Conceitos gerais
Divisionárias
Sistemas de Inventário e Valorimetria
Esquema de Movimentação
Casos Práticos
1. Conceito geral
Inventários ou existências são todos os bens armazenáveis adquiridos ou
produzidos pela empresa e que se destinam à venda ou a serem incorporados no
processo de produção. O conceito de ʺactivos biológicosʺ, trazido pela
Normalização Contabilística actual, acrescenta à anterior definição de existências
(meios circulantes materiais), os seres vivos, tais como animais e plantas.
2. Divisionárias e Classificação
2.1 Divisionárias
A classe II compreende as seguintes contas, no 1º grau:
- 2.1 Compras
- 2.2 Mercadorias
- 2.3 Produtos acabados e intermédios
- 2.4 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
- 2.5 Produtos ou serviços em curso
- 2.6 Matérias primas, auxiliares e materiais
- 2.7 Activos biológicos
- 2.8 Regularização de inventários
- 2.9 Ajustamentos para o valor realizável líquido
2.2 Classificação
Pode-se distinguir e classificar esses bens em:
Matérias-Primas: bens que não se destinam à venda mas a serem
incorporados directamente em novos produtos.
1
Produtos em Curso: aqueles que se encontram numa fase do processo
produtivo sem, no entanto, terem atingido a fase final de fabrico, ou seja,
estarem aptos para venda.
3. Sistemas de Inventário
Assim, o Resultado Bruto das Vendas = Vendas Líquidas -Custo das Mercadorias Vendidas e
Matérias Consumidas (RB=VL-CMVC).
Neste caso, o Resultado Bruto das Vendas= Vendas Liquidas- Custo das Mercadorias
Vendidas e Matérias Consumidas (RB=VL-CMVC)
2
Nem todas as entidades podem optar pela utilização do SII. Existem algumas em
que a única alternativa possível é mesmo o SIP.
No que diz respeito à valorização das saídas, o PGC estabelece como métodos de
custeio das saídas, os seguintes:
Custo específico;
Custo médio ponderado;
FIFO;
LIFO;
NIFO;
Custo padrão.
3.3.2 LIFO (Last In First Out) - As existências em armazém são valorizadas aos
preços mais antigos. - As existências vendidas e consumidas são valorizadas aos
preços mais recentes. - Em períodos inflacionistas, origina o aparecimento de lucros
3
mais baixos, existindo, no entanto, o inconveniente da subavaliação dos stocks em
armazém.
4
A Sociedade“ALFA, Lda.” comercializa uma única mercadoria "M" e trabalha
com ciclos anuais de contabilidade, adoptando o regime de inventário intermitente
(periódico). No dia 28/02/N, a conta de compras apresentava um saldo de
20.000,00.
Pedidos:
a) Efectue os registos contabilísticos relativos aos movimentos de
inventários do mês de Março de N, no diário da empresa.
Resolução:
a) Lançamentos no diário:
Local, 31/03/N
4.1- Clientes
1) 4.1.1- Clientes, c/c
a Diversos
P/ vendas
a 4.4.3.3.1- IVA liquidado 2.125,00
7.1-Vendas 12.500,00 14.625,00
2) Diversos
a 4.2- Fornecedores
4.2.1-Fornecedores, c/c
P/compras
2.1- Compras 11.000,00
4.4.3.2- IVA dedutivel 1.870,00 12.870,00
4.1- Clientes
3) 4.1.1- Clientes, c/c
Diversos
P/ vendas
5
4.4.3.3.1- IVA liquidado 3.094,00
7.1-Vendas 18.200,00 21.294,00
Diversos
4) a 1.Caixa
P/compras
2.1- Compras 2.400,00
4.4.3.2- IVA dedutivel 408,00 2.808,00
5) Diversos
A Diversos
P/ Fixação da existência final e apuramento do
Custo das vendas
2.2- mercadorias (EF) 24.000,00
6.1- CMVC1 9.400,00
33.400,00
A 2.1- Compras 13.400,00
A 2.2- Mercadrias (EI) 20.000,00 33.400,00
Total 84.997,00
b) RBV= Vendas- CMVC=30.700-9.400=21.300,00
4.2.1 Generalidades
Mercadorias são bens destinados à venda sem qualquer transformação
industrial prévia.
Para tal, é habilitada uma ficha para cada produto/mercadoria, que também constitui
o razão auxiliar.
1
CMVC=EI+Compras-EF=20.000+13.400-24.000=9.400,00
6
4.2.3 Modelo da Ficha de Armazém
Método2: Produto/Mercadoria: Unidade:
Data Descrição Entradas Saídas Existências
Quant. C.U. Valor Quant. C.U. Valor Quant. C.U. Valor
Total
a) Em 05/02, adquiriu do fornecedor Pereira, Lda. 100 portas por 10.000,00/ cada,
conforme factura n° 7.002.
b) Em 08/02, vendeu ao cliente ABC, Lda. 20 portas, conforme factura n° 101.
c) Em 10/02, adquiriu do fornecedor Pereira, Lda. 50 portas por 11.300/cada,
conforme factura n° 8.592.
d) Em 19/02, adquiriu do fornecedor Pereira Lda. 50 portas por 15.900/ cada,
conforme factura n° 9.721.
e) Em 20/02, devolveu ao fornecedor Pereira, Lda. 10 portas, conforme ND n° 115,
referente a compra de 19/02.
f) Em 27/02, vendeu ao cliente Toto, SA, 140 portas, conforme factura n° 102.
g) Em 28/02, recebeu em devolução, do cliente R. Totó, SA, 5 portas, conforme NC
n° 142.
Nota: Veja o preço de venda na ficha de controlo de stocks, pois não é importante, para o controlo do
stock, o preço de venda da mercadoria, apenas o de compra.
a) FIFO
Adoptando esse critério para valoração dos stocks, a empresa atribuirá às
mercadorias existentes em armazém (inventário final) os custos mais recentes.
Para entender melhor, veja as sete operações apresentadas no início deste tópico,
devidamente registadas na respectiva ficha:
2
FIFO, LIFO ou CMP
7
MERCADORIA: PORTAS TAMANHO 2,00 x 0,80 m MÉTODO: FIFO UNIDADE: UMA
Data ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS
DESCRIÇÃO QT C.U. Valor QT C.U. Valor QT C.U. Valor
05/02 Fact 7002 100 10.000 1.000.000 - - - 100 10.000 1.000.000
08/02 Fact 101 - - - 20 10.000 200.000 80 10.000 800.000
10/02 Fact 5.592 50 11.300 565.000 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
130 1.365.000
19/02 Fact 9.721 50 15.900 795.000 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
50 15.900 795.000
180 2.160.000
20/02 ND 115 (10) 15.900 (159.000) - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
40 15.900 636.000
170 2.001.000
27/02 NC 102 - - - 80 10.000 800.000
50 11.300 565.000
10 15.900 159.000 30 15.900 477.000
140 1.524.000
28/02 NC 142 - - - (5) 15.900 (79.500) 35 15.900 556.500
Totais 190 2.201.000 155 1.644.500
Observações:
b) LIFO
Adoptando este critério para valoração dos seus stocks, a empresa sempre atribuirá
às suas mercadorias em stock os custos mais antigos, guardadas as devidas
proporções com as mercadorias que entraram e saíram do estabelecimento.
Para entender melhor, veja as sete operações apresentadas no início deste tópico,
devidamente registadas na respectiva ficha:
8
MERCADORIA: PORTAS TAMANHO 2,00 x 0,80 mMÉTODO: LIFO Unidade: Uma
DATA DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS EXISTÊNCIAS
QT C.U. Valor Q C.U. Valor QT. C.U. Valor
T
05/02 NF 7002 100 10.0 1.000. - - - 100 10.000 1.000.00
00 000 00
08/02 N/NF 101 - - - 20 10.0 200.00 80 10.000 800.000
00 0
10/02 NF 8.592 50 11.3 565.00 - - - 80 10.000 800.000
00 0
50 11.300 565.000
130 1.365.00
0
19/02 NF 9.721 50 15.9 795.00 - - - 80 10.000 800.000
00 0
50 11.300 565.000
50 15.900 795.000
180 2.160.00
0
20/02 N/NF 115 (10) 15.9 (159.0 - - - 80 10.000 800.000
00 00)
50 11.300 565.000
40 15.900 636.000
170 2.001.00
0
27/02 N/NF 102 - - - 40 15.9 636-
00 000
50 11.3 565.00
00 0
50 10.0 500.00 30 10.000 300.000
00 0
14 1.701.
0 000
28/02 N/NFE 142 - - - (5 10.0 (50.00 35 10.000 350.000
) 00 0)
Totais 190 2.201. 15 1.851.
000 5 000
Observações:
Observe-se que, neste caso, a coluna de existências controla as quantidades
tendo em vista os respectivos custos de aquisição. A baixa é sempre feita pelos
custos das últimas aquisições, guardadas as respectivas proporcionalidades dos
custos de aquisição.
9
Dados extraídos da Conta Razão da Manica Comercial, Lda., que utiliza o sistema
de inventário permanente, em 31/12/20X5:
Resolução:
a) RBV= Vendas líquidas-Custo das vendas
RBV= 1.800.000-1.105.0003
RBV=605.000,004
3
CMV=600.000+(1.200.000+80.000-25.000)-750.000=1.105.000
4
RBV=(1.800.000-90.000)-1.105.000=605.000
10
4) 7.1- Vendas
A 4.1- Clientes
P/ Devolução das vendas 90.000,00
Total 4.140.000,00
11
Pretende-se:
a) Lançamentos das operações descritas no diário da empresa.
b) Apresente correctamente o saldo da 2.2.
Resolução:
Local, 31/12/N
1) 6.8.9.3 - Outros custos e perdas operac.
a 2.8- Regularização dos inventários
P/ Quebras normais 15.000,00
2) 6.4.1 – Ajustamentos do período
a 2.9- Reajustamento de inventários
P/ reajustamento de inventários 15.000,00
(1.500.000*1%=15.000,00)
3) 2.8- Regularização dos inventários
a 2.2- Mercadorias
P/ regularização dos inventários (31/12/N) 15.000,00
Total 45.000,00
12