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AO JUÍZO CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂ NI

EDSON MARTINS DOS SANTOS, brasileiro, servidor


público municipal, estado civil, portador da cédula de identidade, expedida,
inscrito no CPF, endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua, Bairro,
município de Goiânia, Estado de Goiás, vem, respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado e bastante procurador
(procuração anexa vide documento 01), com endereço profissional à Rua,
número, Bairro, Cidade Goiânia, Estado de Goiás, onde recebe notificações e
intimações, com fulcro no artigo 5º, XXXIV, alíneas a e b da Constituição da
Republica Federativa do Brasil/1988 c/c os incisos XLI;LV e LXIX do artigo 5º
do referido Diploma Legal ingressar com a presente ação constitucional de

MANDADO DE SEGURANÇA C/ PEDIDO DE LIMINAR

em desfavor de ato do Excelentíssimo Senhor, Prefeito Municipal do município


de São Paulo/SP, que poderá ser encontrado na sede da Prefeitura à Rua Líbero
Badaró, 293, 19º andar, Centro, São Paulo – SP – CEP: 01009-907, neste
município.

I-DO CABIMENTO

Sendo os atos administrativos, em regra, os que mais ensejam


lesões a direitos individuais e coletivos, estando sujeitos à impetração de
Mandado de Segurança. No Mandado de Segurança o objeto será sempre a
correção de atos omissivo de autoridade, ilegal ou ofensivo a direito individual
ou coletivo, líquido e certo, do impetrante.

A Constituição da Republica Federativa do Brasil em seu artigo


5º, inciso LXIX, da CRFB/1988, determina:

“Conceder-se-á Mandado de Segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público”.

O princípio do contraditório e da ampla defesa trata de


princípio esculpido de forma expressa na Constituição Federal, podendo ser
encontrado no artigo 5º, inciso LV, in verbis: (omissis...) aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;No
mesmo artigo da Carta Magna em seu inciso XXXV prescreve:

“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão


ou ameaça a direito”;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

(omissis...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites


definidos em lei específica; Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

(Omissis...)

[…] como o direito administrativo disciplina a gestão dos


interesses coletivos expressos em normas constitucionais e infraconstitucionais,
a regularidade da atividade administrativa estatal está condicionada ao estrito
cumprimento dos preceitos legais vigentes. Isso implica dizer que o
administrador público deve pautar-se pelo princípio da legalidade estrita (ou da
restritividade) e por consequência, só poderá fazer o que a lei expressamente
permitir. Em suma, o gestor público além de estar proibido de agir contra legem
ou extra legem, só poderá atuar de acordo com ela secundum legem ou praeter
legem (BARRETO, 2006, p.76).

O princípio da ampla defesa assegura às partes, que debatem


procedimentalmente em contraditório, a otimização do desenvolvimento de
teses argumentativas, de produção e análise de provas, bem como da
interposição de recursos, nos limites do tempo legal. Todavia, para que seja
observada a ampla defesa de direitos, faz-se necessária a participação do
advogado. Esse profissional, levando-se em consideração seus conhecimentos
jurídicos (TOLENTINO, 2007, p. 107).

A Lei 12016/2009 estabelece:

Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger


direito líquido e certo, não amparado por habeascorpus ou habeas data, sempre
que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja
de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os


representantes ou órgãos de partidos políticos eos
administradores de entidades autárquicas, bem como os
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que
disser respeito a essas atribuições.

(Omissis...)

§ 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias


pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de
segurança.

Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos


estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os
documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará,
além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha
vinculada ou da qual exerce atribuições.

§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado


se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará,
preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em
cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez)
dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da
petição.

§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a


própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.

§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha


praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

(Omissis...)
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado
dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado
o mérito.

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I- que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial,


enviando-lhe a segunda via apresentada com ascópias dos documentos, a fim de
que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as info dos preceitos legais vigentes.

Isso implica dizer que o administrador público deve pautar-se


pelo princípio da legalidade estrita (ou da restritividade) e por consequência, só
poderá fazer o que a lei expressamente permitir. Em suma, o gestor público
além de estar proibido de agir contra legem ou extra legem, só poderá atuar de
acordo com ela secundum legem ou praeter legem (BARRETO, 2006, p.76).

O princípio da ampla defesa assegura às partes, que debatem


procedimentalmente em contraditório, a otimos houver risco de dano grave, de
difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de
provimento do recurso”.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à


propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
processo.

§ 1º Concedida à tutela antecipada a que se refere o caput deste


artigo:

I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a


complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a
confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo
maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação


ou de mediação na forma do art. 334;

(Omissis...)
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de
tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial
em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem
resolução de mérito.

II - DOS FATOS

O impetrante é servidor público municipal aprovado em


processo seletivo simplificado no ano de 2013.

Entre os meses de janeiro e julho de 2016, ocorreram diversos


movimentos grevistas pelo Sindicato dos Servidores Públicos do município de
Goiânia/GO, sendo que a administração pública municipal decidiu não negociar
com os grevistas, descumprindo acordo previamente estabelecido e nesse
sentido, efetuou o corte dos pontos, relativos aos controles de jornada diária,
acarretando em faltas, abertura de procedimentos administrativos e corte
salariais dos servidores públicos partícipes do movimento grevista, sem prévio
aviso, resultando em Ação Judicial de Mandado de Injunção Coletivo impetrado
no STF e que se encontra em fase de vistas a Procuradoria Geral da República.

Portanto tal ato praticado pelo senhor prefeito é passível de


nulidade, pois, o “múnus público” não fora cumprido pelo exercício de direito
garantido constitucionalmente dentre os direitos e garantias individuais no
artigo 5º, sendo tratado como Cláusula Pétrea, isto é, está protegido pelas
disposições previstas no artigo 60, parágrafo 4º da CRFB/1988.

O presente mandado faz-se necessário, pois, o ato praticado


pelo coator, além de ferir o direito constitucional prescrito no artigo 37 da Carta
Magna, originou-se de ato ilegal, e espúrio.
Aduz-se dos documentos relativos a composição e da nomeação
da comissão processante do processo administrativo, ato lesivo ao impetrante
do presente mandado, pois, ao apreciar os documentos percebe-se, que o
relatório apresentado apresenta data anterior ao decreto de nomeação da
referida comissão, o decreto fora assina do no dia 07 de outubro e publicado no
dia 10 de outubro, enquanto o relatório lesivo ao impetrante é datado à 05 de
outubro, caracterizando de forma inequívoca o dolo por parte do coator.

III-LIMINAR

Diante do exposto, requer o impetrante a Vossa Excelência o


deferimento à segurança “LIMINARMENTE INALDITA ALTERA PARS”, ante a
ofensa a direito líquido e certo, e ao perigo da mora.

O “fumus boni iuris” encontra-se amplamente demonstrado


pelo impetrante nos autos, comprovando a existência do direito incontestável,
líquido e certo, requerido.

O “periculum in mora” é fato indiscutível, pelo fato de tratar-se


de questão que versa acerca da sobrevivência familiar, que se encontra
ameaçada, pela medida arbitrária adotada pelo coator, agravada ainda será pela
demora na prestação jurisdicional.

IV-DO PEDIDO

Requer-se:

a) A nulidade total do ato administrativo praticado em desfavor do impetrante;

b) O deferimento LIMINAR INALDITA ALTERA PARS, a imediata reintegração


dos vencimentos a que faz jus o impetrante, assim como o pagamento das
verbas remuneratórias desde a data da impetração deste mandado e o
deferimento definitivo da presente segurança confirmando a liminar deferida;

c) Que seja notificada a autoridade coatora para que preste informações;


d) Que seja concedido o benefício da gratuidade da justiça, abrangendo também
a autenticação dos documentos;

e) Após conceda-se vistas ao Douto Ministério Público, para manifestação.

Dá-se a causa o valor de alçada.

Nestes termos,

Pede Deferimento.

Goiânia, 15 de outubro de 2016.

(ASSINATURA DO ADVOGADO)

(NÚMERO DE INSCRIÇÃO NA OAB)

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