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REFLEXOS ACÚSTICOS

 Dentro das medidas de imitância acústica (imitanciometria) há a timpanometria e os reflexos acústicos.


 Ao pôr a sonda na orelha esquerda e o fone na orelha direita, faz-se a timpanometria da orelha esquerda e o
reflexo acústico da orelha direita; posteriormente, ao pôr a sonda na orelha direita e o fone na orelha
esquerda, faz-se a timpanometria da orelha direita e o reflexo acústico da orelha esquerda.
 O reflexo contralateral é quando há estimulação em um dos lados, e captação do outro lado, cruzando pelo
arco reflexo.
 O reflexo acústico depende totalmente da orelha média; a captação ocorre na sonda contralateral, enquanto
a estimulação por fone ocorre no ouvido oposto. A condição da orelha média onde o reflexo é captado é
fundamental.
 Há, portanto, total dependência da orelha média no reflexo acústico, tanto na aferência quanto na
eferência.
 Na aferência, há uma relação da orelha média (do ouvido estimulado pelo fone) com o limiar; na eferência, é
em função da inserção do músculo do estapédio, que irá fazer a contração, estando conectado ao estribo – e
este, com os demais ossículos da cadeia ossicular.
 Portanto, há uma dependência da orelha média para que se tenha o reflexo que foi desencadeado sendo
captado. A captação é sempre do lado da sonda.
 Avalia-se a via auditiva central em sua porção baixa – com estruturas bem específicas; faz-se uma avaliação
que cruza o oitavo par craniano, pelo complexo olivar superior, e desce pelo sétimo par craniano.
 Portanto, a subida do som, a aferência, é pelo VIII par craniano, cruzando pelo complexo olivar, e descendo
pelo VII par craniano – encontrando com o músculo do estapédio conectado ao estribo na orelha média.

VIA AUDITIVA PERIFÉRICA E CENTRAL

 Na aferência, o som passa pela cóclea, sobe pelo VII par craniano, cruza para o outro lado da via auditiva –
com respostas do complexo olivar superior para este estímulo: uma resposta reflexa, um som de forte
intensidade.
 Reflexo acústico é um reflexo desencadeado para um som de forte intensidade.

VIA AUDITIVA CENTRAL

 Quando se trata de reflexo acústico, o cruzamento do arco reflexo acontece no tronco encefálico.
 No momento em que o fone é colocado em um dos ouvidos, o som entra pelo conduto auditivo, passa pela
orelha média, passa pela cóclea, sobe pelo VII par craniano, cruza no tronco encefálico pelo complexo olivar
superior, e desce pelo VII par craniano – que está conectado com o músculo do estapédio, o qual irá
contrair; o resultado de todo esse caminho é o reflexo acústico.
 O reflexo acústico envolve diferentes estruturas, sendo, portanto, chamado de arco reflexo.

ARCO REFLEXO

 Estruturas contempladas: inicia-se cruzando pela orelha média (lembrando que se trata o tempo inteiro de
reflexo contralateral).
 Sendo o reflexo um som de forte intensidade, vai desencadear a 70, 90dB acima do limiar auditivo do
paciente.
 O som de forte intensidade, que é estimulado no fone, passa pelo conduto, pela orelha média, pela cóclea,
sobe pelo VIII par craniano, cruza no complexo olivar superior, desce pelo VII par craniano, e chega na
cabeça do estribo, na orelha média.
 O reflexo tem todo esse caminho, que é um arco, e finaliza com a contração do músculo do estapédio,
fazendo uma movimentação do estribo e, consequentemente, da cadeia ossicular – e tal movimentação é
captada pela sonda (no lado oposto).
 A integridade desse trajeto é essencial para que o reflexo possa ser desencadeado. O mesmo é captado na
orelha média contralateral.
REFLEXOS ACÚSTICOS

 Contração reflexa da musculatura da orelha média, produzida como resposta a uma estimulação sonora de
suficiente intensidade (70 a 90 acima do limiar auditivo do paciente) e duração (1 a 2 segundos).
 O equipamento possui a sonda (que fica na orelha do paciente), onde se faz a timpanometria, e o fone, que
é onde se faz a pesquisa do reflexo acústico contralateral.
 As frequências nas quais o reflexo acústico é pesquisado são as de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. São as
principais frequências para percepção de fala e, consequentemente, para que se faça a busca da resposta
reflexa do sistema nervoso auditivo central.
 Nos fones, há o som dos apitos que são estimulados pelo profissional; trata-se de estímulo de curta duração
e de forte intensidade. O reflexo só é desencadeado numa intensidade acima do limiar auditivo.
 Inicia-se a busca pela intensidade máxima, normalmente, em 80, 90dB – considerando que a intensidade
máxima do equipamento é 110 ou 120dB.
 Esse reflexo é uma contração reflexa da musculatura da orelha média, que é produzida como uma resposta à
uma estimulação sonora de suficiente intensidade e duração.
 Tal suficiente intensidade tem relação com o limiar auditivo. Deve ser 70 a 90dB acima desse limiar.

COMPLEXO OLIVAR SUPERIOR

 Devido à alta complexidade desse mecanismo neural, que está envolvido no circuito nervoso do arco reflexo
estapediano, as funções relacionam-se à capacidade de: proteção da orelha média, localização sonora,
detecção e inteligibilidade de fala, atenuação do efeito do ruído ambiental na compreensão de fala, e a
atenuação do ruído na mastigação e dos movimentos mandibulares durante a fala.
 A literatura traz que o reflexo acústico é importante para tudo isso.
 No momento que o sujeito tem toda a condição de mecanismo neural, de arco reflexo e de orelha média,
para ter reflexo acústico, mas não tem, ele perde uma proteção da orelha interna, pode ter dificuldade de
localização sonora, de detecção e inteligibilidade de fala; pode ter mais dificuldade de percepção de fala no
ruído, e pode ter mais incômodo com os ruídos do movimento mastigatório e dos movimentos que são
feitos ao falar.
 É importante lembrar que o reflexo acústico é sempre captado na orelha média e que, portanto, há a
necessidade de uma condição boa de orelha média para a captação desse reflexo: de uma curva
timpanométrica do tipo A, de uma Ar que não seja tão rígida, ou uma Ad, porque senão vai haver uma
ausência de reflexo acústico que não tem nada a ver com os sintomas já mencionados, e sim com a condição
de orelha média que não permitiu com que o reflexo fosse captado; ele até pode ter sido desencadeado,
mas não foi captado.
 No complexo olivar superior há a geração, o início de muitas habilidades importante para que o indivíduo
tenha localização sonora, atenção auditiva, percepção e fala no ruído, dentre outras habilidades que vão
sendo construídas até que o som chegue no sistema nervoso auditivo central.

REFLEXOS ACÚSTICOS

 Há dois tipos de reflexos: contralateral (é mais complexo e passa pelo arco reflexo estapediano) e o
ipsilateral (que é mais simples e é desencadeado e captado do mesmo lado).
 O reflexo ipsilateral sobe e desce do mesmo lado em que se encontra a sonda. O estimulo e captação
ocorrem no mesmo lado. O cruzamento no complexo olivar superior não acontece.
 No cruzamento, há investigação, interpretação de 75% das fibras da via auditiva; no momento em que se faz
o ipsilateral, em que se sobe e desce pelo mesmo lado, investiga-se apenas 25% da via auditiva.
 Portanto, é mais simples porque demanda muito menos do sistema auditivo, em relação à complexidade
neural, para acontecer.
 O termo aferência faz referência à subida do som; o termo eferência faz referência à descida do som.
 A aferência são todos os componentes sinápticos necessários para que o som efetue a subida; eferência são
todos os componentes sinápticos necessários à resposta de descida do sistema auditivo acontecer.
REFLEXO IPSILATERAL

 Tem um lugar na folha de audiometria.


 Referencial é o valor no qual o reflexo aconteceu; no qual o reflexo foi desencadeado e captado.

REFLEXOS ACÚSTICOS

 As frequências sobre as quais se faz a busca pelos reflexos acústicos – 500, 1000, 2000 e 4000 Hz – são as
mesmas usadas para fazer laudo de grau de perda auditiva pela OMS (2020).
 Pelo reflexo acústico é possível, também, fazer uma previsão de limiar auditivo, investigação de tumor no
VIII par craniano, paralisia facial, recrutamento, decrutamento. São aplicações clínicas do reflexo acústico.
 O termo contra da OD significa que há uma estimulação da OD, e que a sonda está na OE; os valores de
referência (Ref) da OD são os valores de limiar do reflexo acústico que a orelha em que se encontra o fone
respondeu, que cruzou o arco reflexo, e foi captado no lado oposto. É um reflexo absolutamente normal.
 Na OE, o termo contra da OE indica que a sonda se encontra na OD.
 Da mesma forma que se busca o limiar auditivo, se busca o reflexo acústico.
 O valor do reflexo tem relação direta com o diferencial – que é a diferença em relação ao limiar auditivo,
mas que diz respeito muito, ainda, ao reflexo estapediano.

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