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Escola Antônio Tenório Sobrinho

Professor: Bruno Vinicius


Turma: 9º ano disciplina: Geografia
“Grandes coisas não são feitas por impulso, mas por uma série de pequenas
coisas reunidas.” Van Gogh

Sociedade urbano-industrial, recursos naturais e fontes de energia


Um mundo urbano
O processo de urbanização
A urbanização é o processo no qual a população urbana cresce a taxas mais
elevadas do que a população rural. É um fenômeno demográfico que se
caracteriza pela tendência de concentração da população de um país ou região
nas cidades.
A urbanização mais acelerada aconteceu a partir das Revoluções Industriais,
entre a segunda metade do século XVIII e o século XIX, em países europeus,
nos Estados Unidos e no Japão. A industrialização atraiu contingentes
populacionais do campo para as cidades, em razão da necessidade de mão de
obra para as fábricas.
Em países como Brasil, México, Argentina e outros, a urbanização é mais
recente - intensificou-se a partir dos anos de 1950, com o crescimento da
atividade industrial. E importante lembrar, porém, que em alguns desses países,
como é o caso do Brasil, a urbanização não foi resultado apenas da
industrialização, mas também de problemas existentes no campo, como a
concentração fundiária, o difícil acesso à propriedade da terra e outros,
Como veremos adiante, a mecanização e a introdução de inovações cientificas
e tecnológicas em atividades agropecuárias também têm relações com a
urbanização nos últimos 50 anos.
O crescimento da população urbana
Até o início do século XIX, a população urbana mundial não havia atingido 7%
do total. Cerca de dois séculos depois, em 2008, pela primeira vez na história, a
população urbana ultrapassou as 50% (cerca de 3,3 bilhões de pessoas).
Segundo previsões da ONU, esse número chegará a 5,2 bilhões em 2030,
representando 60,4% da população mundial, e a 6,7 bilhões em 2050, ou 68,4%
do total.
Estima-se que, nas próximas décadas, o crescimento urbano nos países
desenvolvidos não será muito elevado (cerca de 13%); entretanto, duplicará
principalmente em países da Ásia e África em cerca de 15 anos. Diante disso,
uma parcela cada vez maior da população mundial estará exposta á pobreza, ao
desemprego e aos riscos ambientais associados à urbanização acelerada, como
a deficiência de saneamento básico.
Segundo a ONU, 30% da população urbana mundial vive em condições de
pobreza, cerca de 1 bilhão de pessoas moram em áreas irregulares e habitações
precárias, e entre 20 e 40 milhões de famílias não têm moradia. A falta de
emprego é outro grave problema, levando 37% dos moradores de áreas urbanas
a trabalhar na informalidade. Além disso, se confirmada a previsão de que, até
2050, a população urbana será de 6,7 bilhões, a pobreza nas cidades deverá se
agravar caso não sejam tomadas providências para erradicá-la.
Os problemas associados à urbanização serão mais graves nas megacidades e
nas megalópoles (figura 1). Em 1950, Nova York e Tóquio eram as duas
megacidades no planeta; em 2007, havia dezenove. e em 2018 o número de
megacidades passou a ser de 33, a maioria concentrada nos países menos
desenvolvidos, onde os problemas econômicos, sociais e ambientais são graves
(desemprego, violência, carência de transporte público, poluição, saneamento
básico deficiente etc.).
Nas próximas décadas, os países emergentes e os menos desenvolvidos serão
os principais geradores de megacidades, enquanto o crescimento desse tipo de
aglomeração urbana nos países desenvolvidos tenderá a estabilização

Cidades e hábitos de consumo mundializados


Em 2018, estimava-se que havia 525 cidades no mundo com mais de um milhão
de habitantes; em 1950 elas eram apenas 86. Desde as últimas décadas, o
aumento de pessoas nas cidades tem impulsionado o consumo de produtos
diversos, desde aqueles essenciais à sobrevivência, como os alimentos, até os
mais supérfluos. Como nessas aglomerações não há espaço para a produção
de alimentos em larga escala, as pessoas são obrigadas a adquiri-los em feiras
e supermercados ou em outros pontos de abastecimento. Além disso, o estilo de
vida nas grandes cidades demanda o uso de produtos específicos para as
pessoas trabalharem, se locomoverem, se comunicarem, entre outros.
Como vimos nos Percursos 2 e 3, os modelos de consumo das grandes cidades
são difundidos mundialmente e, em geral, seguidos por grande parte da
população. Assim, as empresas transnacionais têm expandido seus negócios e
investido muito em propaganda, o que influencia na mundialização de alguns
hábitos e na implantação da globalização cultural.
Transformações da produção agropecuária e urbanização
As transformações da atividade agropecuária, decorrentes da introdução de
inovações cientificas e tecnológicas no campo, desde os anos 1960, ajudam a
explicar não somente a intensa urbanização após esse período, como também
o desemprego estrutural no campo.
A intensificação do uso de máquinas agrícolas, fertilizantes, defensivos agrícolas
ou agrotóxicos e rações, além do melhoramento genético de plantas e animais,
alteraram o rendimento e a produtividade da agropecuária.
Já em 1960, as sementes hibridas de cereais, obtidas em laboratórios de
pesquisas, possibilitaram maior rendimento das lavouras e maior resistência a
pragas e doenças, o que ficou conhecido como Revolução Verde.
Nos anos 1980, organismos geneticamente modificados (OGMs). começaram a
ser desenvolvidos a partir de sementes transgénicas, representando outra
inovação cientifica e tecnológica importante para as transformações na
agropecuária.
As culturas com variedades de sementes de alto rendimento da Revolução
Verde, como também os OGMS, exigem a utilização de grande aparato
tecnológico máquinas, tratores, defensivos agrícolas, fertilizantes etc.
Entretanto, o uso intensivo de agrotóxicos pela atividade agropecuária é
responsável por grandes danos ambientais: ao solo, pois este os retém,
comprometendo a sua biodiversidade; ao ar (o material em suspensão provoca
danos à saúde humana e a outros seres vivos, além da contaminação de
alimentos); às águas superficiais e subterrâneas, além de outros.
Nos anos 1990, com o desenvolvimento da Informática, muitas de suas
inovações passaram a ser aplicadas na agropecuária: softwares para o
gerenciamento dessa atividade; drones para detectar doenças e pragas em
plantações e pastagens, falhas de plantio, excesso de irrigação, contagem do
número de cabeças de gado, localização de nascentes de águas etc, além de
máquinas agrícolas computadorizadas
As inovações cientificas e tecno lógicas, se por um lado favoreceram a
agropecuária por meio do aumento do rendimento e da produtividade, por outro,
substituíram parte da mão de obra empregada no campo e provocaram o
desemprego estrutural, como já foi citado. Dispensadas do trabalho no campo,
populações migraram para as cidades, também contribuindo para o processo de
urbanização ocorrido nos últimos anos.
Urbanização e capital financeiro
O recente processo de urbanização se confunde com a história da
industrialização e da formação do capital financeiro - o capital representado por
títulos e papéis negociáveis que podem ser convertidos em dinheiro. Os bancos
ou instituições financeiras, frutos do desenvolvimento do capitalismo, tiveram e
têm papel importante na produção e circulação de mercadorias em todo o
mundo. De que forma isso ocorre? Essas empresas passaram a financiar as
atividades produtivas e o consumo. Hoje, o capital financeiro está presente em
quase todas as transações comerciais - a maioria das empresas e pessoas
dependem de empréstimos para adquirir imóveis, máquinas, matérias-primas
etc.
As cidades globais
A cidade sempre teve papel central na economia capitalista. Assim, os fatores
locacionais para a implantação de instituições financeiras são, em certa medida,
definidos pelo total da população de uma cidade e seu dinamismo econômico.
Foram esses fatores que historicamente comandaram a distribuição espacial do
sistema financeiro. Dal se explica a concentração espacial da atividade
financeira em grandes cidades como Nova York, Londres, Paris, São Paulo,
entre outras, o que, contemporaneamente, permitiu a formação das chamadas
cidades globais.
Atualmente, a importância econômica de uma cidade é definida pela
disponibilidade de equipamentos do setor terciário da economia, como:
empresas de intermediação financeira, bolsas de valores, empresas de
propaganda, consultoria, seguros e centros de pesquisa.
Dependendo do grau em que concentram essas atividades e do alcance espacial
que possuem, as cidades globais são divididas em três grupos, em ordem
decrescente de importância: alfa, beta e gama. Nessa classificação, se uma
cidade possui as atividades citadas anterior mente muito desenvolvidas e com
alcance mundial, será uma cidade alfa. As cidades que contam com empresas
de menor alcance espacial serão classificadas como beta e gama.

Atividade
1) Explique com suas palavras o que é urbanização.

2) Explique:
A) Megacidade

B) Megalópoles

3) Qual devera ser a maior aglomeração urbana em 2025?

4) O que é uma intermediação financeira?


Bibliografia:
Retirado de: Livro didático expedições geográficas, 9º ano.

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