PROJETO DE PESQUISA
MANAUS/AM
2021
Allan Rego da Matta Filho
Gilcimar Penha Guedes
Paulo Roberto Cajueiro Vicente Silva
MANAUS/AM
2021
1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
1.1 - TÍTULO
A efetividade na redução da maioridade penal em um país como o Brasil.
1.2 - AUTORES
Allan Rego da Matta Filho,
Gilcimar Penha Guedes,
Paulo Roberto Cajueiro Vicente Silva.
1.3 - ORIENTADOR
Professor Herbert Bruno.
1.4 - CURSO
Direito
1.5 - ÁREA DE CONCENTRAÇÃO
Direito Penal
1.6 - LINHA DE PESQUISA
A
1.7 - DURAÇÃO DA PESQUISA
1.7.1 - Início: Março/2021
1.7.2 - Início:
1.8 - INSTITUIÇÃO ENVOLVIDA
FACULDADE LA SALLE MANAUS
2 - OBJETO
2.1 - TEMA
Redução da Maioridade Penal no Brasil
2.4 - HIPÓTESE
É de conhecimento da população a deficiência da segurança pública brasileira em
grande parte do território nacional, principalmente nas grandes cidades. Nos noticiários
televisivos e digitais cada vez mais é comum vermos matérias onde o suspeito de
algum crime é um adolescente, logo aflora-se o debate nas redes sociais, nas escolas
e no meio político.
Essa problemática causa um enorme impacto no sistema carcerário que por sua
vez já sofre diversos problemas, como a superlotação, a medida poderia potencializar
essa adversidade dificultando ainda mais a finalidade de melhorar a segurança para a
população brasileira.
3 - JUSTIFICATIVA
A segurança pública é um direito assegurado na constituição federal brasileira,
sendo um tópico essencial para o desenvolvimento nacional, refletindo diretamente na
qualidade de vida da população. A redução da maioridade penal por ser um tema
debatido para ajudar o problema é de suma importância sua discussão. Portanto, a
pesquisa poderá mostrar as argumentações e fundamentações sobre o tema para
assim chegar em uma conclusão sobre a efetividade da redução da maioridade penal
no Brasil.
4 - OBJETIVOS
4.1 - OBJETIVO GERAL
Avaliar a efetividade da redução da maioridade penal no Brasil e seus impactos.
4.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Comparar os principais argumentos favoráveis e desfavoráveis sobre a redução da
maioridade penal.
Relacionar a experiência de outros país onde a maioridade penal é diferente do
Brasil e trazer a realidade brasileira.
Verificar a legalidade de uma possível mudança na maioridade penal no Brasil.
5 - METODOLOGIA
Método de Abordagem
Indutivo
Método de Procedimento
Comparativo
Técnicas de Pesquisa
Explicativa
6 – EMBASAMENTO TEÓRICO
6.1 – DA LEGALIDADE NA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
O Código Penal brasileiro traz no artigo 27 a inimputabilidade penal para os
menores de dezoito anos, assim como na própria Constituição Federal expressamente
descrito no artigo 228. Portanto apenas uma lei ordinária com a finalidade de mudar o
Código Penal não seria suficiente para reduzir a maioridade penal no país, uma vez
que estaria formando um conflito com o texto constitucional. Então seria necessária a
mudança na Constituição para uma possível redução.
Entretanto, para a doutrina majoritária, é impossível a mudança, por emenda
constitucional, do artigo 228 da Constituição Federal pois se trataria de uma cláusula
pétrea, para a doutrina o artigo 228 se encaixa no artigo 60, §4° da Constituição, ou
seja, apenas o poder constituinte originário seria capaz de alterar esse texto. Para
Alexandre de Moraes é impossível a partir de que o artigo 228 trata-se de um direito e
garantia individual da criança e do adolescente. Logo, a garantia positiva de liberdade
para o menor de 18, igualmente transforma-se em garantia negativa ao Estado,
impedindo a percussão penal em juízo.
Há também autores e juristas que não concordam com a doutrina majoritária e que
perfeitamente veem como possível a alteração da maioridade penal, como o
constitucionalista Pedro Lenza, uma vez que apenas haveria uma alteração do direito
individual e não uma abolição, o que uma cláusula pétrea tem como finalidade evitar. O
autor diz:
“Embora parte da doutrina assim entenda, a nossa posição é no sentido de ser
perfeitamente possível a redução de 18 para 16 anos, uma vez que apenas não se
admite a proposta de emenda (PEC) tendente a abolir direito e garantia individual. Isso
não significa, como já interpretou o STF, que a matéria não possa ser modificada.
Reduzindo a maioridade penal de 18 para 16 anos, o direito à inimputabilidade, visto
como garantia fundamental, não deixará de existir.”
O texto da PEC 171/1993 na qual diminui a maioridade penal no Brasil, limitou a
inclusão para maiores de 16 e menores de 18 no regime de imputabilidade penal para
aqueles crimes com gravidade aguda, ou seja, crimes com atentado à vida ou
integridade física da vítima. É claro o respeito a razoabilidade e proporcionalidade na
alteração do texto constitucional. Além de que o adolescente punido não cumpriria
pena, durante esse período, com os demais detentos. Mantendo a proteção aos que
enquadram no regime especial de imputabilidade e a proteção aos que passarão a ser
enquadrados na imputabilidade penal.
Ademais, uma possível alteração na implementação do ECA teria sua eficácia,
sendo mais rígido para aqueles menores cujo cometeram crimes hediondos, tanto no
tempo de pena, quanto em uma supervisão para aquele menor de idade não venha
cometer mais crimes, principalmente dessa modalidade.
6.2 – COMPARATIVO ENTRE O BRASIL COM PAÍSES QUE RESOLVERAM
ADOTAR A QUESTÃO DA MAIORIDADE PENAL
É de suma comentar que a PEC 171/93, trouxe o tema da redução da
maioridade penal levantando a questão da proteção integral ao retrocesso. Trazendo
um pouco da norma penal, o Código Penal brasileiro, no seu artigo 27, dispõe que
“menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial”, Desse modo, ainda que, na prática, um menor
de dezoito anos tenha plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato a ele
imputado e de se determinar, é considerado, para a Lei Penal, inimputável. A indaga
gira entorno de como é a realidade outros países que já adotaram a medida da
maioridade penal reduzida. Aqui vamos fazer um levantamento e tentar entender
melhor a situação do Brasil e comparar com outros países que já adotaram essa
medida em sua sociedade.
O Brasil, tratando da inimputabilidade do menor de dezoito anos, não impede a
modificação do texto constitucional, uma vez que o tratado, ao ser ratificado e aprovado
pelo Congresso Nacional, passa a ter força de lei ordinária no ordenamento jurídico
pátrio, podendo ser modificado até mesmo por outra lei ordinária. O tratado jamais
poderia estar acima da Constituição. Nem há que se falar em cláusula pétrea, pois do
contrário, todas as matérias que hoje são objeto de tratado internacional a que o Brasil
tenha aderido se tornariam imutáveis, não podendo ser objeto de modificação quer no
plano das leis infraconstitucionais, quer no âmbito da Constituição.
A maioridade penal no Brasil e em outros países, não há qualquer impedimento
de ordem constitucional ou legal a que se modifique a regra da inimputabilidade do
menor de dezoito anos, através de emenda à Constituição. A discussão situa-se, ao
que nos parece, no mérito da oportuna. Trata-se de se saber se o menor de dezoito
anos é capaz de entender o caráter criminoso da conduta praticada. Esta questão,
todavia, situa-se no campo da Medicina e da Psicologia. Se restar demonstrado que o
menor de 18 anos e maior de 16 é capaz de entender plenamente a ilicitude da sua
conduta; do ponto de vista da constitucionalidade, não vislumbramos qualquer barreira
a que a regra da inimputabilidade seja modificada por emenda à Constituição.
Em outros países a idade mínima para a responsabilidade criminal é variável,
sendo de 7 anos na Austrália, Kuwait, Bangladesh, Índia, África do Sul, Paquistão,
Myanmar (ex-Birmânia), Tailândia, Nigéria, Sudão, Tanzânia, Suíça e Trinidad e
Tobago; A maioridade penal começa aos 08 anos na Líbia, Quênia, Indonésia na
Escócia. No Iraque, na Etiópia e nas Filipinas, aos 9 anos. No Irã, 9 anos para
mulheres e 15 anos para homens. Na Inglaterra e País de Gales, Malásia; no Nepal e
Ucrânia, a maioridade penal começa aos 10 anos. Na Turquia, aos 11 anos. Começa a
maioridade penal aos 12 anos no Equador, Uganda, Israel, Marrocos, Coréia do Sul,
Líbano, Grécia, Canadá e Holanda. Em Israel e Nova Zelândia, Uzbequistão, Argélia,
Espanha , França e Polônia, aos 13 anos. Aos 14 anos na Áustria, Rússia, Alemanha,
China, Japão, Vietnã, Itália e Armênia. Na Dinamarca, Noruega, Egito, Suécia e
Finlândia, a maioridade penal é fixada aos 15 anos. Nesses países, adolescentes entre
15 e 18 anos estão sujeitos a um sistema judicial voltado para os serviços sociais,
sendo a prisão o último recurso. Aos 16 anos na Argentina, Chile e Cuba. Em Portugal,
a maioridade penal é estabelecida a partir dos 16 anos., sendo que, entre 16 e 21
anos, o agente está sujeito a um Regime Penal Especial, conforme previsto no artigo 9º
do Código Penal Português. Na Polônia, a maioridade penal começa aos 17 anos. Aos
18 na Colômbia, Peru e em Luxemburgo;
Nos Estados Unidos, a maioridade penal varia de acordo com e a legislação
vigente em cada estado. Alguns estados fixaram uma idade mínima legal, que varia
entre 6 e 12 anos. Os demais seguem o chamado “direito consuetudinário”, que não é
escrito., mas baseado nos usos e costumes.
A maioridade penal no Brasil e em outros países Nota Técnica No México, a
maioridade penal varia de 6 a 12 anos, conforme o estado. No âmbito desta Casa
Legislativa, essa matéria já foi objeto de proposições anteriores, tendo a Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação adotado entendimento no sentido de considerar a
redução da maioridade penal cláusula pétrea, imodificável até mesmo pela via da
proposta de emenda à Constituição.
A questão da maioridade penal não é consenso em lugar nenhum do mundo, e já
há uma tendência de muitos lugares em aumentar a idade mínima que uma pessoa
precisa ter para ser julgado como adulto. A verdade é que é complicado estabelecer
uma relação direta entre redução da maioridade penal e diminuição da criminalidade.
Afinal, há vários outros fatores envolvidos e não há como garantir ou medir com toda a
segurança o número de crimes evitados pela medida.
7 – REFERÊNCIAS