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CFW, IPB Congonhas 27/07/2022.

Lição 3 - II. De Deus e da Santíssima Trindade

Para memorizar: Dt 6.4 “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”;
Ex 34.6-7 “E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande
em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado,
ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta
geração!”.

Introdução:
Como conhecer a Deus, sua natureza e atributos, seus decretos, a queda, suas
consequências, Cristo o Mediador, a justificação, a santificação o retorno do Cordeiro e a
glória vindoura são alguns dos assuntos tratados pela nossa Confissão. Semana passada
terminamos o primeiro capítulo que trava Das Sagradas Escrituras. Ali aprendemos sobre
duas formas que Deus se deu a conhecer: a revelação geral (criação) e a revelação especial (a
Palavra de Deus falada e escrita). Além disso, aprendemos que a autoridade das Escrituras
procede dela mesmo, visto ser ela perfeita e infalível, assim como o Deus que a proferiu.
Além disso, vimos que ainda que haja assuntos difíceis na Bíblia, nas coisas necessárias para
a salvação e obediência para a santificação, qualquer um, seja mestre ou leigo, pelo simples
uso das faculdades da razão, pode compreende-las através da própria Bíblia.
Hoje vamos estudar o segundo capítulo da Confissão, vamos aprender sobre os
atributos da natureza de Deus e depois, especificamente, vamos investir tempo no que a nossa
Confissão nos diz sobre a Santíssima Trindade. Vejamos então os

1 Conhecendo a Deus por seus atributos e seus nomes

Acompanhem a leitura do parágrafo 1 do capítulo dois da nossa Confissão.


I. Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um
espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno,
incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto,
fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade,
que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito
bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível
em seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.

Se Deus se revela a nós, então é justo perguntar: Quem é Deus? Esse é o foco do
segundo capítulo da Confissão de Fé de Westminster que que nos oferece 30 das muitas
descrições sobres Deus. Mas a pergunta “quem é Deus?”, parece não ser a mais adequada no
que se refere ao Senhor, porque ao invés de responder quem ele é, as Escrituras insistem em
responder: “quando deuses existem?”. É isso que lemos em Dt 6.4, o credo judaico do Antigo
Testamento.
Ouve, Israel, o Senhor , nosso Deus, é o único Senhor”.

Deste pequeno texto, podemos aprender muito sobre Deus. Ele nos ensina que 1) Deus
é pessoal, pois ele é o “nosso Deus”, que 2) ele tem um nome, pois a Palavra SENHOR, em caixa
alta, é “Yahweh” o nome pactual do Deus cristão. Que 3) além dele não existe outro deus,
pois ele “é o único Deus”. O único Deus verdadeiro que existe é pessoal... ele é o nosso Deus. E
se ele é pessoal, nós podemos conhece-lo em tudo o que ele quis revelar de Si para seu povo
eleito. E são os nomes e atributos de Deus que nos ensinam quem é o Deus Criador, Pai de
Jesus Cristo, nosso Redentor.

a) Os atributos de Deus (Características pessoais)


Em nossos relacionamentos humanos, quando queremos saber mais sobre a vida de
alguém, quando queremos conhecer alguém além da superficialidade, procuramos saber
coisas como: o nome, onde e quando nasceu, de onde vem, onde estudou, onde trabalha, se é
casado ou solteiro, seus gostos pessoais, a que igreja pertence, etc. Entretanto, isso não
funciona em relação quando queremos conhecer Yahweh, porque Deus é espírito infinito e
não uma pessoa humana, devemos buscar conhece-lo na Sua Palavra revelada e escrita.
Eu não sei como é um espírito, e visto que Deus é Espírito, ninguém poder saber como
é sua forma ou com que se parece, mas lendo Ex 33.17-34.7 podemos aprender algumas
coisas sobre Yahweh.
17 Disse o Senhor a Moisés: Farei também isto que disseste; porque achaste graça aos meus olhos, e eu te
conheço pelo teu nome. 18 Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. 19 Respondeu-lhe:
Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de
quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 E acrescentou: Não me
poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. 21 Disse mais o Senhor: Eis
aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. 22 Quando passar a minha glória, eu te porei numa
fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. 23 Depois, em tirando eu a mão, tu me
verás pelas costas; mas a minha face não se verá.

1 Então, disse o Senhor a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as
mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste. 2 E prepara-te para amanhã, para que
subas, pela manhã, ao monte Sinai e ali te apresentes a mim no cimo do monte. 3 Ninguém suba contigo,
ninguém apareça em todo o monte; nem ainda ovelhas nem gado se apascentem defronte dele. 4 Lavrou,
pois, Moisés duas tábuas de pedra, como as primeiras; e, levantando-se pela manhã de madrugada, subiu
ao monte Sinai, como o Senhor lhe ordenara, levando nas mãos as duas tábuas de pedra. 5 Tendo o
Senhor descido na nuvem, ali esteve junto dele e proclamou o nome do Senhor. 6 E, passando o Senhor
por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em
misericórdia e fidelidade; 7 que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a
transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos
filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!

Moisés queria ver a glória de Deus, mas de acordo com 33.20, “homem nenhum verá a minha

face e viverá”. Mas Deus não deixou Moisés sem a revelação da Sua glória, pois em 34.6-7 Deus
declara parte de seus atributos, daquilo somente ele é e que nenhum ser humano pode ser. Isso
é muito importante, porque conhecer a Deus não é sobre ter uma revelação ou experiência
sobrenatural com ele... conhecer a glória de Deus é conhecer seus atributos, seu nome e suas
obras. E em Ex 34.6-7 temos uma lista com muitos dos atributos (características) do nosso Deus.
6 E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo
e grande em misericórdia e fidelidade; 7 que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a
iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos
filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!

Aqui aprendemos que Deus é misericordioso e gracioso, longânimo e abundante em


bondade e verdade, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, tardio em irar-se,
compassivo, contudo, não deixa impune os culpados e os castiga, visitando a iniquidade dos
pais nos filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.
O nosso Deus é cheio de amor, por isso é misericordioso e abundante em graça,
bondoso, perdoa a iniquidade, o pecado e a transgressão. Todos esses atributos são notícias
maravilhosas para os pecadores, o que todos nós somos. Mas o amor de Deus também exige
que ele seja “justíssimo e terrível em seus juízos” e é por isso, porque Deus ama tudo o que é
justo e bom, porque ele precisa punir toda forma de pecado que está escrito em Ex 34.6-7 que
apesar de guardar “a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado” , porque
Deus é bom e cheio de amor, ele “não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos
filhos, até à terceira e quarta geração!” . Como o Salmo 5.5 sem rodeios nos ensina
Os arrogantes não são aceitos na tua presença; odeias todos os que praticam o mal.

Deus odeia o pecado e também todo o que pratica o mal. Por causa do seu perfeito
amor e sua perfeita justiça Deus precisa odiar o pecado os que que vivem na prática dele e por
isso ele “não inocenta o culpado”. Essa é uma visão terrível de Deus, mas é uma visão que Deus
quis nos revelar e devemos adorá-Lo por tudo aquilo que ele é, e não somente as partes que
gostamos ou por aquilo que gostaríamos que Deus fosse. Se fizermos isso, estaremos
adorando um ídolo e não o Deus que se revelou. Quando nós chegarmos em Cristo, o
Mediador, vamos entender com Deus pode ser misericordioso e perdoar ao pecador ao mesmo
tempo que não deixa impune o culpado. Por hora basta dizer que a cruz é a solução. O que
queremos é conhecer o Senhor com maior profundidade para melhor refletirmos sua imagem
ao mundo, dar-lhe a devida glória e desfrutar do verdadeiro Deus eternamente.
Deus é pessoal e se revela a nós por meios de seus atributos e obras. Mas nosso Deus
também tem nome e inclusive Ele nos contou alguns deles. E os nomes de Deus é a segunda
coisa que aprendemos de Deus em Dt 6.4, e assim como acontece com seus atributos, seus nos
falam sobre quem ele é e sobre o que ele faz.

Os nomes de Deus
Neste versículo: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4), temos as palavras
“Deus” e “Senhor”. Como já disse, “Senhor” é o nome pactual de Deus e a palavra “Deus”, vem
do hebraico Elohim, que é o nome abrangente de Deus.
Elohim – Em Gn 1, todas as vezes que aparece o nome Deus, o que temos é a tradução de
Elohim. Deus tem diversos nomes nas escrituras e conhecer seus nomes é o próprio Deus,
seus atributos e suas obras. Em Gn 1, por exemplo, aprendemos que Elohim é: 1) o Todo-
Poderoso Criador dos céus e da terra, de tudo que há e também dos homens; 2) que ele criou
todas as coisas somente com a Palavra, sem utilizar matéria e que nada ou ninguém pode
frustrar seus planos. Assim, quando você encontrar o nome “Deus” na Bíblia, você deve
lembrar que ele é o soberano Deus criador e Governador de todas as coisas. Por direito de criação
ele é o nosso Senhor e nós seus súditos, pois ele nos criou e nossa existência depende dele .
Yahweh – Esse é o outro nome de Deus que está em Dt 6.4, que também nos faz grande
revelações nosso amado Deus. O nome Yahweh nos ensina que Deus é auto suficiente nele
mesmo e sua existência não depende de nada e de ninguém além dele mesmo. É disso que fala
o parágrafo dois deste segundo capítulo da CFW.

II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-
aventurança. Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que
trouxe à existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória
nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e
para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas,
para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as coisas estão patentes e manifestas
diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente da criatura, de sorte que para
ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas
as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de
qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência, que ele
há por bem requerer deles.

O nome Yahweh nos revela que Deus “tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida,
glória... é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à
existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas”. Como
Jesus Cristo disse em Jo 5.26, Deus tem vida “em si mesmo”, e ninguém pode adicionar nada ao ser
de Deus, pois, como Paulo pergunta, “quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído” (Rm 11.35) .

Ninguém nunca nem jamais ofereceu a Deus qualquer coisa para fazê-lo mais completo ou
satisfeito.
O nome Yahweh nos é apresentado e explicado pela primeira vez na Bíblia em Ex 3.1-15,

no episódio da sarça ardente. No versículo 14 lemos:


“Disse Deus [Elohim] a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU
SOU [Yahweh] me enviou a vós outros”.

A cena da sarça é uma perfeita descrição do nome Yahweh, pois a sarça não se
consumia, sua chama não se apagava, assinalando assim a natureza autossuficiente e
autoexistente de Deus... Ele não se consome e nem se apaga com o tempo... ele não tem
começo nem fim... ele próprio sustenta a sua própria existência de forma totalmente
independente de toda a criação. O nome Yahweh nos ensina que nosso Deus não depende sua
existência de nada e de ninguém, ele é Todo-Suficiente e eterno Nele mesmo... esse é o nosso
Deus.
No versículo 15 Deus diz a Moisés que ele deveria dizer “aos filhos de Israel: O SENHOR [EU

SOU], o Deu de vossos pais... me enviou a vós outros; esse é o meu nome eternamente” . Esse nome foi revelado em
memória do seu relacionamento com o seu povo eleito no decorrer dos séculos. Ele é o Deus
da aliança. Por isso, quando você lê na sua Bíblia o nome “SENHOR” em caixa alta, você
está lendo Yahweh e deve lembrar que o seu Deus é eterno, autossuficiente, que ele é o fiel
Deus do pacto, o Senhor de tudo, e apesar da sua imensa glória, ele se preocupa e está
eternamente pactuado com o bem-estar dos seus eleitos.
E esse Deus totalmente independente da sua criação, ou seja, que existe e é completo
em Si mesmo muito antes de qualquer coisa ser criada, também possui todo o conhecimento
de tudo o que se pode conhecer, pois “todas as cosias lhe são patentes e manifestas diante
dele”, por isso o autor inspirado escreveu que “não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo

contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13) . Isso
nos ensina que o Senhor, o nosso Deus, sabe o dos nossos dias desde o início, pois ele mesmo
planejou tudo “segundo o seu beneplácito que propusera em cristo” para seu próprio prazer e
glória, pois o prazer e a glória de Deus é o melhor que ele pode nos oferecer para nossa vida e
felicidade eternas. É por isso que “parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura
lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência, que ele há por bem requerer deles”.
Por esta causa devemos conhecer sua revelação e nos preparar para adorá-lo e serví-lo aqui na
terra de todo o nosso coração, como uma prévia de como iramos adorá-Lo e serví-lo
perfeitamente nos céus juntamente com os anjos fiéis e com todos os santos crentes que já
estão na sua presença.
Já aprendemos que nosso Deus é pessoal que pode ser conhecido através de seus
atributos e de seus nomes. A terceira verdade que aprendemos sobre nosso Deus em Dt 6.4 é
que ele é uno. E o terceiro parágrafo do 2º capítulo da nossa Confissão fala exatamente sobre
isso.

III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e


eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém -
não é nem gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito
Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.

Aqui a Confissão nos ensina que não existe outro deus além do Deus cristão, o Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, contudo, esse único também é três. O nosso Deus é Triuno, o
nosso Deus é uma Santíssima Trindade.

a) Um único Deus verdadeiro


Na lição de hoje nós já ouvimos diversas o credo do antigo Israel em Dt 6.4, e não será
canseira repetí-lo aqui: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”. Já o profeta Jeremias
afirmou que “o Senhor é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e Rei eterno” (Jr 10.10) . Em Isaias o próprio
Senhor assevera sem qualquer rodeio: “antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhuma

haverá... Pois não há outro Deus senão eu” (Is 43.10; 45.21) . E no Novo Testamento, em 1Co 8.4-6, o apóstolo
Paulo declarou claramente que há um único e verdadeiro Deus e que todos os outros
chamados deuses são falsos deuses. Como nos diz a resposta 5 do Breve Catecismo de
Westminster, “Só existe um único e Deus, que é o Deus vivo e verdadeiro”.
Adorar a falsos deuses é o que a Bíblia chama de idolatria e é expressamente proibido
por Deus aos seus adoradores:
“3 Não terás outros deuses além de mim. 4 Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer
coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. 5 Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás
culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso” (Ex 20.3-5).

E segundo o profeta Isaías, adorar aquilo que não existe é uma completa estupidez:
14 Um homem corta para si cedros, toma um cipreste ou um carvalho, fazendo escolha entre as árvores
do bosque; planta um pinheiro, e a chuva o faz crescer. 15 Tais árvores servem ao homem para queimar;
com parte de sua madeira se aquenta e coze o pão; e também faz um deus e se prostra diante dele, esculpe
uma imagem e se ajoelha diante dela. 16 Metade queima no fogo e com ela coze a carne para comer; assa-
a e farta-se; também se aquenta e diz: Ah! Já me aquento, contemplo a luz. 17 Então, do resto faz um
deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se e lhe dirige a sua oração, dizendo:
Livra-me, porque tu és o meu deus. 18 Nada sabem, nem entendem; porque se lhes grudaram os olhos,
para que não vejam, e o seu coração já não pode entender. 19 Nenhum deles cai em si, já não há
conhecimento nem compreensão para dizer: Metade queimei e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre
elas carne e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ia eu diante de um pedaço de
árvore?

Isso é uma completa idiotice. Da mesma madeira que que se lança ao fogo, tira-se um
pedaço e se uma imagem e se ora a ela na esperança de receber dela alguma ajuda. Deixa eu
colocar isso em termos modernos. Você entra na casa de um católico e olha no teto, ali você
encontra gesso que enfeita a casa dele e em cima da mesa de uma imagem de um santo para
quem ele ora, feito do mesmo gesso. Isso é loucura. Um ídolo é tudo aquilo além de Deus em
que uma pessoa deposita sua confiança para receber o sustento necessário, a felicidade e a
segurança.
No passado as pessoas chamavam de deus coisas feitas de madeira, prata e ouro, o sol,
a lua, as estrelas e até outras pessoas, dentre muitas outras coisas. Hoje muitas pessoas ainda
adoram as mesmas coisas, mas é necessário destacar que hoje, muitas pessoas adoram a si
mesmas, buscando adorarem que as sigam nas redes sociais, adoram o trabalho, por isso não
hesitam em trocar o domingo, o Dia do Senhor, pelo trabalho; o entretenimento; o sexo; os
filhos, etc.
Ainda que todas essas coisas seduzam o coração da humanidade clamando por
adoração, jamais devemos nos esquecer que a verdade é que “o nosso Deus, é o único Senhor” . Mas
embora a Bíblia insista em todo o tempo que existe somente um único Deus verdadeiro, ela
também deixa claro que há

b) Um Deus, três pessoas – a Santíssima Trindade


Essa doutrina seguramente é um dos maiores mistérios da fé, mas é justamente o
conceito de trindade que difere nossa fé de qualquer outro tipo de monoteísmo, como por
exemplo, o islamismo.
Três pessoas distintas - Temos um único Deus que existe em três pessoas: O Pai, o Filho e
o Espírito Santo. Vejam o texto de Jo 15.26
“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele
procede, esse dará testemunho de mim”

Neste texto é o Senhor Jesus Cristo que está falando. Quem ele promete enviar? O
Espírito Santo. Da parte de quem o Espírito é enviado? Da parte do Pai. Agora confiram
comigo Mt 3.16-17
“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo
como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo”.

Aqui vemos o batismo do Senhor Jesus Cristo. Quem desceu sobre Jesus, o Filho? O
Espírito Santo em forma de pomba. Quem está falando neste texto? Deus, o Pai. Estes texto
nos ensinam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas distintas, diferente de uma
heresia chamada modalismo, que ensina que o Pai, o Filho e o Espírito são a mesma pessoa,
porém se manifestam em momentos e formas diferentes. Mas nestes textos temos as três
pessoas interagindo uma com a outra, de forma distinta, ao mesmo momento. Mas não só
isso, além de nos dizer que que nosso único Deus verdadeiro é três pessoas, nossa Confissão,
seguindo as Escrituras nos dizem que cada pessoa da trindade é plenamente divina.

b) O Pai, o Filho e Espírito, plenamente Deus


Em 1Co 8:6 as Escrituras nos ensinam que o Pai é Deus dizendo: “para nós há um só Deus, o

Pai”. Em João 1.1 o apóstolo afirma que o “Verbo” que “estava com Deus” é o próprio Deus que fez
todas as coisas e Jesus é o Verbo que estava com Deus e que é Deus. Já em Jo 10.30 o próprio
Jesus, o Filho de Deus, ensina que ele é Deus com e como Pai, quando afirmou: “Eu e o Pai somos

um”. Já em At 5.3-4, a Palavra nos ensina que o Espírito Santo é Deus, quando diz que Ananias
mentiu ao Espírito, para logo em seguida afirmar que a mentira não fora contra os homens,
mas contra o próprio Deus. E Hb 1.3 declara que Jesus é a expressão exata do ser de Deus.
Esses muitos trechos das Escrituras são suficientes para provar essa misteriosa
doutrina bíblica: Um único Deus, três pessoas. Porém, devemos tomar cuidado, pois apesar de
o Pai, o Filho e o Espírito Santo serem três pessoas distintas e plenamente divinas, eles nãos
são três deuses. Isso significa que quando falamos em Deus, devemos imediata imaginar que
estamos falando das três pessoas juntas. Somos salvos e adoramos um único Deus, mas neste
único engloba três nomes, três pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito. É muito comum ao
pensarmos em Deus imaginarmos somente o Pai, ou somente o Filho ou somente o Espírito.
Ainda que sejam pessoas distintas, quando falamos o nome Deus, estamos falando do Pai, do
Filho e do Espírito juntos. Porque a Bíblia nos ensina que Deus é triúno, devemos pensar nele
deste modo. Lembre-se, quando Jesus declarou: “eu e o Pai somos um” (Jo 10.31) ele estava
exigindo que reconhecêssemos o único Deus verdadeiro como triúno.

c) A importância da doutrina da trindade


Essa doutrina é essencial para a fé cristã por causa de Jesus Cristo. Jesus Cristo era
totalmente homem, sentiu frio, dor, fome e sangrou como somente criaturas podem fazer,
contudo, ele reivindicou o ser igual a Deus. Ele é o Deus homem.
Ele precisa ser homem porque foi Adão que pecou e, por isso, um filho de Adão
deveria sofrer a condeção plena pelo por causa do pecado. Mas a Bíblia nos ensina que “Ao
Senhor pertence a salvação” (Jn 2.9). Se é Jesus Cristo quem salva, então ele tem que ser
Deus, porque somente a Deus pertence a salvação. Se ele é Deus, então ele precisa ser um
com o Pai e com o Espírito, caso contrário haveria mais de um Deus. A doutrina da trindade
nos é revelada na Bíblia e se essa doutrina estivesse errada, então a Bíblia estaria repleta de
erros, porém, como vimos no capítulo da Confissão, a Bíblia é a Palavra inerrante de Deus.
É por isso que não podemos dizer que Alá, o Deus dos mulçumanos é o nosso Deus,
pois Alá não é trino. Da mesma forma, adorar o Deus dos judeus, dos mórmons ou das
Testemunhas de Jeová é idolatria, pois eles adoram um deus unitário, um deus solitário, que
não pode ser eternamente amor, pois para ser amor, é necessário que haja mais de um, é
necessário que haja quem ama e aquele que se torna o alvo do amor. E o nosso Deus Triúno é
amor porque ele vive eternamente em três pessoas, amando e glorificando-se mutuamente
para todo o sempre.

Conclusão:
Hoje aprendemos sobre Deus e sobre a Santíssima Trindade. Aprendemos que nosso
Deus é pessoa e que o conhecemos não através de experiências místicas, mas através de seus
atributos e nomes, que nos dizem quem ele é e o que ele faz. Além disso, também aprendemos
que nosso Deus é o único Deus verdadeiro, mas que coexiste eternamente em três pessoas. O
nosso Deus é uma unidade de três pessoas, ele é um Trindade e que apesar de tantas coisas
tentarem nossos corações para que nós as adoremos como Deus, devemos prestar culto e
serviço somente ao Deus que se revelou nas Escrituras e que nos Deus a conhecer seu nome:
Yahweh, o eterno e autoexistente Deus, Criador de todas as coisas, e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, nosso Salvador, que intercedeu junto ao Pai para que recebêssemos o Espírito,
de modo que agora o Pai e o Filho habitam na igreja por meio do Deus Espírito. Esse é o
nosso Deus. Esse é o seu Deus, a quem devemos honra, louvor e serviço. Você está pronto
para adorá-lo e serví-lo conosco nesta igreja? Então seja bem-vindo a esta parte do corpo de
Cristo que seja chama IPB Congonhas.

Aplicação:
1 – Para adorarmos a Deus de modo aceitável devemos fazê-lo do modo que ele
ordenou, devemos adorar o Deus que se revelou. E a Bíblia é o principal meio de
conhecimento seguro de Deus, por isso, se você nasceu de novo, faça um voto ao Senhor de
ler toda a Bíblia até o final do ano, mas lembre-se, Deus não se agrada de votos de tolos. Por
outro lado, ele não permitirá entrar nos céus aqueles que se recusaram a viver para conhece-
lo.
2 - Examine-se a si mesmo e veja se algum ídolo em seu coração que esteja roubando
a Deus a adoração e louvor devido exclusivamente ao nosso Deus Triuno.
3 – O nosso Deus não é um Deus individual, solitário. Fomos salvos e chamados para
viver não uma fé individualista, mas em uma comunhão que revela ao mundo a comunhão
que há na trindade. Viver uma fé solitária é negar a própria revelação do Deus trino, é negar a
própria fé em Deus, por isso, se você tem sido negligente com a vida congregacional, hoje
mesmo, se arrependa de seu desprezo pela trindade e pela igreja de Cristo e se comprometa a
estar presente em nossas reuniões, para sua edificação e fortalecimento da unidade em nossa
congregação, assim como é forte a unidade que há entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

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