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4-Receptores adrenérgicos

Os receptores adrenérgicos ou adrenorreceptores pertencem à classe


de receptores ligados à proteína G e que são alvos das catecolaminas. Os receptores
adrenérgicos são ativados por seus ligantes endógenos, as
catecolaminas: adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina).
Muitas células possuem estes receptores, e a ligação de um agonista geralmente causará
uma resposta simpática, ou seja, respostas de luta ou fuga. Por exemplo, a frequência
cardíaca ( efeito cronotrópico positivo) aumenta, as pupilas se dilatam, há a mobilização de
energia e o fluxo sanguíneo é desviado de órgãos não essenciais para o músculo
esquelético.

Subtipos
Existem dois grupos principais de receptores adrenérgicos, α e β, apresentando vários
subtipos:

 os receptores α têm os subtipos α1 (um receptor acoplado a uma proteína GQ) e α2


(um receptor acoplado Gi). A fenilefrina é um agonista seletivo do receptor α.
 os receptores β possuem os subtipos β1, β2 e β3. Todos os três estão ligados às
proteínas Gs, que por sua vez estão ligadas à adenilato ciclase. Agonista obrigatório,
assim, provoca um aumento na concentração intracelular do segundo
mensageiro AMPc. Na mesma direção, os efetores do AMPc incluem proteína quinase
dependente de AMPc (PKA), que medeia alguns dos eventos intracelulares após a
ligação do hormônio. A isoprenalina é um agonista seletivo.

Funções
Papel na circulação
A adrenalina se liga em ambos receptores, α e β,
causando vasoconstrição e vasodilatação, respectivamente. Embora os receptores α
sejam menos sensíveis a adrenalina, quando ativados, irá substituir a vasodilatação
mediada pelos receptores β. O resultado é que altos níveis circulantes de adrenalina
causam vasoconstrição. Em baixos níveis circulantes de epinefrina, a estimulação aos
receptores β domina, produzindo uma total vasodilatação.

Receptores α
Os receptores α possuem várias funções em comum, mas também efeitos individuais.
Entre os efeitos comuns, ou de forma inespecífica, incluem:

 Vasoconstrição das artérias coronárias[1]


 Vasoconstrição das veias[2]
 Diminuição da motilidade do músculo liso no trato gastrointestinal[3]
Receptores α1
O receptores são membros da superfamília de receptores associados à proteína G. Ao ser
ativados por seu ligante, uma proteína heterodimérica G, chamada Gq, ativa a fosfolipase
C, que quebra o fosfatidilinositol 4,5-bifosfato (PIP2) em inositol trifosfato (IP3)
e diacilglicerol (DAG). O IP3 interagem com os canais de cálcio do retículo
sarcoplasmático, liberando o cálcio que estava retido para o citoplasma. Este aciona todos
os outros efeitos.
Ações específicas do receptor α1 envolve sobretudo contração do músculo liso. Ela
provoca vasoconstrição em muitos vasos sanguíneos, incluindo os da pele e do sistema
gastrointestinal além dos rins (artéria renal)[4] e no cérebro.[5] Outras áreas de contração do
músculo liso são:

 uretra
 ducto deferente
 pelos (músculo eretor de pelo)
 útero (na gravidez)
 bronquíolos (embora possua efeito menor do que o efeito relaxante do receptor β2)
 vasos sanguíneos do corpo ciliar (a estimulação provoca midríase)
Outros efeitos incluem a glicogenólise e a gliconeogênese a partir do tecido adiposo e da
reserva de glicogênio do fígado, bem como a secreção de glândulas sudoríparas e a
reabsorção de Na+ nos rins.[6] Alguns antagonistas são usados na hipertensão.
Receptores α2
O receptor está acoplado a uma proteína Gi. Sua ativação causa a inibição da atividade da
adenilato ciclase com consequente redução dos níveis de AMPc. Não há abertura de
canais de Ca++ necessários para a liberação do neurotransmissor.
Existem três subtipos homólogos de receptores α2: α2A, α2Β e α2C.
As ações específicas do receptor α2 incluem:

 Inibição da insulina no pâncreas
 Indução da liberação de glucagon do pâncreas.
 contração dos esfíncteres no trato gastrointestinal.
 feedback negativo nas sinapses neuronais (inicia a recaptação de norepinefrina)
Receptores β
Receptores β1
As ações específicas do receptor β1 incluem:

 Aumento do débito cardíaco, através do aumento da freqüência cardíaca e do


aumento do volume expulso com cada batimento (aumento da fração de ejeção).
 liberação de renina nas células justaglomerulares.[6]
 lipólise no tecido adiposo[6]
Receptores β2
O receptor β2 é um receptor polimórfico e é o receptor adrenérgico predominante
nos músculos lisos que causam o relaxamento visceral. entre as suas funções conhecidas
estão:

 relaxamento da musculatura lisa, por exemplo, nos brônquios;[6]


 Lipólise do tecido adiposo.[7]
 relaxamento do esfíncter urinário, gastrointestinais e do útero grávido;
 relaxamento da parede da bexiga;
 dilatação das artérias do músculo esquelético;
 glicogenólise e gliconeogênese
 aumento da secreção das glândulas salivares;[6]
 inibição da liberação de histamina dos mastócitos;
 aumento da secreção de renina dos rins,
 Brônquios.
Receptores β3
É o receptor adrenérgico que predominantemente causa efeitos metabólicos, nas quais as
ações específicas do receptor β3 incluem, por exemplo, a estimulação da lipólise do tecido
adiposo, está também presente na bexiga no musculo detrusor.

5-Catecolamina
Uma catecolamina (CA) é uma monoamina, um composto orgânico que tem um
grupo catecol (grupo benzeno com duas hidroxilas laterais em carbonos 1 e 2) e
uma cadeia lateral de amina.[1]
Catecol pode ser uma molécula livre ou um substituinte de uma molécula maior, onde
representaria um grupo 1,2-dihidroxibenzeno.
As catecolaminas são derivados do aminoácido tirosina.[2] Catecolaminas são solúveis em
água.
Incluída entre as catecolaminas estão a epinefrina (adrenalina), a
norepinefrina (noradrenalina), e a dopamina, que são produzidos a partir de fenilalanina e
tirosina. A liberação dos hormônios adrenalina e noradrenalina a partir da medula
adrenal das glândulas supra-renais é parte da resposta de luta ou fuga.[3]
Tirosina é criada a partir da fenilalanina por hidroxilação pela enzima fenilalanina
hidroxilase. Tirosina é também ingerida diretamente a partir de dietas proteicas. Células
secretoras de catecolamina utilizam diversas reações  que convertem tirosina para L-
DOPA e, em seguida, a dopamina. Dependendo do tipo de célula, a dopamina pode ainda
ser convertida em norepinefrina ou ainda mais convertido para a adrenalina.[4]
Várias drogas estimulantes são análogos de catecolaminas, tais como as Anfetaminas.

Estrutura
As catecolaminas têm a estrutura de um anel de benzeno com dois grupos hidroxila, um
intermediário de cadeia etílica, e um terminal amina. Feniletanolaminas como a
noradrenalina têm um grupo hidroxila na etílico cadeia.

Produção e degradação
Localização
As catecolaminas são produzidos, principalmente, por células cromafim da medula supra-
renal e fibras pós-ganglionares do sistema nervoso simpático. A dopamina, que atua como
um neurotransmissor no sistema nervoso central, é produzido em grande parte em corpos
celulares em duas áreas do tronco cerebral: a substância negra e a área ventral
tegmentar. As células pigmentadas por melanina no locus
ceruleus produzem norepinefrina.

Síntese
A dopamina é a primeira catecolamina sintetizados a partir de DOPA. Por sua vez, a
norepinefrina e a epinefrina são derivadas a partir de mudanças metabólicas da dopamina.
A enzima dopamina hidroxilase requer cobre como um cofactor e DOPA descarboxilase
requer PLP. A etapa limitante da taxa de biossíntese de catecolaminas é a hidroxilação da
tirosina.
Entre outros inibidores, a síntese de catecolamina síntese é inibida pela alfa-metil-p-
tirosina (AMPT), que inibe a tirosina hidroxilase.[citação necessários]
Degradação
As catecolaminas têm uma meia-vida de poucos minutos quando circulando no sangue.
Elas podem ser degradadas seja por metilação pela catecol-O-metiltransferase (COMT) ou
por desaminação pelas monoamino oxidases (MAO).
MAOIs se ligam a a MAO, impedindo-a de quebrar catecolaminas e outras monoaminas.

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