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ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO

REMOTO, UMA EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA PÚBLICA

Marinalva de Barros Neves Araújo1

Resumo

O presente artigo caracteriza -se por ser um recorte de uma pesquisa de mestrado em
andamento. Este texto tem como objetivo apresentar estratégias dinâmicas de como foi usado
a ferramenta tecnológica de forma proveitosa durante as aulas de professores de uma escola
pública. Essa unidade atende alunos matriculados desde a Educação Infantil, Fundamental
(anos iniciais e uma turma dos anos finais) e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nesse
sentido, nosso objetivo foi identificar diferentes modelos e estratégias para sua
operacionalização, compondo alternativas para o processo de ensino-aprendizagem, com
diversos benefícios no desafio com as aulas remotas. No mundo complexo de hoje, a escola
precisa ser pluralista, mostrando visões, formas de aprender diferentemente do ensino
tradicional. O processo educacional ainda permanece arraigada com características do ensino
bancário: estrutura, organização e práticas, pois não é tão fácil incorporar inovações sejam
elas tecnológicas ou até mesmo simples atividade de rotina como acolhida dos estudantes.
Com tantas mudanças sociais que estamos passando o uso da tecnologia ficou indispensável,
levando o professor a se reinventar sobre questões que perpassam o currículo e com uso de
instrumentos que norteiam a construção do conhecimento. Nesse sentido elaboramos
procedimentos partir das metodologias ativas com rotinas diferenciadas, textos significativos,
para transformar os estudantes de meramente passivos e ouvintes para ativos. O Coordenador
pedagógico ficou participando diretamente dos grupos de WhatsApp das 22 turmas
observando a prática dos seus respectivos professores de uma unidade educacional pública da
cidade de Cuiabá-MT. Nesse sentido esta pesquisa teve uma abordagem qualitativa do tipo
exploratória, o delineamento a ser adotado será de estudo de caso, para o trabalho de campo,
utilizaremos as técnicas de observação participante, análise documental, entrevistas
individuais e grupo focal.

Palavras-chave: Metodologias de Aprendizagem, Ensino remoto, Conteúdo


significativo.

1
Mestranda do Curso de Ensino, Currículo e Saberes Docentes da Universidade de Cuiabá – MT,
marinalva.nba@gmail.com
INTRODUÇÃO

Diante do processo de transformação que ocorreu no ensino aprendizagem nestes


últimos tempos acerca da Pandemia – Covid-19 onde recomendação era reforçar cada vez
mais as medidas básicas de higiene, em Cuiabá, a Secretaria Municipal de Educação, em
consonância com a Prefeitura Municipal, em atenção ao combate mundial da pandemia
tomaram medidas de distanciamento físico, adotando a modalidade de Ensino a Distância
(EaD), a partir de Decretos. Em cumprimento aos esses Decretos, adota-se o modelo EaD de
ensino (Aulas Remotas), Com isso as aulas passaram a ser de forma remotas, sendo obrigados
a reinventarmos nossa maneira de ensinar, ou seja, nossa metodologia.
As metodologias de ensino-aprendizagem compartilhavam uma preocupação, porém,
não se podiam afirmar caminhos do ponto de vista dos pressupostos teóricos, destaca-se como
um dos desafios à educação o repensar sobre novas propostas educativas que superem a
instrução ditada pelo livro didático, de acordo com a visão “bancária” da educação, o “saber”
é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. (FREIRE,1987, p.58).
Utilizamos como aporte teóricos PAULO FREIRE (1987); CELSO ANTUNES (2001)
GLASSER (2010) HERNÁDEZ E VENTURA (1998); REGO (1995) com esse arcabouço
teórico aprendemos que “A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus
alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o
crescimento dos estudantes” (GLASSER; 2010). Diante disso, apostaram-se também nas
metodologias ativas fazendo relação com a pirâmide de aprendizagem descrita do seguinte
modelo: Aprendemos e assimilamos apenas 10% quando lemos o conteúdo proposto; já
quando ouvimos, o aprendizado é de 20% do que nos é ensinado; quando observamos,
conseguimos assimilar cerca de 30% daquela matéria; quando observamos e ouvimos ao
mesmo tempo atingimos 50% ; quando ocorre uma discussão o debate e a interação com os
colegas aumentam para 70%; e quando colocamos a mão na massa atingimos 80% ; o
aprendizado atinge o topo de 95% quando ensinamos uns aos outros. A partir daí nosso
objetivo foi identificar diferentes modelos e estratégias para sua operacionalização, compondo
alternativas para o processo de ensino-aprendizagem, com diversos benefícios nos desafios
com as aulas remotas.
O estudo observou a participação do coordenador pedagógico em todos os grupos de
whats, os planejamentos eram elaborados de 15 em 15 dias, havia formulário de
acompanhamento dos estudantes e portfólio no final de cada bimestre. Dessa forma, foi
desenvolvida várias estratégias utilizando, o uso das metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, principalmente na questão da colaboração entre alunos, professores e até
mesmos os pais.

Os professores ao início de cada aula faziam o acolhimento e a chamada dos alunos,


(quando não era cumprido o horário da aula, os estudantes já se pronunciavam no grupo) os
textos eram postados no grupo do whats, era solicitado a leitura dos participantes. Quando
havia debate era planejado aula pela ferramenta google Meet. O compromisso de o professor
mostrar sentimento de pertencimento à turma e o rigor da presença dos seus alunos nas aulas,
planilhas de acompanhamento, portfólios e os alunos passaram a ser produtores de
conhecimentos A comunicação nesse processo de ensino se tornou, a fim de transformar as
características do ensino tradicional: fragmentação do conhecimento em disciplinas, divisão
do tempo escolar em horas/aula, classificação dos estudantes por nível de
conhecimento/aprendizagem, bem como a visão de alguns professores acerca do que seja
ensinar e aprender.

Nesse sentido esta pesquisa teve uma abordagem qualitativa do tipo exploratória-
descritiva com estudo de caso (GIL,2002), Para o trabalho de campo, entendemos campo na
pesquisa qualitativa, segundo Minayo, Deslandes e Gomes (2016 apud MINAYO,2012,2014)
“como recorte espacial que diz respeito à abrangência, em termos empíricos, do recorte
teórico correspondente ao objeto da investigação”, utilizaremos as técnicas de observação
participante, análise documental, entrevistas individuais e grupo focal. A participação
acontecerá de modo online utilizando as redes de WhatsApp e google Meet e os registros
serão em planilhas pré-estabelecidas e caderno de campo será em três escolas da Rede
Municipal de ensino de Cuiabá com 12 turmas e três coordenadores nos turnos matutino,
vespertino e diurno, observando a prática e a interação com seus respectivos professores.
Metodologia de análise de dados

Foi elaborado pelos professores portfólios avaliativos do percurso de aprendizagem


dos estudantes anexo ao documento, planilhas de monitoramento quinzenal do atendimento
aos alunos de acesso aos materiais disponibilizados. Estes servirão como análise da pesquisa
Serão analisados os dados qualitativamente de todo o material alcançado na pesquisa,
os registros do caderno de campo, transcrições das entrevistas, as análises dos documentos
utilizando a análise do conteúdo.2

2
A utilização da análise de conteúdo prevê três fases fundamentais, conforme o esquema: pré-análise,
exploração do material e a categorização, o tratamento dos resultados - a inferência e a interpretação (BARDIN,
2016).
REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 1 ed. São Paulo: Editora 70, 2016.

COOL, C. Psicologia e currículo: Uma aproximação psicopedagógica à elaboração do


currículo escolar. 5 ed. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 1987.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987

GLASSER, W. A escolha para a educação. A Pirâmide da aprendizagem, 2010. Disponível


em: https://www.oexplorador.com.br/william-glasser/ Acesso em 11jun.2021

GIL, C. A. Como elaborar projeto de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

HERNANDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho.


5 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

LÜDKE, M; ANDRÉ, MARLI E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. E.


P.U. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária LTDA. 1996.
MINAYO, S.C.M.; DESLANDES, F.S.; GOMES, R. Pesquisa social: teoria, método e
criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
DOCUMENTOS DE ANÁLISE
ACOMPANHAMENTO DAS AULAS NO ENSINO REMOTO

Portfólio dos professores

Planejamentos
Instrumentos de acompanhamento do coordenador e professor

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