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Maputo, 2 e 3 de Outubro
Autores- Samuel João Antique1(*), Alexandre Pinto2, Francisco Ricardo Nicolas Kaidussis1, Cláudio João
Pinto1,
1
ROSOND MOÇAMBIQUE, LDA- MAPUTO, MOÇAMBIQUE
2
JETMOZ GEOTECNIA, LDA - MAPUTO, MOÇAMBIQUE
(*)
Email do Autor: samuel.antique@rosond.co.mz
Resumo
Da análise dos resultados dos ensaios de carga realizados foi possível tirar conclusões sobre o
comportamento das microestacas sujeitas aos carregamentos em diferentes ciclos.
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II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA
Maputo, 2 e 3 de Outubro
1 INTRODUÇÃO
Com vista a tornar vários pontos do País permanentemente contectados, houve necessidade de
manter e reabilitar vias de comunicação do País. As pontes como partes integrantes dessas vias
de comunicação têm merecido atenção uma vez que sofrem colapsos devido à erosão e outros
factores.
Ultimamente tem-se optado por soluções de fundações que possam responder a essas exigências.
Dependendo da natureza da infrastrutura pode-se optar por fundações directas ou indirectas. Para
além da solução de fundações, importa realçar o controlo de qualidade dos trabalhos durante e
após a execução.
O presente artigo trata de um Caso de Estudo relacionado com o Ensaio de Carga Vertical
Estático à Escala Real de Microestacas de Comprimentos Reduzidos para as pontes sobre o rio
Namilate e Mutuasse na Província da Zambézia, Centro de Moçambique.
Os ensaios de carga foram realizados no mês de Março de 2018 para a Ponte sobre o rio
Mutuasse e Abril de 2018 para a Ponte sobre o rio Namilate.
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3 CARGAS ENVOLVIDAS
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5 RESULTADOS
Os deslocamentos da microestaca foram obtidos diretamente dos resultados fornecidos pelos
quatro (4) deflectómetros (D1; D2 D3 e D4) posicionados na parte superior da Microestaca.
Os resultados do ensaio são apresentados abaixo:
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De acordo com os resultados obtidos no 6º ciclo, pode-se concluir que, no final do ensaio, a
componente da deformação vertical remanescente é:
a) Cerca de 27,7% da deformação total para PM 02. Isso significa que no 6º ciclo, a
interação solo-microestaca está-se realizando em regime plástico.
b) Cerca de 96, 7% da deformação total para PM 23. Isso significa que no 6º ciclo, a
interação solo-microestaca está-se realizando em regime plástico.
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A interpretação dos resultados é feita com base na carga máxima aplicada. Os resultados do
assentamento da Microestaca obtidos durante o Ensaio no ciclo 06 são resumidos abaixo:
De acordo com os resultados obtidos no 6º ciclo pode-se concluir que no final do ensaio, a
componente da deformação vertical remanescente é:
a) Cerca de 97,1% da deformação total para PM 04. Isso indica que no 6º ciclo, a interação
solo-microestaca está-se realizando em regime plástico.
b) Cerca de 99, 8% da deformação total para PM 02. Isso indica que no 6º ciclo, a interação
solo-microestaca está-se realizando em regime elástico.
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Onde:
● s – Assentamento máximo permitido para evitar a rotura da fundação;
● B – Diâmetro da Microestaca (203mm).
De acordo com a formulação apresentada e tendo em conta que a microestaca ensaiada tem um
diâmetro de 203 mm, o assentamento máximo que verifica a condição é de S ≤ 20,3 mm.
A Carga maxima aplicada durante o ensaio no 6º Ciclo levou a resultados da de deformações
verticais conforme a tabela abaixo:
Tabela 3 – Deformações Verticais Máximas medidas (mm) – Ponte sobre o Rio Mutuasse
Tabela 4 – Deformações Verticais Máximas medidas (mm) – Ponte sobre o Rio Namilate
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados dos ensaios de carga vertical estáticos realizados, são apresentadas
as seguintes considerações principais:
1. Para a carga de 500 kN e 600 kN, foram observadas deformações verticais máximas de
4,3 mm e 3,6 mm, o que verifica a deformação vertical máxima esperada em condições
de serviço, cujo valor é de 20,3mm.
2. Para a Ponte sobre o Rio Namilate as curvas carga-deformação das microestacas indicam
que a interação solo-microestaca está no regime plástico para a microestaca PM04 e no
regime elástico para a microestaca PM02. Para a Ponte sobre o rio Mutuasse, as curvas
carga-deformação das microestacas indicam que a interação solo-microestaca está-se
realizando no regime plástico nas duas microestacas PM02 e PM23;
3. De uma maneira geral, considera-se que o comportamento das microestacas é compatível
com o que está previsto no projecto, pois as deformações para a carga imposta são
reduzidas, no entanto, os limites de deformação devem ser verificados pela equipa de
engenharia estrutural, assegurando que a solução de fundação atende aos requisitos
estruturais.
As conclusões apresentadas neste artigo foram desenvolvidas com base nos resultados e
pressupostos referidos no presente documento.
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8 REFERÊNCIAS
O presente documento foi desenvolvido tendo em conta os seguintes documentos de referência:
⮚ Bowles, J. Foundation Analysis and Design, McGraw-Hil, 1996.
⮚ EC7 – Eurocode 7. Geotechnical Design. Part 1-General rules. NP-EN 1997-1.
European Committee for Standardization. Brussels (in Portuguese) 2010.
⮚ EN 14199 - Execution of special geotechnical works – Micropiles, 2005.
⮚ Krasiński, A . Numerical simulation of screw pile interaction with non-cohesive soil.
Archive of Civil and Mechanical Engineering (2013),
http//dx.doi.org/10.1016/j.acme.2013.05.010.
⮚ Larisch, M.D. Behaviour of stiff, fine-grained soil during the installation of screw auger
displacement piles, PhD thesis, The University of Queensland, Brisbane (2014).
⮚ Lundberg, B., Dijkstra J. & A.F. van Tol. Displacement pile installation effects in sand.
Installation Effects in Geotechnical Engineering, Hicks et al.l (eds) © 2013 Taylor &
Francis Group, London, ISBN 978-1-138-00041-4, 2013.
⮚ National Road 1, Zambezia Province – Emergency Works - Technical Specifications –
Detailed Design Namilate River Bridge / Mutuasse River Bridge, Maputo, February
2017.
⮚ Tom Armour, P.E., Paul Groneck, P.E., James Keeley, P.E. and Sunil Sharma, P.E., PhD.
Micropile Design and Construction Guidelines Implementation Manual, Vancouver, June
2000.
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