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Prof.

Regina de Amorim Romacheli


PROJETO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Prof. Marcelo Valerius Bernardes
Prof. Delcir Magalhães Cardoso
TRATAMENTO DE EFLUENTES INDIVIDUAIS Prof. Danillo F. Cunha
Prof. Regina de Amorim Romacheli

TRATAMENTO DE EFLUENTES INDIVIDUAIS Prof. Marcelo Valerius Bernardes


Prof. Delcir Magalhães Cardoso
Prof. Danillo F. Cunha
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

PARÂMETROS QUÍMICOS DO ESGOTO

• Sólidos
• Matéria Orgânica(MO)
• pH
• Fósforo Total
• Nitrogênio Total
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
pH
Potencial hidrogeniônico. Representa a concentração de
íons hidrogênio H+ dando uma indicação sobre a
condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade do
esgoto.

Em termos de tratamento de esgoto:


Os processos de oxidação biológica normalmente tendem a
reduzir o pH.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
• O pH do esgoto varia tipicamente entre 6,5 e 7,5;

• Esgotos velhos ou sépticos têm o pH inferior a 6,0

Medição:
Papel pH (forma mais simples); e
pHmêtro (forma mais precisa)
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

Os principais componentes orgânicos são os


compostos de proteínas (carboidratos, gorduras e os
óleos, além de uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas e
outros em menor quantidade.)
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA (MO)

• Carboidratos: Carbono, hidrogênio e oxigênio

São as primeiras substâncias a serem destruídas pelas


bactérias, com produção de ácidos orgânicos (por esta razão os
esgotos velhos apresentam maior acidez)

Exemplos de carboidratos pode-se citar: os açúcares, o amido, a


celulose e a fibra da madeira.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

• Gordura

Se refere a matéria graxa, aos óleos e substâncias semelhantes


encontradas no esgoto

A gordura está sempre presente no esgoto doméstico, manteiga,


carne, óleos vegetais, etc.

Não são desejáveis nas unidades de transporte e tratamento de


esgoto.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA(MO)
• Gordura
Não são desejáveis nas unidades de transporte e tratamento de
esgoto:
• Aderem às paredes produzindo entupimento;
• Provocam odores desagradáveis;
• Formam “escuma” uma camada de matéria flutuante nos
decantadores, podem vir a entupir os filtros;
• Interferem e inibem a vida biológica;
• Trazem problemas de manutenção.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

• Surfactantes – Detergentes sintéticos

São constituídos por moléculas orgânicas com propriedade


de formar espuma no corpo receptor ou na estação de
tratamento em que o esgoto é lançado.

Tendem a se agregar na superfície ar-água e nas unidades de


aeração se aderem à superfície das bolhas, formando uma
espuma muito estável e difícil de se quebrar.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

Classificação quanto à forma:


• em suspensão (particulada)
• dissolvida (solúvel)

Classificação quanto à biodegradabilidade:


• inerte
• biodegradável
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

MATÉRIA ORGÂNICA(MO)
Podem-se adotar métodos diretos ou indiretos para a determinação da matéria
orgânica.

Métodos indiretos: medição do consumo de oxigênio:


-Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
-Demanda Ultima de Oxigênio (DBOu)
-Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Métodos diretos: medição do carbono orgânico:


-Carbono Orgânico Total (COT)
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

Demanda Bioquímica de Oxigênio(DBO5)

Mede a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar


biologicamente a matéria orgânica presente na amostra, após certo
tempo (tomado para efeito de comparação em e 5 dias) a uma
temperatura padrão 20°C (para efeito de comparação).
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

Demanda Ultima de Oxigênio(DBOU) ou (DBO20)

Representa o consumo total de oxigênio, ao final de vários dias (cerca


de 20 dias ou mais para o esgoto doméstico) requerido pelos
microrganismos na estabilização bioquímica da matéria orgânica.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

MATÉRIA ORGÂNICA(MO)
Vantagens do teste da DBO
• Indicação aproximada da fração biodegradável do despejo;
• Indicação da taxa de degradação do despejo;
• Indicação do consumo de oxigênio em função do tempo;
• A determinação aproximada da quantidade de oxigênio requerido
para estabilização biológica da matéria orgânica presente.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA(MO)

Limitações do teste da DBO

pode-se encontrar baixos valores de DBO, caso os microorganismos responsáveis


pela decomposição não estejam adaptados aos despejos;
Os metais pesados e outras substâncias tóxicas podem matar ou inibir os
microorganismos;
Há a necessidade de inibição dos organismos responsáveis pela oxidação da amônia.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
MATÉRIA ORGÂNICA(MO)
Faixas típicas da relação DBO20 /DBO5
Origem DBO20 /DBO5

Esgoto concentrado 1,1 - 1,5

Esgoto de baixa concentração 1,2 - 1,6

Efluente primário 1,2 - 1,6

Efluente secundário 1,5 - 3,0

Fonte: Von Sperling, 1996.


CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
RELAÇÃO ENTRE OS PARÂMETROS DE CONSUMO DE OXIGÊNIO
200
150
100

DBO5 DBOU DQO


Relação aproximada entre os parâmetros de consumo de oxigênio em
esgotos domésticos
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

• Relação DQO/ DBO5

Esgotos domésticos brutos: varia em torno de 1,7 a 2,4.

Relação DQO/ DBO5 baixa:


•fração biodegradável é elevada
•provável indicação para tratamento biológico
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Relação DQO/ DBO5 elevada:


•a fração inerte (não biodegradável é elevada);

•se a fração não biodegradável não for importante em termos de


poluição do corpo receptor: possível indicação para tratamento
biológico;

•se a fração não biodegradável for importante em termos de poluição


do corpo receptor: possível indicação para tratamento físico-
químico.
Nitrogênio Total

O nitrogênio total inclui o nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato. É um


nutriente indispensável para o desenvolvimento dos microrganismos no tratamento
biológico.
O nitrogênio orgânico e a amônia compreendem o denominado Nitrogênio Total
Kjeldahl (NTK).
Nitrogênio orgânico
Nitrogênio na forma de proteínas, Nitrificação
aminoácidos e uréia

Amônia
Produzida como primeiro estágio na
decomposição do nitrogênio orgânico

Nitrito
Estágio intermediário da oxidação da
amônia. Praticamente ausente no esgoto
bruto

Nitrato

Desnitrificação Produto final da oxidação da amônia.


Praticamente ausente no esgoto bruto
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Nitrogênio Total

A forma predominante do nitrogênio em um curso d’água, pode fornecer indicações


sobre o estágio da poluição eventualmente ocasionada por algum lançamento de esgoto a
montante.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Nitrogênio Total

• Poluição recente
O nitrogênio estará basicamente na forma de nitrogênio orgânico e
amônia.

• Poluição antiga
O nitrogênio estará basicamente na forma de nitrato (as concentrações
de nitritos são normalmente mais reduzidas).
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Fósforo Total

O fósforo total existe na forma orgânica e inorgânica. É um


nutriente indispensável no tratamento biológico

• Usualmente os esgotos domésticos possuem um teor suficiente de


fósforo, mas este pode estar deficiente em certos despejos industriais.

• o fósforo é um nutriente essencial para o crescimento de algas,


podendo por isso em certas condições, conduzir o fenômeno de
eutrofização de lagos e represas.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
Características físico-químicas dos esgotos. Metcalf & Eddy (1991)
Característica Forte Médio Fraco
DBO5,20 (mg/L) 400 220 110
DQO (mg/L) 1.000 500 250
Carbono Org. Total (mg/L) 290 160 80
Nitrogênio total – NTK (mg/L) 85 40 20
Nitrogênio Orgânico (mg/L) 35 15 08
Nitrogênio Amoniacal (mg/L) 50 25 12
Fósforo Total (mg/L) 15 08 04
Fósforo Orgânico (mg/L) 05 03 01
Fósforo Inorgânico (mg/L) 10 05 03
Cloreto (mg/L) 100 50 30
Sulfato (mg/L) 50 30 20
Óleos e Graxas (mg/L) 150 100 50
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

PARÂMETROS BIOLÓGICOS DO ESGOTO

Os principais organismos encontrados nos esgotos são:

bactérias, fungos, vírus, protozoários, helmintos as algas e os


grupos de plantas e de animais.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
PARÂMETROS BIOLÓGICOS DO ESGOTO

Há vários organismos cuja a presença num corpo dágua indica uma forma
qualquer de poluição.

Determinação da potencialidade de uma água transmitir doença é feita de forma


indireta.

Organismos indicadores de Contaminação Fecal

Bactérias de origem fecal


CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

• Bactérias de origem fecal

Típicas do intestino do homem e de outros animais de sangue quente


(mamíferos em geral).

Sempre presente no excremento do homem em grande quantidade (100


bilhões de coliformes totais/hab.dia, exemplo)
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
Determinação de todas as análises para determinar a presença e
identificar os diversos organismos patogênicos presente no esgoto.

Investiga a presença de organismos indicadores específicos:


• Coliformes totais (CT);
• Coliformes fecais (CF);
• Escherichia coli (EC);
• Estreptococos fecais (EsF);
• Enterococos fecais (EnF)
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Nº Mais Provável de Coliformes


• Coliformes totais (CT);
O esgoto bruto contém cerca de 106 a 109 NMP/100 ml de colis
total, ou cerca de 109 a 1012 org/hab.dia.

• Coliformes fecais (CF);


O esgoto bruto contém cerca de 105 a 108 NMP/100 ml de colis
fecal, ou cerca de 108 a 1011 org/hab.dia.

• Escherichia coli (EC);


O esgoto bruto contém cerca de 109 EC/g.fezes
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

• Enterococos fecais (EnF);


Não há valores de referência para número de EnF em esgoto.

• Estreptococos fecais (EsF);


Não há valores de referência para número de EnF em esgoto.
PRINCIPAIS MICRORGANISMOS PRESENTES NOS
ESGOTOS DOMÉSTICOS
Microrganismo Descrição
Bactérias -Organismos protistas e unicelulares
-Apresentam em várias formas e tamanhos
-São os principais responsáveis pela estabilização da matéria orgânica
-Algumas bactérias são patogênicas, causando principalmente doenças
intestinais.
Fungos -Organismos aeróbios, multicelulares, não fotossintéticos, heterotróficos.
-Também de grande importância na decomposição da matéria orgânica.
-Podem crescem em condições de baixo pH.
Protozoários -Organismos unicelulares sem parede celular
-A maioria é aeróbia e facultativa
-Alimentam-se de bactérias, algas e outros microrganismos.
-São essenciais no tratamento biológico para a manutenção de um equilíbrio
entre os diversos grupos.
-Alguns são patogênicos
Vírus -Organismos parasitas, formados pela associação de material genético (DNA
ou RNA) e uma carapaça protéica.
-Causam doenças e podem ser de difícil remoção no tratamento da água ou do
esgoto.
Helmintos -Animais superiores
-Ovos de helmintos presentes nos esgotos podem causar doenças.
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

• Quantificação das Cargas Poluidoras

Para avaliação do impacto da poluição e da eficácia das medidas


de controle.

Quantificação das cargas poluidoras afluentes ao corpo d’água.

A quantificação dos poluentes deve ser apresentada em forma de


“carga”
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
Quantificação das Cargas Poluidoras

• A carga per capita

representa a contribuição de cada indivíduo por unidade de tempo.

Unidade: g/hab.d. ou kg/hab.d

• A carga per capita

54g DBO/hab.d. ou 0,054kg DBO/hab.d


CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Quantificação das Cargas Poluidoras

Carga = População x carga per capita

população(hab) x carga per capita(g/h ab.d)


carga(kg/d ) 
1000(g/kg)

Carga = concentração x vazão


CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO
Quantificação das Cargas Poluidoras

carga
Concentração 
vazão

carga per capita


Concentração 
quota per capita

Consumo médio diário de água

Concentração( g / m3 ) Vazão(m3 / d )
C arg a(kg / dia) 
1000 ( g / kg )
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE SANITÁRIO

Quantificação das Cargas Poluidoras

C arg a per capita ( g / hab.d )  1000 (l / m )


3

Concentração( g / m ) 
3

quota per capita(l / hab.d )

Obs: g/m3 = mg/l


FOSSAS SEPTICAS COM SUMIDOUROS
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO

Restrições ao Uso; Localização e Distâncias Mínimas

• O sistema de fossas sépticas deve preservar a qualidade das águas superficiais e


subterrâneas, mediante estrita observância das prescrições da NBR 7229/1993;

• É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de: águas pluviais e despejos


capazes de causar interferência negativa na fase do processo de tratamento ou
elevação excessiva da vazão de esgoto afluente, como os provenientes de
piscinas e lavagem de reservatórios de água.
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO
Restrições ao Uso; Localização e Distâncias Mínimas

• Devem ser localizadas o mais próximo possível do banheiro, com tubulação o mais
reta possível e com no mínimo 15m abaixo de qualquer manancial de água (poço,
cisterna, etc);
• Devem observar as seguintes distâncias horizontais mínimas: a)1,50m de
construções, limites de terreno, sumidouro, valas de infiltração e ramal predial de
água; b)3,0m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de
água; c)15,0m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO

Funcionamento e Retenção:

• a retenção do liquido pode variar de 12 a 24 hs ( mais usual)


• Decantação : Paralelo á retenção processa-se a sedimentação de 60% a 70% dos
sólidos, formando o lodo.
• A mistura de gases, com óleos, graxas, gorduras , forma a escuma
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO

Funcionamento e Digestão:

• o lodo e a escuma são modificados pelas bactérias anaeróbias, provocando


uma destruição total ou parcial de organismos patogênicos

• Redução de volume: a digestão provoca uma redução de volume dos sólidos,


por transformar parte do sólido em líquidos e gases.
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO

Funcionamento - Após a digestão:

• o efluente pode ser lançado em sumidouros, valas de infiltração ou outro corpo


receptor.
• O tanque séptico não remove bactérias do esgoto.
• Serve de separador do sólido do líquido e diminuição do volume de sólidos.
Eficiência de um tanque séptico:

• A eficiência somente sobre SS e matéria orgânica (DBO5 ou DQO)


• O ideal é que sejam retidos 60% dos sólidos e em torno de 50% a redução de
DBO
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO

NBR 7229 - Aplicação do sistema

4.1.1 O sistema de tanques sépticos aplica-se primordialmente ao tratamento de


esgoto doméstico e, em casos plenamente justificados, ao esgoto sanitário.

4.1.2 O emprego de sistemas de tanque séptico para o tratamento de despejos de


hospitais, clínicas, laboratórios de análises clínicas, postos de saúde e demais
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde deve ser previamente
submetido à apreciação das autoridades sanitárias e ambiental competentes, para
a fixação de eventuais exigências específicas relativas a pré e pós tratamento.
TANQUES SÉPTICOS E PÓS-TRATAMENTO

4.1.3 Mesmo nos casos em que seja admitido o tratamento de esgoto sanitário com
presença de substâncias tóxicas, nos termos das seções precedentes, cuidados
especiais devem ser tomados na disposição
4.1.1 do lodo;

4.1.4 O sistema deve ser dimensionado e implantado de forma a receber a totalidade


dos despejos, com exceção dos despejos especificados em 4.3.2.
Condições de execução:

• Para o tanque séptico , podem ser remetidos os despejos domésticos de


cozinhas, lavatórios, vasos sanitários, lavanderias, banheiros, ralos, etc;
• Deve ser evitado, ou feito um reservatório separado, para substâncias
contaminantes.
• Deve ser feita uma caixa de gordura para reter estas substâncias, antes de
remeter para o tanque séptico.
Vala de filtração
Definição

Os sistemas de valas de filtrações são constituídos de duas


canalizações superpostas, com a camada entre as mesmas
ocupada com areia.
Valas de
filtração
O sistema deve ser empregado quando:

➢o tempo de infiltração do solo não permite adotar outro sistema mais


econômico (vala de infiltração ou sumidouro);

➢quando a poluição do lençol freático deve ser evitada.

➢Quando requer uma elevada remoção de poluentes;

➢Quando o corpo receptor puder receber esta contribuição.


Funções das partes componentes do sistema

• Canalização superior
Funciona como sistema de irrigação subsuperficial (valas de
infiltração)

• Camada de areia
Realiza efetivamente o tratamento, tem a finalidade de “filtrar”
física e biológicamente o líquido percolado.
• Canalização superior

Funciona como sistema drenagem


Em geral deve-se adotar as mesmas recomendações sugeridas para vala
de infiltração, a não ser aquelas específicas ao caso presente, tais como:

• A profundidade da vala é de 1,20m e 1,50m e a largura na soleira é de


0,50m;

• Efluente do tanque séptico é conduzido a vala de filtração de


tubulação, com o diâmetro mínimo DN 100mm;

• As camadas de pedras deverão ser constituídas de pedregulho ou


cascalho (diâmetro médio de 0,4 a 0,6 mm, no mínimo 0,25);
• A largura do fundo das valas deverá ser de 0,50 m;

• As valas deverão ter extensão mínima de 6,0 m por


pessoa, sendo pelo menos duas valas por fossa.
Taxa da aplicação

Efluentes de fossa séptica


Limitada a 100 L/m2.d

Efluentes de tratamento Se desejar um efluentes final


aeróbio de alta qualidade

Limitada a 200 L/m2.d Limitada a 38 L/m2.d


Exemplo de Dimensionamento
Exemplo: Dimensionar um sistema de valas de filtração para uma
residência cuja a fossa séptica apresenta um volume útil já determinado
de 3.380L/d. O coeficiente adotado é de 50 L/m2.d, largura da vala
adotado= 0,50 m. Contribuintes 26 pessoas.

Solução:
1º Passo: Determinação do Volume de Contribuição Diária (Q)

O volume de contribuição diária (Q) adotado será o equivalente ao


volume útil da fossa séptica, já fornecido pelo problema de 3.380L/d.
2ºPasso: Cálculo da área de infiltração do solo
Para o cálculo da área de infiltração do solo utiliza-se fórmula
apresentada

A  Q / Ci
Substituindo os dados obtidos nos passos anteriores:
V= 3.380 litros
C1=50 litros/m² x dia
A= 3.380/ 50
A= 67,2 m²
3ºPasso: Determinação do comprimento total, mínimo, da vala L:

L = A/largura fixada L = 67,2/0,50 = 135 m2

Adotar como tentativa, 5 valas espaçadas de 1,0 m com comprimento


menor que 30 m: L = 135/5 = 27 m

Verificação da taxa de aplicação = 135m/26(habitantes)= 5,2 m/hab.


A taxa não satisfaz o mínimo de 6,0 m/hab.
Aplicar a taxa mínima de 6,0 m/hab, então:
L=6,0m/hab x 26hab = 156m
Filtro biológico anaeróbio

• Definição

O filtro anaeróbio (formado por um leito de brita nº 4 ou nº


5) está contido em um tanque de forma cilíndrica ou
retangular, que pode ser com fundo falso para permitir o
escoamento ascendente de efluente do tanque séptico ou sem
fundo falso, mas totalmente cheio de britas.
Filtro biológico anaeróbio

Filtro biológico anaeróbio:

Emprego:

Elevada remoção de poluentes;


Destino: corpo d’água.
Filtro biológico
anaeróbio
• Processo

Eficiência
de 70% a 90% da DBO

“A eficiência dos filtros só poderá


ser constatada três meses após o
início da operação que é o tempo
necessário para o bom
funcionamento do mesmo.”
Filtro biológico
anaeróbio
Prof. Regina de Amorim Romacheli
MÉTODOS ALTERNATIVOS Prof. Marcelo Valerius Bernardes
Prof. Delcir Magalhães Cardoso
TRATAMENTO DE EFLUENTES INDIVIDUAIS Prof. Danillo F. Cunha

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