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Livro II do Código de Processo Civil

DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Título I – Da execução em Geral


- Capítulo I – Das Partes – Arts. 566 a 574
- Capítulo II – Da Competência – Arts. 575 a 580
- Capítulo III – Dos requisitos necessários para realizar
qualquer execução
• Seção I – Do inadimplemento do devedor – Arts. 580 a
582
• Seção II – Do título executivo – Arts. 585 a 587
- Capítulo IV – Da responsabilidade patrimonial – Arts.
591 a 597
- Capítulo V – Das disposições gerais – Arts. 598 a 601
Livro II do Código de Processo Civil
Do processo de execução
Título II – Das diversas espécies de Execução
- Capítulo I – Das Disposições Gerais – Arts. 612 a 620
- Capítulo II – Da Execução para a Entrega de Coisa
• Seção I – Da entrega de Coisa Certa – Arts. 621 a 628
• Seção II – Da entrega de Coisa Incerta – Arts. 629 a 631
- Capítulo III – Da Execução das Obrigações de Fazer e de
Não Fazer
• Seção I – Da Obrigação de Fazer – Arts. 632 a 638
• Seção II – Da Obrigação de Não Fazer – Arts. 642 e 643
• Seção III – Das disposições comuns às seções precedentes
Livro II do CPC - Do processo de execução
Título II – Das diversas espécies de Execução

- Capítulo IV – Da execução por Quantia Certa contra


Devedor Solvente
• Seção I – Da penhora, da avaliação e da expropriação de bens
Subseção I – Das disposições gerais – Arts. 646 a 651
Subseção II – Da citação do devedor e da indicação de bens
– Arts. 652 a 658
Subseção III – Da penhora e do depósito – Arts. 659 a 670
Subseção IV – Da penhora de créditos e de outros direitos
patrimoniais – Arts. 671 a 676
Subseção V – Da penhora, do depósito e da administração
de empresa e de outros estabelecimentos – Arts. 677 a 679
Subseção VI – Da avaliação – Arts. 680 a 685
Livro II do CPC - Do processo de execução
Título II – Das diversas espécies de Execução

Subseção VI–A – Da adjudicação – Arts. 685-A a 685-C


Subseção VII – Da alienação em hasta pública – Arts. 686 a
707
• Seção II – Do pagamento ao credor
Subseção I – Das disposições gerais – Art. 708
Subseção II – Da entrega do dinheiro – Arts. 709 a 713
Subseção III – Revogada
Subseção IV – Do usufruto de móvel ou imóvel – Art. 716 a
724
• Seção III – Da execução contra a Fazenda Pública – Arts. 730
e 731
Livro II do CPC - Do processo de execução
Título II – Das diversas espécies de Execução

- Capítulo V – Da execução de Prestação Alimentícia -


Arts. 732 a 735

Título III – Dos embargos do Devedor

- Capítulo I – Das disposições gerais – Arts. 736 a 740


- Capítulo II – Dos embargos à Execução contra a
Fazenda Pública – Arts. 741 a 743
- Capítulo III – Dos Embargos à Execução – Arts. 745 e 746
- Capítulo IV – Dos Embargos na Execução por Carta –
Art. 747
Livro II do CPC - Do processo de execução
Título IV – Da Execução por Quantia Certa contra
Devedor Insolvente

- Capítulo I – Da Insolvência - Arts. 748 a 753


- Capítulo II – Da Insolvência requerida pelo Credor – Arts. 754
a 758
- Capítulo III – Da Insolvência requerida pelo Devedor ou pelo
seu Espólio – Arts. 759 e 760
- Capítulo IV – Da declaração judicial de Insolvência – Arts. 761
e 762
- Capítulo V – Das atribuições do Administrador – Arts. 763 a
767
- Capítulo VI – Da verificação e da classificação dos Créditos –
Arts. 768 a 773
Livro II do CPC - Do processo de execução

Título IV – Da Execução por Quantia Certa contra Devedor


Insolvente

- Capítulo VII – Do saldo devedor – Arts. 774 a 776


- Capítulo VIII – Da extinção das obrigações – Arts. 777 a
782
- Capítulo IX – Das disposições gerais – Arts. 783 a 786-A

Título V – Da Remição – Revogado pela Lei 11.382/06


Título VI – Da Suspensão e da Extinção do Processo de
Execução
- Capítulo I – Da Suspensão – Arts. 791 a 793
- Capítulo II – Da Extinção – Arts. 794 e 795
Liquidação e Cumprimento de Sentença
no Procedimento Ordinário
- Do cumprimento da Sentença – Arts. 475-I a 475-R
- O cumprimento das sentenças condenatórias de
obrigação de fazer e não fazer e de entrega de coisa
continuaram sendo feitos na forma do art. 461 e 461-A.
- Mas a lei 11.232/2005 modificou a execução das
obrigações por quantia certa e passou a considerar todo
o procedimento, desde o aforamento da demanda até a
satisfação da execução, como um processo único.
- Os antigos processos de conhecimento, de liquidação e
de execução passaram a ser fases de um processo só.
Daí a denominação de processo sincrético, que
contém fases cognitivas e executivas.
- Da liquidação da Sentença – Arts. 475-A a 475-H
Com as alterações deixa de existir um processo de
liquidação autônomo. A lei 11.232/2005 revogou os
arts. 603 a 611 do CPC e passou a considerar a
liquidação como uma fase do processo sincrético.
O tema passou a ser tratado no livro referente ao
processo de conhecimento, e não mais no de
execução .
Com isso não há mais necessidade de citação do
devedor, bastando que haja intimação do advogado. A
liquidação deixou de ser julgada por sentença, mas por
decisão interlocutória, contra qual cabe agravo de
instrumento.
Deixou de existir, portanto, um
processo de execução por título judicial.
Ele já não existia para a entrega de coisa e
obrigação de fazer e não fazer fundada em
título judicial. Agora, não existe nenhum tipo
de execução por título judicial, nem mesmo
por quantia, como processo autônomo (salvo
a de sentença arbitral, penal condenatória
estrangeira).
Ela tornou-se uma fase do processo
sincrético e vem tratada no Capítulo “Do
cumprimento de sentença”, introduzido no
livro do Processo de Conhecimento.
Processo é o instrumento utilizado pelo Estado-Juiz para
realizar a função de prestar a tutela jurisdicional àqueles que
o procuram por meio do ajuizamento de uma ação, seja qual
for a natureza do conflito.
Enquanto o processo se apresenta como o método, o
instrumento pelo qual o Estado exerce a jurisdição, o
procedimento é a forma material pela qual o processo se
realiza em cada caso concreto.

Há três espécies de processos previstos no CPC:


1 - Processo Cautelar: que tem natureza auxiliar, buscando
preservar a situação de fato, a fim de garantir a efetividade do
processo de conhecimento. É um processo de cognição
sumária, envolvendo uma tutela de urgência, tendo como
pressuposto o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”.
2 - Processo de Conhecimento: constitui a atividade típica
da jurisdição, cujo objetivo é a formulação da norma jurídica
concreta que deve disciplinar determinada situação, bem
como, no caso de sentença positiva, a busca da efetiva
realização do direito, salvo quando se tratar de sentença
proferida em desfavor da Fazenda Pública e na hipótese de
dívida de alimentos, posto que nesses casos ainda é
necessário o ajuizamento de ação de natureza executiva (Arts.
730 a 735 do CPC).
3 – Processo de Execução: tem por objetivo modificar a
realidade, realizando o direito reconhecido pela lei (título
extrajudicial), normalmente por meio da expropriação de bens
do devedor. A Lei nº. 11.232/05 transformou o processo de
execução arrimado em título judicial em “fase” do processo de
conhecimento, que não mais termina com a sentença,
estendendo-se até a efetiva realização do direito.
Como já é sabido, o Livro I do CPC dedica-se à aplicação do
direito ao fato concreto. O Livro II trata do processo de
execução, onde não se busca elaborar o comando que
regulará os casos submetidos à apreciação judicial (como nos
processos de conhecimento), mas sim fazer atuar esse
comando, na busca do titular de um direito em satisfazer-se
sem a colaboração do devedor.
Em todas as formas de procedimentos executórios, a
execução deve buscar a satisfação do credor, atribuindo-lhe
aquilo que obteria caso tivesse havido o adimplemento da
obrigação.
Há situações em que a execução se inviabiliza, por razões
materiais (v.g., o perecimento da coisa, nas obrigações de dar), ou
pessoais (v.g., a recusa do devedor em realizar determinada prestação de
fazer, de caráter personalíssimo).
Inviabilizando-se a execução, não sendo possível obter resultados
equivalentes àqueles pretendidos, a obrigação será convertida em
indenização por perdas e danos.
A atividade executiva por ser:
• IMEDIATA: sem processo autônomo, o que pressupõe prévia
atividade cognitiva, sem a qual o direito não adquire a certeza
necessária para que se possa invadir, coercitivamente, o
patrimônio do devedor (título judicial), exceto sentença arbitral,
sentença estrangeira, sentença penal condenatória e Execução
contra a Fazenda Pública, que serão autônomas por não ter
havido previamente um processo civil no caso das primeiras três e
da última por força de lei).
• AUTÔNOMA: caso em que se dispensa do prévio processo de
conhecimento, porque a lei outorga eficácia executiva a certos
títulos, atribuindo-lhes a certeza necessária para desencadear o
processo de execução (título extrajudicial).
Para obter a satisfação do credor, o legislador faz uso de dois
tipos de mecanismos:

1) Os de COERÇÃO: o Estado-Juiz impõe meios de


pressão (v.g., a imposição de multa diária pelo atraso) para que
o próprio devedor cumpra a obrigação que lhe foi imposta;

2) Os de SUB-ROGAÇÃO: o Estado-Juiz substitui-se ao


devedor no cumprimento da obrigação (v.g., se o devedor não
paga, o Estado apreende os seus bens, vende em hasta pública e,
com o produto da venda, paga o credor).

As duas técnicas podem ser utilizadas tanto na execução


imediata como na autônoma.
Art. 585 do CPC Art. 475-N, do CPC
Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor
não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível,
consubstanciada em título executivo.

O artigo 580 do CPC estabelece, portanto, que toda


execução tem por base um título executivo, seja ele
judicial (imediata) ou extrajudicial (autônoma).

DEFINITIVA
Art. 475-I
EXECUÇÃO POR
TÍTULO JUDICIAL
PROVISÓRIA
Art. 475-0
EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL

DEFINITIVA - quando a
sentença transitou em julgado

PROVISÓRIA – quando a sentença


ainda aguarda julgamento de
recurso recebido apenas no efeito
devolutivo, bem como quando se
refere à execução das decisões de
antecipação de tutela
INTRODUTÓRIA

RECURSAL

PROBATÓRIA

EXECUÇÃO
CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA
DECISÓRIA
EXECUÇÃO POR TÍTULO
JUDICIAL

DEFINITIVA PROVISÓRIA
Art. 475-I Art. 475-0

Realiza-se através de autos


apartados (Carta de Sentença)
atendendo aos requisitos
Realiza-se nos
do art. 475-O, § 3º
autos principais

EXIGE CAUÇÃO
A principal diferença entre a Execução Definitiva e a
Provisória é que nesta há, em certos casos, a necessidade
do exeqüente prestar CAUÇÃO, visando garantir ao
executado (devedor) o ressarcimento, em caso de
modificação do julgado. A caução é exigida apenas em
3 situações:
 quando houver levantamento de dinheiro;
 pratica de atos que importem alienação de domínio;
 prática de atos dos quais possa resultar grave dano ao
executado.
A caução - que será fixada de ofício pelo Juiz e será
prestada nos próprios autos - será sempre dispensada se
o crédito for de natureza alimentar ou decorrente de ato
ilícito.
Se, no curso da execução provisória, sobrevier sentença
modificando ou anulando a que está sendo executada
provisoriamente, as coisas deverão ser restituídas ao
estado anterior.

Se a modificação ou anulação for parcial, somente nessa


parte ficará sem efeito a execução.

No caso de execução de alimentos, caso haja alteração


do julgado, o prejuízo do devedor será irreversível, tendo
em vista que os alimentos são, por natureza, irrepetíveis.
O legislador optou por proteger o sustento do
alimentando em detrimento do patrimônio do
alimentante.
OBRIGAÇÃO DE FAZER
Art. 461
TÍTULO
JUDICIAL
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Art. 461

EXECUÇÃO
OBRIGAÇÃO DE FAZER
Arts. 632 e ss.
TÍTULO
EXTRAJUDICIAL
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Art. 632 e ss.
TÍTULO OBRIGAÇÃO DE
JUDICIAL ENTREGA DE COISA
Art. 461-A

EXECUÇÃO

TÍTULO OBRIGAÇÃO DE
EXTRAJUDICIAL ENTREGA DE COISA
Art. 621 e ss.
TÍTULO OBRIGAÇÃO POR
JUDICIAL QUANTIA CERTA
Art. 475-I a 475-R

EXECUÇÃO

OBRIGAÇÃO POR
TÍTULO QUANTIA CERTA
EXTRAJUDICIAL

DEVEDOR DEVEDOR
SOLVENTE INSOLVENTE
Art. 646 e ss. Art. 748 e ss.
Princípios são normas jurídicas, escritas ou não, que
informam e guiam o sistema jurídico, servindo de
parâmetros tanto para o legislador como para os pensadores
do Direito, à medida que apresentam em prévio juízo de valor
sobre as normas jurídicas.

I – PRINCÍPIO DO TÍTULO: O processo executivo deve


necessariamente arrimar-se num título (art. 580 CPC), assim
reconhecido o documento que, segundo normas legais,
declara, ou reconhece, o direito do credor. Também a fase de
cumprimento de sentença – fase executiva do processo de
conhecimento – arrima-se necessariamente em um dos
títulos apontados no Art. 475-N do CPC.
II – PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE: Toda execução é
real, ou seja, só pode alcançar o patrimônio do devedor,
vedando-se a coerção pessoal por meio da prisão civil, salvo
nos casos expressamente autorizados pela Constituição
Federal:
Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e depositário infiel.
O processo executivo (título extrajudicial) e a
fase executiva do processo de conhecimento (título
judicial) visam, em regra, os bens presentes e
futuros do devedor (Art. 591 CPC), na chamada
“responsabilidade originária”.
De se ressaltar que a execução também pode
acabar por sujeitar o patrimônio de outras pessoas
que não figuram como devedoras, na chamada
“responsabilidade secundária”, por exemplo:
sucessor, sócio, cônjuge, terceiros que tenham
adquirido bens em fraude de execução (Arts. 592 e
593 CPC).
É interessante notar que tanto o STJ quanto o STF
entendem que se aplica o “Pacto de San Jose da Costa
Rica” o qual prevê que não cabe prisão ao depositário
infiel.
O entendimento foi pacificado no
final de 2008 pelo STF, que
reconheceu, por cinco votos a quatro, o
valor supralegal dos tratados de
direitos humanos já vigentes no Brasil
(RE 466.343-SP, j. 03.12.08). Nenhum
jurista no Brasil pode ignorar a
histórica decisão do de 03/12/2008,
data que tornou-se muito importante
não só porque acabou com a prisão
civil do depositário infiel, mas também
porque inaugurou um novo modelo de
Estado, de Direito e de Justiça: o
constitucional internacionalista.
Portanto, na atualidade a única hipótese de prisão
civil, no Direito brasileiro, é a do devedor de
alimentos.
O Pacto de São José da Costa Rica, entendido como um
tratado internacional em matéria de direitos humanos,
expressamente, só admite, no seu bojo, a possibilidade
de prisão civil do devedor de alimentos e,
consequentemente, não admite mais a possibilidade de
prisão civil do depositário infiel.
III – PRINCÍPIO DA UTILIDADE E DA SATISFAÇÃO: Por
força deste princípio os atos executivos não podem ser usados
como simples forma de castigar o devedor (art. 620 CPC), sem
que apresentem, efetivamente, qualquer vantagem ao credor,
devendo, ademais, se limitarem ao quanto necessário para a
satisfação do crédito (Art. 653 CPC).
IV – PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE: O credor tem a
faculdade de desistir de toda a execução, seja ela provisória
ou definitiva, ou de apenas algumas medidas executivas (Art.
569 CPC), independentemente da concordância ou não do
devedor. No caso de terem sido interpostos embargos, estes
serão extintos se versarem apenas sobre questões
processuais, pagando o credor as custas e os honorários
advocatícios. Nos demais casos, a extinção dos embargos
dependerá da concordância do embargante.
EMBARGOS? A lei processual civil garante aos
executados o direito de resistir à execução, a fim de
defenderem seus alegados direitos. É uma ação
incidental.
V – PRINCÍPIO DO EXATO ADIMPLEMENTO: A execução
faz-se no interesse do credor (Art. 612 CPC), e deve garantir-
lhe o mesmo resultado que decorreria do adimplemento da
obrigação, ressalvada a excepcional conversão em pecúnia.
Desta forma, a execução não atingirá o patrimônio do
devedor, senão naquilo que for necessário para a satisfação
do credor.
Art. 659. A penhora deverá incidir em tantos bens
quantos bastem para o pagamento do principal
atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.
Art. 692. (...)
Parágrafo único. Será suspensa a arrematação logo que
o produto da alienação dos bens bastar para o
pagamento do credor.
VI – PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE: A execução
faz-se, como vimos, no interesse do credor; porém, quando
por vários meios puder ser obtida a satisfação do credor, o
Juiz mandará que a execução se faça do modo menos
gravoso ao devedor. Com isso, evitam-se gravames
desnecessários, quando o credor tem outros meios para
tornar concretos os seus direitos.

Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a


execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos
gravoso para o devedor.
VII – PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE DO
DEVEDOR: Incumbe ao devedor a responsabilidade pelas
custas, despesas do processo e honorários de advogado.
Assim, as despesas com edital, seja o de citação, seja o de
intimação, seja o que precede às hastas públicas, com
avaliação de bens e todas as outras que se fizerem
necessárias ao bom andamento da execução, serão
carreadas ao devedor.
É freqüente que o credor tenha de antecipar o pagamento
de tais despesas, sob pena de não haver como prosseguir a
execução. No entanto, feita a antecipação, as despesas
serão incluídas no débito e suportadas pelo devedor.
VIII – PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: Controversa a
incidência do princípio do contraditório no processo de
execução. Inequívoco, porém, que é aplicável, todavia com
características peculiares, adequado a tais circunstâncias.
A doutrina vigente é no sentido da não aplicação do
Princípio do Contraditório, baseando seu entendimento
no fato de não haver julgamento de mérito na execução,
tal como ocorre no processo de conhecimento.
Todavia, a própria CF/88 (Art. 5º, LV) garantiu a adoção do
contraditório em todos os processos judiciais, sem fazer
qualquer ressalva.
Há autores que entendem haver mérito na execução, já que
há, neste procedimento, uma pretensão formulada em juízo,
que visa a satisfação do credor. Por certo não haverá um
julgamento de mérito, posto que a pretensão executiva não
estará sujeita a uma sentença de acertamento.
PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS
Para o estabelecimento válido da relação jurídica processual
são necessários alguns pressupostos, os quais a doutrina
dominante divide em:
1. Pressupostos de Existência: que demandam seja o
processo iniciado por meio de petição inicial, distribuída ou
protocolada perante o órgão do Poder Judiciário, que é
quem tem jurisdição, e, por fim, a citação válida do réu, o
que completa a relação jurídica processual.

2. Pressupostos de Validade: que dividem-se em


subjetivos (juiz competente e imparcial, partes capazes
representadas por advogados ou pelo MP), e objetivos
(inexistência de fatos impeditivos e a subordinação às
normas legais)
O processo de execução, e a fase de execução do
processo de conhecimento, além de estarem sujeitos
aos pressupostos gerais do direito processual civil e às
condições da ação, possuem dois PRESSUPOSTOS
ESPECÍFICOS, ou, como preferem alguns
doutrinadores, REQUISITOS NECESSÁRIOS, quais
sejam:

1. inadimplência do devedor;
2. existência de título executivo.
CREDOR DEVEDOR

EXEQÜENTE EXECUTADO
LEGITIMIDADE ATIVA – Regra geral, a execução há
que ser promovida por quem figure como credor no
título executivo.
Art. 566. Podem promover a execução forçada:

I - o credor a quem a lei confere título executivo;

II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.

O MP poderá atuar no processo de execução como parte


sempre que lhe é dado promover a execução de sentença
condenatória.
LEGITIMIDADE ATIVA
Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir:

I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por


morte deste, Ihes for transmitido o direito resultante do título executivo;

II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi


transferido por ato entre vivos (art. 286 do CC/02);

III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional


(aquele que paga dívida alheia, assumindo todos os direitos, ações e privilégios
que eram atribuídos ao credor)

Este dispositivo elenca situações em que é atribuída


legitimidade ativa a pessoas que não participaram da
formação do título, mas tornaram-se sucessoras do
credor, por ato “inter vivos” ou “causa mortis”.
LEGITIMIDADE PASSIVA
Art. 568. São sujeitos passivos na execução:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador judicial;
V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria.
O fiador extrajudicial pode ser executado diretamente, em
virtude do contrato de fiança, que é título executivo
extrajudicial.
Já o fiador judicial pode ser executado não em virtude do
contrato (na fiança judicial não há contrato), mas por ter ele,
em conseqüência de um ato processual, garantido a obrigação
de uma das partes, mesmo não figurando no título exeqüendo.
O mesmo vale para o responsável tributário.
LITISCONSÓRCIO EM PROCESSO DE EXECUÇÃO
É sempre admissível, tanto o ativo quanto o passivo. No
entanto ele será sempre o facultativo.

Relembrando, o Litisconsórcio pode ser classificado


quanto a sua posição processual como:

 ativo - quando há mais de um autor contra um


réu;
 passivo - quando há mais de um réu
defendendo-se de um autor;
 misto - quando há mais de um autor e mais de
um réu.
LITISCONSÓRCIO EM PROCESSO DE EXECUÇÃO
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
a) entre elas houver comunhão de direitos ou de
obrigações relativamente à lide;
b) os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo
fundamento de fato ou de direito;
c) entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela
causa de pedir, e
d) ocorrer afinidade de questões por um ponto comum
de fato ou de direito.
LITISCONSÓRCIO EM PROCESSO DE EXECUÇÃO
O litisconsórcio será sempre facultativo pois, ainda que sejam
numerosos os credores, cada um poderá, livremente, executar
a parte que lhe caiba, ou até a totalidade da dívida, na
hipótese de solidariedade ativa. Mas não se pode obrigar a
totalidade dos credores a demandar conjuntamente.

Não se admite, no processo ou na fase de execução,


qualquer das formas de intervenção de terceiro (Arts. 77 a 80 -
assistência, a oposição, a nomeação à autoria, a denunciação da lide e o
chamamento ao processo).

Ainda que tenha havido essa intervenção no processo de


conhecimento, ela não se estenderá à execução. Nem mesmo a
assistência – que tem sido aceita nos embargos do devedor – é
compatível com o processo de execução.

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