Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cateterismo Vesical
Intermitente
Apoio:
2
RECOMENDAÇÕES SBU 2016
Cateterismo Vesical
Intermitente
3
Diretoria Executiva
Presidente
Dr. Archimedes Nardozza Jr.
Vice-presidente
Dr. Wagner Coelho Porto
Secretário Geral
Dr. Samuel Dekermacher
2º Tesoureiro Suplentes
Dr. Sebastião José Westphal Demerval Mattos Jr.
Benedicto Barretto de
3º Tesoureiro Oliveira
Dr. Antonio Cesar M. da Costa Cruz
Diretor de Pesquisas
Dr. Romolo Guida Jr. Depto. de Comunicação
Presidente Eleito
Diretor de Comunicação
Dr. Sebastião José Westphal
Dr. Carlos Alberto Bezerra
www.portaldaurologia.org.br
4
Autores
5
Prezado Associado,
6
de paradigma
7
na Urologia. A redução de complicações no trato urinário e
melhora da qualidade de vida associadas à sua utilização nos
últimos 40 anos é inquestionável. Ainda assim, sua indicação,
aspectos técnicos ligados à correta execução e treinamento
permanecem como limitantes à maior difusão do método.
Em um momento, como o que vivemos, em que os elevados
índices de resistência bacteriana aos agentes antimicrobianos
tornaram-se questão de saúde pública mundial, é notória a
necessidade de que, não apenas os conceitos básicos, mas
a boa prática e as novidades envolvidas com o cateterismo
vesical intermitente sejam incorporados por todos nós.
Archimedes Nardozza
Nardozza Aguinaldo Cesar José
JoséCarlos
CarlosTruzz
Truzzi
Archimedes Aguinaldo
Júnior CesarNardi Chefe do
Presidente da Sociedade Diretor da Escola Departamento de
Brasileira de Urologia Superior de Urologia Uroneurologia da SBU
8
Introdução
10
Cateterismo Intermitente
ASPECTOS TÉCNICOS
11
da micção espontânea e bom esvaziamento vesical.
12
Diferentes técnicas de
cateterismo
- técnica estéril
- técnica asséptica
- técnica limpa
13
Há preferência pela realização da técnica estéril ou asséptica, quando
14
indicado o cateterismo vesical intermitente em ambiente hospitalar,
ou em casas de repouso, uma vez que tais técnicas estão associadas
a um menor risco de infecções urinárias e bacteriúria. Uma situação
peculiar em que a técnica estéril está indicada é a de pacientes
neuropáticos imunosuprimidos. Muitas vezes estas técnicas não são
adotadas na prática por envolver maior custo e tempo de realização.
Por sua vez, o cateterismo limpo é amplamente difundido como
rotina no tratamento de longo prazo, principalmente pela
praticidade de execução e baixo custo. 11
15
Tipos de cateteres
16
manual, o uso do
17
cateter hidrofílico é considerado “estéril” e assim menos propenso a
provocar infecção. Os cateteres hidrofílicos, apesar de enfrentarem
uma barreira de acesso no nosso meio, têm sido associados a
menores índices de infecção urinária sintomática, inclusive na fase
aguda de choque medular e hematúria, quando comparados a
cateteres de PVC.
19, 20, 21, 22
18
observadas
19
no estudo, tais como a perda de seguimento em mais da metade
da população incluída, comprometeram a qualidade científica do
mesmo.20
20
Treinamento e orientações sobre
o cateterismo
21
A frequência de realização do cateterismo intermitente é
determinada com base nos dados obtidos do diário miccional, sendo
dependente da capacidade vesical funcional, da ingesta hídrica, de
parâmetros urodinâmicos como complacência vesical, pressão de
enchimento, pressão atingida nas contrações involuntárias, eficácia
de medicamentos utilizados, presença e disponibilidade de cuidador,
entre outros. Usualmente, o número de cateterismos diários varia
de quatro a seis vezes, sendo que o volume drenado não deve
ultrapassar os 400 ml. Um número muito reduzido de cateterismos
em 24 horas pode resultar em um maior risco de infecções urinárias,
além do que a distensão exagerada da bexiga pode provocar lesão
na parede vesical. Em contrapartida, cateterismos muito frequentes
aumentam a probabilidade de complicações uretrais. Em dias mais
frios, ou em outras situações que provoquem o aumento do débito
urinário, a frequência do cateterismo intermitente dever ser
ajustada à situação. 28, 29
22
vezes desconhecem a melhor técnica de realização do cateterismo
intermitente e necessitam de treinamento para correção de vícios no
procedimento.
23
Complicações do cateterismo
vesical intermitente
Infecção urinária
24
acompanhamentos de longo prazo mostram que em média 42% dos
pacientes terão infecções urinárias recorrentes ou persistentes. 37
26
uretrais
27
devemos atentar à introdução cuidadosa do cateter, assim como sua
lubrificação. O grau de inflamação da uretra, avaliado com citologia,
é menos intenso quando utilizados cateteres hidrofílicos. A baixa
resistência provocada pela superfície do cateter com revestimento
hidrofílico tem sido relacionada à prevenção de complicações
uretrais com significativa redução dos episódios de hematúria
conforme publicado por Stensballe et al. em um estudo cruzado
prospectivo com 49 pacientes do sexo masculino. 52 No entanto, a
Colaboração Cochrane demostrou haver apenas um pequeno
benefício do grupo em uso de cateteres de revestimento hidrofílico,
quanto à diminuição dos episódios de hematúria, não tendo sido
demonstrada diferença estatística entre os dois grupos estudados. 41
28
Técnica de Cateterismo Vesical
Intermitente limpo em homens
- coletor externo
- lubrificante uretral
29
6. Limpar a glande e o meato uretral com água e sabão após retrair
o prepúcio.
30
Técnica do Cateterismo Vesical
Intermitente limpo nas mulheres
- coletor externo
- lubrificante uretral
31
6. Lavar ou limpar o períneo com água e sabão, com movimentos
de cima para baixo.
32
■ ■■■
Fluxograma
11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111
Esvaziamento vesical incompleto
(ex: Hipocontratilidade detrusora, hiperatividade detrusora neurog€nica, hiperatividade detrusora idiopi3tica)
Obstru ao infravesical
Tratamento especifico do processo obstrutivo Cateterismo vesical intermitente limpo Ambiente Nosocomial
(ex: estenose de uretra, esclerose de cola vesical, hiperplasia da pr6stata)
Complica oes
J:,.
Sim Nao
Revisar tecnica
do cateterismo
vesical
Revisar tecnica Revisar tecnica
intermitente
do cateterismo do cateterismo
limpo
vesical vesical
intermitente intermitente
Ajuste da
limpo limpo
frequencia do
cateterismo
intermitente
L Considerar ca
* teter
J
hidrofilico
27
Figuras
28
Figura 2: Urografia excretora de avaliação oito meses após lesão medular traumática. À esquerda
antes do início do cateterismo intermitente, à direita seis meses após o início do cateterismo
associado ao uso de anticolinérgico oral.
29
Referências
3. Strauss DJ, Devivo MJ, Paculdo DR, et al. Trends in life expectancy after spinal
cord injury. Arch Phys Med Rehabil 2006; 87:1079-1085.
4. Smith PF. German orthopaedic and military surgeon and his links with Britain. J
Med Biogr 2006; 14(2):65.
7. http://sbu.org.br/pdf/recomendacoes/uroneurologia_2013.pdf
30
12. Bogaert GA, Goeman L, De Ridder D, Wevers M, Ivens J, Schuermans A. The
physical and antimicrobial effects of microwave heating and alcohol immersion
on catheters that are reused for clean intermittent catheterisation. Eur Urol 2004;
46:641-646.
13. Krassioukov A, Cragg JJ, West C, Voss C, Krassioukov-Enns D. The good, the bad
and the ugly of catheterization practices among elite athletes with spinal cord
injury: a global perspective. Spinal Cord 2015; 53: 78-82.
14. Shekelle PG, Morton SC, Clark KA, Pathak M, Vickrey BG. Systematic review of
risk factors for urinary tract infection in adults with spinal cord dysfunction. J
Spinal Cord Med 1999; 22:258-272.
15. Schlager TA, Clark M, Anderson S. Effect of a single-use sterile catheter for each
void on the frequency of bacteriuria in children with neurogenic bladder on
intermittent catheterization for bladder emptying. Pediatrics 2001; 108(4):71-
75.
16. Hunt GM, Oakeshott P, Whitacker RH. Intermittent catheterization: simple, safe
and effective but underused. BMJ 1996; 312: 103-107.
19. Martins MS et al. Estudo comparativo para dois tipos de cateteres para CIC em
crianças ostomizadas. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n4/a18v43n4
20. De Ridder DJ, Everaert K, Fernandez G, Valero JVF, Duran AB, Abrisqueta MLJ et
al. Intermittent catheterisation with hydrophilic-coated catheters (SpeediCath)
reduces the risk of clinical urinary tract infection in spinal cord injured patients:
a prospective randomised parallel comparative trial. Eur Urol 2005; 48(6):991-
995.
21. Cardenas DD, Moore KN, Dannels-McClure A, Scelza WM, Graves DE, Brooks M,
Busch AK. Intermittent catheterization with a hydrophilic-coated catheter delays
urinary tract infections in acute spinal cord injury: a prospective, randomized,
multicenter trial. PM R. 2011; 3(5):408-417.
29. Bakke A. Physical predictors of infection in patients treated with clean intermittent
catheterization: a prospective 7-year study. Br J Urol 1997; 79(1):85.
30. Canalini A et al. Neurogenic Bladder and Spinal Cord injury: Risk Factors for
Deterioration of the Urinary Tract. Eur Urol 1998; 33:43.
33. Bezerra CA, Truzzi JC, Averbeck M, et al. Cateterismo vesical intermitente:
indicações e técnica. In: Nardi A, Nardozza A, Fonseca CEC, Bretas FH, Truzzi JC,
Bernardo W. Diretrizes de Urologia AMB. Sociedade Brasileira de Urologia. 2014:
64-71. ISBN 978-85-89727-03-7
36. Maynard F, Diokno A. Urinary infection and complications during clean intermittent
catheterization following spinal cord injury. J Urol 1984; 132: 943.
32
38. http://nurses.uroweb.org/guideline/catheterisation-urethral-intermittent-in-
adults/
39. Roberts JA, Fussell EN, Kaack MB. Bacterial adherence to urethral catheters. J Urol
1990; 144: 264-69.
40. Cardenas DD, Hoffman JM. Hydrophilic catheters versus noncoated catheters
for reducing the incidence of urinary tract infections: a randomized controlled
trial. Arch Phys Med Rehabil 2009; 90:1668-71.
41. Prieto JA, Murphy CL, Moore KN, Fader MJ. Intermittent catheterisation for
long- term bladder management (abridged Cochrane Review). Neurourol
Urodyn 2015; 34(7):648-53
44. Haldorson AM, et al. Non value of neomycin instillation after intermittent urinary
catheterization. Antimicrob Agents Chemother 1978; 14: 368.
46. Canalini A et al. Prophylatic Antibiotic in patients with neurogenic bladder and
intermittent catheterization. Eur Urol 1999; 35(2): 55.
47. Murphy FJ, Zelman S, Mau W. Ascorbic acid as urinary acidifying agent. II: Its
adjunctive role in chronic urinary infection. J Urol 1965; 94: 300.
48. Schlager TA et al. Correlation of periurethral bacterial flora with bacteriuria and
urinary tract infection in children with neurogenic bladder receiving intermittent
catheterization. Clin Infect Dis 1999; 28: 346.
49. Webb RJ, Lawson AL, Neal DE. Clean intermittent self-catheterisation in 172
adults. Br J Urol 1990; 65(1):20- 3.
50. Perrouin-Verbe B, Labat JJ, Richard I, Mauduyt de IG, Buzelin JM, Mathe JF.
Clean intermittent catheterization from the acute period in spinal cord injury
patients. Long term evaluation of urethral and genital tolerance. Paraplegia
1995; 33(11):619-24.
33
52. Stensballe J, Looms D, Nielsen PN, Tvede M. Hydrophilic coated catheters
for intermittent catheterisation reduce urethral micro trauma: a prospective,
randomised, participant- blinded, crossover study of three different types of
catheters. Eur Urol 2005; 48(6):978-83.
53. Damanski M. Vesico-ureteric reflux in paraplegics. Br J Surg 1965; 52: 168 - 177.
56. Reisman EM, Preminger GM. Bladder perforation secondary to clean intermittent
catheterization. J Urol 1989; 142: 1316.
34
35
SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA
www.sbu.org.br