Você está na página 1de 54

NOÇÕES DE

CURADORIA
Projeto Jovem Aprendiz
Cultural
Anna Luísa Oliveira
santos.annaluisa@gmail.com
O que é curadoria?
A atividade de curadoria tem origem institucional,
tendo surgido no século XIX da necessidade de se
pensar um acervo a partir de suas especificidades.
A princípio, cabia ao curador estudar, preencher
lacunas e pensar formas diferentes de mostrar
determinada coleção, o que acabava resultando
em exposições de longa duração, montadas depois
de um grande período de estudo e pesquisa.

(Teixeira, 2015)
Aline Brune, é assim que tratam
os reis por aqui? 2020.
O que é curadoria?
Nos anos 1960, com o advento da experimentação
na arte, aliado à consolidação de espaços
alternativos, tais como a Kunsthalle (1918), na
Suíça, e o Museu de Arte Temporária (1974), nos
Estados Unidos, começaram a surgir exposições
temporárias que evidenciaram uma mudança na
atuação do/a/e curador/a/e, que passou o sugerir
temas e propor projetos aos artistas e se tornou
independente de museus.

(Teixeira, 2015) Aline Brune, Monumental, 2019.


O que faz a pessoa
curadora?
O/a/e curador/a/e de arte é alguém que cuida,
seleciona, organiza e exibe uma mostra. Esse
processo engloba tanto a concepção da exposição
como a sua administração. Dessa forma, o papel
do/a/e curador/a/e abrange muitas atividades e é
essa pessoa quem decide como o orçamento será
orientado e quais trabalhos serão expostos.

(Agência Papoca, 2019)

Aline Brune, Passageira em ponto


de trás. 2020.
O que faz a pessoa
curadora?
O/a/e curador/a/e de arte também precisa saber
interpretar as obras e conseguir transmitir a ideia
do artista para seu público. Dessa forma, oferece
diferentes possibilidades de leitura para seus
espectadores. Porém, ao mesmo tempo, deve
cuidar para que o contexto e a intenção do artista
sejam preservados.

(Agência Papoca, 2019)


Aline Brune, Corpo em ponto de
trás. 2019.
O que faz a pessoa
curadora?

Além de proporcionar diferentes leituras, o/a/e


curador/a/e também deve compreender e
acompanhar o conceito do/a/e artista e, assim,
oferecer um olhar diferente e apurado sobre o seu
trabalho.

(Agência Papoca, 2019) Aline Brune, Samambaia em


ponto de trás, 2017.
O que faz a pessoa
curadora?
A pessoa curadora de arte seleciona, organiza e
exibe as obras de arte. Nesse cenário, administra,
identifica e registra itens. No entanto, muito mais
do que selecionar e exibir, esse/a profissional deve
saber contextualizar a proposta da exposição,
dialogando com o espaço que a exibirá, com o/a/e
artista e o público.

(Agência Papoca, 2019)


Aline Brune, Sammabaia em
ponto de trás, 2017.
Responsabilidades da curadoria
➔ Desenvolver e organizar novas coleções;

➔ pesquisar, negociar preços e adquirir itens;

➔ manter os catálogos atualizados e


registrados;
➔ assegurar a preservação das obras;

➔ coletar doações ou empréstimos.


Responsabilidades da curadoria

Essa figura também atua na montagem da


mostra, elencando suas peças e as
preservando. Além disso, gerencia a
apresentação e a divulgação das
exposições.

(Agência Papoca, 2019)


A curadoria tem a função
de estabelecer um recorte
em uma coleção, tema, ou
obra de um artista, e ainda
elaborar reestruturações
museológicas, eventos e
ações culturais. DICA
Curadoria nada
mais é do que
(Teixeira, 2015) selecionar e
comunicar!

Aline Brune, corpo em


ponto de trás, 2019.
Como atua a pessoa
curadora?
concepção de
exposição e
pesquisa curatorial
Concepção de exposição
Sobre o que será a exposição?
Quanto tempo ela durará? Dica

Qual o tamanho do espaço disponível? Esse é o momento inicial


de um projeto curatorial,
no entanto, o principal. É a

Qual o orçamento disponível? partir daqui que tudo se


delineia, é o ponto
estratégico para a ideia
prosseguir.
O Local
Nesta etapa já devem ficar
claras as condições de uso do
espaço: o que pode e o que não
pode ser retirado, acrescentado,
pendurado, pintado.

Todas estas informações


sistematizadas facilitarão o
desenvolvimento na construção
e na divulgação da exposição.

(IBRAM, 2017)
Duração
Pensar na duração de uma exposição
pressupõe definir seu perfil. As exposições
podem ser de curta, média ou longa duração
e, nesses casos, estão diretamente
relacionadas ao tempo de permanência para
visitação pública. Podem também ser
itinerantes. O tempo que uma exposição
permanece em “cartaz” demanda diferentes
orçamentos, estratégias de divulgação, usos e
tipos de materiais expositivos, acarretando
mais trabalho e mais custos. Esse tempo
também vai determinar alguns cuidados com
a conservação do acervo selecionado para a
exposição.

(IBRAM, 2017)
Data de abertura
e encerramento
É necessária a fixação da data de início
e término da exposição. Esta
informação será útil para o
estabelecimento de metas,
composição de cronograma de
desenvolvimento, orçamento,
montagem e desmontagem. Os
melhores dias da semana para abertura
de uma exposição, geralmente, são a
quinta ou a sexta-feira.
(IBRAM, 2017)
Público-Alvo
É parte de um universo de pessoas que
se deseja que visite a exposição.
Normalmente, quando se monta uma
exposição, trabalha-se para adaptá-la e
para atingir a todos, mas é essencial ter
consciência da dificuldade deste
alcance. Identificar e conhecer o
público, especificamente aquele que
se quer atingir, seus hábitos,
preferências, necessidades e
interesses, como se locomove, lugares
que frequenta. É parte de uma
importante pesquisa inicial. (IBRAM, 2017)
Recursos Humanos e
Financeiros
Quanto poderá ser gasto e quais
valores estarão disponíveis para a
viabilização do projeto. Haverá
necessidade de fazer um orçamento
geral indicando a origem dos
recursos para cada item,
implementação e manutenção da
exposição.

(IBRAM, 2017)
É importante ter na
equipe:
● Pessoa pesquisadora
especialista no tema;
● Produção
● Pessoa arquiteta;
● Designer;
● Profissional de iluminação;
● Equipe de Montagem;
● Equipe de Educação.

(IBRAM, 2017)
Conceito e Pesquisa
Para realizar uma exposição, a pessoa
curadora realiza em conjunto ou
individualmente uma pesquisa aprofundada
acerca do tema proposto. Podemos partir dos
seguintes questionamentos:

➔ O quê ?
➔ Por que?
➔ Com quem?
➔ Para quem?
➔ Onde?
.
Conceito
A partir das respostas às perguntas
anteriores, a pessoa curadora,
individualmente ou em conjunto, desenvolve
um conceito para a exposição, que se
Dica desdobrará em um título, texto curatorial e
Nesse momento é
importante ter em mente o
textos críticos das obras que serão
perfil da instituição que
receberá a exposição, seu
escolhidas.
público alvo, e
principalmente, qual a
relevância social que a
mostra terá.

Projeto Crianças de Axé, Ellen Katarine, 2021


Conceito
Essa é a parte primordial, e deve ser sempre
enfatizada. A exposição precisa ter uma
intencionalidade, de modo que as escolhas
sejam conscientes e direcionem o trabalho ao
resultado que se busca. É preciso saber o que
Dica
se quer dizer, para então desenvolver a
Ao desenvolver o conceito
de uma exposição, é maneira mais adequada possível para dizê-lo.
importante estar com a
atenção voltada para a
produção artística com a (IBRAM, 2017)
poética proposta, e mais
importante, se existe
sincronia com a atualidade
e interesse público.

Projeto Crianças de Axé, Ellen Katarine, 2021


Conceito
Esta etapa deverá organizar as informações, iniciar o
projeto e considerar alguns princípios com relação à
construção de exposições, em geral:

Exposição Encruzilhadas, MAM-BA. Foto de Anna Luisa OLiveira 2022


Conceito
● Utilizar recursos variados;
● Sempre partir do que é conhecido para o
desconhecido;
● A exposição compõe-se de introdução,
desenvolvimento e conclusão;
● Apresentar objetos acompanhados do seu
contexto;

Exposição Encruzilhadas, MAM-BA. Foto de Anna Luisa OLiveira 2022


Conceito
● Exibir textos escritos: curtos, simples e
objetivos;
● Hierarquizar as mensagens: nem tudo tem a
mesma importância;
● Uma mensagem para cada espaço. Evitar
múltiplas mensagens no mesmo espaço;
● Arquitetura e design a serviço das ideias e da
compreensão do discurso, não o oposto.

(IBRAM, 2017)

Exposição Encruzilhadas, MAM-BA. Foto de Anna Luisa OLiveira 2022


Pesquisa
A pesquisa às fontes específicas de
conhecimento dará o suporte que servirá de
base para a construção da exposição. Essa
pesquisa poderá ser feita, segundo as
necessidades da exposição e as decisões da
equipe, a partir de fontes documentais,
objetos, entrevistas, história oral, fotografias,
filmes, enfim, uma infinidade de origens, e
estará de acordo com o enfoque que será dado
ao tema na exposição. Uma exposição não
deve induzir ao erro ou reproduzir
informações sobre as quais não haja certeza da
veracidade.

Galpão Bela Maré, Exposição Misturas 2022


A pesquisa pode e deve ir além das dimensões materiais, pode
ampliar-se para as representações do intangível, dos
conhecimentos, dos saberes, técnicas, artes, crenças, ritos, sons,
palavras, expressões, movimentos. (IBRAM, 2017)

Dica
O ideal é usar exemplos de
situações diferentes que
podem ser melhoradas
com sua solução.

Adjunto de Sexta, Aline Brune. Exposição Agdá das Artes 2021.


Escolha de
obras/artistas
participantes
A etapa final da pesquisa consiste em
definir o acervo que irá compor a exposição.
Desenvolve-se uma costura entre o
conceito e as obras. Essa etapa pode ser
Dica
feita a partir da seleção de obras que já
Uma obra de arte
comissionada é uma arte estejam na coleção da instituição, obras de
exclusiva. É uma troca artistas convidados/as/es, obras
especial entre artista e
curadoria, onde a pessoa emprestadas de outras instituições, bem
artista é contratada para
criar uma arte específica
como podem ser obras encomendadas
para aquela mostra. especificamente para a mostra.
Narrativa
A narrativa em uma exposição implica
em uma série de escolhas, de artifícios,
de linguagens (visuais, sonoras,
tecnológicas, acessíveis) que deverão se
enviesar, sem necessariamente ter
linearidade. Nesse momento é
importante criar um texto e com base
nele, desenvolver os vários módulos que
irão compor a exposição. Os módulos
são divisões espaciais que irão compor
as narrativas a partir de um conjunto de
obras.

(IBRAM, 2017)
Exposição Cesarino, O Cotidiano expresso pela arte, 2017.
Principais etapas do processo
curatorial:
Concepção Pesquisa Montagem
o que será Escolha conceitual Construção de
narrativas
para quem será Análise aprofundada
harmonização do
quando será Escolha das obras acervo e discurso
expográfico
Referências
Instituto Brasileiro de Museus. Caminhos da memória: para fazer uma exposição. / pesquisa e
elaboração do texto Katia Bordinhão, Lúcia Valente e Maristela dos Santos Simão – Brasília,
DF: IBRAM, 2017.

O Que É, O Que Faz E Como Ser Um Curador De Arte. Agência Papoca, 2019.

TEIXEIRA, Karina Alves. Curadoria. SISEM-SP, 2015.


CRÍTICA DE ARTE
O que é crítica de arte?

Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz


respeito a análises e juízos de valor emitidos sobre
as obras de arte que, no limite, reconhecem e
definem os produtos artísticos como tais. Envolve
interpretação, julgamento, avaliação e gosto.

Aline Brune, Adjunto de sexta


2020.
O que é crítica de arte?

A crítica de arte nesse sentido específico surge no


século XVIII, num ambiente caracterizado pelos
salões literários e artísticos, acompanhando as
exposições periódicas, o surgimento de um público
e o desenvolvimento da imprensa.

Aline Brune, Ventania Dentro


2020.
O que é crítica de arte?
Os escritos de Denis Diderot (1713-1784)
exemplificam o feitio da crítica de arte
especializada, que se ancora em formulações
teórico-filosóficas, mas traz a marca do
comentário feito no calor da hora sobre a
produção que se apresenta aos olhos do
espectador.

Aline Brune, SUSpensão 2020.


O que é crítica de arte?
Nesse momento, observam-se as primeiras
tentativas de distinguir mais nitidamente crítica de
arte e história da arte, que aparecem como
domínios distintos: o historiador voltado para a
arte do passado e o crítico comprometido com a
análise da produção do seu tempo.

Aline Brune, Dos encontros


impossíveis sem sonho ou pintura
2020.
O que é crítica de arte?
A despeito desse esforço em marcar diferenças, as
dificuldades em estabelecer limites claros entre os
dois campos se mantêm até hoje. Embora distintos,
os campos da história e da crítica de arte
encontram-se imbricados; afinal o juízo crítico é
sempre histórico, na medida em que dialoga com o
tempo, e a reconstituição histórica, inseparável
dos pontos de vista que impõem escolhas e
princípios. As meditações sobre o belo, no domínio
Aline Brune, Monumental. 2020.
da estética, alimentam as formulações da crítica e
da história da arte.
Crítica de Arte
Numa acepção mais geral, escritos que se
ocupam da arte e dos artistas são incluídos na
categoria crítica de arte, como é possível
observar nos dicionários e enciclopédias
dedicados às artes visuais. A história da arte
compreende a história da crítica, dos estudos e
tratados que emitem diretrizes teóricas,
históricas e críticas sobre os produtos artísticos. 
Aline Brune, Tem um monte de
Oxum no SUS. 2020.
Crítica de Arte
Os primeiros escritos sobre arte remetem à Antigüidade grega. Biografias de
artistas (como as escritas por Duride di Samo, século IV a.C.), tratados
técnicos sobre escultura e pintura, de Senocrate di Sicione e Antigono di
Caristo, século III a.C., aos quais se junta, na época romana, o tratado de
arquitetura de Vitrúvio, De Architectura, e "guias" artísticos (como o escrito
por Pausaniam, século II a.C.) estão entre os primeiros textos dedicados à
arte.
Crítica de Arte
Nesse contexto, o pensamento estético de Platão e
Aristóteles levanta problemas fundamentais sobre o fazer
artístico: a questão da fantasia (ou imaginação criadora), do
prazer estético, do belo e da imitação da natureza (mimesis).
Crítica de Arte
O período medieval não oferece uma teoria da arte ou crítica de
arte sistemática, dominam as meditações de ordem teológica, as
formulações técnicas e os repertórios iconográficos, com a
indicação de exemplos a seres copiados. Na Itália florentina do
século XIV, as condições econômico-sociais renovadas se exprimem
em um ambiente artístico mais rico e em escritos sobre arte
originais. 
Filippo Villani escreve um livro em homenagem a sua
Florença natal, 1381-1382, em que destaca a vida de
artistas da Antigüidade. Cenino Cennini
(ca.1370-ca.1440), com descrições detalhadas da
pintura a têmpera e do afresco, abre possibilidades
para análises do material artístico. A época
renascentista traz interpretações científicas da
natureza, apoiadas na matemática e na geometria.
Leon Battista Alberti (1404-1472) e Leonardo da
Vinci (1452-1519) são os principais teóricos do
período, notáveis pelas tentativas de conferir
fundamento teórico e base científica às obras.

Vitruvian Man, Da Vinci, 1490

Crítica de Arte
Crítica de Arte
Também se esboçam histórias da arte
construídas pelo filão da vida de artista,
como Comentários, de Lorenzo Ghiberti
(ca.1381-1455),  e As Vidas dos mais
Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos,
de Giorgio Vasari (1511-1574), que se
tornam modelares para a produção de
Andréa Palladio (1508-1580).

Seis Poetas Toscanos, Vasari, 1544


O surgimento das academias de arte
coincide com a crise dos ideais
renascentistas expressa no maneirismo -
teorizado por Giovanni Pietro Bellori
(1613-1696) e Luigi Lanzi (1732-1810) - e
marca uma mudança radical no status do
artista, personificada por Michelangelo
Buonarroti (1475-1564). Não mais
artesãos das guildas e corporações, os
artistas são considerados a partir de então
teóricos e intelectuais, o que altera o
caráter dos escritos sobre arte. 
A criação de Adão, Michelangelo, 1511

Crítica de Arte
As novas instituições têm papel fundamental no controle da atividade artística e
na fixação de padrões de gosto. Na academia francesa, fundada em 1648,
observa-se uma associação mais nítida entre o órgão e uma doutrina particular,
com base no classicismo e na obra do pintor francês Nicolas Poussin
(1594-1665). Controvérsias têm lugar no interior das academias, por exemplo,
aquela que envolve Roger de Piles (1635-1709), admirador de Rubens
(1577-1640), contra os defensores de Poussin.

Crítica de Arte
Nos séculos XVIII, apogeu das academias, e XIX, os teóricos
do neoclassicismo Anton Raphael Mengs (1728-1779) e, sobretudo,
Joachim Johann Winckelmann (1717-1768) rompem
definitivamente com o modelo fornecido pela "vida de artista",
apoiando suas interpretações em testemunhos históricos e no
esforço de compreensão da linguagem artística propriamente dita. 

Crítica de Arte
Crítica de Arte

Tanto o clássico quanto o romântico são teorizados entre a


metade do século XVIII e meados do século XIX. O contexto em
que as novas idéias se enraízam é praticamente o mesmo: as
contradições ensejadas pela Revolução Industrial e Revolução
Francesa. 
Crítica de Arte
O romantismo é sistematizado histórica e criticamente pelo grupo
reunido com os irmãos Schlegel na Alemanha, a partir de 1797, ao
qual se ligam Novalis, Tieck, Schelling e outros. A filosofia de
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) está na base das
formulações românticas alemãs e tem forte impacto no
pré-romantismo do sturm und drang [tempestade e ímpeto].
Crítica de Arte

O século XIX assiste à expansão das exposições de arte e à


ampliação do campo de atuação do crítico. Vale lembrar que os
pintores, estão envolvidos no debate crítico com suas obras e
escritos, por exemplo, Eugène Delacroix (1798-1863) e suas
considerações sobre o romântico, e Gustave Courbet (1819-1877),
responsável pelo estabelecimento de um padrão de arte realista. 
A partir daí, os literatos passam a ocupar papel de ponta nas discussões
sobre arte em geral, entre eles Stendhal (1783-1842), os irmãos Edmond
Goncourt (1822-1896) e Jules Goncourt (1830-1870) e Émile Zola
(1840-1902), o crítico do impressionismo. Mesmo nos movimentos de
vanguarda dos primeiros decênios do século XX, escritores e poetas
mantêm suas posições de críticos de arte atuantes - Apollinaire
(1880-1918), cujas formulações são fundamentais para o cubismo, e André
Breton, escritor e teórico do surrealismo.

Crítica de Arte
A crítica de Charles Baudelaire
(1821-1867), em especial seu célebre
ensaio O Pintor da Vida Moderna, sobre
Constantin Guys (1805-1892), mostra-se
fundamental para a definição de arte
moderna e da própria idéia de
modernidade. O moderno, declara
Baudelaire, não se define pelo tempo
presente - nem toda a arte do período
moderno é moderna -, mas por uma nova
atitude e consciência da modernidade.

Crítica de Arte Girls on the Balcony, Guys 1870


Crítica de Arte
Acompanhar a história da crítica de arte no século XX obriga à
consideração detida de diversas perspectivas
teórico-metodológicas, que informam tanto a crítica
propriamente dita quanto a história da arte, assim como o
levantamento da crítica mais militante, veiculada pelos jornais e
revistas especializadas. 
Crítica de Arte
No Brasil, o surgimento da crítica de arte
liga-se à criação da Academia Imperial
de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro,
em 1826, que inaugura o ensino artístico
formal no país. Seu primeiro
representante é o pintor, crítico e
historiador de arte Manuel de Araújo
Porto-Alegre (1806-1879), que a dirige
entre 1854 a 1857.
Crítica de Arte
Porto-Alegre confere importância destacada à pintura de
paisagem que deveria, segundo ele, sair da cópia de estampas e
dos quadros da pinacoteca e voltar-se para o registro da
natureza nacional, no entanto ele defende o estabelecimento
de uma tradição de pintura histórica brasileira.
Referência

CRÍTICA de Arte. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e


Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019.
Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de
-arte>. Acesso em: 08 de Abr. 2019.Verbete da
Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

Você também pode gostar