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Governo do Estado do Piauí

Universidade Estadual do Piauí - UESPI


Campus Universitário Professor Barros Araújo
Curso Agronomia

Fitopatologia

Prof.: Wagner Pessoa


DOENÇAS
DA

BANANA E CAJU
BANANA

- Murcha bacteriana;
- Sigatokas;
- Antracnose;
- Mal do Panamá.
ASPECTOS IMPORTANTES DA CULTURA

A banana é a segunda fruta mais consumida no


mundo;

Fonte de vitaminas e sais minerais;

De modo geral seu valor é baixo comparado a outras


frutas;

Faz parte da dieta alimentar das mais diversas


classes sociais;
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais.
MOKO OU MURCHA BACTERIANA - Raltonia
(Pseudomonas) solanacearum (raça 2)*

Já foi considerada a principal doença da bananeira.

A doença no Brasil foi constatada no Amapá, em

1976.

Em 1987 foi constatada em Sergipe, e depois em


Alagoas, onde vem sendo mantido sob controle.
É uma doença vascular sistêmica, atingindo todos os

órgãos da planta, desde o estádio de brotação jovem

até plantas em produção.

Plantas Jovens – Uma das 3 folhas + novas adquire

coloração verde-pálida ou amarela e se quebra

próximo a junção com do limbo com o pecíolo.


Seguidos de murcha e amarelecimento

das folhas basais, podendo ocorrer

também a necrose da folha vela antes

das demais mostrarem qualquer

sintoma da doença.
Plantas adultas – murcha, amarelecimento e necrose

das folhas, iniciando-se geralmente pelas folhas

mais centrais e evoluindo para as demais.

Plantas em produção, a bactéria pode penetrar pela

inflorescência ou outra via, e nos frutos, apresentam

sinais de mal formação, rachaduras, amarelecimento

precoce e irregular e, finalmente, seca e

escurecimento total.
Sintomas do Moko da bananeira no pseudocaule e no cacho.
Na penetração via inflorescência, as brácteas mais
velhas caem prematuramente sem se enrolar,

desprendendo também o conjunto de flores

masculinas por elas protegido.

Num estádio mais avançado da doença, ocorre seca

ascendente do coração e da ráqui masculina.


ETIOLOGIA

O moko-da-bananeira é causado pela Ralstonia solanacearum


(Pseudomonas solanacearum) raça 2.

São conhecidas até o momento cinco estirpes desta raça que são

patogênicas à bananeira (A, B, D, H, S e SFR).

A separação é feita com base em:

- Hospedeiros diferenciais;

- Aspecto das colônias em meio de tetrazólio;

- Hábitat;

- E > ou < capacidade de ter insetos visitadores de inflorescências.


No Amazonas, a bactéria sobrevive cerca de

2 meses na ausência do hospedeiro durante

o período seco, atingindo 4 meses durante o

período chuvoso.
O material de plantio desempenha papel

importante na disseminação, tanto a curta como a

longa distância.

No plantio a bactéria pode se disseminar de planta

a planta através de contatos interradiculares de

touceiras doentes com touceiras sadias.


As ferramentas usadas na capina,

desbaste, corte do coração e

colheita são de grande efiiciência

na disseminação da bactéria
Os insetos visitadores de inflorescência são

também eficientes vetores.

Exudações provocadas pelo corte de

brotações novas, pseudocaule e coração de

PI constitui-se importante fonte de inóculo

para disseminação por insetos.


CONTROLE

Medidas de exclusão: esse controle é feito


principalmente através da vigilância fitossanitária

no sentido de impedir, a entrada da doença numa

nova área pelas diferentes vias de introdução.


MEDIDAS DE ERRADICAÇÃO:

Erradicação imediata dos focos, evitando o


estabelecimento da doença. Feito por pessoal bem
treinado.

O sucesso na erradicação, está na detecção

antecipada das plantas doentes e sua imediata

erradicação, seguida de pousio.


MEDIDAS PROFILÁTICAS

Uso de mudas sadias – o material propagativo deve ser


adquirido em plantios isentos da doença;

Desinfestação de ferramentas utilizadas em capina, desbaste,


desfolha, corte do coração e colheita, com solução de
formaldeído/água 1:3, ou de água sanitára (1:2);

Evitar as capinas manuais ou mecânicas e utilizar herbicidas;

Eliminar o coração, que se constitui em atrativo aos insetos


visitadores de inflorescência.
RESISTÊNCIA VARIETAL:

Talvez esta seja a alternativa mais promissora e viável


para o controle do moko a longo prazo.

Sabe-se que existem fontes de resistência, porém todas


as variedades comerciais são suscetível às estirpes B e
SFR.

As variedades comerciais, com brácteas persistentes,


como Terra, Prata Anã e Nanica, são menos sujeitas às
infecções aéreas.
SIGATOKAS

AMARELA – Mycosphaerella musicola (Pseudocercospora

musae = Cercospora musae).

Descrita pela primeira vez em Java, em 1902, os

primeiros prejuízos foram relatados nas Ilhas Fiji,

vale de Sigatoka, em 1913.


No Brasil foi constatada inicialmente no estado do

Amazonas, em 1944, estendendo-se,

posteriormente, a todos os estados brasileiros.

Estima-se que as perdas médias da bananicultura

nacional estão na faixa de 50% da produção.


SIGATOKA NEGRA

Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora

fijiensis) = Mycospharella fijiensis var.

difformis = F.I. Cercospora fijiensis =

Pseudocercospora fijiensis.
Foi descrita pela primeira vez nas Ilhas Fiji, vale
de Sigatoka, em 1963.

Em 1972 provocou a 1ª epidemia em Honduras.

Em 1979 chegou à Costa Rica.

No BR está presente: AM, AC AP, MA, MT, MS, MG,


PA, PR, RS, RO, RR, SC, SP e TO.
Atualmente está disseminada por toda a América

Central, algumas regiões da África, da Ásia e, já

foi encontrada na Colômbia, Equador e Venezuela.

Além disto, os plátanos passaram a sofrer perdas

que variam de 50 a 100% na produção.


Os prejuízos são advindos da morte precoce das

folhas e do enfraquecimento da planta.

Como consequência da doença:

- Diminuição do número de pencas;


- Tamanho de frutos;
- Maturação precoce de frutos no campo;
- Em 2000 MT área plantada 60.000 para 6.000ha;
- Na América Central 60 aplicações/ano 6x + SAMA;
- Perfilhamento lento.
SINTOMAS

As infecções de Sigatoka ocorrem nas folhas


jovens como as folhas, um, dois, três e a quatro.

A infecção inicial caracteriza-se por uma leve

descoloração com forma de ponto entre as nervuras

secundárias da 2º até a 4º folha a partir da vela.


Evolui para formar uma estria de coloração

amarela.

Depois estas estrias crescem, formando manchas


necróticas, elípticas, alongadas, dispostas

paralelamente às nervuras secundárias da folha.


Por fim, uma lesão com centro deprimido, de

coloração cinza, circundada por um halo amarelo.

Sintoma da Sigatoka Amarela


Maior concentração de lesões ao longo da nervura
principal e, observando-se as lesões pela parte
inferior da folha, principalmente em estádios
intermediários de desenvolvimento, a cor
prevalecente é o marrom

Sintoma Sigatoka Negra


ETIOLOGIA

O mal-de-Sigatoka amarela é causada por

Mycosphaerella musicola, forma perfeita ou

sexuada de Pseudocercospora musae.

Sigatoka Negra – Mycosphaerella fijiensis

(Paracercospora fijiensis) = Mycospharella fijiensis

var. difformis .: F.I.. Cercospora fijiensis =

Pseudocercospora fijiensis.
A produção e disseminação dos esporos

sexuados e assexuados são influenciados por

três fatores: chuva, orvalho e temperatura, que

exercem ação decisiva no desenvolvimento de

epidemias.
A água de chuva é essencial para a

liberação dos ascósporos e a

disseminação é feita principalmente

pelo vento.
CONTROLE
As Sigatokas são doenças de controle difícil.

A integração de ações como:

Controle cultural: Drenagem, Combate às plantas


daninhas e Desfolha.

Controle químico: Horário da aplicação; Condições


climáticas; Direcionamento do produto;
Monitoramento do controle; Produtos utilizados no
controle
CONTROLE GENÉTICO

Com variedades resistentes:

Entre elas Pioneira (AAAB), Yangambi (AAA),


Mysore (AAB), Terra, Terrinha e D’Angola, todas
AAB, e Figo (ABB).

Mysore; Figo e Yangambi entre outros.


MAL-DO-PANAMÁ – Fusarium oxysporum f. sp.
cubense

No Brasil teve início em 1930, em Piracicaba

sobre o cultivar Maçã.


Em apenas 3-4 anos foram dizimados cerca

de um milhão de pés de banana naquele

município

A raça 4 do patógeno, com capacidade de

afetar as variedades do subgrupo Cavendish.


SINTOMAS

Externos: nas folhas, geralmente observa-

se um amarelecimento progressivo das

folhas mais velhas para as mais novas,

começando pelos bordos do limbo em

direção as nervuras.
Um sintoma bastante típico é a rachadura do feixe
de bainhas próximo ao solo, cujo tamanho varia

com a área afetada no rizoma.

Os sintomas são mais comuns em plantas adultas,

mas os mesmos podem ser encontrados em plantas

jovens.
Sintomas internos

Realizando-se cortes transversais ou longitudinais


do pseudocaule, observa-se pontuações pardo-
avermelhadas.

A descoloração vascular no pseudocaule concentra-


se mais perifericamente, mantendo-se o centro
claro.
Sintomas do Mal do Panamá
CONTROLE

Genético com variedades resistentes: Caipira, Thap


Maeo, Pacovan Ken, Preciosa, Maravilha, Vitória,
Japira e Platina.

Tropical e Princesa do grupo Maçã.

Utilizar mudas sadias;

Corrigir o pH do solo (≈7)


Dar preferência a solos férteis com altos níveis de
matéria orgânica;

Evitar solos mal drenados;

Exercer um bom controle sobre os nematóides e a


broca-do-rizoma;

Inspecionar periodicamente o bananal e erradicar


plantas com sintomas da doença.
Manter as plantas bem nutridas;

Utilizar a roçagem do mato em substituição as


capinas manuais ou mecânicas;

Bananais já estabelecidos erradicação das plantas


doentes com herbicidas e nesta área erradica
aplicar calcário ou cal hidrata e matéria orgânica.

Deixar a área em descanco por 6 meses e replantar


um variedade resistente.
ANTRACNOSE

É a doença mais grave em pós-colheita da fruta.

Os sintomas se manifestam em frutos maduros,

porém surgem ainda no campo, ocasião em que os

esporos se dispersam no ar são depositados sobre

os frutos, germinam, formam apressório e

penetram.
ANTRACNOSE – Glomerella musae

(Colletotrichum musae)

É a doença + importante da cultura podendo

ocorre em qualquer fase de desenvolvimento da

planta.

Disseminada em todas as regiões produtoras NE

principalmente em épocas + úmidas e T = 25 OC.


Porém na há desenvolvimento dos sintomas em frutos verdes!!!!

Por quê???

Ocorre dois tipos de infecção:

1) Infecção em frutos verdes onde o patógeno fica Quiescente até a


maturação;

2) Antracnose não latente, produzida pela invasão do patógeno em


ferimentos ocorridos sobre frutos verdes em trânsito.
Nos sistemas atuais de embalagem, transporte e

refrigeração os frutos estão menos sujeitos às injúrias.

Existe variação no comportamento das variedades, mas

todas apresentam sintomas com graus variados de

severidade.

SINTOMAS

Formação de lesões escuras deprimidas em condições ↑ UR

cobrem-se de frutificação rosada.


As lesões aumentam de tamanho com a maturação dos

frutos e podem coalescer, formando grandes áreas

necróticas deprimidas.

A polpa é afetada em condições de ↑ UR e T ou em avançado

estádio de maturação.

Os frutos com antracnose também amadurecem + rápido.


Sintomas de antracnose em frutos de banana.
CONTROLE

As medidas de controle devem ter início ainda no


campo, eliminando-se folhas velhas, brácteas e restos
florais que são locais de sobrevivência do fungo.

Cobertura do cacho com saco de polietileno perfurado,


antes da abertura das pencas;

Limpeza e desinfestação do tanque de despenca e


lavagem após o uso;
Renovação periódica da água do tangue;

Imersão ou pulverização dos frutos com fungicidas.

Imazalil (imidazol);

Thiabendazol (benzimidazol).
CAJUEIRO
SINTOMAS – em folhas manchas-necróticas de

coloração pardo-avermelhada, formato * e de

tamanho variável.

Se apresentar mancha no bordo foliar a folha vai

se apresentar distorcida e curvada.


Na inflorescência queima e queda de flores.

Ramos lesões necróticas, deprimidas, escuras podendo

apresentar fendilhamento.

Nos frutos novos tornam-se escuros, deformados e atrofiados.

Frutos maduros lesões necróticas, escuras, deprimidas,

atingindo grande área do mesmo e comumente apresentando

fendilhamento.
Sintomas de antracnose em
cajueiro, no fruto e pseudofruto.
ETIOLOGIA

Glomerella cingulata FP

Colletotrichum gloeosporioides FI

Em contato com o hospedeiro os conídios germinam e

produzem o apressório que possibilita a fixação e

penetração.
Sobrevive como saprófita no tecido morto,

podendo ser disseminado por respingo de

chuva, insetos e mudas infectadas.

Necessita de ↑ UR e temperatura amena

(25OC).
CONTROLE

Pulverizações logo no início da emissão das folhas jovens.

Oxicloreto de cobre;
Azoxistrobina (Estrobirulina) + Difenoconazol (Triazol).

Pulverizações logo após as 1ª chuvas e durante a floração intervalo


15-15 dias.

Controle químico no cajueiro comum e prejudicado e no anão


precoce se torna + eficiente (POR QUÊ?);

Controle genético medida e médio prazo desenvolvidas pela EPACE


(Pacajús – Ceará).

Podas de limpeza e queima do material doente.


Oídio – Erysiphe quercicola = E. polygoni
(Pseudoidium anacardii = Oidium anacardii)

Tem pouca importância e impacto no NE, mais na

África causa sérios problemas, principalmente

quando ataca a inflorescência impedindo a

formação de fruto.

Também chamada de cinza do cajueiro.


SINTOMAS

Forma um delicado crescimento branco-acinzentado na


superfície das folhas e inflorescência, constituído por
micélio, conidióforo e conídios do patógeno.

Emite haustório para o interior das células da


epiderme onde retira os nutrientes.

Como consequência o tecido afetado apresenta pontos


necróticos, escuros na face ↓ da folha.

Por fim queda prematura de folhas e flores.


Sintomas e sinais do Oídio
em cajueiro.
ETIOLOGIA – Pseudoidium anacardii = Oidium anacardii

Forma conídios hialinos em conidióforos curtos,


produzidos em cadeias eretas, formando um ângulo de
90O com a superfície do hospedeiro.

Disseminado pelo vento e insetos.

Chuvas pesadas desfavorecem a doença.

Condições favoráveis ↑ UR do ar sem chuva e T 28 OC.


CONTROLE

Aplicação de produtos a base de enxofre com

ressalvas a não aplicar nas horas mais quentes do

dia devido problemas de fitotoxidez.

Produtos registrados a base de enxofre inorgânico.

Ex.: Defender WDG e Kumulus DF.


MANCHA DE PESTALOTIA – Pestalotiopsis guepinii (=
Pestalotia guepinii)

Ocorre todo o ano, porém e secundária comparada com


a antracnose.

SINTOMAS

Manchas necróticas pequenas ≈ Ο quando distribuídas


no limbo foliar e maiores quando estão no ápice ou
bordo da folha.
São de coloração pardo-acizentada com bordo mais

escuro em relação ao centro.

Ocorre coalescência de lesões em CF.

Nos frutos apresentam lesões necróticas escuras e

deprimidas.
Sintoma e sinais de Pestalotiopsis guepinii.
ETIOLOGIA

O agente etiológico é o Pestalotiopsis guepinii.

Produz conídio com 5 células sendo as três centrais


marrom-olivácea e as da extremidade hialinas.

A célula apical apresenta 2 ou + apêndices hialinos e a


basal apenas 1.

Condições de ↑ UR e Temp. favorecem a doença, sendo


disseminados pelo vento, insetos e respingos de chuva.

CONTROLE – O mesmo empregado para a antracnose.


Resinose e/ou podridão da haste Botryosphaeria
rhodina (Lasiodiplodia theobromae =
Botryodiplodia theobromae)

Caracterizado pela exsudação de goma em casos avançados;

No NE os sintomas estão associados a substituição e


uniformização de copa;

Ocorrendo murcha e morte das brotações emergentes;

Frutos em imaturos tornam-se escuros ficando presos a


plantas por várias semanas;

Doença + comum no período de florescimento.


Controle:

Assepsia dos produtos utilizados na substituição


de copa e poda da planta;

Proteção dos locais cortados com produtos de


contato;

Não existem produtos registrados no MAPA para


está doença.
PORÉM!!!!!!!

Há de se considerar a ocorrência de outras doenças que tem menor


expressão como:

- Mancha de Phomopsis;
- Mofo preto;
- Fumagina;
- Mancha de alga;
- Podridão de Sclerotium;
- Queima das mudas;
- Podridões pós-colheita;
- Nematoses.
PORÉM!!!!!

Há de se considerar a ocorrência de outras doenças que tem menor


expressão como:

- Mofo preto;
- Fumagina;
- Mancha de alga;
- Podridão de Sclerotium;
- Resinose;
- Queima das mudas;
- Podridões pós-colheita;
- Nematoses.

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