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2019.2
Morfologia e Sistemática
Vegetal (Agronomia)
2
3
Páginas:
BioTEN
[http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/6714630515708375]
Curriculum Vitae
[http://lattes.cnpq.br/5210251257399274]
[https://ufpi.academia.edu/albertojorgecastro]
[https://www.researchgate.net/profile/Antonio_Farias_Castro]
4
Roteiros
(Teóricos e Práticos) e Outros
Materiais Instrucionais
(Engenharia Agronômica: Período Letivo 2019.2)
Ano 40 (1979-2019)
6
Citação Bibliográfica:
Fotografia da Capa:
1
Código: DBI0007. Período Letivo: 2019.2 - T01/P01. Disciplina Obrigatória.
7
CONTEÚDO
ROTEIROS INFORMATIVOS
ROTEIROS TEÓRICOS
ROTEIROS PRÁTICOS
2
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do
Brasil. 1. vol. Editora Plantarum, 7. ed. São Paulo, 2016. 384 p., LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual
de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. vol. Editora Plantarum, 4. ed. São
Paulo, 2016. 384 p. e LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. 3. vol. Editora Plantarum, 2. ed. São Paulo, 2016. 384 p.
8
TEXTOS
3
DORNELLES, J. E. F. O início. In: BARBIERI, R. L.; STUMPF, E. R. T. (Eds. Técnicos). Origem e evolução de
plantas cultivadas. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2008. p. 23-36.
4
SERENO, M. J. C. de M.; WIETHÖLTER, P.; TERRA, T. de F. Domesticação das plantas. In: BARBIERI, R. L.;
STUMPF, E. R. T. (Eds. Técnicos). Origem e evolução de plantas cultivadas. Brasília: EMBRAPA Informação
Tecnológica, 2008. p. 39-58.
9
A. PRIMEIRA MENSAGEM
APRESENTAÇÃO
Fábio LISBOA 5
A experiência da leitura de Rubem Alves pode nos despertar para experiências cotidianas tanto
menos indiferentes, desérticas, embotadas e solitárias, quanto mais enriquecedoras, cheias de vida,
emotivas e solidárias. O autor nos convida a olhar o mundo com os olhos do outro. A sermos mais
empáticos. Menos frios. A enxergar a história do outro, mesmo que seja triste.
Vistas por este prisma, narrativas podem mesmo iluminar quem está na escuridão? Podem ensinar
algo a quem não quer nem saber? Acredito, como Rubem Alves, que as palavras podem, sim, ser
capazes de alegrar e trazer a primavera até para as areias e gelo... E quando isso acontece...
Rubem ALVES 7
"Se te perguntarem quem era essa que às areias e aos gelos quis ensinar a primavera…":
é assim que Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar primavera às areias e aos
gelos é coisa difícil. Gelos e areias nada sabem sobre primaveras... Pois eu desejaria
saber ensinar a solidariedade a quem nada sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas
como ensiná-la?
5
Contador de Histórias. Autor e Palestrante.
6
http://www.contarhistorias.com.br/2014/07/rubem-alves-empatia-e-assim-que.html.
7
Rubem Azevedo Alves (1933-2014) foi um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, autor de
livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis. É considerado um dos maiores pedagogos brasileiros de
todos os tempos. Foi professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
10
Seria possível ensinar a beleza de uma sonata de Mozart a um surdo? Como, se ele não
ouve? E poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um cego? De que pedagogia irei
me valer para comunicar cores e formas a quem não vê? Há coisas que não podem ser
ensinadas. Há coisas que estão além das palavras. Os cientistas, os filósofos e os
professores são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que podem ser ensinadas.
Coisas que são ensinadas são aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade muitas
coisas podem ser ditas. Por exemplo: eu acho possível desenvolver uma psicologia da
solidariedade. Acho também possível desenvolver uma sociologia da solidariedade. E,
filosoficamente, uma ética da solidariedade… Mas, os saberes científicos e filosóficos da
solidariedade não ensinam a solidariedade, da mesma forma como a crítica da música e
da pintura não ensina às pessoas a beleza da música e da pintura. A solidariedade, como
a beleza, é inefável (indescritível) (o ACRÉSCIMO é nosso) – está além das palavras.
Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros engaioláveis. Os saberes, todos eles, são
pássaros engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que não pode ser engaiolado.
Ela não pode ser dita. A solidariedade pertence a uma classe de pássaros que só existem
em vôo. Engaiolados, esses pássaros morrem.
A beleza é um desses pássaros. A beleza está além das palavras. Walt Whitman tinha a
consciência disso quando disse: "Sermões e lógicas jamais convencem. O peso da noite
cala bem mais fundo a alma…". Ele conhecia os limites das suas próprias palavras. E
Fernando Pessoa sabia que aquilo que o poeta quer comunicar não se encontra nas
palavras que ele diz; antes, aparece nos espaços vazios que se abrem entre elas, as
palavras. Nesse espaço vazio se ouve uma música. Mas essa música – de onde vem se
ela não foi o poeta que a tocou?
Não é possível fazer uma prova sobre a beleza porque ela não é um conhecimento.
Tampouco é possível comandar a emoção diante da beleza. Somente atos podem ser
comandados. "Ordinário! Marche!" (o GRIFO é nosso), o sargento ordena. Os recrutas
obedecem. Marcham. À ordem segue-se o ato. Mas sentimos que não podem ser
comandados. Não posso ordenar que alguém sinta a beleza que estou sentindo.
O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia, física,
química, gramática, anatomia, números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora. Coisas que moram dentro do corpo. Estão
enterradas na carne, como se fossem sementes à espera…
Sim, sim! Imagine isso: o corpo como um grande canteiro! Nele se encontram,
adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes – lembre-se da história
da Bela Adormecida! Elas poderão acordar, brotar. Mas poderão também não brotar.
Tudo depende… As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra. E também
pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas… De fato, muitas plantas
precisam ser arrancadas, antes que cresçam. Nos jardins há pragas: tiriricas, picões…
11
Já disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna mais
humanos. É um sentimento estranho, que perturba nossos próprios sentimentos. A
solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro.
Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede que
eu compre um pacotinho de suas balas. Eu e a criança – dois corpos separados e distintos.
Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está
sentindo. E então, por uma magia inexplicável esse sentimento imaginado se aloja junto
aos meus próprios sentimentos. Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha,
no meu carro, com sentimentos leves e alegres, e agora esse novo sentimento se coloca
no lugar deles. O que sinto não são meus sentimentos. Foram-se a leveza e a alegria que
me faziam cantar. Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim.
Meu corpo sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre.
Expande-se. Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo.
Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por
mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela
solidariedade. Acho que esse é o sentido do dito de Jesus de que temos de amar
o próximo como amamos a nós mesmos. A solidariedade é uma forma visível do
amor. Pela magia do sentimento de solidariedade, meu corpo passa a ser morada de
outro. É assim que acontece a bondade.
Mas fica pendente a pergunta inicial: como ensinar primavera a gelos e areias? Para isso
as palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário fazer nascer ipês no meio dos
gelos e das areias! E eu só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra dos
poetas. Ensinar solidariedade? Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas igrejas,
nas escolas, nas empresas, nas casas, na televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e,
principalmente, na solidão…
B. OUTRA MENSAGEM
É necessário que sejam conhecidos os estoques dos vários hábitats naturais e dos
modificados existentes no Brasil, de forma a desenvolver uma abordagem equilibrada
entre conservação e utilização sustentável da diversidade biológica, considerando o modo
de vida das populações locais.
Como resultado das pressões da ocupação humana na zona costeira, a Mata Atlântica,
por exemplo, ficou reduzida a aproximadamente 7% de sua vegetação original. Na
periferia da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são encontradas áreas com mais de
500 espécies de plantas por hectare, muitas dessas são árvores de grande porte, ainda
não descritas pela ciência.
8
http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-global/impactos.
9
Cuidado com o MATOPIBA!
13
10
Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner (1924-2000). https://www.embrapa.br/johanna-dobereiner.
14
C. REFLEXÃO
D. PROFESSOR
RESUMO 11
11
Texto Inicial do Currículo Lattes (CNPq). Acessar em: lattes.cnpq.br/5210251257399274.
15
E. PRIMEIROS COMENTÁRIOS
12
Morfoespécie: Um grupo de organismos que difere em algum aspecto morfológico de todos os outros
grupos. Utilizado em estudos ecológicos quando ainda não é possível a identificação (determinação) da
espécie.
17
F. EMENTA
G. OBJETIVOS GERAIS
H. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Treinar o manuseio com chaves analíticas, bem como o uso de bibliografia geral e
específica, e a utilização de equipamentos.
I. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução ao Curso
2. Empatia: É assim que acontece a Bondade (Mensagem de Abertura)
3. Impactos sobre a Biodiversidade (Outra Mensagem)
4. A Beleza das Coisas está na Beleza dos Olhos de quem as Enxerga (Palestra)
5. Comentários sobre a Taxonomia Biológica (Roteiro Teórico Nº 1)
6. Revisão de Morfologia Vegetal para Sistemática Vegetal (Slides)
19
K. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO
1ª Avaliação (Teórica):
Roteiros Teóricos
INDIVIDUAL sem consulta 17/09/2019
1, 2 e 3
em Sala de Aula
Roteiros Teóricos
2ª Avaliação (Teórica):
4, 5, 6 e 7 +
INDIVIDUAL ou COLETIVA
29/10/2019 Famílias BOTÂNICAS
com consulta em Sala de
indicadas
Aula
(ou outros, a combinar)
Capítulo de Morfologia
do LIVRO (AGAREZ et.
3ª Avaliação (Teórica): Al. 1994, p.18-46, por
COLETIVA sem consulta exemplo) (Morfologia) +
em Sala de Aula, mas com 26/11/2019 Noções de Morfologia
diálogo entre os membros do Vegetal para
GRUPO. MORFOLOGIA. Sistemática Vegetal
(slides) e Aulas
Práticas de Laboratório
Revisão de Morfologia
4ª Avaliação (Prática):
Vegetal para
INDIVIDUAL com consulta
Sistemática de
em Sala de Aula/
Fanerógamas
Laboratório, mas
29/11/2019 (slides) +
REPRESENTATIVA por
Roteiros Práticos:
sorteio do
Famílias BOTÂNICAS
Líder/Representante do
examinadas, de
Grupo, de preferência
preferência
13
Constantes no CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (ASSUNTOS e Roteiros).
21
Conclusão.
Roteiros Teóricos
5ª Avaliação (Teórica) 14
:
(a combinar) +
INDIVIDUAL sem consulta
10/12/2019 Roteiros Práticos +
em Sala de Aula, de
Famílias BOTÂNICAS
preferência
examinadas
L. OBSERVAÇÕES
FAMÍLIAS BOTÂNICAS
Anacardiaceae Lecythidaceae
Annonaceae Lythraceae
Apocynaceae Malpighiaceae
Asclepiadaceae 16 Malvaceae
Asteraceae (Compositae) Mimosaceae 17
Bignoniaceae Myrtaceae
Bombacaceae 18 Nyctaginaceae
Boraginaceae Papilionaceae 19
Caesalpiniaceae 20 Passifloraceae
Caricaceae Polygonaceae
Combretaceae Rubiaceae
Convolvulaceae Solanaceae
Cucurbitaceae Sterculiaceae 21
14
AVALIAÇÃO FINAL e/ou Avaliação de Recuperação.
15
Conforme a oferta de material reprodutivo durante o período de aulas práticas, outras Famílias
Botânicas poderão ser incluídas.
16
Apocynaceae no APG III.
17
Leguminosae Mimosoideae ou Fabaceae Mimosoideae.
18
Malvaceae no APG III-IV.
19
Leguminosae Papilionoideae ou Fabaceae Papilionoideae.
20
Leguminosae Caesalpinioideae/Cercioideae ou Fabaceae Caesalpinioideae/Cercioideae.
21
Malvaceae no APG III-IV.
22
Conclusão.
FAMÍLIAS BOTÂNICAS
Euphorbiaceae Turneraceae 22
Lamiaceae (Labiatae) Verbenaceae
22
Passifloraceae no APG III-IV.
23
Principalmente um de chaves analíticas e um de descrição de famílias botânicas. Um dicionário de
botânica é altamente recomendável.
24
Mesmo que através de reprografia (xerografia). Eventuais penalidades legais por causa do uso indevido de
cópias ilegais é de responsabilidade exclusiva do aluno(a).
25
Com agulhas hipodérmicas descartáveis 25 x 0,7 mm (25 x 7), 25 x 0,9-1,0 mm (25 x 9), por exemplo.
23
M. BIBLIOGRAFIA 26
1. Chaves Analíticas
26
Durante o desenvolvimento da Disciplina outras referências poderão ser indicadas. As referências
hachuradas são indispensáveis (obrigatórias).
24
2. Dicionários
27
Instituto PLANTARUM: http://www.plantarum.com.br/.
25
3. Descrição de Famílias
28
Deveria ser "determinação botânica".
29
Instituto PLANTARUM: http://www.plantarum.com.br/.
29
4. Textos Básicos
McNEILL, J.; BARRIE, F. R.; BUCK, E. R.; DEMOULIN, V.; GREUTER, E.;
HAWKSWORTH, D. L.; HERENDEEN, P. S.; KNAPP, S.; MARHOLD, K.; PRADO,
Jefferson 30; PRUD’HOMME van REINE, E. F.; SMITH, G. F.; WIERSEMA, J. H.;
TURLAND, N. J. (Orgs.). Código Internacional de Nomenclatura para
algas, fungos e plantas (código de Melbourne). (Tradução: Carlos E. de M.
Bicudo e Jefferson Prado). São Paulo: IBt/IAPT/SBSP, 2012. 244 p. ISBN 978-
85-7656-290-0-2013.
30
Jefferson Prado [Pesquisador Científico VI do Instituto de Botânica do Estado de São Paulo,
Pesquisador Associado do The New York Botanical Garden (Institute of Systematic Botany) e Membro
Adjunto University of North Carolina, ambas dos EUA. Área: Taxonomia e Filogenia de Samambaias e
Licófitas].
30
4. Herbário
6. Morfologia
7. Outros
CRONOGRAMA 31 2019.2
1ª Semana
(Mensagem de Abertura) 0
13.08 N Impactos sobre a Biodiversidade 35
(Outra Mensagem) 0
16.08 N 36
Feriado 37
0
2ª Semana
31
Terças (Sala 04, 10 às 12 horas) e sextas (Sala 00 ou Laboratório de Ensino 04, 08 às 12 horas).
32
Horas de aula por Assunto Previsto.
33
Aula teórica.
34
http://www.contarhistorias.com.br/2014/07/rubem-alves-empatia-e-assim-que.html.
35
http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-global/impactos.
36
Sem computação de carga-horária.
37
Aniversário de Teresina: 167 anos.
38
Palestra apresentada na Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes (AILCA), em 17/01/2018, na
qual sou integrante como ACADÊMICO CORRESPONDENTE.
39
Aula prática em Sala de Aula.
36
Continuação.
3ª Semana
4ª Semana
5ª Semana
10.09 T Espécie 2
13.09 P Morfologia Vegetal para a Sistemática Vegetal
(Instruções I) 4
6ª Semana
7ª Semana
8ª Semana
40
1ª Avaliação: Taxonomia Vegetal (Teórica). Avaliação INDIVIDUAL sem consulta em Sala de Aula.
41
Aula prática em Laboratório de Ensino.
37
Continuação.
9ª Semana
10ª Semana
15.10 N Feriado 43 0
18.10 P Exame de Material Botânico (5ª Família) 4
11ª Semana
12ª Semana
13ª Semana
42
Exercício de Percepção da Biodiversidade (Campus da Ininga).
43
Dia do Professor.
44
2ª Avaliação: Taxonomia Vegetal (Teórica). Avaliação INDIVIDUAL ou COLETIVA com consulta em Sala
de Aula.
38
Continuação.
14ª Semana
15ª Semana
16ª Semana
17ª Semana
45
Feriado da Proclamação da República.
46
3ª Avaliação: Morfologia Vegetal para a Sistemática Vegetal (Teórica). Avaliação COLETIVA
sem consulta em Sala de Aula, mas com diálogo entre os membros do GRUPO.
47
AZANI, Nasim et al. A new subfamily classification of the Leguminosae based on a taxonomically
comprehensive phylogeny. Taxon 66 (1): 44-77, 2017.
48
The Legume Phylogeny Working Group (LPWG).
49
4ª Avaliação: Sistemática Vegetal (Prática). Avaliação INDIVIDUAL com consulta em Sala de
Aula/Laboratório, mas REPRESENTATIVA por sorteio do Líder/Representante do Grupo, de preferência.
50
Optativa. 4ª Avaliação: Sistemática Vegetal (Prática). Avaliação INDIVIDUAL com consulta em
Sala de Aula/Laboratório, mas REPRESENTATIVA por sorteio do Líder/Representante do Grupo,
de preferência. Avaliação de Recuperação.
39
Conclusão.
18ª Semana
e Avaliação do Professor 54 0
10.12 N Avaliação Final 55 e/ou Avaliação de Segunda
Chamada 56 e/ou Avaliação de Recuperação 57 0
11.12 N Final do Período Letivo 2019.2 0
51
DORNELLES, J. E. F. O início. In: BARBIERI, R. L.; STUMPF, E. R. T. (Eds. Técnicos). Origem e evolução de
plantas cultivadas. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2008. p. 23-36 e SERENO, M. J. C. de M.;
WIETHÖLTER, P.; TERRA, T. de F. Domesticação das plantas. In: BARBIERI, R. L.; STUMPF, E. R. T. (Eds.
Técnicos). Origem e evolução de plantas cultivadas. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2008.
p. 39-58.
52
Avaliação do aluno pelo próprio aluno.
53
Avaliação da disciplina pelo aluno.
54
Avaliação do professor pelo aluno.
55
5ª Avaliação: Sistemática Vegetal (Teórica): Exame Final. Avaliação INDIVIDUAL sem consulta em
Sala de Aula.
56
Para substituir apenas uma AVALIAÇÃO (não realizada).
57
Para incrementar o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA).
40
41
1. Introdução
5. Oportunidades
7. Um pouco de história
8. Atividades
47
1. Sistemas
a. Artificial
- Classificam os organismos de acordo com as conveniências
práticas, portanto, arbitrário, baseando-se em um ou poucos
caracteres
→ Praticidade
→ Classificação rápida e fácil de ser realizada
→ Utilização do mínimo possível de caracteres, objetivos e
de fácil detecção
b. Natural
- Refletem a situação tal como se crê existir na natureza,
utilizando-se de todos os elementos disponíveis, mas ainda sob a
luz do FIXISMO
→ Fenético. Agrupamento de organismos de acordo com a
sua máxima semelhança global
→ Utilização do maior número possível de caracteres, porém
sem ponderação
c. Filogenético
- Os organismos são classificados de acordo com a sua
sequência evolutiva, refletindo relações genéticas,
possibilitando determinar a priori os antepassados ou os
descendentes de qualquer táxon (quando existem)
48
d. Filogenéticos atuais
- Aproximação de um objetivo
→ Procurando inferir a origem e o relacionamento
evolutivo dos grupos
→ Utilização de caracteres derivados para reconhecimento
de ancestrais comuns
- Mistos (dados naturais e filogenéticos)
- Hábitos
→ Árvores
→ Arbustos
→ Subarbustos
→ Ervas
- Anuais
- Bianuais
- Perenes
- Inflorescências
→ Centrípetas (Indefinidas)
→ Centrífugas (Definidas)
49
- Aplicou a teleologia
→ Aristotélico (conclusões baseadas mais na razão do que
na observação)
→ Conjunto de especulações aplicadas à noção de
finalidade
→ Folhas se formavam com a finalidade de proteger as
gemas, flores e frutos
→ Negou a existência de sexos nas flores
→ Considerou a medula do caule das dicotiledôneas
homóloga à espinha dorsal dos vertebrados
- Critérios
→ Hábito
- Árvores
- Ervas
→ Tipos de frutos e sementes
→ Posição do ovário
- Súpero
- Ínfero
→ Número de lóculos
→ Ausência ou presença de bulbos
→ Sucos (seiva)
- Aquoso
- Leitoso
→ Publicação: "De Plantis"
51
52
- Hábito
→ Árvores
→ Ervas
- Presença ou ausência de pétalas
- Flores
→ Simples (Solitárias)
→ Compostas (Inflorescências)
→ Regulares (Actinomorfas)
→ Irregulares (Zigomorfas)
- Deu uma definição à categoria de gênero
→ Menor unidade prática de classificação (e as espécies
como variantes do gênero)
- Nomes genéricos validados: Salix, Populus, Fagus,
Betula, Lathyrus, Acer, Verbena e outros
b. Importância de LINEU
- Ponto de partida (caracteres sexuais: menor plasticidade)
- Caracteres numéricos (quantitativos)
- Qualidade das investigações realizadas
- Publicações: "Species Plantarum" e outras
- Entusiasmo que incutiu nos seus discípulos
54
55
- Reino Vegetal
→ Talófitas
→ Cormófitas
- Publicação: "Genera Plantarum" (com 6.835 gêneros)
56
- Reino Vegetal
→ Phanerogamae
→ Cryptogamae
- Pteridophyta
→ Equisetinae
→ Lycopodinae
→ Filicinae
- Phanerogamae
→ Angiospermae
→ Gimnospermae
58
Presente ainda em vários LIVROS do Ensico Médio e provas de seleção para ingresso nas Faculdades,
Centros Universitários eUniversidades Públicas e Privadas.
60
- Ideias
→ A evolução tanto pode ser uma progressão como
regressão de caracteres
→ A evolução não abrange todos os órgãos ao mesmo
tempo
→ De um modo geral temos os caracteres mais primitivos e
evoluídos, com relação:
● Ao hábito (porte)
● À estrutura do vegetal
● Às flores, frutos e sementes
→ Equisetophyta
→ Polyopodiophyta
→ Pinophyta (Gimnospermas)
→ Magnoliophyta (Angiospermas)
- Magnoliophyta
→ Magnoliatae (Dicotiledôneas) ou Magnoliopsida
→ Liliatae (Monocotiledôneas) ou Liliopsida
- Magnoliopsida
→ Magnoliidae
→ Hamamelidae
→ Caryophyllidae
→ Dilleniidae
→ Rosidae
→ Asteridae
- Liliopsida
→ Alismatidae
→ Arecidae
→ Commelinidae
→ Zingiberidae
→ Liliidae
- Consideraram
→ Estrutura do grão de pólen
→ Embrião
→ Número de cromossomos
→ Tubos laticíferos
→ Endosperma
→ Composição química
→ Morfologia dos orgãos reprodutores
63
(1981) (1988)
k. Favio González
a. APG I (1998)
b. APG II (2003)
c. APG III (2009)
d. APG IV (2016)
e. Base de Dados
- Morfologia
- Sequências de rRNA (genes 18S -- 1800bp-e 26S -- 3300bp)
- Sequências de rbcL, matK e ndhF (genes exclusivos das
plantas, presentes no DNA dos cloroplastos)
- Sequências de atpB (responsável pela síntese de ATP)
8. Atividades
65
ESPÉCIE 2019.2
1. Leituras Preliminares
Ciência e Religião
A ciência moderna mostrou que é possível dispensar o primitivo conceito de Deus que
age sobre a natureza como um deus ex-machina 59. Esse fato, no entanto, não faz da
ciência um substituto da religião e nem elimina Deus da problemática humana. Muito
menos o exclui de qualquer preocupação filosófica sobre a origem do cosmo e sobre as
razões da evolução da matéria em direção a complexidades crescentes (evolução
química, evolução biológica, evolução psicossocial).
Ciência e religião, apesar de terem, em suas periferias, algumas áreas imbricantes, atuam
em planos diversos: a primeira deve descrever e interpretar certos fatos do mundo,
enquanto à segunda cabe dar sentido à vida em função de sua dimensão transcendente.
Há uma frase de Ludwig Wittgenstein (1889-1951) que define bem essa diferença,
ainda que seu autor não tivesse a intenção de a ela se reportar: "... mesmo que todas
as possíveis questões científicas fossem (sejam) respondidas, nossos
problemas vitais não teriam sido tocados".
Só pode haver oposição entre ciência e religião se houver uma espúria deturpação de
domínios por parte de pessoas incapazes de reconhecer os verdadeiros limites das
respectivas áreas. São essas pessoas que, de um lado ou de outro, extrapolam do que
se sabe ou se crê saber para opinar sobre o que sua explicação não alcança.
59
Um Deus por meio de uma máquina...
66
Se algum grupo religioso passa a negar teorias científicas com base em interpretações
"religiosas", correntes em seu meio, estará tomando uma indevida posição anticientífica;
se, por outro lado, algum grupo de cientistas, na base do que sabe ou pretende saber,
faz a mesma coisa em relação ao domínio estritamente religioso, estará adotando, da
mesma forma, o posicionamento oposto (anti-religioso), igualmente indevido. Em ambos
os casos, surge uma desnecessária controvérsia.
(...)
Para defender sua ideia, Gould usa um princípio que chama de MNI (magistérios não-
interferentes). Segundo ele, esse conceito permite que ciência e religião coexistam
pacificamente. Para isso, basta que cada uma reconheça seu próprio terreno e que ambas
se respeitem mutuamente. Além disso, a consciência de que respostas às grandes
dúvidas do homem exigem contribuições de ambos os lados geraria debates produtivos
e respeito pelas diferenças. "Sou da mesma opinião de quase todas as pessoas de boa
índole ao desejar ver duas instituições antigas e estimadas coexistindo em paz", diz o
autor.
Para elaborar e explicar o conceito dos MNI, Gould examina a história da ciência e explica
como surgiu a rivalidade já antiga. Descobertas científicas como o universo heliocêntrico
60
de Galileu (que comprovou uma teoria anterior de Copérnico) e, mais tarde, o
evolucionismo de Darwin abalaram o poder político da Igreja Católica ao contradizer
dogmas há muito defendidos por ela (no caso, o universo geocêntrico 61 e o
criacionismo).
60
O sol como centro do universo.
61
A terra como centro do universo.
67
A interpretação literal da Bíblia também ajudou a criar os conflitos entre ciência e religião.
A crença de que um deus criou a Terra para nos abrigar e todas as outras espécies para
nos servir pode ser muito alentadora, embora contrarie consensos científicos que poucos
ousam desafiar. Mas a Bíblia, inspirada em tantas fontes diferentes, não pode ser
entendida como um relato preciso da história humana ou uma descrição perfeita da
natureza, apesar de estar repleta de verdades morais valiosas e incontestáveis.
3. Variações conceituais
a. Morfologia (externa)
b. Comportamento reprodutivo
c. Barreiras de isolamento
d. Descontinuidade
e. Região geográfica
f. Amplitude
a. Geográfico
- O intercâmbio de genes entre duas populações se reduz
ou é nulo, porque vivem em localidades distintas
b. Ecológico
- As populações podem coexistir localmente, porém em
diferentes ambientes
- Quando as duas espécies ocupam diferentes habitats ou
nichos ecológicos
c. Reprodutivo
- O intercâmbio genético está restringido ou bloqueado por
diferenças nos hábitos reprodutivos ou nas relações de
fertilidade entre os indivíduos que compõem as
populações
- Mecânico
→ Não há correspondência de estrutura entre a flor e
os insetos na polinização, por exemplo
→ Quando a morfologia das flores de uma ou de ambas as
espécies evita a transferência de pólen
→ Quando duas espécies de plantas que diferem na forma
ou coloração das flores tendem a atrair animais
polinizadores distintos
- Temporal
→ Os períodos de floração ou amadurecimento não
coincidem na estação do ano ou hora do dia
→ Quando o período de floração e consequente fertilidade,
ocorre em épocas ou estações diferentes
69
- Gamético
→ As unidades reprodutoras não são atraídas quimicamente
→ Há uma incompatibilidade fisiológica do pólen de uma
espécie com o estigma da outra espécie, onde o tubo
polínico não se forma, ou então, se ocorrer sua formação,
ele cresce muito lentamente e não atinge os óvulos
8. Referências Complementares
BARBIERI, Rosa Lia. Evolução dos organismos. Cap.16. In: Freitas, L. B.; Bered, F.
(Orgs.). Genética e Evolução Vegetal. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003, Pp.
277-290.
BARROS, Henrique Lins. Consciência e dogma: a origem do Homo sapiens. Ciência
Hoje, Rio de Janeiro, vol.36, n.215, pp. 32-37, mai./2005.
CRISCI, Jorge. La especie: realidad y conceptos. In: BOUSQUETS, J.L.; LUNA, I.
(comp.). Taxonomía biológica. México: Universidad Nacional Autónoma de
México/Fondo de Cultura Económica, 1994. p.53-64.
SALZANO, Francisco Mauro. Mito, razão e ciência. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, vol.36,
n.215, pp. 28-32, mai./2005.
9. Atividades
70
71
1. Primeiras considerações:
3. Tendências evolutivas
4. Considerações filogenéticas
a. Filogenia
→ História evolutiva de um grupo de organismos
→ Procura conhecer os antecessores das espécies e o
momento em que se originaram (a partir de informações
paleontológicas)
→ Grupos antigos ou modernos (recentes)
b. Evolução
→ Processo geral dos seres vivos
→ Mudanças qualitativas e/ou quantitativas que se
transmitem por herança
→ Nem sempre são viáveis, nem significam progresso
→ Analisa o grau de especialização
→ Grupos primitivos ou avançados (especializados)
- Nem sempre um grupo antigo é primitivo em seus
caracteres
c. Processos evolutivos
→ Essencialmente divergente
→ Variantes
- Paralela (aparição de caracteres similares em linhas
filéticas remotamente aparentadas)
- Convergente (resultados análogos em grupos não
vinculados filogeneticamente)
- Reticulada (em rede)
d. Número de troncos antecessores versus tempo
→ Mono, di ou polifilético (?)
→ Conceito relativo
a. Caracteres
→ Qualitativo (base genética mais simples)
→ Quantitativo (às vezes Métricos)
→ Fundamentais ou Diagnósticos
b. Bom caráter diagnóstico
→ Constância
→ Curva de variação estreita
→ Baixa sensibilidade às mudanças ambientais
b. Doutrina da recapitulação
→ A ontogenia (uma geração) recapitula a filogenia (várias
gerações)
c. Doutrina da teratologia
→ Estruturas que não se ajustam ao plano normal da espécie
deve considerar-se como um retrocesso a uma fase evolutiva
ancestral
d. Doutrina do princípio ou causa comum
→ Os caracteres comuns a todos ou à maior parte dos integrantes
de um grupo sistemático já se manifestaram em seu antecessor
imediato
MILHÕES DE
ANOS
ERA PERÍODO EVENTOS PRINCIPAIS
(do começo ao
presente)
Domínio
Quaternário 2
das angiospermas
Final do Soerguimento
Terciário do Planalto Central
Cenozóica
Radiação adaptativa das
65
angiospermas (ocupação de
Terciário
diferentes habitats ou nichos
ecológicos)
As angiospermas iniciam sua
Cretáceo 144 diversificação
As gimnospermas se tornam
Mesozóico Jurássico 213
dominantes
Florestas de gimnospermas e
Triássico 248
samambaias arborescentes
Permiano 286 Diversificação das gimnospermas
Extensas florestas de plantas
vasculares, especialmente
Carbonífero 360
licopsídeos, esfenopsídeos e
samambaias
Devoniano 408 Primeiras gimnospermas
Paleozóico
Surgimento de traqueídeos e
Siluriano 438
estômatos
Aparecimento de raízes,
Ordoviciano 505 cutículas e esporos resistentes;
primeiras plantas terrestres
Cambriano 570 Diversificação das algas
75
1. Leitura Preliminar
Alguns leigos certamente se perguntam por que não usar apenas os nomes comuns de
animais e plantas em lugar desses nomes científicos complicados e impronunciáveis em
latim. Existem várias razões importantes para usar os nomes científicos. Em primeiro
lugar, poucas pessoas se dão conta da dimensão da diversidade biológica do planeta.
Existem mais de 1,5 milhões de espécies catalogadas pela ciência que já receberam um
nome dentro da classificação formal. Enquanto isso, os maiores dicionários da nossa
língua listam cerca de 500 mil verbetes, e apenas uma pequena fração deles corresponde
a nomes de animais e plantas. Ou seja, não temos nomes comuns para a vasta maioria
das espécies. Outra limitação importante dos nomes comuns é a existência de formas
regionais. Enquanto o nome científico de qualquer organismo é o mesmo em todo o
mundo, os nomes comuns de animais e plantas variam muito entre diferentes regiões do
Brasil, e mais ainda entre países diferentes. É também comum encontrar um mesmo nome
sendo usado para espécies totalmente diferentes em regiões diferentes.
Os nomes comuns, na maioria dos casos, não correspondem às espécies, mas sim a um
conjunto de espécies com características semelhantes. Existem, por exemplo, mais de
(cerca de) [?] (a INDAGAÇÃO é nossa) 50 espécies de "ipês-amarelos"
(paus-d'arcos-amarelos), todas com o mesmo nome comum. No caso de insetos,
nosso repertório de nomes é muito pobre e a maioria corresponde a ordens ou famílias,
algumas contendo milhares de espécies. Besouros da família Curculionidae, por exemplo,
que contém mais de 50 mil espécies conhecidas são todas chamadas de gorgulhos ou
bicudos. Existem também grandes grupos para os quais não existe nenhum nome comum
em português. É o caso, por exemplo, dos vermes do Filo Acanthocephala, que são
parasitas de vertebrados.
A classificação biológica atual deriva do sistema desenvolvido pelo botânico sueco Carl
Liné, mais conhecido pelo nome latinizado Linnaeus. É um sistema hierárquico inclusivo,
em que as espécies são agrupadas em gêneros, os gêneros em famílias, as famílias em
ordens, as ordens em classes, as classes em filos e os filos em reinos. Além dos nomes
das espécies, todos esses outros grupos recebem nomes científicos latinizados. O nome
da espécie é formado pela combinaçãodo nome do gênero com o nome específico (ou
epíteto específico). Por exemplo, a mosca doméstica, espécie batizada por Linnaeus, está
76
incluída no Reino Animal, Filo Arthropoda, Classe Insecta, Ordem Diptera, Família
Muscidae, gênero Musca, e espécie Musca domestica. Por convenção, os nomes de
gêneros e espécies são sempre destacados do texto, seja sublinhado, em negrito ou em
itálico.
2. Introdução
a. A partir de LINEU
- Dois nomes (binômio) (?...)
- Origem grega ou latina
- Em geral relacionado com certas características do
organismo
→ País ou região que vive (Terminalia brasiliensis,
Lonchocarpus araripensis)
→ Aplicação (Stenocalyx dysentericus) (= Eugenia
dysenterica)
"Uma publicação em papel custa caro, aqui no Brasil, por exemplo, tiragens de
até mil exemplares podiam custar até R$ 18 mil". Mais uma vantagem seria o
maior acesso às novidades científicas por parte de profissionais que trabalham
com a classificação de espécies em todo o mundo -- os taxonomistas.
"O Código tem mais de cem anos. Por muito tempo, as regras permaneceram
estáveis. Mas a gente precisava incorporar as novas tecnologias. O problema é
que botânicos são extremamente conservadores nesse aspecto."
d. Problemas
- Uma espécie com ampla distribuição geográfica e com uma
variação fenotípica notável pode ser descrita e nomeada várias
vezes
→ Bibliografia incompleta (!)
→ Pesquisadores que trabalham simultaneamente e se
ignoram uns aos outros (principalmente, no passado... e
somente no passado)
→ SINÔNIMOS
→ Qual o nome correto (?)
- Aplicação de um mesmo nome para organismos diferentes
→ HOMÔNIMOS
→ Quem resolve e elimina estas confusões (?)
e. Nomenclatura
- Estabelecimento de um nome científico para que uma dada
planta (ou um táxon) seja efetivamente designada(o)
- Ortografia dos nomes
- Validade das publicações
- Denominação dos híbridos (Agrotaxonomia)
- O respeito das disposições sobre nomenclatura é
essencial para manter uma ordem e uniformidade, porém
este respeito não deve ser levado a extremos de obediência
91
a. Nomes polinomiais
- Várias palavras em série constituindo uma descrição mais
ou menos concisa
- Exemplo: Dianthus floribus solitariis, squamis calycinis
subovatisbrevissimis, corollis crenatis
(= Dianthus caryophyllus)
- Exemplo: Nepeta floribus interrupte spicates pedunculatis
(= Nepeta cataria)
- Exemplo: Carlina acule inifloro florae breviore
(= Carlina acaulis)
b. Início das regras de nomenclatura
- Fundamenta Botanica (Linnaeus, 1735), Critica
Botanica (Linnaeus, 1737), PhilosophiaBotanica (Linnaeus, 1751)
e Species Plantarum (Linnaeus, 1753), respectivamente
- Théorie Élémentaire (Augustin de Candolle, 1813)
- Lois de la Nomenclature Botanique (Alphonse de
- Candolle, 1867)
- Nomenclator Botanicus (Steudel, 1821, 1840)
→ Precursor do atual Index Kewensis
c. Códigos de nomenclatura
- Código de Paris (1867)
- Código de Rochester (1892)
→ Clube de Botânica da Associação Americana para o
Progresso das Ciências
- 1º Congresso Internacional de Botânica (Paris, 1900)
- Código de Viena (1905)
→ 2º Congresso Internacional de Botânica
→ Após a Convenção de Paris (1900) na qual se fez
planos de estudo profundo de todos os problemas
de nomenclatura e se fizeram esforços para que os
membros votantes fossem representativos da
importância da botânica em escala internacional
- Código Americano (1907)
→ Revisão do Código de Rochester
92
5. Organização
a. Regras
- Ordena a nomenclatura do passado e previne com relação ao
futuro
- Tem seus preceitos expressos em artigos
- Nomes contrários a uma REGRA não podem manter-se
b. Recomendações
- Trata de assuntos subsidiários
- Dá maior clareza e uniformidade à nomenclatura,
prevenindo contra futuros inconvenientes ou impropriedades
- Nomes contrários a uma RECOMENDAÇÃO não podem, por
este motivo, ser rejeitados, mas não constituem
exemplos a seguir
c. Notas
- Explicações relacionadas com os artigos em que se incluem
d. Exemplos
- Ilustrativos tanto para as REGRAS como para as
RECOMENDAÇÕES
e. Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e
Plantas: 2012 (Melbourne Code)
- http://www.iapt-taxon.org/nomen/main.php
f. International Code of Nomenclature for Cultivated Plants: 2009
6. Atividades
94
95
a. Tipificação
- Tipo (Typus)
→ Espécime de planta conservada em herbário e base da
descrição e ilustração original de uma espécie ou de
entidades inferiores a ela
→ As espécies não tem tipo, os nomes, sim
→ Uma espécie tem por tipo um indivíduo, um gênero tem
por tipo uma espécie-tipo, uma família tem por tipo
um gênero-tipo...
→ A idéia é sempre nomenclatural e nunca biológica
→ TIPO versus LINEU
→ Método dos Tipos Nomenclaturais
b. Holotypus
- Espécime ou outro elemento utilizado pelo autor ou por ele
designado, como tipo nomenclatural, e mencionado por ele na
descrição original
c. Paratypus
- Qualquer exemplar citado ao lado do holotypus em uma
descrição original, mas que não seja da mesma SÉRIE62 dele
d. Isotypus
- Uma duplicata do holotypus, portanto, da mesma SÉRIE dele
e. Syntypus
- Qualquer exemplar citado originalmente pelo autor, na
hipótese de não ser designado o holotypus ou, ainda,
qualquer um dos vários exemplares (espécimes) citados
simultaneamente como typus
62
Coletas de outro autor/coletor.
96
f. Lectotypus
- Um syntypus escolhido como holotypus, quando o autor
deixou de mencioná-lo, ou um isotypus, ou um paratypus,
quando o holotytpus se perdeu ou foi destruído
- Se for um isotypus, pertence à mesma SÉRIE do holotypus
- Se for um paratypus, não pertence à mesma SÉRIE do
holotypus
g. Isolectotypus
- Duplicata do lectotypus...
h. Neotypus
- Um espécime escolhido para servir como tipo nomenclatural
de um táxon na falta de todo o material de origem
- Quando até o syntypus deixou de existir
- Resultado de uma nova coleta botânica de um material
pertencente ao mesmo táxon
i. Isoneotypus
- Duplicata do neotypus...
j. Cotypus
- Segundo espécime da mesma planta, a partir da qual foi
obtido o holotypus
k. Topotypus
- Espécime colhido na mesma localidade do holotypus
l. Fototypus
- Foto do holotypus
m. Epitypus
- Espécime ou ilustração selecionado para servir de tipo
quando nenhum dos tipos designados anteriormente
servir para identificar o nome da espécie, geralmente
devido à ambiguidade do material
n. Isoepitypus
- Duplicata do epitypus...
→ Palmae (Arecaceae)
→ Gramineae (Poaceae)
→ Cruciferae (Brassicaceae)
→ Leguminosae (Fabaceae)
→ Guttiferae (Clusiaceae)
→ Umbelliferae (Amniaceae)
→ Labiatae (Lamiaceae)
→ Compositae (Asteraceae)
- Subfamília: -oideae
- Tribo: -eae
- Subtribo: -inae
Variações
Masculino alb-us nig-er brev-is ac-er
Feminino alb-a nig-ra brev-is ac-ris
Neutro alb-um nig-rum brev-e ac-re
c. Abreviações
- Planta com determinação botânica até o nível de
gênero: sp. (Plural: spp.)
- Subespécie: subsp. ou ssp.
- Variedade: var.
→ Brassica oleracea var. capithata
- Forma: f.
→ Ipomoea batatas f. alba
98
- Cultivar: cv.
→ Zea mays cv. Piranão
→ Phaseolus vulgaris cv. Rosinha
→ Ananas comosus 'Pérola' (abacaxi-pérola)
- Conferir ("confer"): cf.
- Afim ("affinis"): aff.
- Espécie nova: sp. nov.
- Nova combinação: comb. nov.
- E (o artigo "e"): et
a. Características
- Substantivo ou palavra substantivada no singular
- Escrito com inicial maiúscula
- Grifado (negrito, itálico ou sublinhado)
- Os nomes dos gêneros dados em homenagem a pessoas, sofrem
no seu radical um acréscimo de a ou ia, tornando-se femininos
b. Alguns exemplos
- Caesalpinia
- Bauhinia
- Aylthonia
a. Características
- Substantivo ou adjetivo
- Escrito todo com letras minúsculas
- Grifado (negrito, itálico ou sublinhado)
- Se for formado por duas palavras, escreve-se unidas ou
com um hífen, como palavra composta
→ Ipomoea pes-caprae (L.) R. Brown
- Os nomes específicos dados em homenagem a uma pessoa,
sofrem no seu radical um acréscimo de ii (masculino) ou iae
(feminino), se termina em consoante. Se a terminação for er, o
acréscimo é somente de i ou ae. Se termina em vogal,
acrescenta-se i (masculino) ou ae (feminino). Quando termina
com a, acrescenta-se apenas e
b. Alguns exemplos
- Calliandra fernandesii
- Berberis marie-wilsoniae
- Stilpnopappus laiseae
- Vernonia grazielae
99
6. Observações importantes
A nomenclatura dos vírus é bem diferente. Por exemplo, todo gênero deve conter
o sufixo '-virus', como em Flavivirus, gênero dos vírus da febre-amarela e dengue.
Porém, o nome científico da espécie é completamente diferente e faz referência
à doença causada devendo estar em inglês e itálico. Assim, o nome científico do
vírus da febre-amarela é Yellow fever virus e o da dengue é Dengue virus.
7. Algumas regras
m. Um nome é ilegítimo e deve ser rejeitado se, devido a sua utilização por
diferentes processos, se torna uma fonte de confusão ou de erro
n. Os epítetos específicos não podem ser iguais ao nome genérico
- Tautônimo
- Pterodon pterodon Benth.
- Martiodendron martiodendron Mart. ex Benth.
8. Duas recomendações
a. Os nomes dos autores a seguir aos nomes das plantas são abreviados, a
menos que sejam muito curtos. Nomes de uma só sílaba não são
abreviados. Nomes de mais de uma silaba, quando abreviados, devem,
no mínimo, ser interrompidos antes da vogal inicial da segunda
sílaba
- Para algumas autoridades existem abreviações especiais
→ Bth. (Benth., Benthan)
→ T&G (Torrey & Gray)
→ L. (Linn., Linnaeus)
→ DC. (de Candole)
→ Hook. f. (Hooker "filius")
9. Pronúncia
9. Atividades
106
107
63
Extraído principalmente de: JOLY, A. B. Botânica; introdução à taxonomia vegetal. 4. ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1977. 777 p.
108
MALVACEAE
109
TURNERACEAE
110
BIGNONIACEAE
111
EUPHORBIACEAE
112
EUPHORBIACEAE
113
ASCLEPIADACEAE (APOCYNACEAE)
118
ANACARDIACEAE
119
ANACARDIACEAE
120
CAPPARACEAE (CAPPARIDACEAE)
121
CARICACEAE
122
CARICACEAE
123
COMBRETACEAE
124
CONVOLVULACEAE
125
APOCYNACEAE
126
BORAGINACEAE
127
ASTERACEAE (COMPOSITAE)
128
CUCURBITACEAE
129
LECYTHIDACEAE
130
LYTHRACEAE
131
NYCTAGINACEAE
132
MYRTACEAE
133
POLYGONACEAE
134
VERBENACEAE
135
ANNONACEAE
136
BOMBACACEAE (MALVACEAE)
137
LAMIACEAE (LABIATAE)
138
MALPIGHIACEAE
139
PASSIFLORACEAE
140
RUBIACEAE
141
RUBIACEAE
142
SOLANACEAE
143
STERCULIACEAE (MALVACEAE)
144
145
Planta 1 Planta 2
OBSERVAÇÕES
64
Sensu CRONQUIST (1988).
146
Continuação.
Planta 3 Planta 4
Planta 5 Planta 6
Planta 7 Planta 8
147
Continuação.
Planta 9 Planta 10
Planta 11 Planta 12
Planta 13 Planta 14
148
Continuação.
Planta 15 Planta 16
Planta 17 Planta 18
Planta 19 Planta 20
149
Continuação.
Planta 21 Planta 22
Planta 23 Planta 24
Planta 25 Planta 26
150
Continuação.
Planta 27 Planta 28
Planta 29 Planta 30
Planta 31 Planta 32
151
Continuação.
Planta 33 Planta 34
Planta 35 Planta 36
Planta 37 Planta 38
152
Continuação.
Planta 39 Planta 40
Planta 41 Planta 42
Planta 43 Planta 44
153
Conclusão.
Planta 45 Planta 46
Planta 47 Planta 48
Planta 49 Planta 50
154
155
a. Raiz ______________________________________________________________
b. Caule (consistência e ramificação) _____________________________________
c. Caule (tipo predominante: localização no meio ambiente) ___________________
_________________________________________________________________
d. Hábito de crescimento _______________________________________________
e. Folha (tipo) ________________________________________________________
f. Folha (consistência) _________________________________________________
g. Folha (forma do limbo) 66 _____________________________________________
h. Filotaxia ___________________________________________________________
i. Outros ____________________________________________________________
65
Para entregar ao Professor/Monitor ao final de cada aula prática de MORFOLOGIA e EXAME DE
MATERIAL BOTÂNICO.
66
Chaves para Classificação da Morfologia Básica das Folhas Simples e dos Folíolos de Algumas
Folhas Compostas. (pág. 157-158).
156
5. Descrição do androceu
6. Descrição do gineceu
7. Chave ANALÍTICA
a. Divisão ____________________________________________________________
b. Classe_____________________________________________________________
c. Subclasse __________________________________________________________
d. Ordem ____________________________________________________________
a. Descrição _________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
b. Características diagnósticas da família _________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
c. Aspectos evolutivos (caracteres apomorfos [avançados]) _________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
d. Outros ____________________________________________________________
__________________________________________________________________
158
a. Legenda __________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
a. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
b. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
c. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
d. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
e. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
f. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
g. _________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
159
FOLHAS
67
Adaptado de AGAREZ, PEREIRA, RIZZINI (1994).
160
161
DICOTYLEDONEAE MONOCOTYLEDONEAE
ORGÃO
(Magnoliopsida) (Liliopsida)
Pecioladas ou sésseis,
Completas ou invaginantes,
Folha Nervuras reticuladas,
Nervuras paralelas, Simples
Simples ou compostas
Crescimento
Presente Ausente
Secundário
Heteroclamídea,
Flor Homoclamídea, Trímera
Tetrâmera ou pentâmera
68
Adaptado de AGAREZ; PEREIRA; RIZZINI (1994) e RAVEN; EVERT; EICHORN (2007).
162
163
Aclamídea 72
MAGNOLIOPSIDA LILIOPSIDA
SUBCLASSES 73
(Dicotyledoneae) (Monocotyledoneae)
1 Magnoliidae Alismatidae
2 Hamamelidae Arecidae
3 Caryophyllidae Commelinidae
4 Dilleniidae Zingiberidae
5 Rosidae Liliidae
6 Asteridae -
69
Adaptado de AGAREZ, PEREIRA, RIZZINI (1994).
70
Sistema de ENGLER (1892 [1ª Edição]). Arquiclamídea (arqui = primitivo, clamide = vestimenta).
71
Sistema de ENGLER (1892). Methachlamydeae. Metha = sym = vestimentas unidas...).
72
Aclamícea ( a = não; clamide = vestimenta) = diz-se da flor desprovida de cálice e corola (perianto).
73
Sistema de CRONQUIST (1988): 1968 [1ª Edição], 1978 [Reimpressão], 1988 [2ª Edição].
164
165
1
Adaptado de AGAREZ et al. (1994), LAWRENCE (1951) e SCHULTZ (1990)
1. Flor calcarada.......................................................................................... 2
Flor não calcarada .................................................................................. 3
A convenção, mais do que nenhum outro fator, parece ser responsável pelo
emprego continuado das alternativas com letras. Estas, têm poucas vantagens em
relação às alternativas numeradas e possui os seguintes inconvenientes:
ou
1. Folhas bipinadas
2. Corola regular, com prefloração
valvar .......................................................................... MIMOSACEAE 74
2'. Corola zigomorfa ou regular, com
prefloração imbricada ...........................................CAESALPINIACEAE 75
1'. Folhas não bipinadas
3. Folhas trifolioladas .............................................................. FABACEAE 76
3'. Folhas não trifolioladas
4. Corola papilionácea ....................................................... FABACEAE
4'. Corola não papilionácea
5. Corola gamopétala, com prefloração
valvar ............................................................ MIMOSACEAE
5'. Corola dialipétala, com prefloração imbricada
6. Pétala superior geralmente de forma e
colorido diferente das demais, localizada,
no botão floral, mais internamente que
as demais e, geralmente, cobrindo o
gineceu ......................................... CAESALPINIACEAE
6'. Sem o conjunto desses caracteres
7. Flor com uma pétala ou sem pétala
8. Estames livres ..............................................
................................... CAESALPINIACEAE
8'. Estames concrescidos
em tubo ..................................... FABACEAE
7'. Flor com cinco pétalas
9. Embrião com eixo radícula-hipocótilo
infletido (curvado) ....................... FABACEAE
9'. Embrião com eixo
radícula-hipocótilo
reto.............................. CAESALPINIACEAE
74
Ou Leguminosae Mimosoideae, ou Fabaceae Mimosoideae.
75
Ou Leguminosae Caesalpinioideae, ou Fabaceae Caesalpinioideae.
76
Ou Leguminosae Papilionoideae (Faboideae?) (Lotoideae?), ou Fabaceae Papilionoideae.
173
Área de Cerradão de Cerrado que existia na zona urbana na saída sul de Teresina
1a. Pétalas com estruturas glandulares marginais; flores com 4 estames, anteras
fundidas em um sinândrio 78 com deiscência poricida; folhas pinadas; endêmica
da África Central e África Ocidental ................................... Duparquetioideae
2a. Flores em sua maioria papilionadas (semelhante à flor da ervilha) e com simetria
bilateral, menos comum com simetria radial; pétala mediana (estandarte ou
vexilo) na posição mais externa, encerrando as alas e as quilhas (pétalas)
especialmente no botão floral, ou as alas e as quilhas ausentes; sépalas unidas,
ao menos na base, em um cálice tubuloso ou encerrando completamente o botão
floral; sementes com uma complexa válvula hilar 79, pleurograma 80 ausente;
radícula do embrião geralmente curvada ............................... Papilionoideae
2b. Flores não papilionadas (se raramente parecerem papilionadas então a pétala
mediana na posição mais interna), tanto bilateralmente ou radialmente
simétricas, pétala mediana na posição mais interna, ou pétalas valvadas (no clado
81
Mimosoida da subfamília Caesalpinioideae); sépalas livres ou unidas; sementes
sem uma complexa válvula hilar, com ou sem um pleurograma; radícula do
embrião geralmente reta ............................................................................. 3
77
Tradução da Prof.a. Dra. Thais Cury de Barros (Laboratório de Anatomia, DBIO/CCN).
78
Sinândrio: Peça resultante da coesão (aproximação e contato, sem fusão) de todas as anteras de um
androceu.
79
Hilo: espécie de cicatriz na semente, que corresponde ao ponto no óvulo vegetal onde adere o funículo
(órgão peduncular que suporta o óvulo vegetal, fixando-o à placenta).
80
Pleurograma: termo que designa um sulco ou marca, usualmente em forma de "U", existente na semente
em alguns grupos específicos de leguminosas.
81
Clado: grupo de organismos originados de um único ancestral comum exclusivo. Em biologia se
chama clado cada um dos ramos da árvore filogenética. Por conseguinte um clado é um grupo de espécies
com um ancestral comum exclusivo.
176
82
Abaxial: que está fora do eixo do corpo; lado dorsal; lado de baixo (com nervuras às vezes proeminentes).
83
Tirsoide: que se assemelha a um tirso. Tirso: tipo de inflorescência com a forma de dois cones unidos pela
base, isto é, com um ápice para cima e outro para baixo; é um cacho composto.
84
Antotaxia: disposição das flores na planta ou em uma inflorescência.
177
Divisão MAGNOLIOPHYTA
Classe MAGNOLIOPSIDA
Subclasse MAGNOLIIDAE
Ordem Magnoliales
Winteraceae
Degeneriaceae
Himantandraceae
Eupomatiaceae
Austrobaileyaceae
Magnoliaceae
Lactoridaceae
Annonaceae
Myristicaceae
Canellaceae
85
Adaptado de: CRONQUIST, Arthur. An integrated system of classification offlowering plants. New
York: ColumbiaUniversityPress., 1981; CRONQUIST, Arthur. The evolution and classification of
flowering plants, 2.ed. New York: New YorkBotanical Garden, 1988; JUDD, WalterS., CAMPBELL,
ChistopherS.,KELLOGG, ElizabethA., STEVENS, PeterF. Plant systematics: a phylogenetic approach.
Massachusetts: Sinauer Associates CDROM, 1999. 1 CD-ROM.
178
Ordem Laurales
Amborellaceae
Trimeniaceae
Monimiaceae (Atherospermataceae, Hortoniaceae, Siparunaceae)
Gomortegaceae
Calycanthaceae
Idiospermaceae
Lauraceae (Cassythaceae)
Hernandiaceae (Gyrocarpaceae)
Ordem Piperales
Chloranthaceae
Saururaceae
Piperaceae (Peperomiaceae)
Ordem Aristolochiales
Aristolochiaceae
Ordem Illiciales
Illiciaceae
Schisandraceae
Ordem Nymphaeales
Nelumbonaceae
Nymphaeaceae (Euryalaceae)
Barclayaceae
Cabombaceae
Ceratophyllaceae
Ordem Ranunculales
Ordem Papaverales
Subclasse HAMAMELIDAE
Ordem Trochodendrales
Tetracentraceae
Trochodendraceae
179
Ordem Hamamelidales
Cercidiphyllaceae
Eupteleaceae
Platanaceae
Hamamelidaceae (Altingiaceae, Rhodoleiaceae)
Myrothamnaceae
Ordem Daphniphyllales
Daphniphyllaceae
Ordem Didymelales
Didymelaceae
Ordem Eucommiales
Eucommiaceae
Ordem Urticales
Barbeyaceae
Ulmaceae (Celtidaceae)
Cannabaceae
Moraceae
Cecropiaceae
Urticaceae
Physenaceae
Ordem Leitneriales
Leitneriaceae
Ordem Juglandales
Rhoipteleaceae
Juglandaceae
Ordem Myricales
Myricaceae
Ordem Fagales
Balanopaceae
Fagaceae
Nothofagaceae
Betulaceae (Carpinaceae, Corylaceae)
Ordem Casuarinales
Casuarinaceae
180
Subclasse CARYOPHYLLIDAE
Ordem Caryophyllales
Phytolaccaceae (Agdestidaceae, Barbeuiaceae, Gisekiaceae, Petiveriaceae, Stegnospermaceae)
Achatocarpaceae
Nyctaginaceae
Aizoaceae (Ficoidaceae, Mesembryanthemaceae, Sesuviaceae, Tetragoniaceae)
Didiereaceae
Cactaceae
Chenopodiaceae (Dysphaniaceae, Halophytaceae, Salicorniaceae)
Amaranthaceae
Portulacaceae (Hectorellaceae)
Basellaceae
Molluginaceae
Caryophyllaceae (Alsinaceae, Illecebraceae, Silenaceae)
Ordem Polygonales
Polygonaceae
Ordem Plumbaginales
Plumbaginaceae (Limoniaceae)
Subclasse DILLENIIDAE
Ordem Dilleniales
Dilleniaceae
Paeoniaceae
Ordem Theales
Ordem Malvales
Elaeocarpaceae (Aristoteliaceae)
Tiliaceae
Sterculiaceae (Byttneriaceae)
Bombacaceae
Malvaceae
Ordem Lecythidales
Ordem Nepenthales
Sarraceniaceae
Nepenthaceae
Droseraceae (Dionaeaceae)
Ordem Violales
Ordem Salicales
Salicaceae
Ordem Capparales
Tovariaceae
Capparaceae (Capparidaceae, Cleomaceae, Koeberliniaceae, Pentadiplandraceae)
Brassicaceae (Cruciferae)
Moringaceae
Resedaceae
182
Ordem Batales
Gyrostemonaceae
Bataceae
Ordem Ericales
Cyrillaceae
Clethraceae
Grubbiaceae
Empetraceae
Epacridaceae (Prionataceae, Stypheliaceae)
Ericaceae (Vacciniaceae)
Pyrolaceae
Monotropaceae
Ordem Diapensiales
Diapensiaceae
Ordem Ebenales
Ordem Primulales
Theophrastaceae
Myrsinaceae (Aegicerataceae)
Primulaceae (Coridaceae)
Subclasse ROSIDAE
Ordem Rosales
Brunelliaceae
Connaraceae
Eucryphiaceae
Cunoniaceae (Baueraceae)
Davidsoniaceae
Dialypetalanthaceae
Pittosporaceae
Byblidaceae (Roridulaceae)
Hydrangeaceae (Kirengeshomaceae, Philadelphaceae, Pottingeriaceae)
Columelliaceae
Grossulariaceae (Argophyllaceae, Brexiaceae, Carpodetaceae, Dulongiaceae, Escalloniaceae, Iteaceae,
Montiniaceae, Phyllonomaceae, Polyosmataceae, Pterostemonaceae, Rousseaceae, Tetracarpaeaceae,
Tribelaceae)
Greyiaceae
Bruniaceae (Berzeliaceae)
Anisophylleaceae (Polygonanthaceae)
Alseuosmiaceae
Crassulaceae
Cephalotaceae
183
Ordem Fabales 86
Mimosaceae
Caesalpiniaceae
Fabaceae (Papilionaceae)
Ordem Proteales
Elaeagnaceae
Proteaceae
Ordem Podostemales
Podostemaceae (Tristichaceae)
Ordem Haloragales
Haloragaceae (Myriophyllaceae)
Gunneraceae
Ordem Myrtales
Sonneratiaceae (Duabangaceae)
Lythraceae
Rhynchocalycaceae
Alzateaceae
Penaeaceae
Crypteroniaceae
Thymelaeaceae
Trapaceae
Myrtaceae (Heteropyxidaceae, Kaniaceae, Psiloxylaceae)
Punicaceae
Onagraceae
Oliniaceae
Melastomataceae (Memecylaceae, Mouririaceae)
Combretaceae (Strephonemataceae)
Ordem Rhizophorales
Rhizophoraceae
86
Atualmente, conforme APG IV (2016) a ordem Fabales inclui 4 (quatro) famílias: Quillajaceae (sul da
América do Sul), Fabaceae (Leguminosae), Surianaceae e Polygalaceae.
184
Ordem Cornales
Alangiaceae
Nyssaceae
Cornaceae (Aralidiaceae, Aucubaceae, Curtisiaceae, Davidiaceae, Griseliniaceae, Helwingiaceae, Mastixiaceae,
Melanophyllaceae, Toricelliaceae)
Garryaceae
Ordem Santalales
Medusandraceae
Dipentodontaceae
Olacaceae (Aptandraceae, Cathedraceae, Chaunochitonaceae, Coulaceae, Erythropalaceae, Heisteriaceae,
Octoknemaceae, Schoepfiaceae, Scorodocarpaceae, Strombosiaceae, Tetrastylidaceae)
Opiliaceae (Cansjeraceae)
Santalaceae (Anthobolaceae, Canopodaceae, Exocarpaceae, Osyridaceae, Podospermaceae)
Misodendraceae
Loranthaceae
Viscaceae
Eremolepidaceae
Balanophoraceae (Cynomoriaceae, Dactylanthaceae, Sarcophytaceae)
Ordem Rafflesiales
Hydnoraceae
Mitrastemonaceae
Rafflesiaceae (Apodanthaceae, Cytinaceae)
Ordem Celastrales
Geissolomataceae
Celastraceae (Canotiaceae, Chigithamnaceae, Goupiaceae, Lophopyxidaceae, Siphonodontaceae)
Hippocrateaceae
Stackhousiaceae
Salvadoraceae
Tepuianthaceae
Aquifoliaceae (Phellinaceae, Sphenostemonaceae)
Icacinaceae (Phytocrenaceae)
Aextoxicaceae
Cardiopteridaceae
Corynocarpaceae
Dichapetalaceae
Ordem Euphorbiales
Ordem Rhamnales
Ordem Linales
Erythroxylaceae (Nectaropetalaceae)
Humiriaceae
Ixonanthaceae
Hugoniaceae (Ctenolophonaceae)
Linaceae
Ordem Polygalales
Malpighiaceae
Vochysiaceae
Trigoniaceae
Tremandraceae
Polygalaceae (Diclidantheraceae, Disantheraceae, Emblingiaceae, Moutabeaceae)
Xanthophyllaceae
Krameriaceae
Ordem Sapindales
Staphyleaceae (Tapisciaceae)
Melianthaceae
Bretschneideraceae
Akaniaceae
Sapindaceae (Ptaeroxylaceae)
Hippocastanaceae
Aceraceae
Burseraceae
Anacardiaceae (Blepharocaryaceae, Pistiaceae, Podoaceae)
Julianiaceae
Simaroubaceae (Irvingiaceae, Kirkiaceae)
Cneoraceae
Meliaceae (Aitoniaceae)
Rutaceae (Flindersiaceae)
Zygophyllaceae (Balanitaceae, Nitrariaceae, Peganaceae, Tetradiclidaceae, Tribulaceae)
Ordem Geraniales
Ordem Apiales
Araliaceae
Apiaceae (Umbelliferae, Hydrocotylaceae, Saniculaceae)
Subclasse ASTERIDAE
Ordem Gentianales
Asclepiadaceae (Periplocaceae)
Ordem Solanales
Duckeodendraceae
Nolanaceae
Solanaceae (Goetziaceae, Salpiglossidaceae, Sclerophylacaceae)
Convolvulaceae (Dichondraceae, Humbertiaceae)
Cuscutaceae
Retziaceae
Menyanthaceae
Polemoniaceae (Cobaeaceae)
Hydrophyllaceae (Hydroleaceae)
Ordem Labiales
Lennoaceae
Boraginaceae
Verbenaceae (Avicenniaceae, Lamiaceae, Chloanthaceae, Dicrastylidiaceae, Nyctanthaceae, Phrymaceae,
Stilbaceae, Symphoremataceae)
Lamiaceae (Labiatae, Menthaceae, Tetrachondraceae)
Ordem Callitrichales
Hippuridaceae
Callitrichaceae
Hydrostachyaceae
Ordem Plantaginales
Plantaginaceae
Ordem Scrophulariales
Buddlejaceae
Oleaceae (Fraxinaceae, Syringaceae)
Scrophulariaceae (Plantaginaceae, Ellisiophyllaceae, Rhinanthaceae)
Globulariaceae (Selaginaceae)
Myoporaceae (Spielmanniaceae)
Orobanchaceae
Gesneriaceae (Cyrtandraceae)
Acanthaceae (Thunbergiaceae)
Pedaliaceae (Martyniaceae, Trapellaceae)
Bignoniaceae (Paulowniaceae, Schegeliaceae)
Mendonciaceae
Lentibulariaceae (Pinguiculaceae, Trapellaceae, Utriculariaceae)
Ordem Campanulales
Pentaphragmataceae
Sphenocleaceae
Campanulaceae (Cyphiaceae, Cyphocarpaceae, Lobeliaceae, Nemacladaceae)
Stylidiaceae
Donatiaceae
Brunoniaceae
Goodeniaceae
187
Ordem Rubiales
Ordem Dipsacales
Ordem Calycerales
Calyceraceae
Ordem Asterales
PLESIOMORFOS APOMORFOS
CARACTERES
(primitivos) (avançados)
SUBCLASSE MAGNOLIIDAE ASTERIDAE
Temperadas,Trepadeiras,
Tropicais Lenhosas
PLANTAS Herbáceas Aquáticas,
Terrestres
Parasitas
Hermafroditas Unissexuais
Solitárias Diclamídeas Em inflorescências Aclamídeas,
FLORES
Actinomorfas hipóginas, Monoclamídeas Zigomorfas,
Períginas,Pétalas Livres Epíginas,Pétalas Unidas
Diferenciado em Cálice
Indiferenciado
PERIANTO e Corola
(Homoclamídeo)
(Heteroclamídeo)
Poucos, Unidos,
Muitos, Livres,
ESTAMES Diferenciados em Antera, Filete
Laminares
e Conectivo
ALGUMAS DICAS
a. Todo o material deve ser colhido em botões, flores e frutos, sempre que
possível, pois sem elementos de reprodução é geralmente impossível
recorrer-se a qualquer sistema de classificação existente;
b. Procurar preencher todos os dados da ficha de campo;
c. Toda "espécie" deve constar, sempre que possível, de 4 a 5
exemplares, no mínimo;
d. Observar o estado fitossanitário da planta;
e. Quando houver folhas muito grandes, que excedam as dimensões do jornal
(mata-borrão), devem ser dobradas convenientemente a fim de serem
conservadas por inteiro;
f. O material obtido de ARECACEAE (Palmae) deve ser o mais completo possível.
Mede-se a folha. Tira-se uma porção do ápice, do meio e da base.
Fotografa-se a planta toda;
g. Os frutos maduros, cujo apodrecimento é receado, podem ser conservados em
álcool (70%);
h. As POACEAE (Gramineae) e CYPERACEAE devem ser arrancadas pela raiz e
amarradas;
i. Para a conservação de bulbos ou folhas muito carnosas de ORCHIDACEAE, por
exemplo, deve-se cortá-las em 2 ou 3 pedaços, para que não se faça volume
excessivo na prensa. Borrifar com álcool para evitar o apodrecimento. As flores
devem ser colocadas entre dois papéis de seda (manteiga ou vegetal);
j. Na coleta de BROMELIACEAE, colhe-se 3 folhas basais. Se a planta for
pequena, colhe-se a planta inteira. A inflorescência de planta grande deve ser
cortada;
k. Na coleta de CACTACEAE colhe-se a planta toda ou a metade (se ela for
pequena). Se a planta for grande, colhem-se partes representativas do caule
em estádios de desenvolvimento diferentes. Tira-se o "miolo". A flor é prensada
separadamente;
l. A cor dos frutos só é definida quando eles se encontram maduros;
m. Toda ficha de campo tem lugar para observações. Qualquer detalhe
que chame atenção é bom que seja registrado. É bom escrever à
vontade. Às vezes não se determina botanicamente uma planta, de
modo satisfatório, pela falta de dados suplementares.
195
87
BARBIERI, R. L.; STUMPF, E. R. T. (Eds. Técnicos). Origem e evolução de plantas cultivadas. Brasília,
DF: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2008. 909p.
O início
José Eduardo Figueiredo Dornelles
23
23
desenvolveu-se uma série de áreas do conhecimento
geológico, como a estratigrafia (área da geologia que estuda
as seqüências de camadas de rochas, com o objetivo de
definir os processos e eventos que a determinaram) e a
paleontologia (do grego palaios = antigo + logos = estudo),
que é ciência que estuda os fósseis ou restos e vestígios de
organismos mineralizados que existiram ao longo do
registro geológico da Terra.
24
24
considerado importante para todas as atuais formas de vida
da Terra: o vapor de água. Presume-se que, por sua baixa
densidade, o vapor de água elevava-se e, à medida que se
afastava da superfície magmática, perdia calor e se
transformava em água líquida, precipitando-se em forma
de chuva. Embora os continentes ainda não existissem
(pelo menos no modo como os visualizamos hoje), o
intermitente processo de precipitações promoveu não
somente um contínuo resfriamento da camada magmática
na superfície, mas também o acúmulo de grande
quantidade de água. Sob essa interpretação, nosso planeta
talvez tenha formado, ao longo desse processo, uma lâmina
de recobrimento aquoso com profundidade média de 4
mil metros. É possível que o resfriamento constante do
planeta tenha dado origem a grandes extensões de rochas
basálticas. Além disso, a presença rara de rochas graníticas
(até o momento, a existência de granito só é confirmada
na Terra) sugere que essas camadas basálticas tenham sido
submetidas a uma nova fusão, ocorrida em grandes
profundidades. Estima-se que essa profundidade tenha
atingido dezenas de quilômetros abaixo da superfície
incandescente em resfriamento, e que a água acumulada
desse resfriamento tenha se incorporado às massas
basálticas em reinclusão, dando origem ao granito. Em
outras palavras, o granito é tipicamente uma rocha terrestre
e não teria se formado sem a presença da água.
25
25
Origem e mudanças dos seres
vivos ao longo das eras geológicas:
a compreensão do tempo profundo
As eras geológicas constituem uma forma organizada e
convencional, criada pela geologia, para que se possa
entender a vertiginosa sucessão de rochas, por meio da
combinação espaço veresus tempo. Os eventos geológicos,
responsáveis por essas sucessões, são fenômenos naturais
de nosso planeta. É possível entendê-los e interpretá-los
graças às pistas deixadas sob a forma de registros.
Os registros mais importantes são aqueles relacionados a
formas de vida, as quais, ao longo do passado geológico,
pertenceram à biocenose (conjunto de seres vivos de um
ecossistema) e, hoje, encontram-se inseridas e acumuladas
nas rochas, fazendo parte da orictocenose (associações de
fósseis). Nesse sentido, podemos entender o surgimento e
a transformação sucessiva da vida em nosso planeta, por
meio de seus registros, os quais podemos chamar,
analogamente, de “o livro das rochas”. Entender o livro
das rochas é uma tarefa fantástica, pois, a cada letra, palavra,
linha, parágrafo e capítulos dessa enigmática obra,
desdobram-se não somente segundos, minutos e algumas
horas, claramente dimensionáveis para a vida humana,
mas inimagináveis milhões de anos. Dessa forma,
encontrar, classificar e correlacionar a vida passada de nosso
planeta torna-se uma tarefa difícil. Em outras palavras, não
somos uma espécie adaptada para perceber registros em
uma escala de tempo muitas vezes superior àquela própria
da história da humanidade. Esse é o desafio do “tempo
profundo”, termo usado por Charles Lyell em seu livro
Principles of Geology e classificado como imensurável e
incompreensível para o universo visível ao ser humano
(LYELL; SECORD, 1842). A geologia faz referência ao
tempo profundo quando busca exemplificar intervalos de
tempo inimagináveis, ao longo dos quais os eventos geo-
lógicos menos perceptíveis têm a capacidade de alterar
significativamente um continente inteiro.
26
26
Quando os primeiros fósseis (do grego fossilis = extraído
da terra) foram encontrados, as interpretações dadas a eles
orbitavam dentro de uma concepção dogmática, calculada
pelo bispado da Igreja Anglicana, o qual se baseava no
Velho Testamento, que postulava uma Terra com 6 mil
anos de idade. Tomava-se como referência uma escala de
tempo baseada na genealogia das tribos de Israel. Faltava,
até o momento, a visão de um tempo quase que
infinitamente profundo para a percepção dos sentidos
humanos.
27
27
a) os registros mais antigos dos movimentos das placas
tectônicas; b) o início da vida na Terra, com o aparecimento
das primeiras células eucarióticas; c) a formação da
atmosfera tal qual a conhecemos; d) o registro dos animais
e vegetais mais primitivos.
28
28
plantas primitivas terrestres, sugerem aos paleontólogos
que elas teriam conquistado a Terra nesse período. Suas
principais novidades estruturais, que viabilizaram sua
expansão terrestre, foram o aparecimento de raízes,
estruturas cuticulares e esporos resistentes ao resseca-
mento ambiental.
29
29
cursos d’água, continente adentro. Importantes achados
de anfíbios labirintodontes marcam a forte expansão desse
grupo nesse período. O ovo amniótico promoveu a
dispersão territorial dos répteis. Suas formas mais basais,
como os cotilossauros (répteis-tronco), foram identificadas
nesse período.
30
30
e cicadeoidales têm registros importantes ao longo desse
período. Uma das características mais importantes do
Triássico é que nele surge um grupo importante de
vertebrados denominados de sinápsidos. Esses estão
relacionados diretamente com as linhagens que deram
origem aos mamíferos atuais. Durante o Triássico, estão
registrados, em seus sedimentos, os dinossauros mais
antigos, denominados de prossaurópodos. Esse período é
conhecido pela configuração dos continentes na forma do
supercontinente de Pangea. Surgem também árvores de
grande porte, como as coníferas. O período Triássico
finalizou com a extinção de algumas linhagens de verte-
brados, como os dicinodontes. Presume-se que essas
extinções tenham resultado de fortes mudanças climáticas
que submeteram os paleoambientes a climas peridesérticos.
31
31
O período Cretáceo está compreendido entre 145,5 milhões
e 65,5 milhões de anos atrás, aproximadamente. Para a
botânica, esse período tem singular importância evolutiva,
já que nele surgem as primeiras plantas com frutos – as
angiospermas –, as quais deram origem a várias famí-
lias que hoje representam muitas plantas modernas.
O aparecimento e a diversificação das angiospermas
estimularam o surgimento e a diversificação de muitos
grupos atuais de insetos, como as formigas e as borboletas.
32
32
encontravam-se em franca diversificação, de forma
que, dessas linhagens, apenas as aves deixaram repre-
sentantes atuais.
33
33
subdivide-se nos períodos Paleógeno (com início há 65
milhões de anos e término há 24 milhões de anos) e Neógeno
(com início há 24 milhões de anos e término há 1,8 milhão
de anos). Já o Quaternário subdivide-se nas épocas Pleistoceno
(com início há 1,8 milhão de anos e término há 11 mil anos)
e Holoceno ou recente, com data inferior a 11 mil anos.
O período Paleógeno subdivide-se em três épocas: Paleoceno,
Eoceno e Oligoceno. O período Neógeno subdivide-se em
Mioceno e Plioceno. A Era Cenozóica foi marcada pelo
aparecimento de 28 ordens de mamíferos, das quais 16 ainda
fazem parte da atual classe Mammalia. Ao longo do
Pleistoceno, registros importantes de consideráveis eventos
glaciais, principalmente no Hemisfério Norte (evidências de
atividades de glaciação de magnitudes menores também foram
observadas no Hemisfério Sul), deram a esse período a
denominação popular de “Era do Gelo”. Com relação à
evolução humana, os registros mais antigos do gênero Homo
datam de sedimentos do Pleistoceno (cerca de 450 mil anos).
Além de fósseis humanos, esse período contempla achados
importantíssimos de fabulosos mamíferos. Entre os achados
mais comuns, figuravam os mastodontes e mamutes,
ancestrais gigantes das preguiças (megatérios), tatus gigantes
(gliptodontes), felinos como os tigres-dentes-de-sabre (Smilodon)
e os toxodontes, grandes mamíferos notoungulados com
hábitos semelhantes aos dos atuais hipopótamos. A ocupação
de novos hábitats marcou não só o predomínio, mas também
a radiação adaptativa das angiospermas.
A teoria de Wegener:
estariam os continentes à deriva?
Essa pergunta, aparentemente simples, tem um enorme
significado na história do homem. As primeiras civilizações
que obtiveram o domínio tecnológico das ciências
cartográficas provavelmente tiveram a sensibilidade de
perceber que, de certa forma, o contorno dos continen-
tes era contíguo, ou seja, tinha tudo para se encaixar
34
34
perfeitamente, como se fosse um enorme quebra-cabeça
mundial. Antônio Pellegrini, um pesquisador do século
19, em suas investigações, postulou empiricamente que
os continentes teriam sido interligados em um passado
geológico, separando-se a posteriori.
35
35
Além das constatações geofísicas, ou mesmo das de caráter
mais empírico, uma outra área do conhecimento humano
somou-se na corroboração dos fenômenos envolvidos na
tectônica de placas e deriva continental: a paleontologia
ou o estudo dos fósseis. A partir dos estudos de
geocronocorrelação entre formações geológicas que tinham
continuidade intercontinental, foi possível observar que
fósseis de animais e plantas eram encontrados em
continentes afastados por distâncias oceânicas. São muitos
os exemplos registrados pela paleontologia. Um dos mais
clássicos envolve os mesossaurídeos, que eram répteis de
pequeno porte que habitavam os mares epicontinentais
ao longo do Permiano. Esses pequenos vertebrados
ocorrem em duas importantes formações geológicas
permianas mundiais: a Formação Irati, no Brasil, e a
Formação Whitehill, na África do Sul. A ocorrência desses
mesossaurídeos em continentes intercalados pelo Oceano
Atlântico corrobora a hipótese de que, no passado
geológico, África e América do Sul estavam muito
próximas.
Literatura recomendada
CARVALHO, I. S. Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2000. 628 p.
GOULD, S. J. Seta do tempo, ciclo do tempo, mito e metáfora na descoberta do tempo geológico.
São Paulo: Companhia das Letras, 1991. 222 p.
HOLZ, M. Do mar ao deserto: a evolução do Rio Grande do Sul no tempo geológico. Porto
Alegre: Ed. UFRGS, 1999. v. 1. 142 p.
HOLZ, M.; SIMÕES, M. G. Elementos fundamentais de tafonomia. Porto Alegre: Ed. UFRGS,
2002. 231 p.
LYELL, C.; SECORD, J. A. Principles of geology. London: Penguin Classics, 1842. 528 p. Sugestões
para leitura
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. (Ed.). Decifrando a Terra.
São Paulo: USP – Oficina de Textos, 2003. 558 p.
36
36
D omesticação
das plantas
39
39
Vários conceitos já foram descritos para o termo
domesticação, tais como: “um processo mediado por
adaptações morfológicas e auto-ecológicas na planta e por
mudanças no comportamento humano” (RINDOS, 1984);
“um processo evolutivo operando sob a influência de
atividades humanas” (HARLAN, 1992); “um processo de
seleção genética que, por alterar traços chaves, trans-
forma formas silvestres em variedades domesticadas”
(SALAMINI et al., 2002), entre tantos outros. Entretanto,
de maneira geral, pode-se dizer que a domesticação das
espécies é um processo de modificação do genótipo de
maneira contínua, evolutiva, efetuado inconscientemente
pelo homem (EVANS, 1993) e de forma relativamente
rápida. Nos últimos anos, foram desenvolvidos modelos
matemáticos baseados em estimativas empíricas de
coeficientes de seleção, os quais indicam que a domesticação
de uma espécie não necessariamente necessita de centenas
ou milhares de anos, e sim que pode ocorrer em torno de
20 a 100 anos (HILLMAN; DAVIES, 1990).
40
40
diretamente relacionadas com o desenvolvimento da
agricultura de subsistência (cultivo), efetuada, primariamente,
pelo grupo dos caçadores-coletores.
41
41
com a atividade humana de plantio e colheita, tanto na
forma silvestre quanto na domesticada (SALAMINI et al.,
2002). Além disso, a domesticação nem sempre evolui em
relações agrícolas (RINDOS, 1984).
42
42
viviam. Esse fator também é determinante para que haja
um padrão de sucessão entre as espécies que possuem o
uso intensificado. Essas espécies domesticadas estão, dessa
forma, sob ação de forças seletivas de grande importância
evolutiva e apresentam mudanças morfológicas mais
marcantes. Nesse tipo de domesticação, os humanos
tornam-se suficientemente dependentes de determinadas
plantas para a sua sobrevivência, assim como a sobrevi-
vência de algumas plantas torna-se dependente dos
humanos, em algumas regiões. Intensificando o sucesso
desse relacionamento coevolutivo, um relacionamento
especializado entre humanos e suas plantas domesticadas
incidentais é criado, de forma que se estabeleça um sistema
agroecológico primário. Nesse tipo de domesticação, a
proteção, a armazenagem e o plantio tornam-se variáveis
comportamentais fundamentais.
43
43
A seleção das características na planta, que permitem o
desenvolvimento de um processo simbiótico entre
humanos e plantas, confere o início do sistema agrícola de
fato, estabelecendo a domesticação agrícola.
44
44
Considera-se que espécies silvestres e espécies cultivadas
evoluíram em paralelo, que hibridizam com freqüência,
apresentando introgressão de genes, porém com fluxo
gênico limitado. Além disso, podem ser encontradas
facilmente no mesmo ambiente. Um exemplo claro pode
ser observado com o milho (Zea mays) e o ancestral teosinto
(Zea mexicana). A espécie ancestral é encontrada na
vegetação silvestre no oeste central do México (centro de
origem da espécie) e também como invasora nos campos
de milho (HAWKES, 1983).
A síndrome da domesticação
A síndrome da domesticação pode ser definida como o
resultado do processo de domesticação das plantas, o qual
resulta na modificação das características originais. Essas
mudanças têm sido determinadas como as diferenças
existentes entre plantas silvestres e domesticadas, sem
ignorar muitos exemplos de espécies cultivadas que
possuem características similares aos seus ancestrais
silvestres e, muitas vezes, a perda total da ligação entre as
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duas populações. Darwin com sua teoria da “variação
paralela análoga” e Vavilov com “as séries homólogas”
reconheceram essas características comuns nos grupos
domesticados de plantas e nas mudanças com a
domesticação, apesar do último descrever a perda de
ligação entre as plantas silvestres e as plantas cultivadas.
Contudo, pode-se admitir que uma identificação das
cultivadas modernas com seus ancestrais permanece
plenamente possível, uma vez que o próprio Vavilov
definiu que grande parte dessa perda encontrou um meio
de retornar a seu relacionamento ancestral.
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Essa característica, adquirida após a domesticação, tornou
as plantas cultivadas inteiramente dependentes do homem.
Em algumas culturas, a perda desse mecanismo é irre-
levante, permanecendo a forma original de dispersão das
sementes. Algumas espécies de forrageiras cultivadas são
bons exemplos, visto que a debulha natural é uma
característica desejável para a manutenção das espécies sem
a necessidade de nova semeadura.
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3) Germinação mais rápida e uniforme
Uma germinação mais demorada e a presença de sementes
mais duras são características comuns e adaptativas das
plantas silvestres, sendo indesejável para plantas
cultivadas. Para Ladizinsky, citado por Evans (1993), a
seleção para germinação mais rápida foi quase um pré-
requisito para a domesticação de lentilhas, reduzindo a
competição entre as plantas.
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contra a predação, tornando necessário algum tipo de
tratamento especial e/ou cozimento para alimentação
humana. Embora apresentassem essas desvantagens, muitas
delas eram reconhecidas como candidatas perfeitas à
domesticação. É correto afirmar que a toxicidade evoluiu
como um sistema de proteção para órgãos com grande
estocagem nutritiva e pode ter sido intensificada por seleção
inconsciente em muitas culturas.
6) Gigantismo de órgãos
O gigantismo de órgãos foi provocado por seleção de
estruturas maiores e por eventos de poliploidização de
algumas espécies. Desempenhando um papel significante
junto às outras características concomitantes da do-
mesticação, essa modificação em partes das plantas que
recebem especial atenção na utilização humana pode ser
determinada como um fator pré-adaptativo para o
processo em si. O aumento no tamanho das sementes é
um dos primeiros estágios de domesticação ocorrido em
muitas leguminosas, assim como o aumento nos grãos
dentro dos cereais ocorreu de maneira bem menos
pronunciada. Vavilov (1945) identificou que o aumento
no tamanho das sementes podia ser reflexo de adaptação
ambiental, em vez de domesticação per se.
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variedades crioulas, com alta herdabilidade para o caráter,
mas pouco associado a diferenças nos níveis de ploidia.
Uma grande proporção das plantas domesticadas é
poliplóide, como o trigo, a aveia, o algodão, o fumo, entre
outras. O gigantismo ocasionado pela poliploidia
certamente chamou a atenção do homem primitivo, que
selecionou parte dessas plantas para a domesticação.
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vêm atuando em hibridizações com espécies relacionadas
para aumentar a variabilidade genética desse pool gênico.
As origens da agricultura
A história da agricultura é complexa porque não existem
registros escritos sobre como e quando a agricultura começou.
Tudo o que se sabe está baseado em evidências circunstanciais,
em conclusões extraídas de registros arqueológicos. Segundo
Hawkes (1983), a agricultura teve várias origens diferentes,
mais ou menos no mesmo período, e nasceu, provavelmente,
de uma necessidade dos povos de se fixarem em um local,
deixando de ser nômades. O fato é que há milhares de anos,
de maneira instintiva e, provavelmente, inconsciente, o
homem primitivo passou a prestar mais atenção no que
ocorria a sua volta e descobriu que não havia mais necessidade
de mudar de ambiente para se alimentar, e que poderia passar
a cultivar o alimento próximo a sua moradia, tornando-a,
então, fixa. É interessante destacar que, por causa do
compromisso com a caça e dos cuidados com o rebanho, é
provável que boa parte da agricultura tenha sido desenvolvida
pela mulher.
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havia mais a necessidade de buscar o alimento tão longe,
quando poderia cultivá-lo próximo às suas habitações.
Segundo o autor, não teria ocorrido um planejamento, ou
seja, foram as circunstâncias que levaram por si só ao inevitável
desenvolvimento. Essa mesma hipótese também foi descrita
mais tarde por Sauer (1952). Entretanto, alguns fatos não
podem ser explicados por essa teoria. Entre eles, destaca-se a
seguinte questão: por que somente um número tão baixo de
espécies foi domesticado, considerando-se milhares de
espécies de inços que, provavelmente, colonizaram as regiões
próximas às moradias?
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fixação das comunidades em locais determinados, somados
a mudanças na organização política e social. Entretanto,
Hawkes (1983) apresenta citações discordando da ocorrência
de mudanças ambientais de grande impacto para esse
período. De fato, as verdadeiras causas que justificam o
surgimento da agricultura em um período tão tardio na
história cultural humana não estão ainda bem definidas, mas
é provável que um dos fatores mais decisivos tenha sido a
mudança na percepção e no comportamento humano.
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estágio, os grãos são colhidos regularmente em locais
determinados e, provavelmente, com seleção de mutantes,
visando ao aumento da produção e palatabilidade. Nesses
dois primeiros estágios, os povos ainda não estocavam
sementes para o ano seguinte.
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o que realmente é a área de crescimento original (do
silvestre) e o que pode vir a ser apenas um escape da espécie.
Entretanto, a localização das espécies silvestres nem sempre
é um bom critério de definição da origem das cultivadas.
Um bom exemplo é o tomate, que apresenta várias espécies
silvestres crescendo no Peru, porém existem evidências
de que essa espécie, provavelmente, se originou no México.
Em outros casos, ficou comprovado que as prováveis
espécies ancestrais silvestres de uma cultivada não são
sequer relacionadas a essa. Por exemplo, hoje se sabe que
os candidatos a genitores das batatas cultivadas (indicados
como provenientes do Chile, Uruguai e México) são
espécies claramente distintas, até mesmo com números
cromossômicos diferentes.
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plantas cultivadas e utilizou a denominação de centros
secundários para descrever alguns casos em que o centro
de diversidade da cultura não correspondesse ao seu centro
de origem. Entretanto, uma das mais sérias críticas à teoria
de Vavilov foi feita por Harlan (1971), que sugere apenas
três centros verdadeiros, os quais estão relativamente
conectados um ao outro por áreas difusas que não são
centros. O autor reconhece que algumas culturas são
endêmicas de uma pequena área, outras são monocêntricas
e outras, oligocêntricas. Sugere ainda que certas espécies
cultivadas são não-cêntricas, ou seja, apresentam seus
ancestrais dispersos.
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O futuro da domesticação das plantas
Por muitos anos, as pesquisas relacionadas com as plantas
domesticadas visaram, basicamente, melhorar as espécies que
o homem primitivo domesticou. Poucos esforços foram
destinados à domesticação de novas espécies. O homem
moderno ainda está utilizando o “pacote” domesticado e
selecionado pelos seus ancestrais primitivos. Entretanto,
considerando as 200 mil espécies silvestres existentes
(DIAMOND, 2002), certamente ainda existem inúmeras
espécies silvestres com alto valor nutritivo para serem
domesticadas e utilizadas na alimentação humana e animal.
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cultivadas. Assim, cabe ao homem moderno, a res-
ponsabilidade de conservar os recursos genéticos mo-
dificados por seus ancestrais, com o objetivo de garantir a
sobrevivência de sua espécie.
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