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Profundidade (m)
9
onda cisalhante (VS) foram obtidas através de 10 NA
12
4.c). Na Figura 4.d é apresentado os valores do 13
Areia Fina
Argilosa
módulo de cisalhamento máximo (Go) 14
15
Vermelha
(Solo Residual
do Grupo Bauru)
calculadas pela Teoria da Elasticidade, através 16
SC NA'
18
indeformadas retiradas de poços de inspeção. 19
21
Go e a média de N60 de todos os ensaios, para Figura 4: Dados de ensaios SPT e sísmicos e relação
posterior cálculo dessa relação. Go/N60
Através dos valores de N60 e VS é possível
verificar a grande variabilidade desse campo Estes resultados são semelhantes aos
experimental. Giacheti et al. (2003) discutem encontrados por Giacheti e De Mio (2008) para
essa variabilidade baseado em resultados de a relação Go/qc em ensaios SCPT (Figura 1),
ensaios CPT. indicando que a relação entre a rigidez a
pequenas deformações (Go) e um parâmetro de
3.3 A razão Go/N60 resistência última (N ou qc) pode ser empregada
para diferenciar solos com comportamento
Observa-se na Figura 4.e que a relação distintos e o grau de evolução dos solos
Goméd/N60méd tende a diminuir com o aumento da residuais.
profundidade, com um valor médio de 50 entre
1 e 7 metros; 25, entre 7 e 14 metros e 14
abaixo de 14 metros de profundidade. Estes 4. O ENSAIO S-SPT
resultados indicam valores maiores de
Goméd/N60méd para camada de solo laterítico (1 a No Brasil, o ensaio SPT é o mais utilizado para
7 metros), e que tendem a diminuir à medida definição do perfil estratigráfico e determinação
que o solo se torna menos evoluído, como o de parâmetros geotécnicos, entretanto diversos
solo saprolítico (7 a 21 metros). autores questionam sua utilização em função
Os valores médios de Go e N60 também das diferentes metodologias adotadas e vícios
foram plotados no ábaco proposto por Schnaid de execução, acarretando variações na energia
et al. (2004) (Figura 5). Todos os pontos estão utilizada nos ensaios, além da determinação de
localizados acima do limite inferior para areias parâmetros com base em um único número, o N
cimentadas, indicando que a estrutura dos solos do SPT (Mayne, 2000). A partir da década de
arenosos tropicais produzem valores de Go/N60 1980, verifica-se a tendência de se incorporar
maiores que aqueles observados em solos novas ferramentas e procedimentos ao ensaio
sedimentares. Este fato também é verificado na SPT. Um exemplo é o ensaio SPT-T, sugerido
Figura 4.e, onde o solo laterítico (Go/N60=50) inicialmente por Ranzini (1988). Outro exemplo
apresenta maior cimentação do que o solo é a incorporação da medida de VS em um ensaio
up-hole em conjunto com o SPT, o denominado ensaio SPT. Para o registro dos sinais
S-SPT. Esse ensaio possibilita determinar tanto propagados são instaladas seis caixas fixas em
os valores de N, como do módulo de superfície contendo dois geofones cada, um
cisalhamento máximo (Go). orientado para captar os sinais na direção
vertical e outra na direção horizontal.
1000
Limite Superior
Empregou-se o sistema de aquisição de dados
Solo Laterítico
(Areias Cimentadas)
Solo Saprolítico
da National Instruments, modelo NI-USB-6353.
Pedrini (2012) desenvolveu um software em
plataforma Labview e Matlab para acionamento
do trigger, registro das ondas S, processamento
(Go/pa)/N60
H1 1
4.1 Princípio L1
H2 2 L2
A determinação da velocidade de onda
H3
cisalhante (VS) durante o ensaio SPT é possível 3 L3
através da utilização da técnica up-hole. Esta Hi i Li
metodologia foi primeiramente empregada por
Otha et al. (1978), sendo apresentada e
aperfeiçoada recentemente por Bang & Kim Figura 6: Representação esquemática do ensaio S-SPT
(2007). Esta técnica permite a determinação, em (Pedrini 2012)
uma mesma sondagem, do valor de N e de Go.
Durante a realização do ensaio SPT, uma onda 4.3 Determinação de VS
sísmica é gerada a uma profundidade e sua
chegada é registrada em superfície. Uma Para a determinação de VS, Bang & Kim (2007)
representação esquemática do ensaio S-SPT é apresenta duas metodologias, a primeira
apresentada na Figura 6. denominada de DTR (delay time between serial
Para a realização do ensaio utiliza-se o receivers) e a segunda denominada de DTS
mesmo equipamento do ensaio SPT, (delay time between serial sources). Bang &
incorporando geofones instalados em caixas Kim (2007) e Pedrini (2012) demonstram que o
apropriadas na superfície, um sistema de método DTS apresenta melhores resultados. Em
aquisição de dados, sistema de acionamento ambas as metodologias, o tempo de chegada da
(trigger) e fonte sísmica. onda S é determinado a partir da identificação
de um ponto de referência na onda; Pedrini
4.2 Execução do ensaio S-SPT (2012) utiliza o ponto de mínimo, como
apresentado na Figura 7. A Figura 7 apresenta
O sistema para realização do ensaio S-SPT e a os sinais registrados, a cada metro, pelo geofone
metodologia de interpretação de resultados foi horizontal localizado a 12 metros do furo de
recentemente implementada por Pedrini (2012). sondagem, com a determinação do ponto de
Como fonte sísmica ele utilizou um martelo de mínimo de cada sinal, para cada profundidade.
mão de aproximadamente 2 kg. O sistema de Outro aspecto importante é a geometria do
gatilho (trigger) é acionado no momento do arranjo. Bang & Kim (2007) recomendam a
golpe desse martelo na cabeça de bater do utilização da Lei de Snell, uma vez que ocorrem
refração e reflexão das ondas propagadas em do solo, para possibilitar uma melhor recepção
camadas com diferentes densidades. dos sinais. A distância entre as caixa foi de 2
metros e elas foram instaladas entre 2 a 12
metros de distância do furo de sondagem. Na
Figura 8 são apresentados os resultados obtidos
do ensaio S-SPT. O perfil do subsolo e os
valores de N60 determinados durante o ensaio S-
SPT são apresentados nas Figuras 8.a e 8.b,
respectivamente. Na Figura 8.c são
apresentadas as velocidades medidas para cada
uma das seis caixas, bem como o perfil de
velocidade média. Assim foi possível calcular
os módulos de cisalhamento máximo de metro
em metro (Figura 8.d). A relação Go/N60 versus
a profundidade é apresentada na Figura 8.e.
Perfil Vs (m/s) Go
N60 (MPa) Go/N60
(SPT) Médio
0 10 20 30 40 0 200 400 600 0 100 200 300 400 0 20 40 60 80 100
0
Aterro
1
Areia Fina
2
Argilosa
3 Marrom
(Sedimento
4
Cenozóico)
Figura 7: Perfil de ondas e identificação do ponto de 5 SC LA'
10 NA
Snell é determinada pela consideração de duas 11
13 Areia Fina
Argilosa
Para a determinação da trajetória das ondas são 14 Vermelha
(Solo Residual
adotadas duas suposições: 1) o local de ensaio 15
16
do Grupo Bauru)
SC NA'
apresenta camadas horizontais de espessuras 17
18
constantes e iguais ao intervalo em que são 19
21
(b)
um metro); 2) as camadas são homogêneas e as 22
(a) (b) (c)(c) (d) (e)