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CONCRETO

De acordo com a literatura compreende-se que o concreto é o material mais


utilizado na construção civil (HELENE; ANDRADE, 2007) e tem como características
principais uma elevada resistência a compressão e baixa resistência a tração
(TÉCNICAS, 2010). Como sinônimo do próprio nome o mesmo se refere a um
material sólido, sendo assim a porosidade é contraditória, ou seja, desfavorável para
se obter um concreto de qualidade.

Feito de massa cimentícia (cimento+água) misturada com agregados miúdos e


graúdos forma-se um material inicialmente plástico de fácil modelagem. Petrucci
(1978) aborda que a pasta cimentícia tem como finalidade: envolver os agregados
miúdos e graúdos facilitando o manuseio do concreto fresco, preenchendo os
vazios, evitando a porosidade; e contribuindo para a resistência a forças externas e
contra possíveis agentes agressivos promovendo longa durabilidade. Já os
agregados auxiliam na resistência às intempéries, ao desgaste, as forças externas e
a não variação do volume de concreto, além de reduzir o custo do produto final.

CIMENTO

Segundo o site da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o cimento é


muito utilizado em construções de: edificações, estradas, barragens, obras de arte,
entre outros. Podendo ser interpretado como um material pulverulento feito a base
de calcário e argila que possui traços aglomerantes/pegajosos, sendo estes visíveis
quando o mesmo é misturado com água e passa por um processo de
endurecimento até que fique completamente seco. Neville (2016, p. 25) define o
cimento como: “material com propriedades adesivas e coesivas que o fazem capaz
de unir fragmentos minerais na forma de uma unidade compacta”.

Atualmente temos disponível no mercado oito diferentes tipos de Cimento Portland


segundo a ABCP, sendo eles:

Cimento Portland Comum CP I: utilizado para construções convencionais, no


entanto seu uso não é mais tão frequente devido sua resistência ser inferior a de
outros cimentos.
Cimento Portland CP II: está dividido em três classes, CP II E, CP II Z e CP II F.
Utilizado em pisos e pavimentos, pré-moldados econcreto armado e protendido.

Cimento Portland de Alto Forno CP III e Cimento Portland Pozolânico: ambos muito
usados quando precisa ser atingido altas resistências a forças externas e as
intempéries, pois os mesmos têm como características alta durabilidade e
impermeabilidade.

Cimento Portland de Alta Resistência Inicial CP V–ARI: atinge elevadas resistências


nos primeiros dias e é usualmente consumido em estruturas de protensão e pré-
moldados.

Cimento Portland Resistente a Sulfatos RS: tem como propriedade uma resistência
maior a agentes agressivos como a água do mar e de esgotos.

Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação BC: este por sua vez libera de uma
forma mais lenta o calor da peça de concreto evitando possíveis patologias como
fissuras.

Cimento Portland Branco CPB: diferenciado dos demais pela coloração branca pode
ser utilizado para fins estruturais e de acabamento, geralmente é requisitado quando
se precisa atingir algum objetivo estético.

AGREGADOS

Quaresma aborda que:

O termo agregados para a construção civil é usado no Brasil para


identificar segmento do setor mineral que produz matéria-prima
mineral para emprego na construção civil. Dentro dessa
denominação estão as substâncias minerais areia, cascalho e rocha
britada que entram em misturas para produzir concreto, asfalto e
argamassa ou são utilizados in natura em base de pavimentos.
(QUARESMA, 2009, p. 04).

Ainda de acordo com o autor citado acima esses agregados areia e pedra britada
são os minerais mais consumidos no mundo.

Compondo a maior parte do concreto, mais especificamente em torno de ¾ de seu


volume conforme afirma Neville (2016), tem não apenas participação em questões
volumétricas favorecendo na redução de custos, mas também no desempenho do
produto final. Esses materiais são partículas que contribuem para a especificação
da resistência, durabilidade e demais características do concreto. Logo, suas
propriedades como tamanho, peso específico, porosidade, formato, textura,
temperatura, teor de umidade e propriedades químicas, por exemplo, influenciam
diretamente, para isso a Associação Brasileira De Normas Técnicas (2009) detalha
nos requisitos gerais:

Os agregados devem ser compostos por grãos de minerais duros,


compactos, estáveis, duráveis e limpos, e não devem conter
substâncias de natureza e em quantidade que possam afetar a
hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção a armadura
contra a corrosão, a durabilidade ou, quando for requerido, o aspecto
visual externo do concreto. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2009, p.4).

À vista disso, o uso adequado dos agregados é fundamental para se ter uma
estrutura com bom desempenho, estes devem receber importância assim como o
cimento, pois o uso incorreto dos mesmos pode deteriorar o concreto diminuindo
sua resistência ou causando patologias como fissuras e imperfeições. Agregados
cobertos por materiais finos, por exemplo, dificultam a coesão entre a pasta
cimentícia e os agregados exigindo mais água para a hidratação e
consequentemente reduzindo a resistência final.

Os agregados recebem de diversos autores e normas como Neville (2016), Mehta e


Monteiro (1994), Associação Brasileira de Normas Técnicas (2009 e 2011) várias
classificações devido ao tamanho, peso específico e origem, ainda assim as
classificações mais conhecidas são devido ao tamanho sendo elas: agregados
graúdos e agregados miúdos.

AGREGADOS GRAÚDOS

Ribeiro, Pinto e Starling (2006) dividem os agregados graúdos em dois grandes


grupos: os naturais e os artificiais. O primeiro diz respeito aos pedregulhos
encontrados na natureza geralmente fragmentos de rochas ocasionados por ações
naturais do meio ambiente; e o segundo são rochas de calcário, gnaisse ou granito
que precisam ser fragmentadas por maquinários. Outra classificação importante
apresentada pelos autores está relacionada à dimensão das britas conforme a
tabela abaixo:
Tabela 1 – Classificação das britas quanto à dimensão dos grãos

Classificação Peneiras normalizadas Utilização


Brita 0 4,8 - 9,5 mm
Brita 1 9,5 – 19,0 mm Concreto convencional
Brita 2 19,0 – 25,0 mm
Brita 3 25,0 – 38 mm Concreto massa
Brita 4 38,0 – 64,0 mm
Pedra de mão > 76 mm Fundação
Fonte: RIBEIRO, C.C., PINTO, J.J., & STARLING, T. (2006).

A Associação Brasileira De Normas Técnicas (2011) normatiza como sendo


agregado graúdo a pedra britada em que seus grãos tenham entre 75mm à
4,75mm. Posto isto, a última classificação da tabela 1 não se refere mais a um
agregado graúdo. Com esses respaldos pode-se atribuir a ideia de Mehta e
Monteiro (1994) quando denominam agregados graúdos como sendo os
pedregulhos vindos da fragmentação das rochas, sendo está ocasionada
naturalmente ou de forma mecânica.

Quaresma (2009), diz que:

Brita é um termo utilizado para denominar fragmentos de rochas


duras, originários de processos de beneficiamento (britagem e
peneiramento) de blocos maiores, extraídos de maciços rochosos
(granito, gnaisse, basalto, calcário) com auxílio de explosivos.
(QUARESMA, 2009, p.3)

Ainda de acordo com ele, como as rochas são recursos em abundância em nosso
país é comum encontrarmos pedreiras próximas de seus locais de comercialização,
ou seja, próximas as cidades, pois, assim apesar de trazerem um aspecto visual
ruim deixam o produto com preço mais acessível devido ao fato de não precisarem
transportar para locais distantes.

Conforme estudos históricos sobre a quantidade anual de brita utilizada para


concreto na construção civil, foi previsto por Quaresma (2009) que para o ano de
2030 seja produzido e consumido entre 324 a 689 milhões de toneladas
considerando as piores e melhores situações que o país possa estar passando.
As britas VSI recebem esse nome, pois passam por um processo de britagem no
Britador de Impacto de Eixo Vertical VSI que contribui para manter um padrão de
faixa granulométrica e formato granular cúbico das britas.

Quadro 3 – Principais Segmentos de Consumo de Brita.


SEGMENTO PARTICIPAÇÃO (%)
Concreteira 32
Construtora 24
Pré-fabricados 14
Revendedor 10
Usina de Asfalto 9
Órgão público 7
Outros 4
Fonte: ANEPAC, 2001.

AGREGADOS MIÚDOS

Sabe-se que a areia é um material utilizado em grande proporção no mundo, para a


fabricação de vidros e cerâmicas, tratamento de água e principalmente na
construção civil. Segundo o Sumário Mineral (2016) no ano de 2015 349.087.558
toneladas de areia foram produzidas no Brasil apenas para a construção civil, esse
alto consumo se deve ao fato de que ela está presente desde o preparo do concreto
e fabricação de tijolos até em pinturas para formação de texturas.

Apesar desse alto consumo segundo o relatório técnico de Quaresma (2009) é difícil
conseguir realizar previsões confiáveis de produção e consumo de areia, pois há
muitos fatores que influenciam no seu consumo e diversas empresas de agregados
em todo o país. Mas assim como foi realizado com a brita, utilizou se como base o
consumo de cimento para o levantamento de consumo de areia em 2030, sendo
este estimado em média entre 524 a 827 milhões de toneladas.

A Associação Brasileira De Normas Técnicas (2009) define que as areias são:


“agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e
ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm”. E Bauer (2015)
especifica como sendo grãos principalmente de quartzos entre 0,06mm a 2,00 mm
de diâmetro derivados da fragmentação de rochas.
Quaresma (2009) explica que a areia pode ser vista na forma consolidada ou
inconsolidada sendo a segunda a areia não coesa como comumente vemos no dia a
dia pode ser encontrada em leito de rios ou em dunas litorâneas. E a areia
consolidada, isto é, a areia coesa é encontrada em arenitos ou quartzitos.

Com tais fundamentações entende-se que as areias são pequenos grãos de rochas
formados principalmente por partículas de quartzos e que por motivos como vento,
chuva, erosão, entre outros foram fragmentadas.

Além dessas características predominantes a areia também é classificada em


quatro grandes grupos de acordo com a sua granulometria, como podemos
visualizar na tabela de Silva (2017)

Peneira ABNT Percentagem, em massa, retida acumulada na peneira


(mm) Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4
Fina Média Fina Média Grossa Grossa
9,5 0 0 0 0
6,3 0a3 0a7 0a7 0a7
4,8 0a5 0 a 10 0 a 11 0 a 12
2,4 0a5 0 a 15 0 a 25 5 a 40
1,2 0 a 10 0 a 25 10 a 45 30 a 70
0,6 0 a 20 21 a 40 41 a 65 66 a 85
0,3 50 a 85 60 a 88 70 a 92 80 a 95
0,15 85 a 100 90 a 100 90 a 100 90 a 100

Observando a tabela acima, podemos dizer que a areia fina em sua maior parte é
formada por grãos menores que 0,6mm e maiores que 0,3mm. A areia média fina
também é composta por grãos com essas medidas, porém começa se a ter uma
porcentagem significativa de grãos entre a 1,2mm e 0,6mm. Já as areias
classificadas como média grossa começam a ficar retidas na peneira de 1,2mm
sendo assim alguns de seus grãos tem granulometria maior que a malha de
abertura dessa peneira. Por fim a areia denominada grossa é formada
principalmente por grãos entre 4,8 e 1,2mm podendo ter também grãos com
medidas menores.
A extração do agregado miúdo pode ser feita de formas e de locais diferentes,
algumas delas são:

Extração de leito de rios: de acordo o Quaresma (2009) 70% da areia do Brasil é


produzida nos leitos de rios, sendo que Almeida e Silva (2005) relatam que 90% da
areia são removidas por esse modelo e Bauer (2015) explica que neste caso a
extração é realizada por uma draga de sucção, que puxa água com areia dos rios e
depois bombeia para as margens ou lagoas de decantação onde é feito a separação
granulométrica do material. Porém ainda de acordo com Quaresma (2009) esse
transporte do minério pode ser realizado de duas formas, sendo que na primeira há
uma draga semi-estacionária flutuante que realiza a sucção da areia com água dos
rios e manda por meio de tubulações, já na segunda forma a draga fica dentro de
um barco que vai até um ponto especifico do rio, succiona a areia com água para
dentro do barco retornando ao porto onde uma draga estacionária retira a areia de
dentro do barco.

Neville (2016) informa que essa categoria de areia geralmente tem dimensões entre
70 µm e 60 µm, sendo que para os materiais abaixo dessas dimensões é
denominado silte.

Extração de cavas secas: cavas são depósitos/buracos sedimentares nos quais a


areia é geralmente extraída por meio do desmonte hidráulico, processo em que são
molhados com jatos de água o minério e este escorre até a parte inferior dos
taludes, seguidamente será retirado por dragas de sucção e destinado para
tratamento e separação dos materiais (CHUCHIERATO 2000). O relatório técnico
31 Quaresma (2009) informa que o baixo custo e pouco investimento nesse
processo quando comparado a outros é uma vantagem, além de também promover
maior desagregação das partículas do minério contribuindo para o processo de
peneiramento futuro. Mas, por outro lado há algumas desvantagens sendo uma das
principais o alto consumo de água

De britagem: conhecida como areia usinada o próprio nome já revela está areia vem
dos processos de britagem que acontecem nas pedreiras. Essas areias geralmente
são encontradas quando é realizado o processo de lavagem das britas. De acordo
com Ohashi (2018) a substituição do uso de areias naturais vindas de leitos de rios
ou de cavas pelas areias de britagem pode não apenas reduzir impactos
ambientais, mas também favorecer a economia e a tecnologia.

Utilização de agregados graúdos com alto teor de pulverulentos em concreto

Observou-se nos últimos anos o intenso aproveitamento dos finos com a introdução
de britadores VSI (Vertical Shaft Impactor – Impactadores de Eixo Vertical) para
produção de areia artificial.

ILANGOVANA, MAHENDRANA E NAGAMANIB (2008) em estudos apontam que


em uma amostra de areia natural em média 6% é material pulverulento já em uma
amostra de poeira de pedra essa porcentagem multiplica para 12%.

E Sukesh et. al. 2013, página 256 e 257 analisando e comparando as propriedades
físicas da areia natural e da poeira de brita apresenta a diferença granulométrica de
ambos agragados realizando o procedimento da IS 2386 (Parte I) - apresentado nos
seguintes gráficos:
Esse procedimento é realizado através do peneiramento de uma amostra de 2kg do
agregado que é peneirado por 15 minutos em peneiras de 4,75mm, 2,36mm,
1,18mm, 600 µ, 300 µ e 150 µ nesta sequência.

Outra análise realizada por Sukesh et. al. (2013), é em relação a trabalhabilidade do
concreto com substituições parciais da areia natural pela poeira de pedra, sendo
que conforme aumenta-se a substituição diminui a trabalhabilidade que é
fundamental para a resistência e aparência do material.

O pó de pedreira “É utilizado para diversas atividades na indústria da construção,


como construção de estradas, fabricação de materiais de construção, tijolos, telhas
e blocos de autoclave.” (LOHANI, et. al. 2020, p.02).

LOHANI, et. al, 2020 também realizou testes de substituição parcial no concreto da
areia pelo pó de pedra a temperaturas de 33°C e 53°C. As substituições foram de
M1-0%, M2-20%, M3-30%, M4-40% e M5-50%. E os testes de compressão foram
apresentados pelos seguintes gráficos:
Por meio dos gráficos acima podemos visualizar que com misturas contendo de 20
a 30% de pó de pedra a resistência a compressão se torna superior, mas quando
essa porcentagem aumenta a resistência diminui.

No ensaio de resistência a tração podemos observar que apenas a substituição de


20% de areia por pó de pedreira aumentou essa resistência:
Já ao contrário das resistências anteriores a resistência a flexão diminui para ambas
temperaturas com todas as porcentagens de substituição de areia por pó de pedra
utilizadas.
A porcentagem de absorção de água para os concretos com diferentes
porcentagens de pó de pedreira também foi analisada, sendo que para até 20% de
substituição por pó de pedra essa porcentagem diminui mas começa aumentar
significativamente com 30% de pó de pedra assim como podemos visualizar nos
seguintes gráficos.

Chandana Sukesh, Katakam Bala Krishna, P.Sri Lakshmi Sai Teja, S.Kanakambara
Rao. Partial Replacement of Sand with Quarry Dust in Concrete. International
Journal of Innovative Technology and Exploring Engineering (IJITEE) ISSN: 2278-
3075, Volume-2, Issue-6, May 2013.

Strength and durability properties of concrete containing quarry dust as fine


aggregate, R.Ilangovana, N.Mahendrana and K.Nagamanib, Pg.No. 20 to 26, ARPN
Journal of Engineering and Applied Science, Vol.3,No.5, October 2008.

QUARESMA, Luiz Felipe. Relatório Técnico 30: Perfil de brita para construção civil.
Ministério de Minas e Energia – MME. 2009. REVER

OHASHI, T. Areia de brita ganha espaço na construção civil. INFRAROI, 2018.


Disponível em: < http://infraroi.com.br/areia-de-brita-ganha-espaco-na-construcao-
civil/>.

De praias e dunas: como já abordado anteriormente e também de acordo com


Bauer (2015) essas areias não são utilizadas na construção civil devido ao seu alto
teor de cloreto de sódio que pode afetar de forma significativa as propriedades de
um bom concreto.

Agregados reciclados

De acordo com Angulo (2005, p. 01) metade dos resíduos sólidos urbanos do Brasil
são provenientes de construção e demolição, sendo 90% destes de origem mineral.
Devido a esse fato da construção civil consumir muito elemento natural e gerar
grandes quantidades de resíduos de construções e demolições que segundo o
Panorama da Abrelpe (2020) no ano 2019 foram coletadas em média 44,5 milhões
de toneladas, se torna econômico e sustentável a reutilização dos Resíduos de
Construção e Demolição (RCD) como agregados na composição do concreto.

Ainda de acordo com Ângulo (2005, p.6) os RCD são compostos por diferentes
materiais como plásticos, metais, papeis, madeiras, cerâmicas, concretos, tijolos,
entre outros materiais possíveis de serem encontrados em construções e
demolições. Destes materiais cerca de 90% são de origem mineral como, por
exemplo, as telhas, tijolos e concretos.

Sendo que os resíduos da construção civil são divididos em quatro categorias:


Classe A: a NBR 15116 de 2021 informa que estes são provenientes de
construções, demolições, reformas de pavimentação e infraestrutura, e resíduos de
pré-moldados, sendo estes materiais constituídos por cerâmica, concreto e
argamassa podendo reutilizá-los e/ou reciclá-los para o uso como agregados na
construção civil. Com isso, a Resolução Conama, n°307 (2002), regulamenta que os
agregados reciclados devem ser dessa classificação.

Classe B: plásticos, metais, vidros, papel, entre outros.

Classe C: materiais inviáveis economicamente para reutilização e/ou reciclagem,


por exemplo: gesso.

Classe D: resíduos de contruções, reformas e demolições, porém, perigosos ou


contaminados como: tintas, solvente, óleos, de instalações de clinicas radiológicas e
industriais.

Determinadas usinas brasileiras de reciclagem dos RCD classificam os mesmos


visualmente em dois tipos: os cinzas e os vermelhos. Sendo o primeiro composto
principalmente por cimento é usualmente empregado em calçadas, blocos de
concreto e mobiliário urbano, já o segundo formado em sua maior parte por
materiais cerâmicos é aproveitado em atividades de pavimentação. (Ângulo, et al.,
2002ª). O autor ainda aborda que caso no Brasil todo material de RCD mineral fosse
utilizado como agregado na construção civil, corresponderia em média de 16,2%
dos agregados. Contrário a normas de outros países no Brasil recomenda a
utilização de agregados reciclados em concretos de baixa resistência, atingindo no
máximo MPa.

H. Carasek et al. (2018) descreve que os agregados reciclados são usualmente


classificados visualmente segundo a sua composição e origem estando em
conformidade com a NBR 15116 de 2021, que aborda estes (agregados reciclados
miúdos e graúdos) como agregados de resíduos da classe A, divididos em três
categorias: agregado reciclado cimentício - ARCI, agregado reciclado de concreto -
ARCO e agregado reciclado misto - ARM, ou seja, são resultantes de demolições,
reformas, resíduos de processos de fabricação de peças construtivas e resíduos de
construções diversas.
Ainda de acordo com H. Carasek et al. (2018), apesar de existir classificações
desses materiais, pesquisas sobre a quantidade de material pulverulento presentes
nestes são frequentes, visto que estes materiais finos tem forte influência nas
características da argamassa e do concreto, portanto se torna importante a retirada
dos mesmos por meio da lavagem do RCD.

Devido a influências como a da quantidade de material pulverulento presente nos


agregados reciclados a NBR 15116 de 2021, informa que:

Quando o agregado reciclado for utilizado em compósitos ou


produtos com função estrutural, como concretos de cimento Portland,
artefatos pré-fabricados e argamassas com função estrutural é
indicado unicamente utilizar a subclasse ARCO. A substituição de
agregado natural por agregado reciclado, nesses casos, deve ser
limitada a 20% da massa de agregados totais. (NBR 15116, 2021.
p.9).

Quando os agregados reciclados forem utilizados em concretos de


cimento Portland destinados a usos não estruturais, artefatos pré-
fabricados sem função estrutural e argamassa de assentamento,
revestimento e contrapiso, é indicado utilizar as classes ARCO, ARCI
e ARM, em teores de substituição de até 100% da massa de
agregados naturais. (NBR 15116, 2021. p.9).

No entanto, para ambas formas de utilização a norma é clara que independente da


porcentagem de substituição dos agregados naturais pelos reciclados, estes devem
estar em conformidade com as especificações sendo uma delas referente ao teor de
material pulverulento. Então a norma menciona que para concretos protegidos de
desgaste superficial a quantidade limite de material fino (<0,075mm) presente nos
agregados reciclados é de 12% e em concretos submetidos a desgaste superficial é
de 10%.

Ao realizar ensaio de granulometria a laser H. Carasek et. al. (2018) verificou que os
agregados reciclados não apenas apresentam maior quantidade de material
pulverulento quando comparados a areia natural, mas também esses materiais finos
de agregados reciclados têm diâmetros inferiores comparados aos materiais finos
presentes na areia natural, sendo a granulometria dos finos da areia superior a 60
μm e os finos dos agregados reciclados inferiores a 10 μm.

Em estudo de materiais reciclados Ângulo (2005, p. 152) afirma que a massa


específica aparente, ou seja, a relação entre massa e volume dos agregados
reciclados e também a porosidade da pasta cimentícia influência no comportamento
mecânico do concreto, mais especificamente na resistência a compressão. Com
isso, se torna relevante lavar tais agregados em peneira 75 µm para que os
materiais finos sejam eliminados contribuindo para que a pasta envolva melhor os
agregados reciclados, contribuindo para uma resistência superior do produto final.

ADDIS (2010, p.128) descreve que o concreto é um material irreversível, sendo


assim seus componentes não podem ser separados. Devido a esse fato, este
material no quesito reciclagem é utilizado comumente de forma triturada em
preenchimentos, questões paisagísticas ou como agregado para novos concretos
geralmente com baixa resistência.

De acordo com ADDIS, 2005:

Agregados naturais são feitos a partir do corte de rochas em


pedreiras ou de cascalhos dragados do leito do mar.(...)

(...) Utilizar resíduos de materiais para substituir materiais naturais


leva a uma redução na procura de recursos não renováveis, bem
como no impacto ambiental da exploração de pedreiras e de
atividades de processamento, incluindo o impacto dos veículos que
transportam as matérias-primas virgens (principalmente) do interior
ou litoral para as cidades. (ADDIS, 2005. p. 228-229).

Outros benefícios da utilização de agregados reciclados segundo o autor são:


menor custo, menor impacto ambiental, utilização local evitando ter que transportar
o produto para lugares de longa distância e além disso, os materiais não precisaram
ser destinados a aterros.

Não é recomendado a utilização de agregados de concreto reciclado em locais nos


quais o concreto ficará muito visível pois, é mais complicado de se atingir texturas
homogêneas com estes agregados.

No livro reuso de materiais e elementos de construção fala sobre a resistência a


compressão, rigidez, durabilidade e trabalhabilidade do concreto feito com
agregados novos e reciclados, (substituindo 20% e 100%). Página 232

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados


reciclados para uso e argamassas e concretos de cimento Portland – Requisistos e
métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.

ABRELPE, “Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2013”, , ac. 17/12/2016.


H. CARASEK et. al. Estudo e avaliação de agregados reciclados de resíduo de
construção e demolição para argamassas de assentamento e de revestimento.
Goiás, 2018.

ÂNGULO, S. C. et. al. Desenvolvimento de novos mercados para a reciclagem


massiva de RCD. In: SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A
RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 5, 2002, São Paulo. Anais: São Paulo:
IBRACON/IPEN. 2002a. P. 293-307.

ÂNGULO, Sérgio Cirelli. Caracterização de agregados de resíduos de construção e


demolição reciclados e a influência de suas características no comportamento de
concretos. / S.C. Ângulo. - São Paulo , 2005.

Material pulverulento

Denominado como partículas pela NBR 9935:2011, esses passam pela peneira com
abertura de malha de 75 µm e podem ter propriedade de solubilidade em água.
Esse material cobre os grãos dos agregados formando uma película e influencia nas
propriedades físicas e mecânicas quando aplicado no concreto.

Neville (2016) discorre que esses materiais podem ser substâncias deletérias como
impurezas películas e partículas. Materiais orgânicos são exemplos muito comuns
em agregados naturais, principalmente na areia, sendo que podem influenciar de
forma negativa ou não para o uso em concreto. Outros materiais como sais e argilas
também podem fazer parte dessa classificação.

Mendes e Junior destacam na revista Areia e Brita n°17 do ano de 2002 página 37
que: “a textura superficial do grão é responsável pela sua aderência à pasta de
cimento, influenciando diretamente a zona de contato entre estas duas fases”. Por
meio dessa fala, compreende-se que a rugosidade superficial dos grãos de areia
contribuem para a aderência com a pasta cimentícia, sendo o material pulverulento
um agente contrário a essa aderência visto que ele irá cobrir os grãos deixando os
mesmos com textura mais uniforme.

http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/recursos-construcao-
civil/#uso-na-constru%C3%A7%C3%A3o-civil
https://www.researchgate.net/publication/
328942079_Viabilidade_do_uso_de_areia_de_praia_aplicada_em_argamassas_de
_revestimento

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-23102015-183808/publico/
Cuchierato___Mestrado.pdf

MENDES, Kleber da Silva. JUNIOR, Marcelino Blasques. Areias: o uso de normas técnicas como
parâmetro de qualificação do produto. Revista Areia e Brita, n°17, 2002. ANEPAC.

Turbidímetro

PELLEGRINI, et. al. 2010 afirma que as medidas de turbidez mostram dados da
concentração de sedimentos em suspensão (CSS) dos fluídos.

TOMAZONI, J. C. et al. 2005 aborda que “A turbidez corresponde à redução da


transparência da água, ocasionada pelo material em suspensão, que reflete a luz,
dificultando a sua passagem pela solução”.

Slaets et. al., 2014 contribui afirmando que quando a luz é incidida na amostra e
passa diretamente é porque não tem materiais suspensos, já quando ela se depara
com materiais suspensos essa luz se espalha, sendo assim quanto mais luz for
espalhada maior será o valor da turbidez.

DIAS, C. B. et. al. (2019), diz que a turbidez é medida por meio da luz dispersada
por partículas presentes na água, portanto conforme as partículas retêm a luz maior
aumenta o valor da turbidez. Sendo que os principais compostos que causam a
turbidez na água são: argila, silte, matéria orgânica e algas.

PELLEGRINI, et. al. Calibração de turbidímetro para estimativa da concentração de


sedimento em suspenção em uma pequena bacia hidrográfica. XXXIII Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo. Uberlândia, Minas Gerais, 2010.
TOMAZONI, J. C. et al. Utilização de medidas de turbidez na quantificação da
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Utilização de resíduos de granito como material fino do concreto


Kefeng e Xincheng (1998) relataram que a resistência à compressão de concreto
incorporando a combinação de cinzas volantes e a escória de alto forno granulada
finamente moída é maior do que o do concreto individual
Misturas com maior quantidade de cinzas volantes ou escória apresentam menor
resistência, porém essa pode ser aumentada com a redução de água na mistura. No
entanto, uma baixa porcentagem de cinzas volantes podem ser benéficas
contribuindo para um bom desenvolvimento e uma elevada resistência inicial. (Haque
& Kayali, 1998).

Hence, it is expected that the incorporation of silica fume in concrete with fly ash and slag as a
partial replacement of cement could contribute the high strength concrete.

Consequentemente, este trabalho examinará as propriedades do concreto, variando


o pó de granito como uma substituição de areia no concreto que se originou de
unidades de granito triturado junto com misturas como sílica ativa, cinzas volantes,
escória de alto forno granulada moída e superplastificante como uma substituição
parcial de cimento.

O outro objetivo deste trabalho foi determinar em que condições o pó de granito em


combinação com sílica ativa, cinza volante e escória de alto forno granulada moída
e superplastificante aumentando a resistência do concreto quando estes são usados
como materiais de substituição parcial

10% cinza volante (As cinzas volantes melhoram consideravelmente o desempenho


da fase aglutinante e aumentam a ação de colagem com agregados e reforços.)

10% de escória de alto forno

1% superplastificante

Areia de rio e pó de granito


Mostra-se que a quantidade de partículas finas presentes no pó do granito é
consideravelmente maior quando comparada à areia do rio.

Neste estudo, a porcentagem de pó de granito adicionado em peso foi de 0, 25, 50,


75 e 100% em substituição à areia (agregados finos) utilizada no concreto.

Resistencia a compressão em 26°C e 38°C para os diferentes dias e proporções de


pó de granito

A resistência à compressão do GP25 é 2 a 9% maior que a do GP0 para todos os


dias de cura a temperaturas de 26oC e 38oC.

As demais misturas com pó de granito superior a 25% apresentaram menor


resistência à compressão do que a mistura com areia de rio (GP0).
Mostra-se também que a resistência à compressão aumenta com o aumento dos
dias de cura e diminui com o aumento da temperatura de cura para todas as
misturas.

Resultado do ensaio de tração para diferentes dias, temperaturas e porcentagem de


substituição de areia por pó de granito

Com o exposto na tabela acima, percebemos que quando o agregado fino (areia de
rio) é substituído em 25% por pó de granito na mistura de concreto a resistência a
tração aumenta para ambas temperaturas assim como o módulo de elasticidade,
contribuindo para que não ocorram deformações permanentes.

Os resultados do teste mostram claramente que o pó de granito como uma


substituição parcial da areia tem efeitos benéficos nas propriedades mecânicas do
concreto de alto desempenho. (Felix Kala e Partheeban 2010, p. 316).

De acordo com Felix Kala e Partheeban (2010) Água potável para ser ingerida é
adequada para misturar concreto, sendo que impurezas presentes na mesma
podem afetar o concreto influenciando no seu tempo de fixação, resistência,
encolhimento ou promovendo corrosão.

FELIXKALA, T. PARTHEEBAN, P. Granite powder concrete. Indian Journal of


Science and Technology - Vol. 3 No. 3 (Mar 2010).

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