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Conhecimento e inovação

APRESENTAÇÃO

O conhecimento e a inovação permitem que organizações de diferentes portes e setores se


diferenciem das suas concorrentes e obtenham vantagens competitivas de distintas maneiras. A
gestão desses dois ativos intangíveis pode ser vista também na importância contemporânea,
tanto da economia digital quanto na chamada economia do conhecimento. Sendo assim, as
organizações tendem a construir modelos de aprendizagem e inovação contínuos, nos quais o
conhecimento é compartilhado e produzido para benefício mútuo. A criação e o
compartilhamento do conhecimento e da inovação passaram a ser práticas essenciais, pois
permitem que as ideias se disseminem, sejam aprimoradas e possam reforçar, ou mesmo recriar
ou gerar, novas vantagens competitivas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá possibilidades de desenvolvimento de programas de


inovação organizacional contínua. Além disso, estudará mais sobre formas de construção da
gestão da inovação e do conhecimento.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever a criação do conhecimento.


• Desenvolver o programa de inovação contínua na organização.
• Construir a gestão da inovação e do conhecimento.

DESAFIO

A criação do conhecimento passa pela necessidade de questionar as respostas. Somente


considerando essa abertura é possível avançar e encontrar novas formas de pensar e fazer, as
quais se mantêm em um ciclo não findável para que o conhecimento esteja sempre em
construção. Isso permite que a invenção e a inovação possam ocorrer continuamente.

Suponha que você acabou de ser contratado para o setor de inovação, em uma empresa do ramo
de embalagens, e está em processo de treinamento com um antigo funcionário para entender a
cultura organizacional e como ocorrem os processos.

Acompanhe a descrição a seguir:

Considerando a necessidade de tensionar as certezas e avançar a partir dessa postura, que tipo de
reflexão você poderia propor à organização tendo em vista a inovação?

INFOGRÁFICO

É possível dizer que o conhecimento é gerado também por meio da inovação realizada na
organização. A mesmo tempo em que o conhecimento gera a inovação, é gerado por ela, em um
processo contínuo que leva a melhorias constantes, sejam na perspectiva de um
produto, processo ou mesmo de imagem, quando se trata de marketing ou considerando aspectos
da dinâmica organizaconal. Dessa forma, a inovação pode se dar buscando diferentes objetivos,
que não são excluentes e podem ocorrer em paralelo.

O Infográfico apresenta os quatro tipos de inovação centralmente destacados pelo Manual de


Oslo, com a finalidade de ilustrar essa pluradidade de mudanças possíveis.
CONTEÚDO DO LIVRO

Conhecimento e inovação caminham juntos. Especialmente em uma era na qual há intensiva e


complexa fluidez de informação, em que atenção ao conhecimento continuamente gerado
e inovação decorrente desse conhecimento demandam das organizações atenção para
desenvolver vantagens sobre a concorrência e gerenciá-las. A gestão do conhecimento demanda
compreender como se dá a sua criação e aceitar que é na dúvida e no questionamento que as
ideias e a noção do mundo social avança. O conhecimento não pode ser visto como algo
estático, mas dinâmico e complexo. Esse é um grande desafio para as organizações que desejam
achar caminhos inovadores para as suas práticas e processos.

No capítulo Conhecimento e inovação, da obra Tecnologias da saúde, base teórica desta


Unidade de Aprendizagem, você vai compreender um pouco mais sobre como se dá a criação do
conhecimento. Além disso, vai avaliar questões relacionadas ao desenvolvimento de um
programa de inovação contínua na organização. Por fim, vai ver como pode ocorrer a construção
da gestão da inovação e do conhecimento.

Boa leitura.
TECNOLOGIAS
EM SAÚDE

Ana Clara Aparecida Alves de Souza


Conhecimento e inovação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever a criação do conhecimento.


„„ Desenvolver o programa de inovação contínua na organização.
„„ Construir a gestão da inovação e do conhecimento.

Introdução
O conhecimento é algo que se constitui a partir da dúvida. Considerar os
tensionamentos diante das certezas que se acredita ter sobre a vida social
é fundamental para que a reflexividade avance e permita a identificação
de novas respostas e caminhos, que estarão sempre na esteira do possível
questionamento. É diante da dúvida que a inovação tem a possibilidade
de acontecer. Buscar compreender por que as coisas são, como são
e como podem ser diferentes permite avanços em todos os campos
do conhecimento. A identificação de caminhos possíveis depende do
acesso ao conhecimento em espaços que sejam estimuladores para o
desenvolvimento de ideias e de inovações. As ideias estão em um ciclo
contínuo, assim como a inovação e o conhecimento, e necessitam de um
processo de gestão para que possam estar sempre se renovando e para
que sejam encontrados sempre aprimoramentos para coisas já existentes
e novas soluções ainda não identificadas. Dessa forma, a compreensão
sobre o que é o conhecimento, como se constituiu e como, a partir dele,
chegamos a processos inovadores requer uma abertura à complexidade
da vida social e ao seu constante questionamento.
Nessa perspectiva, este capítulo irá discorrer sobre a criação do co-
nhecimento, bem como sobre a gestão da inovação e do conhecimento.
Será abordado, também, como ocorre o programa de inovação contínua
na organização.
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1 Criação do conhecimento
A complexidade do mundo social torna também complexa toda a dinâmica
de atuação das organizações. Conforme Takeuchi e Nonaka (2008) resgatam,
quanto mais turbulentos forem os tempos, mais paradoxos existirão e as
organizações bem-sucedidas são aquelas que sabem tirar vantagem desses
paradoxos. A capacidade de manter o pensamento dialético e saber tirar dele
uma vantagem, na perspectiva dos negócios, é um grande desafio. A entrada
na chamada sociedade do conhecimento pressupõe que o paradoxo é algo a
ser aceito e cultivado, pois a partir dele tem-se a formação do conhecimento,
composto por dois tipos, explícito e tácito (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
O primeiro tipo, conforme os autores, é aquele conhecimento que pode ser
compartilhado em forma de dados e expresso em palavras, números, sons e
vídeos e sistematizado em manuais. O segundo tipo, tácito, é o tipo de co-
nhecimento não facilmente visível e explicado, pois muito íntimo e pessoal,
como o que se classifica por intuição, palpites, experiências. Esse segundo
tipo de conhecimento tem, ainda, uma subdivisão em uma dimensão técnica,
aquela desenvolvida a partir da experiência e das habilidades informais, e uma
dimensão cognitiva, desenvolvida a partir de modelos mentais, percepções,
emoções, ideias. Essa dimensão nos permite dar forma ao mundo ao redor.
Takeuchi e Nonaka (2008) ressaltam que, apesar dessas características,
deve-se compreender que o conhecimento não é uma coisa ou outra, mas
a junção das duas, pois é inerentemente paradoxal. Essa noção complexa
do conhecimento é fundamental às organizações para que compreendam o
ambiente no qual atuam e possam buscar respostas para as suas perturbações,
sem cair em uma simplificação de questões que ao mesmo tempo em que são
complexas, são também instigantes.
A complexidade que o conhecimento vai configurando à medida em que
transformações significativas ocorrem, tal qual a globalização, sinalizam a
maior necessidade de atenção e abertura para o questionamento sobre novas
formas e concepções do real. A integração do conhecimento entre as fronteiras
é um desafio constante, como ressaltam Carlile e Rebentisch (2003).
Binotto, Nakayamam e Siqueira (2013) destacam que, embora outros re-
cursos sejam fundamentais à organização, o conhecimento acumulado e
transformado em seus processo tem se mostrado o recurso mais fundamental,
pois contido na base de todas as ações que se pode sistematizar para o alcance
de objetivos. As mudanças ocorridas no contexto mundial e com muito mais
força de circulação na atualidade geram a necessidade de as empresas criarem
Conhecimento e inovação 3

e se reinventarem por meio do estímulo ao conhecimento e buscando identificá-


-lo nas mais variadas fontes possíveis.
A partir da sistematização destacada no Quadro 1, Takeuchi e Nonaka
(2008) ressaltam a dinâmica dos Marines, Corpo de Fuzileiros Navais dos
Estados Unidos, como um modelo no qual se busca perseguir múltiplos traços
opostos. Esse é um exemplo de desafio que as empresas necessitam incorporar
à sua lógica cotidiana.
A dialética é apontada por Takeuchi e Nonaka (2008) como uma forma
de raciocínio fundamental para o desenvolvimento do conhecimento. Em um
primeiro momento, a dialética tem ênfase na mudança, compreendida nos
processos e movimentos. A segunda ênfase está nos opostos, pois a mudança
ocorre pela oposição e pelos conflitos decorrentes. A contradição é sempre
buscada nas pessoas e nas situações.
Concebida em tese, antítese e síntese, a dialética permite um movimento
de questionamento que avança e retorna para questionamento. O estágio final,
de síntese, permite uma reconciliação entre tese e antítese que transcenderá.
Entretanto, com o tempo, um novo movimento dialético é necessário para que
o processo siga no mesmo fluxo. O conhecimento é criado dinamicamente
(TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
O que se apresenta como opostos, são complementares, pois permitem
o sentido da existência do outro, como a luz e a escuridão. Também podem
ser encontrados uns nos outros; há luz na escuridão, como há escuridão na
luz. O exemplo da escuridão e da luz permite também compreender que no
extremo final, os opostos podem se tornar a mesma coisa, ou seja, seremos
cegos em extrema escuridão ou em extrema luminosidade (TAKEUCHI;
NONAKA, 2008).
Seguindo a linha de raciocínio proposta por Takeuchi e Nonaka (2008) e
trazendo a noção de extremos para o conhecimento explícito e o conhecimento
tácito, deve compreender que esses tipos de conhecimentos não são opostos,
mas interpenetrantes. O conhecimento tácito passa a ser compreendido quando
se é compreendido o conhecimento explícito. Além disso, um existe no outro.
Como ambos são vistos a partir de uma realidade ou perspectiva, a depender
desse lugar, um poderá transformar-se no outro.
A criação do conhecimento também se dá de maneira interorganizacional,
conforme destacado por Takeuchi e Nonaka (2008). Primeiramente, vale
destacar que o processo de criação do conhecimento organizacional se dá
na amplificação do conhecimento criado por indivíduos que se cristaliza em
uma rede de conhecimentos da organização. Dessa forma, compreendendo
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a criação do conhecimento organizacional pelo conhecimento individual,


chega-se à noção do conhecimento interorganizacional que exige um espaço
no qual a interação existente seja encorajadora para a comunidade, de maneira
a engajar-se em um processo conjunto de criação do conhecimento.
A transferência de conhecimento também se apresenta como uma forma
de criação contínua. Para Carlile e Rebentisch (2003), essa transferência se dá
como um ciclo formado por: armazenamento, que diz respeito ao acúmulo
de conhecimento de transformações passadas; recuperação: procurando e
avaliando a relevância; e transformações: resolvendo as consequências e
criando soluções.
Veja, a seguir, parte dos princípios de gestão do Corpo de Fuzileiros Navais
dos Estados Unidos:

1. Aceitação dos paradoxos


Lidar com ambientes complexos exige uma mente não simplista, não extre-
mada, e atenção entre os traços pode proporcionar a sutileza e a variação
necessária na visão
2. Cultivo dos traços opostos
Necessidade de arriscar o fracasso/Necessidade de obter sucesso
Ter autoridade/Respeitar a hierarquia
Ter planos e processos bem definidos/Necessidade de improvisação
Ser disciplinado/Ser criativo
Ter uma tarefa principal/Lidar com funções diferentes
Analisar cuidadosamente/Agir rapidamente
Ter que competir contra outros Marines/Ter que colocar o sucesso de outros
acima do seu próprio (FREEDMAN, 2000 apud TAKEUCHI; NONAKA,
2008, p. 20).

2 Programa de inovação contínua


na organização
A inovação contínua na organização é um desafio complexo em todos os
setores em razão da constante transformação da dinâmica social. Conforme
Barbieri, Alvares e Cajazeira (2009), a inovação contínua de uma organização
depende da sua gestão de ideias e essa é uma preocupação constante. Inovar
compreende o processo por meio do qual ideias portadoras de novidade se
tornam realidade. Não há inovação sem o desenvolvimento de uma ideia
(BARBIERI; ALVARES; CAJAZEIRA, 2009).
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Vargas et al. (2017) ressaltam que para que se crie um contexto organi-
zacional inovador e para que, então, este possa ter um programa no qual há
uma contínua preocupação com a inovação, é necessário que a organização
tenha, minimamente, um conjunto de capacidades criativas que venham a ser
utilizadas na execução de atividades e geração de novas ideias.
A inovação nas organizações tem diferentes características, que se con-
figurarão conforme as particularidades de cada contexto. Isso condiciona os
comportamentos e a história da organização se constitui nesse desenrolar
criativo, influenciados por fatores internos e externos. É necessária a atenção
às redes informais de conhecimento e à representatividade que a interação por
meio da tecnologia tem nesse processo. As mudanças de mercado são rápidas
e constantes, o que exige da organização como um todo um ritmo de gestão e
um programa de inovação contínua que permita acompanhar a concorrência
e mesmo sair na vanguarda das tendências (VARGAS et al., 2017).
Um programa de inovação contínua requer que a organização tenha a
clareza de que necessita estruturar as suas operações com vistas a correr riscos
e lidar com incertezas, visando o sucesso. Cada produto ou serviço prestado
pela organização requer atenção cuidadosa, pois é na interação em práticas
normalizadas no cotidiano que novas ideias podem surgir. A abertura para a
opinião de clientes e fornecedores é também fundamental para a busca por
uma contínua melhoria. Dessa forma, os recursos estratégicos e as inovações
vão encontrando os caminhos para melhor administração em cada contexto
organizacional.
Conforme Vasconcelos, Castro e Brito (2018), é necessário que o conheci-
mento adquirido pela organização seja capaz de gerar valor, pois assim se pode
pensar na geração continuada de inovação. Pensar em um desenvolvimento
contínuo da inovação na organização requer compreender que mesmo quando
finalizado um processo de concepção, desenvolvimento e conclusão de uma
inovação, há, ainda, a possibilidade de aperfeiçoamentos partindo de novas
ideias (BARBIERI; ALVARES; CAJAZEIRA, 2009).
A inovação, quando considerada continuamente, será movida pelo esta-
belecimento de relações e pela capacidade de detectar oportunidades e tirar
proveito delas. Nessa perspectiva, a inovação não consiste apenas na aber-
tura de novos mercados, mas no aprimoramento daqueles já estabelecidos e
amadurecidos. O investimento contínuo e a constante atenção às mudanças
nos mercados onde operam permitem que as organizações possam visualizar
movimentos sólidos de inovação. Experimentos com o público consumidor
podem também se apresentar como boas fontes de ideias para a inovação.
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A tecnologia se apresenta como recurso fundamental nesse processo de des-


cobertas e inovações contínuas (TIDD; BESSANT, 2015).
Um programa de inovação contínua, de acordo com Barbieri, Alvares e
Cajazeira (2009), ocorre pela habilidade de combinar dois fatores centrais:
efetividade operacional e flexibilidade estratégica. Essa combinação permite
o aperfeiçoamento do que existe e o desenvolvimento de novas soluções em
produtos, mercados ou sistemas de gestão.
A inovação poderá ocorrer dentro das mais variadas formas na organiza-
ção, desde o desenvolvimento de um novo produto até o desenvolvimento de
um novo método para a confecção daquele mesmo produto (VARGAS et al.,
2017). Ademais, há uma ampla gama de definições para a inovação. Entre-
tanto, fundamentalmente, se compreende que, ao tratar desse conceito, está se
buscando novas ideias que são materializadas e postas para uso social amplo.
Carlile e Rebentisch (2003), em um relevante artigo sobre o ciclo do conhe-
cimento, destacam que as empresas devem buscar integrar conhecimento de
diferentes e amplas fontes. A comunicação mais próxima com fornecedores,
clientes, parceiros e outros permite o acesso a formas complexas de conhe-
cimento especializado. Esses movimentos de busca por mais informação e
conhecimento derivado permite que o processo potencial de inovação esteja
sempre presente como provocação e horizonte de mudanças.
Vargas et al. (2017) destacam que o conhecimento gerado entre os indi-
víduos na organização conhece a sua devida importância quando aplicado
no cotidiano. Nesse sentido, a inovação contínua passa pela consideração de
que o conhecimento necessita de constante questionamento, sistematização
e transformação. Dissociar conhecimento e inovação para pensar a melhoria
contínua desta é tirar desse elemento o seu núcleo fundamental. A criatividade
e a inovação que possa ser decorrente dela dependem fundamentalmente do
conhecimento.
Dessa forma, o processo de melhoria contínua da inovação é também o
processo de estímulo contínuo ao conhecimento. Os modelos já existentes
que possam ser utilizados pelas organizações ou mesmo aqueles que ela
deseja configurar a partir da sua expertise necessitam ter clara a presença do
conhecimento como fator fundamental.
Conhecimento e inovação 7

Há diversos modelos de inovação que são destacados desde que o termo começou a
ser debatido na literatura organizacional. Cherman e Rocha-Pinto (2016) apresentam
algumas classificações e destacam as suas correspondências conforme autores que
os propuseram. Alguns desses modelos estão listados a seguir.
„„ Radical: criação de um novo conjunto de características.
„„ Incremental: adição ou eliminação de características.
„„ Recombinativa: combinação ou fragmentação de um grupo de características.
„„ Formalização: formatação e padronização de características.
„„ Sistêmico de inovação: as empresas não inovam isoladamente, mas em rede.
A literatura apresenta diversos outros tipos de modelos para a inovação, cabe à
organização encontrar-se nesses ou em outros que ela mesma possa desenvolver. A
relevância de conhecer tais modelos permite a melhor compreensão dos processos
inovadores organizacionais e a sua consequente melhor gestão e melhoria contínua.

3 Gestão da inovação e do conhecimento


A gestão da inovação e do conhecimento caminham juntas, dado que para
inovar é necessário que haja um estímulo ao desenvolvimento de novas ideias.
Dessa forma, sem a busca contínua por novas formas de conhecer, a inova-
ção não encontra os meios necessários para ocorrer. Segundo Vasconcelos,
Castro e Brito (2018), a gestão do conhecimento surge como modelo para as
organizações gerirem a inovação. Dessa forma, conforme os autores, a gestão
do conhecimento pode ser compreendida como a gestão das estratégias de
negócios, pessoas e tecnologias no sentido de obter e sistematizar o conheci-
mento que agrega valor e gera inovação.
Tidd e Bessant (2015) ressaltam que um dos problemas relacionados à
gestão da inovação diz respeito à forma como esse conceito é diferentemente
compreendido. A confusão da expressão com a noção de “invenção”, que,
apesar de envolver algo novo, não necessariamente está relacionado a permitir
que essa descoberta tenha um amplo uso prático, ou seja, aquilo que é próprio
da inovação. Dessa forma, a inovação pode ser compreendida como a invenção
que foi difundida para uso mais amplo.
8 Conhecimento e inovação

A criação e a gestão do conhecimento aceitam o que aparenta ser oposto e


uma nova realidade pode ser criada a partir de um processo dialético, aquele
que é contínuo e dinâmico. Na perspectiva da gestão, a criação do conheci-
mento nas empresas deve considerar o desenvolvimento de uma habilidade
de envolver, cultivar e usar os opostos para a identificação de melhores ca-
minhos (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Essa dinâmica permite, também,
que a inovação seja desenvolvida a partir das invenções proporcionadas pelo
conhecimento e pelas ideias dele decorrentes.
Um desafio patente destacado por Tidd e Bessant (2015) trata do desafio que
a produção do conhecimento na contemporaneidade tem sido, por necessitar
de uma gestão complexa e global. As eras da globalização e da informação
levaram o acesso ao conhecimento a níveis muito mais amplos, tornando o seu
acesso aberto a uma variedade muito maior de empresas e, consequentemente,
desafiando os caminhos para a sua gestão.
Gonzalez e Martins (2017) ressaltam que o conhecimento organizacional
gera vantagem competitiva para a organização. Mais do que os seus recursos
tangíveis, aquilo que detém como conhecimento desenvolvido ao longo de
suas interações de pessoas e de processos e inovações resguarda parte fun-
damental de seu valor.
No que diz respeito à inovação vista como um processo, conforme Tidd
e Bessant (2015), há quatro etapas que precisam ser geridas para fins de
acompanhar o desenvolvimento da ideia proposta. Na primeira etapa do pro-
cesso, a busca, é feita uma análise de cenários interno e externo em busca de
ameaças e oportunidades para a mudança; a etapa seguinte, seleção, decide
estrategicamente como a empresa pode melhor se desenvolver a partir dos
sinais identificados; a terceira etapa corresponde à implementação, momento
bastante desafiador de traduzir o potencial da ideia apresentada e lançar um
produto ou serviço em um mercado interno ou externo, e essa etapa exigirá
grande capacidade para a solução dos problemas que surgirem; a última etapa
desse processo, indicada pelos autores, trata a captura de valor pela inovação,
sendo que, nela, aspectos como sustentabilidade, progressão e melhorias
contínuas ao longo da gestão do processo serão necessárias.
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Gonzalez e Martins (2017) lembram que a conexão entre conhecimento e inovação


é intrínseca, pois sendo o conhecimento o recurso organizacional que permite o
desenvolvimento de atividades que buscam a melhoria contínua, a inovação ocorre
nesse processo e se apresenta como elemento essencial para o avanço organizacional.

Para Carlile e Rebentisch (2003), o conhecimento criado é determinado


pelos processos ativos de transformação e pode ser armazenado para uso
posterior. Os autores destacam que o sucesso ou o fracasso de um ciclo de
desenvolvimento do conhecimento não se refere apenas ao conhecimento em
si, mas à forma como ele é representado e às novidades e diferenças para os
grupos. O ciclo do conhecimento é algo que demanda gestão e atenção para que
os resultados dos processos possam ser efetivos para o uso que se deseja fazer.
A gestão da inovação e do conhecimento tem se tornado cada vez mais
desafiadora por conta do ambiente global e de incertezas que se configuraram
pelo avanço da informação nas últimas décadas. São diversas também as novas
classificações organizacionais que desafiam o desenvolvimento e a gestão
de novas ideias. As barreiras físicas e comerciais foram rompidas e com elas
a necessidade de aprimoramento da gestão do conhecimento, que permite a
inovação (VASCONCELOS; CASTRO; BRITO, 2018).
Gonzalez e Martins (2017) resgatam que o processo de gestão do conhe-
cimento, geralmente, é proposto por etapas. Os autores resgatam o modelo
proposto por Kakabadse, N., Kakabadse, A. e Kouzmin (2003), conforme o
qual, inicialmente, há uma classificação do conhecimento organizacional
enquanto tácito ou explícito, passando a um processo que tem por início
a aquisição do conhecimento (que vai da aprendizagem organizacional à
transformação do conhecimento); seguido pela etapa de armazenamento do
conhecimento (indivíduo, organização e tecnologia da informação); a terceira
etapa trata da distribuição do conhecimento (contato social, comunidade
de prática e compartilhamento via tecnologia da informação); e, por fim,
a utilização do conhecimento (forma de utilização, capacidade dinâmica,
recuperação e transformação).
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Ressalta-se que, embora o modelo destacado por Gonzalez e Martins (2017)


possa ser um caminho para a gestão do conhecimento, ele não é único, dado
que a complexidade do conhecimento e da inovação é dinâmica e desafiadora.
Dessa forma, vale destacar que a organização tem autonomia para de-
senvolver a sua gestão de conhecimento e inovação conforme o seu perfil e
os objetivos pretendidos. Seria até mesmo um contrassenso a imposição de
qualquer modelo inquestionável para a gestão do conhecimento e inovação
em uma era tão plural, em que a velocidade da informação não permite pen-
samentos estáticos e posturas inflexíveis.
Veja a Figura 1.

Será que temos uma estratégia clara de inovação?

Busca: como
Seleção: o que Implementação: Captura de valor:
podemos encontrar
iremos fazer – como faremos como iremos
oportunidades
e por quê? a ideia acontecer? obter os benefícios?
de inovação?

Será que temos uma empresa inovadora?

Figura 1. Modelo para o processo de inovação.


Fonte: Adaptada de Tidd e Bessant (2015).

O conhecimento sempre despertou interesses filosóficos e segue sendo


necessário e passível de questionamentos nos tempos atuais. Há indivíduos,
assim como organizações, que optam por crer que aquilo que “está dado” é a
verdade absoluta ou a única explicação para as coisas que habitam o mundo
social têm como horizonte a estagnação da reflexividade necessária à inovação.
Dessa forma, compreender como o conhecimento é criado, na existência do
questionamento e na busca de novas respostas, permite entender a dinâmica
necessária ao avanço organizacional. Em um ambiente no qual não há uma
contínua movimentação de corpos e mentes em busca de conhecimento,
certamente a inovação não encontrará espaço para acontecer.
Conhecimento e inovação 11

Nesse sentido, além da abertura para a possibilidade de o conhecimento


ocorrer na sua esteira, e também a inovação, outros desafios vão se agre-
gando. Um desses desafios diz respeito à forma como o conhecimento e a
inovação podem ser geridos na organização. Quantas das empresas iniciantes
em mercados altamente competitivos têm clara a necessidade de estabelecer
os caminhos sólidos para gerir o conhecimento que incorpora e aquele que
desenvolve e transforma? Conhecer o conhecimento existente na organização e
os novos caminhos para geri-los, como os recursos disponíveis pela tecnologia
da informação, não se trata mais de uma opção, mas de sobrevivência em um
cenário altamente dinâmico e competitivo.
Considera-se, portanto, que é necessário se ter clareza sobre o quanto
conhecimento e inovação caminham juntos desde a sua essência e demandam
uma atenção constante, o que se compreende na inovação contínua, pois res-
guardam os recursos fundamentais por detrás das atividades desenvolvidas,
dos processos estruturados e da possibilidade de vantagem competitiva nas
organizações.

A era da digital leva à maior necessidade de gestão da informação e do conhecimento.


Nesse sentido, as organizações têm recorrido a recursos cada vez mais tecnológicos
com o objetivo de melhor gerir aquilo que se apresenta como fundamental aos seus
processos.
Na matéria O que é gestão da informação, de documentos e de conhecimento?, do CIO
from IDG, são destacados alguns pontos fundamentais sobre a gestão do conhecimento
e se destaca que essa preocupação tem por objetivos “incentivar o crescimento da
organização; minimizar os impactos da centralização de importantes conhecimentos
em um indivíduo; permitir que mais colaboradores possam aprender, de modo mais
eficiente; fazer com que a memória organizacional seja mantida de modo regrado e
sistematizado, permitindo que a organização continue a crescer”.
Recomenda-se a leitura da matéria completa para a compreensão básica também
sobre gestão da informação e da documentação. Em uma era tecnológica, torna-se
cada vez mais difícil dissociar uma coisa da outra e isolá-las, pois se complementam
em cada particularidade. Acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/dBvfz
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BARBIERI, J. C.; ALVARES, C. T.; CAJAZEIRA, J. E. R. Gestão de ideias para a inovação contínua.
Porto Alegre: Bookman, 2009.
BINOTTO, E.; NAKAYAMA, M. K.; SIQUEIRA, E. S. A criação de conhecimento para a
gestão de propriedades rurais no Brasil e na Austrália. Revista de Economia e Sociologia
Rural, v. 51, n. 4, p. 681–698, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/resr/v51n4/
a04v51n4.pdf. Acesso em: 18 jan. 2020.
CARLILE, P. R.; REBENTISCH, E. S. Into the black box: the knowledge transformation
cycle. Management Science, v. 49, n. 9, p. 1180–1195, 2003.
CHERMAN, A.; ROCHA-PINTO, S. R. Valoração do conhecimento nas organizações e
sua incorporação nas práticas e rotinas organizacionais. Re­vista Brasileira de Gestão de
Negócios, v. 18, n. 61, p. 416–435, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgn/
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teórico-conceitual. Gestão & Produção, v. 24, n. 2, p. 248–265, 2017. Disponível em: http://
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KAKABADSE, N. K.; KAKABADSE, A.; KOUZMIN, A. Reviewing the knowledge manage-
ment: towards a taxonomy. Journal of Knowledge Management, v. 7, n. 4, p. 75–91, 2003.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008.
TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
VARGAS, S. M. L. et al. Práticas organizacionais requeridas para inovação: um estudo em
empresa de tecnologia da informação. Gestão & Produção, v. 24, n. 2, p. 221–235, 2017.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v24n2/0104-530X-gp-0104-530X2161-16.
pdf. Acesso em: 18 jan. 2020.
VASCONCELOS, C. R M.; CASTRO, A. B. C.; BRITO, L. M. P. Gestão do conhecimento e
inovação. Pensamiento & Gestión, n. 45, p. 97–128, 2018. Disponível em: http://www.
scielo.org.co/pdf/pege/n45/2145-941X-pege-45-97.pdf. Acesso em: 18 jan. 2020.

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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
DICA DO PROFESSOR

A inovação nas organizações não se resume apenas a encontrar novas formas de fazer, como
metodologias ou produtos/serviços. Trata também da necessidade de criar um ambiente de
pensamento que permita articular sempre novas ideias assim como a sistemática criação de
conhecimento. Dessa concepção é que surge a noção de inovação contínua, um programa que as
organizações podem estruturar de maneira transversal a suas atividades, destinando uma atenção
especial ao que de novo pode surgir.

Nesta Dica do Professor, você vai ver pontos fundamentais que demandam atenção para que a
inovação contínua possa ocorrer.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) A criação do conhecimento requer abertura para a compreensão de que há sempre


novas formas de fazer. Essa perspectiva permite que haja espaço para o pensamento
inovador, pois as ideias são estimuladas pelo desafio de encontrar novas respostas.

Considerando que a formação do conhecimento pode se dar de várias maneiras, a


literatura destaca o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, quais seriam as
características de cada um?

A) Conhecimento explícito requer domínio da língua culta e bom domínio teórico, enquanto o
conhecimento tácito requer apenas que a pessoa seja alfabetizada ou tenha concluído o
ensino básico.

B) A diferença está nas áreas em que os dois são encontrados. Nas áreas de humanidades, é
mais comum o explícito, enquanto nas áreas de exatas é o tácito.

C) O conhecimento tácito é íntimo e pode se expressar em intuição e experiências. Já


o conhecimento explícito pode ser encontrado expresso em palavras ou dados, fontes
audiovisuais e em manuais.

D) Conhecimento tácito é aquilo que está posto nos livros e de onde deve-se aprender.
Conhecimento explícito leva apenas a decorar conceitos e não a refletir corretamente.

E) Compreende-se por conhecimento explícito aquele que é íntimo e pode se expressar


em experiências. Já o conhecimento tácito pode ser encontrado expresso em fontes
audiovisuais e em manuais.

2) A inovação tem a capacidade de transformar a forma como as coisas eram vistas.


Sempre que uma inovação ocorre, a concepção sobre padrões antes estabelecidos
muda. Esse ciclo é contínuo e ocorre pelas vias de questionamento sobre o
conhecimento posto em cada época e contexto. Dessa forma, é possível dizer que a
inovação necessita de atenção frequente.

O que pode estar contemplado em um programa de inovação contínua na


organização?

A) A inovação contínua requer contratação contínua de pessoas criativas, para que a


organização não confie apenas nos colaboradores que já tem. Isso requer investimento
mensal em contratações.

B) Em um programa de inovação contínua, a organização acompanha diariamente as entregas


dos colaboradores das áreas atuantes, dessa forma, tem um balanço que permite identificar
o avanço inovador.

C) Um programa de inovação contínua deve ser averso a incertezas e riscos, não aceitando a
sua existência. Para tal, a organização só deve estar de acordo com desafios inovadores
que sejam convenientes.

D) A inovação contínua ocorre internamente na organização, não sendo considerado nesse


processo a opinião de clientes e fornecedores. Esse tipo de programa de inovação busca o
conhecimento interno do negócio.
E) A gestão de ideias na organização é parte fundamental da inovação contínua. A existência
de capacidades criativas na organização também se apresenta como essencial, assim como
as redes de conhecimentos existentes.

3) A gestão do conhecimento e da inovação requer uma atenção a esses dois


componentes fundamentais para que a organização siga, sistematicamente,
avançando em direção a objetivos de diferenciação no mercado em que opera. Gerir
conhecimento e inovação é sempre um desafio para as organizações que desejam se
diferenciar.

Dessa forma, nas opções a seguir, em qual delas é possível averiguar a relação entre
gestão do conhecimento e inovação?

A) A gestão do conhecimento e a gestão da inovação ocorrem de maneira paralela e não se


influenciam mutuamente nem se complementam, pois a inovação para ocorrer deve seguir
sem interferências.

B) A gestão do conhecimento é vista como um caminho pelo qual a organização pode gerir a
inovação, pois ambas caminham juntas e se influenciam mutuamente. O conhecimento é
fator complementar às ideias inovadoras.

C) No ambiente global, a gestão do conhecimento está mais propícia à influência de


incertezas do que a gestão da inovação, pois esta pode ser mantida sob controle dentro da
organização, em seus processos.

D) A gestão da inovação ocorre por etapas, mas a gestão do conhecimento não requer essa
sistematização, pois está condicionada, centralmente, na atenção que é dada
cotidianamente no acompanhamento dos processos da organização.

E) Na gestão do conhecimento a organização deve atentar para o excesso de dinamicidade,


pois poderá ser prejudicial. Assim como para a inovação, a empresa deve focar naquilo
que já domina.
4) No que diz respeito à criação do conhecimento, é possível compreender que isso se dá
em um processo dialético, o qual permite um movimento de questionamento contínuo
por meio do qual o conhecimento pode avançar.

Nesse sentido, considerando a compreensão de que a dialética ocorre em três


movimentos: tese, antítese e síntese, como pode ser compreendida a relação entre os
três?

A) A dialética pode ocorrer em três movimentos que não necessitam estar em ordem, pode
ocorrer primeiro a síntese das ideias e depois a sua antítese para então chegar a uma tese.

B) Dialética pressupõe questionamento constante, dessa forma, tese, antítese e síntese travam
o desenvolvimento do conhecimento pelo constante enfrentamento das ideias propostas.

C) A dinamicidade do conhecimento permite que ele seja criado constantemente. Ideias


atestadas não devem ser questionadas de maneira dialética, pois tese, antítese e síntese
tendem a desestabilizar o essencial que está posto.

D) A tese tem ênfase na mudança, a antítese centra-se nos opostos, já que a mudança ocorre
nesse conflito, e a síntese permite reconciliar tese e antítese, até que se configure um novo
fluxo de questionamento.

E) Tese, antítese e síntese se complementam para a criação do conhecimento. Entretanto,


podem ser prejudiciais quando o conhecimento de algo já foi popularizado. Dessa forma,
ideias antigas devem ser preservadas.

5) O processo de inovação contínua é desafiador para as organizações, pois requer uma


sistemática de acompanhamento daquilo que foi e está sendo encaminhado como
diferencial competitivo. Esse acompanhamento demanda dedicação de pessoal e
tecnologia, assim como a gestão de informações sobre tendências.

Dessa forma, considerando o desafio destacado para a inovação contínua, que


cuidados estão relacionados a esse processo?
A) A organização deve considerar o acompanhamento cotidiano da concorrência, de maneira
a desenvolver as mesmas ideias dos concorrentes. Assim, se neutraliza o diferencial de
mercado e todos seguem no mesmo nível.

B) A organização que tem na sua estratégia um padrão para o estímulo à inovação contínua
deve ter cuidado ao olhar para o mercado em que opera e não deixar se influenciar, pois o
mais relevante são as definições internas.

C) A inovação contínua deve atentar para o aprimoramento do que a organização já faz, bem
como no investimento contínuo e na atenção às mudanças de mercado. Experimentos com
o público consumidor podem ser relevantes.

D) Em um programa de inovação contínua a empresa deve apenas deixar as ideias fluírem,


sem a preocupação de sistematizar como isso ocorrerá, sob pena de cercear proposições
brilhantes que possam ocorrer.

E) A inovação contínua demanda atenção especial do setor de marketing, pois é ali que estão
as possibilidades de que novas ideias surjam. Dessa forma, o esforço organizacional deve
ser direcionado para este setor.

NA PRÁTICA

O conceito de inovação está intrinsecamente conectado ao de conhecimento. Isso pode ser visto,
por exemplo, nos distintos modelos que as organizações têm adotado para evoluir e se
diferenciar por meio de processos focados no aprendizado contínuo.

Como os últimos anos mostraram, organizações bem estabelecidas foram substituídas por outras
mais inovadoras, e essa constatação também se aplica àquelas que operam na área da saúde.
Sendo assim, a menos que uma organização e suas equipes criem e gerenciem uma cultura de
conhecimento, inovação e aprendizado permanentes, elas terão dificuldades em ter sucesso.

Neste Na Prática, você vai conferir o caso de uma equipe que conseguiu excelentes resultados
por meio da criação, gestão e implementação de uma ferramenta inovadora.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

O que é inovação em saúde?

Apesar de ser um termo consideravelmente difuso na contemporaneidade, o conceito de


inovação tem diferentes definições, as quais podem variar de acordo com a área na qual ele é
aplicado. Assim, é importante que se compreenda o significado do conceito no âmbito da saúde.
Considerando essa constatação, no vídeo a seguir, o professor delineia o que é a inovação na
saúde, seu significado e importância. Confira.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Gestão do conhecimento: um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas


organizações

A gestão do conhecimento pode ser estruturada a partir de diferentes modelos que podem estar
relacionados a um processo de inovação. Este artigo discorre sobre a inovação e o embasamento
que pode ter sobre a informação e o conhecimento. São delineados os elementos da informação
que convergem para uma geração de conhecimento. A leitura servirá de base para ampliar o
conhecimento e as discussões sobre o tema.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

O impacto das práticas de gestão do conhecimento no desempenho organizacional

A gestão do conhecimento está presente nos mais variados tipos de organização. Considerando a
sua relevância, a gestão do conhecimento pode ser incorporada à estratégia organizacional. Este
artigo avalia o impacto das práticas de gestão do conhecimento no desempenho organizacional.
Foi realizada uma pesquisa quantitativa com a aplicação de um questionário em empresas de
base tecnológica, analisando cinco dimensões para verificar qual tem mais influência sobre o
desempenho organizacional. Veja a seguir.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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