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VERSÃO ESPANHOLA
Tradutor Chefe: Victor E. AMPUERO MATTA
Tradutora Associada: NANCY W. DO VYHMEISTER
Redatores: Sergio V. COLLINS
Fernando CHAIJ
TULIO N. PEVERINI
LEÃO GAMBETTA
Juan J. SUÁREZ
Reeditado por: Ministério JesusVoltara
http://www.jesusvoltara.com.br
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LAMENTAÇÕES do Jeremías
INTRODUÇÃO
1. Título.-
2. Paternidade literária.-
3. Marco histórico.-
4. Tema.-
O quinto poema, que é mas bem uma oração que uma elegia, está escrito no
metro poético hebreu comum, no que cada uma das duas metades tem quatro
acentos. Ver T. III, PP. 21, 29.
5. Bosquejo.-
E. Uma oração para que Deus castigue aos inimigos de seu povo,
3:64-66.
CAPÍTULO 1
1 O estado miserável de Jerusalém devido a seu pecado. 12 Se queixa de seu
aflição, I8 e reconhece que o julgamento de Deus é justo.
7 Jerusalém, quando caiu seu povo em mão do inimigo e não houve quem a
ajudasse,
Deram pela comida todas suas coisas preciosas, para entreter a vida.
Olhe, OH Jehová, e vê que estou abatida.
16 Por esta causa choro; meus olhos, meus Olhos fluem águas,
Todos meus inimigos ouviram meu mau, alegram-se do que você fez.
E faz com eles como fez comigo por todas minhas rebeliões;
Como!
Heb. 'ekah, exclamação que se emprega com freqüência ao começo de uma elegia
hebréia (Lam. 2: 1; 4: 1-2; ISA. 1: 21). Na Bíblia hebréia, a palavra 'ekah
aparece como título deste livro (ver P. 573).
Este capítulo, ao igual aos cap. 2-4, é um poema acróstico (ver T. III, P.
631). Cada versículo começa com uma letra diferente do alfabeto hebreu,
todas em ordem alfabética.
ficou sozinha.
Jerusalém foi privada de seus habitantes (ver com. Jer. 4: 25). Também é
viúva porque o Senhor não é mais seu marido. Os comentadores judeus destacam o
sentido da palavra "como: a cidade só é viúva por um curto lapso, pois
o Senhor não a abandonou mas sim por "um breve momento" (ISA. 54: 6-7).
Tributária.
2.
Esta queixa aparece repetidas vezes em toda a lamentação (vers. 9, 17, 21).
Embora o contexto indica que esta expressão se aplica em primeiro lugar a que
Judá foi rechaçada por seus vizinhos, também apresenta à nação rechaçada
transitoriamente Por Deus.
Faltaram-lhe.
3.
No hebreu a palavra que aqui se traduz como "habitou" é quão mesma era
o vers. 1 se traduz como "ficou". O uso do mesmo verbo faz ressaltar
o paralelo entre a desolação de Jerusalém e a solidão de seu povo no
exílio. No vers. 1, a cidade fica "solitária"; aqui, seus habitantes
ficam entre gentis.
Cumprimento do Deut. 28: 65. A palavra hebréia manóaj, aqui traduzida como
"descanso", pode referir-se a um lugar de descanso (Gén. 8: 9; ISA. 34: 14), ao
descanso da alma (Sal. 116: 7), ou à segurança no matrimônio (Rut 3: 1).
Neste último sentido, a palavra corresponde perfeitamente. Em sua busca
de segurança, Judá foi em detrás de ímpios amantes que a abandonaram. Como
castigo, não desfruta de segurança conjugal (ver com. Lam. 1: 1).
Estreitezas.
4.
Os meio-fios do Sión.
Festas solenes.
É provável que Jeremías tinha estado presente no ano 622 A. C., durante a
maior festa da Páscoa que se celebrou em Jerusalém (2 Rei.
23:21-23). Suas lembranças sem dúvida faziam que a desolação presente parecesse
mais amarga.
Suas portas.
Possivelmente esta expressão se refira ao espaço aberto -ao que davam acesso as
portas- e onde a gente se reunia para atender assuntos comerciais e de
governo (Deut. 21: 19; Rut 4: 1, 11; 2 Sam. 19: 8; 1 Rei. 22: 10; Amós 5: 12,
15; ver com. Gén. 19: 1; Jos. 8: 29). Todo o comércio diário da grande
cidade tinha cessado.
Vírgenes.
Heb. bethulah (ver com. ISA. 7: 14).
5.
Príncipes.
Jehová a afligiu.
Rebeliões.
6.
Sem forças.
Possivelmente uma alusão ao modo em que Sedequías e seu corte foram tomados pelos
babilonios (Jer 39: 4-5).
7.
Quando caiu.
A localização da pausa métrica maior deste verso (ver P. 574) indica que o
ordem do versículo deveria ser o seguinte: "Jerusalém se lembrou dos dias
de sua aflição e de suas rebeliões, e de todas as coisas agradáveis que teve
dos tempos antigos; quando caiu seu povo em mão do inimigo e não houve
quem a ajudasse, olharam-na os inimigos, e se burlaram de sua queda" (cf.
VM).
Queda.
A palavra hebréia que se traduz desta maneira vem do verbo shabbath, cujo
sentido básico é "cessar". A forma na qual aparece aqui é única no AT.
Alguns opinaram que os pagãos se burlavam do dia sábado. A tradição
feijão também reconhece esta interpretação (Midrash Rabbah, Lamentações,
seção 34), mas já que los,judíos não estavam observando o dia
sábado (Jer. 17: 19-27), é mais lógico pensar que esta palavra alude à ruína
do Judá, quando "cessou" de ser nação.
8.
foi removida.
Melhor "tornou-se como impura" (BJ) ou "veio a ser como coisa asquerosa"
(VM). Esta frase implica impureza cerimoniosa e moral (2 Crón. 29: 5; Esd. 9:
11). Para quem a deseje, promete-se purificação de uma impureza tal (Zac.
13: 1).
Vergonha.
"Sua nudez" (BJ). O costume dos vencedores era humilhar a seus cativos
obrigando-os a partir ao cativeiro nus (ISA. 20: 4; 47:2-3; Jer 13: 22,
26; Eze. 23: 29; Nah. 3: 5). Em 1878 tiraram o chapéu no Balawat, em Assíria,
várias folhas de portas, feitas de bronze, onde se reproduzem as conquistas
do Salmanasar III (859-824 A. C.). Nesses gravados se vêem filas de cativos;
os homens aparecem nus, e às mulheres as obriga a ter abertas
as saias enquanto partem. Sem dúvida Jeremías viu uma humilhação similar do
povo do Judá. Desse caso toma a ilustração da maneira em que a
iniqüidade da nação foi feita visível para todos.
9.
Não se lembrou.
10.
11.
Pão.
Heb. léjem. Esta palavra que designa especificamente ao pão, muitas vezes se
emprega para referir-se ao alimento em geral (1 Rei. 5: 11; Sal. 136: 25).
Comida.
Olhe, OH Jehová.
Novamente aqui se descreve a Jerusalém como se falasse (ver com. vers. 9).
Segue falando, salvo no vers. 17, até o final do capítulo.
12.
O hebreu desta frase pode traduzir-se como pergunta ou como afirmação: "Não
comove-lhes". O Talmud interpreta que este passa e é uma advertência: "Que
não lhes ocorra a vós!"
Dor.
13.
Do alto.
Meus ossos.
Esta frase se emprega com freqüência para designar o mais íntimo do ser (em
Gén. 7: 13, o hebreu diz "no osso desse dia", por dizer "no muito mesmo
dia"). A destruição foi tão completa que era como se o fogo do céu
tivesse consumido o coração mesmo de Jerusalém (ISA. 31: 9).
Voltou-me atrás.
Com dor.
14.
O jugo.
O profeta tenta mostrar que Jerusalém compreende que suas transgressões (ver
com. vers. 5) são a causa direta de seu castigo. Seus pecados são como um jugo
que deve levar no pescoço. Uma vez Deus tinha quebrantado o jugo de
servidão de seu povo (Jer. 2: 20), mas este, a sua vez, tinha quebrado o
jugo do serviço de Deus (Jer. 5: 5; cf. Sal. 2: 3). Aqui lhe coloca outro
579 jugo de servidão (Jer. 27: 2; 28: 14; 30: 8).
15.
Em meio de mim.
Minha companhia.
Lagar.
Símbolo da ira de Deus (ISA. 63:3; Joel 3:13; Apoc. 14: 1 g; 19:15).
Virgem.
16.
Ver com. vers. 11. O hebreu emprega a mesma frase que no vers. 11 se
traduz como "entreter a vida". Embora os habitantes de Jerusalém
inutilmente tinham procurado alimento material durante o assédio final da
cidade, depois compreenderam que tinham necessidade de um alimento espiritual
superior.
17.
Sion.
Seus inimigos.
Objeto de abominação.
Jehová é justo.
Sua palavra.
Literalmente, "sua boca". Esta expressão faz notar que Deus mesmo é a
fonte dos mandamentos, as instruções, as palavras que Jerusalém há
recebido.
19.
Amantes.
Na cidade.
20.
Minhas vísceras.
Expressão hebréia característica que indica uma grande emoção (ver com. Jer. 4:
19).
21.
Você fez.
22.
Adolorido.
Literalmente, "doente".
CAPÍTULO 2
4 Entesó seu arco como inimigo, afirmou sua mão direita como adversário,
9 Suas portas foram jogadas por terra, destruiu e quebrantou seus ferrolhos;
Seu rei e seus príncipes estão entre as nações onde não há lei;
Meu fígado se derramou por terra a causa do quebrantamento da filha por mim
povo,
cumpriu sua palavra, a qual ele tinha mandado desde tempo antigo.
Têm que comer as mulheres o fruto de suas vísceras, os pequeñitos a seu tenro
cuidado?
E no dia do furor do Jehová não houve quem escapasse nem ficasse vivo;
1.
Como!
Seu furor.
A formosura do Israel.
2.
O Senhor.
Lojas.
Humilhou ao reino.
0 "profanou". Esta era a nação que Deus tinha destinado para que fora "reino
de sacerdotes, e gente Santa" (Exo. 19: 6).
3.
Poderio.
Retirou.
No passado, Deus tinha empregado sua mão protetora para defender a seu povo
(Exo. 6: 6; Sal. 98:1-3). Agora se tinha tirado dos inimigos todo freio
(cf. Sal. 74: 11).
4.
Como inimigo.
O profeta não podia chegar ao ponto de dizer que o Senhor era o inimigo de
Judá, porque na verdade não o era. Quando empregou aos inimigos dos judeus
para castigá-los, Deus parecia ser um inimigo, mas derramava seus castigos a
fim de que seu povo pudesse voltar-se para ele. 582
Ver com. vers. 3. A mão direita de Deus não só tinha deixado de proteger ao
povo do Judá, mas sim a apresenta como se se tornou ativamente
contra ele.
5.
Seus palácios.
Suas fortalezas.
A tristeza e o lamento.
6.
Loja.
Fez esquecer.
Sua voz.
8.
Estendeu a corda.
Deve entender-se que se fala de uma corda para medir. Esta expressão aparece
no Zac. 1: 16 em relação com a reconstrução do templo. Em 2 Rei. 21: 13 e
ISA. 34: 11, a emprega como aqui, em relação com castigo e destruição.
Significa que assim como o arquiteto constrói com precisão, assim também obra
Deus na destruição.
Sua mão.
9.
Não há lei.
Embora o hebreu permite traduzir esta frase assim como o faz a RVR, também
poderia traduzir-se como o faz a BJ: "Seu rei e seus príncipes estão entre as
gente; já não há Lei!" O hebreu emprega a palavra torah, "lei", que é muito
lhe abranjam, mas cujo sentido básico é "instrução" (ver com. Deut. 31: 9;
Prov. 3: 1). Dentro do com texto desta passagem, não pareceria irrazonable
entender que torah se refere a todo o sistema de conselho e direção que já
não existia mais no Judá por causa do exílio de seu governo, de seus sacerdotes
(aos quais lhes tinha sido encomendada especificamente a instrução da
torah), e de seus profetas.
Seus profetas.
Ver Sal. 74: 9; Eze. 7: 26. trata-se de uma referência a tão grupo de
profissionais que constituíam a classe ou partido dos profetas no Judá, os
quais tinham sido desleais a sua vocação (Jer. 18: 18; 28: 1-17). Nesta
classificação não se inclui os profetas fiéis, tais como Jeremías,
Ezequiel e Daniel, quem recebeu revelações divinas depois da queda
de Jerusalém (Jer. 42: 4, 7; Eze. 32 aos 48; Dão. 5 aos 12).
10.
Pó. . . cilício.
11.
Minhas vísceras.
O hebreu diz literalmente "meu pesado". Os antigos acreditavam que o fígado era
o mais pesado dos órgãos abdominais. Por quanto se pensava que a sede de
as emoções estava nas vísceras, o derramamento do fígado indica um
grande transtorno emotivo.
12.
A suas mães.
Aqui se alude ao aspecto mais triste de toda essa guerra: o clamor dos meninos
famintos em braços de seus pais necessitados.
O trigo e o vinho.
Quando morriam de fome junta ao peito de sua mãe (ver com. Sal. 16: 10; 1
Rei. 17: 21).
13.
A idéia deste versículo é que ninguém mais sofreu tanto como Jerusalém,
cujo caso poderia lhe servir de consolo. Seu castigo resulta tanto 583 mais duro
posto que nunca antes sofreu alguém tanto como ela deve sofrer.
14.
Vaidade.
Descobriram.
Extravios.
Esta palavra aparece unicamente aqui no AT e não se tem sabor de ciência certa
qual deve ser sua tradução. Alguns têm proposto "seduções", outros,
"repudio". Em todo caso, a vigorosa condenação lançada contra os falsos
profetas serve de advertência a todos os que falam em nome de Deus (Eze.
12: 24; 13: 6-9; 22: 28). Quem fez desencaminhar ao Judá empregando o
nome do Senhor são responsáveis em boa medida pelo sofrimento da
nação.
15.
Assobiaram.
Ver com. Jer. 18: 16.
16.
Todos.
Rangeram os dentes.
17.
Tempo antigo.
Muitos séculos antes, Deus tinha advertido ao Israel das calamidades que o
sobreviriam se persistia em lhe desobedecer (Lev. 26: 14-39; Deut. 28: 15-68).
Uma larga sucessão de profetas tinha repetido estas advertências. Agora se
tinham completo.
18.
O coração deles.
OH filha do Sión.
19.
te levante.
Heb. qum (ver com. Mar. 5: 41). Posto que a passagem se refere de noite, se
fala de fazer levantar alguém da cama.
Ao começar as vigílias.
Derrama.
Na antigüidade, era comum orar com as mãos elevadas (Sal. 28: 2; 63: 4; 119:
48; 134: 2; 1 Tim. 2: 8).
Ver Lam. 4: 1; ISA. 51: 20; Nah. 3: 10. As cidades antigas pelo general não
tinham ruas riscadas ao uso atual. Suas ruelas eram algumas vezes
meros becos tortuosos que levavam às praças ou a algum outro centro
público. Entrada-las" das ruas seriam estas plazuelas ou intercessões
dos becos.
20.
Olhe.
Os vers. 20-22 constituem uma oração com a qual Judá implora ao Senhor em
resposta ao clamor do vers. 19.
Considera.
Jerusalém não procura instruir a Deus quanto ao que ele deveria fazer a não ser
que, com espírito de verdadeira oração e genuíno arrependimento, só roga
que lhe conceda sua atenção, reconhecendo que o Pai sabe melhor que ela o
que mais lhe convém.
A quem.
Quer dizer, seus filhos (cap. 4: 10). Em 584 Deut. 28: 53; Jer. 19: 9 se profetizou
que em tempos de grande angustia as mães comeriam a seus filhos. O relato de 2
Rei. 6: 28-29 confirma que isto ocorreu.
22.
Dia de solenidade.
1-4 PR 340
13 PR 341
15 CS 19
CAPÍTULO 3
7 Me cercou por todos lados, e não posso sair; fez mais pesadas minhas cadeias;
10 Foi para mim como urso que espreita, como leão em esconderijos;
20 O terei ainda em memória, porque minha alma está abatida dentro de mim;
25 Bom é Jehová aos que nele esperam, à alma que lhe busca.
misericórdias;
33 Porque não aflige nem entristece voluntariamente aos filhos dos homens.
37 Quem será aquele que diga que aconteceu algo que o Senhor não mandou?
48 Rios de águas jogam meus olhos pelo quebrantamento da filha de meu povo.
51 Meus olhos contrastaram minha alma por todas as filhas de minha cidade.
52 Meus inimigos me deram caça como a ave, sem haver por que;
56 Ouviu minha voz; não esconda seu ouvido ao clamor de meus suspiros.
62 Os ditos dos que contra mim se levantaram, e seu intuito contra mim tudo
o dia.
1.
Eu sou.
3.
Certamente.
Revolveu.
5.
Amargura.
Heb. ro'sh, "erva amarga e venenosa" (ver com. Sal. 69: 21). Esta palavra
também se emprega para designar a peçonha da serpente (Deut. 32: 33; Job
20: 16).
6.
Deixou-me.
No hebreu, este versículo é quase idêntico à última parte de Sal. 143: 3.
Seu uso aqui indica que Jeremías conhecia muito bem os Salmos.
Escuridão.
8.
Melhor, "quando grito e peço auxílio" (BJ), o qual indica uma ação continuada
ou repetida.
Fechou.
9.
O quadro é que os caminhos principais estão fechados com muros, e que quando
que fala se vê obrigado a andar pelos caminhos laterais, encontra-os
tortuosos e difíceis.
13.
Vísceras.
14.
Brincadeira deles.
"Seu copla" (BJ). Referência ao canto de brincadeira e triunfo, sobre tudo no caso
de uma vitória sobre um inimigo (ver com. Job 30: 9; Sal. 69: 12).
15.
Embriagou-me.
Absintos.
Uma erva muito amarga, símbolo das dilaceradoras vicissitudes dos judeus
(ver com. Prov. 5: 4).
16.
Cinza.
17.
Minha alma.
Expressão idiomática que poderia traduzir-se simplesmente como "eu" (ver com.
Sal. 16: 10).
Paz.
18.
Minhas forças.
19.
te lembre.
Também seria possível traduzir como o faz a BJ: "Recordar minha miséria e vida
errante é alheio e amargor
Absinto.
Fel.
Ver com. vers. 5.
20.
Ainda em memória.
22.
Misericórdias.
Heb. jésed (ver a Nota Adicional do Sal. 36). Aqui aparece a forma plural
para indicar que as manifestações do amor de Deus são multiformes e nunca
acabam.
Os vers. 22-41 são a medula e o pináculo, não só deste poema, mas também dos
cinco capítulos de Lamentações. Aqui se revela a verdade sublime a respeito de
as verdadeiras intenções do Senhor para com seu povo aflito. 587 Estes
versículos respondem em forma totalmente positiva às muitas perguntas
negativas que podem surgir ao ler os capítulos com os quais começa e
termina este livro. Aqui se revela o Senhor como Deus que, apesar de que débito
castigar, "não aflige nem entristece voluntariamente" (vers. 33), cujas
misericórdias "nunca decaíram" (vers. 22).
23.
25.
Bom.
Os vers. 25-27 não só começam com a mesma letra, mas também com a mesma
palavra, tob, "bom". Esta é a palavra tónica desta parte do poema.
Esperam.
26.
Esperar, em silêncio.
Jugo.
A pessoa que aprende esta lição em seus anos moços recebe uma
bem-aventurança especial, pois toda sua vida será moldada por uma paciência
piedosa. Jeremías mesmo tinha sido chamado sendo jovem a exercer a missão
profético, cheia de dificuldades e pesares (Jer. 1: 6).
28.
sente-se sozinho.
O impôs.
29.
30.
Dê a bochecha.
31.
Porque o Senhor.
Nos vers. 31-33 se acha a chave para compreender devidamente todo o livro
de Lamentações. Aqui se revela o amor de Deus detrás de todo o sofrimento
que permite que sobrevenha a seus filhos. O Senhor não permite a adversidade sem
ter em conta a conduta do homem. Embora algumas vezes Deus permite que
sobrevenha a aflição, também é verdade que muitas vezes o homem ocasiona
o mal que lhe vem. O castigo é para seu Deus "estranha obra" (ISA. 28: 21).
Algumas vezes, devido a sua providência que está por cima de todas as
situações, Deus "permite que ocorram males a fim de que possam evitar-se maus
ainda maiores que sobreviriam" (EGW RH 4-21 909).
32.
Misericórdias.
33.
O maravilhoso amor de Deus para seus filhos irradia claramente nesta passagem.
Não é o desejo nem a vontade de Deus ferir nem destruir a nenhuma de seus
criaturas. Não quer "que nenhum pereça, mas sim todos procedam ao
arrependimento" (2 Ped. 3: 9). devido a que o Senhor deseja levar aos
homens à salvação, prodigalizará abundantes manifestações de seus
misericórdias. Algumas vezes, quando nenhum outro método foi efetivo, o
Senhor, por seu amor para o homem, permitirá que lhe sobrevenham aflições a
fim de levá-lo a arrependimento. Assim ocorreu com a nação do Judá nos
dias do Jeremías. "Deus tinha demorado muito seus castigos porque não estava
disposto a humilhar a seu povo escolhido, mas agora lhe manifestaria seu
desagrado como um último esforço para refreá-lo 588 em seu caminho de impiedade"
(4T 165).
34.
Esmiuçar.
Uma vívida referência que possivelmente aluda ao costume dos antigos vencedores
de colocar o pé sobre o pescoço dos inimigos vencidos. Assim aparece Darío
o Grande na inscrição do Behistún, com um pé sobre o corpo da Gaumata,
o usurpador (ver T. III, PP. 71-72; também a ilustração do T. I, P. 106).
Encarcerados.
35.
O direito.
Esta expressão parece dar a mesma idéia que a frase "direitos humanos". Ao
criar ao homem, Deus lhe dotou de certos direitos inalienáveis, os quais nem
ele mesmo lhe tirará. Considerando a época e as circunstâncias nas que se
escreveram estas palavras, constituem uma notável declaração da dignidade
da pessoa.
36.
Transtornar.
fala-se aqui de empregar métodos fraudulentos para obter uma decisão
contrária a uma pessoa que apresentou uma causa justa diante de um juiz.
39.
Com referência a este versículo, o comentário tradicional judeu diz tão somente:
"É suficiente para ele o fato do que vive" (Crescem Rabbah, Lamentações,
seção 9). O que um homem tenha vida - um dom de Deus- basta para lhe recordar
que a mão divina o conserva (Hech. 17: 28). Aqui o poeta emprega certa
ironia para envergonhar ao que se sinta tentado a queixar-se em momentos de
prova. Uma pessoa que a cada momento respira porque Deus o permite, se
atreverá a falar contra a maneira em que Deus dirige os assuntos do
universo?
40.
41.
Nossos corações.
Ver com. cap. 2: 19. Não se trata de que se deva levantar o coração nas
mãos, mas sim, a fim de que a oração seja efetiva, não só devem elevar-se
as mãos, mas também o coração (Luc. 18: 10-14).
42.
Nós. . . você.
Não perdoou.
Heb. salaj, "perdoar". Este verbo sempre se emprega para descrever um ato de
Deus, e nunca o que faz o homem. Com freqüência esta palavra faz ressaltar
o resultado do perdão como o demonstra a remissão do castigo (Jer. 36: 3;
Amós 7: 2; ver com. 2 Rei. 24: 4). Parecesse que esta é a idéia que prima
aqui. Jeremías não diz que Deus não perdoará ao Judá seus pecados nem que não a
restaurará, porque tem que fazer isso (Jer. 33: 6-8); mas o profeta afirma que
o Senhor não liberou ao Judá do castigo que lhe corresponde.
44.
Ver com. vers. 8. Era o pecado do Judá o que formava como uma parede, pela
qual suas orações não podiam passar (ISA. 59: 2).
45.
Oprobio.
46.
Todos.
A letra hebréia p', com a qual começam os vers. 46-48, aparece antes da
letra 'áyin, com a qual começam os vers. 49-51, embora no alfabeto
hebreu a 'áyin sempre aparece antes da p' (cf. cap. 4: 1617; ver com.
cap. 2: 16).
47.
Temor e laço.
48.
49.
Destilam.
51.
Isto poderia entender-se como que: (1) O desconforto física que sentem os olhos
pelo contínuo chorar, agrava as emoções já perturbadas do poeta; ou (2)
que o que seus olhos contemplam entristece seu coração. Esta última
interpretação corresponde melhor com o espírito do livro.
53.
Cisterna.
Alguns pensaram que os vers. 52-57 são autobiográficos, que relatam o que
aconteceu com Jeremías no calabouço do Malquías (Jer. 38:1-13). Entretanto, não
há menção de que Jeremías tivesse sido apedrejado nem de que tivesse estado
realmente na água. Contudo, se estas expressões devem tomar-se em forma
figurada, pareceria que toda a passagem deveria entender-se como uma referência a
o que aconteceu a toda a nação.
Pedra.
Heb. 'ében. Embora esta palavra está em singular, parece ter um sentido
coletivo 589 com o significado de "pedras", e é possível que aluda à
costume hebreu de apedrejar a um réu. O corpo do Absalón foi colocado disso
modo em um "grande fossa" e se amontoaram pedras sobre ele (2 Sam. 18: 17). Se a
palavra se entende em singular, poderia supor-se que o detento aflito não só
foi posto em uma cisterna, mas sim ficou uma pedra na boca dessa
cisterna para que não pudesse escapar.
54.
Águas.
Figura que representa grande angustia (ver com. Sal. 42: 7).
56.
Meus suspiros.
Heb. rewajah, do verbo rawaj, que significa "sentir alívio". Esta palavra só
aparece aqui e no Exo. 8: 15, onde se traduz como "repouso", e se refere ao
"pausa", ao "alívio" que tiveram os egípcios depois da praga das
rãs. Embora o sentido exato não é de tudo claro neste versículo, poderia
traduzir-se da seguinte forma: "Não esconda seu ouvido de meu clamor em procura
de alívio".
57.
Não tema.
58.
Redimiu.
63.
Seu levantar-se.
Sua canção.
lhes dê o pagamento.
Literalmente, "você fará voltar para eles". Parecesse que deve entender-se que os
vers. 64-66 são uma predição do castigo que Jehová trará sobre os que hão
assolado ao Judá, e não uma prece em procura de vingança (ver T. III, P. 630),
como poderia pensar-se a primeira vista.
66.
Persegue-os. . . e quebranta-os.
14 PR 309
18 PR 310
22-26 PR 310
26 3JT 195
27 MJ 366
37 PP 375
40 PR 340
45 3JT 398
CAPÍTULO 4
Que foi destruída em um momento, sem que acampassem contra ela companhias.
7 Seus nobres foram mais puros que a neve, mais brancos que o leite;
Mais loiros eram seus corpos que o coral, seu talhe mais formoso que a safira.
8 Escuro mais que a negrume é seu aspecto; não os conhecem pelas ruas;
Porque estes morreram pouco a pouco por falta dos frutos da terra.
Jerusalém.
15 Lhes aparte! Imundos! gritavam-lhes; lhes aparte, lhes aparte, não toquem!
18 Caçaram nossos passos, para que não andássemos por nossas ruas;
aproximou-se nosso fim, cumpriram-se nossos dias; porque chegou nosso fim.
De quem havíamos dito: A sua sombra teremos vida entre as nações, foi
apressado em seus laços.
1.
Como!
Ouro.
2.
Apreciados e estimados.
Vasilhas de barro.
3.
Avestruzes.
5.
Estercoleros.
6.
"Sem que ninguém lhe jogasse mão" (VM). O texto hebreu não é claro, mas é
evidente que se refere a que na destruição da Sodoma não houve intervenção
humana; sua destruição veio unicamente do alto. Posto que o pecado de
Jerusalém é maior que o da Sodoma, quão terrível não terá que ser seu castigo!
7.
Seus nobres.
Neve.
Seu talhe.
8.
Não os conhecem.
Como um pau.
10.
Piedosas.
"Tenras" (BJ); "misericordiosas". Mulheres que uma vez foram mães tenras
e compassivas, na extrema angústia provocada pelo assédio comeram a seus
próprios filhos (ver com. cap. 2: 20).
12.
Acreditaram.
Tanto por sua posição estratégica como por suas fortificações, considerava-se
que Jerusalém era inexpugnável. Esse conceito deve haver-se magnificado ainda mais
ante os pagãos pela destruição sobrenatural do exército assírio enquanto
Senaquerib sitiava a cidade (2 Rei. 19: 35). Tudo isto fomentava uma falsa
sensação de segurança entre os ímpios moradores de Jerusalém.
13.
Pecados.
Derramaram... sangue.
14.
Titubearam.
"Vacilaram" ou "cambalearam". Possivelmente se refira ao estado de confusão desses
dirigentes, uma vez objeto de grandes honras, ao compreender que eram
desprezados e postos de lado por todos (cf. Deut. 28: 29).
15.
Imundos!
Gritavam-lhes.
disse-se.
16.
A ira.
Heb., o "rosto". Ver Lev. 17: 10; Sal. 34: 16; Jer. 16: 17-18. De novo as
letras hebréias p' e 'áyin aparecem investidas neste acróstico (ver com. cap.
2: 16; 3: 46).
Apartou-os.
A presença.
18.
Ruas.
Quer dizer, as praças da cidade (ver com. cap. 2: 19). Durante o assédio era
perigoso andar por esses lugares abertos, pois um se expor aos
projéteis disparados 592 desde as torres levantadas pelos sitiadores fora
dos muros da cidade (ver com. Jer. 32:24).
19.
Montes.
20.
Teremos vida.
21.
Filha do Edom.
Terra do Uz.
Este era o país do Job (ver com. Job 1: 1). Também o menciona em
relação com vários outros vizinhos do Judá no Jer. 25: 20.
22.
Castigo.
Descobrirá.
CAPÍTULO 5
1.
te lembre.
Difere em vários sentidos dos poemas dos cap. 1-4: Não é acróstico, a
pesar de ter 22 versículos, o mesmo número das letras do alfabeto
hebreu, e não está escrito com a métrica típica de uma elegia hebréia (P. 574).
Entretanto, há neste capítulo admiráveis características poéticas. Cada
versículo consta de duas partes paralelas. A repetição é um rasgo muito
característico da poesia hebréia (ver T. III, PP. 19-30). O poeta há
emprestado uma em desusa atenção à rima, o que é notável, porque a rima, em
qualquer de suas formas, pelo general não caracteriza à poesia hebréia.
2.
Estranhos.
3.
Viúvas.
Ver com. cap. 1: 1. Deve entender-se que aqui se fala tanto da viuvez
simbólica como da literal, posto que muitos homens morreram na guerra,
e sem dúvida, muitos outros foram levados cativos, mas suas algemas e filhos
foram deixados na Palestina.
4.
Água.
5.
Sobre nós.
Literalmente, "sobre nosso pescoço". Isto poderia indicar que eram tenazmente
perseguidos. Alguns acreditam que mas bem isto se refere à crueldade da
escravidão que lhes impôs. Em inscrições egípcias aparecem os
prisioneiros unidos pelo pescoço com ataduras.
6.
Egípcio.
Os judeus tinham procurado aliar-se com o Egito, mas também tinham estado baixo
domínio egípcio durante a primeira parte do reinado do Joacim (ver P. 382).
Assírio.
Estendemos a mão.
São duas as interpretações deste texto: (1) os judeus tinham procurado ajuda
e alimento do Egito e de Assíria; (2) submeteram-se a essas nações (Esd.
10: 19; Jer. 50: 15; Eze. 17: 18).
7.
Nossos pais.
8.
Servos.
9.
Espada do deserto.
10.
enegreceu-se.
Melhor, "nossa pele abrasa" (BJ). Esta figura representa a febre originada
pela terrível fome do assédio final de Jerusalém (cap. 2: 20; 4: 10).
12.
13.
exigia-se a meninos de curta idade que levassem cargas muito pesadas de lenha. Se
considerava que moer grãos e conduzir lenha eram tarefas degradantes (Juec. 16:
21; ver com. Jos. 9: 21).
14.
A porta.
15.
Dança.
16.
Coroa.
17.
entrevaram-se.
18.
Monte do Sión.
Quer dizer, Jerusalém (ver com. Sal. 48: 1-2). Pensava-se de um modo especial
que o monte do Sión era o lugar da morada do Jehová (Sal. 74: 2; 76: 2),
mas a presença do Senhor se apartou dali.
Zorras.
Heb. shu'ao. Também se emprega para chacais (ver com. Juec. 15: 4). A
presença de zorras, e mais ainda de chacais, faz ressaltar a desolação do
que uma vez tinha sido o coração de uma grande cidade. Sem dúvida, este poema foi
composto algum tempo depois da destruição da cidade.
19.
Permanecerá.
Não importa o que possa lhe acontecer ao homem, Deus está para sempre por cima
de tudo. Por isso suas promessas são seguras.
para sempre.
20.
Completamente.
nos volte.
Quer dizer, "nos restaure". Isto é muito mais que uma prece para que fossem
liberados do cativeiro. Repetidas vezes Jeremías emprega a mesma linguagem
para referir-se tanto à restauração temporária como a espiritual (Jer. 3:
1, 12; 31: 16-21 ). Aqui se destaca que só Deus pode restaurar ao pecador
perdido ao favor divino; só ele pode conceder a graça que faz possível que
o pecador se arrependa e "volte" para ele (Hech. 5: 31; ROM. 2: 4).
22.
Desprezaste-nos.
MINISTÉRIO DO Ezequiel
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