de potros com diarreia internados em um hospital veterinário. A toxinas
A/B foram detectadas pelo ensaio de citotoxicidade celular (CTA). Todas as colónias
sugestivas foram submetidas a PCR para detecção dos genes das toxinas A, B e toxina
binária. Na detecção das toxinas A/B de C. difficile, oito das 154 (5,2%) amostras foram
positivas, todas oriundas de animais diarréicos. Dentre os positivos, 6/15 (40%) eram de
potros hospitalizados e apenas 2/63 (3,2%) de amostrados em haras, com diferença entre
esses grupos (p=0,002). Um animal positivo para as toxinas A/B foi negativo no
isolamento de C. difficile e duas estirpes toxigênicas foram isoladas a partir de potros
diarreicos negativo na CTA.

Palavras-chave: colite, equinos, antibioticoterapia.

INTRODUÇÃO transmissão e fatores de risco, ajudando


a elucidar a epidemiologia da C.
C. difficile é um bacilo Gram-positivo, difficile em equinos (Silva et al., 2011).
formador de esporos e reconhecido Com isso, o objetivo deste estudo foi
como responsável pela maioria dos detectar as toxinas A/B, isolar estirpes
casos de diarreia associada a de C. difficile e identificar os genes
antibioticoterapia em seres humanos relativos aos principais fatores de
(Schwan et al., 2009). Em equinos, é virulência dos isolados a partir de
responsável pela colite em animais amostras de fezes de potros diarréicos e
adultos (Songer et al., 2009) e diarreia não diarréicos.
em potros, que pode ocorrer de forma
espontânea ou associada ao uso de MATERIAL E MÉTODOS
antimicrobianos (Båverud et al., 2004;.
Silva et al., 2012). Recentemente, Amostras
estudos demonstraram que os isolados
de seres humanos com infecção por C. Um total de 154 amostras foram
difficile (ICD) têm alta correlação coletadas em haras ou de potros
genética com as estirpes isoladas de atendidos no Hospital Veterinário (HV)
animais, levantando a hipótese de uma da UFMG. De haras, foram obtidas 139
doença zoonótica (Jhung et al., 2008; amostras de fezes de 17 propriedades
Norman et al., 2011). rurais diferentes, sendo 63 de potros
diarréicos e 76 de não-diarréicos. Os
A detecção de toxinas e o isolamento do espécimes de potros do HV totalizaram
agente seguido das detecção de genes 15 amostras de fezes diarréicas, todas
codificadores de fatores de virulência obtidas no momento da chegada ao HV
podem levar a uma melhor e de animais em que a principal
compreensão dos padrões de motivação para a consulta foi a

59
ocorrência de diarreia. Todos os (3,2%) eram de potros diarréicos
espécimes foram coletados diretamente amostrados em haras, havendo
da ampola retal e acondicionados em diferença significativa (p=0,002) entre
frascos esterilizados e mantidos a -20°C os dois grupos. Com relação ao
até o processamento. histórico dos animais, três dos potros
positivos desenvolveram diarreia após
Detecção das toxinas A/B e tratamento prévio com antibióticos para
Isolamento de Clostridium difficile outra infecção, enquanto que quatro
animais aparentemente tiveram início
O teste de citotoxicidade celular (CTA) espontâneo da doença. Não há histórico
para a detecção das toxinas A/B de C. com relação a um dos potros positivos,
difficile foi realizado em células African amostrado em um haras. No presente
Green Monkey Kidney (Vero-ATCC estudo, não foi detectada as toxinas A/B
CCL 81) (Capítulo 4, item 4.1). Para o em potros não-diarréicos.
isolamento, volumes iguais de amostras
de fezes e etanol a 96% (v/v) foram Estirpes de C. difficile foram isoladas de
misturados e, após incubação por 30 13 animais, 11 diarréicos (sete deles
minutos à temperatura ambiente, positivos para as toxinas A/B) e dois de
alíquotas de 50 µL foram inoculadas em aparentemente saudáveis. Dez estirpes
placas de agar cicloserina-cefoxitina- foram toxigênicas por PCR, enquanto as
frutose24 suplementada com sangue de três restantes eram não-toxigênicas. Um
equino a 7% e taurocolato de sódio25 a animal positivo para as toxinas A/B foi
0,1%. Após a incubação em jarras de negativo para isolamento de C. difficile,
anaerobiose com mistura gasosa (10% ao passo que estirpes toxigênicas foram
H2, 10% CO2, 80% N2) a 37 °C por 72 isoladas de três potros negativos para as
horas, todas as colônias com morfologia toxinas A/B, dois deles diarréicos e um
sugestiva foram submetidos a uma PCR aparentemente saudável.
para detecção simultânea de um gene
constitutivo (tpi) e os genes
codificadores das toxinas A (tcda), B
(tcdB) e toxina binária (cdtB) de C.
difficile (Silva et al., 2011).

Análise estatística

O teste exato de Fisher26 foi utilizado


para avaliar as associações entre
variáveis. O nível de significância foi
fixado em p <0,05.

RESULTADOS

Na detecção das toxinas A/B de C.


difficile, oito amostras foram positivas
(5,2%), todas de potros com diarreias
(tabela 7). Destes, 6/15 (40%) eram de
potros hospitalizados e apenas 2/63

24
Hi-media, Mumbai, Índia
25
Sigma-Aldrich Co., Sto Louis, EUA
26
STATA, College Station, Texas, EUA.

60
Tabela 7: Resultados de detecção das toxinas A/B e isolamento de Clostridium difficile de
potros diarreicos e não-diarreicos (n=154).
Potros
Método
Resultados Saudáveis Diarréicos
Total
(Haras) Hospital Haras
6/15 2/63
Positivo 0/76 (0%) 8/154 (5,2%)
Detecção toxinas (40%)a (3,2%)b
A/B 61/63 146/154
Negativo 76/76 (100%) 9/15 (60%)
(96,8%) (94,8%)
14/153
Positivo 3/76 (3,9%) 9/15 (60%) 2/63 (3,2%)
(9,5%)
7/15 10/154
A+B+ 2/76 (2,6%) 1/63 (1,6%)
Isolamento de C. (46,7%) (6,5%)
difficile 2/15
A-B- 1/76 (1,3%) 1/63 (1,6%) 4/153 (2,6%)
(13,3%)
61/63 140/154
Negativo 73/76 (96,1 %) 6/15 (40%)
(96,8%) (90,1%)
Letras minúsculas diferentes na mesma linha indicam diferença (p<0,05)

A maior positividade de animais


DISCUSSÃO amostrados no HV não pode ser
interpretada como infecção nosocomial
Em contraste com o relatado em estudos pois todas as amostras foram coletadas
com cães e leitões (Clooten et al., 2008; no momento da entrada dos animais.
Keessen et al., 2011; Silva et al., 2011), Por outro lado, uma hipótese para essa
a ausência de potros não-diarréicos diferença tem relação com o fato de
positivos para as toxinas A/B sugere que, comumente, potros admitidos no
que a doença subclínica não seja HV são previamente tratados no haras,
importante nesta espécie, resultado que mas sem resposta efetiva. De fato, no
corrobora relatos anteriores (Weese et presente estudo todos os animais
al., 2001; Båverud et al., 2003). positivos no HV foram inicialmente
diagnosticados por clínicos com outra
No grupo diarréico, oito dos 78 potros causa de diarreia diferente de C.
(10,2%) foram positivos para a detecção difficile. Assim, uma hipótese para a
de toxina A/B, sendo quatro com cinco alta positividade em potros amostrados
meses de idade, um com três meses, um no HV pode ser o desconhecimento
com dois meses e dois animais com 13 sobre a diarreia por C. difficile por
dias de idade. A prevalência encontrada veterinários, levando a um tratamento
é maior do que os 5% relatados por ineficiente e piora dos sinais clínicos.
Frederick (2009) nos EUA, mas inferior Além disso, tendo em vista a
aos 16,7% relatado por Weese et al., semelhança clínica entre as diarreias de
(2001) no Canadá. Também é diferente etiologia em potros, o presente
interessante notar que houve uma estudo destaca a necessidade de
diferença (p=0,002) entre o número de diagnóstico laboratorial para
animais positivos oriundos do HV e de diferenciação dos enteropatógenos
haras. Animais amostrados no HV nesses animais, o que permitiria uma
possuiam 16 vezes mais probabilidade administração mais adequada de
de ser positivos para as toxinas A/B do antibióticos.
que animais diarréicos amostrado em
haras. Dois potros positivos para as toxinas
A/B desenvolveram diarreia após
administração de penicilina G devido a

61
suspeita clínica de pneumonia (caso gás nos intestinos. Novas amostras de
descrito com mais detalhes no item 5.3 fezes foram coletadas e submetidas ao
desta tese ou na publicação Silva et al., diagnóstico diferencial de
2012). Outros quatro animais positivos enteropatógenos. Neste momento, uma
(três hospitalizados e um de haras) estirpe toxigénica de C. difficile foi
possuiam histórico de desenvolvimento isolada e o espécime foi positivo para as
espontâneo da diarreia. Também é toxinas A/B.
interessante notar que em todos esses
quatro casos houve agravamento dos Neste caso, uma hipótese a ser
sinais clínicos após a administração de considerada seria o comprometimento
antimicrobianos que não metronidazol, da microbiota administração de
ou seja, compostos não específicos para antimicrobianos. Inicialmente a diarreia
a infecção por C. difficile. Nestes casos, pode não ter sido causada por C.
acredita-se que ocorra pouco efeito difficile e, uma vez que não foram
direto sobre C. difficile e uma detectados enteropatógenos, pode-se
considerável agressão a microbiota, sugerir inclusive que a causa era não-
permitindo um ambiente favorável a infecciosa. Dessa forma, a
continuidade da infecção e, administração de antimicrobianos pode
consequentemente, a produção das ter facilitado a colonização por uma
toxinas pelo microrganismo. estirpe toxigênica de C. difficile
adquirida no ambiente ou favorecido o
Outro aspecto interessante deste estudo crescimento exarcebado de uma estirpe
foi o isolamento de uma estirpe não- pre-existente no intestino. Nesse caso,
toxigênica seguido de, alguns dias mais considera-se a possibilidade de que este
tarde, isolamento de uma estirpe animal foi pré-colonizados por mais de
toxigénica. Neste caso, uma fêmea de uma estirpe simultaneamente, uma
dois meses de idade foi apresentada a toxigénica e uma não-toxigénica. A
um clínico com histórico de dois dias de colonização por mais de um tipo de C.
diarréia pastosa. Até essa altura, difficile foi previamente descrita em
nenhum antibiótico havia sido humanos e leitões e recentemente
administrado. Amostras de fezes foram confirmada em equinos (Schoster et ai.,
submetidas a um diagnóstico diferencial 2012). Este é o primeiro relatório desta
de vários enteropatógenos (pesquisa de situação atípica em um potro e pode
oocistos, rotavírus, Salmonella spp, alertar para a necessidade de retestes de
Escherichia coli, C. perfringens, animais negativos quando esses
Lawsonia intracellularis, detecção das apresentarem um agravamento da
toxinas A/B e isolamento de C . diarreia após o uso de antimicrobianos.
difficile). Somente E. coli foi detectada,
mas o isolado foi negativo para fatores Seis dos potros positivos receberam
de virulência por PCR (Macêdo et al., metronidazol após a confirmação da
2007). Uma estirpe não-toxigênica de infecção e houve recuperação da
C. difficile também foi isolada. doença, enquanto um dos animais, que
foi tratado com florfenicol e ceftiofur,
Mesmo sem a detecção de um agente veio a óbito. Tais achados sugerem a
etiológico, o animal recebeu eficácia clínica de metronidazol para
antibioticoterapia (sulfa-trimetropim). ICD em potros como já relatado
Quatro dias após o início do tratamento, anteriormente (Båverud, 2004).
o potro apresentou um agravamento do
estado clínico, com uma diarreia Dez estirpes toxigênicas do C. difficile
profusa esverdeada e com presença de foram isoladas, nove de potros com

62
diarreia e uma de um animal antibiótico deste potro aparentemente
aparentemente saudável. Sete desses saudável.
animais foram positivos para as toxinas
A/B e três foram negativos. Um estado Um animal foi positivo para as toxinas
de portador deve ser considerado nesse A/B mas negativo para o isolamento do
caso (Båverud et al., 2003). Outra agente. Não existe um protocolo padrão
possibilidade de uma estirpe toxigênica de isolamento de C. difficile a partir de
em potro negativo para as toxinas A/B é amostras de fezes, o que dificulta
a degradação da toxina pelas proteases comparações entre trabalhos. De
intestinais e fecais (Clooten et al., qualquer forma, resultados similares
2008). Porém, esta hipótese deve ser foram previamente descritos em potros
analisada com cuidado já que estudos (Båverud et al., 1997; Weese et al.,
mostraram uma grande estabilidade das 2001; Båverud et al., 2003; Arroyo et
toxinas A/B em fezes de equinos al., 2007) e em estudos com outras
(Weese et al., 2000; Båverud et al., espécies como cães e suínos (Clooten et
2003). al., 2008; Silva et al., 2011). Entre as
causas possíveis, destaca-se a possível
Três estirpes não-toxigênicas também susceptibilidade de algumas estirpes de
foram isoladas de dois potros não- C. difficile a um ou a ambos antibióticos
diarréicos (um com sete dias e outro utilizados no meio de isolamento
com 12 meses de idade) e de um potro (Songer e Uzal, 2005). Além disso, o
diarréico (com cinco meses). É notável uso de agar, mesmo com a adição de
observar que C. difficile foi isolado taurocolate, pode ter uma sensibilidade
apenas de um animal entre 68 (2,9%) menor para recuperação de esporos de
não-diarréicos e com mais de um mês C. difficile quando comparado com
de idade. Esse resultado corrobora caldos seletivos (Thitaran et al., 2011).
estudos anteriores ao demostrarem que
o isolamento em potros saudáveis com APROVAÇÃO EM COMITÊ DE
mais de 30 dias de vida é raro, mas pode ÉTICA ANIMAL
ocorrer, principalmente após tratamento
com antibióticos (Båverud et al., 2002; Protocolo número 150/2010 CETEA-
Båverud, 2004). Infelizmente, não há UNESP
dados sobre a administração do

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microtubule-based protrusions and

64
5.2 Isolamento de Clostridium difficile de fezes de espécies de carnívoros silvestres
no Brasil.

RESUMO

Apesar da crescente importância de Clostridium difficile como enteropatógeno para


seres humanos e animais domésticos, o papel desse agente como causador de doença em
espécies silvestres ou mesmo a importância desses animais como reservatórios de
estirpes de C. difficile permanecem obscuros. O objetivo deste trabalho foi isolar e
identificar estirpes de C. difficile em amostras de fezes de carnívoros silvestres no
Brasil. Foram coletadas 31 amostras de fezes de carnívoros de diversas espécies em
centros de reabilitação e triagem de animais silvestres localizados nos estados de Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo. Realizou-se o isolamento de C.
difficile e avaliou-se a toxigenicidade das estirpes por PCR e pelo teste de citotoxicidade
celular (CTA) a partir da cultura do isolado. Amostras de fezes positivas para o
isolamento foram ainda submetidas a detecção das toxinas A/B por CTA e por um
ELISA comercial. Foi possível isolar C. difficile em duas (6,4%) amostras, sendo uma
toxigência, isolada de uma jaguatirica (Leopardus pardalis) e uma não toxigênica,
isolada de um Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus). Ambos animais encontravam-se
sob antibioticoterapia no momento da coleta, sendo a jaguatirica positiva também para
as toxinas A/B nas fezes, confirmando tratar-se de um quadro de diarreia por C.
difficile. O presente estudo sugere que carnívoros silvestres não possuem grande
importância como reservatório de estirpes de C. difficile. Por outro lado, demonstra que
este agente pode ser um causador de diarreia nessas espécies, principalmente em
animais em cativeiro e sob antibiótico terapia.

Palavras-chave: jaguatirica, lobo, zoonose, nosocomial, cativeiro, felinos.

INTRODUÇÃO apenas poucos estudos sobre o assunto,


a maioria limitando-se a descrições de
Clostridium difficile é atualmente casos clínicos (Bojesen et al., 2006).
reconhecido como um importante Recentemente, levantou-se a hipótese
agente causador de diarreia e de animais silvestres como possíveis
enterocolite em seres humanos e reservatórios de estirpes de C. difficile
animais domésticos (Silva Junior et al., para seres humanos e animais
2012; Silva et al., 2013a). Estudos domésticos, porém a existência de
demonstraram ainda que os isolados de poucos trabalhos sobre o tema impedem
seres humanos com infecção por C. qualquer conclusão a respeito (Jardine
difficile (ICD) têm alta correlação et al., 2010; Bandelj et al., 2011).
genética com as estirpes isoladas de
animais, levantando a hipótese de uma Isolamento e detecção de genes
doença zoonótica (Jhung et al. 2008; relativos a fatores de virulência em
Songer, 2010; Norman et al., 2011). estirpes de C. difficile podem auxiliar
no conhecimento de fatores de risco e
Apesar da crescente importância de C. epidemiologia da doença (Silva et al.,
difficile como enteropatógeno para seres 2011). Com isso, o objetivo deste
humanos e animais domésticos e até trabalho foi isolar e identificar estirpes
mesmo como possível agente zoonótico, de C. difficile em amostras de fezes de
o papel da ICD na maioria das espécies carnívoros silvestres no Brasil.
selvagens permanece obscuro, existindo

65
MATERIAL E MÉTODOS et al. (2010) e utilizando a técnica de
CTA (Capítulo 4, item 4.1).
Amostras
Alíquotas de fezes de amostras positivas
Um total de 31 amostras de carnívoros no isolamento de C. difficile foram
silvestres foram coletadas, sendo 11 de submetidas a detecção das toxinas A/B
Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), por CTA (Capítulo 4, item 4.1) e por
oito de Puma concolor (onça parda), um kit comercial de ELISA29.
quatro de Leopardus tigrinus (gato do
mato pequeno), três de Leopardus RESULTADOS E DISCUSSÃO
pardalis (jaguatirica), dois de
Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) e C. difficile foi isolado de apenas duas
um de Puma yagouaroundi amostras (6,4%), oriundas de uma
(jaguarundi). As amostras foram obtidas jaguatirica (macho, adulto, diarréico) e
de animais recolhidos por centros de de um lobo-guará (fêmea, adulto, não-
triagem e de recolhimento de animais diarréico). A estirpe isolada do C.
silvestres localizados nos estados de brachyurus foi negativa para todos os
Minas Gerais, Espírito Santo, Mato fatores de virulência pesquisados por
Grosso do Sul e São Paulo. Todas as PCR (A-B-CDT-) e nenhum efeito
amostras coletadas foram aliquotadas citotóxico foi detectado na cultura in
em microtubos estéreis e armazenadas a vitro do isolado, indicando que a estirpe
-20°C até a realização dos testes. era não-toxigênica. Corroborando esse
achado, as amostras de fezes desse
Isolamento e PCR de C. difficile e animal foram negativas para as toxinas
detecção das toxinas A/B A/B por CTA e ELISA. Com isso,
acredita-se que a estirpe encontrada faça
Para selecionar esporos de C. difficile, parte da microbiota, não sendo,
volumes iguais de amostras de fezes e portanto, associada a nenhum quadro
etanol a 96% (v/v) foram misturados e, entérico nesse caso. É interessante
após incubação por 30 minutos à observar que esse lobo-guará
temperatura ambiente, alíquotas de 50 encontrava-se sob antibioticoterapia no
µL foram inoculadas em placas de agar momento da coleta devido a uma
cicloserina-cefoxitina-frutose27, infecção secundária de uma miíase na
suplementada com sangue de equino a orelha esquerda.
7% e taurocolate sódico28 a 0,1%. Após
a incubação em jarras de anaerobiose Por outro lado, a estirpe isolada da
contendo mistura gasosa (10% H2, 10% jaguatirica foi positiva para os genes da
CO2, 80% N2) a 37 °C por 72 horas, toxina A/B, negativa para o gene da
todas as colônias com morfologia toxina binária por PCR (A+B+CDT-) e
sugestiva foram submetidos a uma PCR positiva para o teste de produção in
para detecção simultânea de um gene vitro das toxinas A/B. Além do
constitutivo (tpi) e os genes isolamento, as toxinas A/B foram
codificadores das toxinas A (tcda), B encontradas nas fezes da jaguatirica por
(tcdB) e toxina binária (cdtB) de C. CTA e ELISA. Sabe-se que esse animal
difficile (Silva et al., 2011). As estirpes desenvolveu diarreia durante o uso de
isoladas foram testadas quanto a uma cefalosporina para prevenção de
produção de toxinas A/B in vitro, como infecções secundárias após uma cirurgia
previamente descrito por Medina-Torres ortopédica. De posse desse histórico, e
27
Hi -media, Mumbai, Índia
28 29
Sigma-Aldrich Co., Sto Louis, EUA. C. difficile Tox A/B II - Techlab Inc., EUA.

66
considerando que o diagnóstico das .
infecções por C. difficile é baseado na Além do pontencial como patógeno
detecção das toxinas A/B e no para animais silvestres, recentemente
isolamento de estirpes toxigênicas alguns autores levantaram a hipótese
(Silva et al., 2012), conclui-se que o dessas espécies selvagens atuarem como
caso em questão tratou-se de um quadro reservatórios de estirpes de C. difficile
de diarreia associada a C. difficile. Esse para seres humanos e animais
foi o primeiro relato de infecção por domésticos, estimulando estudos nessa
este agente em um carnívoro silvestre e área (Jardine et al., 2010). Miller et al.
é descrito com maiores detalhes no (2010) observaram um baixo índice de
capítulo 5 (item 5.6) ou na publicação isolamento (4%) de C. difficile em
Silva et al., 2013b. lontras de vida livre (Enhydra lutris
nereis), no Canadá. Já em um estudo
O conhecimento sobre a importância de com 465 amostras de pássaros de vida
C. difficile como causador de diarreia livre, na Eslovênia, relatou-se
em espécies selvagens é extremamente prevalência zero, sugerindo que
limitado, existindo relatos em javalis, pássaros migratórios dificilmente teriam
roedores, avestruzes, primatas e um papel como reservatório do agente
lagomorfos (Frazier et al., 1993; (Bandelj et al., 2011). Em outro estudo
Shivaprasad, 2003; Keel e Songer, realizado com pequenos mamíferos
2006). Em 2006, Bojesen et al. comuns nas regiões urbanas do Canadá,
relataram ainda um surto de ICD em tais como roedores e pequenos
elefantes asiáticos mantidos em marsupiais, Jardine et al. (2010)
cativeiro na Dinamarca. Nesse caso, não também relataram uma baixa
houve administração prévia de prevalência de C. difficile.
antibióticos mas os autores sugerem que
a ingestão de grande quantidade de Com os resultados obtidos no presente
brócolis pode ter influenciado a estudo é possível concluir que, de forma
ocorrência da doença. Esse alimento é semelhante a estudos com outros grupos
conhecido por conter alta concentração de animais de vida livre, os carnívoros
de sulfuranos, que possuem a silvestres também parecem não possuir
capacidade de inibir o crescimento de grande importância como reservatório
uma variedade de microrganismos. Com de estirpes de C. difficile. Por outro
isso, acredita-se que a ingestão de lado, sugere-se que este agente possa
grande quantidade de brócolis tenha ser um causador de diarreia nessas
causado o comprometimento da espécies, principalmente em animais em
microbiota intestinal, seguido do cativeiro e sob antibioticoterapia.
crescimento e produção de toxinas de C.
difficile.

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68
5.3 Surto de diarreia por Clostridium difficile em uma granja de suínos no Brasil

RESUMO

Apesar da importância de C. difficile como agente causador de diarreia em leitões


neonatos, inexistem relatos de surtos por este agente em suínos no Brasil. Este trabalho
teve como objetivo descrever um surto de enterite neonatal por C. difficile em uma
granja de suínos localizada no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O índice de diarreia
aumentou de 2% para aproximadamente 20% em leitões de 1 a 7 dias de idade. Animais
necropsiados apresentaram edema de mesocolon e uma grave colite neutrofílica
necrotizante foi observada em cortes histológicos. Sete dos animais amostrados foram
positivos para as toxinas A/B de C. difficile e negativos para outros patógenos
pesquisados. A associação do quadro clínico, achados macro e microscópicos post-
mortem e exames laboratoriais confirmaram o diagnóstico de colite por C. difficile. O
presente trabalho confirma a ocorrência de diarreia causada por C. difficile em suínos no
Brasil e reforça a necessidade do diagnóstico na rotina laboratorial.

Palavras-chave: diarreia neonatal, enterite, colite.

NOTA

O Brasil atualmente é o terceiro maior epidemiológicos (Lippke et al., 2011;


produtor de carne suína no mundo, com Silva et al., 2011). Em um estudo sobre
um rebanho de aproximadamente 39 diagnóstico diferencial de causas de
milhões de animais (IBGE, 2010). diarreia em leitões de maternidade, C.
Entretanto, pouco se sabe da difficile foi considerado a principal
importância de C. difficile como causa de enterite infecciosa (Cruz
causador de diarreia em leitões no país. Junior et al., 2013).
Atualmente, nos EUA esse
microrganismo é considerado como a Mesmo com a crescente importância de
principal causa não controlada de C. difficile como causador de desordens
diarreia (Songer e Anderson, 2006). Até entéricas na suinocultura brasileira,
2010, não existiam relatos no Brasil inexistem descrições de surtos da
sobre a infecção por C. difficile em doença. Dessa forma, o objetivo do
suínos. A doença foi confirmada nos presente trabalho é descrever um surto
estados de Minas Gerais e Rio Grande de diarreia.
do Sul por dois levantamentos
por C. difficile em uma granja de suínos com aparente redução do ganho de
localizada em Gaurama, Rio Grande do peso, mas baixa mortalidade
Sul, Brasil. (aproximadamente 1,5%). De acordo
com os registros da granja, a ocorrência
A propriedade, uma granja comercial de de diarreia em leitões com até sete dias
larga escala, possuia 2000 matrizes e de vida subiu de uma média de 2% para
com sistema “all-in-all-out”. Os animais em torno de 19 a 23% nos últimos três
eram acomodados em baias que eram meses. Apesar do uso de uma vacina
limpas e desinfetadas após a saída de contendo toxóide alfa de C. perfringens
cada lote. Em dezembro de 2011, o e Escherichia coli enterotoxigênica, não
proprietário relatou um aumento de houve alteração na frequência de
ocorrência de diarreia, principalmente diarreia.
em leitões com até três dias de vida,

69
Em visita a granja, 18 leitões diarréicos edema escrotal e facial podem ocorrer,
e dois aparentemente saudáveis (n=20), mas são raros (Songer e Uzal, 2005).
de leitegadas diferentes e com idade Além da lesão macroscópica, dois dos
variando de um a sete dias de vida, animais diarréicos foram submetidos a
foram eutanasiados por eletrocussão, avaliação histológica, apresentando
sangrados e necropsiados. Todas lesões colite necrotizante neutrofílica severa
macroscópicas foram anotadas e com intensa infiltração de neutrófilos da
amostras de fezes de sete animais, lâmina própria para o lúmen intestinal,
sendo dois aparentemente saudáveis e alteração microscópica também
cinco diarréicos, foram coletadas considerada típica das infecções por C.
diretamente do reto e armazenadas a difficile (Yaeger et al., 2007).
4°C por 48 horas. Dois dos animais
diarréicos foram selecionados e O exame parasitológico foi negativo
amostras do jejuno, íleo, ceco e colon para oocistos e apenas colônias de E.
foram fixadas em formalita tamponada coli foram obtidas na rotina
10% para avaliação histológica. bacteriológica de aeróbios. Em uma
PCR para detecção dos fatores de
As amostras de fezes foram submetidas virulência de E. coli (Macêdo et al.,
a pesquisa de oocistos pelo método de 2007), todos os isolados foram
flutuação (Hoffman, 1987), pesquisa de caracterizados como não toxigênicos. C.
rotavirus pelo eletroforese em gel de perfringens tipo A foi isolado de dois
poliacrilamida seguida de coloração leitões, um diarréico e outro não
pela prata (Herring et al., 1982), diarréico. Ambas as estirpes foram
isolamento e genotipagem de C. negativas para o gene relativo a
perfringens (Vieira et al., 2008) e C. produção da toxina beta-2 (cpb2),
difficile (Silva et al., 2011) e para considerado o principal fator de
bacteriologia de enteropatógenos virulência associado a diarreia por C.
aeróbios em ágar MacConkey (Biobrás, perfringens em leitões (Schotte et al.
Prodimol Biotechnology) e Muller- 2004). Dessa forma, acredita-se que tais
Hinton suplementado com 5% de estirpes faziam parte da microbiota
sangue equino (Difco Laboratories, residual, não estando portanto
Detroit, USA). Para detecção das envolvidas na diarreia.
toxinas A/B de C. difficile, as amostras
foram submetidas ao teste de Todas as sete amostras de fezes foram
citotoxicidade celular em células Vero positivas para as toxinas A/B de C.
(ATCC CCL 81) (como descrito no difficile no teste de citotoxicidade
Capítulo 4, item 4.1 deste trabalho). celular. Isolados de C. difficile foram
obtidos de três amostras, sendo duas de
No exame post mortem, 18 dos 20 leitõs diarréicos e uma de um não-
leitões (16 diarréicos e dois diarréico, e todas as estirpes foram
aparentemente saudáveis) apresentaram positivas para os genes das toxinas A
edema de mesocolon, uma alteração (tdcA) e B (tcdB), mas negativa para o
post mortem comumente associada a gene da toxina binária (cdtB) por PCR.
infecção por C. difficile (Yaeger et al.,
2007). Além de edema de mesocolon e Apesar das alterações macro e
diarreia, nenhuma outra alteração microscópicas serem fortemente
marcante foi observada, algo também sugestivas de infecção por C. difficile, a
comum em casos de diarreia por C. doença não poderia ser confirmada sem
difficile em leitões. Outros sinais como a detecção das toxinas A/B (Delmeé,
hidrotórax, dificuldade respiratória, 2001). Em alguns casos, a associação de

70
isolamento e confirmação da Dessa forma, a alta incidência de
toxigenicidade da estirpe também é útil diarreia, a grande proporção de animais
para o diagnóstico. No presente com alterações post-mortem e positivos
trabalho, todas estas pesquisas para as toxinas A/B sugerem um surto
laboratoriais foram realizadas, com a de diarreia por C. difficile na granja em
detecção das toxinas A/B em todas as questão.
amostras de fezes avaliadas e
isolamento de estirpes toxigênicas de C. Apesar da infecção por C. difficile ser
difficile a partir de três desses espécimes considerada a principal causa de diarreia
clínicos. neonatal em suínos nos EUA (Songer e
Anderson, 2006), pouco se sabe com
Pode-se observar que alguns leitões relação a importância dessa doença em
foram positivos para as toxinas A/B mas toda a América Latina, existindo apenas
negativos para o isolamento do agente. dois levantamentos realizados no Brasil,
Este resultado corrobora o encontrado onde ambos demonstraram uma
em outros trabalhos em leitões e outras prevalência de aproximadamente 16%
espécies domésticas (Båverud et al., em leitões (Lippke et al., 2011; Silva et
2003; Clooten et al., 2008; Silva et al., al., 2011). É importante salientar que,
2011) e, provavelmente, é causado pela segundo Silva et al (2011), 53% das
susceptibilidade de algumas estirpes de granjas testadas tiveram pelo menos um
C. difficile a um ou a ambos os animal positivo para as toxinas A/B,
antibióticos presentes no meio de sugerindo uma grande disseminação da
cultura empregado para o isolamento doença. Como já relatado nos EUA e
(Songer e Uzal, 2005). A detecção das Europa, estes trabalhos confirmam C.
toxinas A/B em leitões não diarréicos é difficile como um dos principais
também um evento conhecido. Segundo enteropatógenos de suínos no Brasil e
Yaeger et al (2007), a ausência de demonstram a necessidade de mais
conteúdo diarréico no intestino não estudos sobre prevalência e controle
exclui a possibilidade de infecção, uma dessa doença.
vez que a colite por C. difficile é
comumente subclínica e pode ocorrer Como vacinas contra C. difficile não
inclusive constipação em alguns casos. estão comercialmente disponíveis no
Brasil, o controle de infecções por este
No presente trabalho, uma grande agente em animais domésticos é
parcela dos leitões necropsiados baseada em medidas gerais de manejo
apresentavam edema de mesocolon e (Silva et al., 2012). Recentemente,
todos as amostras testadas foram alguns trabalhos levantaram a
positivas para as toxinas A/B. De possibilidade de C. difficile ser um
acordo com Songer (2004), em granjas agente zoonótico (Arroyo et al., 2007).
com diarreia por C. difficile, 30% dos Mais estudos são necessários para
leitões são positivos para as toxinas confirmação sendo que, até o momento,
A/B, mas essa proporção pode chegar a nenhuma evidência de transmissão entre
100% em alguns casos. Considerando animais e seres humanos foi encontrada
que a infecção por C. difficile é (McNamara et al., 2011).
frequentemente subclínica (Yaeger et
al., 2007), a alta incidência de diarreia A associação das alterações post-
(aproximadamente 20%) é uma mortem e os resultados laboratoriais
característica marcante nesse caso. É confirmaram o diagnóstico de diarreia
importante salientar ainda que nenhum por C. difficile. Este estudo revela a
outro enteropatógeno foi encontrado. possibilidade de uma incidência

71
subestimada de diarreia causada por este agente em leitões no Brasil.
polyacrylamide gels. J. Clinic.
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72
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lesions. J Vet Diagn Invest, v.19, n.1,
SONGER, J.G. The emergence of p.52-59, 2007.
Clostridium difficile as a pathogen of

73
5.4 Primeiro relato de diarreia por Clostridium difficile em potros no Brasil

RESUMO

Apesar da importância de C. difficile como agente causador de diarreia e colite em


potros, inexistem relatos confirmados de tal doença no Brasil. O objetivo deste trabalho
foi descrever dois casos confirmados de diarreia causada por C. difficile em potros,
ocorridos em Minas Gerais, Brasil. Os animais, com cinco meses de idade, foram
encaminhados ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) com histórico de cinco dias de diarreia após antibioticoterapia com penicilina
para uma possível pneumonia. Ambos os animais foram positivos para detecção das
toxinas A/B de C. difficile e estirpes toxigênicas de C. difficile foram isoladas de
amostras de fezes. Os animais apresentaram melhora gradual com o tratamento baseado
em metronidazol e fluidoterapia e receberam alta após sete dias. A associação do quadro
clínico, exames laboratoriais e o sucesso terapêutico permitem confirmar o diagnóstico
de colite por C. difficile. O presente trabalho chama a atenção para a possibilidade de
diarreia causada por C. difficile em equinos no Brasil e reforça a necessidade do
diagnóstico para tal infecção na rotina laboratorial.

Palavras-chave: colite, equinos, diarreia nosocomial.

RELATO DE CASO histórico de cinco dias de diarreia foram


examinados no Hospital Veterinário da
C. difficile é um anaeróbio, bastonete Universidade Federal de Minas Gerais
Gram-positivo que tem sido (HV). O proprietário informou que três
reconhecido como um importante animais que compartilharam a mesma
patógeno bacteriano tanto em seres baia iniciaram o quadro de diarreia no
humanos quanto em animais. segundo dia após o tratamento com
Atualmente, é responsável por 95% de penicilina para uma suspeita clínica de
todos os casos de colite pneumonia. Com o início da diarreia,
pseudomembranosa e a maioria dos suspeitou-se de salmonelose e o
casos de diarreia associada a tratamento com penicilina foi
antibióticos em seres humanos (Schwan substituído por florfenicol. Quatro dias
et al., 2009). Em cavalos adultos, este após o início da diarreia, um dos
agente pode causar colite comumente animais veio a óbito. Os outros dois
nosocomial e associada a potros foram então encaminhados para
antibioticoterapia (Songer et al., 2009). o HV.
Em potros, C. difficile é responsável por
diarreia e enterocolite em animais com No dia da admissão, os dois animais
até 5 meses de idade (Båverud et al., encontravam-se desidratados e foi
2004). Apesar da importância de C. possível observar a evacuação de
difficile como patógeno em equinos, não diarreia verde aquosa. Os animais não
há diagnósticos confirmados dessa apresentavam hipertermia. As duas
doença em potros no Brasil. Portanto, o principais suspeitas clínicas foram
objetivo deste artigo é descrever o salmonelose e diarreia por C. difficile.
primeiro caso confirmado de colite por Sangue de ambos os potros foram
C. difficile em dois potros no Brasil. coletados para um hemograma completo
e para a avaliação bioquímica sérica. As
Dois potros, com cinco meses de idade, amostras de fezes foram colhidas para
da raça Mangalarga Marchador e com exame parasitológico, cultura

74
bacteriológica de rotina, detecção de negativo para o gene da toxina binária
Lawsonia intracellularis por PCR (cdtB). Ambas amostras isoladas foram
(Jones et al., 1993), isolamento de C. capazes de produzir toxina in vitro,
difficile (Silva et al., 2011) e detecção comprovando sua toxigenicidade.
das toxinas A/B por dois métodos:
utilizando um kit comercial de ensaio No segundo dia após a admissão, os
imunoenzimático (ELISA - Ridascreen potros encontravam-se hidratados e
Clostridium difficile toxins A/B, R- mais ativos, apresentando um menor
Biopharm, Alemanha); e pelo método número de episódios de diarreia mas
de citotoxicidade celular, realizado ainda com fezes líquidas. A consistência
utilizando células VERO (ATCC CCL do material fecal mudou gradualmente
81) e com soroneutralização do efeito de líquido a pastoso entre os terceiro e
citotóxico através de antitoxinas de C. quarto dias de hospitalização,
sordellii (NIBSC, Inglaterra). retornando ao sólido e com o odor
Inicialmente, o tratamento consistiu em característico a partir do quinto dia. Os
fluidoterapia com solução composta de animais receberam alta do HV sete dias
ringer lactato, solução salina e glicose após a admissão.
(proporção 3:2:1 - 130 ml kg-1 dia-1,
com um total de 1,5 g de glicose kg-1 O diagnóstico laboratorial da infecção
dia-1), omeprazol (4mg kg-1 SID) e por C. difficile é baseado na detecção
antibióticos (metronidazol: BID 20 mg das toxinas A/B pelo ensaio de CTA,
kg-1, IV, e ceftiofur: 4.4mg kg-1 de SID, considerado por muitos o "padrão de
IM). ouro", ou por ELISA (Delmeé, 2001).
Em alguns casos, a associação entre o
Ambos animais encontravam-se com isolamento e produção de toxinas in
uma anemia inicial, com um vitro também podem ser úteis. No
hematócrito de 24 e 20% e de 9,2 e 8,8 presente relato, todos estes ensaios
g dL-1 de hemoglobina, foram conduzidos. Em ambas amostras,
respectivamente. Ambos os potros as toxinas A/B foram detectadas por
tiveram também uma diminuição da ELISA comercial e no ensaio de
proteína total (4,7 e 4,0 g dL-1) e de citotoxicidade, e isolados de C. difficile
albumina (1,5 e 1,3 g dL-1). Todos estes toxigênicos foram obtidos a partir de
resultados são frequentemente ambos os animais.
encontrados em casos de diarreia
associada a C. difficile (Båverud, 2004). De acordo com Båverud et al. (2003), a
O exame parasitológico foi negativo, e diarreia associada a C. difficile em
apenas algumas colônias de E. coli potros pode ocorrer expontaneamente,
foram obtidos da cultura bacteriológica mas é sabido que o tratamento com
de rotina de amostras de fezes. antibióticos também podem levar à
Descartando a suspeita inicial, excreção do microrganismo. Sob estas
Salmonella sp. não foi isolada. circunstâncias, os antimicrobianos
L.intracellularis não foi detectada por levam a um desequilíbrio da microbiota
PCR. Por outro lado, ambas amostras de residente, permitindo a colonização por
fezes foram positivas para toxinas A/B C. difficile (Båverud et al., 2002). Os
por ELISA e no ensaio de potros do presente relato desenvolveram
citotoxicidade celular. Além disso, C. diarreia dois dias após tratamento com
difficile foi isolado a partir de ambos os penicilina, sugerindo que a
potros, e as duas amostras foram antibioticoterapia foi um fator
positivas por PCR para os genes da predisponente para a infecção por C.
toxina A (tcdA) e B (tcdB), mas difficile. Uma observação semelhante

75
foi descrito por Båverud (2004), ao este agente em potros no Brasil e sugere
sugerir que a penicilina predispõe que a detecção das toxinas A/B de C.
estabelecimento de C. difficile no difficile deve ser considerada um exame
intestino de equinos. importante na análise de rotina de casos
de diarreia.
É também importante notar que em
animais adultos, C. difficile é a principal AGRADECIMENTOS
causa de colite associada a antibióticos
e pode mesmo ser um agente Fapemig, Capes, CNPq, PRPq-UFMG.
nosocomial, como reportado para os
seres seres humanos (Songer et al., REFERÊNCIAS
2009). Estes resultados reforçam a
necessidade de incluir C. difficile no BÅVERUD, V. Clostridium difficile
diagnóstico diferencial da diarreia em diarrhea: infection control in horses. Vet
potros e de colite após antibioticoterapia Clinic North Am Eq Pract, v.20, n.3,
em cavalos adultos, especialmente nos p.615-630, 2004.
casos em que a doença se desenvolveu
após internação em um hospital BÅVERUD, V. Clostridium difficile
veterinário. infections in animals with special
reference to the horse: a review. Vet Q.,
No momento, não existem produtos v.24, n.4, p.203-219, 2002.
comerciais disponíveis para
imunoprofilaxia contra infecções por C. BÅVERUD, V.; GUSTAFSSON, A.;
difficile em animais domésticos. O FRANKLIN, A. et al.
tratamento é baseado na interrupção da Clostridium difficile: prevalence in
administração do antibiótico que iniciou horses and environment, and
o quadro, seguido por fluidoterapia para antimicrobial susceptibility. Equine Vet
manutenção do equilíbrio hidro- J, v.35, n.5, p.465-71, 2003.
eletrolítico. Em casos onde a
antibioticoterapia é necessária, DELMÉE, M. Laboratory diagnosis of
metronidazol é a droga de primeira Clostridium difficile disease. Clinic
escolha (Båverud, 2004). Testes de Microbiol Infect, v.7, n.8, p.411-416,
susceptibilidade antimicrobiana de 2001.
isolados de C. difficile de equinos não
são realizados rotineiramente, mas JANG, S.S; HANSEN, L.M.; BREHER,
estudos demostraram que a maioria das J.E. et al. Antimicrobial susceptibilities
estirpes foram sensíveis ao of equine isolates of Clostridium
metronidazol. Até o momento, isolados difficile and molecular characterization
de C. difficile de equinos foram of metronidazole-resistant strains. Clin
encontrados apenas em cavalos Infect Dis., v.25, p.266-7, 1997.
americanos (Jang et al., 1997) e, nesses
casos, a vancomicina é a opção JONES, G.F.; WARD, G.E.;
recomendada (Båverud et al., 2004). MURTAUGH, M.P. et al. Enhanced
detection of intracellular organism of
A associação dos achados clínicos, swine proliferative enteritis, ileal
resultados laboratoriais e resultado do symbiont intracellularis, in feces by
tratamento confirma o diagnóstico de polymerase chain reaction. J Clinic
diarreia por C. difficile. Este relato Microbiol, v.10, p.2611-2615, 1993.
revela a possibilidade de uma incidência
subestimada de diarreia causada por

76
SCHWAN, C.; STECHER, B.; Clostridium difficile from piglets in
TZIVELEKIDIS, T. et al. Clostridium Brazil. Ciência Rural, v.41 n.8 p.1130-
difficile toxin CDT induces formation of 1135, 2011.
microtubule-based protrusions and
increases adherence of bacteria. PLos SONGER, J.G.; TRINH, H.T.; DIAL,
Pathog, v.5, n.10, 2009. S.M. et al. Equine colitis X associated
with infection by
SILVA, R.O.S.; SALVARANI, F.M.; Clostridium difficile NAP1/027. J Vet
CRUZ JUNIOR, E.C.C. et al. Detection Diagn Invest, v.21, n.3, p.377-380,
of toxins A/B and isolation of 2009.

77
5.5 Diarreia por Clostridium difficile associada a candidíase em um potro

RESUMO

C. difficile é uma bactéria Gram-positiva, anaeróbia, responsável por quadros de


enterocolite espontânea ou após antibioticoterapia em potros. Já as infecções fúngicas
por membros do gênero Candida são comumente associadas a falhas na transferência de
imunidade passiva ou ao uso prolongado de antimicrobianos. O objetivo deste relato foi
descrever um caso de infecção fúngica oportunista em um potro com enterite causada
por C. difficile. Um fêmea com 18 dias de idade da raça Mangalarga Marchador foi
apresentado a um veterinário local com histórico de quatro dias de conjuntivite, diarreia
e hipópio. O diagnóstico clínico foi de salmonelose mas, mesmo com o tratamento
baseado em fluidoterapia, antibióticos (enrofloxacina e norfloxacina) e anti-inflamatório
(flunixina-meglumina), não houve melhora clínica e o animal foi eutanasiado. No
exame post-mortem e na histologia, foi possível visualizar uma infecção por Candida
albicans com ulcerações na mucosa oral, da língua, esofágica e estomacal. A avaliação
intestinal revelou uma tiflocolite com formação de pseudomembrana. O conteúdo
intestinal foi positivo para detecção das toxinas A/B, sugerindo que a infecção por C.
difficile tenha sido a causa da diarreia. O presente relato chama a anteção para a
possibilidade de ocorrência de infecções graves por Candida albicans associado a
administração de antibióticos de largo espectro e por períodos prolongados. Além disso,
sugere-se a necessidade de implementação da detecção das toxinas A/B de C. difficile
na rotina laboratorial para diagnóstico diferencial das diarreias em potros.

Palavras-chave: candidíase, tiflocolite, Candida albicans.

NOTA

A diarreia é uma das afecções clínicas espécies de animais e em seres humanos


mais comuns em potros, sendo que (Thean et al., 2011).
aproximadamente 80% deles têm pelo
menos um episódio de diarreia durante As infecções fúngicas são
os primeiros seis meses de vida. Muitos frequentemente oportunista e podem
agentes infecciosos têm sido relatados surgir a partir de microbiota normal
como causa de diarreia em potros, (Byrne, 2007). Os membros do gênero
incluindo principalmente C. difficile e Candida são fungos ubíquos
Salmonella spp. (Frederick et al., 2009). encontrados em diversas espécies de
C. difficile é uma bactéria Gram- plantas e como parte da microbiota
positiva, anaeróbia, responsável por normal do aparelho digestivo, do trato
quadros de enterocolite, principalmente respiratório superior e mucosa genital
após antibioticoterapia, em várias de mamíferos
(Ginn et al., 2007). Candida spp. são camadas de paraqueratose superficiais
fungos dimórficos, leveduras ovóides do epitélio oral, apresentando-se como
que se reproduzem por brotamento, uma pseudomembrana de material
sendo a Candida albicans a espécie cinza-claro, irregular
mais comumente isolada de seres predominantemente na mucosa oral e na
humanos e animais. A candidíase oral parte inferior da língua (Brown et al.,
ocorre com relativa frequência em 2007; AFIP, 2010). Já infecções mais
potros, porcos e cães e envolve a graves por C. albicans podem gerar
proliferação de leveduras e hifas nas ulcerações gástrica e esofágica,

78
ocorrendo relatos em seres humanos, hiportérmico e defecou grande
suínos, cangurus e até em golfinhos quantidade de um conteúdo cilíndrico
(Gross e Mayhew, 1983). O objetivo acinzentado, sugestivo de
deste relato foi descrever um caso de pseudomembrana de fibrina. Devido ao
infecção fúngica oportunista em um prognóstico desfavorável, realizou-se a
potro com enterite causada por C. eutanásia seguida de necropsia do
difficile. animal.

Um potro, fêmea, com 18 dias de idade Amostras de tecidos e conteúdo


e da raça Mangalarga Marchador foi intestinal foram coletados para exame
apresentado a um veterinário com histopatológico e bacteriológico. Para
histórico de quatro dias de conjuntivite, histologia, amostras de tecido foram
diarreia e hipópio. O animal foi tratado fixados em formalina a 10%,
com colírio a base de sulfato de rotineiramente processado e corados
condroitina e ciprofloxacina. Além com hematoxilina e eosina (HE) e
disso, o potro recebeu antibióticos coloração Ácido Periódico-Schiff
(florfenicol e enrofloxacina), anti- (PAS). O conteúdo intestinal foi
inflamatório (flunixina-meglumina), submetido a pesquisa das toxinas A/B
anti-espasmódico (N- por ensaio imunoenzimático (ELISA,
butilescopolamina) e foram Ridascreen C. difficile toxin A/B, R-
administrados suplementos alimentares. Biopharm, Darmstadt, Alemanha) e por
Cinco dias depois, sem melhora clínica, citotoxicidade celular (CTA) (Capítulo
o potro foi internado no Hospital 4, item 4.1).
Veterinário da UFMG. Clinicamente o
animal encontrava-se apático e com Na necropsia, o potro apresentava má
baixo desenvolvimento corporal. Além condição corporal. Na câmara anterior
disso, hipertermia (40°C), desidratação do globo ocular direito havia uma
grave, hipermotilidade intestinal e pequena quantidade de fibrina. Na
diarreia profusa de cor esverdeada superfície dorsal e ventral da língua e na
foram observados. Iniciou-se mucosa do esófago, era possível
fluidoterapia, administrou-se observar placas brancas multifocais ou
antibióticos (enrofloxacino e coalescentes, fracamente aderidas e de
norfloxacino), anti-inflamatório aspecto friável. Além disso, haviam
(flunixina-meglumina), anti- áreas multifocais de ulceração sobre a
espasmódicos (N-butilescopolamina), mucosa do esófago. A mucosa
adsorvente (carvão ativado), vitamina estomacal encontrava-se difusamente
B1 (cobalamina) e probióticos. Apesar espessada, caracterizada por um
do tratamento, não houve melhora membranosa branco-acinzentada e
clínica. Onze dias após o início da friável facilmente separados (Figura
doença, o animal encontrava-se 2A).

79
Figura 2(A): Ceco, potro. A pseudomembrana de fibrina foi retirada e revelou a mucosa
intestinal edemaciada e com pequenas áreas de ulceração. (B): Mucosa estomacal edemaciada e
revelando a presença de uma pseudomembrana de aspecto acinzentado e fracamente aderida.

As mucosas do intestino delgado, ceco e O conteúdo intestinal foi positivo para a


cólon encontrava-se hiperemicas, detecção das toxinas A/B de C. difficile
edemaciadas e algumas úlceras agudas por ELISA e por CTA. Uma estirpe de
multifocais (0,5 cm de diâmetro) foram C. difficile foi isolada em ágar TCCFA
observados na mucosa do ceco e cólon (ágar composto de cicloserina-
maior. No lúmen do ceco e cólon, havia cefoxitina-frutose e suplementado com
grande quantidade pseudomembrana de 5% de sangue de cavalo e 0,1% de
fibrina (Figura 2A). taurocolato). Por meio da PCR

80
multiplex (Silva et al., 2011) foi intralesionais, especialmente no cólon
possível detectar os genes codificadores maior e ceco.
das toxinas A (tcdA) e B (tcdB),
enquanto o gene da toxina binária Infecções causadas por Candida spp.
(cdtB), um factor de virulência adicional estão geralmente relacionadas com
de C. difficile, não foi detectado. Não fatores predisponentes, principalmente
foi possível isolar Salmonella spp. e C. imunodeficiência ou terapia com
perfringens a partir do conteúdo antibióticos e/ou corticóides (McClure
intestinal. et al., 1985). Quandos de
imunodeficiência em potros jovens são
No exame histopatológico, observou-se comuns quando há falha de
hiperqueratose moderada com grande colostragem. Além disso, não são raros
presença de blastoconídeos e os relatos onde a antibioticoterapia
pseudohifas aderidos ao epitélio da suprime a microbiota normal e favorece
língua. Além disso, havia uma área a proliferação de leveduras (McClure et
extensa de ulceração focal associada al., 1985; Bruijn e Wijnberger, 2004).
com uma intensa infiltração de Em um indivíduo saudável, a presença
neutrófilos, restos celulares e numerosas de uma microbiota intestinal normal
colônias bacterianas. Houve também mantém espécies de Candida sob
uma acentuada esofagite com presença controle por competição pela glicose
de pseudomembrana friável. A porção disponível (Bruijn e Wijnberger, 2004,
não glandular do estômago encontrava- Brown et al., 2007). As lesões graves
se espessadas devido a hiperplasia do por C. albicans neste potro
epitélio escamoso, com marcante provavelmente ocorreram devido
hiperplasia paraqueratótica e infiltração alterações na microbiota pela
de neutrófilos. Em algumas áreas do administração intensa de antibióticos
epitélio escamoso, foi possível observar para tentativa de controle da doença
queratinização circunferencial e entérica. No entanto, a possibilidade de
lamelar. Além disso, foram observados imunodeficiência não pode ser excluída
grande número de blastoconídeos e uma vez que não havia informações
pseudohifas aderidos ao epitélio a as sobre a quantidade e qualidade do
áreas ulceradas. Em muitas seções colostro ingerido por este animal.
desprendimento do epitélio ulcerado,
detritos, neutrófilos e leveduras podiam Fatores de virulência de espécies de C.
ser vistos. No PAS, os blastoconídios, albicans incluem, entre outros, a
pseudohifas e leveduras sugestivas de produção de diferentes enzimas
Candida spp foram corados hidrolíticas e adesinas. Estes permitem
positivamente. sua adesão à superfície do epitélio
escamoso (Karkowski-Kuleta et al.,
No colon e ceco, uma tiflocolite 2009). Algumas espécies de C.
multifocal ulcerativa foi observada. albicans, principalmente C. albicans,
Nesta área, leveduras positivas no PAS podem digerir a queratina in vitro o que
também foram visualizadas. Houve possivelmente auxilia a invasão do
ainda vasculite e trombose associada epitélio e o alcance do estrato córneo
com as pseudohifas. Lesões compatíveis (Gross e Mayhew, 1983).
com infecção por C. difficile foram
caracterizados por moderada a As lesões no ceco e colon encontradas
acentuada de necrose superficial do na necropsia e relatadas na histologia
epitélio com infiltração neutrofílica e foram sugestivas de infecção por C.
grande quantidade de bacilos difficile. Para o diagnóstico laboratorial

81
de enterite causada por este agente é laboratorial para diagnóstico diferencial
necessário detectar as toxinas A/B no das diarreias em potros.
conteúdo intestinal (Post e Songer,
2006). Assim, a lesão compatível AGRADECIMENTOS
combinada com a visualização de
bacilos intralesionais e a detecção das CAPES, Fapemig, INCT, PRPq-UFMG
toxinas A/B permitiu o diagnóstico de e CNPq.
tiflocolite difusa por C. difficile, sendo
essa possivelmente a causa da diarreia REFERÊNCIAS
neste potro.
ARMED FORCES INSTITUTE OF
Os principais fatores de virulência de PATHOLOGY. Departament of
C. difficile são toxina A e toxina B, que Veterinary Pathology. Conference 7,
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doença (Anderson e Songer, 2008). Palmer's Pathology of Domestic
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A ocorrência de candidíase severa no Elsevier, 2007, pp. 01-296.
potro em questão chama atenção para a
necessidade de cuidados na BRUIJN, C. M; WIJNBERG, I. D.
transferência da imunidade passiva por Potential role of Candidaspecies in
colostragem. Além disso, a antibiotic-associated diarrhea in a foal.
administração de antibióticos de largo Vet Rec, v.135, p.26-28, 2004.
espectro e por períodos prolongados
deve ser acompanhada de um BYRNE, B. A. Laboratory diagnosis of
acompanhamento clínico cuidadoso, fungal diseases. In: SELLON, D. C;
lembrando sempre da possibilidade de LONG, M. T. Equine infectious
ocorrência de infecções oportunistas por diseases. St. Louis: Saunders, p385-393.
C. albicans nestes pacientes. 2007.
Finalmente, a ausência de diagnóstico
etiológico precoce de diarreia por C. CARRILLO, N. A. Candidiasis. In:
difficile impediu a mudança na conduta SELLON, D.C; LONG, M.T. Equine
clínica, culminando com a infectious diseases. St. Louis: Saunders,
administração contínua de 2007, p.406-408.
antimicrobianos ineficazes para
infecção tal agente. Tal fato GINN, P.E.; MANSELL, J.E.K.L.;
provavelmente favoreceu a manutenção RAKICH, P.M. Skin and appendages.
da infecção por C. difficile e a In: MAXIE, M.G. (Ed). Jubb, Kennedy
disseminação da candidíase pelo and Palmer's Pathology of Domestic
comprometimento da microbiota Animals. 5. ed. Toronto: Saunders
indígena. Com isso, o presente trabalho Elsevier, 2007, pp.553-781.
reforça a necessidade de implementação
da detecção das toxinas A/B na rotina GROSS, T.L.; MAYHEW, I.G.
Gastroesophageal ulceration and

82
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in a dog caused by Candida

83
5.6 Diarreia por Clostridium difficile em uma jaguatirica (Leopardus pardalis)

RESUMO

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de diarreia por C. difficile em uma


jaguatirica (Leopardus pardalis) ocorrido no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. O
animal, um macho com aproximadamente dois anos de idade, foi enviado ao Centro de
Reabilitação de Animais Silvestres com histórico de atropelamento e fratura de tíbia e
fíbula. Após a cirurgia para redução da fratura, iniciou-se antibioticoterapia com duas
doses de cefovecina sódica intervaladas de 8 dias. Durante o tratamento, o animal
apresentou diarreia. A amostra de fezes coletada para exames laboratorias foi positiva
para as toxinas A/B no ensaio de citotoxicidade celular e uma estirpe toxigênica de C.
difficile foi isolada. Nenhum outro patógeno pesquisado foi encontrado. A associação de
histórico, sinais clínicos e exames laboratoriais confirmam o diagnóstico de diarreia por
C. difficile. O presente relato aponta C. difficile como um possível enteropatógeno de
felinos silvestres e sugere que este agente deve ser considerado em casos de diarreia
nestas espécies, principalmente quando os sinais clínicos iniciaram após
antibioticoterapia.

Palavras-chave: zoonose, enterocolite, felinos, nosocomial

RELATO DE CASO et al., 2005; Arroyo et al., 2007;


Rodriguez-Palacios et al., 2007).
Jaguatiricas (Leopardus pardalis) é o
maior felino entre os pequenos felídeos Apesar da importância de C. difficile
tropicais da América do sul (Trolle et como enteropatógeno para seres
al., 2003). Apesar de ser uma das humanos e animais e até mesmo como
espécies mais comuns de felídeos possível agente zoonótico, a
silvestres, estudos recentes indicam que importância da ICD para a maioria das
algumas subpopulações encontram-se espécies silvestres permanece obscura,
em risco sobretudo devido a limitando-se a alguns poucos estudos e
fragmentação de habitat e caça esportiva relatos de caso (Bojesen et al., 2006;
(Laurenson et al., 2005). Bandelj et al., 2011). Dessa forma, o
presente trabalho tem como objetivo
C. difficile é um bacilo, Gram-positivo, descrever um caso de diarreia por C.
anaeróbio obrigatório e responsável pela difficile em uma jaguatirica (Leopardus
maioria dos casos de diarreia associada pardalis) ocorrido no Brasil.
ao uso de antimicrobianos em humanos,
além de um importante enteropatógeno Em julho de 2012, uma jaguatirica
para diversas espécies de animais macho com aproximadamente 24 meses
domésticos, como equinos, suínos e de idade e pesando 11,6 kg foi
cães (Songer et al., 2010; Silva et al., apresentada no Centro de Reabilitação
2013a). Recentemente, a infecção por de Animais Silvestres (CRAS) em
C. difficile (ICD) tornou-se um ponto de Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
discussão em saúde pública uma vez após ter sido atropelada em uma rodovia
que estirpes isoladas de animais na cidade de Corumbá, Mato Grosso do
apresentam grande semelhança com os Sul. Após um raio-x, o animal foi
isolados encontrados em seres humanos diagnosticado com uma fratura de tíbia
com colite pseudomembranosa (Arroyo e fíbula. Realizou-se a redução cirúrgica
da fratura e iniciou-se antibioticoterapia

84
com duas doses de cefovecina sódica E. coli quanto a estirpe de C.
(8mg/kg, via subcutânea) com intervalo perfringens foram consideradas como
de oito dias entre as doses. Durante o parte da microbiota, não envolvidas no
tratamento, o animal apresentou diarreia quadro de diarreia.
de consistência pastosa.
A amostra de fezes foi positiva para as
Dois dias após a administração da toxinas A/B de C. difficile por ELISA e
última dose de antibiótico, a jaguatirica por CTA. Além disso, foi possível isolar
continuava a apresentar episódios de uma estirpe de C. difficile, sendo essa
diarreia, sendo então coletado conteúdo positiva por PCR para os genes da
fecal para exames laboratoriais. Os toxina A (tdcA) e B (tcdB) e negativa
seguintes exames foram realizados: para o gene da toxina binária (cdtB). Em
detecção de rotavirus em gel de um teste de produção in vitro de
poliacrilamida seguido de coloração toxinas, realizado de acordo com
pela prata (Herring et al., 1982); Brazier et al. (1993), confirmou-se a
detecção de celulas vegetativas e cistos toxigenicidade de estirpe isolada.
de Giardia sp. por ELISA (Ridascreen
Giardia, R-Biopharm, Alemanha); O diagnóstico laboratorial das infecções
isolamento de C. perfringens (Vieira et por C. difficile é baseado na detecção
al., 2008) e de C. difficile (Silva et al. das toxinas A/B e, em alguns casos, o
2011); e rotina bacteriológica para isolamento de estirpes toxigências
bactérias aeróbias em ágar MacConkey também pode auxiliar o diagnóstico
(Biobrás®, Prodimol Biotechnology, (Silva et al., 2012). No presente relato,
Brasil) e Muller-Hinton suplementado todos esses métodos foram realizados.
com 5% de sangue equino (Difco A partir de uma amostra de fezes do
Laboratories, Detroit, EUA). Além animal, as toxinas A/B foram detectadas
disso, pesquisou-se as toxinas A/B de C. por CTA e ELISA, e uma estirpe
difficile por meio de um kit de ELISA toxigênica foi isolada, confirmando o
(C. difficile Tox A/B II - Techlab Inc., diagnóstico de diarreia associada a C.
Blacksburg, USA) e pelo método da difficile no animal em questão.
citotoxicidade celular (Capítulo 4, item
4.1). O felino do presente relato desenvolveu
diarreia após o uso de cefovecina
Colônias de Escherichia coli foram sódica, uma cefalosporina, sugerindo
obtidas a partir da cultura bacteriológica que a administração deste
de aeróbios, mas nenhum fator de antimicrobiano tenha sido um ponto
virulência foi encontrado na PCR relevante na patógenese da doença
(Macêdo et al. 2007). C. perfringens nesse animal. A administração de
tipo A também foi isolado, o que pode antimicrobianos é um fator de risco
ser considerado normal uma vez que conhecido para as infecções por C.
essa bactéria comumente participa da difficile em humanos e algumas
microbiota indígena de mamíferos e espécies domésticas, principalmente
aves (Siqueira et al., 2012). De quaquer cães e equinos (Balassiano et al., 2012;
forma, é importante notar que a estirpe Silva et al., 2013b). Em gatos
de C. perfrigens isolada não possuia o domésticos, infecções por C. difficile já
gene (cpe), fator de virulência foram relatadas mas a doença parece
comumente associado a casos de rara (Weese et al., 2001). É importante
diarreia em cães e gatos (Weese et al., lembrar ainda que as cefalosporinas são
2001; Marks et al., 2002; Silva et al., comumente citadas como responsáveis
2013a). Dessa forma, tanto a estirpe de por casos de ICD em seres humanos e

85
equinos, corroborando o achado no realizados até o momento abordaram
presente relato (Båverud, 2002). poucas espécies: apenas lontras, aves
migratórias e pequenos mamíferos
Outro ponto a ser destacado é a dose de presentes no meio urbano (Jardine et al.,
cefovecina utilizada. Para cães e gatos, 2010; Miller et al. 2010; Bandelj et al.,
é indicada a administração de uma dose 2011). De forma geral, todos esses
única de 8mg/kg para um tratamento de estudos encontraram uma baixa
14 dias (Murphy et al., 2012). Em prevalência de C. difficile, sugerindo
felinos silvestres, o uso desse que tais espécies não possuem grande
antimicrobiano é pouco estudado, mas importância como reservatórios e
existem relatos de tratamentos eficazes disseminadores de estirpes de C.
em leões e tigres (Schrader et al., 2012; difficile.
Steeil et al., 2012). De qualquer forma,
a dose utilizada na jaguatirica do A associação do histórico, achados
presente relato foi maior que a dose clínicos e resultados laboratoriais
recomendada para gatos domésticos e a confirmam o diagnóstico de diarreia
dose descrita nos poucos relatos de uso associada a C. difficile na jaguatirica.
de cefovecina sódica em felinos Este é o primeiro relato de infecção por
silvestres. Dessa forma, pôde-se C. difficile em um felino silvestre.
levantar a hipótese de que a dose Sugere-se que a detecção das toxinas
utilizada tenha agravado o efeito A/B deva ser considerada em casos de
deletério na microbiota, facilitando a diarreia nesses animais, especialmente
colonização de C. difficile. Por ultimo, é quando os sinais clínicos iniciaram após
importante lembrar ainda que, de acordo a administração de antimicrobianos.
com o US Food and Drug
Administration (2008), ocorrência de AGRADECIMENTOS
diarreia foi um dos efeitos adversos
mais comuns durante a avaliação da CNPq, Fapemig, CAPES e PRPq-
utilização de cefovecina sódica em cães UFMG.
e gatos. Infelizmente não foi relatada a
realização de nenhum exame de REFERÊNCIAS
diagnóstico para avaliar se essa diarreia
era de origem infecciosa e se havia a ARROYO, L.G.; KRUTH, S.A.;
presença das toxinas A/B nessas fezes. WILLEY, B.M. et al. PCR ribotyping of
Clostridium difficile isolates originating
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causador de diarreia em espécies Microbiol., v.54, p.163-6, 2005.
selvagens é limitado, existindo relatos
em javalis, roedores, avestruzes, ARROYO, L.G.; STAEMPFLI, H.;
primatas, lagomorfos e a descrição de WEESE, J.S. Molecular analysis of
um surto da doença em elefantes de um Clostridium difficile isolates recovered
zoológico dinamarquês (Frazier et al., from horses with diarrhea. Vet
1993; Shivaprasad, 2003; Bojesen et al. Microbiol., v.120, p.179-183, 2007.
2006; Keel e Songer, 2006).
Recentemente alguns trabalhos BALASSIANO, I.T.; YATES, E.A.;
levantaram também a hipótese de DOMINGUES, R.M. et al.
animais silvestres como possíveis Clostridium difficile: a problem of
reservatórios de estirpes de C. difficile concern in developed countries and still
para seres humanos e animais a mystery in Latin America. J Med
domésticos, porém os estudos Microbiol, v.61, n.2, p.169-79, 2012.

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88
5.7 Susceptibilidade antimicrobiana de estirpes de Clostridium difficile isoladas de
animais e seres humanos no Brasil.

RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a susceptibilidade antimicrobiana de estirpes


de C. difficile isoladas de animais e seres humanos no Brasil. Foram utilizadas 54
estirpes de C. difficile isoladas de amostras de fezes de leitões (n=16), cães (n=13), seres
humanos (n=13), potros (n=8), bezerros (n=2), jaguatirica (n=1) e lobo-guará (n=1). A
susceptibilidade antimicrobiana foi determinada pelo método da diluição seriada em
ágar para penicilina, florfenicol, oxitetraciclina, eritromicina, vancomicina,
metronidazol e tilosina. Todas as estirpes de C. difficile avaliadas foram sensíveis ao
metronidazol e vancomicina. Não foi observada resistência ao florfenicol e 52 (96,4%)
estirpes foram sensíveis a esse antimicrobiano. Cinco (9,3%), cinco (9,3%), 14 (25,9%)
e 20 (37%) estirpes foram resistentes a oxitetraciclina, penicilina, tilosina e eritromicina,
respectivamente.

Palavras-chave: diarreia nosocomial, colite pseudomembranosa, tratamento,


resistência.

INTRODUÇÃO domésticos, levantando à hipótese da


doença ser uma zoonose (Jhung et al.,
C. difficile é um bacilo Gram- 2008; Norman et al., 2011). Mesmo
positivo, formador de esporos e com a crescente importância de C.
reconhecido como responsável pela difficile como causador de desordens
maioria dos casos de diarreia associada entéricas em seres humanos e animais e
a antibioticoterapia em seres humanos até como possível agente zoonótico, são
(Silva Junior, 2012). Em Medicina escassos os estudos avaliando a
Veterinária, é responsável por quadros susceptibilidade antimicrobiana de
de diarreia e colite em diversas estirpes de C. difficile no Brasil, sendo a
espécies, acomentendo principalmente maioria dos relatos pouco robustos e
animais domésticos e, em relatos limitados a isolados de seres humanos.
recentes, algumas espécies silvestres Desta forma, o objetivo do presente
(Silva et al., 2013a; Silva et al., 2013b; trabalho foi avaliar a susceptibilidade
Bojensen et al., 2006). De forma antimicrobiana de estirpes de C. difficile
semelhante ao que ocorre em seres isoladas de animais e seres humanos no
humanos, a infecção por C. difficile Brasil.
(ICD) em animais é comumente
associada ao uso de antimicrobianos MATERIAL E MÉTODOS
(Båverud et al., 2004; Songer et al.,
2009; Hopman et al., 2011; Silva et al Foram utilizadas 54 estirpes de
2012). C. difficile isoladas de leitões (n=16),
Recentemente, estudos cães (n=13), seres humanos (n=13),
demonstraram que os isolados de seres potros (n=8), bezerros (n=2), jaguatirica
humanos com colite (n=1) e lobo-guará (n=1). A tabela 8
pseudomembranosa por C. difficile resume o número de estirpes por espécie
possuem grande semelhança genética e o histórico clínico resumido delas.
com as estirpes isoladas de animais

89
Tabela 8: Número de estirpes de Clostridium difficile utilizadas para avaliação da
susceptibilidade antimicrobiana por espécie e histórico clínico.
Espécie Histórico Clínico Número de Estirpes Total
Diarréicos (outra causa) 5
Cães 13
Aparentemente saudáveis 8
ICD confirmada 8
Leitões Diarréicos (outra causa) 4 16
Aparentemente saudáveis 4
ICD confirmada 4
Potros Diarréicos (outra causa) 2 8
Aparentemente saudáveis 2
Bezerros Diarréicos (outra causa) 2 2
Jaguatirica ICD confirmada 1 1
Lobo-guará Diarréicos (outra causa) 1 1
Seres humanos ICD confirmada 13 13
TOTAL 54

A concentração inibitória mínima equino, hemina e vitamina K (CLSI,


(CIM) foi determinada pelo método da 2011).
diluição seriada em ágar, como
recomendado pelo Clinical and RESULTADOS E DISCUSSÃO
Laboratory Standards Institute (CLSI,
2011). Testou-se os seguintes Os resultados da CIM obtidos
antimicrobianos: penicilina, florfenicol, para as 54 estirpes de C. difficile
oxitetraciclina, eritromicina, trabalhadas podem ser encontrados na
vancomicina, metronidazol e tilosina. tabela 9. Todas as estirpes foram
Para o controle do teste, foi utilizada sensíveis ao metronidazol e à
uma amostra de referência de vancomicina. A susceptibilidade ao
Bacteroides fragilis (ATCC 25285). florfenicol e à oxitetraciclina foi de
Para todos os antimicrobianos, foram 96,3% e 81,5 respectivamente. Cinco
testadas as concentrações 0,25; 0,5; (9,3%), cinco (9,3%), 14 (25,9%) e 20
1,0; 2,0; 4,0; 8,0; 16,0; 32,0; 64,0; (37,0%) estirpes foram resistentes a
128,0; 256,0 µg/mL, em ágar Brucella oxitetraciclina, penicilina, tilosina e
(Difco Laboratories, EUA) eritromicina, respectivamente.
suplementado com 5% de sangue

Tabela 9: Concentração inibitória mínima (CIM) em µg/ml classificação quanto a


susceptibilidade antimicrobiana de 54 estirpes de Clostridium difficile isoladas de fezes de seres
humanos e animais.
Número de estirpes e CIM (µg/ml) Classificação (%)
Antimicrobiano
0,25 0,5 1 2 4 8 16 32 64 128 256 >256 S1 SM2 R3
Metronidazol 20 30 3 1 100 0 0
Vancomicina 28 19 7 100 0 0
Florfenicol 10 42 2 96,3 3,7 0
Oxitetraciclina 34 7 2 6 5 79,6 11,1 9,3
Penicilina 3 24 22 5 50,0 40,7 9,3
Tilosina 7 29 1 1 1 1 3 11 72.2 1.9 25.9
Eritromicina 13 10 7 4 2 2 4 12 63,0 0 37,0
Legenda: 1S: susceptível, 2SM: susceptibilidade moderada. R3 resistente (R). Classificação de acordo
com o CLSI (2011); European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST, 2011).

Todas as estirpes de C. difficile antimicrobianos comumente utilizados


avaliadas foram sensíveis ao para o tratamento de ICD em seres
metronidazol e à vancomicina, humanos, equinos e cães (Båverud et

90
al., 2002; Marks e Kather, 2003; de antimicrobianos é associada com a
Båverud, 2004; Spigaglia et al 2011; presença de genes do grupo tet,
Silva et al., 2013c). Este resultado é especialmente tetM (Huang et al.,
similar ao relatado em estudos 2009). A alta susceptibilidade de C.
anteriores em diversas espécies de difficile às tetraciclinas difere de outras
animais domésticos (Båverud et al., espécies de Clostridium, especialmente
2003; Marks e Kather, 2003; Post e C. perfringens, sendo a resistência à
Songer, 2004; Fry et al., 2012) sendo tetraciclina um evento comum nessa
que, até o momento, estirpes resistentes espécie (Slavić et al., 2011).
ao metronidazol só foram encontradas
em equinos nos EUA (Jang et al., 1997; As cinco estirpes resistentes à penicilina
Magdesian et al., 2006). De forma foram isoladas de três potros, todos com
semelhante ao que ocorre em animais, diagnóstico confirmado de ICD, e de
estirpes de C. difficile isoladas de seres dois leitões. É interessante observar que
humanos resistentes ao metronidazol em dois desses potros, a diarreia por C.
são incomuns (Shah et al., 2010; difficile iniciou-se após administração
Spigaglia et al., 2011). de penicilina G devido a uma suspeita
clínica de pneumonia (Silva et al.,
Isolados de C. difficile resistentes à 2012). Esse resultado corrobora com o
vancomicina são extremamente raros, descrito por Båverud (2002), que
tanto em estirpes isoladas de animais relatou que beta-lactâmicos são
quanto de pacientes humanos. Além comumente associados a ocorrência de
disso, a vancomicina é considerada ICD em potros e equinos adultos. Em
clinicamente mais efetiva e sabidamente contraste com relatos em outros países
leva a menos casos de reincidiva no (Huang et al., 2009; Shah et al., 2010),
tratamento de ICD em seres humanos nenhum isolado de seres humanos
(Shah et al., 2010), considerada a apresentou resistência à penicilina no
melhor opção por muitos clínicos. Além presente trabalho, sendo que apenas
do presente estudo, no Brasil existe uma das 13 amostras testadas (7,7%)
apenas um trabalho que avaliou a apresentou susceptibilidade moderada a
susceptibilidade antimicrobiana de seis esse composto.
estirpes de C. difficile isoladas de seres
humanos com CDI onde todos os Os macrolídeos testados, tilosina e
isolados foram sensíveis ao eritromicina, foram os antimicrobianos
metronidazol e vancomicina que apresentaram maior número de
(Balassiano et al., 2009). estirpes resistentes. A detecção de
resistência de C. difficile a estes
Nenhuma estirpe foi resistente ao compostos já foi anteriomente relatada
florfenicol, enquanto cinco isolados em estirpes de várias origens, incluindo
(9,3%), sendo dois de suínos, dois de isolados de equinos (Båverud et al.,
seres humanos e um de jaguatirica, 2003) e seres humanos (Delmée e
foram resistentes à oxitetraciclina. Em Avesani, 1988; Spigaglia et al., 2011).
geral, uma grande variação nos valores No presente estudo, das 20 (37%)
de CIM para as tetraciclinas é relatada estirpes resistentes a eritromicina, dez
em estudos com estirpes de C. difficile (18,5%) eram de leitões, quatro (7,4%)
isoladas de suínos e seres humanos, de cães, três (5,6%) de humanos, duas
mas, em geral, quase todos os isolados (3,7%) de equinos e uma (1,9%) de
são sensíveis (Delmeé e Avesani, 1988; bezerro. Destas, 16 (80%) apresentaram
Post e Songer 2004; Shah et al., 2010). CIM maior ou igual a 256,0 µg/µL. Em
Comumente, a resistência a essa classe seres humanos, alguns macrolídeos são

91
listados como antimicrobianos de diminuir a eliminação de C. difficile
comumente envolvidos em casos de nas fezes dos animais (Post e Songer,
ICD (Zilberberg e Shorr, 2013). 2004; Songer e Anderson, 2006). Em
Infelizmente, existem poucos trabalhos contraste, no presente estudo, 14
na literatura com estirpes de animais, estirpes (25,9%) foram resistentes à
porém a eritromicina já foi relatada tilosina, oito delas isoladas de leitões.
como uma importante causadora de Além dessas, três isoladoss de cães, dois
colite em éguas (Båverud, 2002). É de humanos e um de bovino foram
interessante notar que a ocorrência de resistentes a esse macrolídeo, sugerindo
estirpes de C. difficile isoladas de seres que esse antimicrobiano não seria
humanos resistentes à eritromicina efetivo para a profilaxia, controle e
parece variar muito entre países, com tratamento da ICD nas espécies
relatos de variando de 87% de isolados avaliadas no presente trabalho.
resistentes na Inglaterra a 0% na Suíca
(Huang et al., 2009). É interessante citar que a tilosina é um
antimicrobiano comumente utilizado na
O comportamento bimodal apresentado suinocultura brasileira, sendo que todas
pelos isolados frente à eritromicina as estirpes incluídas no presente estudo
sugere a presença de algum fator foram originárias de granjas que
genético de resistência. De fato, estudos relataram o uso desse antimicrobiano
demonstram que a resistência de em alguma fase de vida dos animais.
estirpes do gênero Clostridium a esse Diferentemente, a oxitetraciclina é um
antimicrobiano tem relação composto cuja adição na alimentação
principalmente com a presença de genes animal é proibida no Brasil desde 1998
do grupo erm (erythromycin ribosomal (Brasil, 1998). Duas das amostras
methylase), responsáveis pela resistentes à oxitetraciclina foram
codificação de uma metilase que inibe a isoladas de dois leitões de uma mesma
ação da eritromicina (Slavić et al., granja, ambos com CDI. Na granja em
2011). Estudos pesquisando a presença questão, o proprietário relatou o uso de
de genes de resistência a oxitetraciclina na alimentação dos
antimicrobianos são raros em estirpes animais, apesar da proibição.
de C. difficile isoladas de animais.
Recentemente Fry et al. (2012) Seis estirpes (11,1%) foram
relataram uma alta correlação entre a consideradas multirresistentes por
resistência à eritromicina e a presença apresentarem elevada CIM
do gene ermB em estirpes de C. difficile simultaneamente a três antimicrobianos
isoladas de suínos, confirmando essa (tilosina, eritromicina e oxitetraciclina),
hipótese. É importante citar, porém, que sendo cinco amostras provenientes de
nem todas as estirpes com alta suínos e uma de ser humano. Uma
resistência à eritromicina apresentam dessas estirpes, isolada de um leitão
genes do grupo erm, sugerindo a com ICD, apresentou ainda resistência a
existência de outros mecanismos penicilina. A detecção de C. difficile
envolvidos ainda desconhecidos (Huang multirresistentes de animais chama a
et al., 2009). atenção no presente estudo. Sabe-se que
a antibioticoterapia possui um papel
Alguns trabalhos relatam uma alta central no desenvolvimento de ICD,
susceptibilidade de estirpes de C. sendo que o risco aumenta
difficile à tilosina, sugerindo que esse consideravelmente quando C. difficile é
antimicrobiano poderia ser usado na resistente ao antimicrobiano utilizado
alimentação de suínos com o objetivo (Owens et al., 2008). Somando este

92
aspecto à hipótese da ICD como REFERÊNCIAS
possível zoonose, o presente estudo
aponta para a necessidade do uso BALASSIANO, I.T.; MIRANDA,
racional de antimicrobianos, K.R.; BOENTE, R.F.; et al.
especialmente na suinocultura. Além Characterization of Clostridium difficile
disso, são necessários mais estudos que strains isolated from immunosuppressed
busquem métodos alternativos para a inpatients in a hospital in Rio de
profilaxia, controle e tratamento da ICD Janeiro, Brazil. Anaerobe, v.15, n.3, p.
em animais domésticos, o que poderia 61-64, 2009.
diminuir a necessidade de utilização de
antimicrobianos nestas espécies. BÅVERUD, V. Clostridium difficile
Resultados de susceptibilidade diarrhea: infection control in horses. Vet
antimicrobiana devem ser interpretados Clinic North Am Eq Pract, v.20, n.3,
com cautela uma vez que resultados in p.615-630, 2004.
vitro nem sempre refletem o
comportamento in vivo da droga BÅVERUD, V. Clostridium difficile
avaliada. Além disso, estudos infections in animals with special
demonstraram que a maioria dos reference to the horse. A review. Vet Q
isolados de C. difficile de casos de ICD Journal, v.24, 203-219, 2002.
induzida por antibióticos em seres
humanos eram sensíveis in vitro a droga BÅVERUD, V.; GUSTAFSSON, A.;
empregada (Dzink e Bartlett 1980), FRANKLIN, A. et al. Clostridium
sugerindo que o sucesso do tratamento é difficile: prevalence in horses and
dependente não apenas da environment, and antimicrobial
susceptibilidade de C. difficile ao susceptibility. Equine Vet J, v.35, n.5.
antimicrobiano, mas também de outros p.465-71, 2003.
fatores relativos a microbiota (Båverud
et al., 2003). De qualquer forma, como BOJESEN, A.M.; OLSEN, K.E.;
não é relizado rotineiramente, a BERTELSEN, M.F. Fatal enterocolitis
avaliação da susceptibilidade in Asian elephants (Elephas maximus)
antimicrobiana de estirpes de C. difficile caused by Clostridium difficile. Vet
isoladas de seres humanos e animais, Microbiol, v. 116, n.4, p.329-35, 2006.
incluindo duas estirpes isoladas de
animais silvestres, pode ser útil para o BRASIL, MINISTÉRIO DA
tratamento das desordens entéricas AGRICULTURA E DA REFORMA
causadas pelo agente. Este é o primeiro AGRÁRIA, PORTARIA N.º 193, DE
trabalho a avaliar a susceptibilidade 12 DE MAIO DE 1998.
antimicrobiana de estirpes de C. difficile <http://www3.servicos.ms.gov.br/iagro_
de animais no Brasil. A próxima etapa ged/pdf/610_GED.pdf> Acesso em
do presente estudo é realizar a 23/03/2013.
ribotipagem e avaliar a presença de
genes de resistência das estirpes aqui CLSI - Clinical and Laboratory
utilizadas. Standards Institute. Performance
standards for Antimicrobial
AGRADECIMENTOS Suceptibility Test. Twenty-first
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93
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95
5.8 Ribotipagem de estirpes de Clostridium difficile isoladas de seres humanos e
animais no Brasil.

RESUMO

Apesar da reconhecida importância de Clostridium difficile em seres humanos e


animais, estudos de ribotipagem do agente no Brasil são escassos e restritos a poucas
estirpes isoladas de seres humanos. O objetivo do estudo foi avaliar os ribotipos das
amostras de C. difficile isoladas de seres humanos e animais no Brasil. Foram utilizadas
38 estirpes de C. difficile isoladas de seres humanos hospitalizados (n=13), cães (n=8),
leitões (n=6), potros (n=5), bezerros (n=5) e jaguatirica (n=1). A ribotipagem foi
realizada por PCR utilizando dois pares de iniciadores para a região espaçadora
intergénica 16S-23S. O produto da PCR foi concentrado e submetido a eletroforese em
gel de agarose a 3%. Os ribotipos encontrados foram comparados com a biblioteca de
estirpes do Institute of Public Health Maribor (Eslovênia). Foram encontrados 13
ribotipos diferentes, sendo os ribotipos SLO 064, 014/20 e 106 os mais comuns,
correspondendo por 11 (28,9%), nove (23,7%) e seis (15,8%) amostras respectivamente.
Nove ribotipos diferentes foram detectados entre os isolados de seres humanos, sendo
três inéditos e cinco encontrados em ao menos uma espécie animal. Este estudo revela
uma grande diversidade de ribotipos em isolados de C. difficile de seres humanos e
animais no Brasil e reforça a necessidade de mais estudos para confirmar a hipótese de
C. difficile como agente zoonótico.

Palavras-chave: diarréia nosocomial, zoonose.

INTRODUÇÃO Europa, porém trabalhos de tipagem de


isolados de C. difficile são escassos em
Clostridium difficile é um patógeno toda a América Latina (Balassiano et
emergente responsável pela maioria dos al., 2012), impedindo o conhecimento
casos de diarréia nosocomial e colite das estirpes circulantes em seres
pseudomembranosa em humanos humanos e animais nessa região.
(Balassiano et al., 2011). Em animais, a Concomitante ao aumento dos casos e
infecção é comum em suínos e equinos, da gravidade das infecções por C.
ocorrendo também em cães, bovinos e difficile, estudos demonstraram a
espécies silvestres (Bartlett, 2009). presença de ribotipos semelhantes em
Trabalhos com seres humanos têm amostras animais e de seres humanos
relatado aumento da morbidade e com colite pseudomembranosa,
mortalidade da doença, assim como sugerindo uma possível transmissão do
maior resistência ao tratamento agente entre homem e animais
antimicrobiano convencional e (Rodriguez-Palácios et al., 2007; Songer
ocorrência da doença em seres humanos et al., 2009).
saudáveis, sem prévia exposição a
ambiente hospitalar (Gellad et al., 2007; Apesar da reconhecida importância do
Samie et al., 2008). agente em todo o mundo, estudos de
ribotipagem de C. difficile no Brasil são
Acredita-se que o aumento do número escassos e restritos a poucas estirpes
de casos registrados deve-se ao isoladas de seres humanos (Balassiano
surgimento de estirpes altamente et al., 2012), permanecendo a dúvida
virulentas de C. difficile nos EUA e com relação aos ribotipos que circulam

96
em nosso meio. Dessa forma, o objetivo GCGCCCTTTGTAGCTTGACC-3´, 2
deste estudo foi avaliar os ribotipos das U de taq polimerase (Pharmacia, União
amostras de C. difficile isoladas de seres Britânica), 2.25 mM MgCl2. O mix foi
humanos e animais no Brasil. submetido a 35 ciclos de desnaturação a
94°C por 1 min, anelamento a 55°C por
MATERIAL E MÉTODOS 1 min e extensão a 72°C for 2 min
(Stubbs et al., 1999).
Estirpes
Após a reação, o produto foi
Foram utilizadas 38 estirpes de C. concentrado para um volume final de
difficile isoladas de seres humanos aproximadamente 25 µl por
(n=13), cães (n=8), leitões (n=6), potros aquecimento a 75°C por 105 min e
(n=5), bezerros (n=5) e jaguatirica então submetido a eletroforese por 6
(n=1). Todas as estirpes pertencem a horas a 8°C com 150 mA e em gel de
bacterioteca de isolados do Laboratório agarose a 3%. Para facilitar a leitura, o
de Bacteriose e Pesquisa da Escola de marcador de peso molecular foi
Veterinária da UFMG. adicionado a cada cinco canaletas de
amostras (100 bp; Advanced
Ribotipagem Biotechnologies, Epsom, União
Britânica). As bandas resultantes foram
A ribotipagem foi realizada como observadas após coração com brometo
preconizado por Bidet et al. (1999). Os de etídio por 20 min (0.5 µg/µl) e
liofilizados foram reconstituídos em comparadas com a biblioteca de
caldo BHI (Brain Heart Infusion, Difco ribotipos do Institute of Public Health
Laboratories, EUA) e incubados em Maribor (Maribor, Eslovênia) por meio
tubo rosca por 48 horas a 37°C em do software Bionumerics (Applied
ambiente de anaerobiose. Para obtenção Maths NV, Bélgica).
de colônias isoladas, as estirpes foram
plaqueadas em ágar BHI (Difco RESULTADOS
Laboratories, EUA) suplementando com
5% de sangue equino, e incubadas a Foram encontrados 13 ribotipos
37°C em anaerobiose por 48 horas. diferentes, sendo os ribotipos SLO 064,
Uma colônia de cada estirpe foi 014/020 e 106 os mais comuns,
adicionada a 100 µl de água ultrapura e correspondendo por 11 (28,9%), nove
fervida por 12 minutos. Após (23,7%) e seis (15,8%) amostras
centrifugação a 15.000 x g por 10 respectivamente (tabela 10). Nove
minutos, 5 µl do sobrenadante foram ribotipos diferentes foram detectados
utilizados como molde para uma PCR entre os isolados de seres humanos, três
de 50 µl PCR contendo 1 µM de deles desconhecidos até então. Cinco
primers 5´- ribotipos encontrados em seres humanos
CTGGGGTGAAGTCGTAACAAGG- foram também isolados em pelo menos
3´ e 5´- em uma espécie animal.

97
Tabela 10: Ribotipos, hospedeiro e histórico de estirpes de Clostridium difficile isoladas de
seres humanos e animais no Brasil.

Ribotipo Espécie (n° de isolados) Histórico Clínico


SLO 199* Humano (1) ICD
SLO 197* Humano (1) ICD
SLO 198* Humano (1) ICD
Leitão (1) Não diarréico
001/072
Humano (1) ICD
011/049 Leitão (1) Diarréia ND
Leitão (2) ICD
Cão (1) Não diarréico
Leitão (1) Não diarréico
014/020 Humano (1) ICD
Potro (1) ICD
Cão (1) ICD
Humano (2) Diarréia ND
046 Jaguatirica (1) ICD
Cão (2) Não diarréico
Humano (1) Diarréia ND
SLO 064 Bezerro (5) Diarréia ND
Cão (2) Diarréia ND
Potro (1) Diarréia ND
078 Potro (2) ICD
Cão (1) Não diarréico
106 Humano (4) ICD
Cão (1) Diarréia ND
126 Leitão (1) Não diarréico
Potro (1) Diarréia ND
SLO 147
Humano (1) ICD
Legenda: ICD – Infecção por C. difficile confirmada por detecção das toxinas A/B; Diarréia ND –
Diarréia por causa diferente de C. difficile. * - Novo ribotipo.

DISCUSSÃO outros países (Keel et al., 2007;


Avbersek et al., 2009; Janezic et al.,
Estudos de ribotipagem de C. difficile 2012; Rodriguez et al., 2012). Por outro
no Brasil são escassos e restritos a lado, a prevalência de cada ribotipos
estirpes isoladas de seres humanos parece variar em diferentes regiões
(Balassiano et al., 2012). O presente geográficas. O perfil brasileiro de
estudo permite, pela primeira vez, a ribotipos de C. difficile parece diferir
avaliação da similaridade entre as cepas dos relatos de países no hemisfério
isoladas de seres humanos e de animais norte, com a ausência ou menor dos
no Brasil, além de revelar os ribotipos ribotipos 002, 078, 027, 015, 066
circulantes em nosso meio. (Avbersek et al., 2009; Hopman et al.,
2011; Janezic et al. 2012; Rodriguez et
Em contraste com o relatado em estudos al., 2012). Resultados semelhantes
anteriores no Brasil (Balassiano et al., foram relatados recentemente na
2010; Balassiano et al., 2011), os Austrália (Knight et al., 2013) e,
ribotipos 010, 038, 133, 135 e 233 não novamente, demonstram a necessidade
foram encontrados. Em conjunto, tais de estudos regionais para o melhor
resultados sugerem uma alta diversidade entedimento da epidemiologia da
de ribotipos em seres humanos e infecção por C. difficile.
animais no país, similar a relatos em

98
Dos nove ribotipos encontrados em forma, considerando que as estirpes do
seres humanos, cinco também foram ribotipo SLO 064 possuem alta
encontrados em alguma espécie animal capacidade de colonizar diferentes
como canina, suína, bovina e equina. espécies, esta pode ser o foco de estudos
Dessa forma, o presente relato reacende futuros sobre a prevenção da doença
a discussão com relação ao potencial pela colonização com estirpes não-
zoonótico de C. difficile, como relatado toxigênicas.
em trabalhos anteriores (Rodriguez-
Palácios et al., 2007; Songer et al., O ribotipo 078 tem chamado a atenção
2009; Janezic et al., 2012; Schneeberg de pesquisadores pelo aumento de sua
et al., 2012). Mais estudos são frequência em casos em seres humanos,
necessários para avaliar tal hipótese e, especialmente nos EUA e Europa, e por
se confirmada, a prevenção da doença e estar relacionado a casos de maior
até mesmo da colonização em animais severidade da doença (Goorhuis et al.,
domésticos poderá passar a ser uma 2008; Walk et al., 2012). No Brasil,
prioridade (Songer, 2010). porém, tal ribotipo ainda não foi
encontrado em seres humanos. Além
O ribotipo isolado com maior disso, estudos no EUA relatam ainda o
frequência foi o SLO 064, também ribotipo 078 como o mais prevalente em
conhecido como 53-like, tendo sido bovinos e suínos (Keel et al., 2007;
encontrado em 11 (28,9%) estirpes entre Zidaric et al. 2012; Rodriguez et al.
isolados de seres humanos, bovinos, 2012), contrastando novamente com os
cães e potros. Todas as amostras de resultados encontrados no presente
bezerros isoladas pertenciam ainda ao estudo onde apenas duas estirpes
ribotipo SLO 064, demonstrando uma isoladas de animais foram caraterizadas
baixa diversidade de isolados dessa como 078, ambas de potros com
espécie se comparado com as demais diarréia por C. difficile.
espécies avaliadas ou com estudos
anteriores com estirpes de bovinos Até 2009, o ribotipo 106 havia sido
(Janezic et al., 2012; Zidaric et al., relatado apenas na Reino Unido, quando
2012; Knight et al., 2013). então Balassiano et al. (2009) relataram
o isolamento desse ribotipo no Brasil
Ressalta-se que todas as estirpes não em seres humanos com diarréia por C.
toxigênicas submetidas a ribotipagem difficile. Neste estudo, o ribotipo 106 foi
pertenciam ao ribotipo SLO 064, o que novamente isolado em seres humanos e
sugere uma grande capacidade de de dois cães. O ribotipo 014/020,
colonização de diferentes espécies, também previamente relatado em seres
incluindo seres humanos. Outros humanos no Brasil (Balassiano et al.,
trabalhos também relataram a detecção 2011), foi novamente detectado em três
de estirpes do ribotipo SLO 064 em pacientes com diarréia, sendo um deles
diferentes espécies, reforçando tal com infecção por C. difficile confirmada
hipótese (Zidaric et al., 2010; Janezic et por detecção das toxinas A/B. Além
al., 2012). Estudos têm demonstrado disso, estirpes caracterizadas como
que a colonização por estirpes não 014/020 foram encontradas ainda em
toxigênica é capaz de prevenir a diarréia três suínos, dois cães e em um potro,
por C. difficile em seres humanos e sugerindo uma alta frequência e
suínos, tendo potencial como um disseminação desse ribotipo. É
produto para profilaxia da doença importante salientar que o ribotipo
(Sambol et al., 2002; Songer et al., 014/020 é considerado o principal
2007; Villano et al., 2012). Dessa causador de ICD na comunidade

99
européia (Bauer et al., 2011), tendo sido America Latina tal estirpe foi relata
relatado ainda em animais na apenas na Costa Rica e no Chile
Alemanha, Holanda e Eslovênia (Balassiano et al., 2012; Hernández-
(Schneeberg et al., 2012; Koene et al., Rocha et a., 2012).
2011; Janezic et al., 2012).
Nos últimos anos, diversos países têm O presente estudo revela uma grande
relatado o surgimento de estirpes diversidade de ribotipos em isolados de
altamente virulentas de C. difficile, C. difficile de seres humanos e animais
destacando-se ribotipo 027 (Barbut e no Brasil, com presença de ribotipos
Rupnik, 2012). O isolamento tem sido comuns entre seres humanos e animais.
relacionado a surtos graves, sobretudo Mais estudos são indicados para
em países desenvolvidos, com uma confirmar a importância dos animais
frequência de isolamento de 8 e 36% domésticos como reservatórios de
nos EUA e na Europa, respectivamente estirpes de C. difficile para seres
(Cheknis et al., 2009). Neste estudo não humanos.
foram encontradas estirpes do ribotipo
027, sendo que, até o momento, na

AGRADECIMENTOS to a Brazilian PCR-ribotype of


Clostridium difficile in a university
CNPq, Fapemig, CAPES (Bolsa hospital in Rio de Janeiro, Brazil.
doutorado sanduíche, PDSE-18983/12- Antonie Van Leeuwenhoek, v.99, n.2,
0), PRPq-UFMG e INCT-Pecuária. Prof p.249-55, 2011.
Anders Miki Bojesen (Copenhagen
University, Dinamarca) e a Prof Maja BALASSIANO, I.T.; MIRANDA,
Rupnik (Institute of Public Health K.R.; BOENTE, R.F. et al.
Maribor, Eslovênia) pelo auxílio na Characterization of
realização da ribotipagem e Clostridium difficile strains isolated
interpretação dos resultados. from immunosuppressed inpatients in a
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102
6. CAPÍTULO 3: Desenvolvimento de um modelo de infecção por Clostridium
difficile em hamsters sírios (Mesocricetus auratus).

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi padronizar um modelo de infecção por Clostridium


difficile (ICD) em hamsters sírios (Mesocricetus auratus). Para seleção dos isolados
capazes de causar letalidade, cinco animais por grupo receberam uma dose de
clindamicina (30mg/kg) por gavagem. Após 48 horas, administrou-se 107 unidades
formadoras de colônia (UFC), por animal, de quatro diferentes isolados toxigênicos de
C. difficile. Selecionou-se um dos isolados capazes de causar diarreia e letalidade e
administrou-se 4x102; 4x104; 4x106; 4x108 UFC por animal, novamente com cinco
hamsters por grupo. Em todas as diluições testadas, foi possível observar a ocorrência
de diarreia e morte. A maior concentração testada (4x108 UFC por animal) causou óbito
de 100% dos hamsters do grupo. Todos os animais que vieram a óbito apresentaram
tiflite hemorrágica, foram positivos para as toxinas A/B e foi possível isolar C. difficile
do conteúdo intestinal, confirmando a reprodução experimental da doença. A dose letal
para 50% da população foi estabelecida em 6,3x104 UFC por animal. O modelo de
indução de ICD em hamsters descrito no presente estudo passa a ser uma ferramenta
valiosa para estudos relativos a patogenia, tratamento e controle dessa doença.

Palavras-chave: Clostridium difficile, diarréia nosocomial, modelo animal, infecção


hospitalar.

INTRODUÇÃO Apesar da crescente importância de C.


difficile como enteropatógeno para
Considerado um patógeno emergente, animais domésticos e seres humanos,
Clostridium difficile é responsável pela não existem produtos imunoprofiláticos
maioria dos casos de diarreia para a doença. Em animais, somado aos
nosocomial e colite pseudomembranosa prejuízos causados pelo agente
em seres humanos (Balassiano et al., especialmente na suinocultura e
2011). Em animais, a infecção por C. equinocultura, pesquisas sugerem que a
difficile (ICD) foi recentemente infecção por C. difficile seja uma
confirmada no Brasil em potros, cães e possível zoonose (Arroyo et al., 2005;
descrita em uma jaguatirica criada em Jhung et al., 2008). Caso essa hipótese
cativeiro (Silva et al., 2013a; Silva et seja confirmada, a prevenção da doença
al., 2013b; Silva et al., 2013c). Em e até mesmo da colonização por C.
suínos, estudos recentes sugerem uma difficile no trato gastrointestinal de
grande disseminação da doença em animais domésticos passará a ser uma
granjas brasileiras com elevado número prioridade (Silva et al., 2013d). Além
de matrizes (Lippke et al., 2011; Silva disso, desde o reconhecimento de C.
et al., 2011), dado semelhante ao difficile como patógeno, pouco foi
relatado nos últimos anos em países da mudado nos protocolo de
Europa e nos Estados Unidos, onde a antibióticoterapia em seres humanos e
ICD é considerada a principal causa não animais, permanecendo o metronidazol
controlada de diarreia em leitões e a vancomicina como as principais
(Songer, 2010). opções (Spigaglia et al., 2011). Tais
relatos reforçam a necessidade de mais

103
estudos focando na avaliação de novos MATERIAL E MÉTODOS
métodos de tratamento da ICD.
Animais utilizados
Para o desenvolvimento e avaliação de
métodos de controle e tratamento da Foram utilizados cinco fêmeas de
infecção por C. difficile, faz-se hamsters sírios (Mesocricetus auratus),
necessário a utilização de modelos com quatro a oito semanas de idade, por
animais de indução da doença. A grupo experimental. Água, maravalha,
principal espécie utilizada para tal são ração e gaiolas foram esterilizadas por
os hamsters sírios (Mesocricetus autoclavação (121°C por 20 minutos).
auratus) devido a sua alta sensibilidade Os animais foram mantidos em gaiolas
a ICD, possibilitando a indução com individuais e acondicionados em
diversas classes de antimicrobianos e estantes ventiladas, equipadas com
sem a necessidade de obtenção de filtros absolutos (Alesco Co., Inglaterra)
animais livres de patógenos (Best et al., para minimizar a contaminação do
2012). Porém, a maioria dos trabalhos ambiente e entre os grupos
sobre modelos animais de ICD são experimentais.
pouco descritivos e deixam em aberto
pontos essenciais para reprodução do Estirpes avaliadas
protocolo de indução, tais como estirpe
utilizada, dose de antimicrobiano e Quatro estirpes toxigênicas (A+B+) de
forma de administração (Best et al., C. difficile, pertencentes a bacterioteca
2012). Além disso, a maioria dos do Laboratório de Anaeróbios da Escola
estudos relatam o uso de amostras de C. de Veterinária da UFMG, foram pré-
difficile não disponíveis no Brasil, selecionadas para avaliação quanto a
dificultando a reprodução em nosso toxigenicidade in vivo (Tabela 11),
meio (Howerton et al., 2013; Nagaro et sendo elas: ATCC 9689, oriunda do
al., 2013). Dessa forma, o objetivo do banco de amostras do American Type
presente trabalho foi padronizar um Culture Collection e gentilmente cedida
protocolo de infecção por C. difficile em pela Fundação Oswaldo Cruz; EQ5,
hamsters sírios, disponibilizando-o para estirpe isolada de um potro com ICD
futuros estudos sobre patogenia, (Preis et al., 2012); Z14, estirpe isolada
tratamento e métodos de controle da de um cão aparentemente saudável; I4,
ICD no Brasil. estirpe isolada de um suíno com ICD.

Tabela 11: Identificação, espécie e histórico das estirpes de C. difficile utilizadas para indução
experimental em hamsters sírios (Mesocricetus auratus).

Identificação Origem Histórico


ATCC 9689 N/A Banco de amostras do American Type Culture Collection
EQ5 Equino Animal com infecção confirmada por C. difficile (Preis et al. 2012)
Z14 Cão Animal aparentemente saudável com 12 anos de idade.
I4 Suíno Animal com infecção confirmada por C. difficile.

Produção dos esporos das estirpes de (Brain Heart Infusion Broth, Difco
C. difficile. Laboratories, EUA), seguindo de
incubação a 37°C por 72 horas em
Os esporos de C. difficile foram ambiente de anaerobiose. Após esse
produzidos de acordo com YANG et al. período, as culturas foram mantidas por
(2009). As estirpes foram inoculadas em cinco dias em temperatura ambiente
erlenmeyer contendo 250 mL de BHI para induzir a esporulação. O conteúdo

104
foi centrifugado a 10.000 x g por 20 hamsters e, consequentemente, causar
minutos e ressuspendido com 10 mL de diarréia e óbito. A avaliação de
salina esterilizada 0,85% por duas toxigenicidade in vivo foi realizada
vezes. Posteriormente, a suspensão foi segundo Sambol et al. (2002). Dois dias
submetida ao aquecimento de 80°C por após uma dose de clindamicina (30
30 minutos, e repetição do protocolo de mg/kg), administrou-se 100 µL de
centrifugação. As soluções foram solução de esporos contendo 107 UFC
aliquotadas em microtubos das estirpes toxigênicas em cada animal.
esterilizados, contendo 300µl, e As administrações foram realizadas por
armazenadas a -20°C até a utilização. gavagem. Os grupos, constituídos por
cinco hamsters, foram divididos da
Uma semana após a produção, as seguinte forma: no grupo 1 (G1) os
soluções de esporos foram avaliadas por animais receberam esporos da estirpe
meio de coloração de Gram, coloração ATCC9689; no grupo 2 (G2) foram
de esporos (Wirtz-Conklin) e teste administrados esporos da estirpe EQ5;
respiratório em ágar sangue constituído no grupo 3 (G3) os animais receberam
de agar Muller-Hinton suplementado esporos da estirpe Z14; no grupo 4 (G4)
com 5% de sangue ovino (Difco administrou-se a estirpe I4; no grupo 5
Laboratories, EUA). Para determinação (C1) os animais receberam apenas a
da concentração de unidades dose de clindamicina e, 48 horas depois,
formadoras de colônia por mL, uma dose de 100 µL de salina
diluições seriadas na base 10 (variando esterilizada 0,85%; no grupo 6 (C2) os
de 10-3 a 10-8) foram inoculadas em ágar animais receberam apenas esporos da
sangue. Após incubadas por 48 horas estirpe toxigênica ATCC9689, sem a
em ambiente de anaerobiose produzido administração prévia de clindamicina.
por mistura gasosa (10% H2, 10% CO2,
80% N2), placas com 30 a 300 colônias Os animais foram observados
foram contadas e calculou-se a média de diariamente por 30 dias quanto a
UFC/mL. As contagens obtidas ao ocorrência de diarreia (presença de
longo do período de avaliação foram fezes amolecidas na gaiola, cauda e
comparadas pelo teste do qui-quadrado focinho com sujidades indicativas) e
e pelo teste de Fisher, em um nível de morte. Após o término do experimento
significância de 95% (p<0,05). ou quando ocorria o óbito, os animais
(STATA, College Station, Texas, eram necropsiados e fragmentos do
EUA). ceco eram coletados e fixados em
formalina tamponada a 10%.
Para determinação da viabilidade da Posteriormente, foi feito o
solução de esporos armazenadas a - processamentos pela técnica de
20°C, uma alíquota da solução da desidratação, diafanização, inclusão,
estirpe ATCC9689 foi descongelada secção de 5 micras e coloração pela
mensalmente, durante um período total hematoxilina e eosina (LUNA, 1968) e
de seis meses, e submetida a contagem avaliação histológica realizada em
de UFC/mL, como descrito microscópio de luz clara. Coletou-se
anteriormente. ainda o conteúdo intestinal para
detecção das toxinas A/B pelo teste de
Avaliação da toxigenicidade in vivo citotoxicidade celular (CTA) e
das estirpes de C. difficile. isolamento de C. difficile, como descrito
por SILVA et al. (2013d).
O objetivo desta etapa foi avaliar quais
estirpes eram capazes de infectar os

105
Determinação da dose mínima mortal (p<0,05). (STATA, College Station,
(DMM) e da dose letal para 50% Texas, EUA).
(DL50)
RESULTADOS
Dentre as estirpes capazes de causar
infecção e letalidade, selecionou-se uma Na produção das soluções de esporos, a
para avaliação da DMM e cálculo da contagem de unidades formadoras de
DL50. Foram formados cinco grupos colônia variou de 2,0x108 a 4,0x109
contendo cinco hamsters em cada. UFC/mL entre as estirpes trabalhadas.
Administrou-se uma solução de esporos A contagem inicial da estirpe
contendo 4x102 (grupo A1), 4x104 ATCC9689 foi de 2,2x109 UFC/mL,
(grupo A2), 4x106 (grupo A3) e 4x108 sendo que a média das sete contagens
(grupo A4) UFC por animal. No quinto foi de 2,1x109 UFC/mL e o desvio
grupo (grupo controle), houve padrão de ±1,2x108 UFC/mL, não
administração de apenas 100 µL de havendo alteração da contagem
salina esterilizada 0,85%. Utilizou-se bacteriana ao longo do tempo testado
mesmo esquema de indução e (p=0,91).
acompanhamento descrito para a
avaliação da toxigenicidade in vivo. O Na avaliação da toxigenicidade in vivo
total de óbitos ocorridos em cada grupo das estirpes de C. difficile, todas as
ao final do período de avaliação foram amostras testadas foram consideradas
comparados pelo teste teste de Fisher, toxigênicas uma vez que foram capazes
em um nível de significância de 95% de causar diarreia e morte dos animais
(Tabela 12).

Tabela 11: Ocorrência de diarreia, morte, lesões intestinais e resultado de isolamento e detecção
das toxinas A/B por CTA nos grupos inoculados (G1 a G4) e nos grupos controles (C1 e C2)
com diferentes estirpes toxigênicas de Clostridium difficile.

Ocorrência n (%)
Grupo (Estirpe) Lesões1 Isolamento2 Toxinas A/B
Diarreia Morte
G1 (ATCC) 4/5 (80) 5/5 (100) Sim Positivo Positivo
G2 (EQ5) 3/5 (60) 4/5 (80) Sim Positivo Positivo
G3 (Z14) 4/5 (80) 4/5 (80) Sim Positivo Positivo
G4 (I4) 3/5 (60) 4/5 (80) Sim Positivo Positivo
C1 (Nenhuma) 0/5 (0) 0/5 (0) Não Negativo Negativo
C2 (ATCC) 0/5 (0) 0/5 (0) Não Negativo Negativo
1
Presença de lesões macroscópicas e histopatológicas nos animais que vieram a óbito. 2Isolamento de
estirpes de C. difficile toxigênicas.

No exame post mortem, a observar uma extensa destruição da


mucosa e serosa do ceco encontravam- mucosa intestinal com infiltrado
se extensamente hemorrágicas e com inflamatório difusamente distribuído na
conteúdo líquido de aspecto mucosa e intensa quantidade de células
sanguinolento (Figura 3: B1). Na eritrocíticas, caracterizando uma tiflite
avaliação histopatológica, foi possível necro-hemorrágica (Figura 3: B2).

106
Figura 3: (A1) Cavidade abdominal de um hamster do grupo C1. Ceco sem alterações
macroscópicas visíveis; (B1) Cavidade abdominal de um hamster do grupo G1. Alças cecais
tumefeitas com serosa intensamente e difusamente congesta, apresentando líquido
serosanguinolento no lúmen, sugestivo de tiflite hemorrágica; (A2) Micrografia do ceco de um
animal do grupo controle (C1), mostrando as vilosidades com aspecto normal (aumento de
100X). (B2) Micrografia do ceco de um animal do grupo G1. Nota-se a extensa destruição da
mucosa intestinal, infiltrado inflamatório difusamente distribuído na mucosa e intensa
quantidade de células eritrocíticas, caracterizando uma tiflite necro-hemorrágica (aumento de
100X).

A partir do conteúdo intestinal, coletado pós-desafio e nenhuma alteração post


durante a necropsia dos hamsters que mortem significativa foi observada
vieram expontaneamente a óbito, foi (Figura 3: A1 e A2). O conteúdo do
possível detectar as toxinas A/B e isolar ceco encontrava-se com consistência
C. difficile de todos os animais pastosa a sólida e não foi possível
avaliados (Tabela 12). Já nos grupos detectar as toxinas A/B ou isolar C.
controle (C1 e C2), nenhum animal difficile de nenhum animal dos grupos
desenvolveu diarreia ou veio a óbito controle (Tabela 12).
durante o período de observação. Tais
hamsters foram eutanasiados 30 dias

107
Figura 4: Lâminas coradas pelo técnica de coloração de esporos (Wirtz-Conklin). A: Cultura
após 72 horas de incubação. Observar a presença de células vegetativas (bastonetes rosados) e
esporo livres ou ainda ligados a célula mãe (corados pelo verde-malaquita). B: Suspensão de
esporos. Observar a presença apenas de esporos livres do corpo celular (Aumento de 1000X)

Optou-se por prosseguir o trabalho com esporos de Clostridium sporogenes e


a estirpe ATCC9689. A figura 5 mostra Clostridium hungatei, sugerindo que
o tempo de sobrevivência nos 30 dias de esse protocolo, apesar de simples, é
observação dos animais inoculados com suficiente para a obtenção de uma
diferentes concentrações da estirpe solução de esporos de alta concentração
ATCC9689, durante a determinação da e de elevada pureza.
DMM e DL50. Comparando com o
grupo controle, foi possível perceber Enquanto alguns trabalhos com modelos
diferença na ocorrência de morte nos de ICD em hamsters não especificam a
grupos A2, A3 (p=0,038) e no grupo A4 forma bacteriana administrada (Anton et
(p=0,001). Todos os hamsters que al., 2004), outros autores relatam o uso
vieram a óbito possuiam lesões de apenas células vegetativas (Mcvay e
hemorrágicas no ceco e foram positivos Rolfe, 2000; Kokkotou et al., 2008),
para as toxinas A/B de C. difficile, apenas esporos (Sambol et al., 2002;
confirmando novamente a indução da Nagaro et al., 2013) ou proporções
doença. estimadas de ambos (Ochsner et al.,
2009). No presente estudo optou-se por
DISCUSSÃO trabalhar com soluções de esporos livres
que por sofrem menos alterações na
O protocolo de produção de esporos concentração de UFC após
permitiu a obtenção de uma suspensão armazenamento devido a alta resistência
rica de esporos livres (sem a presença típica dessa forma bacteriana. Como
do corpo celular), com alto grau de esperado, as contagens seguintes à
pureza e sem contaminação no teste inicial apresentaram resultados
respiratório (Figura 4). semelhantes em todos os sete tempos
avaliados, totalizando seis meses de
Resultados semelhantes de pureza e armazenagem sem alteração
concentração foram relatados por significativa da contagem. Tal resultado
YANG et al. (2009) para obtenção de demonstra a resistência dos esporos de

108
C. difficile armazenados a -20°C e em hamsters é comumente fulminante,
confirma a possibilidade de culminando com um quadro hiperagudo
armazenamento da solução nessas da doença que é caracterizado por
condições, facilitando o protocolo de extensa necrose intestinal e toxemia,
indução devido a não necessidade de podendo ocorrer óbito dos animais antes
contínua produção e dosagem da estirpe mesmo da visualização do quadro
a ser utilizada. clínico de diarreia (Chen et al., 2008;
Best et al., 2012; Howerton et al.,
Na avaliação da toxigenicidade in vivo 2013).
das estirpes de C. difficile, as lesões
observadas foram similares às Nos três animais que sobreviveram, dos
comumente relatadas em infecções por grupos G2, G3 e G4, não foram
C. difficile em hamsters e outros observadas alterações post mortem
roedores de laboratório (Sambol et al., significativas e não foi possível detectar
2002; Best et al., 2012; Howerton et al., as toxinas A/B. Além disso, C. difficile
2013; Nagaro et al., 2013). Tais não foi isolado do conteúdo intestinal,
alterações foram encontradas em todos semelhante aos animais dos dois grupos
animais que vieram a óbito durante o controles. Acredita-se que a falha de
experimento, incluindo aqueles que não indução possa ter ocorrido pela
apresentaram diarréia previamente. administração de uma dose insuficiente
Além das lesões características, o de esporos de C. difficile ou a
isolamento e detecção das toxinas A/B microbiota não ter sido suficientemente
nesses animais confirmam a indução da agredida pela dose de antibiótico
doença (Tabela 12). administrada, permanecendo o efeito
barreira (Båverud, 2002).
Nos grupos controle (C1 e C2) não
foram observados indícios de Como todas as estirpes trabalhadas
colonização ou infecção por C. difficile foram capazes de induzir a diarreia,
(Tabela 12). Tais resultados confirmam optou-se por prosseguir o trabalho com
que não houve infecção cruzada no a estirpe ATCC9689 por tratar-se de
grupo C1, uma vez que tais animais uma estirpe de referência certificada,
receberam antimicrobiano e estariam internacionalmente reconhecida e
susceptíveis a colonização por C. fornecida gratuitamente pela Fundação
difficile. No grupo C2, a ausência de Oswaldo Cruz (Fiocruz, Rio de Janeiro,
infecção demonstra que não houve Brasil) ás universidades e orgãos de
colonização pela estirpe ATCC9689, pesquisa brasileiros. Na figura 5,
provavelmente devido ao “efeito percebe-se que os óbitos iniciaram 24
barreira” da microbiota íntegra horas após a administração dos esporos
(Båverud, 2002). mas concentraram-se principalmente
entre 72 e 96 horas pós-desafio,
Três animais, dos grupos G1, G2 e G4, resultado semelhante ao relatado em
vieram a óbito antes que o quadro trabalhos anteriores com hamsters
clínico de diarreia pudesse ser (Sambol et al., 2002; Nagaro et al.,
observado. A infecção por C. difficile 2013).

109
Figura 5: Sobrevivência de hamsters durante o período de observação de 30 dias dos grupos de
animais inoculados com diferentes concentraçoes de esporos da estirpe ATCC9689 (A1 a A4)
de Clostridium difficile e do grupo controle.

Além da utilização de diferentes avaliação de métodos de proteção ou de


estirpes de C. difficile, o grande número tratamento. Alguns trabalhos de indução
de diferentes protolocos de de infecções para outros micro-
administração em modelos de ICD organismos utilizam também a DL50.
dificulta comparações. Em geral, as No presente estudo, a DL50 calculada
doses variam de 107 a 104 UFC por segundo Reed e Muench (1938) foi de
animal, porém a via de administração 6,3x104 UFC por animal.
(gavagem, via oral), o tempo após
antibióticoterapia que a estirpe é O protocolo padronizado no presente
administrada e até mesmo a forma estudo permitiu a utilização de hamsters
bacteriana utilizada (esporos, células sírios (Mesocricetus auratus) como
vegetativas) variam, impedindo modelo de indução da infecção por C.
conclusões. Por outro lado, difficile, disponibilizando-o como uma
independente da forma e estirpe ferramenta valiosa para estudos
utilizada, a grande maioria dos trabalhos relativos à patogenia, tratamento e
utilizam doses que causam entre 60 e controle dessa doença no Brasil.
100% de letalidade (Sambol et al.,
2002; Chen et al., 2008; Best et al., APROVAÇÃO NO COMITÊ DE
2012; Howerton et al., 2013; Nagaro et ETICA
al., 2013).
Protocolo número 142/2012, CEUA-
Considerando a diferença apresentada UFMG.
entre os grupos desafiados quando
comparados com o grupo controle, AGRADECIMENTOS
poderia-se utilizar qualquer dose entre
4x104 e 4x108 UFC da estirpe CNPq, FAPEMIG, CAPES e INCT.
ATCC9689, por animal, para estudos de

110
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112
COMENTÁRIOS FINAIS a doença também pode ocorrer em
felinos silvestres, sugerindo que tais
Os kits de ELISA testados revelaram animais também possam estar em risco
baixa sensibilidade para avaliação quando submetidos a antibioticoterapia.
individual de amostras de fezes de
leitões. Porém, devido a alta A padronização de um modelo
especificidade apresentada por um dos experimental de infecção por C. difficile
kits testados, uma opção seria a em hamsters sírios pode ser o primeiro
avaliação simultânea de várias amostras passo para o desenvolvimento de
de leitões da mesma granja. Deve-se estudos relativos a novos métodos de
enfatizar, porém, que mais estudos são tratamento e, principalmente,
necessários para avaliar o impacto dessa imunoprofiláticos para prevenção da
alteração no desempenho do teste em diarreia em animais domésticos.
questão.

Acredita-se que a baixa sensibilidade PESPECTIVAS FUTURAS


dos kits de ELISA para amostras de
fezes de seres humanos podem ser um O presente trabalho demonstra a
dos principais resposáveis pela necessidade de mais estudos relativos a
dificuldade de controle da diarreia métodos de diagnóstico para diarreia
nosocomial por C. difficile no causada por C. difficile sobretudo em
HCUFMG. A ausência de um método seres humanos e suínos. Uma vez que
de triagem, com alta sensibilidade e nenhum dos testes disponíveis
com resultados rápidos, dificulta a comercialmente parecem apresentar
identificação segura de pacientes a desempenho aceitável quando utilizados
serem isolados e tratados, aumentando sozinhos, torna-se necessário avaliar a
simultaneamente o risco de combinação de vários métodos no inuito
disseminação da doença e o uso de criar um algorítmo que permita um
empírico de antimicrobianos nesses valor preditivo mais aceitável para o
pacientes. Com isso, o presente estudo diagnóstico. Considerando que todos os
reforça a necessidade urgente de mais kits de ELISA e NAAT presente no
trabalhos buscando métodos mercado brasileiro são importados,
alternativos para diagnóstico tanto para torna-se importante o desenvovimento
suínos quanto para seres humanos. de métodos nacionais, diminuindo a
dependência da importação e,
Revelou-se, pela primeira vez, a consequentemente, o custo do
ocorrência ICD em potros no Brasil. diagnóstico.
Apesar dos resultados encontrados
sugerirem uma baixa prevalência da Até o momento, inexistem vacinas
doença nessa espécie, o presente estudo comerciais para prevenção da enterite
destaca a pouca familiaridade dos por C. difficile em seres humanos e
clínicos e proprietários com a diarreia animais domésticos. Com crescimento
por C. difficile em potros, comumente da importância de C. difficile em
levando a uma antibioticoterapia diversas espécies, o desenvolvimento de
errônea com consequente agravamento imunoprofiláticos e/ou de outros
dos sinais clínicos e prognóstico dos métodos de prevenção torna-se um
animais. Em suínos, destaca-se uma ponto chave para futuras pesquisas.
frequência da doença superior a
trabalhos anteriores no país. Revelou-se
ainda, pela primeira vez no mundo, que

113
CONCLUSÕES dois antimicrobianos comumente
utilizados no tratamento para ICD:
A técnica padronizada de citotoxicidade metronidazol e vancomicina. Por outro
celular permitiu a detecção das toxinas lado, o estudo revelou a ocorrência de
A/B a partir de amostras de fezes de estirpes resistentes a tilosina, penicilina,
animais e seres humanos, além de eritromicina e oxitetraciclina. A
possibilitar a avaliação dos testes ribotipagem das estirpes de C. difficile
comerciais de ensaio imunoenzimático. isoladas de animais e seres humanos
Os resultados encontrados sugerem que revelou uma grande variedade de
os kits de ELISA testados são ribotipos, sendo parte deles comuns
adequados para diagnóstico de ICD em entre homens e animais. Por último, o
potros, mas possuem sensibilidade modelo padronizado de ICD em
baixa para amostras de fezes de seres hamsters torna-se uma opção
humanos e leitões, dificultando o interessante para futuros estudos
diagnóstico nessas espécies. relativos a patogenia, prevenção e
controle da infecção por C. difficile.
As estirpes de C. difficile avaliadas
apresentaram alta susceptibilidade aos

ANEXOS: Versão original dos artigos


publicados PREIS, I.S.; SILVA, R.O.S.; PIRES,
P.S. et al. Enteritis associated with
SILVA, R.O.S.; GUEDES, R.M.C.; Clostridium difficile and opportunistic
LOBATO, F.C.F. Clostridium difficile candidiasis in a foal. Braz J Vet Pathol.,
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4,55 47 4 5,41P577 4 74 5 4 4 ,,7473 ?4 455F71696;<44>=15
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 47(4):, Jul-Aug, 2014
http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0100-2014 Major
Case Report
Article

Evaluation of three enzyme immunoassays and


a nucleic acid amplification test for the
diagnosis of Clostridium difficile-associated
diarrhea at a university hospital in Brazil
Rodrigo Otávio Silveira Silva[1], Eduardo Garcia Vilela[2], Monique Silva Neves[1]
and Francisco Carlos Faria Lobato[1]

[1]. Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. [2]. Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG.

ABSTRACT
Introduction: Despite the known importance of Clostridium difficile as a nosocomial pathogen, few studies regarding Clostridium
difficile infection (CDI) in Brazil have been conducted. To date, the diagnostic tests that are available on the Brazilian market
for the diagnosis of CDI have not been evaluated. The aim of this study was to compare the performances of four commercial
methods for the diagnosis of CDI in patients from a university hospital in Brazil. Methods: Three enzyme immunoassays (EIAs)
and one nucleic acid amplification test (NAAT) were evaluated against a cytotoxicity assay (CTA) and toxigenic culture (TC).
Stool samples from 92 patients with suspected CDI were used in this study. Results: Twenty-five (27.2%) of 92 samples were
positive according to the CTA, and 23 (25%) were positive according to the TC. All EIAs and the NAAT test demonstrated
sensitivities between 59 and 68% and specificities greater than 91%. Conclusions: All four methods exhibited low sensitivities
for the diagnosis of CDI, which could lead to a large number of false-negative results, an increased risk of cross-infection to other
patients, and overtreatment with empirical antibiotics.
Keywords: Nosocomial. Pseudomembranous colitis. Diagnosis. ELISA.

trained personnel. Thus, commercial enzyme immunoassays


INTRODUCTION (EIA) are currently the most widely used techniques for the
diagnosis of CDI3.
Clostridium difficile was first isolated in 1935, but this Other potential options that have been widely cited include
microorganism was only recognized as a human pathogen in commercial real time polymerase chain reaction (PCR) kits and
the late 1970s. Currently, Clostridium difficile infection (CDI) nucleic acid amplification tests (NAATs). Studies investigating
is recognized as the main cause of nosocomial diarrhea. In these assays found that they exhibit high sensitivity, suggesting
the last few years, the emergence of highly virulent strains of that they could be useful for screening patients with CDI2,4.
C. difficile in several countries1 and cases in outpatients with no Currently, the main limitation of these kits is their high cost,
history of antibiotic therapy have been reported, demonstrating which is typically up to ten times more expensive than EIAs5.
the need for further studies related to the diagnosis and control Despite the known importance of C. difficile as a nosocomial
of this pathogen2. pathogen, few studies have been conducted regarding CDI
For many years, the detection of A/B toxins in feces via a in Brazil. To date, the diagnostic tests that are available on
cell cytotoxicity assay (CTA) was considered the gold standard the Brazilian market for the diagnosis of CDI have not been
method for the diagnosis of CDI2. More recently, studies have evaluated. Therefore, the aim of this study was to compare the
shown that toxigenic culture (TC) is more sensitive; therefore, performance of three commercial EIAs and one NAAT for the
it has been used as the new gold standard method3. However, diagnosis of diarrhea attributed to C. difficile versus cytotoxicity
both techniques are time consuming, laborious, and require and toxigenic culture assays.

METHODS

Address to: Dr. Rodrigo Otávio Silveira Silva. EV/UFMG. Av. Antônio Carlos 6627, Between December 2011 and June 2013, 92 stool samples
31270-901 Belo Horizonte, MG, Brasil.
Phone/Fax: 55 31 3409-2103
were collected from patients at the University Hospital of the
e-mail: rodrigo.otaviosilva@gmail.com Federal University of Minas Gerais. All samples were obtained
Received 8 May 2014 from inpatients with suspected C. difficile-associated diarrhea.
Accepted 31 July 2014 Specimens were collected in sterile containers, and aliquots

1
Silva ROS et al. - Evaluation of EIAs and NAAT for Clostridium difficile infection

were held at -20°C until all tests were performed. All procedures

TABLE 1 - Evaluation of three immunoassays and RT-PCR compared with a cell cytotoxicity assay and toxigenic culture assay as the gold standards for the diagnosis of Clostridium difficile

70 (48.1-85.5) 87.5 (77.9-93.3)

61.9 (40.9-79.2) 98.3 (91-99.7) 92.9 (68.5-98.7) 87.9 (77.9-93.7)


65.2 (44.9-81.2) 98.5 (91.9-997) 93.8 (71.7 -98.9) 89 (79.8 -94.3)
91 (81.8-95.8)

88.2 (79-93.6)
were previously approved by the Research Ethics Committee of

NPV
the School of Medicine of Federal University of Minas Gerais

-
(CAAE - 0710.0.203.0000.11).
Cytotoxicity assays were performed using Vero (African
green monkey kidney) cells (ATCC CCL 81)6. Briefly, fecal

RT-PCR: real-time polymerase chain reaction; SE: sensitivity; SPE: specificity; PPV: positive predictive value; NPV: negative predictive value; CI: confidence interval of 95%.
68 (48.4-82.8)

87.5 (64 -65)


samples were diluted 1:4 in phosphate-buffered saline (pH

PPV
7.0) and centrifuged at 3,000 x g for 5min at 4°C. The resulting

-
Toxigenic culture
supernatants were filtered through a 0.22-µm pore size filter and
subject to 2fold dilutions until a dilution of 1:1024 was achieved.

% (CI)
Serial dilutions and parallel samples with Clostridium sordellii

73.9 (53.5-87.5) 88.4 (78.8-94)

60.9 (40.8-77.8) 91.3 (82.3-96)

60.9 (40.8-77.8) 97.1 (90-99.2)


antitoxin were added onto Vero cell monolayers. The cells were

SPE
examined after 24 h of incubation at 37°C in a 5% CO2 incubator.

-
A specimen was considered positive by the CTA if at least 90%
of cells were rounded and if the effects were neutralized by an
antitoxin at the same dilution in a parallel sample.
For toxigenic culture, equal volumes of stool samples and

SE
96% ethanol (v/v) were mixed. After incubation for 30min at

-
room temperature, 50µl aliquots were inoculated on plates
containing cycloserine-cefoxitin fructose agar supplemented
with 7% horse blood and 0.1% sodium taurocholate6. After

87.5 (77.9-93.3)

86.4 (76.1-92.7)
88.4 (78.8-94)

89 (79.8-94.3)

88.2 (79 -936)


anaerobic incubation at 37°C for 96h, all colonies with

NPV
suggestive morphologies were subjected to a previously

-
described multiplex-PCR protocol involving a housekeeping
gene (tpi), toxins A (tcdA) and B (tcdB), and a binary toxin
gene (cdtB)7. All strains positive for tcdA or/and tcdB were
considered toxigenic. In addition, all toxigenic isolates from

89.5 (68.6 -97.1)


73.9 (53.5-87.5)

92.9 (68.5-98.7)
99.9 (80.5-100)
80 (58.4-91.9)
the PCR were tested by CTA for in vitro toxin production as
PPV

previously described8.
-
Cytotoxicity assay

The following three commercial EIAs for A/B toxin


detection were tested: C. difficile Tox A/B II (Techlab Inc.,
% (CI)

USA), Remel ProSpecT C. difficile Toxin A/B (Oxoid, UK),

59.1 (38.7 -76.7) 98.3 (90.9-99.7)


97 (89.8 -99.2)

100 (94.5-100)
91 (81.8-95.8)

94 (85.6-97.7)

and Ridascreen Clostridium difficile toxins A/B (R-Biopharm,


Germany). In addition, one commercial NAAT kit (Simplexa™
SPE
-

C. difficile Universal Direct Kit, Focus Diagnostics, USA) that


directly detects the tcdB gene in stool samples was also tested.
All EIAs and the NAAT were performed according to the
manufacturers’ recommendations. The sensitivity, specificity,
68 (48.4 -82.8)

68 (48.4-82.8)

64 (44.5-79.8)

64 (44.5-79.8)

positive predictive value (PPV), negative predictive value


infection in patients at a university hospital in Brazil.

SE

(NPV), and 95% confidence interval were calculated for


-

each EIA and NAAT versus CTA and TC. Additionally, the
kappa coefficient9 was calculated to compare the CTA and TC
(Stata 12, College Station, Texas, USA).
Universal Direct Kit (Focus Diagnostics)

results
Remel ProSpecT C. difficile

From the 92 sampled patients, 25 (27.2%) were positive


Toxins A/B (R-Biopharm)
Cytotoxicity assay (CTA)

according to CTA. C. difficile was isolated from 29 (31.5%)


Toxigenic culture (TC)

Simplexa™ C. difficile
Ridascreen C. difficile
Tox A/B II (Techlab)

samples, of which six isolates were considered non-toxigenic


Clostridium difficile

Toxin A/B (Oxoid)

and 23 (25%) were toxigenic according to PCR. The kappa


concordance between TC and CTA was 0.71 (95% confidence
interval, 0.51-0.9). The three tested EIAs and the NAAT
Method

exhibited sensitivities between 59 and 68% and specificities


greater than 91% (Table 1).

2
Rev Soc Bras Med Trop

were positive for TC but negative for A/B toxins by CTA and
DISCUSSION the three EIAs tested. In this case, a false-positive result should
be considered a possibility. According to Peterson et al.20, the
Approximately ten years ago, it was believed that the CTA false-positive rate for TC is approximately 10%. Therefore,
demonstrated sensitivity and specificity values greater than 99% comparisons of tests for the diagnosis CDI should be performed
and was thus considered the primary technique to diagnose in parallel with CTA and TC as the gold standard methods.
CDI10,11. However, when compared with toxigenic culture, the Due to its ease of use, low cost and the fast turnaround
sensitivities of CTA protocols range between 60 and 86% with for results, EIA remains the most commonly used test for the
specificities greater than 90%5. Corroborating these findings, diagnosis of CDI in humans and animals worldwide10,12,20.
the CTA protocol used in the present study demonstrated a However, the three EIAs tested in this study demonstrated
sensitivity of 73.9% (Table 1). It is also important to note that low sensitivities ranging from 61 to 68%. This result is similar
no standard protocol exists for CTAs. In this study, Vero cells to previous studies with EIA kits and rapid tests, which
were used; this cell line is considered to be the most sensitive to reported sensitivities between 50 and 77% and specificities of
A/B toxins, and a similar CTA protocol was used successfully approximately 90%5,21,22.
in previous studies6,8,12-15. The NAAT tested in this study also exhibited a low sensitivity
In the TC assay, 23 (25%) patients were positive for (less than 62%). This result contrasts with previous studies that
toxigenic strains. Of these patients, 15 (65.2%) were A+B+CDT-, have used other NAAT tests, which reported specificities and
six (26.1%) were A+B+CDT+, and two (8.7%) were A-B+CDT-. sensitivities greater than 90%5,21-23. Compared with other kits
All of the C difficile isolates considered to be toxigenic by on the market, the main advantage of the NAAT tested in this
PCR produced toxins A and B in vitro. Conversely, the TC study is the lack of a protocol for deoxyribonucleic acid (DNA)
protocol had a sensitivity that was lower (73.9%) than the extraction from stool samples, which could save time and
values commonly reported in previous studies, which have labor. Briefly, in this test, the contents of a clinical specimen
recorded sensitivities close to 100%2,16. No standard method swab are immersed in a lysis solution, followed by heating and
for TC assays with C. difficile is available, making it difficult centrifugation. The resulting supernatant is directly used as a
to compare results from other studies. A wide variety of media DNA template in a PCR reaction. Some authors have stated that
and differences in isolation protocols, such as the use of shock false-negative results in the NAAT are primarily caused by the
alcohol and variations in incubation time, are common5,10. In this presence of gene copy numbers below the detection limits of
study, we opted for a simple isolation protocol, which would the test20-24. Considering the number of false negative results
be more applicable for diagnosis when compared with previous obtained in the present work, the potential use of a more accurate
methods17. It is well known that some strains of C. difficile may extraction protocol should be considered for better performance
not grow due to susceptibility to either one or both antibiotics of diagnostic tests; this modification might increase the number
used in the medium18. Recently, Malik et al.19 demonstrated of gene copies and also reduce the presence of inhibitors in the
that antibiotics used in selective media are responsible for the sample reactions.
addition of stress in the recovery of C. difficile spores, which One sample exhibited an undetermined result in the NAAT.
might reduce isolation rates. In addition, the use of CCFA, An additional unfrozen aliquot of this sample was retested, but
even with supplemental taurocholate, can result in a variable an undetermined result was obtained. Thus, this sample was
sensitivity for the recovery of C. difficile spores compared not considered when calculating the sensitivity, specificity,
with protocols that use pre-enrichment broth before plating on and positive and negative predictive values for the NAAT
selective agar19. All of these factors potentially contributed to test. This stool sample was also positive in TC (A-B+CDT-)
the sensitivity exhibited in the TC assay in this study. It should but negative for A/B toxins in the CTA and in all three EIAs
be noted that, even with a TC protocol with sensitivity slightly tested. Undetermined results are mainly caused by the presence
lower than commonly reported, the concordance (kappa) of inhibitors in the stool sample5. It appears that this is not a
between TC and CTA was 0.71. This value could be considered common event, given that it occurred in only one sample out of
reflective of substantial agreement9 and is similar to that reported 81 (1.2%) stool samples tested in the NAAT. This rate is similar
by Keessen et al.13 to previous reports with other NAATs5,21.
It also important to note that asymptomatic colonization Several alternatives have been proposed to improve the
by toxigenic or non-toxigenic C. difficile is considered rare diagnosis of CDI. In contrast to our results, the vast majority
in healthy adults. However, asymptomatic colonization is of commercial NAATs demonstrated high sensitivities in
estimated to occur in approximately 9 to 20% in some groups, previous studies, but their high costs prevent their wide use2,5,21.
such as residents of long-term care facilities2,5,20. The detection At institutions where EIAs are still used for the diagnosis of
of the tcdA and tcdB genes by PCR may decrease the occurrence CDI, some authors have suggested the submission of more than
of false-positive results by TC after patients with non-toxigenic one sample from the same patient, but this practice remains
strains have been identified as not positive; in the present study, controversial given that some studies have demonstrated that
four (4.3%) patients who were suspected of having nosocomial multiple samples do not significantly increase the positive
diarrhea caused by C. difficile were negative for A/B toxins and predictive value of the test and may even increase the rate of
carried non-toxigenic strains. Conversely, eight (8.7%) patients false positives5,25,26. Some authors have also suggested that an

3
Silva ROS et al. - Evaluation of EIAs and NAAT for Clostridium difficile infection

algorithm with at least two steps is required for the accurate 11. Wilcox MH. Laboratory diagnosis of Clostridium difficile infection: in
diagnosis of CDI in humans, but there is still no consensus on a state of transition or confusion or both? J Hosp Infect 2011; 79:1-3.
which tests should be used in each step5,16,22,27. 12. van den Berg RJ, Bruijnesteijn van Coppenraet LS, Gerritsen HJ,
Endtz HP, van der Vorm ER, Kuijper EJ. Prospective multicenter
In conclusion, all four methods tested in this study evaluation of a new immunoassay and real-time PCR for diagnosis
demonstrated low sensitivities for the diagnosis of CDI under of Clostridium difficile-associated diarrhea in hospitalized patients.
the conditions tested. This might lead to a large number of J Clin Microbiol 2005; 43:5338-5340.
false-negative results, which could increase the risk of cross- 13. Keessen EC, Hopman NE, van Leengoed LA, van Asten AJ, Hermanus C,
infection to other patients and also overtreatment with empirical Kuijper EJ, et al. Evaluation of four different diagnostic tests to detect
Clostridium difficile in piglets. J Clin Microbiol 2011; 49:1816-1821.
antibiotics21. The present study reinforces the need for research
14. Silva ROS, Moreira FM, Rezende JV, Pires PS, Maranhão RPA,
focusing on new methods or algorithms for the diagnosis of Palhares MS, et al. First confirmed case of Clostridium difficile-
C. difficile, given that control of CDI is nearly impossible and associated diarrhea in foals in Brazil. Ciência Rural 2012; 42:498-500.
the risk of its dissemination is high without a secure diagnosis. 15. Silva RO, D'elia ML, Magalhães Soares DF, Cavalcanti ÁR, Leal RC,
Cavalcanti G, et al. Clostridium difficile-associated diarrhea in an ocelot
(Leopardus pardalis). Anaerobe 2013; 20:82-84.
CONFLICT OF INTEREST
16. Shin BM, Kuak EY, Lee EJ, Songer JG. Algorithm combining toxin
immunoassay and stool culture for diagnosis of Clostridium difficile
The authors declare that there is no conflict of interest. infection. J Clin Microbiol 2009; 47:2952-2956.
17. Sharp SE, Ruden LO, Pohl JC, Hatcher PA, Jayne LM, Ivie WM.
Evaluation of the C.Diff Quik Chek Complete Assay, a new glutamate
FINANCIAL SUPPORT dehydrogenase and A/B toxin combination lateral flow assay for use in
rapid, simple diagnosis of Clostridium difficile disease. J Clin Microbiol
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Universidade Federal de Minas Gerais (PRPq-UFMG). Clostridium difficile from hospital environments. J Hosp Infect 2013;
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4
Journal of Equine Veterinary Science xx (2014) 1–4

Contents lists available at ScienceDirect

Journal of Equine Veterinary Science


journal homepage: www.j-evs.com

Short Communication

Evaluation of Three Enzyme Immunoassays for Diagnosis


of Clostridium difficile–Associated Diarrhea in Foals
Rodrigo Otávio Silveira Silva PhD a, *, Monique Silva Neves M.Sc. a, Márcio Garcia Ribeiro PhD b,
Maristela Silveira Palhares PhD a, Renata de Pino Albuquerque Maranhão PhD a,
Francisco Carlos Faria Lobato PhD a
a
Veterinary School, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
b
Department of Veterinary Hygiene and Public Health, School of Veterinary Medicine and Animal Sciences, Universidade Estadual PaulistadUNESP, Botucatu,
Sao Paulo, Brazil

a r t i c l e i n f o a b s t r a c t

Article history: The aim of the present study was to compare the test performances of three commercial
Received 26 January 2014 enzyme immunoassays (EIAs) against the toxigenic culture using the cytotoxicity assay as
Received in revised form 2 May 2014 the gold standard. All EIAs showed >78% sensitivity, and the lowest specificity was 92.6%.
Accepted 9 May 2014
These results suggest that EIAs could be useful for the diagnosis of Clostridium difficile
Available online xxxx
infection in foals.
Ó 2014 Elsevier Inc. All rights reserved.
Keywords:
Colitis
Enteritis
Diarrhea
Zoonosis
Equine

1. Introduction and, more recently, toxigenic culture (TC) are considered to


be “gold-standard” diagnostic assays [1]. Both assays are
Clostridium difficile is a spore-forming, anaerobic, gram- labor intensive and time consuming. Thus, commercial
positive bacillus responsible for most cases of antibiotic- enzyme immunoassays (EIAs) remain the most common
associated diarrhea in humans [1]. In veterinary medicine, method used for the diagnosis of CDI in humans [6,7].
this bacterium is the major cause of diarrhea and colitis in However, only one study has evaluated the use of a single
several domestic animals and some wildlife [2,3]. In foals, C. EIA for equine stool samples, thus the performance of most
difficile causes diarrhea, ranging from a mild, self-limiting commercially available detection methods remains un-
form to a peracute and fatal disease [4]. In addition, known [6]. Therefore, the aim of the present study was to
studies have also shown that strains isolated from humans compare the test performances of three commercial EIAs to
suffering from C. difficile infection (CDI) exhibit high genetic the performances of the gold-standard CTA and TC for the
relatedness with strains isolated from animals, suggesting diagnosis of C. difficile in foal stool samples.
the possibility of a zoonotic disease [5].
There is no “gold standard” for the diagnosis of CDI in 2. Methods and Materials
foals. In contrast, for humans, the cytotoxicity assay (CTA)
A total of 104 samples were obtained from foals aged
between 1 day and 6 months; 68 of these samples were
* Corresponding author at: Rodrigo Otávio Silveira Silva, PhD, Veteri-
nary School, Universidade Federal de Minas Gerais, Antônio Carlos
obtained from diarrheic foals submitted to the Veterinary
Avenue, 6627, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. Hospital of Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
E-mail address: rodrigo.otaviosilva@gmail.com (R.O.S. Silva). for the routine diagnosis of diarrhea, and 36 were normal

0737-0806/$ – see front matter Ó 2014 Elsevier Inc. All rights reserved.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jevs.2014.05.012
2 R.O.S. Silva et al. / Journal of Equine Veterinary Science xx (2014) 1–4

stool samples collected from clinically healthy foals. All Table 1


specimens were collected at the time of clinical examina- Details of all foals positive for toxin detection and/or toxigenic culture.

tion in sterile containers and were stored at 20 C until Foal Age Clinical Status Toxin Toxigenic Culture
further analysis up to 7 days. Detectiona
The CTA for the detection of C. difficile A/B toxins was 20 d Mild diarrhea  Nontoxigenic (ABCDT)
performed using Vero cells (Vero–ATCC CCL 81) as previ- 2d Nondiarrheic  Toxigenic (AþBþCDT)
2 mo Nondiarrheic  Nontoxigenic (ABCDT)
ously described [8]. Briefly, the fecal samples were diluted
5d Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDT)
1:4 in phosphate-buffered saline (pH 7.0) and centrifuged 15 d Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDT)
at 3,000  g for 5 minutes at 4 C. The resulting supernatant 15 d Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDTþ)
was filtered through a 0.22-mm pore size filter and diluted 27 d Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDT)
twofold until a dilution of 1:1,024 was achieved. The serial 30 d Profuse diarrhea þ Negative
2 mo Profuse diarrhea þ Negative
dilutions and parallel samples containing Clostridium sor- 2 mo Profuse diarrhea þ Negative
dellii antitoxins (National Institute for Biological Standards 3 mo Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDT)
and Control, England) were applied onto the Vero cell 5 mo Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDTþ)
monolayers. The cells were examined after 24 hours of 5 mo Profuse diarrhea þ Toxigenic (AþBþCDTþ)
incubation at 37 C in a 5% CO2 incubator. A specimen was a
Toxin detection by cytotoxicity assay and three commercial enzyme
considered positive if at least 90% of the cells were immunoassays.
rounded, and the effect was neutralized with antitoxin at
the same dilution in a parallel sample. Medina-Torrez et al [6], who examined a single EIA and
For isolation, the stool samples were submitted to reported a sensitivity and specificity of 84% and 96%,
alcohol shock, and 50 mL of aliquots were inoculated respectively. These results suggest that EIAs could be useful
onto plates containing cycloserine-cefoxitin fructose agar for diagnosis of C. difficile–associated diarrhea in foals.
(TCCFA-Hi-media, Mumbai, India) supplemented with 7% The TC showed a sensitivity of 70% compared with CTA;
horse blood and 0.1% sodium taurocholate (Sigma-Aldrich three samples were negative by TC but positive by CTA.
Co, St. Louis) [9]. After anaerobic incubation at 37 C for These samples were also positive in the three EIAs tested,
72 hours, all colonies with morphology and Gram staining suggesting that the absence of isolation was associated
suggestive of C. difficile were subjected to a multiplex po- with the TC protocol and did not result from a false-positive
lymerase chain reaction for a housekeeping gene (tpi), result by CTA. This result might have underestimated the
toxins A (tcdA) and B (tcdB), and a binary toxin gene (cdtB) sensitivity of the EIAs tested. Compared with CTA, all EIAs
as previously described [10]. A toxigenic C. difficile strain showed 100% sensitivity, but showed 77.8% sensitivity
(ATCC 9689) was used as a control for the TC method. compared with TC. Notably, even with this potential
Three commercial EIAs for A/B toxin detection were underestimation, the resulting sensitivity of the tested EIAs
tested: C. difficile Tox A/B II (Techlab Inc), Remel ProSpecT C. could be considered high. Unfortunately, there is no stan-
difficile Toxin A/B (Oxoid, UK), and Ridascreen C. difficile dard method for the TC of C. difficile, making it difficult to
toxins A/B (R-Biopharm, Germany). The EIAs were per- compare the results of TC from similar studies. Various
formed according to the manufacturer’s instructions. The mediums have been reported, and differences in the
sensitivity, specificity, positive predictive value (PPV), isolation protocols, such as the use of alcohol shock, and
negative predictive value, and 95% confidence interval were differences in incubation time have also been proposed.
calculated for each EIA against CTA and TC, and kappa Thus, the present study reported a simple isolation method,
coefficient was calculated to compare CTA and TC (STATA which would be faster and easier to perform compared
12, College Station, TX). with previous studies [6,11,12]. In this protocol, the samples
were submitted to an alcohol shock and were directly
3. Results plated onto TCCFA agar, followed by 72-hour incubation.
Some C. difficile strains did not grow, reflecting a suscepti-
The A/B toxins were detected by CTA in 10 foals (14.7%) bility to one or both of the antibiotics used on this medium
from the diarrheic group. Clostridium difficile strains were [13]. Recently, Malik et al [14] also showed that the anti-
recovered from 12 (11.5%) animals, of which nine strains biotics used in the selective media are responsible for an
were considered toxigenic and three were nontoxigenic additional stress to the recovery of C. difficile spores,
(ABCDT) by polymerase chain reaction. Three toxigenic potentially reducing the isolation rates. In addition, the use
strains were AþBþCDTþ, whereas the remaining six strains of TCCFA, even with the supplementation of taurocholate,
were AþBþCDT. The clinical status and age of the animals could have a variable sensitivity compared with enrich-
that were positive for A/B toxins or/and TC are summarized ment medium, such as TCCFB (cefoxitin-cycloserine broth,
in Table 1. The kappa concordance between TC and CTA was supplemented with taurocholate) [14,15]. These factors
0.71 (0.51–0.9 in a 95% confidence interval). All EIAs showed might have influenced the low sensitivity observed by TC
sensitivities of 77.8% and 100% compared with TC and CTA, for the foal samples. However, even with this slightly lower
respectively, whereas the specificity was >92.6% (Table 2). sensitivity, the concordance (kappa) between TC and CTA
was 0.71, which could be considered a substantial agree-
4. Discussion ment [16]. Anyway, the results of TC took at least 6 days to
obtain, even with the simple protocol used in the present
The high sensitivity and specificity of the EIAs for the study. Considering that CDI in foals is commonly a clinical
foal stool samples were consistent with the results of emergency [4], TC might not applicable for diagnosis.
R.O.S. Silva et al. / Journal of Equine Veterinary Science xx (2014) 1–4 3

Although the absence of A/B toxins in nondiarrheic foals

97.9 (92.6–99.4)

97.8 (92.5–99.4)
97.8 (92.3–99.4)
97.8 (92.3–99.4)
has been previously reported [8,17,18], a recent survey
showed that clinicians and pathologists commonly request

Comparison of the three commercial enzyme immunoassays to cytotoxicity assay and toxigenic culture as gold standards for the diagnosis of Clostridium difficile–associated diarrhea in foals (n ¼ 104).
the inclusion of normal stool samples from foals for the
laboratory diagnosis of CDI [6]. Similar to previous studies

NPV

d
reported for human samples, the inclusion of normal
samples might lead to a decrease in the PPV [1,6,19]. A total

(39.7–89.2)

(35.4–84.8)
(26.8–73.2)
(26.8–73.2)
of 36 nondiarrheic samples were included in the present
study, and none of these samples were positive by CTA.
However, four nondiarrheic samples showed false-positive
63.6
70

50
50
PPV

d
results in the EIAs tested. Similar to a previous report by
Medina-Torres et al [6], our findings suggest that non-
diarrheic samples should not be tested when using an EIA
(91.1–98.9)

(89.7–98.4)
(85.6–96.4)
(85.6–96.4)
for the diagnosis of CDI in foals.
Specificity

In the present study, a toxigenic strain was isolated from


Toxigenic Culture % (95% CI)

a nondiarrheic 2-day-old foal, negative for A/B toxins by


96.8

95.8
92.6
92.6

CTA and all EIAs tested. The main hypothesis in this case is
d

related to an asymptomatic carrier status. This possibility


(45.3–93.7)

(45.3–93.7)
(45.3–93.7)
(45.3–93.7)

was already reported for equines, particularly for animals


younger than 14-days-old [20]. The asymptomatic carrier
Sensitivity

status is a known event in human, although it is considered


rare in healthy adults; however, asymptomatic carrier sta-
77.8

77.8
77.8
77.8

tus could account for approximately 9%–20% in some


d

groups, such as residents of long-term care facilities [1,21].


(91.1–98.9)

(95.9–100)
(95.9–100)
(96–100)

Acknowledgments
NPV

96.8
100
100
100

This work was supported by funds from FAPEMIG,


d

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível


Abbreviations: CI, confidence interval of 95%; NPV, negative predictive value; PPV, positive predictive value.
(45.3–93.7)
(62.3–98.4)
(45.4–88.3)
(45.4–88.3)

Superior, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico


e Tecnológico, INCT-Pecuária, and PRPq-UFMG.
77.8
90.9
71.4
71.4
PPV
d

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(92.6–99.4)
(94.2–99.8)
(89.6–98.3)
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Padronização n.8,modelo
de um p.1415-1421, ago, 2014
de infecção http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20131344
por Clostridium difficile em hamsters sírios Mesocricetus auratus. 1415
ISSN 0103-8478

Padronização de um modelo de infecção por Clostridium


difficile em hamsters sírios Mesocricetus auratus

Standardization of a model of Clostridium difficile infection in syrian hamsters Mesocricetus auratus

Rodrigo Otávio Silveira SilvaI* Roberto Maurício Carvalho GuedesI


Michelle de Paula GabardoI Carlos Augusto Oliveira JuniorI Felipe Masiero SalvaraniI
Prhiscylla Sadanã PiresI Guilherme Guerra AlvesI Francisco Carlos Faria LobatoI

RESUMO typhlitis in all death animals. In addition, all intestinal contents


were positive for A/B toxins, and toxigenic C. difficile strains
O objetivo do presente trabalho foi padronizar um were isolated, confirming the induction of infection by this
modelo de infecção por Clostridium difficile (ICD) em hamsters microorganism. The dose lethal to 50% of the population was
sírios (Mesocricetus auratus). Para seleção dos isolados capazes calculated: 6.3x104 CFU per animal. The standardized model
de causar letalidade, cinco animais por grupo receberam uma of CDI in hamster is now available for studies on pathogenesis,
dose de clindamicina (30mg kg-1) por gavagem. Após 48 horas, treatment and control of this disease.
administraram-se 107 unidades formadoras de colônia (UFC), por
animal, de quatro diferentes isolados toxigênicos de C. difficile. Key words: Clostridium difficile, nosocomial diarrhea, animal
Selecinou-se um dos isolados capazes de causar diarreia e model, hospital infection.
letalidade e administrou-se 4x102; 4x104; 4x106; 4x108UFC por
animal, novamente com cinco hamsters por grupo. Em todas as
diluições testadas, foi possível observar a ocorrência de diarreia
e morte. A maior concentração testada (4x108UFC por animal)
INTRODUÇÃO
causou óbito de 100% dos hamsters do grupo. Todos os animais que
vieram a óbito apresentaram tiflite hemorrágica, foram positivos Considerando um patógeno
para as toxinas A/B e foi possível isolar C. difficile do conteúdo emergente, Clostridium difficile é responsável
intestinal, confirmando a reprodução experimental da doença. A
dose letal para 50% da população foi estabelecida em 6,3x104UFC pela maioria dos casos de diarreia nosocomial
por animal. O modelo de indução de ICD em hamsters descritos no e colite pseudomembranosa em seres humanos
presente estudo passa a ser uma ferramenta valiosa para estudos (BALASSIANO et al., 2011). Em animais, a infecção
relativos à patogenia, tratamento e controle dessa doença.
por C. difficile (ICD) foi recentemente confirmada no
Palavras-chave: Clostridium difficile, diarreia nosocomial, Brasil em potros, cães e descrita em uma jaguatirica
modelo animal, infecção hospitalar. criada em cativeiro (SILVA et al., 2013a; SILVA et
al., 2013b; SILVA et al., 2013c). Em suínos, estudos
ABSTRACT
recentes sugerem uma grande disseminação da
The aim of this study was to standardize a model doença em granjas brasileiras com elevado número
of Clostridium difficile infection (CDI) in Syrian hamsters de matrizes (LIPPKE et al., 2011; SILVA et al., 2011),
(Mesocricetus auratus). In order to evaluate strains capable of dado semelhante ao relatado nos últimos anos em
causing lethality, five hamsters per group received clindamycin
(30mg kg-1) by gavage. After 48 hours, 107 colony forming units países da Europa e nos Estados Unidos, onde a ICD
(CFU) of spores’ solution of four strains were administered per é considerada a principal causa não controlada de
animal. One strain capable of causing diarrhea and death was diarreia em leitões (SONGER, 2010).
selected and administered at the following concentrations: 4x102;
Apesar da crescente importância de
4x104; 4x106; 4x108 CFU per animal. All dilutions tested were able
to cause diarrhea and death. The highest concentration showed C. difficile como enteropatógeno para animais
100% of mortality. Post mortem evaluation revealed hemorrhagic domésticos e humanos, não existem produtos

I
Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Avenida Antônio Carlos, 6627, 31270-901, Belo Horizonte, MG,
Brasil. E-mail: rodrigo.otaviosilva@gmail.com. *Autor de correspondência.
Recebido 10.10.13 Aprovado 24.01.14 Devolvido pelo autor 23.05.14
CR-2013-1344.R2 Ciência Rural, v.44, n.8, ago, 2014.
1416 Silva et al.

imunoprofiláticos para a doença. Em animais, somado EQ5, estirpe isolada de um potro com ICD (PREIS
aos prejuízos causados pelo agente, especialmente et al., 2012); Z14, estirpe isolada de um cão
na suinocultura e equinocultura, pesquisas sugerem aparentemente saudável; I4, estirpe isolada de um
ainda que a infecção por C. difficile seja uma possível suíno com ICD.
zoonose (ARROYO et al., 2005; JHUNG et al., 2008).
Caso essa hipótese seja confirmada, a prevenção da Produção dos esporos das estirpes de C. difficile
doença e até mesmo da colonização por C. difficile no Os esporos de C. difficile foram produzidos
trato gastro intestinal de animais domésticos passará de acordo com YANG et al. (2009). As estirpes de C.
a ser uma prioridade (SILVA et al., 2013d). difficile foram inoculadas em erlenmeyer contendo
Para o desenvolvimento e avaliação de 250mL de BHI (Difco Laboratories, EUA), seguindo
métodos de controle e tratamento da infecção por C. de incubação a 37°C por 72 horas em ambiente de
difficile, faz-se necessário a utilização de modelos anaerobiose. Após esse período, as culturas foram
animais de indução da doença. A principal espécie mantidas por cinco dias em temperatura ambiente para
utilizada para tal são os hamsters sírios (Mesocricetus induzir a esporulação. O conteúdo foi centrifugado
auratus), devido a sua alta sensibilidade a ICD, a 10.000 x g por 20 minutos e ressuspendido com
fazendo com que seja possível realizar a indução 10mL de salina esterilizada 0,85% por duas vezes.
com diversas classes de antimicrobianos e sem Posteriormente, a suspensão foi submetida ao
a necessidade de obtenção de animais livres de aquecimento de 80°C por 30 minutos, e repetição
patógenos. Porém, a maioria dos trabalhos sobre do protocolo de centrifugação. As soluções foram
modelos animais de ICD são pouco descritivos e aliquotadas em microtubos esterilizados, contendo
deixam em aberto pontos essenciais para reprodução 300μl, e armazenadas a -20°C até a utilização.
do protocolo de indução, tais como estirpe utilizada, Uma semana após a produção, as soluções
dose de antimicrobiano e forma de administração de esporos foram avaliadas por meio de coloração de
(BEST et al., 2012). Além disso, a maioria dos Gram, coloração de esporos (Wirtz-Conklin) e teste
estudos relata o uso de amostras de C. difficile não respiratório em ágar sangue, constituído de ágar Muller-
disponíveis no Brasil, dificultando a reprodução em Hinton (Difco Laboratories, EUA) suplementado
nosso meio (HOWERTON et al., 2013; NAGARO com 5% de sangue ovino. Para determinação da
et al., 2013). Dessa forma, o objetivo do presente concentração de unidades formadoras de colônia
trabalho foi padronizar um protocolo de infecção por por mL, diluições seriadas na base 10 (variando de
C. difficile em hamsters sírios, disponibilizando-o 10-3 a 10-8) foram inoculadas em ágar sangue. Após
para futuros estudos sobre patogenia, tratamento e incubadas por 48 horas em ambiente de anaerobiose
métodos de controle da ICD no Brasil. produzido por mistura gasosa (10% H2, 10% CO2, 80%
N2), placas com 30 a 300 colônias foram contadas e
MATERIAL E MÉTODOS calculou-se a média de UFC/mL.
Para determinação da viabilidade da
Animais utilizados solução de esporos armazenada à -20°C, uma alíquota
Foram utilizados cinco fêmeas de hamsters da solução da estirpe ATCC9689 foi descongelada
sírios (Mesocricetus auratus), com quatro a oito mensalmente, durante um período total de seis meses,
semanas de idade, por grupo experimental. Água, e submetida à contagem de UFC/mL, como descrito
maravalha, ração e gaiolas foram esterilizadas por anteriormente. As contagens obtidas ao longo do
autoclavação (121°C por 20 minutos). Os animais período de avaliação foram comparadas pelo teste
foram acondicionados em estantes ventiladas, do qui-quadrado e pelo teste de Fisher, em um nível
equipadas com filtros absolutos (Alesco Co., de significância de 95% (P<0,05) (STATA, College
Inglaterra) para minimizar a contaminação do Station, Texas, EUA).
ambiente e entre os grupos experimentais.
Avaliação da toxigenicidade in vivo das estirpes de
Estirpes avaliadas C. difficile
Quatro estirpes toxigênicas (A+B+) de C. O objetivo desta etapa foi avaliar quais
difficile, pertencentes à bacterioteca do Laboratório estirpes eram capazes de infectar os hamsters e,
de Anaeróbios da Escola de Veterinária da UFMG, consequentemente, causar diarreia e óbito desses.
foram pré-selecionadas para avaliação quanto à A avaliação de toxigenicidade in vivo foi realizada
toxigenicidade in vivo, sendo elas: ATCC 9689, segundo SAMBOL et al. (2002). Dois dias após
gentilmente cedida pela Fundação Oswaldo Cruz; uma dose de clindamicina (30mg kg-1), administrou-

Ciência Rural, v.44, n.8, ago, 2014.


Padronização de um modelo de infecção por Clostridium difficile em hamsters sírios Mesocricetus auratus. 1417

se 100μL de solução de esporos contendo 107UFC cinco grupos contendo cinco hamsters em cada.
das estirpes toxigênicas em cada animal. As Administrou-se uma solução de esporos contendo
administrações foram realizadas por gavagem. Os 4x102 (grupo A1), 4x104 (grupo A2), 4x106 (grupo
grupos, contendo cinco hamsters em cada, foram A3) e 4x108 (grupo A4) UFC por animal. No quinto
divididos da seguinte forma: no grupo 1 (G1), os grupo (grupo controle), houve administração de
animais receberam esporos da estirpe ATCC9689; no apenas 100μL de salina esterilizada 0,85%. Utilizou-
grupo 2 (G2), foram administrados esporos da estirpe se mesmo esquema de indução e acompanhamento
EQ5; no grupo 3 (G3), os animais receberam esporos descrito para a avaliação da toxigenicidade in vivo.
da estirpe Z14; no grupo 4 (G4), administrou-se a O total de óbitos ocorridos em cada grupo ao final do
estirpe I4; no grupo 5 (C1), os animais receberam período de avaliação foi comparado pelo teste teste de
apenas a dose de clindamicina e, 48 horas depois, Fisher, em um nível de significância de 95% (P<0,05)
uma dose de 100μL de salina esterilizada 0,85%; no (STATA, College Station, Texas, EUA).
grupo 6 (C2), os animais receberam apenas esporos da
RESULTADOS
estirpe toxigênica ATCC9689, sem a administração
prévia de clindamicina.
Na produção das soluções de esporos, a
Os animais foram observados diariamente
contagem de unidades formadoras de colônia variou
por 30 dias quanto à ocorrência de diarreia (presença
de 2,0x108 a 4,0x109UFC mL-1 entre as estirpes
de fezes amolecidas na gaiola, cauda e focinho com
trabalhadas. A contagem inicial da estirpe ATCC9689
sujidades indicativas) e morte. Após o término do
foi de 2,2x109UFC mL-1, sendo que a média das
experimento ou quando ocorria o óbito, os animais sete contagens foi de 2,1x109UFC mL-1 e o desvio
eram necropsiados e fragmentos do ceco eram padrão de ±1,2x108UFC mL-1, não havendo alteração
coletados e fixados em formalina tamponada a 10%. significativa da contagem bacteriana ao longo do
Posteriormente, foi feito o processamento pela técnica tempo testado.
de desidratação, diafanização, inclusão, secção Na avaliação da toxigenicidade in vivo
de 5 micras e coração pela hematoxilina e eosina das estirpes de C. difficile, todas as amostras testadas
(LUNA, 1968) e avaliação histológica, realizada em foram consideradas toxigênicas, uma vez que foram
microscópio de luz clara. Coletou-se ainda o conteúdo capazes de causar diarreia e morte dos animais
intestinal para detecção das toxinas A/B pelo teste (Tabela 1). No exame post mortem, a mucosa e a serosa
de citotoxicidade celular (CTA) e isolamento de C. do ceco dos animais que vieram a óbito encontravam-
difficile, como descrito por SILVA et al. (2013d). se extensamente hemorrágicas e com conteúdo
líquido de aspecto sanguinolento (Figura 1: B1). Na
Determinação da dose mínima mortal (DMM) e da avaliação histopatológica, foi possível observar uma
dose letal para 50% (DL50) extensa destruição da mucosa intestinal com infiltrado
Dentre as estirpes capazes de causar inflamatório difusamente distribuído na mucosa e intensa
infecção e letalidade, selecionou-se uma para quantidade de células eritrocíticas, caracterizando uma
avaliação da DMM e cálculo da DL50. Foram formados tiflite necro-hemorrágica (Figura 1: B2).

Tabela 1 - Ocorrência de diarreia, morte, lesões intestinais e resultado de isolamento e detecção das toxinas A/B por CTA nos grupos
inoculados (G1 a G4) e nos grupos controle (C1 e C2) com diferentes estirpes toxigênicas de Clostridium difficile.

------------------Ocorrência (%)-----------------
Grupo (Estirpe) Lesões1 Isolamento2 Toxinas A/B
Diarreia Morte
G1 (ATCC) 4/5 (80) 5/5 (100) Sim Positivo Positivo
G2 (EQ5) 3/5 (60) 4/5 (80) Sim Positivo Positivo
G3 (Z14) 4/5 (80) 4/5 (80) Sim Positivo Positivo
G4 (I4) 3/5 (60) 4/5 (80) Sim Positivo Positivo
C1 (Nenhuma) 0/5 (0) 0/5 (0) Não Negativo Negativo
C2 (ATCC) 0/5 (0) 0/5 (0) Não Negativo Negativo

1
Presença de lesões macroscópicas e microscópicas nos animais que vieram a óbito. 2Isolamento de estirpes de C. difficile toxigênicas.

Ciência Rural, v.44, n.8, ago, 2014.


1418 Silva et al.

Figura 1 - (A1) Cavidade abdominal de um hamster do grupo C1. Ceco sem alterações
macroscópicas visíveis; (B1) Cavidade abdominal de um hamster do grupo
G1. Alças cecais tumefeitas com serosa intensamente e difusamente congesta,
apresentando líquido serosanguinolento no lúmen, sugestivo de tiflite
hemorrágica; (A2) Micrografia do ceco de um animal do grupo controle
(C1), mostrando as vilosidades com aspecto normal (aumento de 10X). (B2)
Micrografia do ceco de um animal do grupo G1. Nota-se a extensa destruição
da mucosa intestinal, infiltrado inflamatório difusamente distribuído na
mucosa e intensa quantidade de células eritrocíticas, caracterizando uma tiflite
necro-hemorrágica (aumento de 10X).

A partir do conteúdo intestinal, coletado DISCUSSÃO


durante a necropsia dos hamsters que vieram
expontaneamente a óbito, foi possível detectar as O protocolo de produção de esporos
toxinas A/B e isolar C. difficile de todos os animais permitiu a obtenção de uma suspensão rica de esporos
avaliados (Tabela 1). Já nos grupos controle (C1 e livres (sem a presença do corpo celular), com alto grau
C2), nenhum animal desenvolveu diarreia ou veio a de pureza e sem contaminação no teste respiratório.
óbito durante o período de observação. Tais hamsters Resultados semelhantes de pureza e concentração
foram eutanasiados 30 dias pós-desafio e nenhuma foram relatados por YANG et al. (2009) para obtenção
alteração post mortem significativa foi observada de esporos de Clostridium sporogenes e Clostridium
(Figura 1: A1 e A2). O conteúdo do ceco encontrava- hungatei, sugerindo que esse protocolo, apesar de
se com consistência pastosa a sólida e não foi simples, é suficiente para a obtenção de uma solução
possível detectar as toxinas A/B ou isolar C. difficile
de esporos de alta concentração e de elevada pureza.
de nenhum animal dos grupos controle (Tabela 1).
Enquanto alguns trabalhos com modelos
Selecionou-se a estirpe ATCC9689 para
de ICD em hamsters não especificam a forma
prosseguimento do trabalho. A figura 2 mostra o
tempo de sobrevivência nos 30 dias de observação bacteriana administrada (ANTON et al., 2004), outros
dos animais inoculados com diferentes concentrações autores relatam o uso de apenas células vegetativas
da estirpe ATCC9689 durante a determinação da (MCVAY & ROLFE, 2000; KOKKOTOU et al.,
DMM e DL50. Comparando com o grupo controle, 2008), apenas esporos (SAMBOL et al., 2002;
foi possível perceber uma diferença significativa na NAGARO et al., 2013) ou proporções estimadas de
ocorrência de morte nos grupos A2, A3 (P=0,038) ambos (OCHSNER et al., 2009). No presente estudo,
e no grupo A4 (P=0,001). Todos os hamsters que optou-se por trabalhar com soluções de esporos livres
vieram a óbito possuiam lesões hemorrágicas no ceco que, devido à alta resistência típica dessa forma
e foram positivos para as toxinas A/B de C. difficile, bacteriana, sofrem menos alterações na concentração
confirmando novamente a indução da doença. de UFC após armazenamento. Como o esperado, as

Ciência Rural, v.44, n.8, ago, 2014.


Padronização de um modelo de infecção por Clostridium difficile em hamsters sírios Mesocricetus auratus. 1419

Figura 2 - Sobrevivência de hamsters durante o período de observação de 30 dias dos grupos de animais inoculados com
diferentes concentrações de esporos da estirpe ATCC9689 (A1 a A4) de Clostridium difficile e do grupo controle.

contagens seguintes à inicial apresentaram resultados pudesse ser observado. A infecção por C. difficile em
semelhantes em todos os sete tempos avaliados, hamsters é comumente fulminante, culminando com
totalizando seis meses de armazenagem sem alteração um quadro hiperagudo da doença, que é caracterizado
significativa da contagem. Tal resultado demonstra a por extensa necrose intestinal e toxemia, podendo
resistência dos esporos de C. difficile armazenados a ocorrer óbito dos animais antes mesmo da visualização
-20°C e confirma a possibilidade de armazenamento do quadro clínico de diarreia (CHEN et al., 2008;
da solução nessas condições, facilitando o protocolo BEST et al., 2012; HOWERTON et al., 2013).
de indução, devido à não necessidade de contínua Nos três animais que sobreviveram, dos
produção e dosagem da estirpe a ser utilizada. grupos G2, G3 e G4, não foram observadas alterações
Na avaliação da toxigenicidade in vivo das post mortem significativas e não foi possível detectar
estirpes de C. difficile, as lesões observadas foram as toxinas A/B. Além disso, C. difficile não foi isolado
similares às comumente relatadas em infecções do conteúdo intestinal, semelhante aos animais dos
por C. difficile em hamsters e outros roedores de dois grupos controle. Acredita-se que a falha de
laboratório (SAMBOL et al., 2002; BEST et al., 2012;
indução possa ter ocorrido pela administração de
HOWERTON et al., 2013; NAGARO et al., 2013).
uma dose insuficiente de esporos de C. difficile ou a
Tais alterações foram ainda encontradas em todos os
microbiota não tenha sido suficientemente agredida
animais que vieram a óbito durante o experimento,
pela dose de antibiótico administrada, permanecendo
incluindo aqueles que não apresentaram diarreia
previamente. Além das lesões características, o o efeito barreira (BÅVERUD, 2002).
isolamento e detecção das toxinas A/B nesses animais Como todas as estirpes trabalhadas foram
confirmam a indução da doença (Tabela 1). capazes de induzir a diarreia, optou-se por prosseguir o
Nos grupos controle (C1 e C2), não foram trabalho com a estirpe ATCC9689, por tratar-se de uma
observados indícios de colonização ou infecção por estirpe de referência certificada, internacionalmente
C. difficile (Tabela 1). Tais resultados confirmam reconhecida e fornecida gratuitamente pela Fundação
que não houve infecção cruzada no grupo C1, uma Oswaldo Cruz (Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil),
vez que tais animais receberam antimicrobiano e as universidades e orgãos de pesquisa brasileiros.
estariam susceptíveis à colonização por C. difficile. Na figura 2, percebe-se que os óbitos iniciaram
No grupo C2, a ausência de infecção demonstra 24 horas após a administração dos esporos, mas
que não houve colonização pela estirpe ATCC9689, concentraram-se principalmente entre 72 e 96 horas
provavelmente, devido ao “efeito barreira” da pós-desafio, resultado semelhante ao relatado em
microbiota íntegra (BÅVERUD, 2002). trabalhos anteriores com hamsters (SAMBOL et al.,
Três animais, dos grupos G1, G2 e G4, 2002; NAGARO et al., 2013). Além da utilização de
vieram a óbito antes que o quadro clínico de diarreia diferentes estirpes de C. difficile, o grande número de

Ciência Rural, v.44, n.8, ago, 2014.


1420 Silva et al.

diferentes protolocos de administração em modelos BALASSIANO, I.T. et al. Detection of cross-infection associated
to a Brazilian PCR-ribotype of Clostridium difficile in a university
de ICD dificulta comparações. Em geral, as doses
hospital in Rio de Janeiro, Brazil. Antonie Van Leeuwenhoek,
variam de 107 a 104 UFC por animal, porém a via v.99, n.2, p.249-255, 2011. Avaliable from: <http://www.ncbi.
de administração (gavagem, via oral), o tempo após nlm.nih.gov/pubmed/20623188>, Accessed: May 04, 2013. doi:
antibioticoterapia que a estirpe é administrada e até 10.1007/s10482-010-9483-8.
mesmo a forma bacteriana utilizada (esporos, células BÅVERUD, V. Clostridium difficile infections in animals with
vegetativas) variam, impedindo conclusões. Por special reference to the horse: a review. Veterinary Quarterly,
outro lado, independente da forma e estirpe utilizada, v.24, n.4, p.203-219, 2002. Avaliable from: <http://www.ncbi.nlm.
nih.gov/pubmed/12540137>. Accessed: May 04, 2013.
a grande maioria dos trabalhos utilizam doses que
causam entre 60 e 100% de letalidade (SAMBOL BEST, E.L. et al. Models for the study of Clostridium difficile
et al., 2002; CHEN et al., 2008; BEST et al., 2012; infection. Gut Microbes, v.2, p.145-167, 2012. doi: 10.4161/
gmic.19526.
HOWERTON et al., 2013; NAGARO et al., 2013).
Considerando a diferença estatística apresentada CHEN, X. et al. A mouse model of Clostridium difficile-associated
entre os grupos desafiados, quando comparados com disease. Gastroenterology, v.135, p.1984-1992, 2008. Avaliable
o grupo controle, seria possível utilizar qualquer from: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18848941>. Accessed:
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dose entre 4x104 e 4x108UFC da estirpe ATCC9689,
por animal, para estudos de avaliação de métodos HOWERTON, A. et al. A new strategy for the prevention of
de proteção ou de tratamento. Alguns trabalhos de Clostridium difficile infection. Journal of Infectious Diseases,
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utilizam também a DL50. No presente estudo, a DL50 10.1093/infdis/jit068.
calculada segundo REED & MUENCH (1938) foi de
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6,3x104UFC por animal.
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permitiu a utilização de hamsters sírios (Mesocricetus gov/pubmed/18598622>. Accessed: May 04, 2013.
auratus) como modelo de indução da infecção por
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