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AULA
PROF. JOAGDA REZENDE ABIB
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que estão inseridos.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
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emissão de conceitos.
GESTÃO DE SALA DE AULA
PROF. JOAGDA REZENDE ABIB
SUMÁRIO
AULA 03 AVALIAÇÕES 12
INTRODUÇÃO
A sala de aula, como qualquer outro ambiente de trabalho, necessita de gestão. Nesse
ambiente, o papel de gestor cabe ao professor. Ele precisa, portanto, saber como desempenhá-
lo da melhor maneira possível, de modo a manter um ambiente organizado, harmonioso e que
possibilite o bom andamento das aulas e uma aprendizagem de qualidade para seus alunos.
Para que isso ocorra, é necessário que a preocupação do professor vá além do conteúdo,
pois, além de fazer com que seus alunos aprendam aquilo que é proposto, é preciso que ele
tenha consciência de que é necessário também que ele exerça outras funções.
O professor precisa se atentar a questões de disciplina, ética, saber lidar com a diversidade
em sala de aula e atuar diante de problemas que são comuns dentro do ambiente escolar.
Além disso, pensando na questão do processo de ensino-aprendizagem no cenário atual,
precisamos ter em mente que o modelo tradicional de ensino, aquele em que o professor
apenas expõe conteúdos para seus alunos, sendo o protagonista em sala de aula, precisa
ser revisto. Não que o professor não possa mais expor conteúdos para seus alunos, mas
é necessário conhecer novas metodologias e usá-las para um ensino melhor, que se torne
mais prazeroso, interessante e desafiador para quem está aprendendo.
Existem, hoje, metodologias ativas, que colocam o aluno como protagonista de sua
aprendizagem, e essas metodologias dão uma nova cara ao ensino, fazendo com que os
alunos se sintam desafiados, motivados e mais interessados pelo conteúdo.
O professor precisa, portanto, se atentar a todas essas questões, desde o planejamento
de sua aula até a maneira como lidar com situações de indisciplina, com o bullying, com a
diversidade e como agir eticamente em sala de aula.
Veremos, pois, nesta disciplina, alguns desses pontos que são de extrema importância
para que haja uma boa gestão de sala de aula.
Espero que o estudo seja proveitoso e que os ajude, quando estiverem em sala de aula, a
lidar com seus alunos da melhor maneira possível e a realizar uma boa gestão. Procurarei
oferecer a vocês bastantes exemplos das minhas vivências como professora.
Sejam bem-vindos à disciplina de Gestão de Sala de Aula!
Bons Estudos!!!
AULA 1
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Você, alguma vez, ao aprender algo novo, pensou que aquilo se relacionava a algo que
você já sabia, mas nunca tinha entendido para que servia? Isso acontece conosco muitas
vezes. Pensamos: “Ah, agora aquilo faz sentido!”. Pois é. Isso está relacionado à Aprendizagem
Significativa, tema desta aula.
Em sua obra The Psychology of MeaninGful Verbal Learning, escrita em 1963, David Ausubel
propôs a teoria da Aprendizagem Significativa. Trata-se de uma teoria que se baseia na
relação estabelecida entre um novo conhecimento e os conhecimentos prévios do indivíduo,
ou seja, a relação entre aquilo que se aprende com aquilo que já se sabe.
De acordo com Moreira (2012),
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/aprendizagem-significativa/
Quando relacionamos o novo àquilo que já sabemos, esses conhecimentos prévios passam
a ter para nós outros significados e se tornam cognitivamente mais estáveis. É como se,
muitas vezes, pudéssemos entender para que serve aquilo que aprendemos anteriormente.
As coisas passam a fazer mais sentido para nós.
Segundo Moreira (2102), pode ser que um conhecimento prévio nunca venha a ser utilizado
para a aquisição de novos conhecimentos e pode acontecer também de um conhecimento
diminuir devido ao fato de não ser utilizado. O autor afirma que esse esquecimento é normal
e que aquilo que se esqueceu pode ser reaprendido rapidamente, caso a aprendizagem tenha
sido significativa.
De acordo com Moreira (2012), existem duas condições para que a aprendizagem seja
significativa. A primeira é que o material seja potencialmente significativo e a segunda é que
o aprendiz deve querer aprender.
Por que o material não é significativo, mas potencialmente significativo? De acordo com
Moreira (2012), não é possível que o material seja significativo, ele apenas pode levar o
aluno a relacionar os novos conhecimentos a seus conhecimentos prévios, ou seja, ele tem
potencial para fazer isso. No entanto, ele será significativo ou não à medida que o aluno
tenha o conhecimento prévio para estabelecer relações e torná-lo significativo.
Como afirma Moreira (2012), a aprendizagem mecânica, que faz parte da nossa experiência
como alunos, faz com que, muitas vezes, decoremos alguma coisa sem ao menos saber
para que aquilo nos serve ou servirá. A Aprendizagem significativa se opõe a isso, fazendo
com que, diante das condições necessárias que foram aqui mencionadas, o aluno relacione
os novos conceitos àquilo que já sabe e que as coisas tomem sentido e sejam significativas
para ele.
AULA 2
O PROFESSOR FACILITADOR
As aulas expositivas devem dar lugar a aulas em que os alunos participem ativamente,
sendo protagonistas em seu processo de aprendizagem. Sabem aquelas aulas longas, em
que o professor apresenta um número enorme de slides e fala sem parar, do início ao fim?
Isso não é ser um professor facilitador. E aquele professor que enche a lousa de matéria e
pede para que seus alunos copiem tudo, para que depois ele explique e passe exercícios?
Ele também não é um professor facilitador. Existem ainda professores que, sabendo muito
sobre o conteúdo, chegam em sala de aula, colocam uma frase na lousa e falam sem parar
sobre conceitos e teorias, esperando que seus alunos consigam acompanhar e gravar todas
aquelas informações. Isso, definitivamente, não é ser um professor facilitador.
Para facilitar o processo de aprendizagem do aluno, o professor não precisa ser um
expert no conteúdo, mas saber como fazer com que o aluno o aprenda a aprender. O ideal,
certamente, é que o professor apresente essas duas características: domínio do conteúdo
e perfil facilitador. O ritmo da aula não deve ser imposto pelo professor. É necessário sentir
o ritmo dos alunos e segui-lo.
O conceito de professor facilitador se baseia na teoria do construtivismo, segundo a qual
o aluno deve construir seu próprio conhecimento com base em suas experiências. Sendo
assim, o professor deve ser um coadjuvante no processo de aprendizagem do aluno, apenas
direcionando-o e facilitando o processo de aprendizagem, como o próprio nome “professor
facilitador” sugere.
Fonte: https://sistemaggedeensino.medium.com/o-novo-papel-do-professor-na-educa%C3%A7%C3%A3o-moderna-a536a6a1e059
AULA 3
AVALIAÇÕES
Nós, como alunos, passamos por muitas avaliações ao longo de nossa vida escolar e,
com certeza, muitos de nós vivenciamos momentos difíceis, tensos e situações em que nos
sentimos injustiçados.
Fonte: http://b.programasemente.com.br/xiii-deu-branco/
Muitas vezes, o aluno sabe muito sobre um determinado conteúdo e acaba por não se
sair bem em uma prova, e isso pode acontecer por inúmeros fatores. O nervosismo pode
atrapalhar, pois podemos esquecer muita coisa quando estamos sob pressão. Às vezes,
sabemos muito sobre muita coisa, mas o que é perguntado na prova é exatamente aquilo
que não sabíamos. Ocorre também de não estarmos em um bom dia e não termos um bom
rendimento. Enfim, todas essas situações podem fazer com que um aluno que estudou e
se esforçou não se saia bem em uma prova.
O processo de avaliação deve, portanto, levar em conta não apenas as provas bimestrais.
De acordo com as DCN’s, essa avaliação deve ser processual e formativa, ou seja, o aluno
deve ser avaliado durante todo o processo de aprendizagem. Seu desempenho não pode
ser medido apenas com questões propostas em uma avaliação ao final do bimestre. É
necessário ainda que elas sejam qualitativas e não quantitativas, pois o que vale é a qualidade
do processo avaliativo e não o número de questões ou o número de trabalhos e avaliações
que foram aplicadas aos alunos.
Fonte: https://petpedufba.wordpress.com/2015/11/09/avaliacao-da-aprendizagem/
Além disso, a avaliação deve servir como um norte para que o professor possa planejar
suas próximas estratégias de ensino, suas ações pedagógicas e para que possa interferir e
solucionar os problemas de aprendizagem que os alunos venham a apresentar. Conforme
consta nas DCN’s,
É preciso também que o professor tome cuidado com pré-julgamento que possa vir a
fazer a respeito dos alunos. Muitas vezes, por não acreditar na capacidade do aluno em
aprender, devido a fatores de ordem social, o professor acaba por “deixar esse aluno de
lado”. Isso pode fazer com que o aluno, diante da falta de incentivo por parte do professor,
acabe por também não acreditar em seu potencial e se sentir desmotivado, o que impacta
negativamente sua aprendizagem e seu rendimento.
É importante ressaltar que o processo avaliativo não serve apenas para avaliar o aluno.
Por meio dele, o professor pode jugar suas estratégias e abordagens, pois se em uma sala
muitos alunos apresentarem problemas com relação à aprendizagem, isso pode significar
que o professor deve repensar a forma como está ensinando seus alunos.
Além disso, as avaliações possibilitam que os alunos tenham ideia de seu progresso e,
também, de suas dificuldades.
Uma outra função do processo avaliativo é poder colocar os pais a par do rendimento
escolar de seus filhos.
É importante, portanto, que:
• A avaliação seja qualitativa, ou seja, que nós professores avaliemos se o aluno desenvolveu
as competências e habilidades esperadas, sem nos importarmos com a quantidade de
questões ou de avaliações;
• O professor deve avaliar para ensinar e não ensinar para avaliar, ou seja, com base nas
avaliações, o professor deve planejar os próximos passos de seu trabalho, avaliando não só
o rendimento e as dificuldades de seus alunos, mas também verificando se suas estratégias
como professor estão tendo bons resultados;
• A avaliação deve ser focada no processo e não nos resultados.
AULA 4
A DISCIPLINA EM SALA DE AULA
Todo professor, seja ele velho ou novo, mais rígido ou mais flexível, sério ou brincalhão,
certamente já teve, pelo menos uma vez em sua vida como docente, problemas relacionados
à disciplina dos alunos, ou melhor, à falta de disciplina deles. Um dos grandes desafios do
professor como gestor de uma sala de aula é, com certeza, manter a disciplina, ainda mais
quando se trabalha com crianças ou com adolescentes.
Fonte: https://www.professorideal.com/indisciplina/alunos-brasileiros-lideram-o-ranking-de-indisciplina-na-sala-de-aula/
Mas como podemos manter uma sala disciplinada, especialmente quando essa sala
está lotada. O que podemos fazer para manter a ordem, para fazer com que os alunos se
comportem, fiquem quietos quando necessário, que realizem as atividades propostas?
É claro que planejar uma aula que chame a atenção dos alunos, que desperte neles o
interesse é, sem sombra de dúvidas, uma arma poderosa. Os alunos tendem a ser mais
Rogers (2009) nos apresenta diferentes tipos de comportamento por parte do professor.
Ele cita, por exemplo, uma gestão vigilante demais, um comportamento excessivamente
vigilante ou ausência de vigilância, coisas que contribuem para a indisciplina dos alunos.
Na gestão vigilante demais, Rogers (2009) cita o caso de um aluno que não estava
realizando as atividades e, ao ser indagado pelo professor com relação ao fato de não
estar fazendo nada, disse que não o fazia porque estava sem caneta. E a partir daí passa a
haver um embate entre professor e aluno. O professor pede para que o aluno arrume uma
caneta e ele sai da sala à procura de uma. O professor, então, vai atrás do aluno e diz que a
caneta deveria ser arrumada em sala de aula. O aluno a pede a um colega e ironizando diz
ao professor que seu colega não quer emprestar. E assim a situação vai tomando proporções
enormes até que o aluno é mandado à diretoria. Nesse caso, o professor é extremamente
rígido e acaba criando um embate direto com o aluno que o desafia, ironiza, e isso acaba
fazendo com que algo simples se torne problemático.
Com relação ao comportamento extremamente vigilante, imaginemos que um aluno vai à
escola sem o uniforme e o professor começa a dar muita atenção a esse fato, interrompe sua
aula para chamar a atenção do aluno, diz a ele que não pode assistir à aula sem uniforme,
isso pode acabar tomando uma proporção muito grande. Não que o aluno não deva ser
conscientizado sobre seu erro, mas isso pode ser feito de outra maneira, como veremos
mais à frente.
Existe também a ausência de vigilância que, segundo Rogers (2009), ocorre quando o
professor não se importa. Segundo o autor, os alunos devem saber quais professores são
vigilantes e quais não são, e o professor deve se mostrar vigilante não de forma autoritária,
mas indagando o aluno sobre o regulamento da escola. Ao fazer perguntas ao aluno sobre o
regulamento, o professor deve esperar que ele responda e, caso isso não ocorra, o professor
deve então respondê-las, conscientizando e mostrando ao aluno que aquilo que ele fez vai
contra as regras de comportamento da escola. O autor afirma que é difícil fazer com que
os alunos se tornem conscientes quando alguns professores ignoram algumas questões.
Nós professores sabemos como é difícil exigir do aluno um comportamento adequado
quando muitos não se importam. Infelizmente, muitos professores acabam deixando as coisas
acontecerem sem dar atenção a isso, com o pensamento de que não conseguirão mudar
a situação ou fazer com que os alunos se comportem de maneira adequada. Isso dificulta
o trabalho daqueles professores que querem manter uma sala disciplinada e harmoniosa,
pois ao questionarmos ou repreendermos os alunos com relação a um mau comportamento,
é muito comum sermos comparados àquele professor que não se importa: “Mas fulano
não disse nada.” “Eu faço isso na aula do fulano e ele nunca disse nada.” Essas são frases
muito comuns de serem ditas por alunos ao serem repreendidos ou questionados sobre um
comportamento inadequado.
Para que haja uma vigilância tranquila por parte do professor, segundo Rogers (2009) é
necessário evitar perguntar ao aluno: “Por que você fez isso?”. O que o professor deve fazer
é perguntar: “Qual o regulamento da escola?” e, a partir daí, fazer com que o aluno reconheça
e assuma seu erro.
Rogers (2009) pontua que precisamos ser profissionais reflexivos, abertos a aprender e
refletir a respeito de nossas ações e a mudar quando julgarmos necessário e virmos que
isso pode nos ajudar na gestão da sala de aula. O autor aponta ainda que existem dois
comportamentos: o primário e o secundário. E, segundo ele, ao valorizar comportamentos
secundários, o professor só causará mais problemas, o que é desnecessário. Muitas vezes,
é preciso ignorar esses comportamentos.
No entanto, quando se tratar de atitudes graves, alguma atitude deve, sim, ser tomada
por parte do professor.
O professor deve manter a disciplina em sala de aula sem ser extremista, sem ser severo
demais, rude demais ou, contrariamente a isso, ser flexível demais e não se importar com
comportamentos inadequados por parte dos alunos.
Além disso, é importante pontuar que por mais difícil que seja, não podemos deixar nosso
estresse, nosso cansaço, nossos problemas, preocupações e, muitas vezes, insatisfações
nos afetem em sala de aula. Quando não estamos em um bom dia, em uma boa semana,
devemos ter o cuidado de não fazer com que isso nos torne intolerantes ao extremo com
comportamentos de nossos alunos.
Precisamos também ter consciência de que não podemos querer obrigar nossos alunos
a fazer nada. Não devemos forçá-los a nada. O ideal é que construamos boas relações,
pautadas no respeito mútuo, fazendo com que os alunos saibam de seus direitos e deveres,
sabendo corrigir na hora certa e da maneira certa, sem colocar o aluno em situações de
constrangimento perante seus colegas.
AULA 5
RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Ter uma boa relação com as pessoas é fundamental. Imagine você, em seu ambiente de
trabalho, tendo problemas com vários de seus colegas. Muitos de nós já passamos por isso
e sabemos que se trata de algo nada positivo. Um mau relacionamento com as pessoas que
nos cercam prejudica nosso rendimento, nos deixa estressados e tensos. Não é nada fácil
trabalhar com pessoas com as quais não simpatizamos e que não gostamos de ter por perto.
E na sala de aula não é diferente. É preciso que professores e alunos tenham uma boa
relação. Já parou para pensar que professores e alunos passam grande parte de seu tempo
juntos em sala de aula? Imagine passarmos horas diariamente com pessoas de quem não
gostamos, com as quais não temos um bom relacionamento. Não seria nada legal, concordam?
Fonte: https://institutoinfantojuvenil.com.br/dois-principios-para-mudar-a-relacao-professor-aluno/
Uma das coisas mais importantes para que o professor construa uma boa relação com
seus alunos é que ele se conscientize de que seu papel vai além da apresentação de conteúdo.
O professor precisa ter em mente que ele contribui também para a formação social de
seus alunos, pois a função da escola é formar bons cidadãos, conscientes e participativos
socialmente.
Para que uma boa relação ocorra, o professor precisa estar aberto a ouvir seus alunos e a
dialogar com eles, e os alunos precisam sentir que são ouvidos e que suas ideias e opiniões
importam. É muito importante que haja essa interação entre professor e alunos, pois isso
implicará resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem.
É necessário que o professor não se coloque como soberano dentro da sala de aula.
Ele tem que ser acessível. O distanciamento e autoritarismo afastam os alunos e fazem
com que eles não se sintam motivados ou acolhidos, o que fará com que, muitas vezes,
não se sintam à vontade ou se sintam desmotivados. Muitos alunos acabam por criar uma
implicância com o professor nesses casos e começam então a surgir situações de embate
entre professor e aluno.
Nós professores precisamos ter em mente que o aluno deve ser colocado como protagonista
em seu processo de aprendizagem e que nós somos apenas facilitadores desse processo.
É necessário que haja afetividade em nossa relação com nossos alunos, pois eles precisam
perceber que nos importamos com eles, com seu desempenho, entendendo-os como seres
humanos que, assim como nós, êem suas dificuldades, seus problemas, medos, desejos,
entre outros sentimentos.
Muitas vezes, o professor, insatisfeito com algumas questões, sente-se desmotivado e
acaba por importar-se pouco ou simplesmente não se importar com seus alunos. Infelizmente,
sabemos que muitos professores sequer se preocupam com um bom planejamento de aula
e que não enxergam seus alunos humanamente. Para ele, basta chegar em sala apresentar
o conteúdo e esperar que o salário chegue no final do mês.
Por isso é que se diz que para ser professor é preciso ter vocação, pois apesar de todos
os desafios que enfrentamos, devemos sempre, acima de tudo, nos preocupar com nossos
alunos, com sua aprendizagem e com seu desenvolvimento, desenvolvendo uma relação de
afetividade com eles. No entanto, é importante que essa relação seja pautada no respeito e
que os alunos saibam que existe um limite entre o afeto e a permissividade.
Sendo assim, a escola precisa criar um ambiente mais estimulante e afetivo que
possibilite a esse adolescente enxergar-se nesse processo. Por esse motivo, a
mediação do professor é uma contribuição que irá ajudar o aluno do segundo
segmento do Ensino Fundamental a dar sentido ao seu existir e ao seu pensar.
É importante que se ressalte que, quando se fala em proporcionar uma relação
Algo que digo por experiência é que devemos criar boas relações com nossos alunos sem,
no entanto, deixar que eles pensem que são nossos amigos e que, por isso, podem fazer o
que bem entenderem em sala de aula. É necessário impor alguns limites e deixar claro que
eles não podem nos tratar da mesma maneira como muitas vezes tratam seus colegas. As
relações devem ser sempre baseadas no respeito, e eles devem sempre se lembrar de que,
acima de tudo, somos seus professores e que estamos ali única e exclusivamente para lhes
fazer o bem por meio do ensino.
Fonte: https://www.neipies.com/o-valor-afetivo-da-relacao-professor-aluno-no-aprendizado/
Não podemos, portanto, ir nem tanto ao mar nem tanto a terra. Não se pode ser permissivo
nem autoritário demais. Precisamos mostrar aos nossos alunos que nos importamos com
eles e que nosso papel é ajudá-los, ensiná-los e contribuirmos com seu futuro.
É muito importante também que o professor se atente aos alunos que apresentam
comportamento violento, pois muitas vezes isso ocorre devido às experiências desse aluno,
a situações de violência pelas quais ele passou, o que muitas vezes acontece dentro da
própria casa. O professor, nesse caso, não deve puní-lo, mas procurar entender, orientar e
dialogar com ele para que esse comportamento deixe de ocorrer. O afeto é, muitas vezes, a
solução. Se punirmos a violência com austeridade, provavelmente não conseguiremos fazer
com que esse aluno tenha uma mudança de comportamento.
O professor precisa, portanto, estar consciente dessa heterogeneidade e saber lidar com ela
da melhor maneira, lembrando sempre que uma relação de afeto entre professor e aluno irá
contribuir para que as coisas caminhem bem, tanto para o professor quanto para os alunos,
pois os alunos se sentirão mais motivados e, consequentemente, serão mais participativos
e terão maior interesse pelas aulas.
AULA 6
ÉTICA EM SALA DE AULA
ética
é·ti·ca
sf
FILOS
1 Ramo da filosofia que tem por objetivo refletir sobre a essência dos princípios, valores
e problemas fundamentais da moral, tais como a finalidade e o sentido da vida humana, a
natureza do bem e do mal, os fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as
normas consideradas universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano.
2 POR EXT Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo
ou de grupo social ou de uma sociedade: Parece que não há mais ética na política.
Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/etica/
Fonte: https://canaldoensino.com.br/blog/como-ensinar-etica-na-sala-de-aula
Em sala de aula, devemos ser éticos, não nos limitando a expor conteúdos, mas nos
importando com nossos alunos dentro de um contexto maior. A escola tem o papel de formar
cidadãos éticos que tenham consciência de seus direitos e deveres perante a sociedade,
exercendo um papel muito importante na vida desses alunos e em seu convívio social.
Precisamos abrir nossos horizontes, tendo em mente que nossa função vai além do
ensino de conteúdos, pois cabe a nós contribuirmos para que nossos alunos se tronem
bons cidadãos. Nosso papel vai além da sala de aula.
É necessário que ajamos de maneira ética, respeitando e ouvindo nossos alunos e
suas opiniões, cumprindo com nosso papel e buscando oferecer um ensino de qualidade,
respeitando a diversidade entre os alunos. Não podemos impor nossos valores e opiniões;
é necessário que estejamos abertos a ouvir e entender o que nossos alunos pensam e o
que eles têm a dizer.
A ética visa ao interesse coletivo, devendo, portanto, existir em sala de aula para que ela se
torne um ambiente saudável e harmonioso. É necessário que ela esteja presente no trabalho
do professor e, também, no dos alunos, que devem ser instruídos a respeito de ações que
vão contra a ética e que não devem ser praticadas em sala de aula.
Importante ressaltar que o professor deve ser justo nos processos avaliativos e em suas
punições para com os alunos. Tudo isso deve ser feito com base em princípios éticos. O
aluno deve ser orientado e “punido” com relação a atitudes que não sejam éticas, e professor
deve levá-lo a refletir sobre sua conduta e instruí-lo para que esse tipo de situação não volte
a acontecer.
Fonte: http://www.sosprofessor.com.br/blog/a-indisciplina-cidadania-moral-e-a-etica/
Nossas ações em sala de aula devem, portanto, ter como base o respeito mútuo, impedindo
que ocorram situações de preconceito, racismo ou discriminação.
AULA 7
BULLYING EM SALA DE AULA
bullying
['b℧ljΙŋ]
sm
Ato agressivo sistemático, envolvendo ameaça, intimidação ou coesão, praticado contra
alguém, por um indivíduo ou um grupo de pessoas. Ocorre geralmente em escolas, porém
pode ser praticado em qualquer outro local. Trata-se de ação verbal que pode, em situações
extremas, evoluir para agressão física.
Fonte: https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2020/10/bullying-apos-filha-de-12-anos-se-suicidar-mae-faz-desabafo-por-mais-dificil-que-seja-ouvir-e-
dizer-ela-nao-esta-mais-sofrendo-e-nao-esta-mais-com-medo.html
Esse caso aconteceu em Northumberland, um condado inglês. Após receber vários insultos
que ocorreram presencialmente, antes da pandemia, e on-line, após o início da quarentena,
a menina tentou por mais de uma vez cometer suicídio e acabou tirando a própria vida.
Segundo relatos da mãe, a menina chegou a ser chamada de “lésbica emo”.
Diante de uma história como essa, podemos ver a gravidade da prática do bullying, e um
dos principais lugares onde isso ocorre é a sala de aula, pois se trata de um local em que
a diversidade se faz presente. Alunos de diferentes culturas, raças, religiões convivem entre
si e isso faz com que suas diferenças venham à tona.
É por isso que os professores precisam estar preparados para lidar com essa diversidade
e ensinar os alunos a lidar com ela da melhor maneira possível, conscientizando-os de que
as diferenças existem e que devemos respeitá-las.
O termo bullying tem origem na língua inglesa, a partir da palavra bully, significa “valentão”.
Tornou-se popular por meio do professor Dan Olweus, um psicólogo da Universidade de
Bergen, na Noruega, pois ele foi o primeiro pesquisador a criar critérios que tornassem
possível a identificação da prática do bullying.
Até onde podem ir as brincadeiras? Qual o limite entre uma simples brincadeira e uma
atitude que possa ferir o outro? Devemos ter em mente que uma brincadeira não deve
machucar a pessoa com quem ela é feita. A partir do momento em que a pessoa se sente
ferida, física ou psicologicamente, temos a prática do bullying.
Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/
Na escola, como dito anteriormente, o convívio entre várias pessoas diferentes umas das
outras acaba, muitas vezes, por gerar situações em que os alunos sofrem agressões, sejam
elas físicas, verbais ou psicológicas. Esse é, portanto, um local onde a prática do bullying
tem grandes chances de ocorrer. E realmente ocorre! Estudos mostram que 50% dos casos
de bullying acontecem em sala de aula.
Com a crescente incidência dessa prática em sala de aula e dos casos resultantes
em homicídio, é inegável a preocupação do futuro profissional da educação com
tal problema. Constatamos que na formação dos professores há uma lacuna,
quando se trata desse problema, e é imprescindível que os professores estejam
aptos a lidar com uma situação que os números mostram não ser corriqueira.
Conhecer esse fenômeno social e como ele se manifesta é uma das formas
de prevenir e combater a prática do bullying. (MEOTTI; PERÍCOLI, 2013, p. 68)
Sua postura pode muitas vezes sentenciar o indivíduo e suas atitudes; assim,
para uma melhor conduta e um melhor aprendizado é necessário que haja
no ambiente escolar uma perspectiva de igualdade entre seus membros. É
importante que a diversidade seja trabalhada, de forma positiva, em sala de aula,
fazendo com que o aluno reflita sobre o problema, evitando que as diferenças
possam gerar conflitos e, posteriormente, sejam potencializados em forma de
agressão (MEOTTI; PERÍCOLI, 2013, p. 75).
Os 8 tipos de bullying
A agressão tem várias formas e nem sempre é evidente. Conheça as diferentes versões
do bullying e os efeitos na vítima e, também, no autor.
Por Karolina Bergamo Atualizado em 13 abr 2018, 19h05 - Publicado em: 7 abr 2018,
10h15
Leia mais em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/
AULA 8
ATUANDO COM A DIVERSIDADE
“A única arma para melhorar o planeta é a Educação com ética. Ninguém nasce odiando outra
pessoa pela cor da pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam
aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (Nelson Mandela)
Fonte: https://bomdia.lu/lembram-se-como-comecou-o-metoo/racismo-2/
discriminação
dis·cri·mi·na·ção
sf
1 Capacidade de discriminar ou distinguir; discernimento.
2 Ato de segregar ou de não aceitar uma pessoa ou um grupo pessoas por conta da cor
da pele, do sexo, da idade, credo religioso, trabalho, convicção política etc.
3 JUR Ato contrário ao princípio de igualdade.
Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/discrimina%C3%A7%C3%A3o/
preconceito
pre·con·cei·to
sm
1 Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos necessários sobre um
determinado assunto.
2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de
experiência ou razão; prevenção: “– Mas você está muito enganada, mana. É preconceito
supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais
genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede” (LB2).
3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles sejam praticados.
4 SOCIOL Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou
generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos: “– O
mundo é cheio de preconceitos! Qual é a vergonha de ser árabe? Só porque a raça é diferente,
e qual é o mal disso? E ainda por cima é católico. Maria José ficou vencida, entregou os
pontos: – Lá isso, se é católico…” (RQ).
Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/preconceito/
racismo
ra·cis·mo
sm
1 Teoria ou crença que estabelece uma hierarquia entre as raças (etnias).
2 Doutrina que fundamenta o direito de uma raça, vista como pura e superior, de dominar
outras.
Como podemos ver, a discriminação acontece quando não aceitamos a pessoa por ela
ser diferente com relação à raça, cor, religião etc. O preconceito está ligado a julgamentos
prévios que fazemos das pessoas com base nessas características, ou seja, por a pessoa
ser de uma determinada raça, diferente da nossa, a julgamos sem sequer conhecê-la. E o
racismo se refere ao fato de acharmos que uma raça é superior ou inferior às outras devido
a suas características.
Nosso papel como professores é formar bons cidadãos, pessoas éticas, seres humanos
que tenham sensibilidade e que convivam bem em sociedade. Uma de nossas ações deve
ser, portanto, ensinar nossos alunos a tratar as pessoas igualmente, independentemente de
raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, alguma deficiência, etc. E isso deve começar pelo
exemplo. Somos modelos para nossos alunos, formadores de opinião, e tratar todos com
igualdade é o primeiro passo para que os ensinemos a fazer o mesmo.
Em sala de aula, existem múltiplas identidades, pois cada ser humano é único. É necessário,
portanto, que haja respeito a essa diversidade, que pode ser subjetiva, cultural, relacionada à
forma de pensar e agir, etc. Nós professores precisamos respeitar essas diferenças e fazer
com que nossos alunos aprendam a respeitá-las também.
Existem algumas ações que podem ser feitas em sala de aula para que possamos trabalhar
as questões de preconceito, racismo e discriminação. Uma delas é trabalhar a autoestima
dos alunos que, muitas vezes, se consideram inferiores devido ao fato de serem diferentes
da maioria. Os alunos pretos, por exemplo, podem ter esse sentimento de inferioridade, e
uma maneira de trabalhar sua autoestima é mostrar que existem pessoas importantíssimas
na história do mundo que são pretas como eles, deixando claro que o fato de terem a cor da
pele diferente da maioria, não os torna menos capazes ou inferiores em nenhum aspecto.
Outra coisa importante de se fazer em sala de aula é estimular o trabalho em equipe, fazendo
com que os alunos se misturem, criem relações com seus colegas e criem interdependência
positiva. Podemos tratar a questão da diversidade por meio de dinâmicas que abordem esse
tema, trazendo para a sala de aula notícias de jornais e filmes que tratem dessa temática,
e ouvindo nossos alunos com relação a situações-problema relacionadas a isso, ou seja,
problemas que eles tenham enfrentado ou presenciado.
AULA 9
POR QUE PLANEJAR?
Uma das coisas mais importantes para a gestão de uma sala de aula é o planejamento.
Imagine um professor que chega em sala de aula sem ter planejado sua aula, sem ter traçado
os objetivos, sem saber como conduzirá aquela aula e que recursos didáticos irá utilizar. O
resultado certamente será um fracasso!
Fonte: https://professoremsala.com.br/plano-de-aula-vantagens-e-beneficios-para-o-professor/
Vamos pensar na construção de uma casa sem uma planta, sem que se tenha planejado
quantos cômodos essa casa terá, qual será a distribuição e o tamanho desses cômodos,
quanto poderá ser investido em sua construção. Isso, com certeza, não dará muito certo!
Podemos afirmar que não haverá uma boa divisão dos cômodos, um bom aproveitamento
dos espaços, há grande possibilidade de o dinheiro acabar durante sua construção devido
à ausência de um planejamento financeiro, ou seja, o resultado não seria nada bom.
Fonte: https://panseraobras.com.br/dicas-de-construcao/tamanho-dos-comodos-da-casa/
Muitas coisas nesta vida requerem planejamento. É necessário que saibamos de onde
queremos partir e onde queremos chegar e devemos, é claro, estar preparados para
imprevistos. Quando fazemos uma viagem de férias, por exemplo, na maioria das vezes
definimos nosso destino, reservamos um local para ficar, planejamos nossos gastos, quanto
de dinheiro poderemos gastar naquela viagem, quanto tempo levaremos para chegar até o
local, quantos dias ficaremos lá etc. Acontecem, muitas vezes, alguns desvios de planos no
meio do caminho. A viagem pode durar mais que o previsto devido a um problema no carro
ou à necessidade de fazermos diversas paradas para banheiro e alimentação, por exemplo.
Pode ocorrer também de anteciparmos ou de adiarmos a volta, enfim, durante o processo,
pode ser que haja mudança de planos. No entanto, quando temos algo planejado, as chances
de obtermos sucesso são bem maiores do que quando o fazemos sem planejar.
E isso acontece em sala de aula. Uma aula bem planejada tem grandes chances de ser
sucesso. Pode, sim, acontecer de ocorrerem imprevistos, e o professor deve estar preparado
para isso, pois os alunos podem reagir de forma diferente do que esperamos e isso faz com
que precisemos ter sempre cartas na manga. No entanto, a ausência de planejamento é
praticamente uma garantia de que a aula não dará certo.
O planejamento é importante em quase tudo nesta vida e uma aula bem planejada permitirá
que o professor chegue onde quer chegar, ou seja, que alcance os objetivos de sua aula.
Entrar em sala devaula sem ter pelo menos objetivos traçados tem tudo para dar errado. E
vai dar!
• Primeiramente, devemos levar em conta nosso público-alvo. Para quem será dada aquela
aula? Crianças, adolescentes ou adultos? Qual o perfil desse meu público?
• Feito isso, devemos decidir qual o tema da aula e, a partir daí, traçar nossos objetivos,
gerais e específicos: o que queremos com essa aula? Quais as habilidades e competências
que deverão ser desenvolvidas pelos alunos? Importante ressaltar a diferença entre objetivos
gerais e específicos. O objetivo geral resume a ideia central da aula. Os objetivos específicos
mostram detalhadamente o que queremos conseguir com aquela aula, quais os resultados
que pretendemos obter.
• Tendo os objetivos traçados, devemos escolher qual ou quais metodologias iremos
utilizar, ou seja, como vamos fazer isso? Como essa aula será realizada? Serão utilizadas
metodologias ativas? Quais?
• É necessário, também, que escolhamos os recursos didáticos que iremos utilizar,
lembrando que devemos planejar uma aula com base nos recursos de que dispomos. Se
sabemos, por exemplo, que a escola está com todos os aparelhos de data show quebrados,
não podemos planejar uma aula em que o utilizaremos como recurso didático.
• Por fim, devemos planejar como avaliaremos esse aluno.
Plano de Aula
O objetivo desta aula foi, portanto, falar sobre a importância do planejamento de aula e
mostrar, também, como planejar os itens necessários para a elaboração de um bom plano
de aula. O bom planejamento faz com que a aula seja mais eficiente, que seja mais fácil
atingir os objetivos, daí a importância de termos objetivos definidos e sabermos o caminho
que iremos percorrer para alcançá-los.
Além disso, uma aula bem planejada faz com que consigamos manter os alunos ocupados,
o que nos auxilia a manter a disciplina em sala de aula, pois quando eles se sentem motivados
e interessados, haverá menos chances de que desviem sua atenção, seu foco, que fiquem
com conversas paralelas ou que pratiquem ações que possam prejudicar o andamento da
aula.
AULA 10
METODOLOGIAS ATIVAS
O que constatamos, cada vez mais, é que a aprendizagem por meio da transmissão
é importante, mas a aprendizagem por questionamento e experimentação é
mais relevante para uma compreensão mais ampla e profunda. Nos últimos
anos, tem havido uma ênfase em combinar metodologias ativas em contextos
híbridos, que unam as vantagens das metodologias indutivas e das metodologias
dedutivas. Os modelos híbridos procuram equilibrar a experimentação com a
dedução, invertendo a ordem tradicional: experimentamos, entendemos a teoria
e voltamos para a realidade (indução-dedução, com apoio docente) (BACICH;
MORAN, 2018, p. 2).
Como afirmam Bacich & Moran (2018), vemos que o ensino hoje já não segue, portanto,
a mesma ordem do ensino tradicional. Colocar os alunos em situações em que eles possam
experimentar, na prática, como determinada coisa funciona e, assim, levá-los a entender a
teoria se torna muito mais significativo do que apenas expor conteúdos.
Essa mudança no jeito de ensinar muito tem a ver com o perfil do aluno na atualidade, pois
se trata de uma geração que conta com muita informação à mão a qualquer momento; basta
acessar a internet que conseguimos, por meio de sites de pesquisa, encontrar informações
sobre qualquer assunto.
No entanto, esse acesso fácil e rápido não garante o aprendizado e, além disso, nem tudo
o que encontramos na internet é correto ou de qualidade. O professor não deixa, portanto, de
ter sua função, pois exerce o papel de um curador digital, selecionando conteúdos, orientando
alunos.
Mas, apesar de ser imprescindível, o professor já não deve ser mais o protagonista
no processo de ensino aprendizagem. O aluno deve assumir esse papel, desenvolvendo
competências e habilidades, aprendendo no seu ritmo e da maneira que lhe é mais eficiente.
Fonte: https://crieatividade.org/piramide-aprendizagem
Como é possível perceber ao analisarmos a pirâmide, quanto mais ativo for o papel do
aluno, mais ele aprenderá, o que o coloca no papel de protagonista de sua aprendizagem.
Importante ressaltar que o método tradicional de ensino tem, sim, uma parte prática.
Porém, essa prática geralmente é realizada após o ensino da teoria, por meio de atividades
e exercícios de fixação. As metodologias ativas, como já dito anteriormente, invertem esse
processo fazendo com que a aprendizagem seja mais eficiente.
Sabemos que cada aluno “funciona” de um jeito. Cada aluno tem seu próprio ritmo. Uns são
melhores em uma disciplina, outros, em outra. Uns se dão bem com as ciências humanas,
outros, com as exatas. As pessoas são únicas e esse caráter individual influencia muito no
aprender, pois cada um aprende melhor de um jeito.
Pensando nisso, muitas escolas hoje em dia contam com a aprendizagem personalizada,
visando exatamente esse caráter único e individual de cada aluno. Um exemplo disso é o
Projeto de Vida.
Concluímos, portanto, que para ensinar na atualidade é necessário muito mais do que
chegar em sala de aula e, com slides ou escrevendo na lousa, transmitir ao aluno um conteúdo,
pedindo para que, em seguida, ele realize exercícios para colocar em prática o que “aprendeu”.
Devemos, como professores, lançar mão de metodologias ativas e planejar nossas aulas de
modo a tornar o aprender prazeroso, desafiador e interessante para nosso aluno.
Veremos, nas próximas aulas, algumas dessas metodologias para entender como elas
funcionam, quais suas vantagens e para que possamos utilizá-las, visando, cada vez mais,
a uma educação de qualidade, focada no aluno, e que seja capaz de fazê-lo querer aprender
sempre mais.
AULA 11
SALA DE AULA INVERTIDA
(FLIPPED CLASSROOM)
Vamos imaginar uma sala de aula tradicional. Você se lembra de como foram suas
experiências no ensino fundamental e no ensino médio?
O modelo tradicional de ensino conta com um professor que é o centro da aula o tempo
todo, com suas aulas expositivas, explanação de conteúdo, transferência de conceitos e
conhecimentos para o aluno, que tem um papel passivo na aprendizagem.
As metodologias ativas, como vimos na aula anterior, visam a uma participação ativa do
aluno, que deixa de assumir aquele papel passivo proposto pelo modelo tradicional.
Uma das Metodologias Ativas é a chamada Sala de Aula Invertida, no inglês, Flipped
Classroom. Mas o que é uma Sala de Aula Invertida e como isso funciona?
Fonte: http://educadorespelomundo.com.br/o-que-e-sala-de-aula-invertida/
• Pré-aula
• Aula
• Pós-aula
Na Sala de Aula Invertida o aluno deve estudar o tema previamente. O professor indicará
materiais para que o aluno estude o tema da aula e venha para ela preparado para responder
a um questionário. O aluno pode, também, pesquisar materiais sobre aquele assunto utilizando
a tecnologia como sua aliada, já que hoje a internet é de fácil acesso para grande parte da
população. Além disso, os alunos gostam de utilizar a internet, as diferentes tecnologias, o
que pode fazer com que o aprendizado se torne mais prazeroso para ele.
Importante ressaltar que nesse método o professor não é mais o foco, o centro das
atenções. O foco está no aluno, e o professor, durante a aula, terá o papel de tirar as dúvidas
que surgirem, podendo também aprofundar o tema estudado.
Mas quais são as vantagens de utilizarmos a Sala de Aula Invertida no ensino?
O aluno, ao estudar o tema antes da aula, pode fazê-lo seguindo seu próprio ritmo. Sabemos
que cada um aprende melhor de uma determinada maneira e que o ritmo de aprendizagem
varia de um aluno para outro. Quando estuda o conteúdo sozinho em sua casa, antes da
aula, ele o fará da maneira que for mais eficiente para ele, seguindo seus estudos em um
ritmo no qual se sinta confortável.
O professor, por sua vez, não terá que fazer a exposição do conteúdo, o que resultará em
um tempo maior para aprofundar o tema estudado e, também, para a realização de atividades
práticas com os alunos em sala de aula. Além disso, devido ao fato de terem estudado o
tema previamente, os alunos estarão preparados para debater e discutir o tema estudado.
Vejamos um exemplo de aula baseado na estratégia da Sala de Aula Invertida:
Imagine que você dará aos seus alunos uma aula sobre tipos e gêneros textuais. Você
poderá indicar material para que seus alunos estudem esse tema antes da aula ou pedir para
que eles pesquisem sobre esse assunto. No dia da aula, deve ser proposta uma discussão
acerca dos tipos e gêneros textuais.
Após esse questionamento e uma discussão entre professor e alunos, seria possível
apresentar textos de diferentes gêneros e pedir para que os alunos os identificassem e os
encaixassem dentro da tipologia a que pertencem, realizando, desse modo, uma atividade
prática relacionada ao tema da aula.
Feito isso, o professor poderia pedir ao aluno que escolhesse um gênero e, levando em
conta as suas características, já estudadas previamente, produzisse um texto pertencente
àquele gênero, o que talvez não fosse possível se o professor tivesse que explicar todo o
conteúdo em sala de aula em vez de ter pedido para que os alunos o estudassem previamente.
Desse modo, o tempo de explicação sobre o que é gênero, o que é tipologia e, também,
sobre as características de cada tipo de texto seria poupado e daria espaço para que os
alunos praticassem a identificação dos gêneros, das tipologias e de suas características e,
também, para que pudessem produzir um texto.
Fonte: http://site.guaranisport.com.br/como-funciona-a-sala-de-aula-invertida/
AULA 12
PEER INSTRUCTION
Fonte: https://pontodidatica.com.br/peer-instruction-pi/
Criada por Eric Mazur, no final dos anos 90, a Peer Instruction é uma metodologia que
substitui a aula expositiva. Diferentemente do modelo tradicional de ensino, em que o conteúdo
é exposto pelo professor, essa metodologia de ensino, assim como a sala de aula invertida,
tem como foco o aluno, que se torna o centro da aula e tem papel ativo em seu aprendizado.
A Peer Instruction funciona muito bem juntamente com a Sala de Aula Invertida. Essas
duas metodologias podem ser fortes aliadas, pois o estudo prévio do assunto da aula é
extremamente válido para o seu desenvolvimento.
A Peer Instruction funciona da seguinte maneira:
• Os alunos estudam o tema previamente ou é feita uma apresentação oral por parte do
professor. Como dito anteriormente, a Sala de Aula Invertida funciona muito bem juntamente
com a Peer Instruction. Geralmente, em vez de fazer uma apresentação oral sobre o conteúdo,
o professor pede para que o aluno estude esse conteúdo previamente em sua casa, utilizando
materiais sugeridos por ele ou até mesmo pesquisando por conta própria.
• Tendo o aluno estudado o conteúdo em casa, ou tendo sido feita a apresentação oral por
parte do professor (menos comum), em sala de aula, o professor propõe um questionário a
respeito do tema que foi estudado e os alunos respondem, individualmente, a esse questionário;
O questionário pode ser feito por meio do uso de tecnologias. Os alunos podem, por
exemplo, responder às questões propostas utilizando seus telefones celulares, o que pode
tornar a aula mais atraente para eles. Mas isso não é uma obrigatoriedade, pois o professor
pode se utilizar de meios tradicionais para desenvolver o questionário a respeito do tema da
aula. Podem ser utilizados cartões com cores distintas, plaquinhas, os alunos podem levantar
as mãos para a alternativa que julgam correta. O importante é que cada aluno responda,
individualmente, a cada uma das questões.
• Após responderem ao questionário, o professor deverá levar em conta a porcentagem de
acertos da sala. Se a porcentagem for superior a 70%, o professor passará para o próximo
tópico da aula. Se a porcentagem ficar entre 35 e 70%, o professor fará o que será descrito
no próximo tópico.
• Caso o número de acertos tenha ficado entre 35 e 70%, que é o que se espera, o professor
separará os alunos em pares ou grupos e eles deverão discutir o assunto e as questões
propostas.
• Feito isso, os alunos responderão novamente às questões, após discutirem-nas com
seus colegas.
• Finalmente, o professor explica a resposta das questões e pode iniciar um novo tópico
ou propor novos questionamentos.
• Caso o número de acertos fique abaixo de 35%, é necessário que os alunos estudem
mais sobre o tema ou que o professor faça uma exposição sobre o conteúdo.
Fonte: https://www.wooclap.com/en/blog/brain-education/flip-your-classroom-in-4-steps-with-eric-mazur/
Essa metodologia desenvolve a autonomia dos alunos que, caso seja utilizada a metodologia
da Sala de Aula Invertida estudarão o conteúdo sozinhos em casa e, além disso, a distribuição
em pares para discussão do assunto coloca o professor como coadjuvante, fazendo com
que os alunos assumam o papel principal em seu processo de aprendizagem.
A interação entre os alunos é outra coisa extremamente importante. Na Peer Instruction,
eles estão juntos buscando um mesmo objetivo, e isso fortalece e incentiva o trabalho em
equipe. Outra vantagem de utilizarmos essa metodologia é que a tecnologia pode ser inserida
na aula, sendo uma grande aliada, tornando-a mais atrativa para os alunos.
O professor, por sua vez, ao receber os resultados dos testes realizados pelos alunos
instantaneamente fica a par das dificuldades deles e pode trabalhar de maneira mais
direcionada. Importante ressaltar que, nessa metodologia, o professor passa a ser um tutor,
tendo o papel de direcionar o aprendizado.
Vejamos como poderíamos desenvolver uma aula com a Peer Instruction, utilizando o
mesmo tema da aula anterior: Gêneros e Tipos Textuais.
O professor poderia disponibilizar ou indicar para os alunos materiais físicos ou virtuais
para que eles estudassem o conteúdo da aula (Sala de Aula Invertida).
Em sala de aula, o professor faria uma breve discussão sobre o tema, em que os alunos
poderiam falar sobre o que estudaram, o que aprenderam e o professor poderia tirar dúvidas
ou se aprofundar um pouco no assunto.
Feito isso o professor disponibilizaria para os alunos uma questão, ou um questionário
com mais de uma questão, sobre gêneros e tipos textuais.
Vejamos um exemplo de questão:
Qual dos gêneros a seguir não pertence à tipologia narrativa?
a) Crônica
b) Fábula
c) Conto
d) Artigo de Opinião
Os alunos então responderiam a essa questão que poderia ser feita por meio virtual
ou utilizando, como dissemos anteriormente, cartões coloridos, plaquinhas e, até mesmo,
levantando as mãos.
Feito isso, o professor veria qual foi o percentual de acertos. Se o percentual fosse entre
35 e 70%, que é o esperado, ele então separaria a turma em pares ou grupos para que eles
pudessem discutir as respostas.
Logo em seguida, eles responderiam novamente à mesma questão e, sabendo do percentual
de acertos dessa segunda resposta, o professor apresentaria a resposta correta e explicaria
para os alunos por que as outras estavam incorretas.
Trata-se, portanto, de uma metodologia centrada no aluno colocando-o como foco da
aula, durante a qual o professor será um facilitador, um mediador no processo de ensino-
aprendizagem.
AULA 13
APRENDIZAGEM BASEADA EM
PROBLEMAS E APRENDIZAGEM
BASEADA E PROJETOS (PROBLEM
BASED LEARNING E PROJECT
BASED LEARNING)
Quando estamos diante de um problema, nós, seres humanos, tendemos a querer resolvê-lo.
Na metodologia denominada Problem Based Learning, em português, Aprendizagem Baseada
em Problemas, como o próprio nome sugere, a aprendizagem se dá por meio da resolução
de um problema proposto aos alunos. Mas como isso funciona?
Essa metodologia alia a teoria e a prática e promove um maior engajamento dos alunos, pois
eles precisam adquirir determinados conhecimentos de modo que sejam capazes de resolver
o problema que lhes foi proposto. Dessa maneira, o aluno tem autonomia e é protagonista
no processo de aprendizagem.
A Apendizagem Baseada em Probelmas não consiste no ensino de uma matéria apenas,
mas na integração de várias disciplinas. Como vantagens podemos citar o fato de que ela
estimula o trabalho em equipe, já que os alunos trabalham em grupos e incentiva a pesquisa,
pois os alunos terão que buscar o conteúdo necessário para a resolução do problema.
Nessa metodologia, busca-se, portanto, a solução para um problema, a resposta para
uma pergunta proposta pelo professor.
A sala deve ser dividida em grupos de 8 a 10 alunos e o grupo terá um tutor (o professor).
Um dos alunos deverá ser o coordenador do grupo e outro, o secretário. O aluno coordenador
fica responsável pelo grupo e deve assegurar que todas as tarefas sejam realizadas dentro
do tempo além de, em seu papel de líder do grupo, estimular as discussões acerca do
assunto estudado.
Fonte: https://pontodidatica.com.br/aprendizagem-baseada-em-problemas/
• Diagnóstico do problema.
• Resolução do problema.
• Apresentação da solução.
O professor apresenta aos alunos um problema que terá que ser solucionado por eles e,
após encontrarem uma solução, ela deve ser apresentada para a sala.
O desenvolvimento dessa metodologia se dá em sete passos:
• Primeiramente, ao receberem o problema, que deve ser escrito pelo professor, buscando
contar uma história para apresentá-lo, os alunos devem ler o problema e identificar as palavras
que não conhecem para que seja possível uma boa interpretação.
• Feito isso, os alunos devem identificar o problema, ou os problemas que precisarão
resolver.
• Em seguida, eles devem tentar explicar esses problemas, por que eles existem, a partir
do levantamento de hipóteses.
• Logo após levantarem as hipóteses, elas devem ser resumidas.
• O próximo passo é formular os objetivos, decidir o que querem fazer, o que precisa ser
feito.
• Após essa etapa, os alunos devem estudar temas relacionados a esses objetivos e é
aí que entra a importância da pesquisa. Os alunos irão pesquisar o material que julgarem
necessário para que possam alcançar os objetivos propostos por eles mesmos.
• Finalmente deve ser feita a discussão do problema e a a resolução do caso.
A aprendizagem Baseada em Projetos tem como objetivo uma vivência prática dos
conteúdos, o que faz com que as aulas se tornem mais atrativas, capazes de envolver os
alunos. Assim como a Aprendizagem Baseada em Problemas, essa metodologia une teoria
e prática.
A partir de um problema ou desafio, os alunos, divididos em grupos, buscarão soluções para
a resolução de uma questão e haverá uma projeção, um processo pelo qual eles passarão e
que resultará na criação de um produto. Enquanto na Aprendizagem Baseada em Problemas,
os alunos não criam um produto e a situação criada não precisa ser necessariamente do
mundo real, a Aprendizagem Baseada em Projetos é baseada no dia a dia, o que leva os
alunos a trabalharem em situações da vida real e, ao final do processo, um produto criado
por eles deve ser apresentado.
Importante ressaltar que, para o professor, o importante é o processo durante o qual o
projeto será realizado e o produto será criado. O produto final, em si, não tem tanta importância
para a avaliação por parte do professor. No entanto, o que muitas vezes motiva os alunos
é a criação desse produto. O professor pode e deve, portanto, valorizá-lo, mas não basear
sua avaliação nesse resultado final.
Fonte: https://blog.jovensgenios.com/aprendizado-baseado-em-projetos/
Como podemos perceber, essas duas metodologias são desafiadoras, pois colocam os
alunos diante de problemas que devem ser solucionados. Além disso, são cooperativas e
interativas, pois o trabalho deve ser realizado em grupo e é necessário que haja uma boa
interação entre seus membros para que haja sucesso. São metodologias que podem tornar
o processo de ensino-aprendizagem mais prazeroso e atrativo para nossos alunos.
AULA 14
GAMIFICAÇÃO E STORYTELLING
Desde sempre, uma das formas mais eficientes de aprendizagem é a que acontece
por meio de histórias contadas (narrativas) e histórias em ação (histórias vividas
e compartilhadas).
Contar, criar e compartilhar histórias é hoje muito fácil. Podemos fazer isso a
partir de livros, da internet, de qualquer dispositivo móvel. Crianças e jovens
conseguem e gostam de produzir vídeos e animações e postá-los imediatamente
na rede. Existem aplicativos fáceis de edição nos smartphones. As narrativas são
elementos poderosos de motivação e produção de conhecimento. É importante
utilizar narrativas, histórias, simulações, imersões e contos de fantasia sempre
que possível, com ou sem recursos tecnológicos (p. ex., tribunal de júri) (BACICH;
MORAN, 2018, p. 15).
Nesta aula, continuaremos a falar sobre metodologias ativas e sua importância para o
ensino no cenário atual.
Sabemos que o perfil de alunos mudou muito. Antigamente, não tínhamos acesso a tanta
tecnologia. Hoje em dia, a maioria de nossos alunos possui celular, tablet, computador, entre
outros dispositivos eletrônicos. Isso tem feito com que eles não se interessem mais por um
modelo tradicional de ensino. Ouvir o professor falar ou mexer apenas com livros não é mais
algo atrativo para eles. Tem se tornado cada vez mais difícil manter a atenção dos alunos e
despertar neles o interesse pela aula nos utilizando apenas de metodologias tradicionais de
ensino. Daí a importância, como já temos falado nas últimas aulas, de utilizarmos metodologias
ativas de aprendizagem.
Todos nós gostamos de jogos, sejam eles digitais ou analógicos. Quem nunca gostou de
um bom jogo de tabuleiro ou então de um jogo de videogame?
Devido ao interesse que nós seres humanos temos por jogos, uma maneira de tornarmos
nossa aula interessante e atrativa para os alunos é a gamificação, metodologia sobre a qual
falaremos a seguir.
Fonte: https://www.inglesnuecru.com/duolingo-vale-a-pena/
Você provavelmente já utilizou ou pelo menos ouviu falar desse aplicativo que tem sido
muito utilizado por quem quer aprender uma língua estrangeira. O Duolingo é um aplicativo
extremamente utilizado e que atrai o gosto e a atenção de muita gente por aí. Mas por quê?
Qual o segredo do sucesso do Duolingo?
Diferentemente de outros aplicativos e dos livros, o Duolingo é um jogo com fases para
passar, vidas que você perde ou ganha, conforme seus acertos e, erros e cheio de desafios.
Isso faz com que o processo de aprendizagem se torne mais divertido, atrai a atenção, faz
com que a gente queira vencer os desafios e estimula nosso lado competitivo.
Todos nós, seres humanos, somos competitivos, uns mais e outros menos. Mas quando
entramos em uma competição, com certeza queremos ganhar. O uso de jogos para o ensino
faz com que os alunos fiquem mais engajados, estimula a competição, a socialização, torna
o aluno protagonista da aula, tirando o foco do professor, torna os conteúdos mais acessíveis
e desenvolve competências socioemocionais.
Minha experiência em sala de aula tem me mostrado, cada vez mais, que os games
funcionam muito bem, sejam eles digitais ou não.
Uma ferramenta que gosto muito de utilizar é o Kahoot, pois por meio dele posso elaborar
quizzes que atraem a atenção dos alunos e faz com que eles queiram participar da aula,
devido ao desejo de estar no pódio ao final do game. Isso gera uma competição saudável
entre os alunos. É importante trabalhar com o esquema de recompensa. O aluno se sente
ainda mais motivado ao saber que, caso vença, ou esteja no pódio entre os três primeiros
colocados, ganhará algum prêmio. Por vezes os recompenso com balas, chocolates, etc.
Mas o que eles realmente gostam é quando a recompensa são alguns décimos na prova
ou na média final
O Kahoot é gratuito. Existem versões pagas com mais recursos, mas a versão não paga
já oferece boas opções para a criação de jogos. Após criarmos os quizzes, os alunos se
conectam por meio de um pin e cada um joga com seu celular.
Essa tela deve ser projetada com o uso de um data show para que todos os alunos
possam ver a pergunta e as respostas, pois na tela do celular dos participantes aparecem
apenas as cores:
O pódio:
Quando fazemos atividade em forma de game, a participação dos alunos é muito mais
efetiva. É uma forma de tornar a aula divertida, interessante e produtiva.
Uma coisa muito importante com relação aos jogos é oferecer feedback instantâneo
aos alunos, dizendo a eles onde e por que erraram. Com o Kahoot, a cada pergunta eu faço
comentários. O aplicativo disponibiliza a resposta correta ao fim de cada rodada e mostra
os primeiros classificados e sua pontuação. Nesse momento, eu explico a questão e digo
por que aquela resposta é a correta e não as outras.
A gamificação é, portanto, uma metodologia que funciona muito bem e que pode ser uma
importante aliada na hora de planejarmos nossas aulas, tornando-as muito mais interessantes
e desafiadoras para nossos alunos, conseguindo fazer com que eles participem e deixando
o conteúdo mais leve e mais acessível para eles.
e, muitas vezes, não conseguimos parar de ler, por se tratar de uma história envolvente que
nos faz querer saber o seu desfecho.
O mesmo acontece com filmes. Alguns deles fazem com que não consigamos desgrudar
os olhos da tela para que não percamos nenhum detalhe e possamos chegar ao fim da
história, aproveitando cada minuto de seu desenrolar.
É fato, portanto, que as boas histórias são capazes de nos envolver, de prender nossa
atenção, de fazer com que queiramos ouvi-la até o final.
E por que não utilizar isso em sala de aula?
É aí que entra a Contação de Histórias, uma metodologia que nos permite ensinar conteúdos
por meio de uma narrativa.
Mas, antes de qualquer outra coisa, o que uma narrativa deve ter?
Uma narrativa deve ter personagens, deve ter uma história, um clímax, que é o ponto
máximo da história, deve se passar em um determinado local (ou mais de um) e em um
determinado tempo.
Podemos transformar conteúdos de aula em histórias e, por meio delas, ensiná-los aos
nossos alunos. Mas quais as vantagens de ensinar utilizando a Contação de Histórias?
Além de tornar os conteúdos mais atraentes podemos também torná-los mais leves e mais
acessíveis. A contação de histórias também permite que o aluno interaja com o professor.
É necessário, no entanto, que se tenham alguns cuidados ao utilizar essa metodologia:
• É necessário que a história seja boa, que seja envolvente, capaz de prender a atenção
dos alunos do início ao fim.
• É preciso conhecer seu público e adequar sua história a ele. Não podemos contar uma
história muito infantil se estivermos ensinando adultos e vice-versa.
• É muito importante saber contar a história com o ritmo certo, a entonação certa, fazendo
pausas quando necessário etc.
A contação de história pode e deve ser aliada a recursos audiovisuais, o que pode tornar
a aula ainda muito mais interessante.
Vimos, portanto, nesta aula, que essas duas metodologias (a Gamificação e a Storytelling)
são baseadas em coisas de que nós seres humanos gostamos, coisas que nos atraem, que
nos interessam e, no caso dos jogos, nos desafiam. É por isso que o ensino feito com base
nessas metodologias tende a funcionar muito bem, já que desperta nos alunos o interesse
não apenas pelo conteúdo, mas pela forma como ele é ensinado.
AULA 15
ESTUDO DE CASO E ENSINO
HÍBRIDO
Nesta aula, falaremos sobre o Estudo de Caso e veremos como e por que o Ensino Híbrido
pode ser um excelente aliado no ensino.
O Estudo de Caso se baseia em situações da vida real e tem como objetivo a resolução
de um problema, assim como a Aprendizagem Baseada em Problemas.
Essa metodologia se assemelha à Aprendizagem Baseada em Problemas e à Aprendizagem
Baseada em Projetos pelo fato de fortalecer e incentivar o trabalho em equipe. Trata-se
de uma abordagem ativa e colaborativa, pois o aluno assume o papel de protagonista no
processo de aprendizagem e o trabalho é realizado em grupos.
E como essa metodologia funciona?
Por meio de um caso que deve ser estudado e resolvido pelos alunos são desenvolvidas
as competências e habilidades que se esperam. O caso deve vir acompanhado de perguntas
que os alunos tentarão responder. Trata-se, portanto, de um estudo guiado.
Fonte: https://www.idealmarketing.com.br/blog/estudo-de-caso/
A partir do caso e das questões propostas, os alunos devem decidir o que é necessário
aprender para resolvê-lo e, assim, partirem em busca de materiais nos quais possam se
apoiar para adquirir os saberes necessários para a resolução daquele caso.
Os resultados devem ser discutidos com a sala e com o professor.
O caso deve conter uma história, ser baseado em contextos da vida real e deve levar em
conta quais as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos. Não
deve apresentar uma solução óbvia e pode, muitas vezes, ter mais de uma solução.
O material de apoio é sugerido pelo professor e os alunos devem buscar as respostas para
as questões que lhes foram propostas. O professor guia o estudo, direcionando os alunos e
até mesmo preparando novas questões, caso julgue necessário. É importante ressaltar que
o professor pode guiar as discussões, mas como um coadjuvante, pois os alunos devem
estar no “controle”. As opiniões e argumentações dos alunos devem ser levadas em conta.
O papel do professor é atuar como um mediador e não como protagonista.
Por possuírem características muito parecidas, muitas vezes as pessoas têm dificuldade
em diferenciar o Estudo de Caso da Aprendizagem Baseada em Problemas. Vejamos, portanto,
algumas diferenças entre essas duas metodologias.
Enquanto o Estudo de Caso aborda apenas um conteúdo de uma disciplina, a Aprendizagem
Baseada em Problema promove a integração de várias disciplinas. No Estudo de Caso, os
alunos devem ter um preparo prévio, o que não é necessário na Aprendizagem Baseada em
Problemas, além disso, as discussões no Estudo de Caso são guiadas pelo professor, o que
não acontece na Aprendizagem Baseada em Problemas.
O Ensino Híbrido é a junção do ensino presencial e de práticas on-line que podem ser
desenvolvidas em sala de aula ou em casa. Essa proposta de ensino se torna interessante
pelo fato de trazer a tecnologia para o aprendizado dos alunos, tornando esse processo
mais prazeroso e atraente.
Essa prática acontece em metodologias que abordamos até aqui. A Sala de Aula Invertida
e a Peer Instruction, por exemplo, podem contar com o Ensino Híbrido, pois no momento do
estudo autônomo, que deve ser feito pelos alunos em casa, antes da aula, eles podem fazer
uso da tecnologia para realizarem pesquisas e estudarem o assunto proposto.
Fonte: https://minhabiblioteca.com.br/tendencia-na-educacao-como-aplicar-o-ensino-hibrido/
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (os AVAs) são de grande ajuda e podem proporcionar
boas experiências para os alunos. Nesses ambientes, o professor pode disponibilizar
conteúdos, criar questionários, disponibilizar links, tudo para que o aluno tenha autonomia
e possa estudar além da sala de aula. Esses ambientes também possibilitam que os alunos
postem suas atividades e que sejam realizados fóruns de discussões. Todos esses recursos
se tornam um algo a mais no processo de ensino-aprendizagem e trazem para a realidade
do aluno a tecnologia, da qual os alunos são cada vez mais adeptos.
Importante ressaltar que, para a utilização do Ensino Híbrido, o professor deve planejar suas
aulas. Não basta que a escola ofereça computadores aos alunos ou que o professor peça
para o aluno fazer pesquisas na internet. Tudo deve ser muito bem pensado, as atividades
precisam estar conectadas entre si para que os alunos percebam que são significativas e
que se sintam motivados e desafiados para a sua realização.
O avanço da tecnologia não nos permite mais utilizar apenas o modelo tradicional de
ensino. Se o fizermos, a chance de não termos a adesão, atenção e comprometimento dos
alunos em nossas aulas é muito grande.
Nossas aulas têm que ser planejadas visando ao nosso público que, hoje, são crianças e
adolescentes conectados, que entendem muito de tecnologia, gostam muito de utilizá-la e nós,
como professores, precisamos usar isso a nosso favor. É claro que existem coisas que são
insubstituíveis. Usar a tecnologia em sala de aula ou fora dela não significa ensinar apenas
utilizando-a. É preciso saber mesclar, balancear. Cabe ao professor sentir as necessidades e
preferências de seus alunos e tentar tornar suas aulas cada vez mais interessantes para eles.
AULA 16
PLANOS DE AULA
Nesta aula, apresentarei a vocês duas propostas de planos de aula, utilizando as metodologias
ativas. Essas aulas visam a uma participação efetiva e ativa dos alunos, colocando-os no
centro do processo de aprendizagem.
• Primeiramente, pedirei aos alunos para que pesquisem em casa, em livros ou na internet,
o PRESENT CONTINUOUS: como ele é formado e em que situações ele é utilizado.
• Na aula seguinte, farei perguntas aos alunos, relacionadas ao present continuous, da
seguinte maneira: apresentarei imagens e perguntarei o que está acontecendo. Oferecerei
a eles algumas opções de respostas (a, b e c) e, utilizando plaquinhas, eles responderão.
• Respondidas as questões, eu verei qual foi o percentual de acertos da sala e o esperado
é que fique entre 35 e 70%
• Feito isso, colocarei os alunos para trabalhar em pares ou grupos, para discutirem qual
seria a resposta correta, tentando convencer uns aos outros sobre qual seria a alternativa
correta.
• Após essa etapa farei as perguntas novamente e eles as responderão.
• Depois disso, discutiremos juntos as características desse tempo verbal e eu aprofundarei
o assunto e tirarei as dúvidas que os alunos tiverem, caso haja alguma.
• Partirei então para a prática com jogos. O primeiro jogo proposto será Imagem e Ação,
ou seja, um jogo de mímica. Os alunos serão divididos em grupos e cada grupo escolhe
um participante para fazer a mímica, sendo que os outros precisam acertar o que ele está
fazendo e dizer corretamente a frase em inglês para que marquem ponto.
• O segundo jogo será feito com o Kahoot. Por meio do uso dessa ferramenta, elaborarei
um quiz, em que oferecerei imagens para que os alunos escolham a resposta que mostra
corretamente o que está acontecendo. Além disso, farei questões em que apenas uma frase
está estruturalmente correta, para que eles pratiquem a estrutura do tempo verbal estudado.
Primeiramente, quero deixar claro por que coloquei como metodologia a aprendizagem
baseada em projetos adaptada. Como já vimos em uma de nossas aulas, a aprendizagem
baseada em projetos consiste em apresentar aos alunos um problema que deverá ser resolvido
por eles e, ao final, eles deverão apresentar um produto.
O que farei nessa aula é basicamente isso. No entanto, a aula vai se diferenciar um pouco
pelo fato de que não se tratará de algo extenso, não haverá perguntas para direcionar o
estudo. No entanto, os alunos terão que, com base em um problema, apresentar um produto,
que é o anúncio publicitário. Peguei, portanto, a essência dessa metodologia, mas ela será
utilizada por mim de maneira mais simples e mais rápida.
A proposta para essa aula é, pois, a seguinte:
• Apresentar os alunos o seguinte problema: há, na cidade, uma nova lanchonete, que teve
sua inauguração há algumas semanas, mas está com uma clientela muito baixa. Fazendo
uma pesquisa, os donos descobriram que muitas pessoas ainda nem sabem da existência da
lanchonete e, por isso, decidiram investir em propaganda. Devido a isso, eles estão aceitando
propostas de anúncios publicitários. Eles avaliarão todas as propostas e escolherão aquela
que for mais atrativa para o público.
• Dado esse problema, os alunos terão que ler e aprender sobre as características de um
anúncio publicitário. É aí que entra a metodologia da sala de aula invertida, pois eles terão
que ler e pesquisar sobre isso em casa.
• Feita a pesquisa e a leitura teremos um momento em sala de aula para discutir as
características do gênero anúncio publicitário e eu apresentarei, então, aos alunos alguns
anúncios famosos e, juntos, identificaremos as características do gênero nesses textos.
• Após esses passos, os alunos, em grupos, criarão para a lanchonete um anúncio
publicitário.
O objetivo desta aula foi mostrar a vocês como podemos planejar uma aula, utilizando as
metodologias ativas. Espero que as duas propostas apresentadas os ajudem a vislumbrar
possibilidades de trabalhar o conteúdo com seus alunos.
CONCLUSÃO
Ao longo desta disciplina pudemos ver que o papel do professor em sala de aula vai além
do ensino de conteúdo. É necessário que ele seja um bom gestor, atuando em sala de aula
de modo a manter um ambiente em que haja organização, respeito e harmonia e para que
o processo de ensino-aprendizagem possa ocorrer da melhor maneira possível.
Como vimos no decorrer das aulas, saber lidar com a diversidade, atuar de maneira ética,
saber avaliar, ter uma boa relação com os alunos, saber planejar bem uma aula e utilizar
metodologias que tornem o ensino mais atrativo e prazeroso são atribuições do professor
como gestor de sua sala de aula.
Espero que com as aulas e os exemplos oferecidos, tenha sido possível aprender um
pouco sobre a gestão e que isso os ajude em sua vida profissional.
Sucesso a vocês!!!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
FILME
Título: ELEFANTE
Sinopse: Um dia aparentemente comum na vida de
um grupo de adolescentes, todos estudantes de uma
escola secundária de Portland, no estado de Oregon,
interior dos Estados Unidos. Enquanto a maior parte
está engajada em atividades cotidianas, dois alunos
esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora
semi-automática, com altíssima precisão e poder de
fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que
vinham colecionando, os dois partem para a escola,
onde serão protagonistas de uma grande tragédia.
Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/
filme-52588/
REFERÊNCIAS
BACICH, L.; MORAN, J. (org) Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.