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Síndrome do abdome agudo - Cólica

-Atinge 50% das enfermidades nos equinos;


-É o principal atendimento emergencial;
-Se ela não for tratada de maneira correta pode levar o animal a óbito.

Ela é uma soma de fatores que provocam a dor abdominal visceral. Os fatores
predisponentes estão relacionados a anatomia e fisiologia sendo eles a
impossibilidade de êmese, estenoses, mesentério e antigravitacional.

Para diagnosticar a cólica é necessário avaliar o histórico clínico do paciente e


realizar anamnese, para isso deve-se realizar as seguintes perguntas para o
proprietário.

Quanto tempo iniciou?


Como iniciou?
Outros episódios?
Cirurgia anterior?
Prenhez?
Alimentação?
Exercício?
Manejo?
Carrapaticida?
Vermifugação?
Mudança do tratador ou rotina?

Os sinais clínicos clássicos da cólica são: deita, rola, olha para o flanco, coice.
Outros sinais clínicos que devem ser avaliados são: apetite, urina, dor (leve,
moderada, severa, se é contínua ou intermitente), água, defecação e se foi
administrado algum tipo de medicamento.

Diagnóstico

-O diagnóstico inicia-se pela sondagem nasogástrica;

-Auscultação dos quadrantes:


1 Quadrante Superior esquerdo (Intestino delgado e Cólon menor);
2 Quadrante Inferior esquerdo (Cólon maior e Flexura pélvica);
3 Quadrante Superior direito (Ceco, Válvula Ileocecal e Ceco cólica);
4 Quadrante Inferior direito (Cólon maior);

-Auscultação cardíaca;
-Auscultação Respiratória;
-Palpação transretal;
-Paracentese;
-Mucosa.
ESTÔMAGO

Sobrecarga gástrica

Etiopatogenia:

Primária: quantidade de concentrado, temperatura ambiental, exercício e


mastigação.
Secundária: refluxo nasogástrico.

Sintomatologia:

Surge de forma aguda, dor moderada a intensa (dependendo do tamanho da


distensão do estômago), quanto mais alimento tiver no estômago maior será a dor e
apresenta sudorese. Por mais que o estômago distenda a silhueta abdominal não
aumenta, diminui a motilidade reduz passagem de gás aumenta a distensão com
distensão de colón maior aumenta a silhueta abdominal.

Diagnóstico:

-Aumento de FC e FR, mucosas normais – congestas, desidratação tardia;


-Aumento de sudorese, diminui a ingestão de água e alimento;
-Inicia com ausência de motilidade em Intestino Grosso (abolição do reflexo
gastrocólico);
-Em casos avançadas ocorre ausência de motilidade em Intestino Delgado;
-Na sondagem nasogástrica o conteúdo é amarelado;
-Palpação transretal encontra-se normal.
-Pode ocorrer timpanismo de intestino grosso.
-Paracentese abdominal não encontra nada.

Tratamento:

Sondagem Nasogástrica

Compactação Gástrica

Etiopatogenia:

Pode ocorrer em qualquer segmento

Primária: pela baixa qualidade da fibra (baixo teor de água, feno passado do ponto e
a privação de água é a causa principal).
Secundária: disfunção pilórica, a disfunção não encontra-se no estômago, mas sim
na válvula que liga o estômago ao intestino delgado, isso causa dificuldade em
espessamento do piloro ou hipercontração de piloro dificultando o esvaziamento
gástrico.

Sintomatologia:
Surgimento crônico, dor aguda de moderada a intensa, sudorese, fezes ressecadas
e como efeito acontece compactação de estômago e compactação de cólon
maior,se ocorrer melhora brusca pode estar associada a ruptura sem sinais de
desidratação visíveis, FC e FR aumentadas e hipomotilidade.

Intestino delgado

Etiopatogenia:

É uma causa neurológica ocasionado por estresse, manejo alimentar, alimentação


deteriorada, parasitoses normalmente em potros (theileria e babesia) a partir da
parasitose o animal começa a ter diarreia e logo após espasmos e excesso de
contração.

Sintomatologia:

-Dor súbita e intermitente


-Moderada a intensa de acordo com a porção que estiver com espasmos
-Fome-dor
-Defecação e gasses frequentes → Diarreia

Diagnóstico:

-Hipermotilidade na auscultação
-Sondagem não apresenta nada
-Palpação não apresenta nada
-Paracentese apresenta discreta proteinemia

Tratamento:

Drogas espasmolíticas *escopolaminas

Duodeno Jejunite proximal Enterite anterior

Etiopatogenia:

Sem descarga de íleo cecal, não tem uma causa certa.

Sintomatologia:

-Dor súbita severa e contínua;


-Depressão após 12 a 24 horas após o início dos sintomas
-Refluxo enterogástrico, havendo alcalose hipoclorêmica → cabeça baixa, lábios
caídos, pálpebras não fechadas por completo.

Diagnóstico:
-Desidratação + endotoxemia;
-FC + de 100 bpm pela dor severa e desidratação → extremidades frias;
-Pulso deteriorado;
-Mucosas congestas e endotóxica;
-Auscultação intestinal: hipomotilidade → parada completa;
-Dor na palpação transretal;
-Sondagem: refluxo enterogástrico persistente com muito volume (inflamação e
deterioração da alça), o conteúdo da sondagem pode ser marrom, marrom
avermelhado, sanguinolento (grave)
-Palpação transretal: pouco ou nada de fezes, intestino delgado impalpável,
distendido e doloroso;
-Paracentese abdominal: dependendo do conteúdo vai ser a gravidade da lesão

Tratamento:

-Sintomático
-Mantém a sondagem
-Fluidoterapia
-Analgesico
-Antitóxico
-Antibiótico

Compactação de íleo

Etiopatogenia:

Diminui o caminho que passa o alimento, hipertrofia do íleo.

Sintomatologia:

depende do grau de compactação.

Diagnóstico:

- FC e FR aumentados, mucosa normal, desidratação de acordo com a gravidade;


-Na auscultação à presença da diminuição ou ausência de descarga íleo cecal
-Na sondagem:dependendo da gravidade pode ter refluxo
-Na palpação retal o intestino delgado é palpável, quanto mais obstruído, maior
-Na paracentese não apresenta nada.

Tratamento:

-Analgesia;
-Fluidoterapia;
-Laparotomia-massagem;
-Ressecção em hipertrofia.

INTESTINO GROSSO

Compactação de ceco
-Dor moderada a ausente;
-Avaliação dificultosa
-Tem produção fecal
-Palpação transretal: ceco mais preso;
-Diagnóstico: precoce, podendo precisar de tratamento cirurgico.

Compactação do Cólon maior

-Ocorre na flexura pélvica ou no cólon transverso;


-Massa ventral esquerda;
-Ocorre timpanismo cecal → processos fermentativos no entanto o gás não atinge a
passagem o que causa timpanismo cecal secundário;
-Fezes: ressecadas + muco
-Sons intestinais reduzidos ou ausentes

Compactação de Cólon menor

-Na palpação transretal é característica:


-Inexistência de timpanismo cecal;
-Timpanismo de colón maior pode ocorrer tardiamente;
-Pequenas áreas (tratamento é clínico);
-Grandes áreas (tratamento é cirúrgico).

Diagnóstico:

-Dor moderada-intermitente;
-FC 40-60 bpm;
-Motilidade bem reduzida;
-Borborigmos episódios de dor;
-Poucas fezes, ressecadas e com muco.

Tratamento:
-Hidratação;
-Lubrificação- Óleo mineral, Vaselina 5-10ml/kg BID, Sulfato de Magnésio 0,5-1g/kg;
-Controle da dor;
*Espasmolítico alfa2.

Aluno: Bruno Lemos

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