Você está na página 1de 10

EXEMPLO MOTIVADOR II

EXEMPLO MOTIVADOR II
Método da Aproximação Polinomial Aplicado a Problemas Unidirecionais sem Simetria
1. Equações Diferenciais Ordinárias – Problemas de Valores no Contorno
Estrutura Geral do Problema:

d 2 y( x ) (1)
 f x, yx 
dy( x )
 
dx dx 2
no domínio : 0  x < 1 ,  : constante não negativa.
Sujeita às condições de contorno:
(2-a)
 y x  x  0  1
dy( x )
CC1:   
dx x  0

dy( x ) (2-b)
CC2:   0
dx x 1

Propondo-se a aproximação polinomial de grau n+1 em x para y(x):


n 1
y( x )  y ( n 1)
(x)  
j 0
j x   y j

onde:  j x  :polinômio em x de grau n+1, tal que:


(3)

 1 para i = j
 j x i    i, j   [função  de Krönecker];
0 para i  j
y j  y ( n ) ( x j ) e 0  x 0  x 1  x 2   x n  x n 1  1
Esta aproximação, satisfazendo a CC2 com 0, pode também ser representada na
forma:
n
y( x )  y ( n 1)
( x )  c 0  1  x  2
c  x
j 1
j
j 1
 y(0)  y ( n 1) (0)  c 0  c1 e

dy( x ) dy ( n 1) ( x )
  c 2  2  c1
dx u 1 dx
x 0

 y x  x  0  1 ,
dy( x )
obrigando esta aproximação satisfazer a CC1, isto é:   
dx x  0

resulta:    c 2  2  c1   c 0  c1   1  c 0  1  1  2     c1    c 2 , que substituído na

expressão de y(n+1)(x), resulta em:

1
EXEMPLO MOTIVADOR II

  
y ( n 1) ( x, c)  1  1  x 2  1  2   c1  1  x 2  x    c 2  
n
 1  x  
2
c  x
j 3
j
j 1
(4)

 c1 
 
c 
onde: c   2    n

 
c 
 n
Note que nesta forma, a aproximação polinomial y(n+1)(x) satisfaz às duas condições de
contorno associadas ao problema!
A substituição da aproximação polinomial y(n+1)(x) na equação diferencial (1) dá
origem à expressão do Resíduo da aproximação, definido por:

R ( n 1) ( x , c) 
dy ( n 1) ( x , c)
dx

d 2 y ( n 1) ( x , c)
dx 2

 f x , y ( n 1) ( x , c)  (5)

Este resíduo mede a qualidade da aproximação ponto a ponto do intervalo:


0 < x < 1, para quantificá-lo globalmente, associa-se a seguinte forma integral:
x 1

  x   R
1) ( n 1)
R (n
j (c)  j ( x , c)  dx  0 (6)
x 0

para j = 1, 2, ..., n
1)
R (n
j (c) é chamado de j’ésimo Resíduo Ponderado da aproximação, onde  j x  é

o j’ésimo peso do resíduo e é o que caracteriza o tipo do método dentro da classe geral de
métodos denominados como Métodos dos Resíduos Ponderados. Assim,  j x  associa-se

aos dois Métodos dos Resíduos Ponderados:

2
EXEMPLO MOTIVADOR II

 j x  Método dos Resíduos


Ponderados

x j 1 Método dos (7-a)


Momentos
1  x 2  1  2  para j  1 Método de Galerkin (7-b)
( n 1)
y ( x , c) 
 1  x 2  x   para j  2
c j 1  x 2  x j 1 para j  3, , n


O valor do Valor Médio do Quadrado do Resíduo será considerado na avaliação do


desempenho do método, sendo este valor dado por:
x 1

 R 
( n 1) 2
R quad (c)  ( x, c)  dx (8)
x 0

1-) Método dos Momentos


Neste caso:
x 1

x
1) j 1
R (n
j (c)   R ( n 1) ( x, c)  dx  0 (9)
x 0

para j = 1, 2, ..., n

Quando a função: f x, yu   f yx    0  1  yx , sendo  0 e 1 constantes , o

resíduo R ( n 1) ( x , c) será uma função polinomial em x com o mesmo grau n+1 de

y ( n 1) ( x , c) . Desta forma, o integrando de (9) x j 1  R ( n 1) ( x , c) será um polinômio em x


de grau n+j como j varia de 1 a n, o maior grau assumido por este termo é: 2n. Desta forma
a integral em (9) pode, no caso linear, ser avaliada exatamente por quadratura de Gauss-
Lobatto, resultando na expressão:
n 1
1)
R (n
j (c)   H i x ij1  R i  0 (10)
i0

3
EXEMPLO MOTIVADOR II

para j = 1, 2, ..., n, onde R i  R ( n 1) ( x i , c)

Onde: 0  x1  x 2   x n  1 são as n raízes de Pn1,1 ( x ) , x0=0 , xn+1=1 e verificando-se a


igualdade caso: f x, yu   f yx    0  1  yx , sendo  0 e 1 constantes .
As Eq. (10) dão origem a um sistema linear de n equações e n+2 incógnitas:
R 0 , R1 ,  , R n , R n 1 . Resolvendo este sistema em R1 , , R n , expressando-os em

termos de R 0 e R n 1 , tem-se:

R i  Vi,0  R 0  Vi,1  R n 1 para i =1, 2, ...,n (11)

H 0 H n 1 
 0 H n 1 
onde: V  G 1  P sendo: G i, j  H j  x ij1 , P   
   
 
 0 H n 1 

Se a Equação (11) for satisfeita, pode-se assegurar que todos os resíduos ponderados,

R (n)
j (c) , são aproximadamente nulos, sendo estes exatamente nulos se

f u , yu   f yu    0  1  yu , onde 0 e 1 são constantes.

Substituindo em (11), as expressões dos resíduos, m vista de:

dy ( n 1) ( x , c) n 1
d 2 y ( n 1) ( x, c) n 1
y ( n 1) ( x i )  y i ;   A i, j  y j e   B i, j  y j , tem-
dx
xi j 0 dx 2 xi j 0

n 1
se: R i  R ( n 1) ( x i , c)   Ci, j  y j  f x i , y i  , onde: Ci, j  A i, j    B i, j ,
j 0

e, rearranjando a expressão resultante, resulta:


n 1
 Ci, j  y j  f x i , y i   Vi,0  f x 0 , y 0   Vi,1  f x n 1 , y n 1   0 para i  1, 2,  (12)
j0

onde: Ci, j  C i, j  Vi,0  C i,0  Vi,1  C i, n 1

Além destas equações, tem-se, em vista de: y0  y ( n 1) ( x 0 )  y 0

4
EXEMPLO MOTIVADOR II

dy ( n 1) ( x , c) n 1
y1  y ( n 1) ( x n 1 )  y n 1
dy( x )
;    A 0, j  y j e
dx x  0 dx j 0
x 0 0

dy( x ) dy ( n 1) ( x , c) n 1
   A n 1, j  y j que substituídas em ( 2-a) e (2-b) dá
dx x 1 dx
x n 1 1 j  0

n 1 n 1
origem a:     A 0, j  y j  y n 1  1 e    A n 1, j  y j  0 resulta no sistema algébrico
j 0 j 0

não linear de n+2 equações e n+2 incógnitas [ y0, y1 , y2 , ....., yn , yn+1] :


 n 1
  
  A 0, j  y j  y 0  1
 j 0
 n  1

 C i, j  y j  f y i   Vi,0  f y 0   Vi,1  f y n 1   0 para i  1, 2, , n
 j 0

(13)
 n 1
 
 
 j  0
A n 1, j  y j  0

que pode ser resolvido pelo método de Newton-Raphson.


2-) Método de Galerkin
Neste caso:

 1  x  
x 1
R1(n 1) (c)  2
 1  2   R ( n 1) ( x, c)  dx  0
x 0

 1  x  
x 1
R 2(n 1) (c)  2
 x    R ( n 1) ( x, c)  dx  0
x 0 (14)
x 1
1)
R (n  1  x   x j 1  R ( n 1) ( x , c)  dx  0
2
j (c) 
x 0

para j = 3, ..., n
Quando a função: f x, yu   f yx    0  1  yx , sendo  0 e 1 constantes , o

resíduo R ( n 1) ( x , c) será uma função polinomial em x com o mesmo grau n+1 de

y ( n 1) ( x, c) . Desta forma, o integrando de (9) 1  x 2  x j 1  R ( n 1) ( x , c) , para n>2, será

5
EXEMPLO MOTIVADOR II

um polinômio em x de grau n+j+2 como j varia de 3 a n, o maior grau assumido por este
termo é: 2n+2. Desta forma a integral em (14) pode, no caso linear, ser avaliada
exatamente por quadratura de Gauss-Lobatto, até j igual a n-1, resultando na expressão:

 H i 1  x i 2  1  2  R i  0
n 1
R1(n 1) (c) 
i 0

 H i 1  x i 2  x i   R i  0
n 1
R 2(n 1) (c)  (15)
i0
n 1
R (n
j
1)
(c)   H i 1  x i 2  x ij1  R i  0 para j = 3, ..., n-1,
i 0

onde R i  R ( n 1) ( x i , c)
O último resíduo ponderado não pode ser computado pela aplicação direta do
método de quadratura de Gauss-Lobatto, pois o integrando é, neste caso,

1  x 2  x n 1  R (n 1) ( x, c) , um polinômio em x de grau 2n+2 cujo coeficiente de x2n+2


n 1 R
  j , onde:  j 
dp nodal ( x )
para j  0, 1,  , n, n  1 e
j
é:
j 0
dx xj

p nodal ( x )  x  x 0   x  x1    x  x n   x  x n 1   x  x  1  p (n1,1) x 

sendo: 0  x1  x 2   x n  1 as n raízes de Pn1,1 ( x ) , x0=0 , xn+1=1 .

 n 1 R 
( x , c)  
j  2 n  2
Assim: 1  x   x 2 n 1
R ( n 1)
 j  0  j 
x 
 

e
1


d 2n  2 1  x 2  x n 1  R ( n 1) ( x, c) 


n 1 R 
j

.
2n  2! dx 2n  2  j  0  j 
 
mas da expressão geral da quadratura de Gauss-Lobatto:
x 1 x 1
 
n 1
d 2n  2 f ( t )
 f x   dx    
Hj f x j 
1

2n  2! dt 2n  2
 
2
x  x  1  p (n1,1) x   dx , assim:
x 0 j 0 t   x 0

6
EXEMPLO MOTIVADOR II

x 1 n 1
R n(n 1) (c)   1  x 
2
x n 1
R ( n 1)
( x , c)  dx   H j  1  x j 2  x nj 1  R j 
x 0 j 0
.
 n 1 R  x 1
  
j
 j  0  j 
 x   x  1  p (1,1)
n  x 
2
 dx 
  x 0
Identificando:

1  x 0 2  x 0n 1  0 ; 1  x n 1 2  x nn 11  0 e
x 1

  2

x  1  x   p (n1,1) x   dx  C n(1,1) 
n!n  1!2  n  2! ,
2  n  2!2  n  3!
x 0

tem-se:
n  (1,1) 
C (1,1)
R n(n 1) (c)   n  R 0 
0 
2 n 1 C
C (1,1)

 H j  1  x j  x j  n   R j  n  R n 1  0
 j   n 1
j 1 

Deste modo, é possível representar os dois métodos na forma geral:


n 1
R i(n 1) (c)   G i, j R j  0 para i = 1, ..., n
(16)
j 0

onde R j  R ( n 1) ( x j , c)

Os elementos da matriz G são:


 Método dos Momentos

G i, j  H j  x ij1 para i= 1, 2,..., n

 Método de Galerkin

 
G1, j  H j  1  x j 2  1  2  
G 2, j  H j  1  x j
2
xj  
 
G i, j  H j  1  x j 2  x ij1 para i = 3, 4, ...., n-1

 
(1,1)
C
G n , j  H j  1  x j 2  x nj 1  n
 j

O sistema linear (16) pode ser resolvido em : R1 , R 2 ,  R n , resultando em:

7
EXEMPLO MOTIVADOR II

R i  Vi,0  R 0  Vi,1  R n 1 para i =1, 2, ...,n (17)

onde: V  Q 1  P

 G1,0 G1, n 1 
G G 2, n 1 
sendo: Q i, j  G i, j para i, j  1,  , n e P   
2,0
   
 
G n ,0 G n , n 1 

Resultando no sistema algébrico não linear de n+2 equações e n+2 incógnitas [ y0,
y1 , y2 , ....., yn , yn+1] :
 n 1

 Ci, j  y j  f x i , y i   Vi,0  f x 0 , y 0   Vi,1  f x n 1 , y n 1  para i  1, 2, , n
 j 0
 n 1

    A 0, j  y j  y 0  1 (18)
 j 0
 n 1
 
  A n 1, j  y j  0
 j  0

Onde: Ci, j  C i, j  Vi,0  C i,0  Vi,1  C i, n 1

que pode ser resolvido pelo método de Newton-Raphson.


2. Equações Diferenciais Parciais Parabólicas – o Método das Linhas
Estrutura Geral do Problema:

y( x, t ) y( x, t )  2 y( x , t ) (1)


    f x, yx, t 
t x x 2
no domínio : 0 < x < 1 e t >0.
Sujeita às condições :
 y( x, t ) (2-a)
CC1 : -   x  yx , t  x  0  y f t 
 x  0
Condições de contorno: 
CC2 :   y( x , t ) 0 (2-b)
 x x 1

para t>0

8
EXEMPLO MOTIVADOR II

Condição Inicial: yx , t  t  0  y inic x  para 0  x < 1 (2-c)

A aplicação do método da aproximação polinomial é no caso transiente análoga à do


caso estacionário, isto é: aplica-se a aproximação polinomial à variável y(x,t) na variável x
e a equação diferencial parcial original se transforma em um sistema de n equações
diferenciais ordinárias em t acoplado a duas equações algébricas relativas às condições de
contorno 1 e 2. Então a aproximação polinomial de grau n+1 em x de y(x,t) será:
n 1 (3)
y( x , t )  y ( n 1)
( x, t )    
 j x yj t 
j 0

Assim, identifica-se a expressão do resíduo por:

R ( n 1) ( x, y ) 
y ( n 1) ( x, y ) y ( n 1) ( x, y )
t

x

 2 y ( n 1) ( x, y )
x 2

 f x, y ( n 1) ( x, y )  (4)

dy i t  n 1
e de (3), tem-se: R i  R ( n 1)
(x i , y ) 
dt
 
C i, j  y j t   f x i , y i t 
j 0
onde: C i, j  A i, j    B i, j .
A aplicação do método do resíduo ponderado aplicado à aproximação polinomial
(3), dá origem ao sistema de equações algébrico diferenciais:
 dy t  dy t  dy t  n 1 
 i  Vi,0  0  Vi,1  n 1 
 dt dt dt
 C i, j  y j t  
j0

 f x i , y i t   Vi,0  f x 0 , y 0 t   Vi,1  f x n 1 , y n 1 t  para i  1, 2,  , n
 n 1 (5)

    A 0, j  y j t   y 0 t   1
 j0
 n 1
 
  A n 1, j  y j t   0
 j0


sujeito às condições iniciais: y i (0)  y inic x i  para i  0, 1,  , n, n  1

Onde: Ci, j  C i, j  Vi,0  C i,0  Vi,1  C i, n 1 e as demais matrizes envolvidas

expressas e/ou calculadas de formas análogas às apresentadas no caso estacionário.

9
EXEMPLO MOTIVADOR II

EXERCÍCIO DE TREINAMENTO
Resolver o problema (simulação da partida de um reator com dispersão axial e isotérmico):

y( x, t ) y( x, t )  2 y( x , t ) (1)


    f x, yx, t 
t x x 2
no domínio : 0 < x < 1 e t >0.
Sujeita às condições :
 y( x , t ) (2-a)
CC1 : -   x  y x , t  x  0  1
 x  0
Condições de contorno:  para t>0
CC2 :   y( x , t ) 0 (2-b)
 x x 1

Condição Inicial: yx, t  t  0  0 para 0  x < 1

(2-c)
Resolva seu problema por aproximação polinomial global, para diferentes valores do
parâmetro  (analise também os casos extremos: =0 e ).
Considere as duas formas de f(x,y):
 Da  yx , t  (caso linear!)
f x, yx, t   
Da  yx, t  (reação irreversível de ordem m  0)
m

e diferentes valores de Da (número de Damköhler: parâmetro positivo!) e m (ordem da


reação).
Verifique em que casos as oscilações nos perfis de concentração , advindos da
aproximação polinomial, são significativas.

10

Você também pode gostar