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RELATÓRIO ANUAL
2016
DEZEMBRO, 2016
ÍNDICE
ABREVIATURAS ............................................................................................................................................... III
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 4
2. DESTAQUES 2016 ............................................................................................................................................... 5
3. ABORDAGEM DE INTERVENÇÃO DA N´WETI ...................................................................................................... 6
4. PRINCIPAIS INTERVENÇÕES E RESULTADOS POR ABORDAGEM ESTRATÉGICA ................................................... 7
4.1 ABORDAGEM ESTRATÉGICA 1(AE1) – PROMOÇÃO DE SAÚDE .......................................................................... 7
4.1.1 MATERIAIS IMPRESSOS COMO VEÍCULO PARA O AUMENTO DO CONHECIMENTO .............................................................. 7
4.1.2. A RÁDIO E TV COMO VEÍCULOS PARA O AUMENTO DO CONHECIMENTO ....................................................................... 8
4.1.3. AS RÁDIOS E O TEATRO COMO VEÍCULOS PARA O AUMENTO DO CONHECIMENTO ........................................................... 9
4.1.4. CAMPANHAS PARA GERAÇÃO DE DEMANDA PARA OS SERVIÇOS DE SAÚDE ................................................................... 9
4.1.5. A SAÚDE DO ADOLESCENTE ATRAVÉS DAS NOVAS TECNOLOGIAS M-HEALTH .............................................................. 10
4.1.6. DIÁLOGOS COMUNITÁRIOS COMO ESPAÇOS DE REFLEXÃO E MUDANÇA SOCIAL ........................................................... 12
4.1.7. PROVISÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA ................................................................................... 13
4.1.8. REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA A CAMINHO DOS 90-90-90 ............................................................................. 14
4.2. ABORDAGEM ESTRATÉGICA 2(AE2) - MONITORIA DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS........................................ 15
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ABREVIATURAS
AE Abordagem Estratégica
AG Assembleia Geral
AGIR Programa de Acções para um Governação Inclusiva e Responsável
AMODEFA Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da Família
ATV Aconselhamento e Testagem Voluntária
CD Conselho de Direcção
CESC Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil
CEP Citizen Engagement Programme (Programa de Engajamento do Cidadão)
CMSC Comunicação para Mudança Social e de Comportamento
CNCS Conselho Nacional de Combate ao SIDA
CIP Centro de Integridade Pública
CIP Comunicação Interpessoal
CPC Cartão de Pontuação Comunitária
DSR Direitos Sexuais e Reprodutivos
FMM Fórum de Monitoria dos Medicamentos
FMO Fórum de Monitoria do Orçamento
HPP Health Policy Project
LDH Liga dos Direitos Humanos
LAH Learning and Advocacy Hub
LCI Local Partners Initiative
MdE Memorando de Entendimento
MINED Ministério da Educação
MMAS Ministério da Mulher e Acção Social
M&A Monitoria e Avaliação
MISAU Ministério da Saúde
NPCS Núcleo Provincial de Combate ao SIDA
OCA Organisational Capacity Assessment
OSC Organizacões da Sociedade Civil
PAOP Processo de Análise Organizacional Participativa
PE Plano Estratégico
PF Planeamento Familiar
RAJ Raparigas Adolescentes e Jovens
SAAJ Serviços Amigos do Adolescente e Jovem
SBCC Social and Behavior Change Communication
SDC Swiss Development Cooperation (Cooperação Suíça para o Desenvolvimento)
SMS Short Message Service
SNS Sistema Nacional de Saúde
SSR Saúde Sexual e Reprodutiva
SSRD Saúde Sexual e Reprodutiva e Direitos
WHO World Health Organization
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1. Introdução
O ano de 2016 marca o início da vigência do novo Plano Estratégico 2016-2020 da
N´weti, cujo objectivo primário é o de “contribuir para a melhoria do estado de saúde
dos Moçambicanos através de abordagens de promoção de saúde, responsabilização
social e monitoria e advocacia de políticas públicas”. A nível temático a N’weti
continuará a trabalhar no Direito à Saúde, com dois subtemas específicos: Saúde Sexual
e Reprodutiva & Direitos e Saúde da Mulher e da Criança priorizando acções junto a
adolescentes e jovens. De forma geral, o Plano Operacional da N’weti para o ano de
2016 esteve assente nas seguintes intervenções:
1
Importante referir que o Tua Cena envolve, de forma integrada, o LCD (Local Capacity Development) e
o LCI (Local Capacity Innitiave). Adicionalmente, acções de promoção do género e prevenção da VBG
são também integradas, no âmbito da GBVI (Gender Based Violence Innitiave), também financiada pelo
PEPFAR.
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2. Destaques 2016
2
Dados estimados a partir da leitura dos relatórios do Mais Vida e das Direções Distritais de Saúde
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3. Abordagem de Intervenção da N´weti
A N'weti usa uma abordagem programática integrada de Comunicação para a Mudança
Social e de Comportamento (Social and Behavior Change Communication – SBCC),
baseada no Modelo Sócio-ecológico de promoção de saúde e nos princípios definidos
na Declaração de Otawa3. O modelo sócio-ecológico alude que a saúde é determinada
por uma complexa relação entre factores ambientais, organizacionais e pessoais,
partindo dos indivíduos para as populações e, saindo de uma visão mecanicista e
reducionista dos problemas de saúde, factores de risco e causalidade linear, rumo a uma
concepção holística, considerando todo o contexto onde as pessoas estão inseridas.
3
A Declaração de Otawa refere-se à Ottawa Charter for Health Promotion. WHO/HPR/HEP/95.1
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4. Principais Intervenções e Resultados por Abordagem Estratégica
Através do edutainment a N´weti usa do potencial dos materiais impressos, das Rádios e
da TV para de forma massiva alcançar um grande volume de adolescentes e jovens nas
zonas urbanas através de revistas e TV e nas zonas rurais através, em grande medida,
dos programas de Rádio que embora veiculados também em áreas urbanas permitem
que a produção e veiculação sejam conduzidos em línguas locais abrindo possibilidades
para maior acesso à informação sobre saúde pelas populações rurais.
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De forma a garantir acesso à informação sobre saúde a N´weti desenvolveu duas
revistas, informadas por um processo exaustivo de pesquisa formativa e assentes no
Edutainment como abordagem conceptual. Um milhão de cópias, da primeira e segunda
edições da revista Tua Cena, foram impressas. .As duas edições da revista Tua Cena,
que abordam questões essenciais sobre SSRD, foram distribuidas através do Sistema
Nacional de Saúde e tem sido usadas numa base regular para alimentar solicitações de
parceiros da sociedade civil que manifestam interesse em integrar a revista nas suas
intervenções, bem como para suprir eventuais necessidade próprias das intervenções da
N’weti.
Para além da revista Tua Cena (duas edições) e da brochura sobre direitos de SSR, em
2016 a N’weti produziu as revistas sobre direitos, participação e engajamento do
cidadão na saúde e sobre direitos, participação e engajamento do cidadão na educação.
Ambas tem por objectivo central elevar os níveis de informação e conhecimento do
cidadão sobre os seus direitos, seu papel e responsabilidades de participação e
engajamento na melhoria da qualidade dos serviços de saúde e de educação. (Confira
Anexos 2 & 3)
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4.1.3. As Rádios e o Teatro como veículos para o aumento do conhecimento
É amplamente reconhecido o potencial das Rádios Comunitárias (RC) e do Teatro
Comunitário (TC) como veículos de influência, de geração de demanda e de mudança
social nas comunidades moçambicanas. Estes são tidos como veículos de comunicação
preferenciais quando a informação é veiculada em língua local considerando as
particularidades sócio-culturais dos vários grupos étnicos que constituem a arquitectura
cultural e linguística moçambicana.
Em 2016 a N´weti intensificou o seu trabalho através das RC e dos TC como forma de
reforçar as suas intervenções junto às populações rurais. Contudo, são sobejamente
conhecidas as limitações programáticas e de conteúdos dos produtores vinculados às RC
e TC no que tange a produção de programas e peças de teatro sobre saúde. Ao longo de
vários anos de interveção através de grupos comunitários de base, uma das principais
lições apreendidas é a eficácia limitada dos programas de capacitação destes grupos.
Como forma de preencher esta lacuna, a N´weti decidiu optar pela produção de manuais
detalhados e simplificados para a produção de peças de teatro e de programas de rádios.
No âmbito das campanhas sobre direitos, participação e engajamento para a melhoria da
prestação dos serviços de saúde, 2 manuais de rádio e de teatro foram elaborados.
Adicionalmente, a N´weti concretizou a elaboração do Manual sobre SMI para rádios
comunitárias (vide Anexos 4, 5, 6 & 7)
Os Manuais de Rádio e de Teatro tem como objectivo fornecer aos grupos de teatro
comunitário e as Rádios Comunitárias a operar em Moçambique informação, técnicas e
outros elementos interessantes para que possam produzir localmente peças de teatro e
programas de rádio relevantes para a mudança social e de comportamento, dando assim
a possibilidade destes serem ajustados à realidade e características específicas das
comunidades que servem. As peças e scripts de programas de rádio incluídos nos
Manuais servem de referência e inspiração para criação de peças e programas de rádio
sobre assuntos e realidades específicas em cada comunidade.
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seguimento pela Inspeção Geral da Saúde e pelos Departamentos de Saúde a nível das
províncias. (Veja o Mapa de Denúncias no Anexo 8)
Esta campanha fez despoletar um crescente espírito de preocupação e abertura, por parte
das autoridades sanitárias de receberem o retorno dos seus utentes, disponibilizando, de
forma pública, espaços e canais para que os utentes possam usar para apresentar
denúncias de violação dos seus direitos.
Ao longo do ano de 2016 foram recebidas 16.691 mensagens na Plataforma Tua Cena.
O recurso às SMS volta a ser o meio de interacção mais usado pela audiência do Tua
Cena para aceder à plataforma. Com efeito, foram enviadas 15.012 mensagens por
SMS, comparativamente a outros meios menos procurados, tais como Facebook
(1.493), chamadas de voz (173), e email (13).
A N’weti continua a constatar que a geração de demanda para o uso dos serviços de
aconselhamento da plataforma, garante tráfego constante e elevado, principalmente do
meio SMS que é o meio preferencial da audiência eventualmente por ser mais
facilmente acessível para os adolescentes e jovens. Os meios que mais garantem um
tráfego elevado na busca dos serviços de aconselhamento são os programas Tua Cena
na TV e Rádios, incluindo as Rádios Comunitárias e, de seguida, os spots veiculados
nos mesmos meios de comunicação. O tráfego da plataforma Tua Cena está
intrinsecamente ligado à manutenção da presença da N’weti nos meios de comunicação
disseminando informação e educação da audiência em assuntos relacionados a SSR.
Das mensagens recebidas, constata-se que se mantém a tendência que tem vindo a ser
registada desde o estabelecimento dos serviços da plataforma em 2014 de maior
participação da audiência feminina. Este ano, através da plataforma Tua Cena, a N’weti
recebeu 8.691 mensagens de utentes do sexo feminino contra 2.960 do sexo masculino.
5.020 utentes da plataforma optaram por não divulgar o seu género. Gradualmente, mais
homens vão se interessando por interagir com a plataforma, não obstante a maior
proeminência da participação feminina sugerindo, por conseguinte, maiores níveis de
preocupação com questões ligadas a SSR pelas raparigas.
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Em termos temáticos, a audiência do Tua Cena mostrou grande interesse à volta de
informação e esclarecimento sobre Sexualidade, Infecções de Transmissão Sexual
(ITSs), e Planeamento Familiar (confira o gráfico 1).
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Dos fãs da página, 7% têm entre 13 -17 anos, 55% têm entre 18-24 anos, 22% têm entre
25 e 34 anos, e 15.9% têm mais de 35 anos. Estes dados reforçam o facto de que,
mesmo com recurso ao Facebook, a audiência primária da N´weti continuar a ser quem
mais se faz presente na interacção com a N’weti.
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Ao longo de 2016 15.519 indivíduos foram expostos a mais de 18 horas de interacção e
discussão participativa sobre SSR&D. Os níveis de participação revelam que neste ano
houve melhorias significativas em termos de participação masculina cuja média situou-
se em 46% comparativamente a 54% de mulheres que cumpriram os requisitos mínimos
de participação.
Os cantinhos nas escolas continuam a ser um meio preferencial para cobrir a audiência
dentro das escolas, enquanto que as acções de IPC permitem cobrir adolescentes e
jovens fora da escola. Neste ano através da IPC a N’weti contribuiu para que 125.558
adolescentes e jovens acedessem a informação e aconselhamento sobre SSR&D. Deste
universo a larga maioria (70.455 adolescentes e jovens) são do sexo feminino e a
audiência primária do Tua Cena, jovens dos 15 aos 24 anos foi a mais alcançada
(73.822 adolescentes e jovens).
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assegurar continuamente o alcance de mais adolescentes e jovens que, pela primeira
vez, aderem a um método de PF.
A oferta de serviços de PF revela maiores níveis de procura dos mesmos por parte dos
adolescentes e jovens dos 15-24 anos e do sexo feminino. 10.643 raparigas aderiram
pela primeira vez e livremente a um método moderno de PF. Do rol dos métodos
contraceptivos oferecidos ao longo do ano, tanto nos SAAJs, brigadas móveis e
showbizz, o preservativo masculino foi o método mais procurado por parte dos
adolescentes e jovens. Com efeito foram distribuídos 489.004 preservativos masculinos,
21.846 preservativos femininos, 12.748 pílulas e 98 DIU. A eleição massiva do
preservativo masculino revela-se benéfica ao oferecer a dupla protecção aos
adolescentes e jovens alcançados pela N´weti. Foi notório ao longo deste ano o aumento
no interesse das raparigas pelos métodos de longa duração.
Neste contexto, desde finais de Agosto de 2016, 1.523 pessoas foram referidas para as
unidades sanitárias para acederem a serviços específicos de saúde. As suspeitas de
patologias que informaram a referência à serviços de saúde são maioritariamente
ITS/HIV/PTV, seguido de casos de TB, Malária e outras patologias. Com efeito ao
longo do último trimestre do ano a N’weti providenciou serviços de aconselhamento e
testagem em saúde tendo contribuído para que 2.922 raparigas adolescentes
conhecessem o seu seroestado em relação ao HIV. Deste universo de raparigas testadas
1.768 estão na faixa etária entre os 15-19 anos de idade, 923 na faixa etária dos 20-24
anos. Do conjunto de raparigas testadas 55 foram diagnosticadas com HIV+ tendo sido
referidas para os serviços específicos nas unidades sanitárias.
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4.2. Abordagem Estratégica 2(AE2) - Monitoria da Qualidade dos
Serviços de Saúde
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pese serem dados preliminares (Confira o progresso dos indicadores no Relatório de
Monitoria da Qualidade dos Serviços de Saúde no Anexo 10).
Uma análise mais profunda das mudanças ocorridas como resultado da monitoria da
qualidade dos serviços das US alvo da intervenção permite perceber mudanças visíveis
em várias unidades sanitárias avaliadas como parte da implementação dos planos de
acção acordados entre utentes e provedores de serviços. As mudanças que ocorrem nas
várias unidades sanitárias incluem a alocação de mais técnicos de saúde, vedação do
recinto, redução do tempo de espera, melhorias na disponibilidade de medicamentos nas
farmácias públicas, melhorias na disponibilidade de água e reabilitação do sistema de
esgotos, revitalização de 18 comités de Co-gestão e Humanização (confira mapa de
mudanças no Anexo 11). Estas mudanças sugerem que uma acção consistente e
estruturada da comunidade e dos provedores na implementação e seguimento dos planos
de acção saídos da monitoria da qualidade dos serviços pode produzir melhores
resultados sobre a qualidade de serviços de saúde oferecidos aos utentes.
Por falta de abertura das entidades competentes o rastreio da despesa pública que
deveria ser feito em 12 distritos/sites do Tua Cena selecionados apenas foi possível
fazê-lo em 6 (Angoche, Bilene, Magude, Xai-Xai, Hospitais Gerais do Chamanculo e
José Macamo). Os achados do rastreio da despesa pública revelam uma profunda
desarticulação entre a planificação e orçamentação, a existência de um potencial de
receitas que ainda não estão a ser cobradas, ou quando o são carecem de melhor
controlo, as demoras nos desembolsos de recursos financeiros têm resultado em níveis
mais baixos de execução financeira, a área de procurement é das mais problemáticas do
sistema de GFP na saúde e a incompleta descentralização tem limitado a participação
efectiva do cidadão na definição de prioridades do sector da saúde ao nível dos distritos
e das unidades sanitárias (confira o Relatório do Rastreio da Despesa Pública no Anexo
12).
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4.3. Abordagem Estratégica 3(AE3) – Advocacia de Políticas de Saúde
A advocacia de nível local olha para os problemas levantados nos processos do CPC, as
prioridades definidas consensualmente entre a comunidade e os provedores dos serviços
de saúde, e visa influenciar a resolução e/ou alcance nos diferentes níveis de decisão
(distrito e província). Esta abordagem passa pela capacitação de organizações da
sociedade civil bem como plataformas locais nos temas de saúde e Advocacia, para que
sejam elas a encabeçar os processos de advocacia e influência, nestes níveis, para a
resolução dos problemas identificados. Já a advocacia de nível macro, mais de carácter
central, olha para influência de políticas macro a nível do sector, e as campanhas são
informadas pela congruência e/ou pertinência, a nível de prioridade, do assunto de
política a tratar. A este nível os esforços de advocacia são alavancados e liderados pela
N’weti e sua rede de alianças.
A nível macro, ao longo de 2016, a N´weti participou activamente nas acções do plano
de actividades do Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO). Neste período, foi
conduzida:
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Para além das acções acima indicadas, o FMO intensificou a produção de
posicionamentos informados por pesquisas. Estes posicionamentos foram amplamente
disseminados pelos medias nacionais e internacionais e circulados em várias redes
sociais. Os Posicionamentos do FMO sobre os instrumentos acima indicados serviram
de base informativa para as discussões em vários fóruns de debate no país.
Adicionalmente, ainda no contexto do FMO, foi conduzida uma segunda análise sobre a
dívida ilegal, desta feita com o objectivo de aferir o impacto da mesma no cidadão e
exigir das autoridades de tutela posicionamentos claros e responsabilização. O
Posicionamento dirigido à Assembleia da República, Tribunal Administrativo,
Procuradoria-Geral da República e Governo foi disseminado amplamente pelos medias
nacionais e internacionais e serviu de base de informação sólida que influenciou as
discussões no âmbito do Parlamento (Confira o Posicionamento do FMO sobre as
dívidas ilegas no Anexo 16).
Ainda no contexto da dívida pública, o FMO manteve vários encontros de lobby junto a
actores de influência como o Ministério de Economia e Finanças, a Direcção Nacional
do Orçamento, a Comissão do Plano e Orçamento, a Bancada Parlamentar da Renamo e
com a Primeira Comissão da Legalidade.
Para além destes actores, o FMO manteve encontros trimestrais de influência junto a
missão do FMI que se deslocou ao país para revisão trimestral do contexto
macroeconómico. No contexto das visitas, o FMO teve a oportunidade de conduzir
lobbys e influenciar para que (1) os reajustamentos fiscais e monetários a serem
propostos pelo FMI, bem como os cortes e rectificações ao Orçamento do Estado (2016)
não afectassem as áreas sociais básicas como saúde, educação e águas; (2) que fosse
conduzida uma auditoria as dívidas ilegalmente contraídas; (3) que a sociedade
moçambicana tivesse acesso aos ToRs da auditoria às dívidas ilegais; (4) que o relatório
da auditoria seja amplamente disseminado.
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informado de qualidade baseado nos posicionamentos do FMO;
• Definição da agenda nacional de debate nas redes sociais e nos medias elevando
desta forma a capacidade do cidadão de compreender e dialogar sobre o
orçamento e gestão de finanças públicas bem como o impacto na vida do
cidadão. Este debate torna-se possível graças a tradução e conversão das
pesquisa realizadas pelo FMO para uma linguagem simplificada e de acesso para
o cidadão;
• Aumento da credibilidade da sociedade civil moçambicana a nível nacional e
internacional como resultado do estabelecimento de parcerias com grupos
internacionais de advocacia e medias internacionais;
• Reconhecimento formal do papel do FMO pelas bancadas parlamentares,
doadores, FMI no debate de questões ligadas à GFP;
• O FMO influenciou substancialmente o engajamento do cidadão em debates
públicos e nos medias ligados à GFP, sobretudo no que se refere a dívida
pública;
• Os Posicionamentos do FMO, baseados em pesquisas, contribuíram para
acrescentar valor a plataforma.
Como resultado dos esforços de advocacia de nível macro em 2016 a N´weti pode
afirmar que foram alcançados os objectivos previamente definidos. A voz e perspectiva
do utente passará a ser considerada como central nas avaliações de desempenho do
sector de saúde; 1 indicador de governação e gestão participativa a nível das unidades
sanitárias foi integrado no QAD (Números de Comités de Co-Gestão funcionais). No
que se refere ao terceiro objectivo de advocacia acima indicado, a N´weti passa a fazer
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parte dos grupos de trabalho da Reforma do Sector onde poderá a partir de dentro
influenciar mudanças significativas com base nos resultados da MQS e do RDP.
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de recursos de conhecimento, tais como base de dados, documentos, políticas e
procedimento, pesquisas efectuadas, tanto para informar as intervenções, como para
aprendizagem, mas também para informar decisões estratégicas e programáticas de
vária ordem.
A análise dos dados permitiu concluir que: (a) a intervenção do Tua Cena está alinhada
aos programas governamentais, e os seus resultados estão a contribuir para influenciar
mudanças de práticas e atitudes na relação provedor/utente; (b) as acções educativas, de
comunicação e de mudança social implementadas no âmbito do Tua Cena estão a
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contribuir para elevar o nível de confiança e qualidade dos serviços de saúde (medido
com recurso a percentagem de pessoas que procuraram serviços de saúde). Em termos
de resultados a nível de impacto a avaliação constatou que o programa está a contribuir
para o aumento da demanda pelos serviços de saúde nas unidades sanitárias de
referência nos distritos alvo da intervenção, quando comparado com a linha de base.
Entre os homens registou-se um aumento de 74% (2016) em relação a linha de base
(33% em 2014), equivalente a um aumento de 40% em termos de procura de serviços de
saúde (ver mais detalhes no Relatório da Avaliação de Meio Termo - Anexo 23).
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