Você está na página 1de 23

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PROFESSOR: ADRIANO CAROTENUTO


LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE

EFEITO DA VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NO DESEMPENHO


DE TROCADORES DE CALOR

ANDERSON LIXINSKI DALENOGARE


(131440017)

ALEGRETE-RS, SETEMBRO DE 2016


Sumário

1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................3
2.EMBASAMENTO TEÓRICO..............................................................................................3
3.METODOLOGIA..................................................................................................................8
3.1.Materiais..........................................................................................................................8
3.1.1 Módulo de Serviço Para Trocador de Calor...............................................................8
3.1.2 Bancada hidráulica.....................................................................................................9
3.1.3 Trocador de calor de casco e tubos............................................................................9
3.1.4 Trocador de calor de tubos concêntricos....................................................................9
3.1.5 Trocador de calor por placas....................................................................................10
3.2.Procedimentos...............................................................................................................10
4.RESULTADOS E ANÁLISE..............................................................................................11
4.1 Efeito da varição da temperatura................................................................................14
4.2 Efeito da configuração do escoamento........................................................................19
4.3 Efeito da geometria do trocador..................................................................................20
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................22
3

1.INTRODUÇÃO
Trocadores de calor são amplamente utilizados na engenharia, tanto para resfriamento
ou aquecimento, como por exemplo em condicionamento de ar, na produção de potência e na
recuperação de calor em sistemas. O trocador é um equipamento que realiza a troca de calor
entre dois fluídos que estão a diferentes temperaturas, a energia do fluído quente é transmitida
para o fluído frio.
Tendo em vista a importância de uma trocador de calor, realizou-se um experimento
buscando avaliar o desempenho de diferentes modelos de trocadores, com a variação da
temperatura de entrada, do reservatório quente, e identificar os mecanismos físicos envolvidos
no processo. Para fazer a análise experimental utilizou-se trocadores de calor de casco e
tubos, placas planas e tubos concêntricos submetidos à um fluxo de água quente e fria de
mesmo sentido (fluxo paralelo) e de sentidos opostos (contra fluxo).
O presente relatório tem por objetivo o estudo da transferência de calor através de
trocadores de calor de casco e tubos, placas planas e tubos concêntricos, onde visa-se analisar
os efeitos da variação da temperatura de entrada do fluído quente e sentido de fluxo do fluido
no desempenho dos equipamentos.

2.EMBASAMENTO TEÓRICO
Dispositivos que permitem a troca de calor entre dois fluidos, sem que ocorra a
mistura dos mesmos, são conhecidos como trocadores de calor (Çengel, 2009).
Os trocadores de calor podem ser classificados de acordo com sua configuração de
escoamento ou sua forma construtiva. Em trocadores simples o fluído se move na mesma
direção, ou possuindo mesmo sentido de escoamento ou em sentidos opostos, há também
trocadores que o fluído pode se mover em sentido cruzado, onde um fluído escoa
perpendicularmente ao outro. Sendo foco de estudo a análise de trocadores de calor que
possuem mesma direção de fluxo, os resultados e análises são feitas para fluxo em paralelo e
em contracorrente, como no caso do trocador de tubo concêntrico (Incropera, 2008).
Uma configuração comum de trocadores de calor é a de casco e tubos, onde a forma
do trocador difere entre o número de passes, ou seja, refere-se ao número de vezes que o fluxo
muda de sentido. No experimento faz-se a utilização de um trocador casco e tubo com um
passe no casco e um passe nos tubos.
Uma classe especial, e também avaliada no experimento, é a classe de trocadores de
calor compactos. Esse tipo de trocador de calor é utilizado para atingir grandes áreas de
4

transferência de calor por unidade de volume, e possuem densas matrizes de tubos aletados ou
placas (Incropera, 2008).
No estudo de trocadores de calor é necessário relacionar a taxa total de transferência
de calor com grandezas como o coeficiente global de transferência de calor, a temperatura de
entrada e saída do fluído e a área superficial disponível para troca de calor. A obtenção do
coeficiente global de transferência de calor é uma fase essencial, sendo uma das etapas mais
imprecisas, segundo Incropera et.al. (2008). O coeficiente de transferência de calor é definido
em função da resistência térmica total à transferência de calor entre dois fluidos.
O coeficiente global de transferência de calor pode ser obtido relacionando o fluxo de
calor obtido de forma direta através de um balanço de energia nos fluidos quente e frio com o
fluxo de calor obtido por uma extensão da lei de resfriamento de Newton.
Considerando-se a mudança de energia potencial e cinética do sistema, assim como a
transferência de calor entre o trocador e a vizinhança considerados desprezíveis, a equação de
energia para o processo contínuo e estacionário é dado por:
q=m˙ q(i q , ent−i q , sai) (1)
q=m˙ f (i f , ent −i f , sai) (2)
Onde i representa a entalpia do fluído, sendo os subscritos q e f referente ao fluído
quente e frio enquanto ent e sai representa as condições do fluído na região de entrada e de
saída.
Admitindo que o fluído não passa por uma mudança de fase, é razoável considerar os
calores específicos como constantes ao longo do escoamento, e as expressões anteriores
podem ser escritas como:
q=m˙ q c p , q ( T q , ent −T q , sai ) (3)
q=m˙ f c p , f (T f , ent−T f , sai) (4)
Sendo as temperaturas das expressões anteriores referente as temperaturas médias nas
seções indicadas.
Quando o trocador de calor for ideal, ou seja, ele não perde e nem absorve calor do
ambiente externo, o fluido absorve todo o calor vindo do fluido quente. A taxa de
transferência de calor pode ser expressa pela equação (5).
Q̇=Q̇ e ¿ Q̇ a=m H c pH ∆ T H =m C c pC ∆ T C (5)
Onde, os índices H e C representam o fluido quente e frio respectivamente.
O fluxo de calor, como já dito, pode ser obtido através de uma extensão da lei de
resfriamento de Newton, onde o coeficiente de transferência de calor h é substituído pelo
5

coeficiente global de transferência de calor U. E devido ao fato da diferença da temperatura


ser função da posição, é necessário utilizar uma média apropriada de diferenças de
temperatura, ∆Tm.
q=UA ∆ T m (6)
Onde A é a área de troca de calor.
A média de diferenças de temperatura, ∆Tm, deve ser estabelecida apropriadamente
para os respectivos casos em estudo, fluxo em paralelo e contra fluxo.
Para o caso de fluxo em paralelo inicialmente ∆T é grande e diminui assintoticamente
a zero com o decorrer da distância. Ressalta-se que a temperatura de saída do fluído não deve
ser superior à do fluído quente. Nesse caso ∆Tm pode ser estimado através de um balanço de
energia em elementos diferenciais nos fluídos quente e frio. Deve-se atentar que segundo
Incropera et.al. (2003) é necessário que as seguintes considerações sejam feitas:
• Trocador de calor isolado termicamente da vizinhança;
• Condução axial ao longo do tubo é desprezível;
• Mudança nas energias potencial e cinética são desprezíveis;
• Os calores específicos são constantes;
• O coeficiente global de transferência de calor é constante.
Aplicando o balanço de energia nos elementos diferenciais no volume de controle,
figura 1, onde cada elemento diferencial possui um comprimento dx e uma área de
transferência de calor dA, tem-se:
dq=ṁq c p ,q d T q=c p , q dT q (7)
dq=ṁf c p , f d T f =c p , f dT f (8)
Onde Cq e Cf são as taxas de capacidade calorífica dos fluídos quente e frios.
Figura 1: Volume de controle diferencial para o escoamento paralelo

Fonte: Incropera, 2008


A transferência de calor também pode ser escrita como:
dq=U ∆ TdA (9)
6

Onde ∆T representa a diferença local entre as temperaturas dos fluidos quente e frio.
A integração da equação (9) ao longo do trocador de calor, utilizando as equações (7)
e (8), onde substitui-se Cq e Cf pelas equações (3) e (4) e reconhecendo que ∆T1 = (Tq,ent − Tf,ent)
e ∆T2 = (Tq,sai − Tf,sai), obtém-se:
∆ T 2−∆ T 1
q=UA (10)
ln(∆ T 2 / ∆ T 1)
Percebe-se ao comparar a equação (10) com a equação (6) que a diferença de
temperatura média é uma média logarítma das diferenças de temperatura, LMTD, é uma
medida da força de movimentação do calor que cria a transferência de calor, consiste em uma
média logarítmica da diferença de temperatura entre os circuitos quente e frio em cada
extremidade do trocador de calor, conforme equação (11).
∆ T 2−∆T 1
LMTD= (11)
ln(∆ T 2 /∆ T 1 )
Conhecendo a transferência de calor emitida (Q̇e ), pode-se determinar o coeficiente de
transferência de calor total (U), que é uma medida do desempenho do trocador.
Q̇e
U= (12)
A x LMTD

O calor específico a pressão constante utilizado para cada caso de vazão e sentido de
fluxo de fluido utilizado no experimento é descrito pela relação:
c p (T [ ℃ ] )
( )
5.26
T +100
=0.996185+ 0.0002874 +0.011160 x 10−0.0036T (13)
c p (15 ℃) 100
Onde o calor específico da água a 15oC é 4185.5 J/kgK.
A massa específica da água sofre uma leve variação de acordo com a temperatura, a
densidade máxima está em aproximadamente 4ºC e diminui quando a temperatura aumenta ou
diminui com base neste valor. A equação (14) é o resultado encontrado a partir de um ajuste
de curva de quinta ordem obtidos de dados experimentais medidos para a água em diferentes
temperaturas:
−3 2 −9 4 −12 5 −6 3
(999.839+16.852T −7.99 x 10 T +105.846 x 10 T −281.030 x 10 T −46.241 x 10 T )
ρ= −3
1+16.882 x 10 T
(14)
7

Para facilitar o entendimento da transferência de calor dentro de um trocador de calor,


deve-se considerar o mesmo como um “sistema”, que possui um escoamento de água quente e
outro de água fria como suas devidas entradas e saídas, conforme figura (2).

Figura 2: Limites do Sistema

Fonte: Nova Didacta, Manual de Operação


O trocador ideal considera que não ocorre transferência de calor através dos limites do
sistema, mas a temperatura do escoamento quente e frio devem ser diferentes do meio
externo, portanto ocorre uma transferência de calor através do limite do sistema.
O coeficiente de equilíbrio de energia (CEB) é umas das maneiras de se avaliar um
trocador de calor, ele mostra a relação entre a energia absorvida e a energia emitida, conforme
equação (15).
Q̇ a
C e= (15)
Q̇ e
Onde Q̇ arepresenta a potência absorvida pelo fluido frio e Q̇e a potência de emitida
pelo fluido quente. O coeficiente de equilíbrio mostra quão próximo do equilíbrio térmico
esteve o trocador de calor nas respectivas saídas de fluido. O coeficiente pode fornecer
valores maiores que 1quando o trocador absorve energia do ambiente externo, portanto ele
serve apenas como um guia.
Um método mais eficaz de se avaliar o desempenho do trocador de calor é através da
eficiência média da temperatura, que nada mais é que a média da eficiência do calor trocado
pelo fluido frio com a eficiência do fluido quente. A eficiência é definida como a razão entre
o fluxo de calor que é trocado e o maior fluxo de calor que poderia ser trocado. Como as
vazões e os calores específicos são aproximadamente iguais para o fluido frio e o fluido
quente, as eficiências podem ser expressas como:
T q , 1−T q ,2
ηq = x 100 % (16)
T q ,1−T f ,1
8

T f , 1−T q ,2
ηf = x 100 % (17)
T q ,1−T f ,1
E a eficiência media pode ser calculado através da equação (18).
ηq + ηf
η= (18)
2

3.METODOLOGIA

O experimento foi realizado no laboratório de fenômenos de transporte na


Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), para realização do experimento variou-se a
temperatura do reservatório do fluído quente, para diferentes tipos de geometria de trocadores
de calor e em diferentes configurações de escoamento. As temperaturas nas saídas e entradas
de fluido foram aferidas a partir de termopares, para poderem ser relacionadas ao fluxo de
calor no trocador de calor.
3.1.Materiais

Para realização do experimento foram utilizados os seguintes equipamentos

• Módulo de serviço para trocadores de calor;

• Bancada hidráulica;

• Trocador de calor de casco e tubos;

• Trocador de calor de placas planas;

• Trocador de calor de tubos concêntricos.

3.1.1 Módulo de Serviço Para Trocador de Calor


É considerado o principal componente da bancada de trocadores de calor, consiste em

uma estrutura de montagem em forma de bancada compacta que se conecta a uma

alimentação elétrica adequada, a uma alimentação de água fria e a um dreno. Ele possui dois

circuitos de água (quente e frio). Cada circuito possui um sensor de vazão para medir e possui

oito entradas para termopares (quatro para medições na seção quente e quatro para a seção

fria).
9

Figura 3: Módulo de Serviço

Fonte: Nova Didacta, Manual de Operação

3.1.2 Bancada hidráulica


A bancada hidráulica consiste em um reservatório de fluido e uma bomba. A bancada
tem como função de proporcionar um fluxo constate de água fria nos trocadores de calor.

Figura 4: Bancada hidráulica

Fonte: Nova Didacta, Manual de Operação

3.1.3 Trocador de calor de casco e tubos

O trocador de calor de casco e tubos, mostrado na figura 5, o mesmo tem uma área
efetiva de 0,02m². O tubo externo de material transparente com um diâmetro externo de
60mm e interno de 50mm, e possui 6 tubos internos de aço inoxidável com diâmetro externo
de 6mm e interno de 4mm;

Figura 5: Trocador de calor de casco e tubos

Fonte: Nova Didacta, Manual de Operação


10

3.1.4 Trocador de calor de tubos concêntricos


O trocador de calor de tubos concêntricos, mostrado na figura 6, o mesmo tem uma
área efetiva de 0,02m². O tubo externo de material transparente com um diâmetro externo de
30mm e interno de 20mm, e possui um tubo interno de aço inoxidável com diâmetro externo
de 12mm e interno de 10mm;

Figura 6: Trocador de calor de tubos concêntricos

Fonte: Nova Didacta, Manual de Operação

3.1.5 Trocador de calor por placas


O trocador de calor por placas, mostrado na figura 7, o mesmo tem uma área efetiva de
0,02m². A tampa superior é de material transparente para visualização do fluxo, possui 4
placas em aço inoxidável de 0,005m² e 1mm de espessura, os espaçadores das placas são de
borracha EPDM.

Figura 7: Trocador de calor por placas

Fonte: Nova Didacta, Manual de Operação

3.2.Procedimentos
O Primeiro trocador de calor utilizado foi o de tubos concêntricos, e após ser instalado
no módulo de serviço, ajustou-se o trocador para o modo de contra fluxo. Na primeira etapa
do experimento ajustou-se a temperatura do reservatório de água quente em 35ºC, tendo sido
aguardado o período para que a temperatura se estabilizasse, e regulada as vazões de água
11

quente e fria, sendo 3,5l/min e 0,5 l/min respectivamente. As medições de temperaturas foram
efetuadas novamente ao se ajustar a temperatura do reservatório de água quente em 40ºC,
50ºC e 60ºC. Após realizar a variação de temperatura do reservatório quente na configuração
de contra fluxo, inverteu-se o sentido de um dos escoamentos ficando os escoamentos
paralelos, e realizada todas as variações do reservatório quente novamente.
O procedimento foi repetido para os trocadores de calor por placas planas e de tubos
concêntricos. No primeiro experimento o ajuste da vazão da água fria foi determinado pelo
módulo de serviço, mas foi detectado que o sensor de medição estava com problema, após o
primeiro experimento a verificação da vazão de água fria foi realizada por um tubo graduado
e um cronômetro.
4.RESULTADOS E ANÁLISE
Os resultados obitidos durante a execução dos experimentos estão apresentados nos
quadro (1) e quadro (2) para o trocador de casco e tubos nas configurações de fluxo paralelo e
contra-fluxo, nos quadro (3) e quadro (4) para o trocador de placas paralelas nas
configurações de fluxo paralelo e contra-fluxo, e nos quadro (5) e quadro (6) para o trocador
de tubos concêntricos nas configurações de fluxo paralelo e contra-fluxo, respectivamente.
Quadro 1: Resultados trocador de tubos concêntricos (Fluxo Paralelo)
Temperatura
Reservatório

V h (L/min)

Vc (L/min)
TH médio

TC médio
TH1 ºC

TH2 ºC

TH3 ºC

TC1 ºC

TC2 ºC

TC3 ºC
Teste

1 35,6 35,9 35,4 3,5 35,8 35,8 21,9 26,4 0,55 23,8 23,8
2 40 40,2 39,4 3,5 39,8 39,8 22,5 29,3 0,47 25,9 25,9
0,46
3 50 50,7 49,4 3,5 50,1 50,1 23,1 34,7 8 29,3 29,3
4 60 61,1 59,2 3,5 60,4 60,4 24,1 39,4 0,52 32,3 32,3

Quadro 2: Resultados trocador de tubos concêntricos (Contra Fluxo)


Temperatura
Reservatório

V h (L/min)

Vc (L/min)
TH médio

TC médio
TH1 ºC

TH2 ºC

TH3 ºC

TC1 ºC

TC2 ºC

TC3 ºC
Teste

1 35 34,9 34,2 3,5 34,7 34,7 23,6 25,8 0,5 24,3 24,3
2 40 39,8 38,7 3,5 39,4 39,4 24,1 27,2 0,5 25,3 25,3
3 50 49,7 47,8 3,5 49 49 24,7 30 0,5 27 27
4 60 59,5 56,7 3,5 58,5 58,5 25,4 32,7 0,5 28,8 28,8
12

Quadro 3: Resultados trocador de casco e tubos (Fluxo Paralelo)

Temperatura
Reservatório

Vh (L/min)

Vc (L/min)
TH médio

TC médio
TH1 ºC

TH2 ºC

TC1 ºC

TC2 ºC
Teste

1 35 37,1 36,6 3,5 36,85 26,4 30,3 0,55 28


2 40 40,3 39,7 3,5 40 27,3 32,2 0,55 30
3 50 50,7 49,4 3,5 50,05 27,7 36,8 0,55 32
4 60 60,2 58,2 3,5 59,2 28,2 41,4 0,55 35
Quadro 4: Resultados trocador de casco e tubos (Contra Fluxo)
Temperatura
Reservatório

Vh (L/min)

Vc (L/min)
TH médio

TC médio
TH1 ºC

TH2 ºC

TC1 ºC

TC2 ºC
Teste

1 35 36,6 36,2 3,5 36,4 24,9 29,2 0,55 27


2 40 40,3 39,6 3,5 39,95 25,4 31 0,55 28
3 50 51,1 49,9 3,5 50,5 26 36,3 0,55 31
4 60 60,8 58,9 3,5 59,85 26,7 41,1 0,55 34

Quadro 5: Resultados trocador por placas (Fluxo Paralelo)


Temperatura
Reservatório

Vh (L/min)

Vc (L/min)
TH médio

TC médio
TH1 ºC

TH2 ºC

TC1 ºC

TC2 ºC
Teste

1 35 35,5 35,3 3,5 35,4 23,2 25,9 0,57 25


2 40 39,8 39,5 3,5 39,65 23,5 27,2 0,57 25
3 50 49,9 49,1 3,5 49,5 23,9 30,1 0,57 27
4 60 60,3 59,2 3,5 59,75 24,4 33,4 0,57 29

Quadro 6: Resultados trocador por placas (Contra Fluxo)


Temperatura
Reservatório

Vh (L/min)

Vc (L/min)
TH médio

TC médio
TH1 ºC

TH2 ºC

TC1 ºC

TC2 ºC
Teste

1 35 36,4 36,1 3,5 36,25 21,9 24,8 0,57 23


2 40 40,1 39,6 3,5 39,85 22,2 26 0,57 24
3 50 50,1 49,4 3,5 49,75 22,7 28,9 0,57 26
13

4 60 59,8 58,7 3,5 59,25 23,1 32 0,57 28

A partir dos dados coletados nos experimentos torna-se possível calcular a eficiencia
média para cada modelo de trocador em suas diferentes configuração de escoamento, os
fluxos de calor emitido e absorvido, os coeficientes de equilíbrio de energia, as médias
logarítimica de diferença de temperatura, os coeficientes globais de transferência de energia.
Os resultados estão dispostos nos quadros (7) e (8), para trocador de tubos
concentricos, (9) e (10) para trocador de casco e tubos, (11) e (12) para trocador por placas.
Quadro 7: Tubos concêntricos (Contra Fluxo)

CpH (J/Kg K)

CpC (J/Kg K)
Temperatura
Reservatório

ρH (Kg/m³)

ρC (Kg/m³)

U (W/m²K)
LMTD (K)
η (médio)
Qa (W)
Qe (W)

CEB
ηH

ηC

35 6,19 19,5 994,1 997,2 4178 4180 170 76,1 0,45 12,8 9,78 867,4
40 7,01 19,7 992,4 997,0 4178 4179 266 107 0,40 13,4 13,5 986,3
50 7,6 21,2 988,5 996,5 4180 4179 458 183 0,40 14,4 21,2 1080
60 8,21 21,4 983,9 996,0 4183 4178 672 252 0,37 14,8 28,8 1169

Quadro 8: Tubos concêntricos (Fluxo Paralelo)


CpH (J/Kg K)

CpC (J/Kg K)
Temperatura
Reservatório

ρH (Kg/m³)

ρC (Kg/m³)

U (W/m²K)
LMTD (K)
η (médio)
Qa (W)
Qe (W)

CEB
ηH

ηC

35 3,57 32,1 994,1 997,3 4178 4180 121 156 1,29 17,9 11,3 535,3
40 4,52 38,4 992,3 996,8 4178 4179 194 235 1,21 21,5 13,5 714,3
50 4,71 42 988,0 995,8 4180 4178 313 401 1,28 23,4 20,5 764,9
60 5,14 41,4 983,0 994,9 4184 4178 456 528 1,16 23,2 27,5 828,7

Quadro 9: Casco e tubo (Fluxo Paralelo)


CpH (J/Kg K)

CpC (J/Kg K)
Temperatura
Reservatório

ρH (Kg/m³)

ρC (Kg/m³)

U (W/m²K)
LMTD (K)
η (médio)
Qa (W)
Qe (W)

CEB
ηH

ηC

4178,
35 4,7 36,4 993,4 996,1 4178,0 5 121 149 1,23 20,6 8,3 728,8
4178,
40 4,6 37,7 992,2 995,7 4178,3 2 145 188 1,29 21,2 10 725,7
4178,
50 5,7 39,6 988,0 994,9 4180,4 0 313 348 1,11 22,6 17 906,4
14

4177,
60 6,3 41,3 983,6 994,1 4183,8 9 480 504 1,05 23,8 24 1017,8

Quadro 10: Casco e tubo (Contra Fluxo)

CpH (J/Kg K)

CpC (J/Kg K)
Temperatura
Reservatório

ρH (Kg/m³)

ρC (Kg/m³)

U (W/m²K)
LMTD (K)
η (médio)
Qa (W)
Qe (W)

CEB
ηH

ηC

4178, 96,8 529,3


35 3,4 36,8 993,5 996,5 0 4179 7 165 1,7 20,1 9 8
4178, 169, 738,5
40 4,7 37,6 992,2 996,2 3 4178 3 214 1,3 21,1 11 5
4180, 289, 770,3
50 4,8 41,0 987,8 995,3 6 4178 1 394 1,4 22,9 19 3
4184, 456, 909,4
60 5,6 42,2 983,3 994,4 0 4178 1 550 1,2 23,9 25 5
Quadro 11: Placas (Fluxo Paralelo)
CpH (J/Kg K)

CpC (J/Kg K)
Temperatura
Reservatório

ρH (Kg/m³)

ρC (Kg/m³)

U (W/m²K)
LMTD (K)
η (médio)
Qa (W)
Qe (W)

CEB
ηH

ηC

4177, 48,4 2,20


35 1,6 22,0 993,9 997,2 9 4179 5 107 7 11,8 11 224,6
4178, 72,5 2,01
40 1,8 22,7 992,3 996,9 2 4179 7 146 8 12,3 14 255,43
4180, 192, 1,27
50 3,1 23,8 988,2 996,5 3 4179 8 245 2 13,5 22 432,01
4184, 1,34
60 3,1 25,1 983,3 996,0 0 4178 264 356 8 14,1 31 431,84

Quadro 12: Casco e tubo (Contra Fluxo)


CpH (J/Kg K)

CpC (J/Kg K)
Temperatura
Reservatório

ρH (Kg/m³)

ρC (Kg/m³)

U (W/m²K)
LMTD (K)
η (médio)
Qa (W)
Qe (W)

CEB
ηH

ηC

4178, 4179,
35 2,1 20,0 993,6 997,4 0 9 72,7 114,9 1,6 11,0 12,8 283,1
4178, 4179, 120, 150,
40 2,8 21,2 992,3 997,3 3 6 9 5 1,2 12,0 15,7 386,4
4180, 4179, 168, 245,
50 2,6 22,6 988,1 996,8 3 1 7 4 1,5 12,6 23,8 354,7
4183, 4178, 264, 352,
60 3,0 24,3 983,6 996,4 8 6 1 1 1,3 13,6 31,4 420,1

4.1 Efeito da varição da temperatura


15

Os gráficos para os condições do fluido ao longo do trocador de calor e os coeficientes


de equilíbrio de energia, a eficiência da temperatura média e o coeficiente global de
transferência de calor como função da temperatura do reservatório de água quente para os
trocadores de calor utilizados são mostrados nas figura (8) à figura (19).

Figura 8:Trocador de calor de tubos concêntricos (Contra fluxo)


40
60

35
50

Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

40 Quente Frio 30

Quente Frio

30 25

20 20
1 2 3 1 2 3

Posição Posição

a) Reservatório a 60ºC b) Reservatório a 35ºC

Figura 9: Trocador de calor de tubos concêntricos (Contra fluxo)

0.5 16
0.45
14
Coeficiente de equilíbrio de energia

0.4
12 Eficiência da temperatura média
0.35
0.3 10

0.25 8
0.2 6
0.15
Coeficiente de equilíbrio de energia 4
0.1
Eficiência da temperatura média 2
0.05
0 0
35 40 50 60

Temperatura do aquecedor (°C)

Figura 10: Trocador de calor de tubos concêntricos (Fluxo Paralelo)


16

70 40

60
35

50
Temperatura (°C)

Temperatura (°C)
30
40

25
30

Quente Frio
Quente Frio
20 20
1 2 3 1 2 3

Posição Posição

a) Reservatório a 60ºC b) Reservatório a 35ºC

Figura 11: Trocador de calor de tubos concêntricos (Fluxo Paralelo)


1.4 25

1.2
Coeficiente de equilíbrio de energia

Eficiência da temperatura média


20
1

15
0.8

0.6
10

0.4
Coeficiente de equilibrio de energia 5
0.2
Eficiência da temperatura média
0 0
35 40 50 60

Temperatura do aquecedor (°C)

Figura 12: Trocador de calor de casco e tubos (Contra fluxo)


70 40

60
35
Temperatura (°C)

50
Temperatura (°C)

30

40

25
30
Quente Frio
20
20 Quente Frio 1 2
1 2
Posição Posição

a) Reservatório a 60ºC b) Reservatório a 35ºC

Figura 13: Trocador de calor de casco e tubos (Contra fluxo)


17

1.8 30

Coeficiente de equilíbrio de energia


1.6
25
1.4

Eficiência da temperatura média


1.2 20

1
15
0.8

0.6 10

0.4
5
0.2 Coeficiente de equilíbrio de energia Eficiência da temperatura média

0 0
35 40 50 60

Temperatura do aquecedor (°C)

Figura 14: Trocador de calor de casco e tubos (Fluxo Paralelo)


40
70

35
60
Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

50
30

40
25
30
Quente Frio Quente Frio

20
20 1 2
1 2
Posição Posição

a) Reservatório a 60ºC b) Reservatório a 35ºC

Figura 15: Trocador de calor de casco e tubos (Fluxo Paralelo)


18

1.4 25

1.2
20

Coeficiente de equilíbrio de energia

Eficiência da temperatura média


1

15
0.8

0.6
10

0.4
5
Coeficiente de equilíbrio de energia Eficiência da temperatura média
0.2

0 0
35 40 50 60

Temperatura do aquecedor (°C)

Figura 16: Trocador de calor por placas (Contra Fluxo)


60 40

35
50
Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

30
40 Quente Frio
Quente Frio

25
30

20
1 2
20
1 2
Posição
Posição

a) Reservatório a 60ºC b) Reservatório a 35ºC

Figura 17: Trocador de calor por placas (Contra Fluxo)

1.8 16

1.6 14

1.4
12
Coeficiente de equilíbrio de energia

1.2
Eficiência da temperatura média

10
1
8
0.8
6
0.6

Coeficiente de equilíbrio de energia 4


0.4
Eficiência da temperatura média
0.2 2

0 0
35 40 50 60
Temperatura do aquecedor (°C)

Figura 18: Trocador de calor por placas (Fluxo Paralelo)


19

40
70

60
35

Temperatura (°C)
50
Temperatura (°C)

30

40

25
30

Quente Frio
20 20 Quente Frio
1 2 1 2

Posição Posição

a) Reservatório a 60ºC b) Reservatório a 35ºC

Figura 19: Trocador de calor por placas (Fluxo Paralelo)


2.5 16

14
2
Coeficiente de equilíbrio de energia

12

Eficiência da temperatura média


10
1.5

1
6

4
0.5 Coeficiente de equilíbrio de energia
2
Eficiência da temperatura média
0 0
35 40 50 60

Temperatura do aquecedor (°C)

Ao analisar os três trocadores de calor, ambos em diferentes configurações de


escoamento, percebe-se que a troca de calor é mais eficaz quando o fluido do reservatório
quente está em uma temperatura mais elevada, pois a diferença de temperatura entre o
escoamento frio e quente se torna mais significativa, portanto a quantidade de energia a ser
trocada entre os fluidos é maior. A configuração do escoamento não afeta a transferência de
calor, o que altera essa troca de calor são as propriedades do material, como os trocadores
utilizados possuem o mesmo material esse fator não é analisado, outro fator é a camada limite
térmica, que se altera com a diferença de temperatura do fluido e também pode ser modificada
com a variação da vazão.
Através do coeficiente de equilíbrio de energia, analisou-se que o fluido absorveu
energia do ambiente externo, pois os valores dos coeficientes são superiores a 1, indicando
que a energia absorvida pelo fluido frio foi maior do que a emitida pelo fluido quente. Porém
o primeiro experimento realizado, com tubos concêntricos (contra fluxo), apresentou um
20

coeficiente menor que 1, ou seja, a energia absorvida é menor do que a emitida, uma hipótese
para a causa desse erro foi o problema no medidor da vazão de água frio, caso a vazão seja
reduzida a energia absorvida também seria reduzida.
Além disso, o tempo de estabilização adotado para o sistema antes da coleta de dados
pode ter sido insuficiente de modo que o processo de transferência de calor não tenha atingido
o regime permanente.
4.2 Efeito da configuração do escoamento
Os gráficos do coeficiente global de transferência de calor em função da temperatura do
reservatório de água quente para o escoamento paralelo e contra fluxo, para os três trocadores
de calor utilizados no experimento, estão dispostos nas figura (20) à (22).

Figura 20: Coeficientes globais do trocador de casco e tubos


1200.0

1000.0

800.0
U (W/m²K)

600.0

400.0

200.0
Casco e Tubos ( Contra Fluxo)
Casco e Tubos (Paralelo)
0.0
30 35 40 45 50 55 60

Temperatura (°C )

Figura 21: Coeficientes globais do trocador de tubos concêntricos


1400

1200

1000
U (W/m²K)

800

600

400

Concêntrico ( Contra Fluxo)


200
Concêntrico (Paralelo)
0
30 35 40 45 50 55 60

Temperatura (°C )

Figura 22: Coeficientes globais do trocador por placas


21

500.0

450.0

400.0

350.0

300.0
U (W/m²K)

250.0

200.0

150.0

100.0
Placas ( Contra Fluxo)
50.0
Placas (Paralelo)
0.0
30 35 40 45 50 55 60

Temperatura (°C )

Ao analisar o coeficiente global de transferência de calor para cada a configuração de


escoamento, observa-se que ele aumenta com o acréscimo de temperatura, em ambos sentidos
de escoamentos, mas as diferenças devido a configuração do escoamento não são
consideráveis, pois os resultados não mostram diferenças significativas entre o fluxo paralelo
e o contra fluxo, já que a temperatura média para a água quente e para a água fria é similar em
ambos os casos.

4.3 Efeito da geometria do trocador


O coeficiente global de transferência de calor, para cada geometria de trocador, em
função da temperatura do reservatório quente. A figura 23 expõe os coeficientes para o
escoamento contra fluxo e a figura 24 para o escoamento paralelo.
Figura 23: Coeficientes globais dos trocadores para escoamento contra fluxo
1400.0

1200.0

1000.0
U (W/m²K)

800.0

600.0

400.0

Casco e Tubos ( Contra Fluxo)


200.0 Placas (Contra Fluxo)
Concêntrico (Contra Fluxo)
0.0
30 35 40 45 50 55 60

Temperatura (°C )
22

Figura 24: Coeficientes globais dos trocadores para escoamento paralelo


1200.0

1000.0

U (W/m²K)
800.0

600.0

400.0

200.0 Casco e Tubos ( Paralelo)


Placas (Paralelo)
Concêntrico (Paralelo)
0.0
30 35 40 45 50 55 60

Temperatura (°C )

As figuras 23 e 24 fazem uma comparação entre os trocadores de calor em diferentes


configurações de escoamentos, sabendo-se que as áreas de troca térmica dos trocadores são
iguais, essa comparação torna-se válida. O trocador de calor de tubos concêntricos apresenta
uma eficiência maior quando o escoamento é contra fluxo, seguido do trocador de calor de
casco e tubos e do trocador de calor de placas planas. Apesar do trocador de calor por placas
ser o menos efetivo do que o de tubos concêntricos e casco e tubos, ele é mais compacto e
robusto, tornando-o adequado para aplicações com espaço limitado.
Já no escoamento paralelo o trocador de casco e tubos apresentou um desempenho
superior, mas pode ter ocorrido um erro de medição, pois não deveria ocorrer muita diferença
entre os coeficientes globais com o escoamento em fluxo paralelo e contra fluxo.

5. CONCLUSÃO

Através dos experimentos realizados verificou-se alguns desvios dos resultados


esperados, como por exemplo a variação do coeficiente de transferência de calor entre fluxo
paralelo e contra fluxo, pois não poderia se alterar, já que a temperatura média para a água
quente e para a água fria é similar em ambos os casos, consequentemente a energia a ser
transferida do fluido quente para o fluido frio deveria ser a mesma. Esses pequenos desvios
podem ter sido causados pela má aferição dos dados, devido a erros do equipamento como até
o tempo de estabilização adotado para o sistema antes da coleta de dados pode ter sido
insuficiente de modo que o processo de transferência de calor não tenha atingido o regime
permanente.
Verificou-se que o trocador de calor de tubos concêntricos apresentou um melhor
desempenho na transferência de calor em relação aos outros modelos, na configuração de
23

contra fluxo, já na configuração de fluxo paralelo ocorreu uma divergência, pois o trocador de
casca e tubos apresentou um desempenho superior, essas diferenças podem ser causadas por
erros na realização do experimento, como citados acima. Apesar do trocador de calor por
placas ser o menos efetivo do que o de tubos concêntricos e casco e tubos, ele é mais
compacto e robusto, tornando-o adequado para aplicações com espaço limitado
Ao avaliar o coeficiente de equilíbrio de energia, analisou-se que o fluido absorveu
energia do ambiente externo, pois os valores dos coeficientes são superiores a 1, indicando
que a energia absorvida pelo fluido frio foi maior do que a emitida pelo fluido quente. Porém
o primeiro experimento realizado, com tubos concêntricos (contra fluxo), apresentou um
coeficiente menor que 1, ou seja, a energia absorvida é menor do que a emitida, uma hipótese
para a causa desse erro foi o problema no medidor da vazão de água frio, caso a vazão seja
reduzida a energia absorvida também seria reduzida. Nos outros experimentos a vazão foi
calculada manualmente através de um tubo graduado e um cronômetro.
.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÇENGEL, Yunus A. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. São Paulo:
McGraw-Hill, 2009.
INCROPERA, F. P. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. Rio de Janeiro: LTC,
2008.
NOVA DIDACTA, TD360 Bancada de Trocadores de Calor, Manual de Operação

Você também pode gostar