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REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO Moe facit ut longos durent bene geste per anos 2f possim sera posteritate trul Volume 276 — Janeiro-Margo — 1968 pe DEPARTAMENTO DE IMPRENSA NACIONAL — RIO — 1968 ASPECTOS DA ILUSTRACAO NO BRASIL Tivemos como objetivo neste trabalho estudar certos aspectos da mentalidade de uma geracio que participou da independéncia © que tem raizes nas primeiras tentativas dos brasileizos de adaptar as de seu meio, « cultura silustraday da Europa no sum interésse ‘especil itura brasileira, do que andlise dos primeiras tages revoluciondrias © xe- publicanas da colénia, des quais, € certo muitos dentre éles parti- — 105 REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO mas que refletem a ideclogia da independéncia norte-ame- ricana € da Revolucéo Francesa, formas generalizadas de um mo- vimento cosmopolita e universal, simbolizada nas lojas macOnicas. Nao pretendemos, contudo, negar a influéncia fundamental das idéias secularizadoras da mentalidade ilustrada européia sobre ésses intelectuais brasileiros dos fins de século XVIII ¢ inicio do século XIX, uma das raz6es, alias, para explicar sua vocacao cien- tifica, A nova ética do século das Iuzes, segundo a qual os homens podetiam aspicar a liberdade ¢ realicagéo de sua felicidade na terra, dera um vigoroso impulso ao estudo das ciéncias. Os homens, como lembra Carl Becker em seu livro sObre a cidade divina do século XVIII, (1) passaram a tenter edificar o paraiso celeste no mundo de todo © dia, aliande ao seu otimismo utépico a mentali- dade pragmatica das reformas concretes, Dal o renascimento cien- tifico de meados do século XVIII, ipalmente no campo das cigneias naturais e mec&nicas. a fo do sabio e do cientista como o homem pratico e de agio: caberia a éles construir a felici- dade dos homens, com inventos e descobertas iteis 20 bem-estar € & sade e proveito da sociedade. O anti-intelectualismo de Rousseau, com seu horror aos inven- tores e cientistas, que tamanha atracao exerceria sobre os europeus impressionados com a miséria dos agrupamentos urbanos e dos ope- rarios, nas minas e Fabricas das regides industrializadas, sobretudo, da Inglaterra, no teria grande repercussio entre os estudantes Brasileiros, assim como também no os entusiasmariem suas idéias democraticas —, ciosos como eram de seus privilegios de aristo- crata: sob 0 ponto de vista humanitério, viam na mecanizacdo um meio de aliviar os sofrimentes dos escravos ¢ de liberté-los de um Jugo. condenado pelas Jeis da aatureze. Muito maior, portanto, entre os brasileiros dessa época, seria a influencia de uma corrente de pensamento diretamente filiada a Voltaire ¢ aos enciclopedistas franceses ¢ que desempenharia papel histérico decisive no estabe- lecimento de relagées pragmiaticas entre os intelectuais © a socie- dade. Profetas do movimento cientifico, os enciclopedistas fran- ceses reivindicavam nas palavras de Diderot «...um incremento da ciéncia natural, da anatomia, da quimica e da fisica experi- mental»... como um primeiro passo na reforma da sociedade. Além de D’Alembert, o grande fisico e matematico da Franga pré-revolucionaria, diversos cientistas contribuiriam para a sua (1) Becker. Carl: La ciudad de Dios det siglo XVI (trad. de Jost Gar per), México, Fondo de Cultura Econémico, 1943. 106 — ASPECTOS DA ILUSTRACAO NO BRASIL obra. E sugestiva da sua eseala de valores a segio F do grande dicionSrio, em que o verbete «Fornalhas» ultrapassa bastante em extensdo 0 artigo sobre a ... (2) A penetracdo désse espirito em Portugal explice 0 fato de entre os 568 estudantes formados em Direito (maioria significativa no total de 866 brasileitos formados em Coimbra, de 1722 a 1822). — 281 e, por conseguinte, a meiade. terem-se formado, simulta- neamente em Leis e Matematica ou Ciencias Naturais, acumulan- do as duas ou trés especialidades, (3) fendmeno que era bastante comum naquele tempo. Baltasar da Silva Lisboa ilustra bem a atragdo que as ciencias exerciam naquele momento; quando cur- sava em Coimbra 0 segundo ano do curso juridico, segula por sua prépria conta, além das matérias que figuravam no curriculo, cur- sos de Geomettia, Histéria, Fisica experimental e Quimica. (4) Com referéncia aos restantes 282, formados exclusivamente em Humanidades, isto é. em Leis, Teologia e Artes, podemos opor 141, exatameate a metade, diplomados sdmente em ciéncias. Em dados globais, referentes as matriculas € aos cursos seguidos € ‘ndo individualmente aos estudantes, desdobrando portanto o nt- mero dos que acumularam varios diplomas, temos que, dos 866 estudantes, — 800 formaram-se em pelo menos um ramo das cién- cias; dentre os quais 450 em Matematica, 285 em Filosofia natural © 63 em Medicina. Mas a maioria dos que deixaram obras es- critas voltaram-se de preferéncia para as ciéncias naturais e a Me- dicina, predominando, pois, na literatura «cientifica» désse perio- do os estudos de ciéncias naturais, em detrimento de pesquisas nas ciéncias puras ou exatas, Diversos fatéres gerais de condicionamento histérico, préprios de seu tempo, explicam essa preferincia e, muito em particular, a tendéncia pragmitica de suas mentalidades. — escrevia o brasileiro Alexandre Rodrigues erreira, em 1783, — «mede-se pela sua utilidades. (5) Volta- (2) Feuer, Lewis $. The Scientific Intellectual (The Psycholog cal and Set Sin et Nore Scan) Ni York Bae Bolin Biber: eae, (3) Morais, Francisco de: ¢Lista dos estudantes brastielros na Universidade de ibra>, Anais da Biblioteca Nacional, vol. LXIL, p, 141. E também na Bivins Brasiia adplementa on vol TV (Cauabra, 1919), p- 260 ba. (4) Lisboa, Beato da Silva: , Revista do Instituto Histérice ¢ Geografico Brasileiro, II (1840), p. 384. (3) Corréa Filho, Virgilio: Alexandre Rodrigues Ferreira (Vida e obra do grande naturalista brasileieo). Sio Pavilo, Compaehia Editéra Nacional. 1939, 'p. 22: Sousa, Antonio Candido ce Melo ¢, Formaciio da Literatura Brasileira. S30 Paulo, Livraria Martins Editéea, vol. 1 p. 245. — 107 REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO va-se nessa época 0 conhecido zodlogo, mineralogista € etndgrafo, que comandou a primeira expedicao cientifica a vir explorar 0 ser- to brasileiro, de 1786 a 1792 (percorrendo os rics Amazonas. Negro, Branco, o Madeirs, 0 Guaporé, a Serra de Cuamuru e, de Cuiabi, retornando a Belém com uma colegao enorme © preciosa de espécimens da flora e fauna brasileiras) — contra o amadoris- ‘mo anti-econémico e a moda entao corrente em Lisboa, de colecic- nar conchas. (6) ‘A mesma orientacSo catacteriza as obras de José Bonifacio. A primeira meméria que escreveu para a Academia Real de Cién- cias de Lisboa tratava de aperfeigoar a técnica da pesca da Ba- eia (7) © a epigrafe de seus trabalhos valorizava apenas aquéles estudos de que resultasse alguma utilidade para a sociedade, Para © Patriarca da nossa independéncia, 0 sentido vivo dos estudos cientificos achava-se no fomento do progresso material ¢ das con- digoes de vida dos homens. (8) Assim ¢ que, ao voltar a Portu- gal, depois de passar dez anos viajando ¢ colecionando material para pesquisa em varios paises da Europa, nao péde se contentar em lecionar na Cadeira de Mineralogia, que fundou na Universi- dade de Coimbra. Era bem significativa a sua insatisfagdo. Que- ria algo de mais pratico do que lecionar: ...a sensacao da reali- zacao imediata e concreta. (9) Do mesmo modo, nunca deixava Frei Jos¢ Mariano da Con- ceicao Veloso, o autor da Flora Fluminense. de salientar na intro- ducao a seus estudos, a utilidade da profisedo de botdnico «. .. pra- tico € ativor, conforme o prefacio da Colecdo de Varias Memsrias sObre Vinte e duas Espécies de Quina, (10) ov como ressalta no (@_ Fevrare, Atcandre Rogrigies, reticando-se da sociedade, tempo que deviam empregar ena fundando seitas e consumindo Baa Spee humano, em controvérsias e intteis dispu- a>... ‘Vimos como os estudiosos brasileiros dos fins do século XVIII tiveram suas obras marcadas por uma atitude idéntica, Imbuidos descobrimento nos vastos dominios do Brasil, copiada de varios autores ‘palgrers- tbo GHC Se fe Pocono Carta de'Sive, MDCCRCRS ay” (Veloso, Jost Mariano ca Conceigio), Colecdo de Memirias scére ‘amarga © 2 simacuba (com estampas). ‘Treduzida por ordem de SAR. Sain. chakogephies © herds do Arce'do Case MBCCGT. Gah solicitar © promover (13) Ribeiro Sanctes, op. cit, vol. 1, p. 260 wolf) Sigtosisso 20 Mitods de Estudar ¢ Aprender a Medici, op. ct. P. — 109 REVISTA DO INSTITUTO HIST6RICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO do mesmo estado de espirito, ho de procurar ser iteis e aproveitar- ‘cas luzes>, voltando seus estudos principalmente para a agricul- sad a ss. tma vez gue € constantemente sabido ser a Mae do género huma~ tno € a origem primdcia « inesgotavel de toda a prosperidade piblica-.+ Tinham, além de tudo, a convicgio de que contribuia mais do que. nenhuma outra atividade . (15) Borges de Barros, futuro Visconde da Pedra Branca, outra figura caracteristica da época, também elevava os beneficios do trabalho, lembrando que ‘Do Império a sorte esta n0 arado, ‘Nao consiste na Ianca a fora d'éles... iss Ea ai com sumo gdsto gue Alexandre Gomes Ferrio, agricaltor distinto © que a bem d'Agricultura viajou grande parte de Europa, trazendo cbpia de lures & nossa Patria, me preceden, ponds os trenéts- ‘em pritics ¢ provands a sia vantagem... (17) (17) © Pateiota, 2. WV, abel de 1813, p. 80. 110 — "ASPECTOS DA ILUSTRAGRO No BRASIL Queria ele mesmo ser util & sociedade, donde a variedade de “memérias que ofereceu para O Patriota i eneeiees didatica -de seus poemas, (19) (20) © Patriota, TV, obit de 1813, p. 81, (21) © Patriota (2* subscrigio). n. IV. outubro de 1813, p. 70. (22) © Patriota, a. V. novembro de 1813, p. 3. (23) Bearque de de eaten loot de deere Conte (ON (Colaghe Roseng Go Besa. Sts ‘ieatacdo do Dr: Rubess B. de Morais), vol. I. Sko Palo, Compachio Soot Neconal 68. pe TE aT —1 REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GBOGRAFICO BRASILEIRO caracteristica de téda uma cultura, viriam somar-se varios fatores desde os tempos de Pombal e, sobretudo. no periodo joanino: uma inclinagio geral propria do tempo, uma politica de Estado bem determinada, e a identificac3o désses estudiosos brasileiros com os interésses materiais da elite rural brasileira. O estudo de sua for- magio e da tua obra oferece interésse especial, ndo sOmente para a historia cientifica, que hoje em dia cada vez mais auténoma, tem sua metodologia e problematica fecbada aos leigos. como, princi- palmente para a hist6ria social, politica ¢ cultural do Brasil no raiar do século passado. O papel da politica de Estado nesse movimento de estudicsos, dedicados em sua maioria as ciéncias naturais, merece realce pat- ticular por suas miltiplas implicagdes. tanto na orientacdo dos es- tudos, como na mentalidade dos principais politicos da_Indepen- déncia. A publicagéo de memorias patrocinadas pela Coroa, so- bretudo a partir de 1770, é fruto de uma politica consciente © preo- capada em fomeniar a produc de matérias-primas para a indus- trializagao de Portugal, em promover um renascimento da agricul- tura para compensar as oscilagdes dos rendimentos do referin- a dos franceses Stcay, propria para os charatos, sendo franqueados 300 elqueires de teres pora Em oficio de 14 de setembro de 1737 noticiave-se 0 fato de AAndce Moreno j8 esar prepara fabaco {nota de fo Garcia, i Varahagen, Francisco Adolfo de, ‘Geral do Brasil, S80 Paulo, Edigoes Melhorementos, 1965, 5* ed.. TV ASPECTOS DA ILUSTRAGKO NO BRASIL de produtos inteiramente novos como o anil, (26) a cochonilha, (27) 0 cénhamo (28) e a fomentacao de outros como o algodao, © cacau, 0 gengibre e o café, destinados a ensaiar a di da agricultura. Os pedidos de estudo de exemplares da flora brasileira e de se levantarem produtos interessantes e comerciaveis, até entao ignorados on inexplorades. gue Pombal dirigin aos governadores ¢ sapities-generais das principals capitanias foi o estimulo inicial para as citncias naturais do Brasil. As dificuldades dos portu- guéses em seus dominios do Oriente provocara uma valorizasao erescente no Brasil, cuja natureza tropical e desconhecida parecia ofertar enorme manancial de tesouros ocultos, Essa politica do govérno foi posta em execucdo pelo vice-rei Marqués do Layradio e por Luis de Vasconcelos e Sousa (1779-1790), transbordando a sua correepondéncia de oficios e memérias a éles enderecadas por entusiastas locais. Foi por'ocdem deste ltimo que Frei Ve- Joso iniciou suas incursSes pelo interior do Rio, colecionando plan- tas para a Flora Fluminense. (29) Baltasar da Silva Lisboa, recém-chegado ao Rio por essa época. como juiz de fora, também foi por éle incumbide de fazer exames-de histéria natural na Serra See ie eee mec Cees agueara Reaieerey tageoe Jmvencan Hidtoctal Review, vol XXXOC nev. 1953, m4, pe ial. a (26) O anil permansceria festa de impdato de entrada e sala no Mara ahto de 1761 a 1774, (Warehagen. op. et. vol. IV. p. 240). (21) Jacinto Jost de Siva Quando rememors of ‘rabulbos de Sociedade Litrént € atibal a eros de iariea © fracemo ca culaxe da ‘cocbooitha, ex sie cMeworia sobre a cochonilhs + 9 métedo de , aterecida sos GSeradores brosletos, por tim pauota acloso ¢ amanie de felicidade pablica> {0 Panera, n. 4. cuttbro de 1813. p. It). Seus argumentos foram rebotidos fn ener ptr dO Pata pelo Dr, fost Hears ome: oe ‘arlidpara pesroalmente das reunlGes semanas do Acadenda’ Cicetl : Sumario da Mtorla do descobrimesto da Cochosiiha no Brasil « das obterva- (oes gue adore sla ies po Rio de Janclo> +. (O Patricta. a. 1 (3° suber $Bo), mero: fevertio 1814, p 3). (28) Com a expedicio de Alerandre Rodrigues Ferreira, velo um jardineiro enearegado de invedinir no Brasl a sementeira da rvore da tech e da planta SO cintana, (Varhagen, iden. p. 274). A propésito da, fomentagao, expe- eee erate emus do hranvo de Marika © Uae’, pusesdes e : 4 fos Anais da Biblicfeea Nacional, vols. XXXI XXX, XXXIV, XXXVI, XXXVI. OGG RLV e Le (29) Saldana da Game, , escrita 20 Rio, em julho de 1770 e enderecada ao Marques do Lavradio ou a sua ¢Breyissima Instruccdo para uso dos fabri- cantes de Anil> (1785). Os primeiros resultados da nova poli- tica séo pois, memérias © experiéncias préticas de comerciantes € lavradores «ilustrados». como as do holandés Jofo Hopman, que foi o primeiro a plantar o café no sul do Brasil. em sua chacara de Mataporcos, nos arredares do Rio e a ensaiar a cultura da amo- reira, como outros tentariam a do cinhamo, a manufatura do anil, da séda e novos tipes de motnhos e engenhos de arroz e agi- car. (31) Ao mesmo tempo em que ativava os lavradores mais dinami- ‘cos € avidos de lucro com promessas de ganho, a Coroa procurou desenvolver na colonia 0 esiudo «das ciéncias naturals, da Fsica, da quimica e da agricultura, da Medicina Cirsiaiea e Farmacia>, aprovando a fundacao da Academia Cientifica do gue comeraram os levantamentos estendticos da flora brasileira 93 seus auspicios, publicaram-se em Lisboa alguns tratados de historia natural do Brasil. (32) (BY ee st Sten a oh (31) Anténdo Goncalves Pereira de Faria dedicou. acimou com sucesso ¢ fée a primeira expostacso do inhso, em 1767, distinosindo-se aitda pela cringio do tar Ferreica Reis, «O Comércia Colonial e as Prva, O Brasil Monarquico. ‘Hatiria Geral da Civilizaséo Brasileira, sob a direglo de Sé-qio Buargue de Holorda, II. p. 336-7). (32) Rodolfo Garcia lembra entre as iniciativas da Academia, aléen de uma eMemich sobre a Cochonihaa. um tratado de Historia Natural. Quimica, Agri- cura, Ares ¢ Medicina, pbliendos ex 1790, en Lisbon. (Varnkages, op. cit. vol Msp 2651. 14 — ASPECTOS DA ILUSTRAGAO NO BRASIL Dissolvida em 1779, foi de certa forma re-encarnada na So- ciedade Literdria (1786-1794), criada pelo Marqués do Lavracio a fim de prom Decenoss p aasiaiy ais por met Ay aaicalaua © iéias proficuas adormecidas em cabecas, que pa- reciam obtusas e pouco cientificas. (33) A sociedade dedicon-se tificos» ou de ordem ne Letina 8 experiencias com & tinta do uroeu, (34 ) Ali, nfo 96 se crotava de ‘eodos de’ foclisr os Em fins do séeulo XVII, foi decretada a fundagdo de um horto botdnico na Bahis (36) que ado chegou a concretizar-se. No Rio, Luis de Vasconcelos ‘a Casa dos Péssaros, onde pretendeu fundar um Museu © fomento € a difusio dos estudes naturais na Colénia até Caio Bean emer constituia fendmeno feraiinde de Cotas, Segundo os: principles GB) O Patriota m, 4, oxtebro de 1813, m. 12. (31) Varnhagen, op. eit. vol. IV, p. 265, (33) Jacinto Jost da Siva Quintso, mem. ci, © Patriots, m. IV. outubro de 1813,'p. 13, (36) Els Am iting Gt Arete Brasil, S. Palo, Companh’a Editors Nacional, 1958 — Vol. Ip. 241. (27) Qtrees Ling, O. joto VI no Bras, Rio de Janse, Jost Olympia Bde, Se pa ist ‘ drsenvolvinents hisorico, Lripsing, 1895. p, 320 e Femanda & Azer-do, Calure Brassica, + edigf, Brasla, ‘Eivors Universdacr de Brava 1563, — 115: REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO 1761 por Ribeiro Sanches (39) ¢ por Luis Anténio Verney, (40) in do em Portugal 0 estudo das ciéncias experimentais, que marcaram 0 eco da cultura ocidental do século XVIII naquele reino. (41) Durante os primeiros dez anos gue se sequi- sam & reforma, 238 brasileiros diplomaram-se em Matematica. Ciéncias Natura's e Medicina, para 157 em humanidades (princi- palmente Leis). E na década seguinte, isto €, de 1782 a 1792, assinalam-se 192 diplomados em ciéncias para 105 em Leis, do que se pode inferit atracio exercida pelos estudos cientificos No periodo que vai de 1794 2 1804 0s cursos de cigncias na- turais foram mais freqiientados (84 estudantes) do que os de ma- temética (75 estudantes) © 0 de medicina (10 estudantes). (42) # sugestiva da orientacio pritica désses estudos a obra de Baltasar da Silva Lisboa, Discurso Histérico Politico e Econsmico ‘dos Progrestos ¢ estado ama! da Fitesofia Natural em Portugal, ‘acompanhado de Algumas Rejlexdes sobre 0 Estado do Brasil (Lisboa, 1786), que bem demonstra a finalidade de desenvolvi- mento € de (Obras I. p. 1-2), Qo também quae , Revista Bibios, vol. XXVIII. Coimbra, 195, p. 456° Meamo entre profesbret e alunos universities era peauers att IT77 2 percentage de portiguéses interessados em assuntos (Maza Adelaide Salvador Marques. A Real Mesa Censiria ¢ a Cultura Nacional. As poctos da ia Caltaral Portuguesa no século XVIT7. Coimbra 1963. p. 76). Ris obres de Hosotis, Ciencias © Matematica aparecem, em geral em lugar se- Ae Sire" oe llase das hliolecrs poreopuases ievantadss pia. Mess Ceascrta a 1 reel me eee ligedos ac exéreito, artistas ou sabres (p93): (42) Cf nom 3. 116 — ASPECTOS DA ILUSTRAGKO NO BRASIL cos. (43) A certa altura das Instrucdes do Ministro Martinho de Melo e Castro para o Vice-rei Luis de Vasconcelos acha-se uma referéncia, bastante sugestiva, a um certo bacharel Joaquim de Amarim Castro, que nao deveria ser deixado no esquecimento, pois dedicara-se com 0 maior zélo ao fomento da cultura ¢ fabrico do fumo em Cachoeira, na Bahia, onde era Juiz de Fora. (44) Real de Ciencias, publicou uma meméria tra sébre 0 malvaisco do distrito da Vila de Cachoeira. Dirigiu também 20 Marqués do Lavradio uma «Relacao das Madeiras descritas que se encontram no térmo da Vila da Cachoeira>. que permanece manuserita, assim como sua (Pbidem. p. 253). (48) Em um oficio de Melo Castro ¢ Mendonca pars D. Rodrigo. datado e 8 de jantiro de 1800, comuticava o governador ca Captanis de Sta Paulo sobre 0s © um tadaro exame comparstiva dos princi 45-7). V. tambem as (1788), do Marecal Rendon (D. vol. 44, p. 195). (49) Oficios de Meio Castrc: © Mendonca: de 24 de jereio de 1800 (DI. veh 25,7) dD wal 20. B82 fico de 19 de asta de 1797 (vol 2. p. 7)! Oficio de 16 de agdsto de 1798, em que comunica ‘orderado acs capities- sores gue The renetessem,emestes de todes os produtos notuals e bareros sagados da Capitania (vol. 29. p, 751: oficio de Franca e Horta, ordenendo a ‘Mariim Francisco que providerciaste a remessa de plantas aalivas ou sbravas> do aterior oa da ‘amarnta>, de Saas, 4 de aio de 1803 (Di. val. 35. i 8 ge Joseig de 1804 ‘a5 remessas das sementes para o Reino (DI, vol. 57, p. 95). et para D, . a vinds de Jolio Manso Percim (Dd., vol. 29, p. 7-8) B ge sovenieo de W797 (DE. sak. 29. 12); de 16 de aetna de 1798 (vol 29, p. 65); carla do VioeRel Conde de Resende para Melo Castro © Mendon ditadn de 21 de ontbra de 1797 atbie a vinds de J. M. Pereira p. 152). (51) _Oficio de Franca © Horta datado de 9 de outubco de 1810 (DL, vol. 58, p. 110) | i 118 — ASPECTOS DA ILUSTRAGAO NO BRASIL do (52) e a cukura de novos géneros. (53) Ordenava medidas no sentido de aumentar 0 comércio interno e © de exportagéo in- centivando, por exemplo, a produgdo da farinka de mandioca para ser'enviada a Metrépole (54) ou concedendo. mais tarde, em 1810. licenca para comerciantes ingléses se estabelecerem em Santos © Sie Scbastido a fim de dar ndvo impulso a exportacao de todo o gener de mantimentos de que certamente h& de resultar para o lavradores grande interésse pela diferenca de precos porque the hao de pagar o milho, feijio, arroz, farinhas, azeites de mamora, ‘amendoim, toucinhos, carnes de porco, etc. (55) A melhoria da producio subentendia uma politica de ilustra- cao e de incentivo 20 proqresso. A tipografia do Arco do Ceo Seria fundada em 1798 com a finalidade de divulgar conhecimentos apresentada ao govemadar de $, Paulo Antonio Jost da Franca ¢ Horta pelo jeu antecessor Antnio Manuel de Melo Castro ¢ Mendoaga. a 25 de dezem- 1802 (Vol. 44, p. 142), ets. Ofcio de Melo Cattro ¢ Mendonza para D. Rodrigo sbre as difical- dades pora a introduyao do acado na Copitonia de S, Paulo: Revista do Inst futo Histerico © Brasileico, vol. XM, p. 268: DI., wal. 23, p. 2-3 Vol. 29, p. 142: vol. 39, p. 26-9; vol. 44, p. 146 © 191, ete | 29. p. 42 (ofeio de 20 de novembro de 1797 sObre as ar- vores da guina): vol, 29, p. 55 (oficio de 20 de abril de 1798, incentivando Wyredegse de farlaba de mandioes nas vilae préxinas ap mar a fim de sere fa o Reine, principalmente em Paranagui de onde era enviaca thin}: vol 29, pe 145 ¢ 156 (olicio de 16 de janeiro de 1800 sdbre 2s Jdades de promover 0 cultura de Enho cinhamo em Paranagud © Curith 169; vol. HH, p, 219 (, pelo Marechal Mae Toledo Rendon, excrita em S. Paulo, 7 de octembro de 1833); (Meméria do mesmo autor s6bre @ . (64) Jose de Sa ittencourt e Accioli também foi encarregado por D. Joao VI. em 1798. de «exames de histéria natural». estudos agrondmicos, di- riames hoje, — assim como de pesquisas mineralégicas, na Capi- tania da Bahia, escrevendo uma memézia sdbre 0 plantio do algo- dao e a consegiente decadéncia da plantacao de mandioca na vila de Camamu (65) e outta ainda inédita sobre cos meios eco- némicos de realizar a extracio do salitre dos Montes Altos, no interior da Bahia». (66) Por esse mesma época, D. Red:igo dirigia oficios aos senados da cAmara de varias capitanias, pedin- do estudos sdbre a aclimacio das plantas e especiarias que vinka remetendo para o Brasil, de que resultam varias memérias dirigi- das so Senado da Camara do Rio de Janciro em 1798, sobre a caneleira e outras culturas. (67) Em 1797, escrevia D, Rodrigo para os conventes do Rio, pedindo que eultivassem em suas hortas as plantas indicadas em lista anexa por Frei Veloso e, novamente em 1798, mandava instrusdes de como deveriam os padres fazer para remeté-las no navio para Lisboa, (68) No mesmo ano, 0 jovem Hipdlito da Costa foi enviado para os Estadas Unides a fim de estudar os métodos de cultivo da Virginia e da Carolina, Josio Manso Pereira, inicialmente encarregado de ir para Sorocaba, Itu e Curitiba ex- plorar as nitreiras naturals da capitania e depois de ir examinar ume nova mina de prata descoberta em Abaeté, em Minas Gerais. (71) Ambos se ocupariam de téda uma variedade de missdes. (72) Joo M. Pereira também redigiu ot meats, sébre 0 método mais econdmico de tr. tat a te para Portugal; (73) no A ee via observacgées sébre reforma dos alambiques nos engenhos da mesma capitania, (74) Novamente em S, Paulo, em 1800, estu- cn Menem Branca de. Letras — Rio de Jantio, 1955, tanbén: sébre & viagem 20s Estados Unidas to, Joss da Costa Pe- flr (Ms: oferecdo a0 lnsitto pelo Sr. Dr. Reva Be Trudie Hiddeio © Gropedhice Brasletes X31 (1858). 9. (70) Di, vol. 29, p. 7-8 (71) DI, vol. 39, p. 144-5 (carta do Vice-Rel Conde de Resende » Melo ‘© Mendonga. datada de 31 de outubro de 1797), (72), Frarchep, Viera Goulart ganhava como saturate wna penito, de snuais. Melo Castro e Mendonca o incumbiria de intmeros outros tra- Baltes ot sprain levblanerta ends <.-pur lo fer festa Cepia présting, capocidede’"¢-confecinentos Tie par B. B. Boa datado de 27 de fevereito de 1801, Bi, vat Be): 1738, ee fe eee To es ay ie Ba e lvava ein taps dav mae ce guape (Di. vol. 3, ‘ato Bh. Perare recebin inldakrente 0 meso. offessdo. qoe ine. depensevam no” Rio co prtesr de ati (vi 28 P78 Seek ee, So barreiros junto a Vila de Castro: extraiu ume em Taubei¢, ese cng sia explorist Sra do Mar eno fre et ‘Ubstuda € S. Sebasttao (i vol. 29, p. 65); ‘pela carta régia de 19 de ayoxo de 1799) recite caieat ie peared: 62 comes chevonrcgSel Gas: poste “pares Se coves ¢ euoibecetres etsteinincsice yarn ay iaista ce fers Vassucjaver (Die vol 29, 185), ce cn dueste so totento bl voetiitde ‘no ane sequinte por Martim Francisco, nomendo Diretor-Gernl das Mioas de Gure, prata e ferro, pels carta ségia de 17 de agSsto de 1801 (DU. vol, 30, p. 174). (73). Meméeia sbbre © Método econderizo de transportar pare: Peetuga! a dguo-andente' do Broad, com grands peoveito. dos fabricartes, e comercantes. wntada, e offerecida a Sua Alteza Rest o Principe do Bresi, Nosso Se- hee.» (Lisboa), na oficaa de Sino Tedeu Eereica (1798) (74) ese Reeth ere: Merrie a teens ts Nemes eos ripe ama detterta des toes clever elfceetie a Aer Aces Rea 5 Diincipe de: Beabh: Nosw Sinivor.. Lishen: ws oliten pats de Jodo Pes ‘eépio Corrta da Silva, Ano de MDCCXCVII. (Com Hieenga de Sua Majestadce. — 123 (or REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO dava a utilidade da nitreire artificial de Santos, (75) Dentro da mesma orientacdo oficial, Jost Gregétio de Morais Navarro, de ‘Minas Gerais, publicava em 1790, seu Discurso s6bre 0 Methora- mento da Economia Rastica do Brasil pela Introdugio do Arado, Reforma das Fornalhas e Conservacao de seus matos. (76) que € parte da colecdo de volumes do Fazendeiro do Brasil. Baltasar da Silva Lisboa, quando ouvidor da comarca de Ilhéus, na Bahia, foi encarregado por D, Rodrigo da inspecao do corte das ma- deizas que eram consideradas uma fonte preciosa de riquezss, s0- bretudo as utilizadas para a fabricacio de navies; partindo para estudos locais, tombou as matas que deveriam pertencer a Coroa. e escreveu a Physica dos Bosques de Ilhéus, (77) Apresentou mais tarde a uma junta especial criada pelo mesmo ministro um plano de racionalizago do corte com eabéco de uma nova requla- mentagao. (78) Joao da Silva Feij6. natural do Rio e professor de Quimica na Academia Militar, escreveu uma (DI. vol. 29. p- 8). (75) Copia de uma'certe sShre a Nitreira Artificial estabolocida ra Ville de Sentos da Captania de 5. Paulo, dicigida a esta Corte... Lisboa, Na OF- ‘Gna da Casa Lifterirla do Arco €o Cego, MDCCC. (76) _ Publicado por Frei José Mariano da Conceigio Veloso... Lisboa, na af. de Sisio Taden Ferreira (1799). (77) (Lisboa, Baltasar da Silva), «Physica do» Bosque de Tihéuse, mancs- ertto do Institut Historcos cf Blake, ‘Vitorino Alves Sacramento, Diciondrio Biblioyrafico Brasileiro, Ric, Tip. Nacional, 1883, 1, p. 377. (78) Beato da Sitva Lisboa, art. cit. p. 395. (79) (24 de setembro de 1802) e de aproveitar melhor o combustivel na cristalizacio do agiicar. de modo a diminuir 0 seu ‘consumo (4 de fevereiro de 1803). (81) Em uma meméria escrita em 1802 para Franca e Horta, que -@ sucedia no govérno de Sao Paulo, releria-se Melo Castro ¢ Men- Gonca a ume nova contribuigso literaria «... mandada estabelecer para a manutengao dos mencionados engenheiros, topégrafos, mé- Sicos, citurgibes e contadores>. (82) Incontéveis projets, atribui- Ses de estudos, pedidos de levantamentos eram enderecados a Solénia nessa fase de atividade febril: a tal ponto que em um oficio de 24 de janeiro de 1800 para D. Rodrigo escrevia Melo Castro que os raturalistas da Capitania se achavam impossibilitados de cumprirem a iillima incumbéncia que Ihes f6ra ordenada, por j4 180) Mares Cametco de Mendonca, O Intendente Camara, p. 1767. Vide José Vieira Couto, de assuntos cientificos ... (86) De 1808 até 1812, ano de sua morte, D. Rodrigo continuow essa atividade febril no Névo Mundo, redobrando mesmo o dina- misma das providéncias, agora impulsionadas pela urgéncia da ne- cessidade imediate. Logo ao chegar, em 1809, através da junta do Comércio do Brasil. tratou de distribuir prémios aos que con- seguissem aclimar especiarias das Indias, liberou determinadas cul- turas, como a da vinha e da oliveira. antes proibidas: na imprensa régia, fundada em 1809, retomou a publicacio de trabalhos por éle encomendados de 1798 a 1803, (87) patrocinando novos estu- dos, de orientagio pratica, para servirem 20 das artes técnicas, da lavoura e da pecuatia. segundo providéncias da Coroa para melhoria, por exemplo, da raca cavalar 20 Brasil, pois quel xavam-se os agricultoves de que seus cavalos néo tinkam f Para puxer 0 arado; sdbre a introducdo de capim de Angola (1812). (83) DE. vol 29, p. 169, La Bemila sth o atl esto dn Carita de Mae Genin. por Jose Elsi Ottoni, estando em Listoa. no ano de 1798, Anais da Biblicteca Na clonal, vol. 30, Rio. 1912. p. 301. (85) | . O Patriots, II. 1813 p. 43, Em officio de 2 de malo de 1802, pera o Visconds de Anadia, excreta KL. Castro adbre as deficitncias de J, M. Pereira como diretor da filwica de ferrs de Sorocabs. gorciuinda que deveria em sua opinigo voltar para sun cadclra de Latim no. Blo s ocaar cosas coins: de fundico de fero. para os quinicon de prof (87) Valle Cabral. Alfredo do. Anais da Imprensa Regia do Rio de Janeiro. Rio, Na typ. Nacional, 1881, Cl nota 34. si i 126 — ASPECTOS DA ILUSTRACAO NO BRASIL (88) a cultura do cha. etc. (89) Suas iniciativas eram secundadas € depois foram continuadas. embora num estilo diferente, pelo «qé- aio perscrutador da natureca do Conde da Barca. Igualmente preocupado em inovar e ensaiar novos métodos, realizava €sse mi- nistro experiéncias em seu. proprio laboratorio, cercando-se de um grupo de auxiliates. No primeito nimero de O Patriota, José Cae- tano de Barros descreve o resultado dos ensaios de que fora incum- bido pelo conde sobre a producdo de sementes de urucu, que o emi- nente politico trouxera de Santa Cruz em 1809; (90) no niimero Seguinte, expde um (1798). Revista do Instituto Histirico e Brastoro. t. Vill, p. I: Joasuim Jost Pereirn, (Ibidem. t XX. p. 175): ete. Assim como toda uma série dz trabalios no géaero de Prancisco Jost Redrigues Barats, «Meméria em que se 128 — ASPECTOS DA ILUSTRAGAO NO BRASIL recolhidos por D. Rodrigo e pelo ministro Martinho de Melo e Castro, Devem ser estudados como mais um aspecto da tomada de contato dos brasileitos com a realidade de sua terra, embota nao se destinassem a ser divulgados, mas apenas a servir de instru S40 a0 govérno, dada a politica de sigilo e A intengio de Portugal de manter o Brasil feckado paca o mundo, atitude bem dustrada pela ordem de pristio que foi expedida em julho de 1800, contra um certo «Bardo de Humboldts, cuja presenca foi considerada pre- judicial aos interésses da Coroa pelas idéias perigosas que éle po- deria disseminar ... (98) Referimo-nos a obras no género da do José Vitsrio da Costa sdbre o Amazonas (1797); (99) ou a do provedor da Fazenda Filipe Jose Nogueira Coelho sobre a Capitania de Mato Grosso (1780); (100) a de Joao José Teixeira Coelho sobre Minas Gerais (1780) (101) © muitas outras que somente seriam publicadas a partir de 1808 no Correio Braziliense, na revista O Patriota 1803-4 (102) também pela Imprensa Régia, como é 0 caso de um ro- ; Genii 10 Brash. in Dionisio Histvice, Geogritico » Etnopeifico do Beaal (1922), (98) Holanda, Sergio Buatque de, Reizes do taal, Rio de Janet, José Otympto Eat, 1948, 2° edy pe 172. 1d oe fs de catas do Rio das Amaconan donde a for do Rio Topaa 1 ravegogho de allo beet, mandedas pelo” Se (Contan te Pak Th te (10) | Filipe José Nageeira Coelho, , in Revista do Instituto Historica © Geogrifico Brasileiro, t. LXIV, p. 16. (114) Histéeia de Peetupal nos stcuos XVIM e XIX esceita por uma So- cidade de Homens de Letras, Lisboa. s¢., 11, p. 121. (115) Emilio Jooquim da Sive Msla, , pelo portugués Joaquim Bento da Fonseca, primeiro tenente da marinha e depois governador das ilhas de Sio Tomé e Principe. (118) Além disso, desempenharam parte proeminente_na_prépria ilustragao do rein. (119) © bdispo brasileiro D, Francisco de Lemos Fatia Pereira (120) © seu irmio Joao Pereira Ramos de Azeredo Coutinho, (121) membros ordinarios das mesas cens}- rias, (122) destacaram-se com funcées importantes na reforma da universidade de Coimbra © diversos brasileiros figuraram pos- terlounente como. professéees dagueia universidade. (123) fisse fato teve conseqiéncias significativas no forjar das idéias, mesmo apés a independéncia, entre os que figuraram como politi- cos eminentes durante o primeiro reinado. © despertar da preo- cupacdo com a realidade social brasileira é um fruto da ilustracio da época eo procesto do seu desenvolvimento torna-se inclusive mais claro quando estudado nesse panorama mais amplo: princi- palmente se procurarmos suas origens nos trabalhos praticos e nos estudas pragmaticos dos brasileiros dos fins do século XVIII, onde parece evoluir de forma mais concreta, mais diretamente relacio- nada com a realidade do mundo que tentavam transformar. A de- finico de uma consciéncia nacional ¢ fenémeno bem posterior e s6 ha de refletir-se na literatura, no movimento romantico de mea- dos do século pasado, Os escritos de varios dentze os homens que nos ecupam nessa palestra, como por exemple o fogo que o mineiro resolvesse a estudar, a tomar outras nagdes por exemplo, “os Inedsndo todo reson a oe ion, fauodusiedo'e apicando eagenhor'e msqeicos... (132) 1129) _O Pateiota, V, malo de 1813, p. 12. V. também AntBnio Candido de Melo © Sousa, Literatura Bensieg (Momentos Drcisivos), Sak Paulo, Livraria Martins Editére (1957), 1. p. 24% (130) © Patriots, n. V, maio de 1813, p. 14. (131) (Borges de Barros), (O Patciota, n. 5, novembro de 1813, p. 3). (134)_ Em noveribro de 1800, referia-se D. Rodrigo nas instrugSes para C2- mara Ferreira a conventincia de se abrir os olhos dos colivadores de man dioca para o exemplo da cultura regular de que se aproveitam as Antlhas com que seguram produySes abundantes de mandiocas, em ver do abaurdo sistema de derrubedas © queimadas seguido no Brasil." (Marcos Carnei, publicada nesse periédico em fevereiro de 1813. contrastava Arcuda Camara a longevidede dos algodoeizos de Pernambuco com a po «a@ duragao dos de Sio Domingos; cidadio do mundo, relancea’ ainda o olher mais Jonge. comentando com base em afirmacées de um membro da academia de ciéneias de Paris, a degeneragio da- quela planta em varias partes do mundo. «.. No antigo mundo, dagenera & proporcio que se camiaha de Sito Rare, Surrate, Agra, Alexandra, Acre, Chipre, Esmizaa, Tessaloaice. No Novo Mundo, observa-se 9 mesma dieceava, caminnando de Mars ‘nhdo, Calena. Screso, Cartagena, Mamtincs, Guodalupe, Sto Do- ‘minges, Ceroling, ete. Em guatto a mins, ate powo alltmar que 0 de Marenhiao Ja degenera muito do de Pernambuco... (122) Borges de Barros julgava til traduzir as experiéncias sobre a plantagdo fabrico do urucu, feitas em Caiena por M. Leblond, transcrevendo observacdes e estudos dos sabios do Instituto de Franca, (143) assim como uma memeéria francesa sobre a cultura fabrico do anil que féra aprovada em 1781 pela Academia Real de Ciéncias de Paris e praticada no sémente pelos holandeses em sues coldnias, como também pela Companhia inglésa das Indias Oriemtais em Bengala, no Bahar e em Agra, motivo pelo qual Borges de Barros realcava num rasgo tipico de sua geracao a utili- dade dessas informagées para 0 Brasil. (144) Morando em Paris, © querendo prestar Servigos A sua terra, procurava entrevistar-se com inventores e especialistas e divulgar estudos para secem apro- veitados pelos brasileiros. Em uma meméria escrita com a finali- dade de incentivar o cultive do café no Brasil, referia-se as expe- $ cstabelece 0 valor e consequenciss das ilhas de Santa Lucie, © Granada, ‘Trasiadada do inglés debaixo dos awpicioa © orden de SAR, O Princpe Regente Nosso Senhor ... Lisbos, na of. ds Casa Litteriria de Arco do Cego, Ano MDCCC (1800), (142) Arrada Camara, , onde tinha propriedades. Papen ence ee ios carros de transporte idealizador na Franca e «particularmente do que os franceses chamam haquet, invengio do célebre Pas- cal...2 (148) Para bem dos lavradores brasileiros, traduria os centides no livro de um inglés. Dr, James Howison, Sobre co meio empregado pelos chins para a propagacao das ar- ». que éle mesmo adotara em suas terras, (149) desmoronamento de age Salvador, em ‘méria francesa sébre sdbre a criacdo de ovelhas e o gado lanigero em sua capitania natal, (154) de estudos encomen- dados por D. Rodrigo sébre a aclimacao das vicunhas e alpacas do Peru no Brasil ou da obra de Armda Camara, publicada na Imprensa Regia, em 1810: Dissertacéo sébre as plantas do Brasil que podem dar linhos préprios pars muitos usos da sociedade € supric a falta do cénkamo. Os estudos mineralégicos de Jos¢ Bo- nifacio, de Martim Frencisco, Joio Manso, Baltasar da Silva Lisboa. de Agostinho Gomes e Ferreira da Camara também se re- lacionam com os primeitos ensaios de industria sidenirgica no Brasil. (155) (152) Deserippt0 de hima maquina para tocar a bomba a bordo das navios ‘Beal Narnia Portuguesa e lnpresse Ge ‘grdem superior ... Lisboa, aa Typ. Caalcogréphica © Literarla do Arco do {153) A nawegacdo a vapor fol introduzida no Brasil em 1818 por Felisberto (Caldeira Brant, 20 qual fol concedido um privilegio exclusiva de 13 anos: Fi A refornula- ccimento da. Camara Ferreira ASPECTOS DA ILUSTRAGAO NO BRASIL Procusavam os brasileirés manter-se a par de téda a ciéncia -européia. Ocupou-se em particular a Imprensa Régia, de 1809 a 1814, da traducdo de manuais e compéndios de medicina, princ- palmente de medicina cirargica, de autoridades francesas como Bichat, Cabanis, ¢ de ingléses e escoceses, como Cullen ¢ Duncan; (156) assim como, de tratados de matematica, algebra, trigonome- tria, geometria, fisica, mecdnica, sempre para servir aos alunos das mnovas escolas; (157) mas ndo se descuidou também das grandes cobras cientificas do momento, como da tradugao da Phylosophia cisco de Acsis Mascarenhas. Conde de Palma, entio de Minas Ge- ‘ais: o mesmo que. em 1814. como da ‘de S. Paulo au soliaria 3 ‘da Real Patrica de S. Toso de Ipanema, em Sorocaba ): Iadagarsee 3 francis (Rio, LR. 1812): Plano de estado da Medicine apre- Fader Hered Lute Aleares de Conatio. dintinte aiden de Behin (Rio. TR. 1813); Compindio de matiria Médica por ocdem do Principe Real. por ‘Jost M. Boctempa (Rio, LR., 1814-1815). etc. CE Valle Cabral. Alfredo de. (157) Em sua matoria traduzidos por Manuel Ferreira de Arayjo Gumaries -¢ por José Saturnino da Costa Perreira, irmio do redator do Correia Brazilierse. “GE Nall Cabral. op. oss Elements de Mieiee, de Leonasso Fale, (Roo. IR. 1809); Blementos de Geometria, por A. M. Le Gendre (Rio. LE.. 1809): Tra- tado de Tri AME (Rio, LR. 1809); Tratedo de, Aric “Basen (Re, S10). Trotado.Elemeitar de leten pelo. Abode Bay (Rio 1; 110): Blenenos de oeira, por Wi Tacos (Rie, TR. 181 ‘ — 141 REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO Chymica de Fouscroy, cientista da Revolugio e professor de José Bonifacio em Paris. (158) O mineiro Vicente Coelho de Seabra seria 0 primeiro a traduzir para o portugués as descobertas de Berthollet, Lavoisier e de préprio Fourcroy. (159) Muitos nao sémente traduzem, como tém contato direto com os sabios e cientistas eu . Bo caso do mineiro Simao Pires Sardinha, (160) de José Bonifécio, Ferreira da Cémata © outros que, gracas a protecae do Duque de Lafoes, partiam comissionados pela Coroa em viagens de estudos. Bsses contatos hao de se refletir mais tarde no Brasil, quando @sses jovens estudantes tentam aplicar a experiéncia eutopéia em ‘sua terra: o decreto de 2 de julho de 1803 sébre a intendéncia-geral das Minas previa signilicativamente a fundacéo em Minas Gerais de escolas mineralogicas e metalirgicas semelhantes as de Freiberg e de Schemnit: «....de que tém resultado aqueles paises t2o gran- des e assinaladas vantagens...> (161) A mentalidade da ilustracio, — a crenca na rao e 0 cosmo- politismo dos philosophes —. nao impediria © nativismo désses brasileivos de procurarem solugdes epropriadas para o seu meio, —tendencia, alias, favorecida pela orientacéo, ou melhor, pelo pa- trocinio estatal no sentido de reformas priticas. Vimos como procuraram tirar licbes da experiéncia agricola dos franceses, in- jéses ¢ holandeses em suas colénias tropicais. A tipografia do Acco do Cego também di obras no género da tradugio de Frei Veloso sébre o uso de plantas medicinais para a cura de lepra séca, que grassava entre os excravos do Surinam (162) ¢ que po- deria eventualmente ser itil para o tratamento dos escravos do Brasil, assim como também o seria o estudo dos males mais co- muns de Angola, por José Pinto de Azeredo, a que fizenos men- (158) Plylowophia Chymica ou Ventas Puniamnentacs de Chica Moderne por A. F. Fourcroy, toduside por M. Joaquim Henriques de Paiva (Rio, LR., 1816); Joxé Bonilsco ¢ Camara Ferreisa forem também alunos de outros mes tres famosos da Frenga aa €poca da Revolucto; de Chaptal, continuador de Lavoisiet, do boténico Jusies © de Hauy, findador da Mineralogia francesa ©, em Freyberg. de Werner, ifustre mineralogista alemao (Marcos Cameiro de Meadongs. op. cit, p. 23-4), (159) Varahacen, F. A. de, , im Revista do Instituto Histisico e Geografico Brasileiro, 1X (1847), p. 262. (160) J. Felisio dor States, Memicias do Disco Diamancine, Rio, 1868, pe MAS. {161) Marcos C de Mendonca, O Intentiente Camara. p. 120. (162) Saldanha do Gama, art, eit, p. 161. CE Nota 11. 42 — ASPECTOS DA ILUSTRAGRO NO BRASIL sho. (163) A orientacdo precoce dos doutorandos de Coimbra, e Edimburgo para 0 estudo das doengas tropicais € clucidativa da tendéncia para a qual chamamos atencao. vs Ob grandes prétices do Norte flcaviam confundigos se viesser 120 Rio de Jontirs. Nan simente encontraciam invertidas as estagoes, © o& morbos estacondrios, como achariain enfermidades extravagan- (ety Alexandre Rodrigues Ferreira preocupava-se em sua expedicao seers Se te Gree om ico da dice (marc de 179, p. 359 © 288) ¢ was Corts R endémicas do algumes Rio Ge. Janse po fiat to ‘séeulo pasado. (168) Com 0 tempo, ésses estudos vao a do um akcance social mais comcreto como € © caso dos Elementos (163) gi, Basel, Jos Pio de, Brea size loumas enieeiiades d Anaola, dedicade 20. Serenissimo Senhor D. Joao. do Brasil Riga OF Typ. C78). faethe (164) © Patriota, 11 (margo de 1813). p. 6 (165) Conta Fubo, Visto. op, cit 9 23 (0 rlasko dos caies de Ale andre trata taney na Piblisete Neches; rusenood, Anta [ papene eg aay ene cag org ‘V. Supra n. 6. 166) aie ee coe pees ire Pere ee 2 tide ba Sr. Joot Boniface ds Andenda «+ Na inpewca coal de Univer: sa Ga)” L167) _Diaitoner eueoor phclosic cherie, de iuety overt in arr ceremonies ot colcce beatae ae a sear: i Nes i Seateen Naruh cate Pace reat ane Temes Cacee Oo 168) Azeredo, reflexes s6bre alguns enfermidades cunt do i Jana in doc pre ‘feracide 20 Insti- ce Hasty pelo De asic Tegan Sin meee 8 i SE 1gs3 ete oo nat ‘© Googrifico Beasileico. t. 1 (1840). P — 143

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