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Fenomenologia de

Husserl
• Edmund Husserl

Checoslováquia
Filósofo e matemático
Viveu e estudou em Berlim
Tinha o rigor dos matemáticos
• Objetivos:
1. Encontrar um começo absoluto para o
conhecimento, um princípio que sustentasse
e garantisse.
2. Encontrar a origem do pensar!!!
3. Encontrar um método que permitisse acesso
à evidência, à verdade.
4. Discutir os fundamentos das Ciências da
época.
5. Ultrapassar o nível das explicações sobre os
fenômenos psíquicos realizadas pela
Psicologia.
• A psicologia tinha nas mãos os fundamentos
do conhecimento : as percepções.
• Os estudiosos da Psicologia pretendiam fazer
dela a Ciência Fundamental.
• A psicologia se propôs a explicar a origem e
os critérios de verdade do conhecimento,
através do esclarecimento das estruturas
psíquicas envolvidas no ato de conhecer. Ou
seja, as verdades do conhecimento e suas
leis dependiam do psiquismo.
• Segundo Husserl, a Psicologia não tem condições de
garantir nem precisão, nem rigor do conhecimento,
pois são tarefas da LÓGICA.
Segundo a Psicologia, os objetos da realidade afetam o
aparato psíquico e produzem processos psíquicos,
senso –percepção, atenção, memorização, associação,
diferenciação, estabelecimento de juízos, elaboração
de conceitos, etc. Ou seja, o objeto de estudo é a
estrutura e função dos processos psíquicos envolvidos
nos atos de formulação de conhecimento.
• Para Husserl isto não é suficiente para resolver a
questão do rigor, legitimidade e verdade dos
conceitos.
• Para alcançar o rigor do processo de pensar, estruturou o
método fenomenológico!
• A partir desse método, Husserl estabeleceu como origem do
pensar a Intencionalidade da Consciência.
• Mostrou o “ser” da consciência, ou seja, o que é a consciência:
é um fluxo temporal de vivências! A consciência não é
encapsulada, ela é atrelada ao objeto, ela doa sentido às coisas.

(Descartes= consciência é interna, encapsulada, sem nenhuma


relação com nada externo.
Empiristas = a princípio tudo é experiência, a razão só dá uma
organizada nelas)

• Ela deixa de ser um receptáculo de tudo que existe no mundo e


passa a ser abertura constituinte do mundo. Ela é relação com o
objeto. Ela nomeia o objeto através de sua significação.
Consciência é sempre consciência de algo. Todas as
experiências da consciência estão atreladas ao mundo. Não
existe consciência sem mundo e mundo sem consciência.
• As Ciências Naturais asseguravam a objetividade
do conhecimento descartando-se a participação
da subjetividade, pois aquilo que nascia do
sujeito, exatamente por seu caráter subjetivo não
poderia imprimir segurança ao conhecimento.
Mas, como explicar os fenômenos do homem por
meio da razão, do porquê (nexo causal)?: “Com a
razão é possível explicar a minha angústia e o
meu sofrimento?” (Kierkegaard)
• Objeto é tudo aquilo que é foco da direção da
consciência, esteja no exterior ou no interior:
fantasia, lembrança, pessoa, afetos... Tudo aquilo
que é foco da consciência.
• Fenômeno, pra ele, é a experiência da
consciência sobre isso ou aquilo.
• Faz, então a ANALÍTICA DO CONHECIMENTO!
(Contrário de análise que é decompor em
elementos). É a tarefa de mostrar o todo de uma
unidade, a articulação de uma unidade em uma
estrutura. O que é, na sua estrutura, na sua
essência.
• Faz a ONTOLOGIA DA CONSCIÊNCIA!
ONTOLOGIA : parte da filosofia que se ocupa em
estudar os fenômenos em sua essência. Explica o
núcleo (a essência, a invariabilidade de algo. Ex.
angústia-ameaça, risco)
ÔNTICO: analisa a manifestação do fenômeno
(angústia) que apesar de ter um núcleo comum,
manifesta-se na cotidianidade de cada um de forma
diferente. Trabalha no plano da existência cotidiana.
Ou seja, com o paciente não vamos
trabalhar “o que é” a angústia dele,
mas “como é” a angústia dele. O que a
provoca, a que está atrelada, se sente-
se ameaçado...
Mas, precisamos conhecer a
ontologia/analítica para trabalhar no
ôntico/análise.
Ex. Raiva: prepotência. Medo:
impotência.
• INTENCIONALIDADE : “tender para”.
• A consciência tende para as coisas. Ela não
é um lugar, é um ato! Sou consciência disso
e não daquilo....É como uma facho de luz se
movendo e focando ora isto, ora
aquilo....Farol que não se apaga, só muda o
foco.
• Por isso não é só os fenômenos psíquicos.
São estes em relação a algo. Eu imagino
algo, desejo algo, lembro de algo.....de um
jeito amoroso, fantasioso, raivoso....
• NOESES = é o ato de visar algo (imaginação,
desejo, paixão, simbolização...). É o ato da
consciência se mover pra fora (mesmo as
lembranças). Esse ato não depende de mim....
• NOEMA= é o conteúdo já significado. É a
significação que damos aos atos da
consciência. É o que foi pensado e
apreendido.

• Tudo o que eu penso está no mundo! Atrelado


a ele! Tudo o que eu vejo com os órgão do
sentido (percepção) eu significo. E é a
consciência que significa.
• No ôntico (cotidianeidade):
Os fatos estão na realidade, os fenômenos estão
na consciência. Quando o paciente relata algo,
se trata do fenômeno, pois já tem a sua
significação pessoal.
Intencionalidade: 3 questões fundamentais:
Inseparabilidade do homem com o mundo
A consciência é consciência de si ( a
consciência me faz consciente de minha
consciência)
A consciência é Transcendência
• TRANSCENDÊNCIA: movimento para fora.
A gente vai ao mundo do outro para
apreender a sua dor. Por isso a gente
significa. É a possibilidade da
intersubjetividade, a interação da minha
subjetividade com a do outro.
REDUÇÃO FNOMENOLÓGICA ("epoche“) SUSPENSÃO
Husserl propôs que no estudo das nossas vivências, dos
nossos estados de consciência, dos objetos ideais, desse
fenômeno que é estar consciente de algo, não devemos nos
preocupar se ele corresponde ou não a objetos do mundo
externo à nossa mente. O interesse para a Fenomenologia
não é o mundo que existe, mas sim o modo como o
conhecimento do mundo se realiza para cada pessoa. A
redução fenomenológica requer a suspensão das atitudes,
crenças, teorias, e colocar em suspenso o conhecimento
das coisas do mundo exterior a fim de concentrar-se a
pessoa exclusivamente na experiência em foco, porque esta
é a realidade para ela.
"Redução fenomenológica" significa, portanto, restringir o
conhecimento ao fenômeno da experiência de consciência,
desconsiderar o mundo real, colocá-lo "entre parênteses“
• REDUÇÃO EIDÉTICA:
Redução à ideia. Consiste na análise do objeto percebido
para encontrar sua essência. Isto porque não podemos
nos livrar da subjetividade e ver as coisas em si mesmas,
pois em toda experiência de consciência estão envolvidos
o que é informado pelos sentidos e o modo como a
mente enfoca aquilo que é informado.
Por exemplo, "um triângulo". Posso observar um
triângulo maior, outro menor, outro de lados iguais, ou
desiguais. Esses detalhes da observação - elementos
empíricos - precisam ser deixados de lado a fim de
encontrar a essência da ideia de triângulo - do objeto
ideal que é o triângulo -, que é tratar-se de uma figura de
três lados no mesmo plano. Essa redução à essência, ao
triângulo como um objeto ideal, é a redução eidética.
Na clínica:
• Epoché: Suspende-se os “achismos”, as ideias pré-
concebidas, os pressupostos e os conhecimentos.
Suspende-se momentaneamente.
• Redução eidética: é definir a invariância, buscar aquilo
que se repete.
• Redução fenomenológica: chegar ao irredutível. Àquilo
que está movendo o outro. É a questão mais
fundamental que está por trás de tudo. É tirar a
cobertura, desvelar e caminhar para aquilo que
permanece intacto. Somos guiados pela fala do outro e
é ele que mostra o caminho.
• Compreensão fenomenológica: é traduzir, mostrar o
que a pessoa disse, sem inventar, deduzir ou
interpretar.

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