1 INTRODUÇÃO
bruscamente com o modo de viver do sujeito, incluindo suas relações e seus papéis. A sua
identidade fica fortemente afetada (NASCIMENTO & TRENTINI, 2004).
Visto as especificidades das Unidades de Terapia Intensiva, nos remete a seguinte
indagação: como o enfermeiro pode associar o uso das tecnologias duras com a promoção do
cuidado humanizado dentro deste setor? Eis o problema de pesquisa. Ao relevarmos o teor
dessa pesquisa destacamos que, discutir acerca das tecnologias duras e o cuidado humano em
UTI é importante, pois, segundo Bitencourt et. al. (2007) a implementação de medidas que
possam facilitar as atuações de enfermagem nesse setor, farão com que a tecnologia seja
utilizada de forma inteligente, possibilitando ao paciente um cuidado integral.
Além disso, essa discussão deve ser realizada para que, de acordo com Pinho e Santos
(2008), a equipe utilize o diálogo, a interação interpessoal, as técnicas e procedimentos do
cuidar, evitando assim, que a tecnologia contraste com a própria maneira de ser e de agir do
profissional que cuida.
O que justifica a escolha desse tema é que o avanço e o uso das tecnologias duras nas
UTIs tem grande influência no promoção do cuidado humanizado, que apesar de ser muito
discutido em meio acadêmico, é pouco praticado pelos enfermeiros intensivistas. E outra
justificativa que nos levou a optar por esse tema é que, as tecnologias duras geram maneiras
diferenciadas de cuidado nas UTIs, ajudam no diagnóstico precoce e no tratamento de
patologias, mas também, transformam os profissionais de enfermagem em maquinas que
mexem em maquinas “e essa conexão delimita a especificidade de suas ações” (VARGAS &
MEYER, 2005, p. 1).
Espera-se que essa pesquisa também ofereça subsídios que proporcionem a melhoria
das práticas de saúde, não só dos enfermeiros intensivistas, mas de todos os profissionais da
área. E que esse estudo possa contribuir para reflexão sobre o cuidar em Unidades de Terapia
Intensiva, para que haja aprofundamento sobre o tema, pois há pouca divulgação dentre os
artigos científicos consultados. Na academia espera-se que a pesquisa possa servir como meio
de consulta enquanto trabalho científico sobre o tema e, para a prática, que os enfermeiros
possam se utilizar da tecnologia, seja ela leve ou dura de forma crítica e reflexiva, com um
olhar também voltado para o paciente que recebe e se utiliza dos cuidados proporcionados
pela tecnologia em UTI.
Objetiva-se de modo geral, através deste estudo, analisar os meios que possam auxiliar
o enfermeiro na associação do uso das tecnologias duras com a promoção do cuidado
humanizado dentro das UTIs. Tento como objetivos específicos: investigar como as
tecnologias duras e o cuidado humanizado estão sendo empregados pelos enfermeiros
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referimos aos saberes bem estruturados, como o processo de enfermagem; e dura quando
envolvem os equipamentos tecnológicos do tipo máquinas, as normas.
Segundo os autores dos artigos já citados acima, as tecnologias em saúde se
subdividem em três categorias: leve, leve–dura e dura. Ressaltamos que é de extrema
importância que o uso de cada uma dessas categorias seja desempenhado de forma correta e
no momento adequado, de acordo com a necessidade do paciente. Apesar de essas tecnologias
serem artifícios distintos, estão interligados e, quando utilizados em conjunto, garantem a
mesma finalidade: A promoção de um cuidado integral. Por isso se faz necessário refletir e
desempenhar as ações de enfermagem, de maneira correta e dentro dos seus limites.
enfermeiro, valorizando o seu trabalho. Para o paciente, pode causar ansiedade e iatrogenia.
No entanto, utilizada no processo diagnóstico terapêutico, pode ser benéfica, ajudar e facilitar
a recuperação do paciente.
Concordamos que o avanço tecnológico está sendo inserido rapidamente no mundo
inteiro, principalmente nas unidades hospitalares, onde é necessário a ajuda de máquinas para
a promoção do cuidado e a recuperação de pacientes. Essa evolução vem impactando,
grandiosamente, todos aqueles manuseiam as máquinas e aqueles que dependem delas para
sobreviver, mas deve-se lembrar que os profissionais devem estar sempre aperfeiçoando seus
conhecimentos para lidar com tantas mudanças tecnológicas, pois, todos esses aparatos
tecnológicos também podem trazer conseqüências maléficas e isso depende de como, quando
e até onde são utilizados. E esse avanço tecnológico não vai parar por aqui, cada vez mais
teremos que estar nos atualizando e reciclando sobre isso, para melhor promoção da saúde,
contudo o enfermeiro, enquanto profissional que manipula essa tecnologia precisa determinar
qual o ideal momento para utilizá–la, não esquecendo de quem recebe o cuidado e está
submetido às intervenções invasivas destas máquinas – outro ser humano cidadão, que possui
sentimentos, vontades, sensação de dor e de prazer e que depende desta tomada de decisão
concisa para sobreviver com qualidade fora da UTI.
Nascimento e Erdmann (2009); Oliveira e outros (2006), afirmam que, para que o
profissional de enfermagem promova um bom cuidado, é necessário o auto-cuidado e além
disso, para Nascimento e Erdmann (2009), despertar para o auto-conhecimento e auto-cuidado
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Observamos nesta categoria, que todos os autores apontam para uma carência do
cuidado humanizado nas UTIs, oriunda do contato, dos profissionais de enfermagem, somente
com a parte burocrática/administrativa da unidade, ou devido o uso das tecnologias duras.
Sabemos que as UTIs são compostas por aparatos tecnológicos complexos e variados,
e concordamos com Nascimento e Erdmann, quando dizem que apesar das tecnologias duras
causarem a desumanização, elas facilitam e aceleram as ações no atendimento. Lembramos
que, para evitar o cuidado mecânico e impessoal proveniente do uso dessas maquinas, se faz
necessário a interação enfermeiro-paciente, e isso vale, também, para os profissionais que
estão privando seus serviços apenas para a “papelada” e administração do setor, pois o
descaso do contato físico, não é sinônimo de bom cuidado.
3 METODOLOGIA
4. DISCUSSÃO E RESULTADOS
como máquina e corpo, ou seja, passam a lidar somente com as máquinas e essa conexão
delimita a especificidade de suas ações. Vale ressaltar que, a desvalorização profissional e
outros aspéctos negativos, como por exemplo: o alto nível de estresse, condições físicas do
ambiente, acidentes de trabalho, insatisfação com o serviço e baixa remuneração, também, são
fatores que estimulam o distanciamento do cuidado humano.
Ficou evidente, no decorrer do estudo, que para uma equipe de enfermagem
desempenhar suas funções, adaptadas ao uso das tecnoligias duras, com sucesso e
humanização, é preciso vários fatores como por exemplo: harmonia, dinamismo, iniciativa,
senso crítico, conhecimento científico e habilidades técnica, além de um espirito de equipe.
Pois o enfermeiro que atua na Unidade de Terapia Intensiva, é responsável por todas
ocorrências que envolvem o exercício da enfermagem, então, cabe ao enfermeiro intensivista
avaliar o paciente, planejar a assistência em sincronia com sua equipe, executar
procedimentos mais complexos e supervisionar os cuidados (GALDINO, 2000). O enfermeiro
intensivista, obrigatoriamente, precisa fixar em sua mente todos estes fatores, citador por
Galdino, e coloca-los em prática a todo momento e assim, será reconhecido e facilitará a
execução de suas funções e da sua equipe.
Os métodos que possam auxiliar o enfermeiro na associação do uso das tecnologias
duras com a promoção do cuidado humanizado, dentro das unidades de terapia intensiva são:
utilizar essas tecnologias duras de forma inteligente e reflexiva, com destreza, no momento
certo e para os fins certos; tendo sempre em mente a real finalidade desses aparatos, atentando
não somente para os alarmes e parâmetros sinalizados pelas maquinas, mas principalmente,
dar atenção aos sinais expressados pelo paciente, sejam eles de dor, tristeza, medo, ansiedade.
Evitando assim, o cuidado mecânico e impessoal do uso exclusivo das máquinas. Deve-se
também haver maiores reflexões sobre a prática do cuidado humanizado, associado ao uso das
tecnologias duras, nas UTIs, pois a temática da pesquisa, deve estar sendo sempre discutida e
aplicadas, pelos enfermeiros, não só nas UTIs, mas em todos os setores de uma unidade
hospitalar. Como afirmam Pinho e Santos (2008), quando dizem que é importante que a
equipe utilize o diálogo, a interação interpessoal, as técnicas e procedimentos do cuidar,
evitando assim, que a tecnologia contraste com a própria maneira de ser e de agir do
profissional que cuida.
5. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS:
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103507X2007000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 out.
2010.
BOFF, L. Saber Cuidar - Ética do Humano - Compaixão pela Terra. São Paulo, 8 ed.
Vozes p.33 – 96, 2002. Acesso em: 29 out 2010.
ROCHA, P.K. et. al. Cuidado e tecnologia: aproximações através do Modelo de Cuidado.
Rev. bras. enferm., Brasília, v.61 n.1, jan./fev. 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?
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2010.
SILVA, D.C. da S.; ALVIM, N.A.T.; FIGUEIREDO, P.A. de. Tecnologias leves em saúde e
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de Janeiro, v.12 n.2., jun, 2008. Disponível em:
<http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/20082/16ARTIGO12.pdf>. Acesso em: 12 out. 2010.