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Em seu texto luto e melancolia Sigmund Freud discorre sobre ambos conceitos
demostrando as diferenças e aproximações entre ambos e na tentativa de
esclarecer tais conceitos ele acaba fazendo uma comparação entre eles. De
modo geral luto consiste no sentimento de perda de um ente amado, ou de sua
pátria, liberdade ou um ideal. No qual é formado por etapas em que o indivíduo
passa por um processo de superação da perda. Existe um determinado período
de duração do luto, que pode variar de pessoa para pessoa.
A melancolia também tem outra característica parecida com o luto que é o fato
de ela desaparecer em um determinado período, sem deixar grandes
mudanças, isso ocorre pelo fato de o individuo recuperar a libido que estava
presa ao objeto perdido.
A mania se caracteriza pelo ânimo elevado, por uma propensão a todo tipo de
ação, em contraste com a depressão e a inibição que acontece na melancolia.
Como se na mania o indivíduo procurasse superar a melancolia, na verdade
superar a perda o objeto ou o próprio, porém neste estado o Eu ainda
permanece oculto. Ainda que a pessoa pareça alegre e disposta a ação, na
verdade as suas atitudes são tentativas desesperadas de superação. A libido
que na melancolia é contida no Eu, na mania é liberada para a busca de outros
objetos.
A melancolia, se diferencia do luto normal, pois nela a relação com o objeto
não é simples, por causa do conflito da ambivalência. nasce das vivências
ocasionadas pela ameaça da perda do objeto. a melancolia, pode ultrapassar
bastante o luto, pois este é desencadeado somente pela perda real, a morte do
objeto. Já com a melancolia existem vários conflitos em torno do objeto, o ódio
tenta retirar a libido do objeto amado e o amor tenta mante – lá.
O autor começa o texto afirmando que ao contrario do que se pensa não são
os ritos de separação que tem o lugar de maior importância nas cerimonias
funerárias, segundo ele são os ritos que agregam o morto ao mundo dos
mortos que possuem uma maior elaboração e a eles se atribui maior
importância. Os ritos funerários variam em relação ao povo, idade, sexo,
condições sociais e etc. entretanto existem algumas características comuns em
todos eles, tais características são adquiridas dada a as divergências de
concepção que o povo possui sobre o mundo e há uma mistura entre si que
acaba influenciando os ritos.
Os ritos funerários que o autor descreve em seu texto trazem muito a relação
do mundo dos mortos com o dos vivos, como se os ritos fúnebres fosse um
processo de preparação do defunto para o lado dos mortos, lado este que não
parece ser diferente dos vivos. Para cada povo e cada cultura a viagem para
esse outro mundo é diferente, o comum em todos os ritos é que existe uma
preparação do morto pra essa viagem, munindo de objetos e roupas, joias,
enfim tudo que for preciso para que tenha uma boa estadia em seu novo lar.
A partir do ponto de vista psíquico o luto pode ser considerado como um estado
emocional, no qual impera um sentimento de perda, a falta de um ente ou
objeto amado. Segundo Freud o luto é um estado normal, está ligado a perda
significativa de um objeto. Tal estado implica em um empobrecimento do
mundo por causa da falta de seu objeto perdido. Suas características seriam as
mesmas da melancolia, com exceção da falta da autoestima que não é
presente na melancolia, mas se encontrar no luto.