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José Maria
Língua Portuguesa para PM AP Aulas 04 e 05

Teste a sua Direção

Olá, tudo bem? Preparei uma pequena bateria para que você possa avaliar se compreendeu bem os temas
abordados nas duas últimas aulas. O objetivo deste teste é permitir um excelente diagnóstico da sua preparação
até aqui. Só assim você saberá se está realmente evoluindo, ou seja, se está caminhando na Direção correta.

É provável que, ao resolver as questões, você perceba “lacunas de conhecimento”, aspectos que precisa reforçar,
assuntos que precisa reler etc. Não hesite em voltar às aulas anteriores e relembrar tudo aquilo que julgar
necessário. Mais importante do que terminar logo o curso é avançar de maneira sólida, consistente. Se ainda assim
alguma dúvida permanecer, lembre que você pode me procurar por meio do nosso fórum, ok?

Faça um excelente teste de Direção!

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Exercícios para revisão

Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona
a cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular,
técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os
conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma
década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem
a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade.
O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação
de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si.
O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações).

A conjunção “Se” introduz, na organização dos argumentos do texto, uma condição sem a qual não teria sido
possível investigar a “cabeça do investidor”.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma série de recomendações à Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) para aperfeiçoamento dos processos relativos à arrecadação e à aplicação das receitas próprias da
entidade.
O tribunal observou que o desempenho das atribuições inerentes ao poder de polícia da SUSEP sobre o mercado
de corretagem de seguros precisava ser melhorado, pois não cabiam a essa superintendência, mas à Federação
Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das
Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (FENACOR), o controle das informações e a arrecadação de
taxas referentes aos serviços decorrentes do exercício do referido poder.
Além disso, o TCU constatou que o "mercado marginal", formado por pessoas físicas ou jurídicas que realizam
operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização, continuava a crescer, apesar da aplicação
de pesadas multas.
Internet: <portal2.tcu.gov.br> (com adaptações).

Em relação aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

Seriam mantidos a correção gramatical do período e o seu sentido original se a conjunção "pois" fosse substituída
por qualquer uma das seguintes: porque, visto que, uma vez que, conquanto.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

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Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua
escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são
minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para
as organizações mais poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis antitrust − apenas um
item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco − sejam maiores que todas as perdas causadas
pelos crimes notificados à polícia em mais de uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse
crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos
representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os
assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos,
como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

Sem prejuízo para a coerência textual e a correção gramatical, o trecho "Mas os danos (...) minúsculos", que inicia
o segundo período do texto, poderia ser substituído por: Embora os danos causados por esses criminosos sejam
ínfimos (...).

( ) Verdadeiro
( ) Falso

Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada
pelas redes transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da cultura pós-moderna. Alguns
pós-modernistas levam mais longe a argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a racionalidade
da civilização moderna, entre cujos esteios principais se insere a noção segura e unidimensional de soberania
política absoluta, inserida no conceito de Estado nacional. No coração histórico da sociedade moderna, a
Comunidade Europeia (CE) supranacional parece dar especial crédito à tese de que a soberania político-nacional
vem fragmentando-se. Ali, tem-se às vezes anunciado a morte efetiva do Estado nacional, embora, para essa
visão, uma aposentadoria oportuna talvez fosse a metáfora mais adequada. O cientista político Phillippe Schmitter
argumentou que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso para além do Estado nacional tem uma
pertinência mais genérica, pois "o contexto contemporâneo favorece sistematicamente a transformação dos
Estados em confederatii, condominii ou federatii, numa variedade de contextos".

É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas, que trazem à memória algumas formas mais
antigas, como lembra o latim usado por Schmitter. Estas nos obrigam a rever nossas ideias do que devem ser os
Estados contemporâneos e suas inter-relações. De fato, nos últimos 25 anos, assistimos a reversões neoliberais e
transnacionais de alguns poderes de Estados nacionais. No entanto, alguns de seus poderes continuam a crescer.
Ao longo desse mesmo período recente, os Estados regularam cada vez mais as esferas privadas íntimas do ciclo
de vida e da família. A regulamentação estatal das relações entre homens e mulheres, da violência familiar, do
cuidado com os filhos, do aborto e de hábitos pessoais que costumavam ser considerados particulares, como o
fumo, continua a crescer. A política estatal de proteção ao consumidor e ao meio ambiente continua a proliferar.
Tudo indica que o enfraquecimento do Estado nacional da Europa Ocidental é ligeiro, desigual e singular. Em
partes do mundo menos desenvolvido, alguns aspirantes a Estados nacionais também estão fraquejando, mas por
razões diferentes, essencialmente "pré-modernas". Na maior parte do mundo, os Estados nacionais continuam a

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amadurecer ou, pelo menos, estão tentando fazê-lo. A Europa não é o futuro do mundo. Os Estados do mundo
são numerosos e continuam variados, tanto em suas estruturas atuais quanto em suas trajetórias.
Michael Mann. Estados nacionais na Europa e noutros continentes: diversificar, desenvolver, não morrer. In: Gopal Balakrishnan. Um mapa da
questão nacional. Vera Ribeiro (Trad.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 311-4 (com adaptações).

O conector "embora" introduz um conteúdo que, mesmo sendo contrário à proposição contida no trecho "seu
progresso para além do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica", não a invalida.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma série de recomendações à Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) para aperfeiçoamento dos processos relativos à arrecadação e à aplicação das receitas próprias da
entidade.
O tribunal observou que o desempenho das atribuições inerentes ao poder de polícia da SUSEP sobre o mercado
de corretagem de seguros precisava ser melhorado, pois não cabiam a essa superintendência, mas à Federação
Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das
Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (FENACOR), o controle das informações e a arrecadação de
taxas referentes aos serviços decorrentes do exercício do referido poder.
Além disso, o TCU constatou que o "mercado marginal", formado por pessoas físicas ou jurídicas que realizam
operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização, continuava a crescer, apesar da aplicação
de pesadas multas.
Internet: <portal2.tcu.gov.br> (com adaptações).

Em relação aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue.
O segmento "que realizam operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização" tem
natureza restritiva em relação ao termo antecedente "pessoas físicas ou jurídicas".

( ) Verdadeiro
( ) Falso

Durante o período de industrialização protecionista, a administração da proteção (especialmente não-tarifária) à


indústria doméstica contra a competição dos importados constituiu, junto com instrumentos de incentivo ao
investimento, um dos principais mecanismos de implementação da política industrial. A partir da década de 70,
políticas ativas de promoção de exportação, apoiadas em incentivos fiscais e creditícios, juntaram-se a esse elenco
de instrumentos. Uma característica marcante desse conjunto de instrumentos refere-se ao fato de que sua
concepção e administração eram essencialmente setoriais. Não por acaso, as instituições públicas encarregadas
da gestão das políticas industrial e comercial, como o Conselho de Desenvolvimento Industrial e a CACEX, eram
rigorosamente estruturadas internamente segundo clivagens setoriais e subsetoriais. Daí decorreu que as relações
de interlocução e consulta entre o setor público e os agentes privados, nesse caso, exclusivamente as empresas e

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associações setoriais diretamente interessadas, se deram quase que exclusivamente ao longo desse eixo de
articulação.

Pedro da Motta Veiga e Roberto Magno Iglesias. Internet: <www.bndes.gov.br> (com adaptações).

O segmento "apoiadas em incentivos fiscais e creditícios" está entre vírgulas porque é uma oração reduzida de
particípio e tem natureza restritiva.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

O administrador interino

Pádua era empregado em repartição dependente do Ministério da Guerra. Não ganhava muito, mas a mulher
gastava pouco, e a vida era barata. Demais, a casa em que morava, assobradada como a nossa, posto que menor,
era propriedade dele. Comprou-a com a sorte grande que lhe saiu num meio bilhete de loteria, dez contos de réis.
A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio, foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes
para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar vir da Europa alguns pássaros etc.; mas a mulher, esta
D. Fortunata que ali está à porta dos fundos da casa, em pé, falando à filha, alta, forte, cheia, como a filha, a mesma
cabeça, os mesmos olhos claros, a mulher é que lhe disseque o melhor era comprar a casa, e guardar o que sobrasse
para acudir às moléstias grandes. Pádua hesitou muito; afinal, teve de ceder aos conselhos de minha mãe, a quem
D. Fortunata pediu auxílio. Nem foi só nessa ocasião que minha mãe lhes valeu; um dia chegou a salvar a vida ao
Pádua. Escutai; a anedota é curta.

O administrador da repartição em que Pádua trabalhava teve de ir ao Norte, em comissão. Pádua, ou por ordem
regulamentar, ou por especial designação, ficou substituindo o administrador com os respectivos honorários. Esta
mudança de fortuna trouxe-lhe certa vertigem; era antes dos dez contos. Não se contentou de reformar a roupa e
a copa, atirou-se às despesas supérfluas, deu joias à mulher, nos dias de festa matava um leitão, era visto em
teatros, chegou aos sapatos de verniz. Viveu assim vinte e dois meses na suposição de uma eterna interinidade.
Uma tarde entrou em nossa casa, aflito e desvairado, ia perder o lugar, porque chegara o efetivo naquela manhã.
Pediu a minha mãe que velasse pelas infelizes que deixava; não podia sofrer desgraça, matava-se. Minha mãe
falou-lhe com bondade, mas ele não atendia a coisa nenhuma.

Pádua enxugou os olhos e foi para casa, onde viveu prostrado alguns dias, mudo, fechado na alcova, − ou então no
quintal, ao pé do poço, como se a ideia da morte teimasse nele. D. Fortunata ralhava:

- Joãozinho, você é criança?

Mas, tanto lhe ouviu falar em morte que teve medo, e um dia correu a pedir a minha mãe que lhe fizesse o favor
de ver se lhe salvava o marido que se queria matar. Minha mãe foi achá-lo à beira do poço, e intimou-lhe que
vivesse. Que maluquice era aquela de parecer que ia ficar desgraçado, por causa de uma gratificação a menos, e
perder um emprego interino?

Machado de Assis. Dom Casmurro, cap. XVI (com adaptações).

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Julgue o item com relação a aspectos gramaticais e ortográficos do texto.

No trecho "a mulher é que lhe disse", a expressão "é que" confere ênfase ao elemento que exerce a função de
sujeito da oração.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição
apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas.
Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar
um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar
por perto, para arranjar comida, manter as onças afastadas e garantir a sobrevivência da prole, representava uma
superioridade evolutiva. Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas até mesmo na
anatomia e na fisiologia humanas.
Veja, 10/12/2008 (com adaptações).

O pronome “se”, tanto em “se acredita” como em “tenha-se estabelecido”, tem função de marcar a
indeterminação do sujeito da oração.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a
cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular,
técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os
conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma
década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem
a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade.
O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação
de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si.
O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações).

O sinal de dois-pontos depois de “investidor” introduz uma explicação sobre “Esse é um dado”.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

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Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a
cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular,
técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os
conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma
década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem
a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade.
O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação
de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si.
O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações).

A substituição dos travessões depois de “neurociência” e “anos 90” por vírgulas preserva o respeito às regras
de pontuação e mantém a coerência entre os argumentos do texto.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

O homem como ser humano não exclusivamente natural, para legitimar-se no interior da própria história,
expressa-se em uma forma de organização social criada pelo moderno sistema econômico de propriedade privada,
em que há uma nova confirmação dos poderes humanos e um novo tipo de enriquecimento. O sentido e o
significado históricos nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se atribuir as riquezas e os objetos
da produção às necessidades vitais humanas, ou seja, sob a égide da propriedade privada não se transformam as
necessidades em verdadeiras necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o capricho transforma-se
em extravagância. As verdadeiras necessidades se transformam na necessidade do dinheiro e nas necessidades
quantitativas e subjetivas que ele mesmo produz.
Valdir Alvim. Dinheiro: instituição social relevante na sociedade moderna. In: EmTese, v. 1, n.º 1 (1), p. 11 (com adaptações).

Na linha 7, mantém correta a pontuação do texto e preserva as relações de sentido entre os argumentos a
substituição do ponto depois de “extravagância” pelo sinal de dois-pontos, desde que o artigo “As” seja
grafado com inicial minúscula.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

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Denomina-se política ambiental o conjunto de decisões e ações estratégicas que visam promover a conservação e
o uso sustentável dos recursos naturais. A política ambiental, portanto, tem relação direta com todas as demais
políticas que promovam o uso dos recursos. Por isso, embora a responsabilidade pelo seu estabelecimento seja
dos órgãos ambientais, todas as demais áreas de governo têm um papel a cumprir na execução das políticas
ambientais.

No Brasil, as primeiras iniciativas governamentais para instituir mecanismos para a gestão ambiental datam do
início do século XIX, com a criação do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e do Serviço Florestal, que funcionou de
1921 a 1959, sucedido pelo Departamento de Recursos Naturais Renováveis e, em 1967, pelo Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi
a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do
Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas,
setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade
científica.
Em 1985, foi criado o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e, em 1989, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), originado da fusão da SEMA com a
Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e com o IBDF. Em 1999, a questão ambiental passou a ser tratada
no âmbito de uma secretaria especial da Presidência da República, e, em 1992, ano da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, foi finalmente criado o Ministério
do Meio Ambiente.
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

A oração “que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)” classifica-
se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de estar empregada entre vírgulas.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

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Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria
vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras
necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a
novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de
cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o
estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da
produção e do intercâmbio. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito
processo de autoconstrução.
Vânia Noeli F. de Assunção. Karl Marx: teoria e práxis de um gênio das ciências sociais. Internet: <filosofiacienciaevida.uol.com.br>.

A substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois da palavra “social” pelo ponto final e o emprego da letra
inicial maiúscula na palavra “por” preservariam a coerência e a correção do texto.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de
interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade
básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não
receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões
para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e
limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa
do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito
de influir no estabelecimento das regras de convivência.
Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações).

O uso do sinal de dois-pontos depois de “realidade” assinala o início da explicação de que essa “realidade” é
a “natureza associativa do ser humano”.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

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Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de
interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade
básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não
receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões
para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e
limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa
do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito
de influir no estabelecimento das regras de convivência.
Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações).

Respeitam-se as regras gramaticais e a organização das ideias no texto ao se usar o sinal de dois-pontos logo
após as expressões “em primeiro lugar” e “em segundo lugar”.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

O ICMS, adotado no país, é o único caso no mundo de imposto que, embora se pareça com o IVA, não é
administrado pelo governo federal — o que dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar e gastar os
recursos dele originados.

O emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país” e “embora se pareça com o IVA” é
justificado por regras distintas de pontuação.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

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Gabarito

01– F 09 – V

02 – F 10 – V

03 – F 11 – V

04 – V 12 – F

05 – V 13 – V

06 – F 14 – V

07 – V 15 – F

08 – F 16 – V

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Resolução dos exercícios

1.

Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona
a cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular,
técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os
conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma
década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem
a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade.
O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação
de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si.
O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações).

A conjunção “Se” introduz, na organização dos argumentos do texto, uma condição sem a qual não teria sido
possível investigar a “cabeça do investidor”.

( ) Verdadeiro
(X) Falso
COMENTÁRIOS:

Analisemos com bastante atenção o trecho em destaque:


Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a cabeça
do investidor.
Não há valor condicional.
A oração introduzida pelo "Se" tem valor semântico causal. Tanto é que podemos reescrever a redação da seguinte
maneira: Já que a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira,
era apenas natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como
funciona a cabeça do investidor.
Vale a pena revisar as principais funções do SE.
Vejamos:

1) Partícula Apassivadora:
Não se fazem negociações como antigamente (Negociações não são feitas como antigamente.).

Observação: O "se" partícula apassivadora se une a verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos.

2) Índice de Indeterminação do Sujeito:

Precisa-se de mais cautela com as apurações.

Observação: O "se" índice de indeterminação do sujeito se une a verbos intransitivos, transitivos indiretos e
verbos de ligação.

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3) Pronome Reflexivo

Ele se culpou pelo acidente (Ele culpou a si mesmo pelo acidente).

4) Pronome Recíproco

Eles se abraçaram ao final do evento (Eles abraçaram uns aos outros ao final do evento).
5) Conjunção Integrante

Não sei se ele me entendeu claramente (Não sei ISTO)

Observação: O "se" conjunção integrante introduz orações subordinadas substantivas.

6) Conjunção Condicional

Se eu passar no concurso, farei um churrasco e convidarei todos os meus professores. (Caso eu passe no concurso,
farei...).

7) Conjunção Causal

Se não tinha aptidão para o cargo, não deveria ter aceitado a proposta (Não deveria ter aceitado a
proposta porque não tinha aptidão para o cargo.).

8) Parte Integrante do Verbo


Ele não se arrependeu.
Ele se queixou das reclamações.
Observação: O "se" partícula integrante do verbo faz parte do verbo. Por exemplo, ninguém conjuga o verbo
"arrepender". Conjuga-se, sim, o verbo "arrepender-se" (Eu me arrependo; Tu te arrependes; Ele se
arrepende...).
Ou seja, o verbo não vive sem o pronome. Este faz parte do verbo.

2.
O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma série de recomendações à Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) para aperfeiçoamento dos processos relativos à arrecadação e à aplicação das receitas próprias da
entidade.
O tribunal observou que o desempenho das atribuições inerentes ao poder de polícia da SUSEP sobre o mercado
de corretagem de seguros precisava ser melhorado, pois não cabiam a essa superintendência, mas à Federação
Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das
Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (FENACOR), o controle das informações e a arrecadação de
taxas referentes aos serviços decorrentes do exercício do referido poder.
Além disso, o TCU constatou que o "mercado marginal", formado por pessoas físicas ou jurídicas que realizam
operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização, continuava a crescer, apesar da aplicação
de pesadas multas.
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Em relação aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

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Seriam mantidos a correção gramatical do período e o seu sentido original se a conjunção "pois" fosse substituída
por qualquer uma das seguintes: porque, visto que, uma vez que, conquanto.

( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIOS:
Não é possível a substituição pela conjunção “conquanto”, pois esta introduz uma ideia de oposição concessiva,
equivalendo a “embora”, “apesar de”, etc.

3.
Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua
escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são
minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para
as organizações mais poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis antitrust − apenas um
item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco − sejam maiores que todas as perdas causadas
pelos crimes notificados à polícia em mais de uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse
crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos
representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os
assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos,
como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

Sem prejuízo para a coerência textual e a correção gramatical, o trecho "Mas os danos (...) minúsculos", que inicia
o segundo período do texto, poderia ser substituído por: Embora os danos causados por esses criminosos sejam
ínfimos (...).

( ) Verdadeiro
(X) Falso
COMENTÁRIOS:
A oposição adversativa - evidenciada pelas conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, etc. - se destaca,
enquanto que a oposição concessiva - evidenciada pelas conjunções embora, apesar de, ainda que, mesmo que, etc.
- é relativizada (= enfraquecida, atenuada). Dessa forma, com a alteração proposta, o fato de os danos dos
criminosos de rua serem minúsculos perde sua relevância original.

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4.

Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada
pelas redes transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da cultura pós-moderna. Alguns
pós-modernistas levam mais longe a argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a racionalidade
da civilização moderna, entre cujos esteios principais se insere a noção segura e unidimensional de soberania
política absoluta, inserida no conceito de Estado nacional. No coração histórico da sociedade moderna, a
Comunidade Europeia (CE) supranacional parece dar especial crédito à tese de que a soberania político-nacional
vem fragmentando-se. Ali, tem-se às vezes anunciado a morte efetiva do Estado nacional, embora, para essa
visão, uma aposentadoria oportuna talvez fosse a metáfora mais adequada. O cientista político Phillippe Schmitter
argumentou que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso para além do Estado nacional tem uma
pertinência mais genérica, pois "o contexto contemporâneo favorece sistematicamente a transformação dos
Estados em confederatii, condominii ou federatii, numa variedade de contextos".
É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas, que trazem à memória algumas formas mais
antigas, como lembra o latim usado por Schmitter. Estas nos obrigam a rever nossas ideias do que devem ser os
Estados contemporâneos e suas inter-relações. De fato, nos últimos 25 anos, assistimos a reversões neoliberais e
transnacionais de alguns poderes de Estados nacionais. No entanto, alguns de seus poderes continuam a crescer.
Ao longo desse mesmo período recente, os Estados regularam cada vez mais as esferas privadas íntimas do ciclo
de vida e da família. A regulamentação estatal das relações entre homens e mulheres, da violência familiar, do
cuidado com os filhos, do aborto e de hábitos pessoais que costumavam ser considerados particulares, como o
fumo, continua a crescer. A política estatal de proteção ao consumidor e ao meio ambiente continua a proliferar.
Tudo indica que o enfraquecimento do Estado nacional da Europa Ocidental é ligeiro, desigual e singular. Em
partes do mundo menos desenvolvido, alguns aspirantes a Estados nacionais também estão fraquejando, mas por
razões diferentes, essencialmente "pré-modernas". Na maior parte do mundo, os Estados nacionais continuam a
amadurecer ou, pelo menos, estão tentando fazê-lo. A Europa não é o futuro do mundo. Os Estados do mundo
são numerosos e continuam variados, tanto em suas estruturas atuais quanto em suas trajetórias.
Michael Mann. Estados nacionais na Europa e noutros continentes: diversificar, desenvolver, não morrer. In: Gopal Balakrishnan. Um mapa da
questão nacional. Vera Ribeiro (Trad.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 311-4 (com adaptações).

O conector "embora" introduz um conteúdo que, mesmo sendo contrário à proposição contida no trecho "seu
progresso para além do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica", não a invalida.

(X) Verdadeiro
( ) Falso

COMENTÁRIOS:
O conector "embora" é uma conjunção subordinativa concessiva. A concessão traz consigo uma oposição, porém
apresentada de uma forma relativizada (enfraquecida). Assim, mesmo com essa oposição presente, o conteúdo
da oração principal "seu progresso para além do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica" não é
invalidado e continua tendo maior relevância.

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5.

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma série de recomendações à Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP) para aperfeiçoamento dos processos relativos à arrecadação e à aplicação das receitas próprias da
entidade.
O tribunal observou que o desempenho das atribuições inerentes ao poder de polícia da SUSEP sobre o mercado
de corretagem de seguros precisava ser melhorado, pois não cabiam a essa superintendência, mas à Federação
Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das
Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (FENACOR), o controle das informações e a arrecadação de
taxas referentes aos serviços decorrentes do exercício do referido poder.

Além disso, o TCU constatou que o "mercado marginal", formado por pessoas físicas ou jurídicas que realizam
operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização, continuava a crescer, apesar da aplicação
de pesadas multas.
Internet: <portal2.tcu.gov.br> (com adaptações).

Em relação aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

O segmento "que realizam operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização" tem
natureza restritiva em relação ao termo antecedente "pessoas físicas ou jurídicas".

(X) Verdadeiro
( ) Falso
COMENTÁRIOS:

A oração “que realizam operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização” é subordinada adjetiva
restritiva e modifica “pessoas físicas ou jurídicas”. Uma das evidências disso é o fato de essa oração não estar
isolada entre vírgulas.

Nessa oração, está pressuposto que nem todas as pessoas físicas ou jurídicas realizam essas operações.

6.
Durante o período de industrialização protecionista, a administração da proteção (especialmente não-tarifária) à
indústria doméstica contra a competição dos importados constituiu, junto com instrumentos de incentivo ao
investimento, um dos principais mecanismos de implementação da política industrial. A partir da década de 70,
políticas ativas de promoção de exportação, apoiadas em incentivos fiscais e creditícios, juntaram-se a esse elenco
de instrumentos. Uma característica marcante desse conjunto de instrumentos refere-se ao fato de que sua
concepção e administração eram essencialmente setoriais. Não por acaso, as instituições públicas encarregadas
da gestão das políticas industrial e comercial, como o Conselho de Desenvolvimento Industrial e a CACEX, eram
rigorosamente estruturadas internamente segundo clivagens setoriais e subsetoriais. Daí decorreu que as relações
de interlocução e consulta entre o setor público e os agentes privados, nesse caso, exclusivamente as empresas e
associações setoriais diretamente interessadas, se deram quase que exclusivamente ao longo desse eixo de
articulação.

Pedro da Motta Veiga e Roberto Magno Iglesias. Internet: <www.bndes.gov.br> (com adaptações).

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O segmento "apoiadas em incentivos fiscais e creditícios" está entre vírgulas porque é uma oração reduzida
de particípio e tem natureza restritiva.

( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIOS:
As políticas ativas de promoção de exportação, apoiadas em incentivos fiscais e creditícios, juntaram-se a esse elenco
de instrumentos."

O simples fato de o trecho destacado em vermelho estar isolado por vírgulas já descarta a possibilidade de se tratar
de um trecho oracional de natureza restritiva.

Fica a dica: se o item vier com o "papo" de que as vírgulas em destaque estão isolando uma oração adjetiva
restritiva ou um trecho de natureza restritiva, você, caro aluno, já pode assinalar ERRADO sem titubear!

Por quê?

Porque as adjetivas isoladas por vírgulas são as adjetivas EXPLICATIVAS.

As adjetivas restritivas NUNCA são separadas por vírgula. JAMAIS!

7.
O administrador interino

Pádua era empregado em repartição dependente do Ministério da Guerra. Não ganhava muito, mas a mulher
gastava pouco, e a vida era barata. Demais, a casa em que morava, assobradada como a nossa, posto que menor,
era propriedade dele. Comprou-a com a sorte grande que lhe saiu num meio bilhete de loteria, dez contos de réis.
A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio, foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes
para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar vir da Europa alguns pássaros etc.; mas a mulher, esta
D. Fortunata que ali está à porta dos fundos da casa, em pé, falando à filha, alta, forte, cheia, como a filha, a mesma
cabeça, os mesmos olhos claros, a mulher é que lhe disseque o melhor era comprar a casa, e guardar o que sobrasse
para acudir às moléstias grandes. Pádua hesitou muito; afinal, teve de ceder aos conselhos de minha mãe, a quem
D. Fortunata pediu auxílio. Nem foi só nessa ocasião que minha mãe lhes valeu; um dia chegou a salvar a vida ao
Pádua. Escutai; a anedota é curta.

O administrador da repartição em que Pádua trabalhava teve de ir ao Norte, em comissão. Pádua, ou por ordem
regulamentar, ou por especial designação, ficou substituindo o administrador com os respectivos honorários. Esta
mudança de fortuna trouxe-lhe certa vertigem; era antes dos dez contos. Não se contentou de reformar a roupa e
a copa, atirou-se às despesas supérfluas, deu joias à mulher, nos dias de festa matava um leitão, era visto em
teatros, chegou aos sapatos de verniz. Viveu assim vinte e dois meses na suposição de uma eterna interinidade.
Uma tarde entrou em nossa casa, aflito e desvairado, ia perder o lugar, porque chegara o efetivo naquela manhã.
Pediu a minha mãe que velasse pelas infelizes que deixava; não podia sofrer desgraça, matava-se. Minha mãe
falou-lhe com bondade, mas ele não atendia a coisa nenhuma.
Pádua enxugou os olhos e foi para casa, onde viveu prostrado alguns dias, mudo, fechado na alcova, − ou então no
quintal, ao pé do poço, como se a ideia da morte teimasse nele. D. Fortunata ralhava:
- Joãozinho, você é criança?

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Mas, tanto lhe ouviu falar em morte que teve medo, e um dia correu a pedir a minha mãe que lhe fizesse o favor
de ver se lhe salvava o marido que se queria matar. Minha mãe foi achá-lo à beira do poço, e intimou-lhe que
vivesse. Que maluquice era aquela de parecer que ia ficar desgraçado, por causa de uma gratificação a menos, e
perder um emprego interino?

Machado de Assis. Dom Casmurro, cap. XVI (com adaptações).


No trecho "a mulher é que lhe disse", a expressão "é que" confere ênfase ao elemento que exerce a função de
sujeito da oração.

(X) Verdadeiro
( ) Falso
COMENTÁRIOS:

A expressão "é que" é expletiva ou de realce, ou seja, sua presença no texto não é uma necessidade sintática (não
é uma expressão necessária para a construção da frase), e sim apenas um recurso de estilo. Notemos que a
ausência dessa expressão não acarreta equívoco sintático - a mulher lhe disse. Dessa forma, sua presença cumpre
apenas o papel de destacar o sujeito do verbo "disse", que é "a mulher".

8.
Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição
apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas.
Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar
um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar
por perto, para arranjar comida, manter as onças afastadas e garantir a sobrevivência da prole, representava uma
superioridade evolutiva. Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas até mesmo na
anatomia e na fisiologia humanas.
Veja, 10/12/2008 (com adaptações).

O pronome “se”, tanto em “se acredita” como em “tenha-se estabelecido”, tem função de marcar a
indeterminação do sujeito da oração.

( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIOS:
Fique atento!

Não podemos confundir o 2º caso de indeterminação com as construções em voz passiva sintética. Nestas, os
verbos possuem complemento direto (verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto).

Exemplos:
Discutiu-se o fato

> verbo “discutir” é transitivo direto > voz passiva sintética > sujeito paciente: “o fato” > “se” partícula apassivadora >
equivale à construção “Foi discutido o fato”.

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Desconfiou-se do fato

> verbo “desconfiar” é transitivo indireto > sujeito indeterminado (2º caso) > “se” índice de indeterminação.

Para descobrir, portanto, qual a função do "se", diga-me com quem ele anda. Como assim? Se o "se" estiver ligado
a um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto, temos uma partícula apassivadora; caso ele esteja ligado
a um verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação, temos um índice de indeterminação do sujeito.

Analisemos o item:

O "se" presente em "tenha-se estabelecido" funciona como partícula apassivadora.

Note que este pronome está ligado a um verbo transitivo direto - estabelecer. Neste último caso, é possível
reescrever "tenha-se estabelecido" na forma "tenha sido estabelecida".
Já o "se" presente em "Hoje se acredita que a família nuclear..." funciona como índice de indeterminação do sujeito.

Note que este pronome está ligado a um verbo transitivo indireto - acreditar (quem acredita acredita em algo).
Observação: Mesmo a preposição não aparecendo na construção "Hoje se acredita que a família...", consideramos
o verbo transitivo indireto, haja vista que seu objeto indireto é representado por uma oração substantiva. Quando
isso ocorre, é possível ocultar a preposição.
9.

Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a
cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular,
técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os
conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma
década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem
a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade.
O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação
de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si.
O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações).

O sinal de dois-pontos depois de “investidor” introduz uma explicação sobre “Esse é um dado”.

(X) Verdadeiro
( ) Falso

COMENTÁRIOS:

Dentre as variadas funções do sinal de dois pontos, está a de introduzir explicações.

É o que o ocorre no trecho "Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si." Observe que a construção após os dois pontos
é uma justificativa do que está dito anteriormente.
Para melhor visualizar isso, reescreva o trecho da seguinte forma:

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"Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom resultado acaba se revelando mais
excitante que o resultado em si." = "Esse é um dado importante da psicologia do investidor, pois a expectativa por um
bom resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si."
Note que os dois pontos equivalem a uma conjunção explicativa antecedida de vírgula (", pois").

10.

Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas
natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a
cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular,
técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os
conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma
década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem
a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade.
O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação
de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom
resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si.
O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações).

A substituição dos travessões depois de “neurociência” e “anos 90” por vírgulas preserva o respeito às regras
de pontuação e mantém a coerência entre os argumentos do texto.

(X) Verdadeiro
( ) Falso
COMENTÁRIOS:
De fato, o termo "em particular, técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional
aperfeiçoada nos anos 90" funciona como aposto explicativo, termo associado ao nome "descobertas". Esse termo
sintático se caracteriza por se isolado por vírgulas ou por travessões.

11.

O homem como ser humano não exclusivamente natural, para legitimar-se no interior da própria história,
expressa-se em uma forma de organização social criada pelo moderno sistema econômico de propriedade privada,
em que há uma nova confirmação dos poderes humanos e um novo tipo de enriquecimento. O sentido e o
significado históricos nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se atribuir as riquezas e os objetos
da produção às necessidades vitais humanas, ou seja, sob a égide da propriedade privada não se transformam as
necessidades em verdadeiras necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o capricho transforma-se
em extravagância. As verdadeiras necessidades se transformam na necessidade do dinheiro e nas necessidades
quantitativas e subjetivas que ele mesmo produz.
Valdir Alvim. Dinheiro: instituição social relevante na sociedade moderna. In: EmTese, v. 1, n.º 1 (1), p. 11 (com adaptações).

Na linha 7, mantém correta a pontuação do texto e preserva as relações de sentido entre os argumentos a
substituição do ponto depois de “extravagância” pelo sinal de dois-pontos, desde que o artigo “As” seja
grafado com inicial minúscula.

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(X) Verdadeiro
( ) Falso

COMENTÁRIOS:

Primeiramente, recordemos o emprego do sinal de dois-pontos:

Usa-se principalmente nestes casos:


a) Antes ou depois de uma enumeração

Exemplos:
Neste clube pratica-se: futebol, natação, voleibol, tênis e basquetebol.

Futebol, tênis, basquetebol, natação: são as modalidades praticadas no clube.

b) Antes de citações

Exemplos:

Perguntaram a um sábio: “A quem queres mais, a teu irmão ou a teu amigo?”. E o sábio respondeu: “Quero a meu
irmão, quando é meu amigo”.

c) Antes de esclarecimento, retificação ou explicação de ideia anteriormente enunciada


Exemplos:
Fiquei curioso: circulara o boato da renúncia do presidente da empresa.
Não foi a razão que motivou esta ternura: foi a amizade.

Estava muito preocupado com seu filho: há dias não recebia notícias dele.
As alterações propostas pelo item resultam na seguinte construção:
O sentido e o significado históricos nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se atribuir as riquezas e
os objetos da produção às necessidades vitais humanas, ou seja, sob a égide da propriedade privada não se
transformam as necessidades em verdadeiras necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o capricho
transforma-se em extravagância: as verdadeiras necessidades se transformam na necessidade do dinheiro e nas
necessidades quantitativas e subjetivas que ele mesmo produz.

Observemos o fragmento anterior aos dois-pontos "... sob a égide da propriedade privada não se transformam as
necessidades em verdadeiras necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o capricho transforma-se
em extravagância". Esse trecho, que pode ser resumido pelo tópico frasal "não se transformam as necessidades em
verdadeiras necessidades humanas", é esclarecido no trecho seguinte "as verdadeiras necessidades se transformam
na necessidade do dinheiro e nas necessidades quantitativas e subjetivas que ele mesmo produz.".

Dessa forma, as alterações propostas são coerentes e mantém a correção gramatical.

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12.

Denomina-se política ambiental o conjunto de decisões e ações estratégicas que visam promover a conservação e
o uso sustentável dos recursos naturais. A política ambiental, portanto, tem relação direta com todas as demais
políticas que promovam o uso dos recursos. Por isso, embora a responsabilidade pelo seu estabelecimento seja
dos órgãos ambientais, todas as demais áreas de governo têm um papel a cumprir na execução das políticas
ambientais.

No Brasil, as primeiras iniciativas governamentais para instituir mecanismos para a gestão ambiental datam do
início do século XIX, com a criação do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e do Serviço Florestal, que funcionou de
1921 a 1959, sucedido pelo Departamento de Recursos Naturais Renováveis e, em 1967, pelo Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi
a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do
Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas,
setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade
científica.

Em 1985, foi criado o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e, em 1989, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), originado da fusão da SEMA com a
Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e com o IBDF. Em 1999, a questão ambiental passou a ser tratada
no âmbito de uma secretaria especial da Presidência da República, e, em 1992, ano da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, foi finalmente criado o Ministério
do Meio Ambiente.
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

A oração “que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)” classifica-
se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de estar empregada entre vírgulas.

( ) Verdadeiro
(X) Falso
COMENTÁRIOS:

Sabemos que as orações adjetivas se classificam como restritivas ou explicativas. A característica das primeiras
é não ser isolada por vírgulas, ao passo que as segundas o são.
Também é uma marca comum nas orações adjetivas a presença de um pronome relativo, em especial o “que” (nem
sempre ele vai aparecer, ok?)
Pois bem, quando olhamos para a oração “que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISAMA)” e a vemos isolada por vírgulas e introduzida pelo “que”, num primeiro impulso dá vontade
de afirmar que se trata de uma adjetiva explicativa.

No entanto, no caso específico do trecho selecionado, precisamos analisar com mais cuidado. As aparências
enganam.
Vejamos o trecho:

Mas foi a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais...

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Vamos justificar cada uma das vírgulas presentes nesse fragmento do texto.

a) O primeiro par de vírgulas está isolando o adjunto adverbial de tempo “de 1981”. Vale ressaltar que essas vírgulas
nem obrigatórias são, haja vista que se trata de um adjunto de pequena extensão (considera-se pequena extensão
composto por até duas palavras).

b) Já a vírgula antes de “integrado” isola a oração adjetiva explicativa “integrado por órgãos federais, estaduais,
municipais, ...”.

Mas, professor, por que essa oração é adjetiva? Ela é adjetiva, pois modifica o substantivo próprio “Sistema
Nacional do Meio Ambiente”. Note que a informação é acerca desse sistema.

Mas, professor, onde está o pronome relativo? Ele aqui não está, pois a oração foi reduzida para particípio. Se
desenvolvermos a oração, poderemos chegar a seguinte construção: ”... Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA), que é integrado por órgãos federais…”

Dessa forma, já justificamos o emprego das vírgulas, independente daquilo que é afirmado no enunciado.
Persiste, porém, a pergunta: a oração “que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA)” é adjetiva explicativa?
A resposta é não!

Ocultemos os trechos isolados por vírgula, para que visualizemos melhor:


Mas foi a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente ... que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do
Meio Ambiente (SISNAMA) ...
A expressão “foi... que” é expletiva. O que é isso? Ela se presta apenas para realçar, enfatiza, não sendo uma
necessidade sintática na frase. Em suma, é possível viver sem ela. Veja:

Mas a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente ... estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA) ...
Isso significa que a expressão expletiva “foi... que” está inserida na oração acima, apenas para dar ênfase, não
estando correta a afirmação que considera a oração “que estabeleceu a estrutura formal...” adjetiva
explicativa.

O “que” presente não é relativo, mas sim um componente da expressão expletiva “foi... que”.

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13.

Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria
vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras
necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a
novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de
cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o
estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da
produção e do intercâmbio. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito
processo de autoconstrução.
Vânia Noeli F. de Assunção. Karl Marx: teoria e práxis de um gênio das ciências sociais. Internet: <filosofiacienciaevida.uol.com.br>.

A substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois da palavra “social” pelo ponto final e o emprego da letra
inicial maiúscula na palavra “por” preservariam a coerência e a correção do texto.

(X) Verdadeiro
( ) Falso

COMENTÁRIOS:

De fato, no trecho "Segundo Marx, a soma das forças produtivas ... o estado social; por isso, a história da
humanidade ... história da produção e do intercâmbio.", a pausa do ponto e vírgula pode ser substituída por uma
pausa maior, que é a do ponto final. É possível fazer isso, pois os dois trechos separados por ponto e vírgula
constituem frases completas, com sujeito e predicado.

14.
Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de
interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade
básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não
receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões
para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e
limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa
do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito
de influir no estabelecimento das regras de convivência.
Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações).

O uso do sinal de dois-pontos depois de “realidade” assinala o início da explicação de que essa “realidade” é
a “natureza associativa do ser humano”.

(X) Verdadeiro
( ) Falso
COMENTÁRIOS:

De fato, no trecho "O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza
associativa do ser humano.", os dois-pontos estão cumprindo a função de introduzir uma explicação. O termo "a
natureza associativa do ser humano" é classificado sintaticamente como aposto explicativo.

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15.

Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de
interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade
básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não
receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões
para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e
limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa
do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito
de influir no estabelecimento das regras de convivência.
Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações).

Respeitam-se as regras gramaticais e a organização das ideias no texto ao se usar o sinal de dois-pontos logo
após as expressões “em primeiro lugar” e “em segundo lugar”.

( ) Verdadeiro
(X) Falso

COMENTÁRIOS:

Os termos "em primeiro lugar" e "em segundo lugar" são adjuntos adverbiais e se encontram deslocados da ordem
direta (sujeito + verbo + complemento verbal + ...). Para marcar esse deslocamento, é necessário inserir a pausa
da vírgula, e não a dos dois-pontos. É o que ocorre nos trechos "em primeiro lugar, a vida social..." e "em segundo
lugar, se muitos ficarem...".

16.
O ICMS, adotado no país, é o único caso no mundo de imposto que, embora se pareça com o IVA, não é
administrado pelo governo federal — o que dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar e gastar os
recursos dele originados.
O emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país” e “embora se pareça com o IVA” é
justificado por regras distintas de pontuação.

(X) Verdadeiro
( ) Falso

COMENTÁRIOS:

As vírgulas que isolam “adotado no país” se justificam por se tratar de uma oração subordinada adjetiva explicativa
reduzida de particípio.

Já as vírgulas que isolam “embora se pareça com o IVA” se justificam por se tratar de uma oração subordinada
adverbial concessiva deslocada da ordem direta.
Trata-se, portanto, de justificativas distintas!

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Prof. José Maria
Língua Portuguesa para PM AP Aulas 04 e 05

Fim do teste. Até o próximo encontro!


Saudações,
Prof. José Maria

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