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CAPITULO 9

A Formação de um
Grupo
Terapêutico de Base Analitica
Como foi visto no
Capítulo 7, há um universo de modalidades
grande confusão em suas teorias, uma elevada anarquia em suasgrupais, que demonstra
o uma
risco de que se esteja construindo uma torre de aplicações práticas e um sério
Babel.
Conquanto os fundamentos teóricos e as leis da dinâmica grupal que presidem os grupos, de
forma manifesta ou
latente, sempre estejam presentes e sejam da mesma essência em todos eles, é
Inegável que as técnicas empregadas são muito distintas e variáveis, de acordo,
finalidade para a qual determinado sobretudo, com a
grupo foi criado. Em outras palavras: da mesma forma como
todos os indivíduos
que nos
essência psicológica, é óbvio
procuram- pacientes, por exemplo- são portadores de uma mesma
que, no caso de um tratamento, cada sujeito em especial, igual-
mente vai ser
para
necessário um planejamento de atendimento particular, com o emprego de uma
tecnica adequada às
necessidades, possibilidades e peculiaridades de cada um deles.
Diante do fato de que existe um vasto
também há uma extensa e
polimortismo grupalistico e que, por conseguinte,
múltipla possibilidade de variação nas estratégias, técnicas e táticas,
tOrna-se impossível
pretender, em um único capítulo, esgotar ou fazer um detalhamento minucio-
de todas elas. Por essa
so razão, vamos nos limitar a enumerar, de forma genérica, os principais
Tundamentos da técnica que dizem respeito ao cotidiano da prática grupal, tentando rastreá-los
aesde o
planejamento da formação de um grupo, o seu funcionamento durante o curso evolutivo,
PrOcurando acentuar algumas formas de manejo técnico diante dos diterentes aspectoS e fenôme-
nos
que surgem no campo grupal dinâmico.
No presente capítulo, como de resto será a linha básica deste livro, trataremos mais especi
icamente do grupo terapêutico analítico, com fins de insight.
A tormação de um grupo dessa natureza, quer seja em instituição, quer em clínica privada,
passa por
quatro etapas sucessivas: planejamento, encaminhamento, seleção e composição do grupo.
DAVID E. ZIMERMAN
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PLANEJAMENTO estratégia, técni.
conceitos de logistica,
entre os também
discriminação parecem-me
úil fazer uma da area militar,
Inicialmente, creio
ser
da terminologia de conhecimentos e
termos que,
embora provindos entendemos
um conjunto
ca e tatica, Por logistica o planejamento
de uma acão
0
psicologia. de suporte para
adequados ao campo da servem de como utilizar.
que detalhado
lastro de experiência estudo
equipamentos e um designa um
planejada (como
hipótese, um
formação de
um grupo). Estratégia finalidade
refere a um conjunto d
a na
no caso, um êxito
operativo Tecnica se
e alcançar
logistica para atingir one
neurótica).
de e s t r u t u r a a exequibilidade da
para pacientes
fundamentam
8rupo psicoterápico prática, que de uma técnica de
de aplicabilidade ser a utilizaça0
procedimentos e de regras, poderia
servindo de exemplo, existentes, de acordo
está nos de abordagem
variadas formas
ração (na hipótese que Tática alude às de cada coordenador,
embora
psicanalítica).
fundamentação c u r s o e com
o estilo peculiar é a possibilida
circunstâncias da operação em no nosso exemplo hipotético,
com as
a mesma (ainda no "aqui-agora-comi.
essencialmente
a técnica permaneça interpretaçao
imediata e sistemaica
prefira a
igualmente capaz, e de uma mesma
na
grupoterapeuta
de de que um um outro
grupoterapeuta,
dessa forma de
enquanto sistematico e exclusivo
g0 da transferência, evitar o emprego individn
grupanalítica, opte pela tática de mas propicio
de acessibilidade aos
corrente
criar um clima
como uma
tática capaz de
interpretar,
devemos aptos estar a responder
OS e ao todo grupal). criar e compor
um grup0,
Destarte, diante
da resolução de vai ser o
coordenador? (Qual é a sua
seguintes: Quem
fundamentais, como as qual finalidade o grupo está
a algumas questðes etc.) Para o que para
e
referencial?, saude mental? Psicote.
logística? Qual é o
seu esquema
ensino-aprendizagem?
De auto-ajuda? De
de estão motivadas? Coincide
sendo composto? (E um grupo destina? (São pessoas que
Para quem ele se
planejamento
rápico? De Família?, etc.)
em
de individuos e que grupo o
um conjunto
com uma
necessidade por parte de psicóticos, empresários, alunos
adolescentes, adultos, gestantes,
poderá preencher? São crianças, aberto ou fechado, com ou
sem co
ou heterogêneo,
funcionará? (Homogêneo reuniões semanais, o
etc.?) Como ele o número de
do número de participantes, etc.) Onde, em
terapia, qual será o enquadre ou no por um supervisor?,
das mesmas, será acompanhado neste
tempo de duração consultório privado? Em
uma instituição e,
com quais recursos? (No continuidade de
quais circunstâncias, e Vai conseguir manter a necessária
caso, com o apoio
da cúpula administrativa?
etc.)
dos horários combinados com grupo?,
o tec
um mesmo local e a primeira recomendação
sintetizar tudo isso, vale afirmar que
Como uma tentativa de clara do que pretende
é a de que ele tenha uma idéia bem
nica para quem vai organizar um grupo contrário, é muito provave
esse seu intento; caso
Com esse grupo e de como vai operacionalizar mal-entendidos.
clima de confusão, de incertezas e de
que o seugrupo patinará num
ENCAMINHAMENTO
ção d e um
A etapa da divulgação, tendo em vista o encaminhamento de pacientes para a formaae da
nd
grupo, é importante, particularmente para um terapeuta que esteja se iniciando
interessada:
p. em
grupoterapia e ainda não tenha uma expressiva procura por parte deser muito comum,
pessoas muito
de
tratamento grupal. O realce deste aspecto justifica-se por ma razão Contrato terap utico a
inhava-
quarto ou
frustrante, que o terapeuta játenha um ou dois interessados com o um
do e possa decorrer um largo período de tempo até que se defina um terce Nestes
cas
c a s o s ,
diante.
quinto pacientes, o que pode gerar desistências dos primeiros, e assim por
por dianc pacientes
com os poucos que
recomenda-se a prática de manter alguma linha de comunicação regular
valo.
igual
ao
um
já selecionados, inclusive a possibilidade de manter sessões individuais por
or numerominim
ele pagariano grupo, para os que se sentem mais necessitados, até que se anuya
FUNDAMENTOS BÁSICOS DAS
GRUPOTERAPIAS 105
de quatro pessoas. Iniciar um
razão de que uma eventual grupo com um número menor
talta do
gestalt grupal. Outro risco que de algum membro compromete a que este é muito armiscado pela
que terapeuta se decorre como indispensável
formaço
de uma
impaciente e taça alguma conseqüência de uma busca por demais espaçada
o
Este seleção desastrosa.
importante
de que se trata de um passo inicial de um encaminhamento
e
condição básica: que ele grupoterapeuta iniciante, implica no satisfatório, ainda dentro da hipótese
tenha
terapêuticos e, portanto, de qualpara si uma definição muito clarapreenchimento, no mínimo, de uma
tipo de
paciente quanto ao nível de seus
que Ihe seja encaminhado.objetivos
Esta condição ele
é
importante na medida
por exemplo, pode funcionar
aguarda
em que se sabe
exitosamente que um mesmo
to pode fracassar em um
grupo formado
e muito se
beneficiar num grupo paciente, borderline,
em um nivel
egóico muito mais exclusivamente com homogêneo, enquan-
convicção quanto ao trabalho queintegrado que o dele. Somente pacientes neuróticos, que funciona
o novo após ter adquirido uma clareza
resposta às perguntas: "Para quÃ; grupoterapeuta
para quem; como; pretende desenvolver com o grupo de
supervisor, deve se
lançar a um
trabalho onde; quando?") é que ele, (uma
fins de de
recrutamento e encaminhamento. divulgação junto aos colegas com respaldado por um
Um ponto quem convive para
controvertido relativo à
alguns autores têm politica de
encaminhamento diz respeito ao fato de
encaminhado um expressado
uma
paciente preferència no sentido de que, uma que
por alguém de experiència, vez que Ihes
evitando entrevistá-lo individualmente considerem-no automaticamentetenha sido
trário, em nosso meio, de modo para impedir a incluído,
te, uma ou mais
"contaminaço"
geral, postulamos a necessidade de do campo grupal. Pelo con-
vezes, o paciente que o
formação do grupo: a que lhe foi encaminhado grupoterapeuta
para fins de cumprir a terceira
entrevis-
seleção. etapa da
SELEÇÃO
A primeira razão que
te
justifica a indispensabilidade do crivo da
para um determinado grupo diz seleção um de
indicações. A segunda respeito ao delicado problema das determinado pacien-
razão é a de
evitar situações indicações e das
contra-
de compor constrangedoras como,
pessoas que individualmente foramexemplo,
o
grupo com presença de duasa por do risco a
mas que, na
sessão bem selecionadas,
Uma terceira razão inaugural,
é
demonstram impossibilidade de virem se tratar conjuntamente.
a
a
de diminuira
risco de o
permanente desconforto surpresas desagradáveis,
contratransferencial, uma insuperável como, por exemplo, um
valores dificuldade
estipulados, ou para os horários combinados, etc.; assim como para pagamento dos o
çao para o de uma
um tratamento que vai Ihe exigir um trabalho sério, árduo e deficiente motiva-
cOstuma ser um dos fatores mais longo. Este úlimo aspecto
Os critérios
relativos às
responsáveis pelos abandonos prematuros.
provavel éxito ou indicações, pelo seu alto grau de importancia na
determinação do
fracasso da grupoterapia,
Um
aspecto
justificam uma consideração mais detalhada.
Vaçao do particularmente importante dentre os critérios de seleção é o referente à moti-
paciente para um verdadeiro tratamento
pelo método analítico, isto é, que ele reconheça
que esta
necessitado de tratamento e, sobretudo,
que está
melhores condições de qualidade de vida. disposto
a fazer
para adquirir mudanças psíquicas,
ASSim, uma motivação por demais frágil acarreta uma alta possibilidade de uma
do pobre
ou a de um abandono prematuro. Esse de
participa
se
de fracasso tanto tipo abandono gera um mal-estar e uma
no indivíduo que não ficou no
grupo como também no grupoterapeuta
d totalidade do grupo. Além disso, o vai ficar
entos de culpa e com um estado de grupo indignação por sesobrecarregado,
ao
mesmo
sentir desrespeitado tempo, com
e violentado, não
neel: e pelo intruso que teve acesso à intimidade deles e depois fugiu, mas tambm contra a
negligência do terape que "não soube cuidar deles"
DAVID E. ZIMERMAN
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Indicações que
nao
estiverem
enquadrados nac
a todos os pacientes dizer que, em algumas ci
sensu.
extensiva
estrito, pode-se
e. l a t o sentido (Castellar
A grupoterapia Em muitos autores
abordadas mais adiante. escolha.
Assim,
Contra-indicações tratamento
de adolescentec5,
no tratamento
de pacentes
constitui
grupoterapia
se no
tuaçoes. a sohda experiëncia prioitaria
destes ultimos.
1o0) têm u m a
que a indicaçao
1987, Zimerman. preconizam consulente demonstra Uma
a
como em grupo, o proprio
prioritaria é quando que determinado
dos
individualmente
tanto sabemos
indicação que
pode ser
mesma
forma,
Outra
tratamento grupal. Da individual,
devido ao incremento de
um
por terapia
enquadre de
preterencia uma
inequivoca
suportar o com o terapeuta
pacientes
nac conseguem simbiotizante
individuaisna
os de natureza
em terapias
exemplo. fracassaram
temores. como. por
ensina que tais pacientes que casOs, a reciproca
é verdadei.-
cinica outros
A eNperiencia
(e claro que.
para indicação.
de prioridade
de
bem em grupoterapia criterios
dem funcionar muito
considerado na
avaliação dos consenso de prioridadee para
deve ser um gradativo
ral cesse tator
indicação que
esta adquirindo bastante regressivos, eOm1o
Arualmente. uma tratamento
de pacientes
se retere ao somatizadores contumaz
azes,
atendimento grupal e a que deprimidos graves,
um borderline,
os egressos
de hospitais. homogeneos.
podem ser em grupos
tratamento se processe
este
desde que
etc..
Contraindicações
de um determinado paciente para uma
a contra-indicação de
nada. e util ratificar que inclusao de um psicótico ou um
Antes de mais
caso, por exemplo, da
determinada grupoterapia,
como seria o
e x c l u s i v a m e n t e por pesSoas
de um bom nível de
composto
severo deprimido
crónico em um grupo
estes mesmos pacientes,
seja uma excelente
de que, para
nao elimina o tato demais integrantes se equi-
adaptação n e u r ó t i c a . homogéneo, 1sto é, em que os
t r a t a m e n t o em um grupo
forma-
Lndicação um Partindo da hipótese
de que o grupo em
e prognósticas.
anteriormente descrita, as seguintes
valem nas condições diagnósticas
a homogeneidade
analitica e que não tenha
cão seja de pretensão vista os pacientes que
enumeradas, tendo em
contra-indicações podem ser
tratament0
real disposiço para um
motivados tanto em relação à sua
Estejam mal em grupo. Não é raro que algumas
dificil, quanto ao fato de ser especificamente
longo e ter uma oportun
um grupoterapeuta
sob a alegação de que querem de
pessoas proCurem unicamente em busca u
dade de "observar como funciona um grupo", ou que vão não os incluirna e
que lhes falta, e assim por diante. Eu, particularmente,
grupo social
mencionei antes, como
eles
respeito a propro
como
um grupo analitico, porquanto,
mim mesmo, adoto cosua
aos demais que participam
do grupo árdua e seriamente, e a de reconhecimento
comprometido com o
critério minimo que o pretendente esteja e com a
seriedade do
compromIsso
necessidade de tratamento psicoterápico analítico
que ele vai assumir. porque ex
Os primeiros
ou narcisistas
Sejam excessivamente deprimidos, paranóides
exclusivamente em si propr fensivo
gem atenço e preocupação concentradas
dos fatos, assim como a sua atutueà sua com
pela razao de que a exagerada distorção
beligerante, pode impedir a evolução normal do grupo;
terceiros
devido
p o r t a r e m
comporta
os leva
a se
pulsiva necessidade de que o grupo gravite em torno de si, que
o
como "monopolistas crónicos" (Bach, 1975). envolven vezes
muitas
Apresentam uma forte tendéncia a actings de natureza maligna, psicopatas.
exemplo, dos
do outras pessoas do mesmo o caso, porgrupo, como é
FUNDAMENTOS BÁSICOS DAS GRUPOTERAPIAS 107
Inspiram uma acentuada
mente o de suicídio. preocupação pela possibilidade de graves riscos,
Apresentam um déficit principal
razão, dificilmente intelectual ou
uma elevada
poderão dificuldade de abstração
Estão no acompanhar ritmo de o
e, por essa
situação crítica, aguda, crescimento
cume de uma séria da
uma
impossibilidade e
grupoterapla.
por isso representam o risco de
Pertencem a uma certa
partilhar
em
os
interesses em comum com os
demais.
por umaeventual quebracondicão
de
profissional ou política que representa sérios riscos
sigilo.
Apresentam uma história de
terapias anteriores
pensar que se trate de interrompidas,
"abandonadores compulsivos". o
que nos autoriza a
Nestes casos, hå um sério risco de
turo, com uma forte que esse tipo de
frustraçao para todos do grupo, menos paciente faça um novo
abandono prema-
talvez para ele mesmo.
Alcancese Limitações
Opotencial psicoterápico da dinåmica das
mente considerado em nosso meio
grupoterapias parece-me bem maior do que o habitual-
e, naturalmente, ao
limitações. Em relaço aos alcances, é necessário
mesmo tempo, ele
também tem claras
mente, extrapola reconhecer
utilização unicamente como terapia utilização
em muito a que a dos grupos,
voltada exclusivamente para
sua
de atual
a
aquisiço de fundamentação analítica
insight, embora essa seja uma
atingível. Na verdade, as
grupoterapias estão
meta
perteitamente
que de forma direta ou alcançando
indireta representam resultados larga abrangència de aplicações,
uma
classificação geral dos psicoterápicos,
foram antes mencionados na como são os
grupos que
reconhecer que ainda não contamos, grupos. Dentre as
limitações, é necessário
até o momento, com um
bem treinados para uma número de técnicos suficientemente
aplicação grupoterápica analítica de uma dimensão
Por outro lado, não deve caber social mais ampla.
muitos pontos em comum e tantos comparação com a psicanalise individual, pois ambas tèm
uma
outros totalmente distintos.
COMPOSIÇÃO DO GRUPO
termo composição tem o mesmo
significado que o descrito por D. Zimmermann (1997) sob
denominação de "agrupamento". Composiço designa, pois, um arranjo,
a
Isoladas, sendo que
no caso de
um
"encaixe das peças
uma
grupoterapia refere
participação interativa de cada um dos individuos selecionados na visualizaço
se a uma de como serà a
nova organização
Neste contexto,
sentimento contratransferencial do grupoterapeuta, durante
o
gestáltica.
as previas
tas de
seleção, funciona como um excelente indicador quanto à previsão de como sera
entrevis
mentaridade dos papéis
a
comple
a serem
desempenhados.
ASSim, podemos afirmar que os critérios de seleção dos individuos estão intimamente conec-
ados com os da composição da totalidade grupal. Podemos mesmo dizer que è mais diñcil proce
Ct a
seleção de pacientes para um grupo novo que ainda está nos prodromos da composição, do
que
para preenchimento de eventuais vagas para um grupo já composto e em Curso.
o
Eadequado incluir um adolescente em um grupo cuja totalidade è composta por adultos? E
c ncusão de um paciente homossexual num grupo em que ele será o único nessas condi
nh dem participar de um mesmo grupo terapèutico pessoas que tenham algum grau de co
iento ou de parentesco? Está indicada a inclusão de um paciente que seja excessivamente
O u que esteja atravessando uma situação de crise aguda? Essas são algumas das inume
108 DAVID E. ZIMERMAN
resposta deve ser dada, em grande parte, a partir
levantadas, cuja
que costumam ser relativo e
as questoescontratransferencial
do feeling à composição do grupo, para cada Situaçao em particular
aos grupos e o que se refere à homoge.
Um aspecto importante e muito debatido em relação
entende-se aquele
que é
neidade heterogeneidade de sua formação. Por grupo homogeneo
ou
e caracteristicas que, em certo
uma série de tatores grau
composto por apresentam
sao comuns a todos os que
pessoas
membros. Pode servir de exemplo um grupo que seja composto unicamente
ou obesos; e assim por diante.
por pacientes deprimidos, ou psicóticos egressos de hospital,em
que hå uma maior diversificacãn
Grupo
entre as
heterogêneo designa uma composição grupal
caracteristicas básicas de seus membros. E 0 caso de uma grupoterapia analítica em
que,
por exemplo, um dos integrantes é uma moça histérica,
um Outro e um senhor casado, muito
um terceiro é um jovem estudante, solteiro,
com acentuados sintomas fóbicos, etc
obsessivo;
E claro que a conceituação de grupo homogéneo e heterogeneo e muito relativa, porane
nunca haverá uma delimitação nítida entre ambos. Assim, um grupo constituido unicamente com
pacientes deprimidos, por exemplo, é homogêneo quanto a classe diagnostica, porém, ao mesma
tempo, ele pode ter aspectos de heterogeneidade (idade, sexo, grau, tipo da depressão, etc.).
A reciproca - um grupo heterogêneo com alguns aspectos de homogeneidade- é verda
deira. A importància desse critério - de homogeneidade ou não - na formação de um grupo
terapêutico se justifica pelo fato de que, em certos casos, um mesmo paciente pode evoluir muito
bem em um determinado tipo de grupo, enquanto pode se dar mal em um outro, de caracteristicas
distintas do anterior. A experiência clinica tem confirmado o quanto a inclusao de pacientes muito
regressivos (borderline ou deprimidos severos, por exemplo) pode estar contra-indicada para gru
pos heterogêneos e muito bem indicada para a composiço de um grupo homogêneo.
Assim, é posivel que um paciente borderline esteja exercendo um papel significativo no seu
grupo heterogêneo pelo fato de ter uma aguçada sensibilidade para captar o clima das emoções
ainda ocultas. No entanto, se os demais pacientes que compõem o seu grupo tiverem um nível de
integração egóica bem superior ao seu, pode ocorrer que este paciente borderline fique se sentindo
marginalizado, com o risco de um intenso sofrimento e piora. A causa disso reside em sua incapa-
cidade de processar as suas percepções e de transformá-las em um nível
simbólico evoluído. Nesse
caso, o mesmo paciente não evoluirá e provavelmente expressará as suas sofridas emoções através
de um estado de alheamento, ou de
actings, ou ainda por meio de
possivel que o contrário disso aconteceria se ele estivesse em um gruposomatizações,
sendo muito
Um outro aspecto que o homogèneo.
grupoterapeuta deve considerar na de seucomposição
è o grup0
que se retere à vantagem de haver
desempenho de papis, para que se propicie uma
uma certa
heterogeneidade de estilos de comunicação e de
maior integração dos indivíduos através de uma
complementaridade de suas funções.
A ilustração clinica do capítulo que segue (exemplo n° 1) é útil
sição de um para exemplificar a compo
grupo heterogêneo, formado para uma terapia de
fundamentação psicanalitica.

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