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COMUNICAÇÃO
E A QUESTÃO
IDEOLÓGICA
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com quem se interage no cotidiano, no meio físico, perderam a importância primeira no processo
de instituição de valores e comportamentos.
Percebe-se certa ambiguidade no processo tecnológico de comunicação midiática: da mesma
forma que permite ao participante desse meio de comunicação acesso a informações novas, dife-
rentes, tais informações estão marcadas pela modelação que também corresponde à manipulação
e ao controle.
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A questão central relativa à mídia é seu poder de criação de consensos sociais. Tais consensos
podem ser o resultante do debate, das articulações abertas e democráticas que postulam, num
determinado momento, uma forma mais adequada de atuação humana, de comportamento, ou,
seguindo outro caminho podem ser o produto de grupos sociais com interesses específicos que
constituem ideologias, cujo princípio fundamental se encontra na manipulação de uma sociedade
massificada e “midiatizada”.
A sociedade da informação não é uma sociedade que, por ter notícias mais abrangentes acerca
do mundo, possui uma visão “científica” ou “neutra” desse mundo. Esta visão “neutra” é ilusão, pois
o que está em jogo é a transformação de uma visão de mundo como se fosse a única “verdadeira”,
legítima. É exatamente nesse ponto que está a ideologia.
Para alguns estudiosos, a mídia verticalizou o acesso da população a um determinado tipo
de cultura (massificação), mas não houve preocupação em aprimorar o senso crítico da população
atingida, sendo possível, por meio desta constatação, compreender como os meios de comunicação
(mídia) se tornam facilmente meios de dominação, de imposição e de hegemonia de um grupo social
sobre outros. No campo da cultura, a mídia assumiu um papel central, preponderante, limitando
o poder de comunicação e a troca da cultura face a face. Até mesmo esta passou a se pautar pelos
elementos culturais construídos de forma midiática.
Independente do sentido dada às informações – por meio de arranjos argumentativos dispostos
na forma de interpretação acerca disso ou daquilo – pode-se afirmar que a sociedade da informa-
ção dei respeito a um estágio tecnológico que permite o acesso rápido, instantâneo, a dados e a
referências de ordem cultural, tornando possível a troca e ampliado as interações sociais.
Os avanços nas tecnologias de comunicação correção corresponderam ao desenvolvimento
do capitalismo e a uma lógica inerente de acumulação de capitais. Por isso, é preciso investigar a
relação entre a mídia e o consumo em massa, atendendo à exigência de mercantilização dos objetos
industriais por meio da padronização de comportamentos, de valores e de crenças.
Os meios de comunicação de massa tornaram-se os mediadores das relações sociais, ocu-
pando um papel de destaque ao estabelecer imagens sedutoras, ao inculcar desejos de consumo,
ao constituir padrões de beleza, tornando-se a base da propaganda necessária à reprodução do
capital. O mercado se constitui de uma relação comunicativa.
Esta atuação midiática tem uma ligação inequívoca com os processos de assimilação cultural,
de massificação de determinados valores, instituindo-se, dessa maneira, uma verdadeira cultura
da mídia.