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Flsica 1

CAPíTULO

1
Conceitos iniciais da Ondulatória
e da Óptica Geométrica
OBJETOS DE
CONHECIMENTO Objetivos do capítulo
• Distinguir ondas eletromagnéticas e mecânicas, quanto às características
e meios de propagação.
• Classificação e elementos
de uma onda. • Identificar os elementos de uma onda, bem como resolver situações-
-problema aplicando a equação fundamental da Ondulatória.
• Equação fundamental da
ondulatória. • Compreender os conceitos fundamentais da Óptica Geométrica.
• Fontes de luz.
• Meios de propagação.
• Princípios da Óptica
Geométrica.

CONCEITOS INICIAIS DA ONDULATÓRIA


Onda é uma perturbação que se propaga em um meio, carregando energia, sem, contudo, transportar matéria. O
toque em uma corda de violão (fonte da perturbação), por exemplo, pode gerar uma deformação que se propaga por
toda a corda.

Classificação das ondas Ondas eletromagnéticas


Uma onda pode ser classificada segundo sua natureza São ondas que se propagam em meios materiais e
ou modo de vibração. imateriais (vácuo). Isso porque, por definição, as ondas
eletromagnéticas são variações nos campos elétrico e
Quanto à natureza magnético. Assim, diferentemente das ondas mecânicas,
não dependem de partículas de matéria para se propagar.
Nesse caso, as ondas são classificadas de acordo com
As variações nos campos em uma onda eletromagnética
seu meio de propagação.
estão representadas na imagem a seguir:
Ondas mecânicas
Propagam-se exclusivamente nos meios materiais
(sólidos, líquidos e gasosos). Vejamos alguns exemplos. Campo elétrico

Sólidos: o barulho de uma reforma realizada em um


apartamento pode ser ouvido em vários andares, em
razão da propagação da onda sonora através das paredes
do edifício. Campo magnético
Líquidos: as ondas do mar se propagam através da
água até chegarem à praia (onde quebram em razão da Campo elétrico e campo magnético em uma onda eletromagnética
pequena profundidade). Todas as ondas eletromagnéticas se propagam no
Gasosos: uma pessoa gritando pode ser ouvida em vácuo com a mesma velocidade: v = c = 3 · 108 m/s ou
vários locais porque a onda sonora se propaga através do ar. 3 · 105 km/s.

O som, por ser um exemplo de onda mecânica, A luz é um exemplo de onda eletromagnética;
não se propaga no vácuo. portanto, propaga-se em meios materiais e no vácuo.

Física – Frente 1 1
Quanto à direção de vibração
Uma onda pode ser classificada de acordo com a direção em que ocorre a perturba-
ção em relação à direção de propagação da onda.

Ondas longitudinais
São as ondas cuja direção de vibração é paralela à direção de propagação. A vi-
bração pode ser comparada ao movimento de uma mola (para a frente e para trás),
apresentando regiões de compressão e distensão.

Direção de Direção de
propagação vibração

Compressão Distensão

Onda longitudinal em uma mola, com regiões de compressão e distensão

O som é um exemplo de onda longitudinal. O som gerado no ar, por exemplo,


produz regiões de compressão e rarefação, em função da vibração das partículas
do meio gasoso.

Ondas transversais
São as ondas cuja direção de vibração é perpendicular à de propagação. A vibração
das ondas transversais pode ser comparada à de uma corda, com segmentos que se
movem verticalmente, enquanto a onda se propaga horizontalmente.

Direção de
propagação

Direção de
vibração

Onda transversal: a direção de vibração é perpendicular à de propagação

A luz é um exemplo de onda transversal: os campos elétrico e magnético


oscilam perpendicularmente à direção de propagação da onda.

As ondas podem ser classificadas tanto por sua natureza quanto pela direção de
vibração. Vejamos as classificações da onda sonora e da luz: enquanto a primeira é
©Shutterstock/Pixelparticle

uma onda mecânica e longitudinal, a segunda constitui uma onda eletromagnética


e transversal. É importante destacar que existem ainda aquelas que são consideradas
como mecânicas e transversais simultaneamente, como as ondas no mar ou as ondas
em cordas, por exemplo.

2 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 1
Elementos de uma onda
O estudo e a descrição de uma onda exigem o conhecimento sobre os elementos e
grandezas físicas que a caracterizam.
Observe, na figura a seguir, os elementos de uma onda:
Comprimento de onda Crista da onda
(λ)

Comprimento de onda
Amplitude (A) (λ) Vale da onda Elementos de uma onda

Crista e vale
O ponto mais alto de uma onda senoidal é denominado crista; e o ponto mais
baixo, vale. Tanto na crista quanto no vale ocorre inversão do movimento de um ponto
qualquer da onda (portanto, a velocidade instantânea é nula nesses extremos).

Comprimento de onda (λ)


O comprimento de onda representa o deslocamento realizado por uma oscilação
completa e pode ser obtido pela distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos.

Amplitude (A)
Diz respeito à distância vertical que é medida da linha média da onda até uma crista
ou um vale.

Período (T) e frequência (f)


• Período (T): é a grandeza física que mede o intervalo de tempo para a realização ou
formação de uma oscilação completa.
• Frequência (f ): é a grandeza física que mede o número de formações ou oscilações
completas na unidade de tempo.
Para relacionar período e frequência, basta utilizar a equação:

1 1
T ou f
f T

Unidades
Período: segundo (SI), minuto, hora, mês, ano, etc.
Frequência: 1/s = Hertz (SI), 1/min, 1/h, etc.

Velocidade de propagação (v)


Essa grandeza física representa a distância que uma onda percorre (ou seu deslo-
camento escalar) durante um intervalo de tempo. Se o deslocamento escalar corres-
ponder a uma oscilação completa (comprimento de onda), o intervalo de tempo será
representado pelo período de oscilação.

s 4
v v
t T

Como a frequência pode ser definida pelo inverso do período, essa relação pode ser
reescrita como a equação fundamental da ondulatória:

v=λ⋅f

Física – Frente 1 3
ÓPTICA GEOMÉTRICA
A Óptica Geométrica é a parte da Física que estuda os fenômenos relacionados
à luz, permitindo explorar geometricamente o comportamento de raios de luz nos
diferentes fenômenos.

Raio de luz, pincel e feixe


Os raios de luz são retas que representam a propagação da luz nos diferentes
meios, a partir de uma fonte de luz.

©Shutterstock/SnvvSnvvSnvv
Raios de luz a partir de projetores
de laser

Na Óptica Geométrica, utilizam-se retas para representar um raio de luz, pois elas
possibilitam identificar a direção e o sentido do raio.
Em alguns casos, os raios podem vir associados, formando um pincel ou feixe de luz.
Tal associação pode ocorrer de três formas distintas:
Associação Associação Associação
convergente divergente paralela

As fontes de luz são classificadas como: fonte primária ou secundária; e fonte pon-
tual ou extensa.

Fontes primária e secundária


Fonte primária é aquela que emite luz própria (fonte luminosa), como o Sol, uma
lâmpada acesa, a chama de uma vela, etc.
Por sua vez, fonte secundária é aquela que não emite luz própria (fonte iluminada).
Por exemplo: a Lua, um planeta, etc.
©Shutterstock/Johnny-ka

Fontes pontual e extensa


Uma fonte de luz pode ser classificada como pontual ou extensa, conforme o refe-
rencial usado. Assim, por exemplo, para determinado observador, uma fonte pontual
pode se assemelhar a um ponto de dimensões desprezíveis, enquanto uma fonte
extensa tem para ele dimensões consideráveis.

4 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 1
Meios de propagação da luz
Como a luz é uma onda eletromagnética, propaga-se tanto por meios materiais quanto
no vácuo. Esses meios materiais, por sua vez, podem ser classificados da seguinte forma:

Transparentes
Os meios transparentes caracterizam-se por permitir a passagem da luz de maneira
regular, em trajetórias bem definidas. Assim, é possível enxergar perfeitamente objetos
através deles. Apenas o vácuo é totalmente transparente, por não conter partículas que
causem refração ou reflexão da luz (o que alteraria sua trajetória). Porém, no dia a dia,
consideramos transparentes também o vidro comum e o ar, entre outros meios.

Translúcidos
O meio translúcido caracteriza-se por permitir a passagem da luz de maneira
irregular e, como consequência, objetos são vistos sem nitidez através desses meios.
Exemplos: vidro jateado (fosco), papel de seda, entre outros.

Opacos
O meio opaco caracteriza-se por não permitir a passagem da luz e, por conseguinte,
não é possível observar objetos através dele. Exemplos: parede de tijolos, porta de
madeira, entre outros.

©Shutterstock/MyCreative

Vidro comum em janelas


©Shutterstock/Bork

Porta feita de vidro jateado (fosco)


©Shutterstock/Chaivit Chana

Parede de tijolos

Física – Frente 1 5
Princípios da Óptica Geométrica
É possível enunciar alguns princípios que descrevem o comportamento da luz com base na perspectiva da Óptica
Geométrica.

Princípio da propagação retilínea da luz


Esse importante princípio físico indica que a luz se propaga em linha reta em meios homogêneos e transparentes.
Alguns fenômenos comuns, como a formação de sombras e penumbras, as fases da Lua e os eclipses, estão diretamente
relacionados a esse princípio.
Vejamos a demonstração desse princípio no fenômeno do eclipse:

©Shutterstock/Naeblys
Cone de penumbra

Cone de sombra

Eclipse solar com astros fora de escala

Sombra e penumbra
A formação de sombra e penumbra é uma consequência do princípio da propagação retilínea da luz.
• Sombra: região de ausência total de luz.
• Penumbra: zona de incidência parcial de luz. É a região geométrica, pouco nítida, de transição entre luz e sombra.

Penumbra Penumbra
projetada
C C
F

Sombra Sombra
Sombra Sombra projetada
projetada

Fonte pontual
Fonte extensa
É importante observar que:

A fonte pontual forma apenas zonas de sombra; e a fonte extensa, regiões de sombra e de penumbra. Portanto,
a zona de penumbra ocorre somente na presença de uma fonte cujas dimensões são significativas em relação à
distância entre a fonte e o anteparo.

6 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 1
Princípio da independência dos raios de luminosos
De acordo com esse princípio, a trajetória de um raio de luz não sofre interferência
de outro raio, mesmo que eles se cruzem. Ou seja, ambos seguem suas trajetórias sem
sofrer desvios.

©Shutterstock/Zorabc
Luzes de holofotes

Princípio da reversibilidade
ou do caminho inverso
Esse princípio enuncia que, se um raio de luz se deslo-
ca de um ponto A até um ponto B, ao se inverter o sentido
da fonte, ele se propagará de B para A em uma trajetória
idêntica. O princípio da reversibilidade justifica algumas
propriedades dos raios notáveis nos espelhos planos e
esféricos, as quais estudaremos posteriormente. Reversibilidade da luz

Câmara escura de orifício


A câmara escura é uma forma primitiva de máquina fotográfica. Consiste em uma
caixa fechada, com um orifício em uma das faces, por onde a luz entra, projetando uma
imagem invertida na parede oposta à do orifício, dentro da câmara.
Vejamos como ela funciona:

A luz proveniente do objeto projeta uma imagem menor e invertida na face oposta
à do furo.
o – tamanho do objeto p – distância do objeto ao orifício
i – tamanho da imagem p’ – distância da imagem ao orifício
Ao observarmos os raios de luz que formam a imagem, podemos notar que exis-
tem dois triângulos semelhantes e, dessa semelhança, é possível deduzir a seguinte
relação:

i p’
o p

Física – Frente 1 7
ATIVIDADES
Assimilação
Sabendo que a velocidade de propagação da onda é 2 m/s, é
correto afirmar que a amplitude da onda, em centímetros, e
1. (UERN) O período da onda periódica a seguir é 2,5 s. sua frequência, em hertz, são, respectivamente,
a) 4 e 4. d) 5 e 4.
b) 4 e 5. e) 5 e 5.
c) 8 e 4.

É correto afirmar que a velocidade de propagação dessa


onda é:
a) 1,8 cm/s.
b) 2,2 cm/s.
c) 2,6 cm/s.
d) 3,2 cm/s.

3. (IFMT) O século XIX foi marcado pelo início de uma pro-


2. (UEA – AM) Uma onda transversal se propaga ao longo
funda mudança na forma de enviar e receber informações.
de uma corda esticada. O gráfico representa o deslocamento
Desde 24 de maio de 1844, quando Samuel Finley Bresse
transversal y da corda em função da posição x, ambos em
Morse enviou sua famosa mensagem “Eis que Deus criou”,
centímetros, num determinado instante.
com o recém-inventado telégrafo, a humanidade pôde ver
y (cm) pela primeira vez a transmissão instantânea de uma infor-
mação em pontos afastados por grandes distâncias. A partir
4 de então, diversos instrumentos foram criados para facilitar a
comunicação na Terra, provocando profundas mudanças nas
relações sociais, comerciais e de trabalho. Essas mudanças,
2 sem dúvidas, só foram possíveis a partir do entendimento pelo
homem do comportamento das ondas eletromagnéticas. Com
relação às ondas eletromagnéticas, pode-se afirmar que:
0 a) são ondas que se propagam com campo elétrico cons-
tante.
20 40
b) são ondas que se propagam em dois campos variáveis, in-
–2 timamente ligados, sendo um elétrico e outro magnético.
c) são ondas que viajam no vácuo com velocidade sempre
menor do que a velocidade da luz.
–4
d) são ondas que necessitam de um meio material para se
propagarem e transportarem energia cinética e potencial.
x (cm)
e) são ondas longitudinais que se propagam no vácuo com
(David Halliday et al. Fundamentos de Física, vol. 2.) velocidade de 3,0 · 108 m/s.

8 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 1
4. Leia as afirmativas a seguir, referentes a conceitos da 7. (ENEM) Uma manifestação comum das torcidas em estádios
Óptica Geométrica: de futebol é a ola mexicana. Os espectadores de uma linha,
l. Sol e lanterna são exemplos de fontes primárias de luz. sem sair do lugar e sem se deslocarem lateralmente, ficam
ll. Uma lâmpada comum acesa pode ser considerada uma de pé e se sentam, sincronizados com os da linha adjacente.
fonte extensa de luz. O efeito coletivo se propaga pelos espectadores do estádio,
formando uma onda progressiva, conforme ilustração.
lll. Se dois raios luminosos, gerados por duas fontes diferen-
tes, cruzarem-se, esses raios terão suas direções e sentidos de
propagação alterados.
lV. Em um meio de propagação translúcido, ocorre passagem
total de luz, de maneira regular e trajetória bem definida.
Com base em seus conhecimentos, está(ão) correta(s):
a) Apenas l e ll. d) Apenas ll.
b) Apenas lll. e) Apenas l, ll e lV. Calcula-se que a velocidade de propagação dessa “onda
c) Apenas ll e lll. humana” é 45 km/h e que cada período de oscilação contém
16 pessoas, que se levantam e sentam organizadamente e
5. (EEAR – SP) Associe corretamente os princípios da óptica
distanciadas entre si por 80 cm.
geométrica, com suas respectivas definições, constantes
abaixo. Disponível em: www.ufsm.br. Acesso em: 7 dez. 2012 (adaptado).

l. Princípio da propagação retilínea da luz. Nessa ola mexicana, a frequência da onda, em hertz, é um
ll. Princípio da independência dos raios de luz. valor mais próximo de:
lll. Princípio da reversibilidade dos raios de luz. a) 0,3.
( ) Num meio homogêneo a luz se propaga em linha reta. b) 0,5.
( ) A trajetória ou caminho de um raio não depende do c) 1,0.
sentido da propagação. d) 1,9.
( ) Os raios de luz se propagam independentemente dos
e) 3,7.
demais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta para 8. (PUC-Campinas – SP) O som do rádio chega
o preenchimento das lacunas acima. até nós codificado nas ondas eletromagnéticas
a) I, II e III. b) II, I e III. c) III, II e I. d) I, III e II. emitidas pelas antenas das emissoras. Sabendo que 1 MHz é
igual a 106 Hz e considerando a velocidade de propagação
das ondas eletromagnéticas no ar igual a 3,0 · 108 m/s, o
Aperfeiçoamento comprimento de onda e o período das ondas emitidas por
uma emissora de rádio que opera com frequência de 100 MHz
são, respectivamente:
6. (FUVEST – SP) A figura representa uma onda harmônica
transversal, que se propaga no sentido positivo do eixo x, em a) 1,0 m e 1,0 · 10–8 s.
dois instantes de tempo: t = 3 s (linha cheia) e t = 7 s (linha b) 1,0 m e 3,0 · 10–8 s.
tracejada). c) 3,0 m e 1,0 · 10–6 s.
d) 3,0 m e 3,0 · 10–6 s.
e) 3,0 m e 1,0 · 10–8 s.

Dentre as alternativas, a que pode corresponder à velocidade


de propagação dessa onda é:
a) 0,14 m/s. c) 0,33 m/s. e) 2,00 m/s.
b) 0,25 m/s. d) 1,00 m/s.

Física – Frente 1 9
9. (PUC-Campinas – SP) Quando um objeto O é colocado a 12. (ENEM) Raios de luz solar estão atingindo a superfície de
uma distância d de uma câmara escura, forma-se uma ima- um lago formando um ângulo x com a sua superfície, confor-
gem de altura i. me indica a figura.
O mesmo objeto é aproximado 6 m desta mesma câmara e Em determinadas condições, pode-se supor que a intensidade
nota-se a formação de uma imagem de altura 3 i. luminosa desses raios, na superfície do lago, seja dada apro-
O valor de d, em metros, é ximadamente por I (x) = K · sen (x) sendo k uma constante, e
a) 6. b) 7. c) 8. d) 9. e) 15. supondo-se que x está entre 0° e 90°.

10. (PUC-Rio – RJ) A uma certa hora da manhã, a inclinação


dos raios solares é tal que um muro de 4,0 m de altura projeta,
no chão horizontal, uma sombra de comprimento 6,0 m.
Uma senhora de 1,6 m de altura, caminhando na direção do Quando x = 30°, a intensidade luminosa se reduz a qual per-
muro, é totalmente coberta pela sombra quando se encontra centual de seu valor máximo?
a quantos metros do muro? a) 33%. d) 70%.
a) 2,0. b) 2,4. c) 1,5. d) 3,6. e) 1,1. b) 50%. e) 86%.
c) 57%.

11. (UNICAMP – SP) – O físico inglês Stephen


Hawking (1942-2018), além de suas contribui-
ções importantes para a Cosmologia, a física teórica e sobre 13. (UFU – MG) Quando ocorrem terremotos, dois tipos de
a origem do Universo, nos últimos anos de sua vida passou a onda se propagam pela Terra: as primárias e as secundárias.
sugerir estratégias para salvar a raça humana de uma possível Devido a suas características físicas e ao meio onde se pro-
extinção, entre elas, a mudança para outro planeta. Em abril pagam, possuem velocidades diferentes, o que permite, por
de 2018, uma empresa americana, em colaboração com a exemplo, obter o local de onde foi desencadeado o tremor,
Nasa, lançou o satélite TESS, que analisará cerca de vinte mil chamado de epicentro.
planetas fora do sistema solar. Esses planetas orbitam estrelas Considere uma situação em que ocorreu um terremoto e
situadas a menos de trezentos anos-luz da Terra, sendo que um aparelho detecta a passagem de uma onda primária às
um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo em um 18 h 42 min 20 s e de uma secundária às 18 h 44 min 00 s. A
ano. Considere um ônibus espacial atual que viaja a uma onda primária se propaga com velocidade constante de 8,0
velocidade média v = 2,0 ⋅ 104 km/s. km/s, ao passo que a secundária se desloca com velocidade
O tempo que esse ônibus levaria para chegar a um planeta a constante de 4,5 km/s.
uma distância de 100 anos-luz é igual a: Com base em tais dados, estima-se que a distância do local
Dado: A velocidade da luz no vácuo é igual a c = 3,0 108 onde estava o aparelho até o epicentro desse tremor é, apro-
m/s. Se necessário, use aceleração da gravidade g = 10 m/s², ximadamente, de:
aproxime π = 3,0 e 1 atm = 105 Pa. a) 800 km. c) 1 250 km.
a) 66 anos. c) 600 anos. b) 350 km. d) 1 030 km.
b) 100 anos. d) 1.500 anos.

10 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 1
14. (ENEM) O sonorizador é um dispositivo físico implantado
sobre a superfície de uma rodovia de modo que provoque Aprofundamento
uma trepidação e ruído quando da passagem de um veículo
sobre ele, alertando para uma situação atípica à frente, como
obras, pedágios ou travessia de pedestres. 16. (UNIT – SE) A ultrassonografia ou ecografia é um método
Ao passar sobre os sonorizadores, a suspensão do veículo diagnóstico muito recorrente na medicina e utiliza o eco ge-
sofre vibrações que produzem ondas sonoras, resultando em rado através de ondas ultrassônicas de alta frequência para
um barulho peculiar. Considere um veículo que passe com visualizar, em tempo real, as estruturas internas dos organis-
velocidade constante igual a 108 km/h sobre um sonorizador mos. Os aparelhos de ultrassom utilizam, geralmente, uma
cujas faixas são separadas por uma distância de 8 cm. frequência entre 2,0 MHz e 4,0 MHz e as ondas ultrassônicas
A frequência da vibração do automóvel percebida pelo condu- são emitidas através de uma fonte de cristal piezoelétrico que
tor durante a passagem nesse sonorizador é mais próxima de: fica em contato com a pele e recebe os ecos gerados.
a) 8,6 hertz. c) 375 hertz. e) 4 860 hertz. Considere uma onda ultrassônica emitida com uma frequência
de 2,5 MHz, se propagando com uma velocidade de 500 m/s
b) 13,5 hertz. d) 1 350 hertz.
e o módulo da aceleração da gravidade local igual a 10 m/s².
O comprimento de onda dessa onda ultrassônica, em μm,
é igual a:
a) 120.
b) 140.
c) 160.
15. (ENEM) A epilação a laser (popularmente conhecida como d) 180.
depilação a laser) consiste na aplicação de uma fonte de luz e) 200.
para aquecer e causar uma lesão localizada e controlada
nos folículos capilares. Para evitar que outros tecidos sejam
danificados, selecionam-se comprimentos de onda que são
absorvidos pela melanina presente nos pelos, mas que não
afetam a oxi-hemoglobina do sangue e a água dos tecidos
da região em que o tratamento será aplicado. A figura mostra
como é a absorção de diferentes comprimentos de onda pela
melanina, oxi-hemoglobina e água.

17. (UEL – PR) Leia o texto a seguir.


Em março de 2011, um terremoto no fundo do oceano, na cos-
ta nordeste do Japão, gerou um tremor de magnitude 8,9 na
escala Richter, que foi o maior do país e o 7.º maior registrado
na história. Esse fenômeno gerou uma onda gigante conheci-
da como tsunami, que alcançou áreas da cidade japonesa de
Sendai, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês.
(Adaptado de: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/03/
MACEDO, F. S.; MONTEIRO. E. O. Epilação com laser e luz tremor-no-japao-foi-o-7-pior-da-historia-mundial-diz-
intensa pulsada. Revista Brasileira de Medicina. Disponível em: centro nos-eua.html>. Acesso em: 10 jul. 2015.)
www.moreirajr.com.br. Acesso em: 4 set. 2015 (adaptado).
Suponha que a tsunami se desloca com velocidade de 250 m/s
Qual é o comprimento de onda, em nm, ideal para a epilação e com período de oscilação de 10 min. Sabendo que na região
a laser? do arquipélago a profundidade das águas é grande e que a
a) 400 d) 900 amplitude da onda é de 1 m, de maneira que um navio para-
b) 700 e) 500 do nessa região praticamente não perceberia sua passagem,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o compri-
c) 1 100
mento de onda associado a essa tsunami.
a) 250 m.
b) 1 500 m.
c) 150 km.
d) 1 500 km.
e) 2 500 km.

Física – Frente 1 11
18. (ENEM) Em 26 de dezembro de 2004, um Nesse evento, duas ondas, P e S, propagaram-se com velo-
tsunami devastador, originado a partir de um cidades de 8 km/s e 5 km/s, respectivamente, no percurso
terremoto na costa da Indonésia, atingiu diversos países da entre o epicentro e a estação. Estime, em segundos, a dife-
Ásia, matando quase 300 mil pessoas. O grau de devastação rença de tempo entre a chegada da onda P e a da onda S à
deveu-se, em boa parte, ao fato de as ondas de um tsunami estação sismológica.
serem extremamente longas, com comprimento de onda de
cerca de 200 km. Isto é muito maior que a espessura da lâmina
de líquido, d, típica do Oceano Índico, que é de cerca de 4 km.
Nessas condições, com boa aproximação, a sua velocidade de
propagação toma-se dependente de d, obedecendo à relação
v = gd . Nessa expressão, g é a aceleração da gravidade, que
pode ser tomada como 10 m/s².
20. (IFMT) Para trocar a lâmpada do refletor de um campo de
SILVEIRA, F. L; VARRIALE, M. C. Propagação das ondas marítimas e dos
tsunami. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, n. 2, 2005 (adaptado). futebol onde seria realizado um campeonato, na zona rural
de uma cidade, o responsável pelo campeonato precisou
Sabendo-se que o tsunami consiste em uma série de ondas saber a altura do poste em que se encontrava o refletor, a
sucessivas, qual é o valor mais próximo do intervalo de tempo fim de comprar uma escada adequada para realizar tal ta-
entre duas ondas consecutivas? refa. Após alguns segundos, pensando em como descobrir
a) 1 min. d) 60 min. a altura do poste, seu filho que participava do segundo ano
b) 3,6 min. e) 216 min. do Ensino Médio lhe deu uma ideia baseada nas aulas de
c) 17 min. Física a que assistia no colégio onde estudava. O menino
disse que seria possível encontrar a altura do poste medindo
sua sombra e, ao mesmo tempo, a sombra e altura de uma
haste com tamanho conhecido, fincada no chão. A sombra
do poste media 2,5 m e a haste de 1 m de altura tinha uma
sombra de 50 cm.

19. (UERJ) Sabe-se que, durante abalos sísmicos,


a energia produzida se propaga em forma de
ondas, em todas as direções pelo interior da Terra. Considere
a ilustração a seguir, que representa a distância de 1 200 km
entre o epicentro de um terremoto e uma estação sismológica.

Considerando essas informações, a altura do poste é de:


a) 3 m. d) 6 m.
b) 4 m. e) 7 m.
c) 5 m.

Gabarito
1. d 5. d 9. d 13. d 17. c
2. e 6. b 10. d 14. c 18. c
3. b 7. c 11. d 15. b 19. ΔtDIF = 90 s
4. d 8. e 12. b 16. e 20. c

12 Prepara Positivo – Intensivo 1


Flsica
CAPíTULO

12
2 1
Reflexão da luz e espelhos planos
OBJETOS DE
CONHECIMENTO Objetivos do capítulo
• Entender como ocorre a reflexão da luz e estudar as leis relacionadas a
esse fenômeno.
Neste capítulo,
• Conhecer o sistema óptico espelho plano.
continuaremos o estudo
dos conteúdos da Óptica • Resolver situações-problema que envolvam rotação, translação e associação
Geométrica, trabalhando os de espelhos planos.
seguintes tópicos: sistemas
ópticos; formas de reflexão
da luz; e espelhos planos
(translação, rotação e
associação).

Podemos observar a formação de imagens refletidas em diferentes meios – seja em sistemas ópticos seja em super-
fícies comuns que permitem a reflexão da luz, mesmo que de forma parcial.
É comum, por exemplo, usarmos a expressão “espelho d’água” para nos referirmos à imagem de uma paisagem
refletida nas águas de um rio.
A reflexão é um fenômeno que ocorre em determinados sistemas ópticos. Esses sistemas consistem em superfícies
que têm algum tipo de interação com a luz – como os espelhos planos, o vidro comum, o olho humano, as lentes, entre
outros.
Vejamos a seguir uma forma genérica de representação dos sistemas ópticos (SO):

S.O. S.O.
S.O.

POR POV POI


Ponto
Ponto objeto virtual
objeto real
Ponto objeto
impróprio

S.O. S.O. S.O.

PIR
PIV
PI
Ponto Ponto
imagem real imagem virtual
Ponto imagem
impróprio

Física – Frente 1 13
REFLEXÃO DA LUZ
A reflexão ocorre quando um raio de luz encontra um objeto (ou superfície) no qual
é refletido para o mesmo meio de origem.
Os elementos ópticos mostrados na figura a seguir permitem analisar melhor tal
fenômeno.

N
Ri – Raio incidente
Ri Rr
Rr – Raio refletido
i r N – Linha normal, perpendicular à superfície
i – Ângulo de incidência (formado entre o raio inci-
dente e a normal)
r – Ângulo de reflexão (formado entre o raio refletido
e a normal)

O fenômeno da reflexão da luz obedece a duas leis da reflexão.

1ª. lei da reflexão: o raio incidente (Ri), o raio refleti-


do (Rr) e a linha normal (N) são coplanares.

A 1ª. lei da reflexão estabelece que um raio que incide em uma superfície refletora
terá o raio refletido em uma direção contida no mesmo plano que o do raio incidente
e o da linha normal.

2ª. lei da reflexão: o ângulo de incidência (i) é igual


ao ângulo de reflexão (r).
i=r

A 2ª. lei da reflexão estabelece que, em um fenômeno de reflexão da luz, o ângulo


formado pelo raio incidente com a normal será igual ao ângulo formado pelo raio
refletido com a normal.

Formas de reflexão
A reflexão pode ocorrer basicamente de três formas distintas: reflexão regular (espe-
cular), difusa ou normal (90°) à superfície.

Reflexão regular
Chama-se de regular a reflexão em que os raios de luz incidem no anteparo, bem
como são refletidos, de forma organizada. Vejamos:

Raios incidentes
Raios refletidos

14 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 2
Reflexão difusa Reflexão normal
Ocorre quando os raios incidem em um anteparo de Esse tipo de reflexão acontece quando os raios inci-
forma organizada, mas são refletidos de modo desorgani- dem em um anteparo, bem como são refletidos, de forma
zado, como é mostrado a seguir: normal (perpendicular) à superfície.
Vejamos a seguinte imagem:

Raio incidente Raio refletido


Raios incidentes Raios refletidos

ESPELHOS PLANOS
Espelho plano é um sistema óptico em que a superfície de reflexão é totalmente plana e capaz de refletir a luz
incidente. Esse tipo de espelho pode ser encontrado em diversos formatos e diferentes objetos – basta que a superfície
seja plana e muito bem polida, para que possa refletir os raios de luz.
Desde o uso doméstico até o emprego em sofisticados instrumentos ópticos, os espelhos planos apresentam utili-
dades bastante diversificadas. Na Antiguidade, esse item era muito presente no comércio, sendo considerado um objeto
valioso.

©Shutterstock/Tavarius
Os espelhos planos são consti-
tuídos por uma fina camada metá-
lica, que é aderida ao vidro comum
(cuja função é proteção).
Embora a superfície deles seja
altamente refletora, ela não é capaz
de refletir 100% dos raios inciden-
tes. De qualquer forma, uma das
funções de um espelho plano é for-
mar uma imagem, facilitando assim
a realização de algumas tarefas.

Reflexo em espelho plano

Física – Frente 1 15
Vejamos a seguir como se forma a imagem em um espelho plano.

O objeto posicionado em frente


Espelho plano ao espelho, sendo uma fonte primária
ou secundária de luz, emite ou reflete
raios de luz que, após a reflexão,
formam uma imagem no encontro de
seus prolongamentos, representados
Objeto Imagem pelas linhas tracejadas da figura. Cada
ponto do objeto (POR) forma um
ponto da imagem (PIV), fazendo com
que seja possível a visualização dela.
p p’

A seguir, estão elencadas as principais características da imagem


formada por um espelho plano:
• a imagem parece ser formada atrás do espelho, a partir do cruzamento
das linhas tracejadas, logo, tem natureza virtual;
• se uma pessoa se posiciona em pé em frente ao espelho, a imagem dela também
estará em pé, o que indica que a imagem é direita;
• a imagem tem o mesmo tamanho do objeto, portanto, i = o;
• se uma pessoa, em frente ao espelho, levantar a mão direita, a imagem dela levanta-
rá a mão esquerda, portanto, a imagem é considerada revertida (invertida da direita
para a esquerda ou vice-versa) ou enantiomorfa;

©Shutterstock/Artjazz
• a distância do objeto ao espelho (p) é igual à distância da imagem ao espelho (p’);
portanto, p = p’.

Campo visual
O campo visual é a região do espaço em que é pos-
sível ver as imagens refletidas por um espelho. Em outras Imagem do
palavras, é tudo o que se pode ver “dentro” do espelho. Observador observador
Para determinar geometricamente o campo visual, pode-
mos proceder da seguinte maneira:
B
1. A partir da imagem do observador, traçamos duas A
retas passando pelas extremidades superior e inferior C
do espelho.
2. O campo visual será a região destacada e, portanto, D
E
esse observador apenas conseguirá enxergar os pon-
tos que estão dentro dela: D, E, F e G. Já os pontos A, B
Campo visual
e C não serão vistos por estarem fora do campo visual,
conforme a ilustração ao lado.
O movimento de translação ou rotação de um espelho F Espelho plano
plano gera modificações na forma de analisar a formação
da imagem de um objeto, pois cria deslocamentos ou
mudanças no campo de visão. A associação, por sua
G
vez, possibilita a formação de múltiplas imagens de um
mesmo objeto.

16 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 2
Translação de espelhos planos Rotação de espelhos planos
Trata-se da aproximação ou afastamento relativo entre Um espelho plano sofre rotação quando, a partir de
espelho e objeto ou imagem e objeto, sendo possível uma posição inicial (P1), sofre um deslocamento angular
analisar esse movimento com relação ao deslocamento e até uma posição final (P2). Veja como essa rotação pode
à velocidade. Considerando um espelho plano, disposto ocorrer:
verticalmente em uma superfície plana fixa, o movimento
de translação pode ser demonstrado na figura abaixo.
Ri N1 Rr1
Espelho

i r
I1 P1 Rr2
o iinicial O DE i’ r’

' I2
P2
DN
d d d d d d
N2

Espelho

o ifinal Considerando que, para ir da posição 1 (P1) até a po-


D
sição 2 (P2), o espelho girou um ângulo αE, a reta normal
(N) também girará αN; portanto, é possível determinar ma-
tematicamente que o raio refletido (') girará 2 · α. Então:
d d d d d d

Podemos observar duas características importantes na αE = αN e '=2·α


translação de espelhos planos: deslocamento e velocidade.
• Deslocamento (d): Observando a figura acima,
podemos perceber que, se o espelho se desloca uma
distância d, a imagem se desloca uma distância D, cor- A figura abaixo ilustra a rotação de um espelho plano e
respondente ao dobro (2 · d), em relação à superfície. as posições da imagem (I1 e I2) para o objeto (O).
• Velocidade (v): Da mesma forma, podemos obter uma
relação entre as velocidades do espelho e da imagem. P1
Se, na unidade de tempo, o espelho se desloca (trans-
P2
lada) uma distância d, com velocidade v, a imagem se
I1 O
desloca uma distância D, correspondente ao dobro (2 ·
d), na mesma unidade de tempo. Logo, a velocidade da
imagem, vi, também será o dobro (2 · v) da velocidade
do espelho, ambas medidas em relação à superfície.
Portanto, para a translação de espelhos, é possível
I2 α
estabelecer as seguintes relações: Δ’

D = 2 · d e vi = 2 · v
P

Física – Frente 1 17
Quando um espelho plano rotaciona, mantendo-se o objeto fixo, a imagem
desse objeto ocupa posições diferentes, de forma que a distância entre ela e o pon-
to P permanece constante. Logo, a imagem descreve uma trajetória em formato de
semicircunferência.
Considerando que o espelho, da posição 1 (P1) até a posição 2 (P2), apresentou um
deslocamento angular α, podemos considerar que a linha que passa pela imagem e
pelo ponto P , de I1 para I2, apresentou um deslocamento angular ('’) de 2 · α. Portanto,
concluímos que a imagem gira o dobro do ângulo de giro do espelho em torno do
ponto P. Então:

'’ = 2 · α

Associação de espelhos planos


Quando se posiciona um objeto em frente a um espelho plano, este conjuga ape-
nas uma imagem. E, quando um objeto é colocado em frente a dois espelhos, estes
conjugam um número de imagens que dependerá do ângulo formado entre eles.

©Shutterstock/Pavel L Photo and Video


Associação de espelhos planos

Na ilustração ao lado, o ângulo formado pelos espelhos E1 e E2 é de 90° (são per-


E1 pendiculares entre si), e um observador perceberá três imagens: I1, I2 e I3. A imagem I3
resulta da superposição de I1 e I2 e será formada no lado oposto ao objeto, em uma
Objeto
região definida como ângulo morto.
I1 Para determinar o número de imagens formadas pela associação de dois espelhos
planos, utilizamos a seguinte relação:

E2
360D
I3 I2 n 1


Sobre associação de espelhos planos, algumas observações são importantes:


1. Para um ângulo α = 0°, o número de imagens formadas será infinito no caso de
os espelhos refletirem os raios em sua totalidade. Para um ângulo de 180°, será
conjugada apenas uma (1) imagem.
360D
2. Com relação à expressão n   1 , se n for um número inteiro par, essa relação

só será válida para objetos que estejam posicionados sobre o plano bissetor (bisse-
triz entre os dois espelhos); mas, se n for um número inteiro ímpar, a relação será
válida para objetos posicionados em qualquer lugar, inclusive no plano bissetor.
3. Algumas imagens formadas nessa associação são idênticas ao objeto (imagem
superponível), enquanto outras são revertidas (imagens enantiomorfas) – estas
últimas serão de ordem ímpar (1.ª, 3.ª, 5.ª, etc.).

18 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 2

ATIVIDADES
Assimilação
3. (UNIFOR – CE) O ângulo entre dois espelhos planos é de
1. (FAC. ALBERT EINSTEIN – SP) Um pequeno boneco está
20°. Um objeto de dimensões desprezíveis é colocado em
diante de um espelho plano, conforme a figura abaixo.
uma posição tal que obterá várias imagens formadas pelo
conjunto de espelhos. Das imagens observadas, assinale, na
opção abaixo, quantas serão enantiomorfas.
a) 8 . d) 17 .
b) 9 . e) 18.
c) 10.

4. Um espelho móvel vertical é colocado no camarim de um


circo. Um palhaço, produzindo-se para um dos espetáculos,
Em relação à imagem conjugada pelo espelho, podemos observa-se parado em frente a esse espelho (ele está a uma
classificá-la como tendo as seguintes características: distância de 3 m do plano do espelho). Outro artista afasta
o espelho 50 cm, na direção perpendicular em relação ao
a) real, direita e do mesmo tamanho do objeto.
palhaço. Sendo assim, o deslocamento sofrido pela imagem,
b) virtual, invertida lateralmente e maior que o objeto. em relação ao próprio palhaço, é de:
c) virtual, direita e do mesmo tamanho do objeto. a) 6 m. d) 7 m.
d) real, invertida lateralmente e do mesmo tamanho do b) 10 cm. e) 1 m.
objeto.
c) 50 cm
2. (UERN) Na noite do réveillon de 2013, Lucas estava usando
uma camisa com o ano estampado na mesma. Ao visualizá-la
através da imagem refletida em um espelho plano, o número
do ano em questão observado por Lucas se apresentava da
seguinte forma:
a) 3102.
b) 3102.
c) 2013. 5. (UECE) Dois raios de luz coplanares incidem sobre um es-
d) 3102. pelho plano. O primeiro raio incide normalmente no espelho
e o segundo tem um ângulo de incidência de 30°. Considere
que o espelho é girado de modo que o segundo raio passe
a ter incidência normal. Nessa nova configuração, o primeiro
raio passa a ter ângulo de incidência igual a:
a) 15°. c) 30°.
b) 60°. d) 90°.

Física – Frente 1 19
A figura representa a imagem produzida em um espelho plano
de um relógio digital. Escrevendo a hora por extenso tem-se:
Aperfeiçoamento

6. (IMED – RS) Uma mulher de 170 cm de altura decide ir a


uma boate com suas amigas e fica em frente ao espelho plano
de seu quarto para terminar sua maquiagem. Sabe-se que ela a) 15 horas e 52 minutos. c) 15 horas e 25 minutos.
se encontra a 1 m do espelho.
b) 12 horas e 25 minutos. d) 12 horas e 52 minutos.
Qual das alternativas abaixo está INCORRETA:
a) A altura da imagem da mulher é de 170 cm. 9. (PUC – SP) Um aluno colocou um objeto “O” entre as su-
perfícies refletoras de dois espelhos planos associados e que
b) A mulher se encontra a um metro da sua imagem.
formavam entre si um ângulo θ, obtendo n imagens. Quando
c) A mulher se encontra a dois metros da sua imagem. reduziu o ângulo entre os espelhos para θ/4, passou a obter
d) A imagem da mulher se encontra a um metro do espelho. m imagens. A relação entre m e n é:
e) A imagem da mulher é virtual.
7. (UFJF – MG) Uma vela de 20 cm está posicionada próximo
a um espelho E plano de 30 cm, conforme indicado na figu-
ra. Um observador deverá ser posicionado na mesma linha
vertical da vela, ou seja, no eixo y, de forma que ele veja uma
imagem da vela no espelho.
a) m = 4n + 3. c) m = 4(n + 1). e) m = 4n.
b) m = 4n – 3. d) m = 4(n – 1).

10. (UFG – GO) A figura a seguir representa um dispositivo


óptico constituído por um laser, um espelho fixo, um espelho
giratório e um detector. A distância entre o laser e o detector
é d = 1,0 m, entre o laser e o espelho fixo é h = 3 m e entre
os espelhos fixo e giratório é D = 2,0 m.

Qual o intervalo de y em que o observador pode ser posicio-


nado para que ele possa ver a imagem em toda sua extensão?
a) 0 dm ≤ y ≤ 6 dm.
b) 3 dm ≤ y ≤ 6 dm.
c) 4 dm ≤ y ≤ 7 dm.
d) 5 dm ≤ y ≤ 10 dm.
e) 6 dm ≤ y ≤ 10 dm.
8. (UERN) O relógio digital é um tipo de relógio que utiliza
meios eletrônicos para controlar as horas. Utiliza energia elé-
trica, que é normalmente suprida por uma bateria de pequena Sabendo-se que α = 45°, o valor do ângulo β para que o feixe
carga. Ele utiliza um cristal piezoelétrico que gera pulsos elé- de laser chegue ao detector é:
tricos a uma frequência constante (usualmente 50 ou 60Hz). a) 15° b) 30° c) 45° d) 60° e) 75°
Geralmente, as horas são exibidas através de um visor de LED
ou cristal líquido. Relógios digitais são pequenos, baratos e
precisos. Por isso, são associados a praticamente todos os
aparelhos eletrônicos, como aparelhos de som, televisores,
micro-ondas e telemóveis.
(http://www.mundodosrelogios.com/tiposrelogios.htm)

20 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 2
11. (UPE) Dois espelhos planos, E1 e E2, são posicionados de forma que o maior ângulo
entre eles seja igual a θ = 240°. Um objeto pontual está posicionado à mesma distância
d até cada espelho, ficando na reta bissetriz do ângulo entre os espelhos, conforme
ilustra a figura.
Sabendo que a distância entre as imagens do objeto é igual a 1,0 m, determine o valor
da distância d.
a) 0,5 m d) 3,5 m
b) 1,5 m e) 4,0 m
c) 2,0 m

12. (UFU – MG) João, representado pela letra J, entra em uma sala retangular, onde duas paredes são revestidas por espelhos
planos. Ele se posiciona na bissetriz do ângulo reto formato entre os dois espelhos. Como se configuram o conjunto das imagens
de João em relação aos espelhos e sua posição na sala?
a) c)

b) d)

13. (UNICAMP – SP) A figura [...] mostra um espelho retrovisor


plano na lateral esquerda de um carro. O espelho está disposto
verticalmente e a altura do seu centro coincide com a altura dos
olhos do motorista. Os pontos da figura pertencem a um plano
horizontal que passa pelo centro do espelho. Nesse caso, os
pontos que podem ser vistos pelo motorista são:
a) 1, 4, 5 e 9.
b) 4, 7, 8 e 9.
c) 1, 2, 5 e 9.
d) 2, 5, 6 e 9.

Física – Frente 1 21
14. (IFTM – MG) A imagem, formada por um espelho plano,
de um certo objeto possui a “posição” e o “tamanho”, de cada
Aprofundamento
ponto dela, definidos pelas leis da reflexão. Considere um
objeto composto por uma “senhora já velhinha e cansada”
(vovó Maria) sentada diante de um espelho plano, conforme 16. (UPE) Uma usina heliotérmica é muito parecida com uma
figura abaixo. usina termoelétrica. A diferença é que, em vez de usar carvão
ou gás como combustível, utiliza o calor do Sol para gerar
eletricidade. [...] O processo heliotérmico tem início com a
reflexão dos raios solares diretos, utilizando um sistema de es-
pelhos, chamados de coletores ou heliostatos. Esses espelhos
acompanham a posição do Sol ao longo do dia e refletem os
raios solares para um foco, onde se encontra um receptor. A
principal característica dessa tecnologia é a presença de uma
Usando as leis da reflexão, citadas, e observando cuidado- imensa torre no centro da usina.
samente a imagem traçada em cada caso abaixo, assinale a
alternativa que exprime a posição e o tamanho corretos de
cada ponto da imagem traçada.
a)

b)

Fonte: http://energiaheliotermica.gov.br/pt-br/energia-heliotermica/
como-funciona, acessado em: 11 de julho de 2017.
c) Suponha que as dimensões do espelho são muito menores
que as dimensões da torre e que o ângulo entre a superfície
do espelho e a horizontal seja de 30°. Determine em qual
horário a radiação solar que atinge o espelho será refletida
d) para a extremidade superior da torre.
a) 10 h. d) 13 h.
b) 11 h. e) 14 h.
c) 12 h.
e)

15. (EFOMM – RJ) Um espelho plano vertical reflete, sob um


ângulo de incidência de 10°, o topo de uma árvore de altura H,
para um observador O, cujos olhos estão a 1,50 m de altura e
distantes 2,00 m do espelho. Se a base da árvore está situada
18,0 m atrás do observador, a altura H, em metros, vale:
Dados: sen (10°) = 0,17; cos (10°) = 0,98; tg (10°) = 0,18

a) 4,0. b) 4,5. c) 5,5. d) 6,0. e) 6,5.

22 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 2
17. (UNESP – SP) Uma pessoa está parada numa calçada plana 18. (UPE) Como funciona o foco automático das câmeras
e horizontal diante de um espelho plano vertical E pendurado fotográficas?
na fachada de uma loja. A figura representa a visão de cima Existem basicamente dois sistemas: o primeiro é o usado
da região. por câmeras do tipo reflex. Apertando levemente o botão
disparador, alguns fachos de luz entram na máquina e, depois
de rebatidos, atingem um sensor. Este envia as informações
para um microprocessador dentro da máquina, que calcula
a distância e ajusta o foco por meio de um pequeno motor,
que regula a lente na posição adequada. O segundo sistema
é aquele, que envia raios de luz infravermelha, usado em
geral por máquinas compactas, totalmente automáticas.
Na frente do corpo da câmera, há um dispositivo que emite
os raios. Eles batem no objeto focalizado e voltam para um
sensor localizado logo abaixo do emissor infravermelho. Com
base nos reflexos, a máquina calcula a distância do objeto e
ajusta o foco.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funciona-o-foco-
automatico-das-cameras-fotograficas, acessado em 13 de julho de 2016.

Um sistema de segurança foi criado para a vigilância e o


monitoramento de todos os pontos de uma sala. Para isso,
utilizou-se uma câmera de foco automático, do tipo reflex,
instalada no centro da parede AB, e um espelho em toda a
parede CD, conforme ilustra a figura a seguir (vista superior
Olhando para o espelho, a pessoa pode ver a imagem de da sala).
um motociclista e de sua motocicleta, que passam pela rua
com velocidade constante V = 0,8 m/s, em uma trajetória
retilínea paralela à calçada, conforme indica a linha tracejada.
Considerando que o ponto O na figura represente a posição
dos olhos da pessoa parada na calçada, é correto afirmar que
ela poderá ver a imagem por inteiro do motociclista e de sua
motocicleta refletida no espelho durante um intervalo de
tempo, em segundos, igual a:
a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 5. A sala, de formato retangular, possui dimensões 12 m × 4 m × 3 m.
Então, para focar CORRETAMENTE um objeto no ponto A da
e) 1.
sala, na mesma altura da câmera, o foco deverá ser ajustado
em:
a) 4 m. d) 10 m.
b) 6 m. e) 16 m.
c) 8 m.

Física – Frente 1 23
19. (UFTM – MG) Pedro tem 1,80 m de altura até a linha de seus olhos. Muito curioso, resolve testar seu aprendizado de uma
aula de Física, levando um espelho plano E e uma trena até uma praça pública, de piso plano e horizontal, para medir a altura
de uma árvore. Resolve, então, usar dois procedimentos:
a) Posiciona horizontalmente o espelho E no chão, com a
face refletora voltada para cima, de modo que a reflexão
dos raios de luz provenientes do topo da árvore ocorra a
uma distância de 10 m da sua base e a 1m de distância
dos pés do menino, conforme mostra a figura.
Qual é a medida encontrada por Pedro para a altura da
árvore?

b) Posiciona o espelho E, verticalmente em um supor-


te, 1 m à sua frente, e fica entre ele e a árvore, de
costas para ela, a uma distância de 16 m, conforme
mostra a figura.
Qual é a altura mínima do espelho utilizado para
que Pedro consiga avistar inteiramente a mesma
árvore?

20. (UNESP – SP) Uma pessoa de 1,8 m de altura está parada diante de um espelho plano apoiado no solo e preso em uma
parede vertical. Como o espelho está mal posicionado, a pessoa não consegue ver a imagem de seu corpo inteiro, apesar de
o espelho ser maior do que o mínimo necessário para isso. De seu
corpo, ela enxerga apenas a imagem da parte compreendida entre
seus pés e um detalhe de sua roupa, que está a 1,5 m do chão. Atrás
dessa pessoa, há uma parede vertical AB, a 2,5 m do espelho.
Sabendo que a distância entre os olhos da pessoa e a imagem da
parede AB refletida no espelho é 3,3 m e que seus olhos, o detalhe
em sua roupa e seus pés estão sobre uma mesma vertical, calcule
a distância d entre a pessoa e o espelho e a menor distância que o
espelho deve ser movido verticalmente para cima, de modo que ela
possa ver sua imagem refletida por inteiro no espelho.

Gabarito
1. c 6. b 11. a 16. d 20. d = 80 cm
2. b 7. e 12. d 17. b x = 0,15 m
3. b 8. a 13. c 18. d
4. e 9. a 14. a 19. H = 18 m
5. c 10. d 15. c h=1m

24 Prepara Positivo – Intensivo 1


Flsica
CAPíTULO

12
3 1
Espelhos esféricos
OBJETOS DE Objetivos do capítulo
CONHECIMENTO
• Distinguir a formação de imagens nos diferentes espelhos esféricos e as
propriedades deles.
• Representação dos • Interpretar as características das imagens formadas em espelhos esféricos.
espelhos esféricos
• Reconhecer aplicações práticas relacionadas aos espelhos esféricos.
côncavo e convexo e seus
• Resolver situações-problema, presentes no cotidiano, por meio do cálculo
elementos.
analítico para espelhos esféricos.
• Formação de imagens
nos espelhos esféricos e
propriedades.
• Estudo analítico dos
espelhos esféricos.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS ESPELHOS ESFÉRICOS


Os espelhos esféricos são superfícies refletoras, com a forma de uma calota esférica oca e espelhada em pelo menos
um dos lados, sendo a superfície interna chamada côncava; e a externa, convexa.
Calota esférica

Superfície externa
Espelho convexo

Superfície interna
Espelho côncavo

Representação de espelhos esféricos


Espelhos côncavos
Se a face interna da calota é refletora, o espelho esférico é côncavo.

ou

representação

Física – Frente 1 25
Espelhos convexos
Se a face externa da calota é refletora, o espelho esférico é convexo.

ou

representação

Principais elementos de um espelho esférico


Tanto o espelho côncavo quanto o convexo têm os mesmos elementos principais.
Vejamos a seguir:

C – centro de curvatura
F – foco principal
Eixo C F V
principal
V – vértice do espelho
R – raio da curvatura
f – distância focal
f
α – ângulo de abertura

• Ângulo de abertura do espelho (α): indica qual é a amplitude da parte reflexiva.


• Raio de curvatura (R): é o raio da esfera.
R≅2·f
• Vértice (V): é o ponto onde o eixo principal intercepta o espelho.
• Centro de curvatura ou centro óptico (C): é o centro da esfera que originou o
espelho.
• Foco principal (F): é aproximadamente o ponto médio entre o centro e o vértice.
• Eixo principal: é a reta que contém o centro, o foco e o vértice.
• Eixo secundário: também coincide com o raio, mas não contém os pontos principais.
©Shutterstock/Veronique Simard

26 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 3
Propriedades dos raios notáveis
As propriedades dos raios notáveis são válidas tanto para os espelhos côncavos
quanto para os convexos e têm a função de formar geometricamente as imagens
nesses espelhos.
Propriedade 1: O raio que incide paralelamente ao eixo principal será refletido para
o foco principal.

Observação
Nos espelhos convexos, é
a projeção do raio incidente
V F C C F V
que será refletida para o foco
principal.

Espelho côncavo Espelho convexo

Propriedade 2: Ao incidir pelo foco (ou em direção a ele), o raio é refletido para-
lelamente ao eixo principal (tal propriedade pode ser constatada tomando por base o
princípio da reversibilidade).

V F C C F V

Espelho côncavo Espelho convexo

Propriedade 3: O raio que incide no vértice será refletido simetricamente em


relação ao eixo principal.

i i
r C F V r
V F C

Espelho côncavo Espelho convexo

Importante
©Shutterstock/Veronique Simard

O eixo principal, na ilustração acima, é a reta normal (N). Conforme a segunda lei
da reflexão, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão (i = r).
Vale lembrar que qualquer o raio notável, ao incidir em um espelho, é refletido
obedecendo à segunda lei da reflexão.

Física – Frente 1 27
Propriedade 4: O raio que incide passando pelo centro ou em direção a ele será refletido sobre si mesmo.

V F C C F V

Espelho côncavo Espelho convexo

Formação de imagens nos espelhos esféricos


É possível representar geometricamente a formação de imagens utilizando, pelo menos, duas propriedades dos raios
notáveis.
As imagens formadas podem ser classificadas de acordo com suas características, indicadas na tabela.

CARACTERÍSTICAS DAS IMAGENS FORMADAS EM ESPELHOS

Natureza Orientação Tamanho

Maior – tem tamanho maior do que


Real – formada geometricamente em o objeto.
Direita – tem a mesma orientação do
frente ao espelho pelo encontro dos
objeto.
raios refletidos.

Menor – tem tamanho menor do que


o objeto.

Virtual – formada geometricamente


Invertida – tem orientação contrária
atrás do espelho pelo encontro dos
à do objeto. Igual – tem o mesmo tamanho do
prolongamentos dos raios refletidos.
objeto.

Formação de imagens em espelhos côncavos


OBJETO ALÉM DO CENTRO DE CURVATURA

LOCAL DA IMAGEM
o Entre o foco e o centro de curvatura do espelho
V F i C CARACTERÍSTICAS

Real, invertida e menor

28 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 3
OBJETO ENTRE O CENTRO DE CURVATURA E O FOCO

LOCAL DA IMAGEM

o Antes do centro de curvatura


V F C
CARACTERÍSTICAS
i
Real, invertida e maior

OBJETO NO CENTRO DE CURVATURA

LOCAL DA IMAGEM
o
No próprio centro de curvatura
V F C
CARACTERÍSTICAS
i
Real, invertida e igual

OBJETO NO FOCO

LOCAL DA IMAGEM
o
i
No infinito
V r F C CARACTERÍSTICA

Imprópria

OBJETO ENTRE O FOCO E O VÉRTICE

LOCAL DA IMAGEM

i o Atrás do vértice (espelho)


V F C CARACTERÍSTICAS

Virtual, direita e maior

Física – Frente 1 29
Formação de imagens em espelhos convexos
Nos espelhos convexos, somente um tipo de imagem será formado. Isso acontece
porque o centro de curvatura e o foco estão “dentro” do espelho. Dessa forma, o objeto
estará sempre posicionado depois do vértice, em frente ao espelho, e, assim, a imagem
formada terá sempre as mesmas características.

LOCAL DA IMAGEM
o
Entre o foco e o vértice
i
C F V CARACTERÍSTICAS

Virtual, direita e menor

ESTUDO ANALÍTICO DOS ESPELHOS ESFÉRICOS


Para estudar os espelhos esféricos, é necessário adotar alguns critérios. O mate-
mático, físico e astrônomo alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855) foi o primeiro a
estabelecer os seguintes parâmetros, que são conhecidos como condições de Gauss:

O espelho deve ter um ângulo pequeno de abertura (α < 10°).


Os raios incidentes precisam estar próximos ao eixo principal.
Os raios incidentes devem ser pouco inclinados em relação ao eixo principal.

Equação de Gauss
Consideremos o espelho representado na figura em que:
p • p → distância do objeto até o espelho esférico
• p’ → distância da imagem até o espelho esférico
o
f p’ – f • i → tamanho da imagem a ser analisada
V F C • o → tamanho do objeto a ser analisado
i
• f → distância focal do espelho esférico
p’
Pode-se relacionar os triângulos da figura para chegar em:

1 1 1
 
f p p’

A equação anterior pode ser escrita, ainda, da seguinte maneira:

p  p’
f
p  p’

30 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 3
Determinação da equação do
aumento linear transversal (A)
O aumento linear é uma razão entre o tamanho da imagem e o tamanho do p
objeto. Vamos considerar o espelho representado na figura a seguir.
Em que:
o
• p → distância do objeto até o espelho esférico
• p’ → distância da imagem ao espelho esférico V F i C

• i → tamanho da imagem a ser analisada p’


• o → tamanho do objeto a ser analisado

Por semelhança de triângulos, é possível demonstrar a equação do aumento linear.


Convencionalmente, os elementos que estão abaixo do eixo principal são considerados
negativos.


O

o i i p’ i p ’
    
p p’ o p o p

Logo, chegamos à relação para o aumento transversal linear:

i p ’
A 
o p

O aumento linear também pode ser dado pela seguinte relação:

f
A
f p

A → Aumento linear transversal da imagem em relação ao objeto.


• Imagem direita em relação ao objeto: A > 0 (positivo).
• Imagem invertida em relação ao objeto: A < 0 (negativo).

Sobre o aumento linear, podemos afirmar ainda que:


|A| > 1 → Imagem maior que o objeto.
|A| < 1 → Imagem menor que o objeto.
|A| = 1 → Imagem com o mesmo tamanho do objeto.

Considerando sempre um objeto real (p > 0), nas equações estudadas, temos:

espelho côncavo ⇒ f > 0 imagem direita ⇒ i > 0


espelho convexo ⇒ f < 0 imagem invertida ⇒ i < 0
imagem real ⇒ p’ > 0
imagem virtual ⇒ p’ < 0

Física – Frente 1 31
ATIVIDADES
Assimilação
4. (FAMERP – SP) Um objeto luminoso encontra-se a 40 cm de
uma parede e a 20 cm de um espelho côncavo, que projeta na
1. (PUC – RJ) Um objeto é colocado em frente a um espelho, e parede uma imagem nítida do objeto, como mostra a figura.
a imagem formada é virtual. Considere as afirmações abaixo:
l. O espelho é necessariamente plano ou convexo.
ll. A imagem formada é de tamanho maior que o objeto,
caso o espelho seja convexo.
lll. A imagem não pode estar invertida, independentemente
do tipo de espelho.
É correto SOMENTE o que se afirma em:
a) ll.
b) lll.
c) l e ll.
d) l e lll.
e) ll e lll. Considerando que o espelho obedece às condições de nitidez
de Gauss, a sua distância focal é:
2. (UERN) Ao posicionar um objeto em frente a um espelho
côncavo, obteve-se uma imagem virtual. É correto afirmar que a) 15 cm. d) 25 cm.
a imagem em questão também é: b) 20 cm. e) 35 cm.
a) maior e direita. c) 30 cm.
b) menor e direita.
c) maior e invertida.
d) menor e invertida.
3. (UEPG – PR) Em relação às imagens formadas por um
espelho côncavo, assinale o que for correto.
(01) Se o objeto estiver entre o foco e o vértice, a imagem é
real, invertida e maior que o objeto.
(02) Se o objeto estiver localizado além do centro de curvatura,
a imagem é real, invertida e menor que o objeto.
(04) Se o objeto estiver sobre o centro de curvatura, a imagem 5. (UDESC) Um lápis foi colocado a 30,0 cm diante de um
formada é real, direita e de mesmo tamanho que o objeto. espelho esférico convexo de distância focal igual a 50,0 cm,
(08) Se o objeto estiver entre o centro de curvatura e o foco, perpendicularmente ao eixo principal. O lápis possui 10,0 cm
a imagem é virtual, direita e maior que o objeto. de comprimento. Com base nestas informações, pode-se
afirmar que a posição e o tamanho da imagem do lápis são,
(16) Se o objeto está localizado no plano focal, a imagem é
respectivamente:
imprópria.
a) 75,0 cm e –25,0 cm. d) 75,0 cm e 6,25 cm.
b) 18,75 mm e –6,25 mm. e) –18,75 cm e 6,25 cm
c) –75,0 cm e 25,0 cm.

32 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 3
7. (PUC-SP) Determine o raio de curvatura, em cm, de um
espelho esférico que obedece às condições de nitidez de Gauss
Aperfeiçoamento e que conjuga de um determinado objeto uma imagem inver-
tida, de tamanho igual a 1/3 do tamanho do objeto e situada
6. (UFU – MG) Uma pessoa vai até um museu de ciências e sobre o eixo principal desse espelho. Sabe-se que distância
numa sala de efeitos luminosos se posiciona frente a diferentes entre a imagem e o objeto é de 80 cm.
tipos de espelhos (côncavo, convexo e plano). Qual situação a) 15. b) 30. c) 60. d) 90.
a seguir representa a correta imagem (i) que é possível essa
pessoa obter de si própria?

8. (MACKENZIE – SP)
a)

(i)
côncavo

O espelho bucal, utilizado por dentistas, é um instrumento


que pode ser feito com um espelho plano ou esférico. Um
dentista, a fim de obter uma imagem ampliada de um dente
b) específico, deve utilizar um espelho bucal:
a) côncavo, sendo colocado a uma distância do dente menor
(i)
que a distância focal.
côncavo b) côncavo, sendo colocado a uma distância do dente entre
o foco e o centro de curvatura.
c) convexo, sendo colocado a uma distância do dente entre
o foco e o centro de curvatura.
d) plano.
e) convexo, sendo colocado a uma distância do dente menor
que a distância focal.
c) (i) 9. (UNICAMP – SP) Em uma animação do Tom e Jerry, o ca-
mundongo Jerry se assusta ao ver sua imagem em uma bola
de Natal cuja superfície é refletora, como mostra a reprodução
plano abaixo. É correto afirmar que o efeito mostrado na ilustração
não ocorre na realidade, pois a bola de Natal formaria uma
imagem:

F
d)
(i)

(Adaptado de https://www.youtube.com/
watch?v=RtZYfTr7D_o. Acessado em 25/10/2016.)

convexo a) virtual ampliada. c) real ampliada.


b) virtual reduzida. d) real reduzida.

Física – Frente 1 33
10. (UNESP) Quando entrou em uma ótica para comprar 13. (EEAR – SP) Uma árvore de natal de 50 cm de altura foi
novos óculos, um rapaz deparou-se com três espelhos colocada sobre o eixo principal de um espelho côncavo, a uma
sobre o balcão: um plano, um esférico côncavo e um esfé- distância de 25 cm de seu vértice. Sabendo-se que o espelho
rico convexo, todos capazes de formar imagens nítidas de possui um raio de curvatura de 25 cm, com relação à imagem
objetos reais colocados à sua frente. Notou ainda que, ao formada, pode-se afirmar corretamente que:
se posicionar sempre a mesma distância desses espelhos, a) É direita e maior do que o objeto, estando a 20 cm do
via três diferentes imagens de seu rosto, representadas na vértice do espelho.
figura a seguir.
b) É direita e maior do que o objeto, estando a 25 cm do
vértice do espelho.
c) É invertida e maior do que o objeto, estando a 25 cm do
vértice do espelho.
d) É invertida e do mesmo tamanho do objeto, estando a
25 cm do vértice do espelho.
14. (FEPAR – PR) A foto a seguir mostra um dentista exa-
minando uma paciente por meio de um pequeno espelho
esférico, conhecido popularmente como espelho de dentista.
Em seguida, associou cada imagem vista por ele a um tipo O profissional utiliza o instrumento para observar o estado do
de espelho e classificou-as quanto às suas naturezas. Uma dente do paciente.
associação correta feita pelo rapaz está indicada na alternativa:
a) o espelho A é o côncavo e a imagem conjugada por ele é
real.
b) o espelho B é o plano e a imagem conjugada por ele é real.
c) o espelho C é o côncavo e a imagem conjugada por ele é
virtual.
d) o espelho A é o plano e a imagem conjugada por ele é
virtual.
e) o espelho C é o convexo e a imagem conjugada por ele é
virtual.
11. (UEA – AM) Os espelhos convexos são utilizados nos espe-
Com base em seus conceitos físicos, julgue as afirmativas que
lhos retrovisores de automóveis e também em situações nas
1 1 1
quais se deseja ter um campo maior de visibilidade. seguem:  
f p p’
A imagem de um objeto real conjugada em um espelho con-
vexo é uma imagem direita, a) ( ) A principal função desse tipo de espelho é ampliar o
campo visual.
a) real e igual ao objeto.
b) ( ) Se o objeto (dente) for posicionado no foco principal
b) virtual e igual ao objeto. do espelho, a imagem será real.
c) real e menor que o objeto. c) ( ) Esse modelo de espelho pode ser utilizado para refletir
d) virtual e menor que o objeto. a luz de um objeto luminoso, pois possui comportamento
e) virtual e maior que o objeto. convergente, iluminando assim áreas da boca com forma-
ção de sombras, como as regiões voltadas para a garganta.
12. (PUC-Campinas – SP) Uma vela acesa foi colocada a uma
d) ( ) Num espelho esférico com raio de curvatura de 10 mm,
distância p, do vértice de um espelho esférico côncavo de
um dente de 0,8 mm de altura é posicionado a 1 mm do
1,0 m de distância focal. Verificou-se que o espelho projetava
vértice do espelho. A abscissa da imagem é de –1,25 mm.
em uma parede uma imagem da chama desta vela, ampliada
5 vezes. e) ( ) Para o dente posicionado entre o vértice e o foco
principal desse espelho, temos para um objeto real uma
O valor de p, em cm, é:
imagem de natureza virtual, orientação direita e maior
a) 60. b) 90. c) 100. d) 120. e) 140. que o objeto.

34 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 3
15. (FAMEMA – SP) Na figura, O é um ponto objeto virtual, vér- Sendo o artista o objeto refletido na superfície dessa esfera,
tice de um pincel de luz cônico convergente que incide sobre podemos afirmar corretamente, sobre essa imagem formada,
um espelho esférico côncavo E de distância focal f. Depois de que se:
refletidos no espelho, os raios desse pincel convergem para a) assemelha à classificação exata de uma imagem observada
o ponto I sobre o eixo principal do espelho, a uma distância em uma lente delgada convergente.
de seu vértice.
b) assemelha à classificação exata de uma imagem observada
em um espelho côncavo.
c) classifica em menor, direita e real.
d) posiciona entre o foco e o vértice da face refletora.
e) posiciona entre o raio de curvatura e o vértice da face
refletora.
17. (UEA – AM) A figura mostra dois espelhos colocados em
um cruzamento com a finalidade de aumentar a segurança
no local para motoristas e pedestres.

Considerando válidas as condições de nitidez de Gauss, é


correto afirmar que a distância focal desse espelho é igual a
a) 150 cm. d) 180 cm.
b) 160 cm. e) 200 cm.
c) 120 cm.

Aprofundamento (www.alunosonline.com.br)

As imagens das árvores mostradas nos espelhos da figura


16. (FATEC – SP) A figura apresenta a obra de litogravura são direitas e menores do que as próprias árvores. Esses
“Mão com esfera refletora” (1935), do artista gráfico holandês espelhos são:
Maurits Cornelis Escher (1898-1972), que se representou por
a) côncavos e as imagens reais.
uma imagem refletida em uma esfera.
b) convexos e as imagens virtuais.
c) côncavos e as imagens virtuais.
d) convexos e as imagens reais.
e) planos e as imagens virtuais.
18. (PUCRS) O edifício 20 Fenchurch Street, localizado em
Londres e conhecido como Walkie Talkie, tem causado diversos
problemas para a sua vizinhança. Moradores e funcionários
da região têm argumentado que, desde a sua construção, os
ventos estão mais intensos nas imediações do prédio. Além
disso, houve registros de carros estacionados nas proximida-
des do prédio que tiveram suas pinturas danificadas e suas
peças derretidas por conta da reflexão da luz solar ocasionada
pelo arranha-céu.
Os carros foram danificados porque pelo menos uma das faces
do prédio tem formato semelhante a:
a) um espelho côncavo.
b) um espelho convexo.
c) uma lente divergente.
d) uma lente convergente.

Física – Frente 1 35
19. (FAMERP – SP) Uma calota esférica é refletora em ambas as faces, constituindo, ao mesmo tempo, um espelho côncavo e
um espelho convexo, de mesma distância focal, em módulo. A figura 1 representa uma pessoa diante da face côncava e sua
respectiva imagem, e a figura 2 representa a mesma pessoa diante da face convexa e sua respectiva imagem.

(Fora de escala)

a) Considerando as informações contidas na figura 1, calcule o módulo da distância focal desses espelhos.

b) Na situação da figura 2, calcule o aumento linear transversal produzido pela face convexa da calota.

20. (UNIOESTE – PR) Considere um espelho esférico, v = 5,0 cm/s


côncavo e Gaussiano com raio de curvatura R = 40
cm. Um objeto se desloca ao longo do eixo principal
que passa pelo vértice do espelho, afastando-se do
mesmo com velocidade constante de 5,0 cm/s. No
instante t = 0 s, o objeto se encontra a 60 cm de dis-
tância do vértice do espelho. Assinale a alternativa
que indica corretamente o instante no qual a imagem
do objeto se aproximou 5,0 cm do vértice do espelho.
a) 2,0 s. b) 4,0 s. c) 6,0 s. d) 8,0 s. e) 10,0 s.

Gabarito
1. b 7. a 13. d 19. a) f1 = 30 cm
2. a 8. a 14. a) F; b) F; c) V; d) V; e) V. b) A = 0,6
3. 18 (02 + 16) 9. b 15. c 20. d
4. a 10. c 16. d
5. e 11. d 17. b
6. c 12. d 18. a

36 Prepara Positivo – Intensivo 1


Flsica
CAPíTULO

12
4 1
Refração e seus casos particulares
OBJETOS DE
Objetivos do capítulo
CONHECIMENTO
• Conhecer o fenômeno físico da refração da luz.
• Entender a relação entre o índice de refração e o meio de propagação.
• Elementos da refração e
• Aplicar a Lei de Snell-Descartes em situações-problema.
índice de refração;
• Compreender as condições para que ocorra a reflexão interna total ou parcial
• Lei de Snell-Descartes;
da luz.
• Reflexão total da luz;
• Lâminas de faces
paralelas – desvio lateral;
• Prismas – elementos e
equações.

REFRAÇÃO DA LUZ Definição


O fenômeno da refração é responsável pela distorção Por definição, a refração da luz é um fenômeno que
da imagem de alguns objetos quando observados em ocorre quando um raio de luz monocromático (consti-
dois meios distintos. Como exemplo, temos o fato de um tuído de uma única cor) se propaga de um meio para
lápis parecer quebrado quando visto dentro de um copo outro, com alteração na velocidade. Essa mudança de
com água. meio geralmente é acompanhada de um desvio angular
em relação à reta normal (N) – que forma 90° com a
superfície.
©Shutterstock/Kuki Ladron de Guevara

Ângulo de
Ra

incidência
io

θ1
in
cid
en
te

90º
Ar
Superfície
©Shutterstock/Designua

Água
Ra
io
ref
rat

Ângulo de
ad
o

refração
θ2

Normal

Física – Frente 1 37
Elementos da refração O índice de refração está ligado ao grau de dificuldade
que a luz encontra para se propagar em determinado
Para uma análise mais criteriosa desse fenômeno, meio. Por exemplo: no ar, ela se propaga mais facilmente
é necessário que alguns elementos sejam conhecidos. do que na água, que, por sua vez, oferece menor dificulda-
Vejamos a seguir: de de propagação que o vidro. Portanto, temos:
RI
N nar < nágua < nvidro
Como o grau de dificuldade de propagação no vácuo
é muito próximo ao do ar, podemos considerar a seguinte
igualdade:
nvácuo ≅ nar = 1
i
O vácuo é o meio que apresenta o menor índice de
Ar refração absoluto existente. Dessa forma, concluímos que
Água todos os outros meios terão índice de refração maiores do
que um (1).
r

Caso o raio incida normalmente (perpendicular-


mente) ao dioptro, atravessará para o outro meio e
RR sofrerá refração (por causa da alteração da velocida-
de), mas não ocorrerá desvio.

Em que:

RI: raio incidente Lei de Snell-Descartes


RR: raio refratado Ao incidir obliquamente em um dioptro, o raio sofre
N: reta normal, perpendicular à superfície um desvio angular. É importante ressaltar que a refração é
i: ângulo de incidência sempre acompanhada de uma parcela de reflexão.
r: ângulo de refração
N
Raio Raio
incidente refletido

Índice de refração absoluto


i
Uma radiação eletromagnética (como a luz) pode se
propagar tanto no vácuo quanto em meios materiais. Meio 1
No vácuo, a luz se propaga à velocidade de 3 ⋅ 108 m/s, Meio 2
mas, quando a propagação se dá em meios materiais, sua r
velocidade diminui – por isso, é necessário quantificá-la.
Denomina-se índice de refração absoluto o quo-
ciente entre a velocidade da luz no vácuo e no meio Raio
refletido
considerado.

O produto entre os senos dos ângulos formados com a


c
n normal e os índices de refração é conhecido como lei de
v Snell-Descartes (lei da refração).

Observação n1 · sen i = n2 · sen r

n – índice de refração absoluto do meio


(adimensional)
GLOSSÁRIO
c – velocidade da luz no vácuo (m/s)
v – velocidade da luz no meio (m/s) É todo sistema formado por dois meios homogêneos e
transparentes, separados por uma superfície plana.

38 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 4

REFLEXÃO TOTAL DA LUZ


Ângulo-limite de refração (L)
Quando um raio de luz monocromático passa do meio 1 (menos refringente) para
o meio 2 (mais refringente), sendo n1 < n2, ele se aproxima da reta normal, sofrendo um
desvio angular, conforme mostra a figura a seguir.

i i = 900
Meio1 i = 00 Meio1 Meio1

Meio2 r = 00 Meio2 Meio2


r
r= L

L = ângulo-limite de refração

Caso o raio incida normalmente ou perpendicular- Para i = 90°, r terá o mesmo valor de L, que é o
mente sobre a superfície (90°), ocorrerá o fenômeno maior ângulo possível para que haja refração (deno-
da refração, mas sem haver desvio do raio. minado ângulo-limite de refração).

Reflexão total
Quando um raio de luz monocromático passa do meio 1 (mais refringente) para o
meio 2 (menos refringente), sendo n1 > n2, ele se afasta da reta normal, sofrendo um
desvio angular. Caso incida normalmente, esse desvio não ocorre, conforme mostra a
figura:

RR
N
RR
r
Ar A n2
Água B n1

i
RI

É possível estabelecer um ângulo-limite (L), que representa um dos critérios avalia-


dos para a ocorrência da reflexão total. Para estabelecer os critérios determinantes da
reflexão total, devemos analisar as seguintes situações:

Situação 1 Situação 2 Situação 3


Ar

r
n2 O ângulo L é cha-
n1 mado de ângulo-limite
i=L i r de incidência. Note que,
i
para i = L ou i < L, o fenô-
meno da refração ainda
Água
ocorre.

Física – Frente 1 39
©Shutterstock/Somchaij
Condições para que ocorra a reflexão total
Para haver a reflexão total, as seguintes condições devem ser obedecidas:

• o sentido de propagação da luz deve ser do meio


mais refringente para o meio menos refringente;
• o ângulo de incidência i deve ser maior que o
ângulo-limite L (i > L).

Determinação do ângulo-limite
Quando o ângulo de incidência é igual ao ângulo-limite para ambos os meios, o
ângulo de refração é de 90° (o raio refratado é rasante à superfície de separação entre
os meios). Aplicando a equação de Snell-Descartes, temos:

n1 · sen i = n2 · sen r

Fazendo i = L e r = 90°:
n2
n1 · sen L = n2 · sen 90° ⇒ n1 · sen L = n2 · 1 ⇒ sen L =
n1
Para essa situação, n2 < n1. Logo, representamos o seno do ângulo-limite por:

n menor
sen L
nmaior

FIBRA ÓPTICA
A fibra óptica é composta, de forma simplificada, por um núcleo, um envoltório
do núcleo (casca) e um revestimento externo. O índice de refração do material que
compõe o núcleo é maior que o do material da casca, permitindo assim que a luz sofra
diversas reflexões internas totais (na superfície de separação), ao longo de toda a fibra,
até chegar à outra extremidade.

Revestimento

Casca
Núcleo

shkin
to ck/Sa
tters
©Shu

Núcleo

Casca Revestimento

40 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 4
LÂMINAS DE FACES PARALELAS
Uma lâmina de faces paralelas apresenta duas superfícies que formam dioptros com
o meio externo – por exemplo, uma janela transparente ou o vidro de um carro.
Vejamos, a seguir, como um raio de luz que incide obliquamente na superfície de
um dioptro atravessa a lâmina.
i
n1

e
l
n2 r’

n1
i’

Como a luz, após atravessar a lâmina de espessura e, retorna para o mesmo meio, os
raios incidente e emergente são paralelos.
Perceba que a luz sofre um deslocamento lateral (d), que pode ser determinado
pela seguinte relação:

sen (iˆ – r)ˆ


d=e ˜
cos (r)ˆ

A imagem vista através da lâmina será virtual, direita e mais próxima do que o objeto,
portanto, aparenta ser um pouco maior que ele.

0
#
4
&
©Fotoarena/Science Photo Library/Martyn F. Chillmaid

©Fotoarena/Science Photo Library/Martyn F. Chillmaid


o i 3
7
"
%
0
o – objeto 3
i – imagem

Uma experiência interessante ocorre ao colocarmos


um bastão de vidro em um recipiente com água e
em outro contendo um líquido de mesmo índice de
refração do bastão. No segundo frasco, a luz não sofrerá
desvio, dando origem a um fenômeno chamado conti- Como o bastão e o líquido do segundo recipiente apresentam o
mesmo índice de refração, os raios de luz não sofrem desvio, dando
nuidade óptica. a sensação de que o objeto some quando imerso nesse fluido.

Física – Frente 1 41
PRISMAS Refração na segunda face:

Prismas são objetos sólidos, transparentes e com- n1 ˜ sen ˆi’ = n2 ˜ sen r’,ˆ
postos por faces planas, mas não paralelas.

A abertura (α) do prisma é dada por: e


©Shutterstock/Kostenko Maxim

α = r + r'

Um raio de luz que atravessa o prisma e sofre um


desvio pode ser medido com base no ângulo ', que pode
ser obtido pela seguinte relação matemática:

' = ˆi + ˆi’ – Dˆ

Desvio angular mínimo


O desvio angular é mínimo quando i = i’, ou seja,
quando o ângulo de incidência na primeira face for igual ao
ângulo de emergência na segunda. Como consequência
da geometria do triângulo e da lei de Snell-Descartes,
sendo i = i’, temos que:
Prisma dispersando a luz solar

rˆ + rˆ = DŸ
ˆ rˆ = r’ˆ =
2
Elementos de um prisma
Um prisma é constituído por uma base e faces planas Nessas condições, o raio atravessa o prisma cruzando
não paralelas, unidos pelas arestas. Normalmente, ele é perpendicularmente o plano bissetor do ângulo α.
representado por sua secção principal, cujo índice de
refração é conhecido.
_ 6m

_ i i’
r r’

6
i
r i’
r’ n1 plano
n1 bissetor
e1

fac

n2
fac

e2

base do prisma
base do prisma
Representação gráfica do prisma – secção principal
Em resumo, na condição de desvio mínimo:

Equações ˆi = ˆi’

Como é possível perceber, o raio de luz que atravessa rˆ + rˆ = DŸ
ˆ rˆ = r’ˆ =
2
o prisma sofre duas refrações, primeiramente, na face 1 e,
depois, na face 2; portanto, a relação de Snell-Descartes
pode ser aplicada nas duas faces. Como ' = i+ i' – α, sendo i = i’, o desvio mínimo ('mín)
Refração na primeira face: pode ser representado por:

n1 ˜ sen ˆi = n2 ˜ sen rˆ 'mín = 2 ˜ ˆi – D


ˆ

42 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 4

ATIVIDADES
3. (CEFET – MG) No vácuo, um determinado meio ma-
terial isotrópico e transparente com índice de refração
Assimilação absoluto igual a 2 apresentará a condição de reflexão total
para um raio de luz com ângulo-limite de incidência igual
1. (CEFET – MG) A figura mostra o caminho percorrido por a , propagando-se do para
um raio de luz que incide consecutivamente sobre a interface o .
entre os meios 1 e 2 e sobre a interface entre os meios 2 e 3, Os termos que preenchem, corretamente, as lacunas são:
onde θ2 < θ3 e n2 < n1. Nessa situação, afirma-se: a) 30°, material, vácuo. d) 60°, vácuo, material.
b) 30°, vácuo, material. e) 90°, vácuo, material.
c) 60°, material, vácuo.

I. A velocidade da luz nos meios 1 e 2 é a mesma.


II. O índice de refração do meio 2 é o menor dentre os três 4. (FMP – RJ)
meios.
III. A velocidade da luz no meio 1 é a menor dentre os três
meios.
IV. O índice de refração do meio 3 é menor que o índice de
refração do meio 1.
São corretas apenas as afirmativas:
a) I e II. d) II e IV.
b) I e IV. e) III e IV.
c) II e III.
2. (EEAR – SP) Considerando as velocidades de propagação
A figura anterior ilustra um raio monocromático que se
da luz em dois meios homogêneos e distintos, respectiva-
propaga no ar e incide sobre uma lâmina de faces paralelas,
mente iguais a 200 000 km/s e 120 000 km/s, determine
delgada e de espessura d, com ângulo de incidência igual a
o índice de refração relativo do primeiro meio em relação
60°. O raio sofre refração, propaga-se no interior da lâmina e,
ao segundo. Considere a velocidade da luz no vácuo igual
em seguida, volta a se propagar no ar.
a 300 000 km/s.
Se o índice de refração do ar é 1, então o índice de refração
a) 0,6 d) 1,7 do material da lâmina é
b) 1,0 e) n1 > n2 – sen θ1 > n2/n1. √6 √6 √2
a) . b) . c) . d) √6. e) √3.
c) 1,6 3 2 2

Física – Frente 1 43
5. (UNITAU – SP) A figura a seguir mostra um raio de luz Quando a radiação é refratada pelas substâncias para a si-
que incide sobre um prisma equilátero com um ângulo de tuação proposta, qual é a relação correta para os ângulos de
incidência de 60 graus. refração da radiação nas três substâncias?
a) θ água = θ álcool etílico = θ solução de açúcar.
b) θ água > θ álcool etílico > θ solução de açúcar.
c) θ água < θ álcool etílico < θ solução de açúcar.
d) θ água > θ álcool etílico < θ solução de açúcar.
e) θ água < θ álcool etílico > θ solução de açúcar.

Sabendo que o raio emergente forma um ângulo de 60 graus com


a normal à superfície na outra face do prisma, é CORRETO afirmar:
a) O deslocamento angular é de 60 graus.
b) O deslocamento angular é nulo.
c) O deslocamento angular é de 30 graus.
d) O deslocamento angular é de 90 graus.
e) O deslocamento angular é de 45 graus.

7. (MACKENZIE – SP) Um feixe de luz apresenta um compri-


mento de onda igual a 400 nm, quando se propaga no vácuo.
Ao incidir em um determinado meio X, sua velocidade passa
a ser 40% menor que a velocidade de propagação da luz no
vácuo. O índice de refração desse meio X e o comprimento de
onda do feixe no meio X são, respectivamente,
Dado: velocidade da luz no vácuo igual a 3,0 · 108 m/s.
a) 4/3; 240 nm. d) 5/3; 300 nm.
Aperfeiçoamento b) 4/3; 300 nm. e) 3/2; 300 nm.
c) 5/3; 240 nm.
6. (PUCRS) Um feixe paralelo de luz monocromática, ao se
propagar no ar, incide em três recipientes transparentes con-
tendo substâncias com índices de refração diferentes quando
medidos para essa radiação. Na figura abaixo, são representa-
dos os raios incidentes (ri), bem como os respectivos ângulos
(α) que eles formam com as normais (N) às superfícies.

8. (ENEM) Em um experimento, coloca-se glicerina dentro de


um tubo de vidro liso. Em seguida, parte do tubo é colocada
em um copo de vidro que contém glicerina e a parte do tubo
imersa fica invisível.
Na tabela abaixo, são informados os índices de refração da Esse fenômeno ocorre porque a:
radiação para as substâncias. a) intensidade da luz é praticamente constante no vidro.
b) parcela de luz refletida pelo vidro é praticamente nula.
Meio Índice
c) luz que incide no copo não é transmitida para o tubo de vidro.
Água (20 °C) 1,33
d) velocidade da luz é a mesma no vidro e na glicerina.
Álcool etílico 1,36
e) trajetória da luz é alterada quando ela passa da glicerina
Solução de açúcar (80%) 1,49 para o vidro.

44 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 4
9. (ENEM) Uma proposta de dispositivo capaz 11. (ENEM) Alguns povos indígenas ainda pre-
de indicar a qualidade da gasolina vendida em servam suas tradições realizando a pesca com
postos e, consequentemente, evitar fraudes, poderia utilizar o lanças, demonstrando uma notável habilidade. Para fisgar um
conceito de refração luminosa. Nesse sentido, a gasolina não peixe em um lago com águas tranquilas o índio deve mirar
adulterada, na temperatura ambiente, apresenta razão entre abaixo da posição em que enxerga o peixe.
os senos dos raios incidente e refratado igual a 1,4. Desse Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz:
modo, fazendo incidir o feixe de luz proveniente do ar com
a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilí-
um ângulo fixo e maior que zero, qualquer modificação no
nea no interior da água.
ângulo do feixe refratado indicará adulteração no combustível.
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória
Em uma fiscalização rotineira, o teste apresentou o valor de
quando passam do ar para a água.
1,9. Qual foi o comportamento do raio refratado?
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da
a) Mudou de sentido.
água.
b) Sofreu reflexão total.
d) emitidos pelos olhos são espalhados pela superfície da
c) Atingiu o valor do ângulo-limite. água.
d) Direcionou-se para a superfície de separação. v e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando pas-
e) Aproximou-se da normal à superfície de separação. sam da água para o ar.
12. (ENEM) Em um experimento, coloca-se
glicerina dentro de um tubo de vidro liso. Em
seguida, parte do tubo é colocada em um copo de vidro que
contém glicerina e a parte do tubo imersa fica invisível. Esse
fenômeno ocorre porque a:
a) intensidade da luz é praticamente constante no vidro.
b) parcela de luz refletida pelo vidro é praticamente nula.
c) luz que incide no copo não é transmitida para o tubo de
vidro.
d) velocidade da luz é a mesma no vidro e na glicerina.
10. (ENEM) A banda larga brasileira é lenta. No Japão, já exis- e) trajetória da luz é alterada quando ela passa da glicerina
tem redes de fibras ópticas que permitem acessos à internet para o vidro.
com velocidade de 1 gigabit por segundo (Gbps), o suficiente 13. (UDESC) Em um dia de verão, um atleta decide mergulhar
para baixar em um minuto, por exemplo, 80 filmes. No Brasil, em uma piscina de profundidade igual a HP. Antes de mergu-
a maioria das conexões ainda é de 1 megabit por segundo lhar, ele visualiza a piscina, avalia a profundidade e conclui que,
(Mbps), ou seja, menos de um milésimo dos acessos mais rá- aparentemente, ela é igual a Ha.Com base nesta observação,
pidos do Japão. A fibra óptica é composta basicamente de um assinale a alternativa correta.
material dielétrico (sílica ou plástico), segundo uma estrutura a) Ha ≤ HP , pois o índice de refração da água é menor do que
cilíndrica, transparente e flexível. Ela é formada de uma região o do ar.
central envolta por uma camada, também de material dielétrico,
com índice de refração diferente ao do núcleo. A transmissão b) Ha ≤ HP , pois o índice de refração da água é maior do que
em uma fibra óptica acontecerá de forma correta se o índice de o do ar.
refração do núcleo, em relação ao revestimento, for: c) Ha ≥ HP , pois o índice de refração da água é maior do que
o do ar.
a) superior e ocorrer difração.
d) Ha ≥ HP , pois o índice de refração da água é menor do que
b) superior e ocorrer reflexão interna total.
o do ar.
c) inferior e ocorrer reflexão interna parcial.
e) Ha ≤ HP , pois o índice de refração da água é igual ao do ar.
d) inferior e ocorrer interferência destrutiva.
e) inferior e ocorrer interferência construtiva.

Física – Frente 1 45
14. (FUVEST – SP) Uma moeda está no centro do fundo de 15. (UEPG – PR) Um raio de luz incide com um ângulo de 45°
uma caixa d’água cilíndrica de 0,87 m de altura e base circular com a normal na face de prisma cuja seção principal é um
com 1,0 m diâmetro, totalmente preenchida com água, como triângulo equilátero. Considerando que o meio onde o prisma
esquematizado na figura. se encontra é o ar e que o desvio do raio de luz ao atravessar o
prisma corresponde ao valor mínimo, assinale o que for correto.
(01) O ângulo, em relação à normal, com que o raio emerge
do prisma é 60°.
(02) O desvio sofrido pelo raio de luz ao atravessar o prisma é
30°.
(04) O índice de refração do prisma vale √2.
(08) O ângulo de refração do raio de luz na primeira face do
prisma é 15°.
(16) O ângulo de refringência do prisma é 30°.
Se um feixe de luz laser incidir em uma direção que passa
pela borda da caixa, fazendo um ângulo com a vertical, ele
só poderá iluminar a moeda se:
Note e adote:
Índice de refração da água = 1,4 n1 sen (θ1) = n2 sen (θ2)
sen (20°) = cos (70°) = 0,35
sen (30°) = cos (60°) = 0,50
sen (45°) = cos (45°) = 0,70
sen (60°) = cos (30°) = 0,87
sen (70°) = cos (20°) = 0,94
a) θ = 20° d) θ = 60°
b) θ = 30° e) θ = 70°
c) θ = 45°

Aprofundamento

16. (ENEM) No Hemisfério Sul, o solstício de verão (momento


em que os raios solares incidem verticalmente sobre quem
se encontra sobre o Trópico de Capricórnio) ocorre no dia 21
ou 23 de dezembro. Nessa data, o dia tem o maior período de
presença de luz solar. A figura mostra a trajetória da luz solar
nas proximidades do planeta Terra quando ocorre o fenômeno
ótico que possibilita que o Sol seja visto por mais tempo pelo
observador.

Qual é o fenômeno ótico mostrado na figura?


a) A refração da luz solar ao atravessar camadas de ar com
diferentes densidades.
b) A polarização da luz solar ao incidir sobre a superfície dos
oceanos.
c) A reflexão da luz solar nas camadas mais altas da ionosfera.
d) A difração da luz solar ao contornar a superfície da Terra.
e) O espalhamento da luz solar ao atravessar a atmosfera.

46 Prepara Positivo – Intensivo 1


Capítulo 4
17. (ENEM) Um grupo de cientistas liderado por √3
a) Sim, e o seno do ângulo refratado será .
pesquisadores do Instituto de Tecnologia da 3
Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, construiu o primeiro 3
metamaterial que apresenta valor negativo do índice de re- b) Sim, e o seno do ângulo refratado será .
2
fração relativo para a luz visível. Denomina-se metamaterial √3
um material óptico artificial, tridimensional, formado por c) Não, e o seno do ângulo limite será .
2
pequenas estruturas menores do que o comprimento de onda
d) Não, pois o seno do ângulo refratado é menor que o seno
da luz, o que lhe dá propriedades e comportamentos que não
do ângulo limite.
são encontrados em materiais naturais. Esse material tem sido
chamado de “canhoto”. e) Não, pois o seno do ângulo refratado é maior que o seno
do ângulo limite.
Disponível em: http://inovacaotecnologica.com.
br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

Considerando o comportamento atípico desse metamaterial,


qual é a figura que representa a refração da luz ao passar do
ar para esse meio?
a) d)

19. (UFPR) Dependendo das condições do am-


biente onde os espelhos devem ser utilizados,
eles são fabricados com um material transparente recobrindo
a superfície espelhada, com o objetivo de protegê-la. Isto
aumenta a vida útil do espelho, mas introduz um desloca-
mento no ponto onde a luz refletida emerge, se comparado
b) e) a um espelho não recoberto. A figura ao lado representa o
caminho percorrido por um raio luminoso monocromático
ao incidir sobre um espelho recoberto superficialmente
por um material transparente com espessura t = 2 mm e
índice de refração n2. O meio 1 é o ar, com índice de refração
n1 = 1 e o meio 2 possui índice de refração n2 = √2. Na situação
mostrada na figura, θ1 = 45°.
c)

18. (EFOMM – RJ) O aquário da figura abaixo apresenta bordas


bem espessas de um material cujo índice de refração é igual
a √3. Um observador curioso aponta uma lanterna de forma
que seu feixe de luz forme um ângulo de incidência de 60°,
atravessando a borda do aquário e percorrendo a trajetória
AB. Em seguida, o feixe de luz passa para a região que contém
√2 1
o líquido, sem sofrer desvio, seguindo a trajetória BC. Considere sen 45° = cos 45° = , sen 30° =
2 2
√3
e cos 30° = .
2

Utilizando estes dados, calcule a distância D entre a entrada


do raio luminoso no meio 2 e sua saída, assim como está
indicada na figura.

Considere o índice de refração do ar igual a 1,0. O feixe de luz


emergirá do líquido para o ar no ponto C?

Física – Frente 1 47
20. (UFSC) No Circo da Física, o show de ilusionismo, no qual o mágico Gafanhoto utiliza fenômenos físicos para realizar o truque,
é uma das atrações mais esperadas. Ele caminha sobre as águas de uma piscina, deixando surpresos os espectadores. Mas como
ele faz isso? Na verdade, ele caminha sobre uma plataforma de acrílico (n = 1,49) que fica imersa alguns centímetros na água
(n = 1,33) conforme a figura abaixo. O truque está em fazer a plataforma de acrílico ficar invisível dentro da água colocando-se
alguns solutos na água.

Sobre essa situação, é correto afirmar que:


(01) por causa das condições em que o truque ocorre, o mágico, ao olhar para o fundo da piscina, como mostra a figura, verá
a imagem do fundo da piscina na posição real em que o fundo se encontra.
(02) a plataforma de acrílico fica invisível porque o índice de refração da água é maior do que o índice de refração do acrílico.
(04) por causa da plataforma de acrílico, a luz não sofre o fenômeno da refração ao passar do ar para a água.
(08) nas condições em que o truque acontece, não é possível ocorrer o fenômeno da reflexão total na superfície de separação
entre o acrílico e a água.
(16) a plataforma de acrílico fica invisível aos olhos porque a luz não sofre o fenômeno da refração ao passar da água para o
acrílico.
(32) nas condições em que o truque acontece, a razão entre o índice de refração da água e o índice de refração do acrílico é
igual a 1.

Gabarito
1. e 7. c 13. b 4√3
19. D = mm
2. a 8. d 14. c 3
3. a 9. e 15. Soma (02 + 04) = 06 20. Soma (08 + 16 + 32 = 56)
4. b 10. b 16. a
5. a 11. e 17. d
6. b 12. d 18. e

48 Prepara Positivo – Intensivo 1

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