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Aulão CONSTITUCIONAL

PARA PROVA MPF – PROF. NINA


@ADVOGADANINA
A Classificação das Constituições
• Quanto à origem: será outorgada quando imposta por um ditador ou um grupo de pessoas, sem a participação
do povo (caso da Constituição brasileira de 1824); considera-se democrática (promulgada) quando elaborada
com participação popular, na forma da democracia direta (plebiscito ou referendo) ou de democracia
representativa, em que o povo escolhe os seus representantes – Assembleia Constituinte – e estes elaboram a
Constituição.
• Quanto à forma: será escrita (ou instrumental) quando formalizada por um órgão específico para o
desempenho dessa tarefa, sendo codificada num documento escrito, único e solene; considera-se não escrita as
normas constitucionais não elaboradas em momento determinado e específico, tampouco estão codificada em
documento único: são baseadas nos costumes, na jurisprudência (decisões dos tribunais), nas convenções.
• Quanto à estabilidade: será imutável quando não puder sofrer modificações em seu texto; considera-se rígida
quando exige um processo especial para modificação de seu texto, mais difícil do que o processo de elaboração
das demais leis do ordenamento; entende-se como flexível quando permite modificação em seu texto pelo
mesmo processo legislativo de alteração das demais leis; e, por fim, semirrígida se exige um processo mais
complexo para a alteração de parte de seus dispositivos, mas permite a mudança de certos dispositivos por
procedimento simples.
• Quanto ao conteúdo: será material (ou substancial) quando for o conjunto de normas constitucionais escritas
ou costumeiras (regras elaboradas pelas práticas reiteradas de conduta social), inseridas ou não num documento
escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais, não admitido
como constitucional qualquer outra matéria que não tenha conteúdo essencialmente constitucional; e, formal
(procedimental) sendo o conjunto de normas escritas, hierarquicamente superior ao conjunto de leis comuns,
independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando na Constituição, é formalmente constitucional –
é o documento escrito e solene oriundo da manifestação do constituinte originário.
• Constituição Federal Brasileira de 1988 é classificada como: Promulgada,
Escrita, Rígida e Formal.
Forma de Estado da Constituição Brasileira
• Federação A Federação Brasileira é a forma mais íntima, perpétua e
indissolúvel, que passa a constituir uma só pessoa de direito público.
É formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito
Federal. Dessa formação surge a também a União. Isso porque, em
um Estado federado, há repartição territorial do poder, gerando
vários entes autônomos (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal).
A forma federativa possui quatro
características básicas
• Descentralização política: em sua organização política, a República Federativa é
formada pela União (ente central) e pelos Estados, Distrito Federal e Municípios
(entes descentralizados).
• Autonomia dos entes federativos: capacidade de autogoverno (o povo do
respectivo ente federado escolhe os seus representantes);
• Capacidade de autoadministração (há uma repartição de competências
administrativas); capacidade de auto-organização (cada ente federado tem a
liberdade, dentro dos limites constitucionais, de estabelecer a própria estrutura
por meio de constituições estaduais e leis orgânicas; capacidade legislativa (cada
ente federado tem poder para elaborar as próprias leis, dentro das regras de
“repartição de competências” estabelecidas na CF).
• Não se admite o direito de separação ou secessão. Um estado-membro não
pode desligar-se dos demais entes federados. Existência de um órgão legislativo
que represente os estados-membros na União. No caso, o Senado Federal, que
representa os Estados e o Distrito Federal.
Regime Político da Constituição Brasileira:
Democracia (República)
• A forma de governo tem como finalidade organizar politicamente um
Estado, portanto são características básicas (Fábio Tavares Sobreira, 2014):
• Representatividade: o povo escolhe seus representantes;
• Eletividade: a escolha é feita através de voto, de eleições;
• Periodicidade: o representante exerce mandato temporário (4 anos);
• Responsabilidade: dever de probidade administrativa;
• Soberania Popular: o poder emana do povo e por ele é exercido

• No Brasil, adota-se a democracia semidireta.


Princípios Fundamentais – Artigo 1º da
Constituição
• A soberania;
• A cidadania;
• A dignidade da pessoa humana;
• Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
• O pluralismo político.
Conclui-se que os fundamentos da República Federativa do Brasil são normas
de eficácia plena, ou seja, são aquelas que não necessitam de nenhuma
integração legislativa infraconstitucional, pois são dotadas de todos os
elementos necessários à sua imediata e integral aplicação. Produzem todos
os efeitos essenciais desde a entrada em vigor da Constituição.
Separação dos Poderes: Artigo 2º da
Constituição
• A regra é indelegabilidade de funções de um Poder para o outro.
Quando admite a delegação, a Constituição Federal o faz de forma
expressa, a exemplo do artigo 68 (leis delegadas).
Objetivos fundamentais: Artigo 3º da
Constituição
• Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Garantir o desenvolvimento nacional;
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
• Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Direitos e Garantias Fundamentais: Artigo 5º
da Constituição
• Os direitos fundamentais correspondem aos dispositivos de conteúdo
declaratório que têm por fim o reconhecimento da existência do
direito nele exprimido. As garantias fundamentais, por outro lado,
são os mecanismos de efetivação dos direitos individuais (caráter
instrumental), possuindo conteúdo assecuratório. As garantias
abrangem os remédios constitucionais (Habeas Corpus, Habeas Data,
Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular), mas
não se exaurem neles.
As características dos Direitos e Garantias
Fundamentais
• Universalidade: destinam-se a todos, independentemente da condição
econômica ou social;
• Historicidade: resultam de uma evolução cultural da humanidade;
• Limitabilidade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, pois
encontram limites em outros direitos;
• Irrenunciabilidade: não se admite a renúncia a direitos fundamentais;
• Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser negociados.
• Em todo o rol previsto no artigo 5º da CF, estão inseridos princípio da
igualdade, princípio da legalidade, proibição à tortura, liberdade de
pensamento, proibição da censura, inviolabilidade da intimidade, da vida
privada, da honra e da imagem, sigilo das comunicações, liberdade de
profissão, direito ao acesso à informação, liberdade de locomoção, liberdade
de associação, direito de propriedade, direito do consumidor, extradição,
assistência jurídica, entre outros.
MP NA CONSTITUIÇÃO (arts. 127 a 130 da CF/88)
• O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Princípios institucionais do Ministério Público:


• a unidade: Deve existir apenas um chefe e a divisão apenas funcional.
Lembrar que a unidade é verificada em cada órgão (MPF e MPs estaduais,
por exemplo).
• a indivisibilidade: um membro do MP pode substituir outro, porquanto
quem pratica os atos é a instituição Ministério Público.
• a independência funcional: os membros do MP têm autonomia de
convicção, não se submetendo ao poder hierárquico nos seus procedimentos
fins do seu mister. No entanto, haverá hierarquia administrativa.
Garantias dos membros do Ministério
Público:
I – vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o
cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante
decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto na
Constituição.
Jurisprudência
• Info. 955 do STF: O Ministério Público tem legitimidade para a
propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais
relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). STF.
Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
9/10/2019 (repercussão geral – Tema 850) (Info 955).
• Info. 907 do STF: É constitucional dispositivo da Constituição Estadual que
assegura ao Ministério Público autonomia financeira e a iniciativa ao
Procurador-Geral de Justiça para propor ao Poder Legislativo a criação e a
extinção dos cargos e serviços auxiliares e a fixação dos vencimentos dos
membros e dos servidores de seus órgãos auxiliares. Também é
constitucional a previsão de que o Ministério Público elaborará a sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos pela LDO. STF.
Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info
907). [2]
O MPF E A CONSTITUIÇÃO
• O Ministério Público Federal, conforme estabelecido no art. 37 da Lei
Complementar 75/1993, exerce suas funções nas causas de
competência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais, e dos
Tribunais e Juízes Eleitorais e ainda nas causas de competência de
quaisquer juízes e tribunais, para amparo dos direitos e interesses
dos índios e das populações indígenas, do meio ambiente, de bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico,
integrantes do patrimônio nacional.
MPF E A CONSTITUIÇÃO
• Dispõe ainda a referida lei que a chefia do Ministério Público Federal caberá ao
Procurador-Geral da República, e este designará, dentre os Subprocuradores-Gerais
da República e mediante prévia aprovação do nome pelo Conselho Superior, o
Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, para exercer as funções do ofício pelo
prazo de 02 (dois) anos, permitida uma recondução, procedida de nova decisão do
Conselho.
• Para exercer suas funções institucionais previstas na Constituição Federal, bem como
na supracitada Lei Complementar, o Ministério Público Federal poderá atuar
judicialmente, seja como fiscal da ordem jurídica ou como parte, na área cível,
defendendo interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, por meio de
Ação Civil Pública, Ação Civil Coletiva e Ação de Improbidade Administrativa, e na
área criminal, promovendo a Ação Penal Pública, de acordo com a Competência da
Justiça Federal (art. 109 da CF), e ainda realizando o controle externo da atividade
policial, garantindo o aprimoramento da persecução penal.
• A atuação ainda poderá se dar extrajudicialmente, por meio de medidas
administrativas, como recomendações, inquérito civil público, audiências públicas e
termo de ajustamento de conduta (TAC).
MPF E A CONSTITUIÇÃO
• Ainda no âmbito do Ministério Público Federal, existem os Núcleos de
Apoio Operacional (NAOP) e as Câmara de Coordenação e Revisão
(CCR), órgãos setoriais de coordenação, de integração e de revisão
do exercício funcional dos membros da instituição, sendo
organizadas por função ou por matéria e suas competências
encontram-se elencadas no art. 62 da Lei Complementar 75/1993.
Da Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão
• À Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão incumbe
precipuamente o múnus de ombudsman em âmbito nacional,
incumbindo-lhe a função de “zelar pelo efetivo respeito dos poderes
públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia”, conforme art. 129, II, da Constituição
Federal de 1988.

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