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O Guia Definitivo

para RM de Crânio
Avisos Legais
REDISTRIBUIÇÃO

Você concorda que não irá copiar, redistribuir ou


explorar comercialmente qualquer parte deste documento
sem a permissão expressa da autora.

AUTORIA

Joice Brandão

COLABORAÇÃO

Bruna Casprechen

@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sumário
SUMÁRIO
Sobre mim... 03
Introdução 04
Anatomia 05
Esclerose Múltipla 10
Demência 20
Paralisia de Bell 31
Planejamento 36

@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sobre mim...

Olá galera da radiologia!!! Meu nome é Joice Brandão,


sou técnica em radiologia e responsável pelo SIMPLIFICANDO
RESSONÂNCIA. Sou completamente apaixonada pela área e
tive meu primeiro contato com a ressonância há 11 anos. No
início me deparei com materiais complexos e de difícil
compreensão para aplicar no meu dia a dia. Pensando
nisso, decidi compartilhar parte do meu caderno de estudo,
onde anotei tudo que aprendi desde meus tempos de estágio
até hoje de uma maneira simples e fácil de entender.

03 4
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Introdução
A ressonância é um exame não invasio capaz de gerar
imagens detalhadas dos tecidos que ajudam a identificar
diversas patologias.

O objetivo deste e-book não é dissecar a patologia, mas


sim, ajudá-lo a identificar o protocolo adequado, as
estruturas anatômicas relevantes e quais sequências de
imagem são indispensáveis ao diagnóstico por imagem do
crânio, visto que há inúmeras formas de estudá-lo o crânio.

Via de regra, todo serviço de diagnóstico tem um


protocolo rotina, Isto é, sequências que são capazes de
fornecer informações adequadas para o diagnóstico das
patologias mais comuns. Entretanto há algumas indicações
clínicas que exigem o estudo da patologia com sequências
extras ou especiais. É o caso da esclerose múltipla, demência
e paralisia de Bell por exemplo.

Calma, sabemos que é muita informação, por isso vou


simplificar para você. Presta atenção... Primeiro você precisa
saber de que se trata a indicação, quais os sintomas e quais
sequências são capazes de identificar essa patologia. Não se
esqueça também de que você precisa identificar quais
estruturas a doença em questão afeta, e ter certeza que as
incluiu em seu exame de ressonância magnética.

5 04
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
01
Anatomia

6
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Estruturas Anatômicas Relevantes

Corpo
Caloso

Joelho do Esplênio do
Corpo Caloso Corpo Caloso

Hipófise Mesencéfalo

Ponte Cerebelo

Medula
SAGITAL T1
Oblonga

SAGITAL T1

Hipocampo

Lobo
Temporal

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Estruturas Anatômicas Relevantes

Sulco do Cíngulo
Tálamo

Giro do Cíngulo

Ventrículo

Sulco
Parieto-occipital
Quiasma Óptico

IV Ventrículo

SAGITAL T1

Ventrículo
Lateral

SAGITAL T1

Nervo Óptico

Órbita

Seio Maxilar

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Estruturas Anatômicas Relevantes

Joelho do Córtex
Corpo Caloso (Contorno Cinzento)

Cabeça do
Núcleo Caudado
Fórnix
Putamen (Septo Pelúcido)

Tálamo Cápsula Externa

Ventrículo Lateral Substância Branca


(Atrium)

AXIAL T1

VII Nervo Craniano


(Facial)
AXIAL DRIVE

Nervo Trigêmeo VIII Nervo Craniano


(Vestibular)

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Estruturas Anatômicas Relevantes

Corpo
Caloso

CORONAL T2
Ventrículo
Lateral
Tálamo

III Ventrículo

Ponte

Hipocampo

Cabeça do
Núcleo Caudado

Putamen

Hipófise

Ouvido
Interno

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
02
Esclerose
Múltipla

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Conceito

É uma doença autoimune neurológica que acomete o


sistema nervoso, provocando alterações sensitivas, motoras,
cerebelares, visuais, cognitivas e até esfincterianas
dependendo do sítio afetado. Mais de uma região pode ser
afetada por vez. A doença incide predominantemente em
pessoas com idade entre 15 e 45 anos.

Patologicamente, caracteriza-se pelo desenvolvimento


de lesões desmielinizantes inflamatórias da substância
branca, que ocorrem quando o próprio sistema imunológico
passa a atacar a bainha de mielina, que é incumbida de
proteger as estruturas responsáveis pela transmissão dos
impulsos nervosos.

Sintomas

Fique atento se o paciente relata mais de um episódio


dos sintomas. A esclerose múltipla clássica acontece em um
modelo surto-remissão, Isto é, pode haver melhora
espontânea e reaparecimento dos sintomas um tempo depois.
É importante conhecer os sintomas para que a anamnese
seja bem feita e o protocolo adequado seja escolhido.

As lesões inflamatórias interrompem o fluxo das sinapses


nervosas. Normalmente o paciente apresenta sintomas
diferentes, dependendo da área afetada. Os surtos ou
recorrência acontecem quando um sintoma reaparece ou
piora, podem durar dias ou semanas.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
A doença também pode se apresentar de forma
progressiva e agressiva em alguns casos. Fique atento aos
seguintes sinais durante a anamnese e pergunte ao seu
paciente, se ele tem sofrido fadiga, episódios de dormência e
formigamento das extremidades. Certifique-se se ele queixa
dor ou queimação facial de apenas um ou ambos os lados,
isso pode indicar lesão do nervo trigêmeo. Perda de força,
dificuldade para andar, espasmos ou rigidez muscular são
os sintomas motores mais comuns.

Podem aparecer sintomas visuais como visão dupla,


borrada ou até manchas escuras no centro da visão se
houver comprometimento do nervo óptico.

Recapitulando os principais sintomas: fadiga, diplopia,


alterações da marcha, paresia, vertigem, neuralgia do
trigêmeo, perda de sensibilidade dos membros,
incontinência urinária, depressão e até alterações da fala.
Memória e raciocínio também podem ser afetados
dependendo da progressão da doença.

Sequências Fundamentais

O objetivo, mais uma vez, não é dar uma aula de


sequência de imagens. Esse é assunto para outra
oportunidade.

Já comentamos que as placas de desmielinização podem


comprometer qualquer área do sistema nervoso, mas há uma
preferência pelo corpo caloso e adjacências.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
FLAIR

Além das sequências de rotina, você precisa incluir pelo


menos um SAGITAL FLAIR fino. Esse plano permite uma
melhor visualização das lesões em formas de labaredas da
coroa radiada ou dedos de Dawson.

SAGITAL FLAIR

(IMAGEM)

O FLAIR é uma sequência fundamental, já que é capaz


de inverter, apagar, o sinal do líquor e ainda manter uma
ponderação pesada em T2.

Ao inverter o sinal do líquor as lesões desmielinizadas


ficam em evidência, ou seja, elas brilham já que estão
hidratadas devido à gliose e a ausência de mielina. Apesar
do seu alto valor prático, lesões justacorticais podem passar
despercebidas nessa sequência, já que o sinal dessas lesões
podem se confundir com o córtex. Estas são melhor
observadas nas sequências com ponderação T2.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
SAGITAL FLAIR

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
T2

O tecido lesionado tem alto sinal em T2 e se destaca em


relação ao contraste da substância branca de sinal mais
baixo. Entretanto falha ao demonstrar lesões
periventriculares (que são melhor identificadas no FLAIR) e
da medula espinhal já que o alto sinal do líquor pode se
mesclar ao sinal da lesão. Por isso sequências ponderadas
por densidade de prótons são preferidas no estudo das
colunas, justamente porque o líquor tem menor intensidade
de sinal nessa ponderação do que em T2.

Córtex Substância
Branca

Lesão
Desmielinizante
Líquor
Hiperintenso

AXIAL T2

SAGITAL T2

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
T1

Algumas lesões vistas em T2 com alto sinal podem ser


observadas também em T1, porém com hipossinal. Aqui as
lesões aparecem apagadas, são descritas como “buracos
negros” e possuem aspecto ovalado com sinal semelhante ao
do córtex. Algumas dessas lesões podem desaparecer com o
tempo quando estão associadas à edema ou
desmielinização. Entretanto, quando há perda axional, as
lesões são permanentes e não desaparecem com o passar do
tempo. Lesões hiperintensas em T1 indicam atrofia cerebral e
progressão da doença. Placas ativas são identificadas com o
uso do contraste nas sequências ponderadas em T1. O realce
pode ser difuso, mas frequentemente é incompleto na região
periférica da lesão. O realce por gadolíneo indica que houve
quebra da barreira hematoencefálica, mostrando que há
atividade da doença. Se não houver impregnação do meio
de contraste, significa que, ou já houve recuperação da
barreira ou a lesão é antiga. O realce acontece porque há
uma reação inflamatória causada pela destruição da
mielina.

Massa
Substância
Cinzenta
Branca

Lesão de
A Lesão de
Líquor Esclerose
Hipointenso
esclerose tem
edema
associado, que é
água, por isso
apaga.
AXIAL T1 SEM CONTRASTE
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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Lesão subcortical identificada
após o uso de contraste

Realce periférico
incompleto do contraste

AXIAL T1 PÓS CONTRASTE

SAGITAL T1 PÓS CONTRASTE

Realce periférico
do contraste

Realce difuso
do contraste

SAGITAL T1 PÓS CONTRASTE

AXIAL T1 PÓS CONTRASTE

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
MTC (Contraste por Magnetização Transversa)

Contraste ou imagem por magnetização transversa é


uma técnica de imagem ponderada em T1 pós contraste que
permite diferenciar desmielinização de inflamação,
tornando possível identificar algumas lesões que não
aparecem em outras sequências de imagem convencionais
do protocolo.

Difusão

As áreas desmielinizadas brilham na difusão, o que


indicam água presa no tecido, nas áreas de gliose. Quando
há hipersinal, entendemos que há restrição molecular à
difusão. Só pra que entenda melhor, observe que o líquor nos
ventrículos é hipointenso, ou seja, ele apaga, justamente
porque a água é livre.

AXIAL DIFUSÃO

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
DIR (Recuperação de Dupla Inversão)

É uma sequência de imagens relativamente nova capaz


de suprimir tanto o sinal do líquor quanto da substância
branca, oferecendo melhor delimitação das placas.

AXIAL DIR

AXIAL DIR

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
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Demência

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Conceito

Imagino que você deve estar pensando: “Nossa, é muita


informação!” E é mesmo. Mas vou tornar o processo mais
simples pra você. Lembre-se de que o objetivo aqui é saber
como executar um excelente exame que atenda tanto o
médico radiologista quanto o paciente. Por isso vou te
ensinar a importância da ressonância para o estudo das
demências e o que muda em relação ao protocolo rotina.

Demência pode ser definida como uma síndrome


caracterizada pela perda progressiva de memória,
associada a déficit de funções cognitivas e comportamentais.
Podem ser classificadas como degenerativas (não
reversíveis) e não degenerativas (reversíveis). O exame de
ressonância tem papel crítico para análise e pode apontar
perda do tecido cerebral, que são característicos da
demência, mas não é usado como método único para
diagnóstico, sendo indicado correlacionar com exames
anatomopatológicos para diagnóstico definitivo.

De todas as formas de demência, quatro são as mais


comuns: Demência de Alzheimer (DA), demência vascular
(DV), demência do lobo frontotemporal (DFT) e demência
com corpos de Lewy (DCL).

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sintomas

É importante frisar que sua história clínica faz toda a


diferença para o radiologista, uma vez que o ajuda a
direcionar sua atenção. Por isso é importante que você
entenda quais são os principais sintomas que um paciente
com quadro demencial apresenta.

O primeiro sintoma que costuma aparecer é o


esquecimento de fatos recentes. Você perceberá com
frequência que o paciente com suspeita de demência, relata
episódios de desorientação espacial, ou seja, não consegue
identificar onde está. Aspectos cognitivos ligados ao
hipocampo normalmente são prejudicados em função da sua
atrofia. Os sintomas aparecem de forma quase imperceptível
e pioram lenta e progressivamente.

Não se esqueça de verificar se há distúrbios de


linguagem e de alucinações. Estes sintomas aparecem com o
progresso da doença. Confira também se o paciente é
diabético ou hipertenso, essa informação ajuda o médico a
diferenciar lesões hiperintensas que aparecem mais
evidentes no FLAIR.

Sintomas relacionados ao AVC, também são importantes


constar na história visto que pode desencadear uma
demência vascular. Portanto, não deixe de perguntar se
houve episódios de dormência a esquerda ou a direita do
corpo, dificuldades da fala, alterações da marcha ou se há
história prévia de AVC.
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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
É importante ressaltar que depressão, apatia, isolamento
social também fazem parte dos sintomas e estão associados à
demência do lobo frontotemporal.

Recapitulando os principais sintomas: Esquecimento e


raciocínio prejudicado, incapacidade gradual de realizar
tarefas simples e cotidianas, confusão mental, dificuldades
na fala e alterações comportamentais ou de personalidade.
À medida que a doença evolui, pode haver perda das
funções motoras, esfincterianas e dificuldade para deglutir.

Sequências Fundamentais

A demência de Alzheimer caracteriza-se principalmente


pela atrofia do lobo temporal medial, onde se encontra o
hipocampo, e do córtex cerebral. Seu diagnóstico por
imagem dispensa contraste e baseia-se principalmente na
avaliação da largura da fissura coroide e altura do
hipocampo em um CORONAL T1 oblíquo, perpendicular ao
eixo longo do hipocampo. A avaliação do sulco do
hipocampo é fundamental para o diagnóstico.

SAGITAL T1

CORONAL OBLÍQUO AO
HIPOCAMPO

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Vamos entender o que é essa atrofia na imagem de
ressonância.

SAGITAL T1 NORMAL SAGITAL T1

Ventrículo Lateral
Hipocampo Normal
Dilatado

Atrofia do Hipocampo

CORONAL T1

Hipocampo Normal
Hipocampo Atrofiado

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Ressalta-se que a doença de Alzheimer precoce
apresenta relevante atrofia cortical posterior, por isso
estuda-se também na imagem os sulcos cingulado posterior e
parieto occipital para avaliar tamanho e grau de atrofia
do precuneus e superfície cortical do lobo parietal.

Sulco Central Lóbulo Central

Sulco Marginal

Precuneus

Sulco
Parieto
Occipital
Sulco Cingulado
Case courtesy of A.Prof Frank Gaillard, Radiopaedia.org, rID: 47208

Sulco Cingulado

Precuneus

Sulco
Parieto
Occipital

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Não raro, a doença de Alzheimer está associada à
Demência Vascular (DV) que é causada, sobretudo por
múltiplos infartos tanto corticais quanto lacunares. Esses
pequenos infartos acontecem de forma gradual e muitos
pacientes nem o percebem até que a soma de todos eles
comecem a produzir sintomas. O paciente sofre uma lenta
deteriorização. Diabetes, hipertensão e fumo são
importantes fatores de risco. Nessa doença, é possível
observar focos de hiper sinal em T2 no tálamo, gânglios da
base e substância branca.

(B) Doença
isquêmica de
pequenos vasos
(também
conhecida como
acidente vascular
cerebral
isquêmico
subcortical)

Cérebro Neurorehabil. 2015 Mar; 8 (1): 1-10. Cérebro Neurorehabil. 2015 Mar; 8 (1): 1-10.

Cérebro Neurorehabil. 2015 Mar; 8 (1): 1-10. Cérebro Neurorehabil. 2015 Mar; 8 (1): 1-10.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Demência frontotemporal afeta principalmente o
comportamento social do paciente e sua compreensão das
palavras, bem como o reconhecimento visual. Aqui o
principal papel da ressonância é identificar atrofia focal em
lobos temporais. A sequência de eleição aqui é o T1, dada
sua capacidade de melhor descrever a anatomia. Por isso é
capaz de analisar melhor perda focal do volume da
substância branca.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
A quarta forma mais conhecida de demência é a
Demência com Corpos de Lewy (DCL). Os sintomas mais
comuns são alucinações, parkinsonismo, movimentos
oculares rápidos e quedas sem explicações. Portanto, lembre-
se de incluir essas perguntas em seu questionário. Sua
história clínica também deve mencionar se há distúrbios de
sono.

Mais uma vez a sequência com ponderação T1 ganha


relevância em RM. Aqui o paciente apresenta menor atrofia
focal, típica do hipocampo e lobos temporais mediais do que
é possível observar no CORONAL T1 do paciente com
Alzheimer. O AXIAL T1 aqui é particularmente importante
para avaliar atrofia cortical e subcortical, corpo estriado,
substância inominada, hipotálamo e mesencéfalo dorsal.

É importante que você entenda que os sinais da


Demência com Copors de Lewy são muito sutis na imagem
por ressonância, entretanto a clínica do paciente existe e
deve ser levada e consideração.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Agora vamos ao protocolo...

Sequências ponderadas em T1 oferece melhor descrição


anatômica e torna possível avaliar perda de volume
regional. Se possível fazer sequência 3D para reconstrução
de todos os planos.

Sequências com ponderação T2 são mais eficientes no estudo


dos gânglios da base (núcleo caudado putamen e etc.) e
estruturas da fossa posterior, já que o FLAIR neste caso deixa
a desejar.

FLAIR

Pode se adquirido em 3D a fim de ser reconstruído em


outros planos ou AXIAL para estudo de isquemia de pequenos
vasos da substância branca.

DIFUSÃO/ADC

Ajuda na identificação de desmielinização do infarto.

SWI

É uma sequência de ponderação gradiente


especialmente útil para diagnóstico de micro-hemorragia,
depósito de ferro e perda de sina da substância negra que
está associado ao Parkinson.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
ESPECTROSCOPIA

A espectroscopia do giro do cíngulo também tem alto


valor diagnóstico. A espectroscopia não gera imagens como
as outras sequências. Gera um gráfico capaz de quantificar
certas substâncias químicas da composição do encéfalo.
Porém, dada a complexidade do assunto, vamos precisar de
um capítulo só para falar de espectro. Portanto será assunto
para outra oportunidade.

Bom, agora que você entende o valor diagnóstico de


cada sequência fica mais fácil fazer o seu exame . No
final deste e-book, você vai encontrar o planejamento de
imagens com uma descrição clara e simples de como
angular cada corte para que seu exame seja diferenciado.

Eu o fiz assim para que você possa acessar de forma


rápida sempre que precisar e tirar sua duvidas. Mas antes,
vamos estudar como a paralisa de Bell pode afetar seu
protocolo de exame.

31 30
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
04
Paralisia
De Bell

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Conceito

Agora que você já sabe como planejar um exame para


esclerose e demência, vamos entender como planejar um
exame que avalie os nervos cranianos. Vamos pegar como
exemplo a paralisia de Bell que é caracterizada pela perda
temporária ou permanente da mímica facial. É causada por
uma inflamação do VII nervo craniano que passa dentro do
conduto auditivo interno que está situado logo abaixo do
nervo trigêmeo. Essa inflamação pode causar sintomas que a
princípio simulam um AVC, por isso a Ressonância
Magnética é fundamental, já que na imagem, o AVC e a
inflamação do nervo se apresentam de forma
completamente diferente.

VII Nervo Craniano


(Facial)

VIII Nervo Craniano


(Vestibular)

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sintomas

Eu sei que parece difícil e complicado, mas vou facilitar


para que você. Como vimos, o pedido e a história clínica
definem o protocolo e o planejamento do exame, portanto, é
fundamental você compreender quais são os sintomas mais
importantes dessa patologia para então identificar o
protocolo adequado.

Os sintomas envolvem paralisia parcial ou total da


musculatura facial. Para sua história clínica, você precisa
entender que há sintomas leves, moderados e graves. Os
sintomas mais leves envolvem uma paralisia discreta e pouco
perceptível. À medida que evolui é possível notar certa
dificuldade de movimentar músculos que envolvem olhos e
boca, como fechamento incompleto da pálpebra e movimento
imperfeito dos lábios. Observe enquanto conversa com seu
paciente, se há assimetria facial evidente tanto em repouso
quanto em movimento ou ausência de rugas. Em casos
gravíssimos há paralisia total da musculatura facial.

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sequências Fundamentais e Planejamento

Além do protocolo tradicional de rotina, você precisa

de uma imagem que ofereça detalhe e alta resolução capaz


de demonstrar os nervos cranianos que são estruturas finas e
minúsculas. Neste caso, o AXIAL T2 fino é a sequência que
melhor atende a necessidade. Se você trabalha em um
equipamento PHILIPS, você pode escolher entre as sequências
T2* BALANCE ou DRIVE. Equipamentos GE oferecem o AXIAL
FIESTA para esta finalidade. No SIEMENS você vai encontrar
a mesma sequência de imagem nomeada com True FISP.

Presta atenção! A imagem precisa ser adquirida no


plano AXIAL. Neste caso você vai usar um CORONAL que
evidencie os ouvidos e alinhar os cortes paralelos ao conduto
auditivo interno, exatamente como na imagem abaixo:

AXIAL 3D DRIVE

35 34
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Sequências Fundamentais e Planejamento

O diagnóstico final da patologia em questão é dado nas


sequências pós contraste onde é possível notar um realce
focado no aspecto lateral do conduto auditivo interno.

AXIAL T1 COM CONTRASTE

AXIAL T1 SEM CONTRASTE

CORONAL T1 COM CONTRASTE

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
05
Planejamento
de Crânio

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Planejando o AXIAL

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Planejando o CORONAL

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Planejando o SAGITAL

39 40
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Planejando o Hipocampo

No AXIAL não
esqueça de conferir o
alinhamento dos
ouvidos para
garantir simetria das
demais estruturas
encefálicas

41 40
@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
Planejando Nervos Cranianos e Ouvidos

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@simplificandoressonancia /simplificandoressonancia
REFERÊNCIAS

As informações aqui contidas tiveram como ponto de


partida o meu próprio caderno de anotações. Entretanto foi
necessário o estudo profundo de diversos artigos e livros para
que as informações fossem passadas com a maior clareza
possível. Portanto, para facilitar o entendimento não fiz
nenhuma referência direta no texto, mas estou
disponibilizando aqui abaixo todos os links e livros
pesquisados.

Westbrook, Catherine
Ressonância magnética: aplicações práticas / Ctherine Westbrook, Caroline Kaut Roth, John Talbot; [tradução
de Mariângela Vidal Sampaio Fernandes]. – [Reimpr.] – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2016.

Ressonância Magnética – O Livro-Texto do European Magnetic Resonance Forum, Quinta Edição Copyright©
2004 by Livraria Santos Editora Comércio e Importação Ltda.

Barker, Peter B.; Gillard, Jonathan H.; Waldman, Adam D.


Ressonância Magnética Em Neurorradiologia Clínica –Técnicas Fisiológicas e Funcionais -2ª Ed. 2014. Editora
Revinter

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2647854/
https://pmj.bmj.com/content/92/1088/333
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2647854/
http://www.radiologyassistant.nl/en/p43dbf6d16f98d/dementia-role-of-mri.html
http://www.ajnr.org/content/33/10/1836
https://pmj.bmj.com/content/92/1088/333
https://radiopaedia.org/articles/neurodegenerative-mri-brain-an-approach?lang=us
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2647854/
http://radiologyassistant.nl/en/p43dbf6d16f98d/dementia-role-of-mri.html
http://www.radiologyassistant.nl/en/p4f49ef79818c2/shoulder-mr-anatomy.html
http://radiology-anatomy.blogspot.com/
http://w-radiology.com/lentiform-nucleus.php
https://www.youtube.com/watch?v=RC_6Qik5KOg&index=2&list=PLJKvxVM15Mhd6nIBoQThu1Xn0-
osN_B4U
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2647854/
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/15276
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1191/paralisia_facial_periferica.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2001000500016
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/demencia
https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/demencias-entrevista/
https://sbnr.org.br/o-uso-da-neuroimagem-no-diagnosticos-da-demencias/
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1341/demencias.htm
https://pebmed.com.br/imagem-nas-demencias-onde-estamos-e-para-onde-iremos/
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