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Sumário

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 INTRODUÇÃO A FARMÁCIA HOSPITALAR ............................................. 4

2.1 Logística Farmacêutica ........................................................................ 6

3 MANIPULAÇÃO .......................................................................................... 8

3.1 Nutrição parenteral ............................................................................. 11

3.2 Saneantes .......................................................................................... 13

4 ATIVIDADES INTER SETORIAIS ............................................................. 14

4.1 Capacitação profissional .................................................................... 14

4.2 Farmacovigilância e Segurança do paciente ...................................... 14

4.3 Informações sobre medicamentos e produtos para saúde ................. 18

4.4 Participação de Comissões ................................................................ 19

4.5 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ....................... 20

5 DEFINIÇÃO, COMPETÊNCIAS E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS


FARMACÊUTICOS HOSPITALARES ....................................................................... 23

6 RESPONSABILIDADES DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS


HOSPITALARES ....................................................................................................... 24

7 PLANIFICAÇÃO GERAL DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS .............. 25

8 LOCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES 25

9 GESTÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR .................................................. 26

10 AÇÕES GERENCIAIS PARA FARMÁCIAS HOSPITALARES .............. 28

10.1 Otimização da terapia medicamentosa ........................................... 30

11 GESTÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS FARMACÊUTICOS E


DISPOSITIVOS MÉDICOS ....................................................................................... 31

12 CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR ................ 32

12.1 Seleção ........................................................................................... 33

12.2 Programação................................................................................... 35

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12.3 Aquisição......................................................................................... 35

12.4 Armazenamento .............................................................................. 36

12.5 Distribuição ..................................................................................... 40

12.6 Dispensação ................................................................................... 41

13 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS .......................... 42

13.1 Sistema de distribuição coletivo de medicamentos ......................... 44

13.2 Sistema individual de distribuição de medicamentos ...................... 45

13.3 Combinação do sistema coletivo com o individual .......................... 47

13.4 Sistema de dose unitária de distribuição de medicamentos ........... 47

13.5 Tipos de sistemas de distribuição por dose unitária ........................ 48

14 Parâmetros mínimos para o funcionamento de farmácia hospitalar ...... 49

14.1 Parâmetros mínimos para equipamentos ....................................... 50

14.2 Parâmetros mínimos para recursos humanos................................. 51

15 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL.................................... 53

15.1 Integração de novos funcionários ................................................... 53

15.2 Descrição dos cargos e funções ..................................................... 53

15.3 Manual operacional ......................................................................... 53

16 FARMACOCINÉTICA E FARMÁCIA CLÍNICA ...................................... 54

16.1 Farmacocinética .............................................................................. 54

16.2 Farmácia Clínica ............................................................................. 55

17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 56

18 LEGISLAÇÃO – FARMÁCIA HOSPITALAR .......................................... 60

19 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ....................................................... 64

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 INTRODUÇÃO A FARMÁCIA HOSPITALAR

Fonte: upf.br

De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), farmácia hospitalar


define-se como:

Unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por farmacêutico, ligada


hierarquicamente à direção do hospital ou serviço de saúde e integrada
funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao
paciente.

Neste contexto, a farmácia hospitalar deve desenvolver atividades clínicas e


relacionadas à gestão. É um setor do hospital que demanda elevados valores
orçamentários e, por isso, o farmacêutico hospitalar deve assumir atividades
gerenciais para contribuir com a eficiência administrativa e, consequentemente, com
a redução dos custos.
A gestão da farmácia hospitalar, tem como objetivos principais, garantir o
abastecimento, dispensação, acesso, controle, rastreabilidade e uso racional de
medicamentos e de outras tecnologias em saúde; assegurar o desenvolvimento de
práticas clínico-assistenciais que permitam monitorar a utilização de medicamentos e
outras tecnologias em saúde; otimizar a relação entre custo, benefício e risco das
tecnologias e processos assistenciais; desenvolver ações de assistência
farmacêutica, articuladas e sincronizadas com as diretrizes institucionais; e participar
ativamente do aperfeiçoamento contínuo das práticas da equipe de saúde.

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Atualmente, espera-se que o serviço de farmácia contribua diretamente para
os resultados da assistência prestada aos pacientes e não atue apenas nas
atividades de provisão de produtos e serviços. Para isto, é essencial que a
estrutura da farmácia seja adequada e os procedimentos operacionais bem
definidos (OSÓRIO, 2004 apud SILVA, 2013).

O serviço de farmácia hospitalar é responsável por diversas atividades com


forte impacto na assistência. As variadas necessidades dos pacientes requerem que
as farmácias hospitalares desempenhem uma série de atividades de modo
organizado. As funções do farmacêutico hospitalar exigem comprometimento com os
resultados dos seus serviços e não somente com o fornecimento de medicamentos.
O Ministério da Saúde publicou em 2010, a Portaria 4.283, que estabeleceu
diretrizes relacionadas e estratégias, objetivando organizar, fortalecer e aprimorar as
ações da assistência farmacêutica em hospitais, tendo como eixos estruturantes a
segurança e a promoção do uso racional de medicamentos e de outras tecnologias
em saúde. Esta portaria reconhece como áreas de atuação da farmácia hospitalar: a
gestão, a distribuição e dispensação de medicamentos e produtos para a saúde, a
manipulação e a unitarização de medicamentos, bem como o cuidado ao paciente, a
informação sobre medicamentos e outras tecnologias em saúde e, inclusive, as
atividades de ensino e pesquisa e educação continuada. Além disso, a farmácia
hospitalar deve contar com farmacêuticos e auxiliares, necessários ao pleno
desenvolvimento de suas atividades, considerando a complexidade do hospital, os
serviços ofertados, o grau de informatização e mecanização, o horário de
funcionamento, a segurança para o trabalhador e usuários.
O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável pela orientação de
pacientes internados e ambulatoriais, visando sempre à eficácia terapêutica,
racionalização dos custos e uso racional dos medicamentos, promovendo o ensino e
a pesquisa, além de propiciar um vasto campo de aprimoramento profissional.
Também atua na gestão dos estoques e logística farmacêutica, tendo o medicamento
como insumo mais importante. Representa a farmácia nas mais variadas comissões
hospitalares, sendo uma referência em tudo que cerca o medicamento. As atribuições
do farmacêutico hospitalar no Brasil são definidas pela Resolução do Conselho
Federal de Farmácia nº 492 de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício
profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em
outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada no Brasil.

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As principais atribuições do farmacêutico foram agrupadas em cinco grandes
áreas:
• Atividades logísticas;
• Atividades de manipulação/produção;
• Atividades focadas no paciente;
• Controle de qualidade;
• Atividades inter setoriais.

2.1 Logística Farmacêutica

A farmácia é responsável pelo armazenamento, distribuição, dispensação e


controle de todos os medicamentos, podendo também incluir outros produtos para a
saúde, conforme a organização da instituição.
O farmacêutico é o responsável legal por todo o fluxo do medicamento dentro
da unidade hospitalar. As atividades de logística hospitalar englobam o planejamento,
implementação e controle eficiente, ao correto custo, do fluxo e armazenagem de
medicamentos e outros materiais. Além disso, inclui também a elaboração de normas
e controles que garantam a sistemática da distribuição e a qualificação de
fornecedores.

Aquisição

No ciclo da assistência farmacêutica, a aquisição de medicamentos é uma das


principais atividades, visto que o mesmo é um insumo fundamental de suporte às
ações de saúde. Uma boa aquisição de medicamentos deve considerar primeiro o que
comprar (seleção); quando e quanto comprar (programação); e como comprar. O
monitoramento e a avaliação dos processos são fundamentais para aprimorar a
gestão e intervir nos problemas. Na gestão das compras de medicamentos além do
aspecto financeiro, a preocupação com a qualidade deve estar sempre presente, visto
que os serviços da saúde, têm a responsabilidade de ofertar uma assistência
farmacoterapêutica adequada às necessidades dos pacientes.
Para realizar esta atividade, é necessário estabelecer quatro objetivos
principais:
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• Obter produtos e serviços na quantidade certa;
• Com qualidade e a um menor custo;
• Garantir que a entrega seja feita de maneira correta;
• Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores.

Processos de Compra

O processo de compra de medicamentos no setor público é complexo, envolve


um conjunto de exigências legais e administrativas que devem ser cumpridas. Todos
os medicamentos são adquiridos de acordo com a Lei nº8.666/93, estando sob a
responsabilidade do farmacêutico a elaboração da especificação técnica e
informações para cadastramento, a emissão de pareceres técnicos nos processos de
compra e a elaboração do planejamento das aquisições. O quantitativo adquirido
corresponde às necessidades geradas pelo consumo dos medicamentos nas
unidades. Devido ao volume de produtos farmacêuticos que são adquiridos,
armazenados e distribuídos e do montante financeiro envolvido, exige-se um rigoroso
controle em todas essas etapas. As normas que regulam os processos de aquisição
nos hospitais públicos são as estabelecidas pelas leis:
• Nº 8.666 de 06 de junho de 1993 – que institui normas para licitação;
• Nº10.520 de 17 de julho de 2002 que institui a modalidade de licitação
denominada pregão.

Dispensação

A dispensação é a principal atividade logística da farmácia hospitalar, sendo


definida como o ato profissional de proporcionar um ou mais medicamentos a um
paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um
profissional autorizado. A dispensação deve ser realizada nas quantidades e
especificações solicitadas, de forma segura e no prazo requerido, promovendo o uso
adequado e correto de medicamentos e correlatos.
Dose coletiva: algumas medicações são solicitadas pela enfermagem, por de-
para, principalmente medicações manipuladas que são utilizadas em curativos e
feridas. Esta dispensação ocorre de no máximo duas unidades por paciente e os
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pedidos somente são aceitos quando os nomes dos pacientes são informados no
documento.
Dose individualizada: os medicamentos são fornecidos para 24 horas de
tratamento, em nome do paciente, em doses individualizadas. Este tipo de sistema
possibilita uma maior integração do farmacêutico com a equipe de saúde, um controle
mais efetivo sobre os medicamentos, redução do tempo do pessoal da enfermagem
com atividades relacionadas a medicamentos, possibilidade de redução de erros de
medicação e diminuição dos subestoques. Com relação às desvantagens, o sistema
leva a um aumento das necessidades de recursos humanos e estruturais da farmácia
hospitalar, além de um incremento das atividades da farmácia, com consequente
necessidade de plantão.

3 MANIPULAÇÃO

Fonte: viafarmanet.com

O objetivo da manipulação de fórmulas magistrais, oficinais e parenterais é


proporcionar medicamentos com segurança e qualidade, adaptados à necessidade
do paciente atendido, além de desenvolver fórmulas de medicamentos e produtos de
interesse estratégico ou mesmo econômico. Possibilita o fracionamento e diluição dos
medicamentos elaborados pela indústria farmacêutica, a fim de racionalizar sua

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utilização e distribuição e ainda preparar ou diluir germicidas necessários para
realização de antissepsia, limpeza, desinfecção e esterilização.

A manipulação de fármacos, por exigência ética e jurídica, deve seguir os


princípios das Boas Práticas de Manipulação em Farmácia, conforme RDC
Anvisa n°67/2007. Segundo esta resolução, para realizar atividades de
manipulação, a farmácia deve dispor de áreas para as atividades
administrativas, de armazenamento, controle de qualidade e dispensação e
salas exclusivas para a pesagem e para a manipulação propriamente dita
(BRASIL, 2007 apud SENHORIN, 2017).

Atualmente, são poucos os medicamentos que se produzem nos hospitais, ao


contrário do que sucedia há uma década. As preparações que se fazem atualmente,
destinam-se essencialmente a:
– Pacientes individuais e específicos (fórmulas pediátricas por exemplo);
– Reembalagem de doses unitárias sólidas;
– Preparações assépticas (soluções e diluições de desinfetantes);
– Preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas.
Apesar da preparação de medicamentos ter alterado quantativamente,
mantêm-se a exigência de produzir preparações farmacêuticas seguras e eficazes.
Para que esse objetivo seja alcançado é necessário haver uma estrutura adequada e
um sistema de procedimentos que assegure um “Sistema de Qualidade na
Preparação de Formulações Farmacêuticas”. Assim, a área destinada a este processo
de produção e controle terá de ter em conta o tipo e o nível de exigência das
preparações farmacêuticas e o local onde essa preparação será feita.

Estrutura Física

Espaço adequado para separação das atividades desenvolvidas (pelo menos


2 áreas separadas, uma para “uso interno” e outra para “uso externo”), com uma área
mínima de 30 m2 para preparação de medicamentos em geral;
Área de cerca de 20 m2 para lavagem de material de laboratório e material de
acondicionamento das formas farmacêuticas manipuladas, que pode servir outras
atividades de preparação e controle de medicamentos;
• Iluminação e ventilação adequadas, temperatura e humidade controladas;
• Localização afastada de zonas movimentadas e contaminadas;

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Equipamentos

O equipamento básico deverá ser o seguinte:


• Banho-maria com termostato;
• Destilador ou equipamento equivalente;
• Máquina para lavagem e desinfecção de material;
• Material de laboratório diverso (provetas, pipetas, balões aferidos, etc.);
• Autoclave com registo de temperatura;
• Equipamento para enchimento de cápsulas;
• Sistema para tamização;
• Sistema de filtração esterilizante;
• Equipamento para capsular frascos;
• Máquina de selagem de plásticos;
• Balança analítica e electrónica (sensível a 0.1mg);
• Balança monoprato electrónica (sensível a 0.01g);
• Bancadas de apoio antivibratórias;
• Computador e impressora;
• Armários para armazenamento adequado de matérias primas, material de laboratório
e material de acondicionamento;
• Lavatório para lavagem de mãos;
• Tina de lavagem.

Normas e Procedimentos

A elaboração das formulações preparadas nos serviços farmacêuticos


hospitalares (medicamentos manipulados), é regulado pelos Decretos-Lei n.º 90/2004,
de 20 de abril, e nº 95/2004, de 22 de abril e pela Portaria n.º 594/2004 de 2 de junho,
que aprova as “Boas Práticas a Observar na Preparação de Medicamentos
Manipulados em Farmácia de Oficina e Hospitalar”. Assim, na preparação de
medicamentos manipulados, o farmacêutico hospitalar, deve seguir as “Boas práticas”
que constam do anexo à Portaria n.º 594/2004 de 2 de junho.

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3.1 Nutrição parenteral

Fonte: famap.com.br

Apesar de não apresentar riscos ocupacionais e ambientais, a manipulação de


nutrição parenteral exige condições específicas e controladas, principalmente pela
necessidade de esterilidade, a pirogenicidade e ausência de partículas. Para isso,
devem ser observados os aspectos destacados pela Portaria MS/SNVS n°272/98, que
determina o Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Parenteral.
O farmacêutico é o responsável pela avaliação da prescrição, manipulação,
controle de qualidade, conservação e transporte da nutrição parenteral.

Normas e Procedimentos

Deve haver procedimentos escritos, elaborados e assinados por um


farmacêutico;
Esses procedimentos incluem:
• Manual de procedimentos de trabalho na zona de preparação destas
misturas;
• Documentação relativa à elaboração de Mistura Intravenosa (MIV), guia
e procedimento normalizado de elaboração e controle de cada tipo de
MIV. O procedimento inclui a identificação da mistura com os seus

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componentes, método de elaboração, material de acondicionamento, via
e condições de administração, condições de conservação e validade;
• Diário de registro da sala da câmara de fluxo laminar;
• Ficha de controle/garantia de qualidade.
• O farmacêutico é responsável pela validação da prescrição médica,
devendo comprovar a concentração final da mistura, estabilidade,
incompatibilidades, posologia e volume prescrito, de acordo com as
características do doente, condições de administração e duração do
tratamento;
• Outros requisitos indispensáveis a verificar são a data de prescrição, os
dados do paciente e dados de cada componente da mistura;
• A prescrição depois de validada pelo farmacêutico, e se não for efetuada
por via informática, deve ser transcrita de preferência com apoio
informático de maneira que sejam geradas etiquetas com toda a
informação necessária para uma identificação correta do paciente, da
mistura, via de administração e data de validade. Deve ser também
elaborada uma folha de trabalho para a preparação da mistura.
• Essa folha de trabalho deve ser normalizada;
• Todas as operações devem obedecer às técnicas e procedimentos de
preparações estéreis;
• Os técnicos que preparam essas misturas (farmacêutico) devem ter
formação e treino adequados e devem estar equipados de acordo com
o trabalho em condições assépticas;
• A câmara de fluxo laminar deve ser ligada, pelo menos 30 minutos antes
de se iniciar a manipulação;
• Antes de iniciar o trabalho deve-se assegurar que todo o material
necessário à preparação está presente e em boas condições. A
superfície das embalagens, devem ser desinfetadas com gaze e álcool
de 70º. O resto do material tem de estar em condições estéreis. A
câmara de fluxo de ar laminado deve ser limpa e depois desinfetada com
álcool de 70º;

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• Os materiais devem ser colocados na câmara, permitindo a circulação
de ar, a 15 cm da parte frontal da mesma;
• Antes, durante e depois da preparação de MIV, devem realizar-se
verificações da mistura, tais como identificação, cor, limpidez;
• O enchimento da bolsa com a MIV pode ser feito de modo manual ou
automático. Tanto num caso como noutro tem de estar perfeitamente
definido a ordem de mistura dos diversos componentes;
• A folha de trabalho deve ser assinada pelo técnico que procedeu à
preparação da mistura;
• Todo o processo de preparação deve ser supervisionado por um
farmacêutico;
Deve existir um sistema de controle de qualidade das operações realizadas e
do funcionamento do sistema.

3.2 Saneantes

A grande maioria dos saneantes utilizados no hospital são produzidas pelo


Setor de farmácia, exemplos:
• Detergente Neutro;
• Detergente de Pinho;
• Sabonete Líquido;
• Sabonete Glicerinado;
• Álcool Gel;
• Álcool 70ºGL;
• Hipoclorito 1%;
• Hipoclorito 125ppm;
• Formol 10%;
• Clorexedine Aquoso 0,2%;
• Clorexidina Solução Alcoólica 0,5%.

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4 ATIVIDADES INTER SETORIAIS

O ambiente hospitalar é extremamente complexo, demandando a ação


conjunta de profissionais com diferentes formações para atingir seu objetivo maior que
é melhorar a saúde dos pacientes atendidos. Nesse sentido, destacamos as principais
atividades em que o farmacêutico hospitalar pode oferecer sua contribuição:

4.1 Capacitação profissional

Toda farmácia hospitalar deve possuir programa de capacitação e educação


permanente para os colaboradores. O ensino ocorre pela realização de estágios
curriculares dos alunos do curso superior de farmácia ou especialização em farmácia
hospitalar, palestras e cursos para equipe multidisciplinar, pacientes e público externo,
entre outras atividades. Além das atividades educativas voltadas à os colaboradores
internos, o farmacêutico também poderá participar de processos de educação
continuada envolvendo outros departamentos do hospital, fomentando a prescrição e
administração racional de medicamentos.

4.2 Farmacovigilância e Segurança do paciente

Fonte: segurancadopaciente.com

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A farmacovigilância segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) consiste
da ciência e das atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão, prevenção
de efeitos adversos ou quaisquer outros padrões mínimos para farmácia hospitalar e
possíveis problemas relacionados a medicamentos. Para execução das ações de
farmacovigilância, faz-se necessária à coleta de informações junto aos profissionais
diretamente envolvidos com o medicamento no ambiente hospitalar.
A gestão da segurança de medicamentos e de farmacovigilância é requisito
imprescindível para a detecção precoce dos riscos associados a medicamentos e para
a prevenção de reações adversas aos mesmos. Sobretudo, auxilia os profissionais de
saúde e os pacientes a conseguirem a melhor relação benefício/risco com o uso de
uma terapêutica segura e efetiva. A farmacovigilância desempenha um papel
importante na tomada de decisões em farmacoterapia, nos âmbitos individual,
regional, nacional e internacional (RETTO, 2017).
Reação adversa a medicamentos (RAM), segundo a OMS, é toda “reação nociva
e indesejada que se apresenta após a administração de um medicamento, em doses
utilizadas habitualmente na espécie humana, para prevenir, diagnosticar ou tratar uma
doença ou para modificar alguma função biológica”. Esta definição implica uma
relação de causalidade entre a administração do medicamento e a ocorrência da
reação. Para estabelecer a causalidade é recomendado o uso de algoritmos. É função
da farmácia no âmbito dos hospitais e dos demais serviços de saúde implantar a
farmacovigilância, abrangendo a análise de todas as questões que são de relevância
para a minimização dos riscos da farmacoterapia, tais como:
• Surgimento de reação adversa a medicamento (RAM);
• Avaliação dos eventos adversos relacionados a medicamentos;
• Medicamentos de baixa qualidade;
• Erros de medicação;
• Notificações de perda de efetividade;
• Uso de medicamentos para indicações não aprovadas e para as quais não há
base científica adequada;
• Notificações de casos de intoxicação aguda e crônica;
• Avaliação da mortalidade relacionada a medicamentos;
• Abuso e uso indevido de medicamentos;

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• Interações medicamentosas adversas com substâncias químicas, outros
medicamentos e alimentos.

As notificações de RAM e de queixas técnicas constituem a principal estratégia


de coleta de dados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A
notificação sistemática de reações adversas e sua análise estatística permanente
permitem gerar alertas ou “sinais” sobre o comportamento dos medicamentos na
população. O êxito ou o fracasso de qualquer atividade de farmacovigilância
dependem da notificação das suspeitas de reações adversas. Os objetivos específicos
de farmacovigilância, segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), no
Guia de Boas Práticas de Farmacovigilância para as Américas, são:
• Zelar pelo o cuidado e pela a segurança dos pacientes no tocante ao uso de
medicamentos e a todas as intervenções médicas e paramédicas;
• Melhorar a saúde pública e a segurança em relação ao uso de medicamentos;
• Detectar problemas relacionados com o uso de medicamentos e comunicar
quaisquer achados de maneira oportuna;
• Contribuir para a avaliação dos benefícios, danos, efetividade e riscos dos
medicamentos, permitindo a prevenção de danos e maximizando os
benefícios;
• Fomentar o uso seguro, racional e mais eficaz dos medicamentos (inclusive no
tocante a relação custo efetividade);
• Promover a compreensão, educação e capacitação clínica em
farmacovigilância e sua comunicação efetiva ao público.

Segurança do paciente

A Segurança do Paciente é um componente essencial da qualidade do cuidado


e tem adquirido, em todo o mundo, importância cada vez maior para os pacientes e
suas famílias, para os gestores e profissionais de saúde, no sentido de oferecer uma
assistência segura. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2004, demonstrando
preocupação com a situação relativa aos dados que revelavam os danos sofridos
pelos pacientes, criou a World Alliance for Patient Safety. Os objetivos desse
programa, (que passou a chamar se Patient Safety Program) eram, entre outros,
organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente e propor medidas
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para reduzir os riscos e mitigar os eventos adversos. Dentre elas, a Classificação
Internacional de Segurança do Paciente (International Classification for Patient Safety
– ICPS) que definiu os conceitos-chaves em segurança do paciente:
• Segurança do paciente: Reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano
desnecessário associado ao cuidado de saúde.
• Dano: Comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito
dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou
disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico.
• Risco: Probabilidade de um incidente ocorrer.
• Incidente: Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em
dano desnecessário ao paciente.
• Circunstância Notificável: Incidente com potencial dano ou lesão.
• Near miss ou Quase-Falha: Incidente que não atingiu o paciente.
• Incidente sem lesão: Incidente que atingiu o paciente, mas não causou danos.
• Evento Adverso: Incidente que resulta em dano ao paciente.
Duas questões motivaram a OMS a eleger os protocolos de segurança do
paciente como estratégia de implementação de medidas que reduzissem os riscos
para os pacientes: o pouco investimento necessário para a sua implantação e a
magnitude dos erros e eventos adversos decorrentes da falta deles. Os protocolos
Básicos de Segurança do Paciente, tem por característica:
• Serem Protocolos Sistêmicos e gerenciados;
• Promoverem a melhoria da comunicação;
• Constituírem instrumentos para edificação de uma prática assistencial segura;
• Oportunizarem a vivência do trabalho em equipes e o gerenciamento de riscos.
A Portaria GM/MS Nº 1.377, de 9 de julho de 2013 e a Portaria Nº 2.095, de 24
de setembro de 2013 aprovam os seis protocolos básicos de segurança do paciente
do Ministério da Saúde que devem ser implementados em todos os estabelecimentos
de saúde do Brasil, são eles:
1. Identificar corretamente o paciente;
2. Melhorar a comunicação entre profissionais de saúde;
3. Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos;
4. Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e pacientes corretos;

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5. Higienizar mãos para evitar infecções e reduzir o risco de quedas e de úlceras por
pressão.
A RDC/Anvisa Nº 36/2013 institui ações para a segurança do paciente em
serviços de saúde, regulamenta e coloca pontos básicos para a segurança do
paciente como Núcleos de Segurança do Paciente (NSP), a obrigatoriedade da
Notificação dos Eventos Adversos e a elaboração do Plano de Segurança do
Paciente. Os NSP devem promover a prevenção, controle e mitigação de incidentes,
além da integração dos setores, promover a articulação dos processos de trabalho e
das informações que impactam nos riscos ao paciente. O NSP tem papel fundamental
no incremento de qualidade e segurança nos serviços de saúde. A farmácia é
responsável pela implantação do protocolo de segurança na prescrição, uso e
administração de medicamentos, disponibilizado pelo Ministério da Saúde como parte
integrante do Programa Nacional de Segurança do Paciente, visando promover
práticas seguras no uso de medicamentos. Como descrito no relatório da Organização
Mundial da Saúde (OMS), Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, dentre os
principais requisitos dos programas para melhorar a segurança dos pacientes estão a
habilidade e a capacidade de reunir as informações mais completas sobre reações
adversas e erros de medicação, de modo que tais programas sirvam como fonte de
conhecimento e base para futuras ações preventivas.

4.3 Informações sobre medicamentos e produtos para saúde

A farmácia é responsável por prover à equipe de saúde, estudantes e pacientes,


familiares, cuidadores e sociedade informações técnico-científicas adequadas sobre
eficácia, segurança, qualidade e custos dos medicamentos e produtos para saúde.
Para tanto, devem estar disponíveis, fontes adequadas de informações primárias,
secundárias e terciárias, isentas e atualizadas, possibilitando à equipe da farmácia
controle de qualidade, custos e legislação entre outros. É de relevância a participação
do farmacêutico no suporte de informações às comissões multiprofissionais
institucionais. Nestas comissões o farmacêutico deverá primar pela utilização de
informações baseadas em evidências.
As informações científicas prestadas e intervenções farmacêuticas realizadas
devem ser registradas e documentadas. Além das informações demandadas
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(informações passivas), a farmácia deve prover informações ativas, por meio da
elaboração de guias, boletins e educação permanente, entre outros, sendo necessário
dispor minimamente de acesso à internet, em especial aos centros formais de
informações toxicológicas e de medicamentos.

4.4 Participação de Comissões

Diante da imensa oferta de medicamentos no mercado, cabe à Comissão de


Padronização de Medicamentos selecionar os medicamentos que melhor atendam às
necessidades terapêuticas dos pacientes que utilizam aquele hospital. As atribuições
desta Comissão incluem:
• Participar na elaboração da política de medicamentos da instituição,
incluindo seleção e dispensação de medicamentos;
• Estipular critérios para obtenção de medicamentos que não constem na
padronização;
• Participar na elaboração de protocolos de tratamento elaborados por
diferentes serviços clínicos;
• Investigar a utilização de medicamentos na instituição;
• Avaliar Interações de Medicamentos do ponto de vista farmacodinâmico
e farmacocinético;
• Avaliar incompatibilidades físico-químicas entre os componentes
utilizados;
• Participar ativamente da educação permanente dirigida à equipe de
saúde e assessorar todas as atividades relacionadas à promoção do uso
racional dos medicamentos.

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4.5 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

Fonte:portalhospitaisbrasil.com

As atividades de uma comissão de controle de infecção hospitalar são múltiplas


e de naturezas diversas. Todas as atividades têm como principal objetivo a redução
nas taxas de infecção e na morbidade e mortalidade.

Dentre as atribuições da CCIH, destacam-se a notificação e quantificação do


tipo de infecção, padronização de antimicrobianos e protocolos profiláticos e
terapêuticos que se adéquem ao perfil de atendimento do hospital,
padronização de soluções germicidas a serem utilizadas bem como
treinamento da equipe de limpeza, estabelecimento de formulário de
prescrição de antimicrobianos com justificativa de seu emprego e previsão de
tratamento e visitas clínicas que garantam a política de uso de
antimicrobianos. (CAVALLINI;2002 apud DANTAS, 2011).

O controle das infecções hospitalares é uma atividade essencialmente


multidisciplinar. Para conhecê-las, analisá-las e fazer o seu controle, é necessário que
os diversos segmentos do hospital, como a farmácia, a enfermagem, o corpo clínico
e o laboratório de microbiologia, exerçam as funções que lhe cabem nesta atividade.
Segundo a American Society of Health – System Pharmacists (ASHP) as
responsabilidades do farmacêutico nas ações de controle de infecções hospitalares
incluem: redução da transmissão das infecções, promoção do uso racional de
antimicrobianos e educação continuada para profissionais da saúde e pacientes.
Em 1998, foi publicada a Portaria GM/MS nº2.616, pela qual o farmacêutico é
considerado parte fundamental na prevenção e controle das infecções hospitalares.
20
É obrigatória a participação de um profissional de nível superior representante
do serviço de farmácia do hospital na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH), normatizada por esta Portaria.
Algumas atribuições desta comissão são:
• Participar da elaboração do guia de utilização de antimicrobianos e do manual
de germicidas;
• Observar os indicadores de controle de infecção e sensibilidade dos
antimicrobianos, consumo e taxa de letalidade;
• Monitorar as prescrições de antimicrobianos;
• Verificar a ocorrência de resistência microbiana e estabelecer rotina de
dispensação de antimicrobianos;
• Monitorar as prescrições de antimicrobianos;
• Auxiliar no controle de custos;
• Elaborar relatórios de consumo.
Sob a ótica do uso racional de antimicrobiano, as atribuições do farmacêutico na
CCIH envolvem atividades como: o controle da dispensação de antimicrobianos
através das Fichas de Antimicrobianos (ATB), o controle do tempo de uso de ATB, de
acordo com a previsão do tratamento e participação ativa nas visitas clínicas da
instituição. A participação nas visitas clínicas pressupõe conhecimento sobre os tipos
e quantitativo de estoque de antibióticos, de forma a garantir o tratamento de todos os
pacientes em uso de ATB, oferecendo opções de tratamento de acordo com o
espectro de ação dos fármacos, além de informações sobre questões
farmacocinéticas, farmacodinâmicas, análise da diluição, posologia e via de
administração. O fornecimento destas informações pode ocorrer através da
elaboração e divulgação de tabelas sobre reconstituição, compatibilidade e
estabilidade de drogas antimicrobianas para uso pela equipe de enfermagem das
unidades do hospital (GOMES; 2000).
Sugere-se, também, que o farmacêutico deve dimensionar o consumo de
antibióticos, por meio do cálculo do percentual de pacientes que utilizaram esses
medicamentos e da frequência relativa do emprego de cada princípio ativo. O cálculo
da Dose Diária Definida (Defined Daily Dose - DDD) é um indicador da utilização
desses medicamentos e que auxilia na determinação do consumo real por unidades

21
de internação, permitindo estabelecer o perfil de utilização e serve como subsidio para
que a SCIH/CCIH possa revisar a política de antimicrobianos existente e avaliar sua
aceitação e cumprimento. A restrição de uso de antimicrobianos é um método mais
utilizado para o controle das prescrições e deve ser realizado através do
preenchimento de formulários para sua liberação, e, monitorados e auditados pelo
farmacêutico. Para a farmácia, esses formulários são importantes, por possibilitar
levantamentos rápidos sobre o uso dessa classe de medicamentos. Porém, as fichas
de restrição devem ser vistas como complementares dentro de um programa de
racionalização de antimicrobianos, e, a avaliação da qualidade de prescrição é uma
oportunidade de realizar educação em serviço e de atuação do farmacêutico clínico.
Também, é de responsabilidade do farmacêutico a identificação e notificação de
reações adversas e acompanhamento da devolução das doses não administradas de
antimicrobianos. Essas atividades cooperam para a identificação de falhas de
registros em prontuários, omissão de informação das evoluções dos prontuários,
falhas no cumprimento do tratamento por omissão de doses, e falhas no
preenchimento do próprio formulário de devolução.
O farmacêutico desenvolve suas práxis no controle de infecção hospitalar, em
geral com ações relacionadas à segurança do paciente, ações conforme relata a 57ª
Reunião da Organização Mundial de Saúde que propõe uma aliança mundial pela
segurança do paciente, colocando em primeiro lugar a temática do controle das
infecções hospitalares (WHO, 2005). Promover o uso racional de antimicrobianos,
preservando essa classe terapêutica, é o único caminho para evitar que a resistência
bacteriana deixe sem alternativas terapêuticas toda a sociedade, principalmente,
quando confrontada com o escasso surgimento de produtos novos no mercado com
vantagens clinicamente comprovadas.

22
5 DEFINIÇÃO, COMPETÊNCIAS E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
FARMACÊUTICOS HOSPITALARES

Fonte:wareline.com

Os serviços farmacêuticos hospitalares têm por objeto o conjunto de atividades


farmacêuticas, exercidas em organismos hospitalares ou serviços a eles ligados, que
são designadas por “atividades de farmácia hospitalar”. Os serviços são constituídos
por departamentos com autonomia técnica e científica, sujeitos à orientação geral dos
órgãos de administração dos hospitais, perante os quais respondem pelos resultados
do seu exercício.

A farmácia deverá promover, participar e apoiar ações de educação


permanente, ensino e pesquisa nas suas diversas atividades administrativas,
técnicas e clínicas, com a participação de farmacêuticos, demais profissionais
e estudantes. Estas ações deverão ser consoantes aos objetivos e recursos
humanos, estruturais e financeiros do serviço e do sistema de saúde, e
produzir informações e conhecimentos que possam aperfeiçoar a
organização dos serviços, práticas e processos de utilização de
medicamentos e demais produtos para a saúde. (Apud SOCIEDADE
BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR, 2017)

A direção dos serviços farmacêuticos hospitalares é obrigatoriamente


assegurada por um farmacêutico hospitalar. Esse profissional, assegura a terapêutica
medicamentosa aos pacientes, a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos,
integra as equipes de cuidados de saúde e promove ações de investigação científica
e de ensino.

23
6 RESPONSABILIDADES DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES

Fonte: www.siteware

São responsabilidades dos serviços farmacêuticos hospitalares:


• A gestão (seleção, aquisição, armazenamento e distribuição) do medicamento;
• A gestão de outros produtos farmacêuticos (dispositivos médicos, reagentes,
etc.);
• São os principais responsáveis pela implementação e monitorização da política
de medicamentos, definida no Formulário Hospitalar Nacional de
Medicamentos e pela Comissão de Farmácia e Terapêutica;
• A gestão dos medicamentos experimentais e dos dispositivos utilizados para a
sua administração, bem como os demais medicamentos já autorizados,
eventualmente necessários ou complementares à realização dos ensaios.

24
7 PLANIFICAÇÃO GERAL DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

Fonte:portaldosresiduos.com

Planeamento e a instalação de serviços farmacêuticos hospitalares tem de


considerar um conjunto de premissas, nomeadamente quanto ao:
• Tipo de hospital (central, distrital, especializado);
• Lotação do hospital;
• Movimento assistencial previsto para o hospital;
• Funções acrescidas solicitadas;
• Existência de distribuição de medicamentos a doentes ambulatórios;
• Desenvolvimento informático do hospital.

8 LOCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES

A localização dos serviços farmacêuticos deverá sempre que possível,


observar os seguintes pressupostos:
• Facilidade de acesso externo e interno;
• Implantação de todas as áreas, incluindo os armazéns, no mesmo piso;
• O setor de distribuição de medicamentos a pacientes ambulatoriais, se existir,
deverá localizar-se próximo da circulação normal deste tipo de paciente, como

25
por exemplo junto das consultas externas e ter entrada exterior aos serviços
farmacêuticos;
• Proximidade com os sistemas de circulação vertical como monta cargas e
elevadores.

9 GESTÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR

Fonte: totvs.com

A gestão da área hospitalar é de grande complexidade e recentemente vem


tomando maior espaço nos estudos de administração, os quais buscam adaptar ou
desenvolver novas técnicas que permitam uma gestão eficiente do setor,
absolutamente necessária ao fornecimento dos serviços por parte dessas
organizações, já que o produto/serviço fornecido (preservação da vida/recuperação
da saúde) não é passível de trocas ou substituições (SOUSA, 2011).

A farmácia hospitalar apresenta uma grande importância, pois é um setor que


possui características clinicas e assistenciais com capacidade de guardar e
agrupar os recursos mais caros encontrados dentro de um hospital seja eles
materiais ou medicamentos, que devem estar sempre à disposição de quem
irá fazer o uso. Portanto a farmácia tem como função o armazenamento,
distribuição, dispensação e o controle de todos os recursos que possam
chegar aos pacientes internados ou ambulatoriais. (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR 2007 Apud LIMA, 2018).

A direção técnica da farmácia hospitalar, de responsabilidade exclusiva de


farmacêutico, regularmente inscrito no Conselho Regional de Farmácia, deve estar
26
focada em prestar assistência farmacêutica conforme a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica – PNAF (Resolução CNS Nº 338/2004), a Política Nacional
de Medicamentos (Portaria MS 3.916/1998) e demais normativas. Para isso,
desenvolverá uma estrutura organizacional que permita:

• O estabelecimento da sua missão, valores e visão de futuro;


• A definição do organograma da farmácia, inserido no organograma
institucional;
• A formulação, implementação e acompanhamento do planejamento
estratégico para o cumprimento de sua missão;
• O estabelecimento de critérios (indicadores) para a avaliação do desempenho
do serviço;
• O acompanhamento e monitoramento da implementação e das ações
estabelecidas;
• A avaliação contínua para estabelecimento de ações preventivas ou correção
das não conformidades;
• O provimento do corpo funcional capacitado, dimensionado adequadamente
às necessidades do serviço considerando o porte e a complexidade do
hospital;
• A garantia da assistência farmacêutica em período integral de funcionamento
da instituição;
• O estabelecimento das atribuições e responsabilidades do corpo funcional;
• A promoção de treinamentos necessários e da educação permanente do corpo
funcional;
• A elaboração e revisão contínua das rotinas, processos de trabalho e plano de
contingência para situações emergenciais. Ressaltando-se que o serviço de
farmácia deve estar incluso no plano de contingência do estabelecimento;
• A qualificação, a quantificação e o gerenciamento de padrões mínimos para
farmácia hospitalar e serviços de saúde medicamentos, órteses, próteses e
materiais especiais (OPME), gases medicinais, dietas enterais e outros
produtos para saúde;
• A promoção de estratégias que garantam a melhoria contínua da qualidade;
• O acompanhamento do desempenho financeiro/ orçamentário;
27
• A realização de análises farmacoeconômicas;
• O estabelecimento de uma política de melhoria contínua da qualidade;
• A participação em comissões e núcleos responsáveis pela formulação de
políticas e procedimentos relacionados à assistência farmacêutica, tais como:
Núcleo de Segurança do Paciente, Comissão de Farmácia e Terapêutica,
Comissão de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde,
Comissão de Ética em Pesquisa, Equipe Multiprofissional de Terapia
Nutricional, Comissão de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde,
Comissão de Avaliação de Tecnologias, Comissão de Gestão Riscos
Hospitalares, Equipe Multiprofissional de Terapia Antineoplásica, dentre
outras.

10 AÇÕES GERENCIAIS PARA FARMÁCIAS HOSPITALARES

Fonte: mv.com.br

Na gestão farmacêutica é necessário administrar de maneira efetiva os


processos organizacionais e implantar programas de qualidade voltados para a
produtividade em instituições públicas e privadas da saúde, pois qualidade e
produtividade são fator chave para alcançar resultados satisfatórios.

Nos hospitais, quanto maior a habilidade da organização e de sua farmácia


em administrar os produtos de forma adequada, em que os medicamentos e
materiais são os principais componentes dos custos hospitalares, maior será
28
sua capacidade de oferecer à clientela bens e serviços de qualidade e com
baixos custos operacionais (BARBIERI, 2006 apud BARBOSA, 2015).

O cadastro correto dos itens e do fornecedor requer treinamento da equipe e


contínua revisão e atualização, pois, hoje, com inúmeras mudanças no mercado, os
produtos estão em constantes inovações. Portanto, a parametrização correta dos itens
no sistema, quantidade, lote, descrição, data de validade, é muito importante para
assegurar a confiabilidade das informações.
O gerenciamento do fluxo de informações e produtos podem possibilitar uma
maior confiabilidade com relação aos processos internos do hospital, e o
estabelecimento de uma melhor integração com o setor de compras, associadas a
uma maior interação com os fornecedores, pode resultar em uma maior efetividade
do suprimento de medicamentos na instituição e propiciar melhorias no nível de
serviço prestado aos clientes internos e aos pacientes.
Os elementos para o sucesso de uma farmácia hospitalar:
• Liderança e prática de gerenciamento;
• Informação sobre medicamentos e educação;
• Otimização da terapia medicamentosa;
• Dispensação de medicamentos e controles;
• Estrutura, equipamentos e fontes de informação;
• Pesquisa farmacológica clínica.
O diretor de uma farmácia hospitalar deve ser responsável por:
1) Estabelecer as metas de curto e longo prazo da farmácia, baseado nas
necessidades do paciente e do hospital;
2) Desenvolver planos e esquemas para atingir estes objetivos;
3) Direcionar as implementações destes planos e as atividades do dia-a-dia
associadas a ela;
4) Acompanhar o cumprimento das metas;
5) Instituir ações corretivas para o cumprimento das metas quando necessário.

29
10.1 Otimização da terapia medicamentosa

A otimização da terapia medicamentosa é função precípua da farmácia, visando


aumentar a efetividade da intervenção terapêutica, promovendo o uso racional de
medicamentos, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhore a
qualidade de vida do paciente. Entende-se por uso racional, a utilização, em cada
caso, do medicamento adequado, cuja qualidade está assegurada, na dose
terapêutica ou profilática adequada, na forma farmacêutica e posologia mais
convenientes ao paciente, maximizando os efeitos benéficos e minimizando a
ocorrência de eventos adversos, com o menor custo possível. A fim de garantir o uso
racional o farmacêutico deverá participar da formulação das políticas para uso de
medicamentos da sua instituição.
A otimização da terapia medicamentosa consiste, portanto, em:
• Participar do planejamento e avaliação do plano terapêutico;
• Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos parâmetros legais e
técnicos, tais como: dose, frequência, horário, via de administração, posologia,
tempo de tratamento, compatibilidade, interações medicamentosas potenciais,
reações adversas, duplicidade, formas farmacêuticas adaptadas à condição
clínica do paciente, entre outros aspectos relevantes;
• Realizar a conciliação de medicamentos ou reconciliação medicamentosa
avaliando as prescrições desde a admissão até a alta do paciente e quando o
mesmo transitar por diferentes níveis de atenção; realizar intervenção
farmacêutica, conforme identificação dos possíveis problemas relacionados a
medicamentos no processo de utilização, por meio de comunicação
institucional formalizada, registrando as mesmas e as decisões tomadas;
• Investigar, acompanhar e intervir nos resultados negativos relacionados aos
medicamentos e nos casos de inefetividade terapêutica;
• Selecionar os pacientes que necessitam de monitoramento permanente e
implementá-lo, em especial para crianças, idosos e pacientes com baixa
adesão ao tratamento, em uso de medicamentos com maior potencial de
produzir efeitos adversos, de alta vigilância, de alto custo;
• Realizar o acompanhamento farmacoterapêutico do paciente quanto a
efetividade e segurança do tratamento, com base no levantamento da história
30
medicamentosa e dos dados objetivos e subjetivos, relevantes, constantes no
prontuário;
• Executar a avaliação contínua da resposta terapêutica.

11 GESTÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS FARMACÊUTICOS E


DISPOSITIVOS MÉDICOS

Fonte: forumsaudedigital.com

A gestão de medicamentos é o conjunto de procedimentos realizados pelos


serviços farmacêuticos hospitalares, que garantem o bom uso e dispensa dos
medicamentos em perfeitas condições aos pacientes do hospital.
A gestão de estoques dos produtos farmacêuticos, nomeadamente dos
medicamentos, deverá ser efetuada informaticamente, com atualização automática de
estoque.
Quando a solução informática não estiver disponível, ter-se-á de recorrer ao
modelo manual em suporte de papel, com fichas do movimento dos medicamentos
(entradas e saídas).
O controle das existências dos medicamentos existentes nos serviços
farmacêuticos deve ser efetuado pelo menos uma vez por ano e ser sujeito a
contagens extraordinárias quando for caso disso, nomeadamente nos medicamentos
de uso condicionado.

31
A gestão de medicamentos tem várias fases, começando na sua seleção,
aquisição e armazenagem, passando pela distribuição e acabando na administração
do medicamento ao paciente.

12 CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR

Apesar da atual situação no sistema de saúde nacional, uma maior


conscientização do público tem provocado uma demanda crescente por serviços de
qualidade, aliados a custos mais baixos. A importância dos estoques é dimensionada
por seu valor monetário e pela essencialidade à prestação de serviços a que dão
suporte. Não deve haver excessos de produtos, o que implica alto custo, nem a falta
deles, pois isso pode ocasionar até mesmo o óbito de pacientes.

Racionalizar custos com medicamentos implica seguir normalizações


técnicas e, dentre as formas de racionalização dos estoques, a seleção de
medicamentos é uma das soluções mais viáveis. Selecionar medicamentos
para a farmácia hospitalar significa disponibilizar nos estoques os produtos
mais eficazes para o tratamento dos pacientes-alvo, ao menor custo possível,
sendo necessário que a instituição se fundamente em parâmetros como a
seleção de medicamentos (utilização de Protocolos e Padronização dos
produtos) e a classificação ABC (CUNHA, 1979 apud BARBOSA, 2015).

São informações vitais para o controle, o estoque mínimo e estoque máximo,


ponto de ressuprimento, consumo médio mensal e outros dados logísticos
necessários para auxiliar a programação de compras, que são calculadas
automaticamente pelo sistema informatizado, por meio de relatórios gerenciais. A falta
dessas informações dificulta a realização de uma programação de compras adequada
e de acordo com a demanda real do hospital. O esquema abaixo mostra o ciclo da
assistência farmacêutica hospitalar:

32
Fonte: GONÇALVES, 2012.

12.1 Seleção

A seleção e manutenção de materiais e medicamentos devem ser realizadas


por uma equipe que esteja ligada diretamente ao paciente ou ao seu processo de
atendimento, assim mais rápidas as necessidades do cliente serão atendidas, e de
forma mais clara e objetiva se dará a comunicação entre a cadeia logística. Padronizar
medicamentos significa escolher, segundo determinadas especificações, aqueles que
atendam às necessidades de cobertura terapêutica dos pacientes que se deseja
tratar, atendidos os critérios do Ministério da Saúde do Brasil e observadas
peculiaridades de cada hospital, já que cada unidade de saúde é um caso particular,
com suas equipes e perfis.
Após a padronização, pode-se recorrer a diferentes técnicas para a gestão dos
estoques, visando separar os medicamentos em grupos ou classes e um desses
métodos é a Classificação ABC. A seleção de medicamentos tem como produto o
elenco de medicamentos fornecidos pelo hospital e as diretrizes e estratégias que
garantam sua adoção, se não há seleção, não há como determinar o que deve ser
programado e comprado.

33
Falhas da logística e da seleção podem acarretar desperdícios de recursos
humanos e financeiros, dificultando ou impedindo o adequado fornecimento dos
medicamentos. O excesso de produtos não padronizados em detrimento da
padronização desestrutura a assistência farmacêutica no hospital e, aumentando o
consumo do medicamento que não está incluso no elenco de produtos, aumenta a
possibilidade de perda por vencimento do medicamento padrão, prejudicando a
programação de compras desses medicamentos.
A seleção de medicamentos para o hospital deve ter por base o Formulário
Hospitalar Nacional de Medicamentos (FHNM) e as necessidades terapêuticas dos
pacientes do hospital. A adenda ao FHNM do hospital deverá estar permanentemente
disponível para consulta.
A seleção de medicamentos a incluir na adenda ao FHNM tem de ser feita pela
Comissão de Farmácia e Terapêutica, com base em critérios baseados nas
necessidades terapêuticas dos pacientes, não contempladas no FHNM, na melhoria
da qualidade de vida dos assistidos e em critérios fármaco-econômicos.
O farmacêutico hospitalar é responsável por garantir aos pacientes os
medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos de melhor qualidade e
aos mais baixos custos.
A aquisição dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos,
é da responsabilidade do farmacêutico hospitalar, devendo ser efetuada pelos
serviços farmacêuticos em articulação com o serviço de aprovisionamento.

No ciclo da assistência farmacêutica, a aquisição de medicamentos é uma


das principais atividades, visto que o mesmo é um insumo fundamental de
suporte às ações de saúde. Uma boa aquisição de medicamentos deve
considerar primeiro o que comprar (seleção); quando e quanto comprar
(programação); e como comprar. O monitoramento e a avaliação dos
processos são fundamentais para aprimorar a gestão e intervir nos
problemas. (Apud SOUZA F. S, 2012)

O suporte documental das aquisições deve ser devidamente arquivado, durante


o período exigido pela legislação.

34
Normas e Procedimentos

Tal como descrito anteriormente, os medicamentos a adquirir são selecionados


obrigatoriamente por um farmacêutico.
Essa seleção faz-se seguindo o Formulário Nacional de Medicamentos
Hospitalares e/ou a Adenda de Medicamentos do Hospital, resultante das diretrizes
da Comissão de Farmácia e Terapêutica do hospital.
A aquisição de medicamentos deve ser suportada pelo sistema de gestão dos
serviços farmacêuticos, devendo ser registados os seguintes dados mínimos:
• Data e número do pedido;
• Descrição do fornecedor;
• Enumeração e identificação dos produtos e respectivas quantidades.
O diretor do serviço será o responsável pelas aquisições dos medicamentos,
produtos farmacêuticos e dispositivos médicos.

12.2 Programação

Os hospitais são organizações orientadas por recursos que a própria


organização deverá prover, de maneira geral, quem dá origem ao processo são os
profissionais prescritores, por meio das prescrições, e os farmacêuticos, que são
responsáveis pela programação, aquisição e dispensação dos produtos.
Os principais problemas na gestão de estoque da farmácia hospitalar estão
relacionados com a falta de informações e dados logísticos confiáveis para subsidiar
uma adequada programação de compra que seja condizente com a realidade de
consumo no hospital, visando evitar rupturas frequentes de estoque e
desabastecimento.

12.3 Aquisição

O processo de compras considera aspectos diversos como relacionamento


com fornecedores, negociação de preços e prazos de entregas, e planejamento de
compras programadas visando a redução de custos.

35
A eficiência financeira do processo de compras depende diretamente das
atividades de estoque, pois as compras programadas e a determinação de
lotes são influenciadas pelas informações de demanda e estoques de
segurança (BALLOU, 2002 apud PEREIRA, 2006).

Existe um paralelismo muito grande entre a compra pública e a privada, pois


ambas buscam o menor preço com qualidade; mas a compra pública requer
procedimentos específicos para lhe dar eficácia, como, por exemplo, a legislação; já
na compra privada esse procedimento é de livre escolha. São as leis de licitações que
regulamentam os contratos e convênios com instituições públicas, a licitação pública
é o instrumento legal que visa atender à necessidade do interesse público em
contratar com os demais agentes econômicos.
A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, Lei de Licitações e Contratos
Administrativos (Brasil, 1993), conceitua compra “como toda aquisição remunerada de
bens para fornecimento de uma só vez ou parcelado”.
O desenvolvimento organizacional eficiente passa pela melhoria dos processos
internos de gestão, e pela definição de um modelo de gestão capaz de otimizar os
processos e procedimentos relativos às compras realizadas, que as tornem mais
claras e transparentes e de fácil verificação pelos agentes envolvidos.
O governo tem procurado nos últimos anos e em todas as esferas, a redução
dos gastos públicos, principalmente no setor de saúde, no qual apresenta maior
repercussão.

12.4 Armazenamento

A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) conta com uma área de


recebimento para conferência dos medicamentos, área de fracionamento e
distribuição de medicamentos para atendimento dos pedidos das farmácias satélites,
clínicas e demais setores, além de unidades de armários volantes com prateleiras
ajustáveis para armazenamento dos medicamentos. A estrutura física da CAF
apresenta área com as respectivas características:
Recebimento de Mercadorias: A área deve contar com local para recebimento
e conferência de medicamentos com bancadas para acondicionar provisoriamente os
produtos recebidos em caixas de papelão ou isopor, possuir computador para o
lançamento das notas fiscais de entrada no sistema informatizado.
36
Os medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, depois de
devidamente requisitados pelos serviços farmacêuticos, serão entregues nesses
serviços.

Normas e Procedimentos:

A Recepção de medicamentos e produtos de saúde implica:


• Conferência qualitativa e quantitativa dos medicamentos, produtos
farmacêuticos e dispositivos médicos recepcionados;
• Conferência da guia de remessa com a nota de encomenda;
• Assinatura da nota de entrega e entrega de um duplicado ao
transportador;
• Conferência, registro e arquivo da documentação técnica (certificados
de análise);
• Registro de entrada do produto;
• Envio do original da guia de remessa para o serviço de
aprovisionamento;
• Envio dos produtos para armazenamento, tendo em atenção os critérios
técnicos (condições especiais de armazenagem, segurança especial de
medicamentos);
• A conferência de hemoderivados exige ainda a conferência dos boletins
de análise e dos certificados de aprovação emitidos pelo INFARMED,
que ficam arquivados junto com a respectiva fatura em dossiês
específicos (por ordem de entrada).
Armazenamento: Essa área possui armários e prateleiras em aço para
armazenamento e acondicionamento dos medicamentos. A disposição dos
medicamentos obedece à ordem alfabética dentro das classificações: injetáveis,
comprimidos, soluções e suspensões, cremes, pomadas, géis e termolábeis
(acondicionados em geladeira). A sala de armazenamento possui sistema de ar
condicionado com temperatura e umidade controladas diariamente.

37
Estocagem de medicamentos

Deve existir uma estrutura para que a estocagem e preparação de


medicamentos sejam realizadas dentro de parâmetros legais e de segurança.
Medicamentos devem ser estocados e preparados em condições apropriadas
de higiene, temperatura, luz, ventilação, segregação e segurança que assegurem
integridade do medicamento e segurança do pessoal envolvido.

Na localização deve-se analisar a edificação do hospital para ser implantada


a farmácia hospitalar. Além disso, é necessário avaliar se a mesma possui
uma facilidade de circulação e de abastecimento; se é equidistante das
unidades usuárias e consumidora (postos de enfermagem) para facilitar o
acesso a estas e se possui uma facilidade logística para a distribuição e
reabastecimento de materiais e medicamentos (FERRACINI, 2010, apud
SILVA, 2018).

Área de manipulação e estocagem

O espaço e a estrutura da área de manipulação devem atender as boas práticas


de manipulação (RDC 33 e outras) e estocagem (portaria 802 e outras).
Na manipulação de estéreis devemos ter os cuidados redobrados, evitando
potenciais contaminações de produtos.

Produtos citotóxicos e perigosos

Precauções especiais, equipamentos e treinamentos para estocagem,


manipulação e eliminação de dejetos devem existir para garantir a segurança dos
funcionários, pacientes e eventuais visitantes.
Podemos incluir neste rol de produtos os inflamáveis, que devem possuir área
segregada e rotinas escritas de prevenção de incêndios.

Normas e Procedimentos

• Os parâmetros de temperatura e umidade devem ser monitorizados


continuamente e registados;

38
• Os medicamentos devem ser arrumados nas prateleiras ou gavetas
(nunca em contato direto com o chão), de modo a haver circulação de ar
entre eles;
• Todos os medicamentos devem estar devidamente rotulados (nas
prateleiras ou gavetas) e arrumados segundo a classificação do FHNM
ou por ordem alfabética;
• Os prazos de validade dos medicamentos devem estar devidamente
verificados e controlados, preferencialmente por via informática para
permitir a sua rastreabilidade.
Os medicamentos deverão ser armazenados segundo o princípio de “primeiro
que entra – primeiro que sai” ou pelo prazo de validade.

Armazenamento especial

Inflamáveis

Local individualizado do restante armazém com:


• Acesso pelo interior com porta corta-fogo de fecho automático, a abrir
para fora;
• Paredes interiores reforçadas e resistentes ao fogo;
• Vão exterior fusível;
• Chão impermeável, inclinado, rebaixado e drenado para bacia coletora,
não ligado ao esgoto.

Gases Medicinais

• Área separada do restante armazém.

Estupefacientes

• Local individualizado com fechadura de segurança;

39
• Prateleiras que permitam a arrumação dos medicamentos
estupefacientes de forma correta (separados e rotulados).

Citotóxicos

• Armazenamento separado dos outros medicamentos;


• Estojo de emergência em local visível e assinalado;
• Medicamentos e reagentes que necessitam refrigeração;
• Câmara frigorífica;
• Sistema de controle e registro de temperatura;
• Sistema de alarme automático.

Inflamáveis

• Detector de fumos;
• Sistema de ventilação;
• Instalação eléctrica (incluindo lâmpadas, interruptores etc.) deverá ser
do tipo anti-deflagrante;
• Chuveiro de teto acionado por alarme;
• Sinalética apropriada.

12.5 Distribuição

Um sistema de distribuição de medicamentos deve ser: racional, eficiente,


econômico, seguro e deve estar de acordo com o esquema terapêutico prescrito. Os
objetivos desse sistema são reduzir os erros de medicação, racionalizar a distribuição,
aumentar o controle, reduzir os custos dos medicamentos e aumentar a segurança
para os pacientes (BISSON,2002)
Estes problemas podem estar relacionados com a prática profissional, com
procedimentos ou sistemas de atenção à saúde, incluindo falhas na prescrição,
nomenclatura, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação,
seguimento e utilização (PERINI,2003).

40
Foram criados alguns sistemas de distribuição de medicamentos no intuito de
minimizar os erros de medicação e aumentar o seu uso racional, são eles: Sistema de
distribuição coletiva, Sistema de distribuição individualizada, Sistema de distribuição
semi individual ou mista, Sistema de distribuição por dose unitária.

12.6 Dispensação

De acordo com a Portaria nº 3.916/98 de 1998 do Ministério da Saúde


Brasileiro, dispensação é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais
medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de receita
médica, neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado
do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no
cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros
medicamentos, o reconhecimento de reações adversas e as condições de
conservação dos produtos.
No Brasil, milhares de prescrições são geradas anualmente, as quais,
principalmente nos serviços públicos de saúde, geram inúmeros problemas como
erros de transcrição, de habilidade, abreviaturas inadequadas, prescrições
incompletas ou ambíguas, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes (SILVA,
2007). Sendo assim, tem-se a necessidade de adotar ou mesmo elaborar mecanismos
de segurança direcionados ao sistema de medicação.

41
13 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

Fonte: hrcpp.org

A distribuição é uma atividade que consiste no suprimento de medicamentos


às unidades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportuno, para
posterior dispensação à população usuária. A missão da farmácia hospitalar
é assegurar o uso seguro e apropriado dos medicamentos e dos produtos
para a saúde, sendo o farmacêutico responsável direto pela distribuição e
pelo controle dos insumos (MS, 1994; FERRACINE, 2010 apud BARBOSA,
2015).

É o ato de entrega racional de medicamentos aos pacientes, prestando


informações sobre as características farmacodinâmicas dos mesmos, bem como
estudo da posologia, verificação de interações medicamentosas e com alimentos,
contraindicações, dentre outras.
O objetivo da distribuição é o atendimento de forma segura e eficiente dos itens
necessários para o serviço do hospital, e deve ser realizada de acordo com uma
programação previamente acertada com os serviços, levando em consideração
fatores técnicos, administrativo, logística e a qualidade da assistência prestada ao
paciente (FERRACINE, 2010).
A distribuição correta deve garantir: a rapidez na entrega (deve ser realizado
em tempo hábil, através de cronograma e impedindo atrasos); a segurança (garantir
que o produto chegue ao paciente na quantidade correta e com qualidade desejada);
transporte (transporte com condições adequadas de segurança, distancia, tempo de
entrega e custos financeiros); sistema de informação/controle eficientes (distribuição
42
monitorada, rastreabilidade dos produtos fornecidos); registros (mecanismos de
solicitação de pedidos e relatórios com informações sobre a transação realizada,
contento todos os dados da instituição, descrição total do produto, nome do
funcionário que realizar aquisição, nome do funcionário que fez a separação, nome e
leito do paciente) e informações de distribuições especiais (produtos termolábeis e
medicamentos controlados.
A implantação de um sistema racional de armazenamento, distribuição e
dispensação deverá ser priorizada pelo farmacêutico e pela Instituição, de forma a
buscar processos que promovam maior segurança para o paciente.
Estas informações devem ser repassadas à clientela do hospital de forma clara
e objetiva de modo que a mesma não tenha nenhuma dúvida acerca do esquema
terapêutico proposto.
Objetivos:
• Distribuir os medicamentos de forma ordenada e racional;
• Prestar informações sobre os mesmos no que diz respeito à estabilidade,
características organolépticas, indicação terapêutica, contraindicação;
• Diminuir erros de medicação;
• Diminuir os custos com medicamentos;
• Aumentar a segurança para o paciente;
• Racionalizar a distribuição e administração;
• Aumentar o controle sobre os medicamentos, acesso do Farmacêutico as
informações sobre o paciente.
A elaboração de um sistema de distribuição de medicamentos requer uma
investigação em profundidade, de atividades que possam garantir eficiência,
economia e segurança.
A sequência de eventos que envolvem a distribuição do medicamento começa
quando o mesmo é adquirido e a partir de então um modelo é seguido até sua
administração ao paciente ou, por algum motivo seja devolvido à farmácia, para se
concluir o processo.
Um sistema de distribuição deve atender a todas as áreas da instituição onde
são utilizados medicamentos e correlatos.

43
Na prática existem 4 tipos de sistema de distribuição de medicamentos, a
saber:
• Coletivo;
• Individual;
• Combinado;
• E dose unitária.

13.1 Sistema de distribuição coletivo de medicamentos

É um sistema onde os pedidos de medicamentos à farmácia são feitos através


da transcrição da prescrição médica pela enfermagem. Estes pedidos não são feitos
em nome dos pacientes, mas sim, em nome de setores. A Farmácia envia certa
quantidade de medicamentos para serem estocados nas unidades de enfermagem e
demais setores, que de acordo com as prescrições médicas vão sendo ministradas
aos pacientes. É um sistema que apresenta falhas, pois não há a participação direta
do farmacêutico.
Rotina Operacional:
Médico: prescreve os medicamentos para os diversos pacientes nas folhas de
prescrições médicas.
Enfermagem: efetua a transcrição da prescrição médica para o “Formulário de
Solicitação de Medicamentos” em nome de todo o setor.
Funcionário da Enfermagem: envia o formulário para a farmácia.
Funcionário da Farmácia: através do formulário efetua a dispensação de
medicamentos.
Auxiliar de Enfermagem: deve devolver à farmácia os medicamentos não
ministrados.

Vantagens:
• Grande arsenal terapêutico nas unidades, o que facilita o uso imediato
dos medicamentos;
• Diminui os pedidos à farmácia;
• Diminui as tarefas a serem executadas pela farmácia.
Desvantagens:

44
• Requisições são feitas através da transcrição da prescrição médica o
que pode ocasionar erros de transação, tais como: omissões e trocas de
medicamentos;
• Aumenta o gasto com medicamentos em consequência de:
a) Incapacidade da Farmácia em controlar adequadamente os
medicamentos;
b) Desvio de medicamentos;
c) Mal acondicionamento de medicamentos;
d) Vencimento de prazo de validade;
e) Devolução de medicamentos sem identificação:
• Pode ocorrer administração ao paciente de medicamentos vencidos;
• Aumenta o consumo de drogas;
• Aumenta o potencial de erros de administração de medicamentos
resultante da falta de revisão feita pelo farmacêutico das prescrições médicas de cada
paciente.

13.2 Sistema individual de distribuição de medicamentos

Sistema no qual os pedidos de medicamentos são feitos especificamente para


cada paciente (24 horas), de acordo com a segunda via da prescrição médica.
Este sistema está mais orientado para a farmácia que o anterior, visto que se
busca um melhor controle de medicamentos.
Rotina Operacional:
Médico: prescreve na folha de prescrição médica (duas vias).
Funcionário da Farmácia: recolhe as segundas vias das prescrições médicas nas
unidades e efetua o aviamento e distribuição dos medicamentos e Soluções de
Grande Volume (S.G.V.) em sacos plásticos individuais devidamente identificados
com os dados do paciente.
Farmacêutico: Supervisiona o aviamento das segundas vias de prescrições médicas;
Confere a dispensação de todos os medicamentos e (SGV); Controla o estoque e
registra as receitas de psicotrópicos e entorpecentes de acordo com a legislação
vigente; Realiza fiscalizações periódicas nas unidades; Analisa o perfil

45
farmacoterapêutico do paciente; Supervisiona a reposição dos medicamentos de uso
esporádico (se necessário); medicamentos da portaria 344 (psicotrópicos e
entorpecentes) e armário de reservas das S.G.V.

Vantagens:
• Diminuição dos estoques nas unidades assistenciais;
• Facilidade para devolução à Farmácia;
• Redução potencial de erros de medicação;
• Reduz tempo do pessoal da enfermagem quanto às atividades com
medicamentos;
• Redução de custos com medicamentos;
• Controle mais efetivo sobre medicamentos;
• Aumento da integração do farmacêutico com a equipe de saúde;
Desvantagens:
• Incremento das atividades desenvolvidas pela farmácia;
• Necessidade de plantão na farmácia hospitalar;
• Permite ainda potencial erros de medicação;
• Exige um investimento inicial.

Fonte:verdevaleam.com.br

46
13.3 Combinação do sistema coletivo com o individual

Sistema no qual alguns medicamentos são dispensados através de requisições


(Sistema Coletivo) e outros por prescrição individual (Sistema Individual).
Desvantagens:
• Consumo de tempo da enfermagem;
• Não há controle rigoroso do estoque;
• Os erros são frequentes;
• Aumenta o número de tarefas desenvolvidas na farmácia.

13.4 Sistema de dose unitária de distribuição de medicamentos

É uma quantidade ordenada de medicamentos com forma e dosagens prontas


para serem ministradas ao paciente de acordo com a prescrição médica, num certo
período de tempo.
Objetivos: Dispensar o medicamento certo, ao paciente certo, na hora certa,
levando-se em consideração que podem ser avaliados diversos aspectos, tais como:
• Erros de medicação, ou seja, verifica-se com a “dose unitária” se estes
erros são frequentes;
• Fidelidade das doses (comparar as doses prontas com as prescrições
médicas e verificar possíveis diferenças);
• Interações medicamentosas, reações adversas e outras causas podem
ser estudadas;
• Acondicionamento dos fármacos pode ser estudado considerando-se o
tipo de acondicionamento ao qual estão submetidos na “dose unitária”;
• Proporcionar à administração hospitalar um sistema de distribuição de
medicamentos que seja financeiramente viável;
• Oferecer recursos ao farmacêutico para melhor integrar-se à equipe de
saúde.

47
Rotina Operacional: A rotina operacional é cíclica e, portanto, deve ser vista como
um processo dinâmico. Cada passo tem sua importância, não devendo haver
atropelos, sob pena de interromper o processo em qualquer fase que se encontre.
Médico: prescreve na folha de prescrição médica (duas vias).
Atendente ou Auxiliar de Enfermagem: retira do prontuário as cópias (segundas
vias) das prescrições médicas.
Funcionário da Farmácia: vai ao posto de enfermagem, enfermarias ou
apartamentos e recolhe: Cópias (das segundas vias) das prescrições; Receitas
utilizadas para a retirada de medicamentos dos armários de urgências; Doses
unitárias não ministradas.
Funcionário da Farmácia prepara: Doses unitárias; “bandejas” contendo os
medicamentos a serem repostos nos armários com medicamentos de urgência (de
acordo com as receitas); as etiquetas das doses unitárias e revisa as receitas
rubricando-as (para identificar quem preparou e/ou aviou as doses e receitas,
respectivamente).
Farmacêutico: verifica se as doses unitárias preparadas estão de acordo com as
segundas vias das prescrições médicas; faz ou supervisiona o controle de estoque e
registra as receitas de psicotrópicos ou entorpecentes, de acordo com a legislação
vigente; analisa o perfil farmacoterapêutico do paciente; efetua ou supervisiona a
reposição dos medicamentos utilizados nas urgências;
Atendente ou Auxiliar de Enfermagem: recebe e confere as doses unitárias e faz a
reposição dos medicamentos utilizados na urgência; reintroduz as segundas vias das
prescrições nos prontuários (se for o caso).
Enfermeiro: ministra as doses unitárias.

13.5 Tipos de sistemas de distribuição por dose unitária

São três os tipos de sistema distribuição por dose unitária:


 Centralizado;
 Descentralizado;
 Combinação dos dois tipos.

48
Fonte:www.jaumais.com.br

Sistema Centralizado: As doses são preparadas na farmácia central e dali são


distribuídas para todo o hospital. Pelo fato da centralização, o controle de estoque e a
supervisão da preparação das doses, pelo farmacêutico, ficam mais contundentes.
Sistema Descentralizado: As doses são preparadas nas farmácias satélite
(descentralizadas) e ao final de cada preparação, os quantitativos do consumo são
enviados à farmácia central.
Sistema Combinado: Diz-se que o sistema é combinado, quando ao mesmo
tempo em que as farmácias satélites estão atuando na preparação de doses, a
farmácia central deixara de operar e vice-versa. Este esquema facilita a adequação
aos horários de administração de doses e objetiva uma redução nos recursos
humanos, aproveitando da melhor forma possível, o horário de trabalho do pessoal
existente no quadro de funcionários da farmácia.

14 PARÂMETROS MÍNIMOS PARA O FUNCIONAMENTO DE FARMÁCIA


HOSPITALAR

A Farmácia Hospitalar e os demais serviços de saúde deve ser localizada em área


que facilite a provisão de serviços a pacientes e às unidades hospitalares, devendo
contar com recursos de comunicação e transporte eficientes.
Para o funcionamento de uma unidade de farmácia hospitalar devem existir, no
mínimo, os seguintes ambientes:
49
• Área para administração;
• Área para armazenamento;
• Área de dispensação;
• Área para atendimento farmacêutico.
Havendo outros tipos de atividades (manipulação magistral e oficinal,
manipulação de desinfetantes, fracionamento, produção de kits, manipulação de
antineoplásicos, nutrição parenteral e de outras misturas intravenosas; manipulação
de radiofármacos, controle de qualidade, serviço de informação e outras) deverão
existir ambientes específicos para cada uma destas atividades, atendendo a
legislação pertinente.
Recomenda-se que a gerência da farmácia conte com ambiente privativo,
suporte administrativo e que haja recursos para as atividades de informação sobre
medicamentos e produtos para saúde e de farmacovigilância.
Em hospitais onde exista dispensação ambulatorial de medicamentos é
recomendável que haja uma área específica para esta finalidade, com a instalação,
também, de um consultório farmacêutico. Cabe destacar que as salas de manipulação
de nutrição parenteral, medicamentos estéreis, medicamentos citotóxicos e
radiofármacos, devem ser de uso exclusivo para o preparo desses medicamentos,
sendo vedado a manipulação de outras substâncias, conforme legislação específica.

14.1 Parâmetros mínimos para equipamentos

Como apoio às atividades operacionais da farmácia, de acordo com os serviços


prestados, deverá ser observado o disposto na legislação sanitária, ambiental e
normas de qualidade vigentes. Todos os equipamentos deverão constar do PMOC –
Plano de Manutenção Operação e Controle, disposto na portaria MS 3.523/98, sendo
efetuada a manutenção corretiva e preventiva conforme planejamento. Os
equipamentos de proteção coletiva e individual (EPC e EPI) deverão seguir o
estabelecido nas normas trabalhistas, em especial no Programa de Prevenção e Risco
de Acidentes - PPRA e Programa Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. O registro
da entrega e do uso de EPI deverá ser mantido bem como a sua utilização estimulada.
Equipamentos e utensílios deverão seguir as normas do INMETRO, ficando
evidenciada as suas aferição, calibração e certificações, quando aplicável.
50
14.2 Parâmetros mínimos para recursos humanos

A unidade de farmácia hospitalar e de serviços de saúde deve contar com


farmacêuticos e auxiliares em número adequado às atividades realizadas, de forma a
proporcionar o desenvolvimento de processos seguros e sem sobrecarga
ocupacional, respeitando o limite de carga-horária semanal legalmente estabelecida
e a legislação vigente, em especial a Lei 13.021/2014, no tocante a presença de
farmacêutico durante todo o horário de funcionamento. O número de farmacêuticos e
de auxiliares dependerá das atividades desenvolvidas, da complexidade do cuidado,
do número de leitos, do grau de informatização e mecanização da unidade.

Parâmetros Mínimos para Recursos Humanos


Atividade Recursos Humanos
Farmácia Ambulatorial 1 farmacêutico por turno de
(gerenciamento e controle de atendimento
estoque) 1 auxiliar administrativo
1 auxiliar de farmácia para
cada 100 pacientes/dia.
Orientação farmacêutica 1 farmacêutico (dispensação
orientada) para cada 100
pacientes/dia (média de 5 minutos
para orientação de cada paciente).
Programas de Seguimento 1 farmacêutico por consultório
Farmacêutico do Programa de Atenção
Farmacêutica (2 consultas/hora,
primeira consulta com 1 hora de
atendimento).
Assistência domiciliar 1 farmacêutico por turno de
atendimento.
Atividades clínicas 1 farmacêutico para cada
(Paciente internado em unidade clínica com até 40 leitos.
unidades de baixa e média
complexidade)
Atividades clínicas 1 farmacêutico por unidade
(Pacientes clínica (máximo de 30 leitos).
internados em unidades de
alta complexidade)

51
Produção de kits para 1 auxiliar por turno de
procedimentos produção, sob supervisão do
farmacêutico.
Farmácia em Centro 1 farmacêutico por turno;
cirúrgico 1 auxiliar de Farmácia para
cada 4 salas de cirurgia em
funcionamento, por turno.
Farmacovigilância 1 farmacêutico exclusivo.
Informação sobre 1 farmacêutico exclusivo.
medicamentos
Pesquisa Clínica (Ensaios 1 farmacêutico exclusivo.
Clínicos)

Segundo o Artigo 6º da Lei 13.021/2014, as farmácias de qualquer natureza


necessitam ter farmacêutico em todo o horário de funcionamento a fim de obter
autorização e licenciamento para o seu pleno funcionamento. O Artigo 8º e seu
parágrafo único, da Lei supracitada, ressalta ainda que as farmácias privativas de
hospitais e estabelecimentos de saúde similares, destinam-se a atender
exclusivamente seus usuários, estando igualmente sujeitas às mesmas exigências
legais previstas para as farmácias não privativas, no que concerne à direção e
desempenho técnico dos farmacêuticos, bem como ao registro no Conselho Regional
de Farmácia. A que a composição do quadro de funcionários das farmácias
hospitalares e dos demais serviços de saúde deverão se basear nos parâmetros
mínimos para recursos humanos considerando o porte, as atividades desempenhadas
e a complexidade de cada estabelecimento. As instituições de saúde devem firmar
compromisso com seus usuários, de modo a viabilizar recursos humanos suficientes
para atingir as metas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde,
conforme as seguintes prioridades:
• Segurança do Paciente;
• Qualidade da assistência;
• Efetividade da terapia medicamentosa;
• Uso racional de medicamentos e produtos para saúde;
• Controle de Infecção;
• Cumprimento da Legislação Sanitária vigente.

52
15 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL

Fonte: testobrasil.com.br

Devem ser realizados baseados no desenho do cargo (qualificações e perfil


desejado).

15.1 Integração de novos funcionários

Deve-se ter bem estabelecida uma rotina de acolhimento (apresentação das


missões, setores da farmácia e do hospital, atividades, cultura do hospital).

15.2 Descrição dos cargos e funções

As áreas de responsabilidade da farmácia devem ser claramente definidas; a


descrição detalhada dos cargos e funções de todas as categorias de funcionários da
farmácia deve existir e ser revisadas.

15.3 Manual operacional

Deve ser elaborado um manual operacional a fim de disciplinar as atividades


da farmácia (administrativa operacional e clínica) com os objetivos a curto, médio e
longo prazo. Deve conter todos os Procedimentos Operacionais Padrões (POP’s).
53
Todos os funcionários devem conhecê-los e mecanismos de fiscalização de
cumprimento do manual devem ser estabelecidos.

Segundo o portal da ANVISA foi criado a Lei 11.903 que discrimina o Sistema
Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que tem como objetivo
controlar e identificar a origem do produto, processo de fabricação,
distribuição até o consumo da população. No ambiente hospitalar tem foco
em monitorar o recebimento, distribuição, dispensação e administração,
tendo o controle do lote e validade dos medicamentos dentro do fluxo
operacional nas unidades hospitalares. O rastreamento só é possível através
do sistema de informação que capta, armazena e transmite as informações
para o usuário pelo código de barras. (Apud LIMA E. S. 2018).

16 FARMACOCINÉTICA E FARMÁCIA CLÍNICA

Fonte: siteware.com

São funções da farmácia hospitalar cada vez mais desenvolvidas e


fundamentais para uma boa utilização do medicamento. Necessitam de farmacêuticos
hospitalares altamente especializados, apoiados por suportes técnicos e informáticos
que lhes permitam corresponder às solicitações dos serviços clínicos.

16.1 Farmacocinética

A farmacocinética clínica é um ramo da farmácia hospitalar, cujo objetivo


primordial é uma correta administração de fármacos resultante da medição de níveis

54
séricos desse fármaco, o que se traduz por um controle terapêutico individualizado. A
monitorização de concentrações farmacológicas séricas permite à equipa clínica,
administrar a dose certa necessária de um determinado fármaco sem o perigo de
sobredosagem ou subdosagem, perigo esse que em certas classes de medicamentos
se torna de grande relevância, como é o caso de medicamentos de índice terapêutico
pequeno ou com variabilidade do comportamento cinético. A maior parte dos serviços
farmacêuticos hospitalares, onde este serviço está implementado, faz as medições
dos níveis séricos dos medicamentos nos laboratórios do hospital, sendo depois os
resultados dessas análises, interpretados pelo profissional farmacêutico hospitalar
especialista neste campo.

16.2 Farmácia Clínica

A farmácia clínica é um conceito que transforma a farmácia hospitalar de


fabricante e dispensador de medicamentos, para uma intervenção farmacêutica
baseada no paciente e na melhor maneira de lhe dispensar os cuidados farmacêuticos
com os menores riscos possíveis. Para isso, o farmacêutico hospitalar tem de fazer
parte da equipe clínica, acompanhando diretamente o doente nos serviços, prestando
apoio contínuo aos médicos e enfermeiros desse serviço. Os estudos feitos em
diversos países demonstram os números impressionantes de morbidade e
mortalidade atribuída diretamente a medicamentos, números esses que se reduzem
drasticamente com a existência de farmacêuticos clínicos nos serviços. É necessário
haver farmacêuticos especializados e disponíveis, assim como suporte técnico
adequado.

55
17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FERRACINI, F. T.; BORGES FILHO, W. M. Farmácia Clínica: Segurança na prática
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Programme 2005.

59
18 LEGISLAÇÃO – FARMÁCIA HOSPITALAR

Leis
Lei n°5.991/73–Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas,
medicamentos, horário do farmacêutico, insumos farmacêuticos e correlatos, e
dá outras providências.
Lei n°8.666/93–Regulamenta o art.37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.
Portarias
Portaria ANVISA nº 272/98–Aprova o Regulamento Técnico para fixar os
requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral.
Portaria SVS/MS n°344/98–Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias
e medicamentos sujeitos a controle especial.
Portaria TEM no°485/05– Aprova a NR32–Segurança e saúde no trabalho em
estabelecimentos de saúde.
Portaria MS n°721/89–Aprova Normas Técnicas em Hemoterapia para a
Coleta, Processamento e Transfusão de Sangue, Componentes e Derivados.
Portaria MS nº2.616/98 – Controle de Infecção Hospitalar.
Portaria MS nº3.916/98 – Política Nacional de Medicamentos.
Portaria SAS/MSnº1.017/02–Estabelece que as Farmácias Hospitalares
integrantes do SUS devam estar sob a responsabilidade do farmacêutico.
Portaria MS nº4.283/10–Aprova as diretrizes e estratégias para organização,
fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito
dos hospitais.
Resoluções
RDC Anvisa nº50/02–Dispõe sobre Regulamento Técnico para projetos físicos
em estabelecimentos assistenciais de saúde.
RDC Anvisa nº45/03–Dispõe sobre Regulamento Técnico sobre Boas Práticas
de Utilização de Soluções Parenterais em Serviços de Saúde.
RDC Anvisa nº220/04–Aprova o Regulamento Técnico de funcionamento dos
serviços de terapia a antineoplásica.

60
RDC Anvisa nº306/04–Dispõe sobre Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde.
RDC Anvisa nº11/06. Dispõe sobre o regulamento técnico de funcionamento de
serviços que prestam atenção domiciliar.
RDC Anvisa nº80/06. Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos em
farmácias e drogarias.
RDC Anvisa nº67/07. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de
Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias.
RDC Anvisa nº38/08–Dispõe sobre a instalação e o funcionamento de Serviços
de Medicina Nuclear “in vivo”.
RDC Anvisa nº9/09–AlteraoanexoVIdaResoluçãoRDCno45/03.
RDC Anvisa nº63/09–Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Rádio
fármacos.
Resolução CONAMA nº358/05–Dispõe sobre o tratamento e a disposição final
dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.
Resolução CFFnº279/96–Ratifica a competência legal do farmacêutico para
atuar profissionalmente e exercer chefias técnicas e direção de
estabelecimentos hemoterápicos.
Resolução CFFnº288/96–Dispõe sobre a competência legal para o exercício da
manipulação de drogas antineoplásicas pelos farmacêuticos.
Resolução CFFnº292/96–Ratifica competência legal para o exercício da
atividade de Nutrição Parenteral e Enteral e revoga a Resolução247/93.
Resolução CFFnº354/00–Dispõe sobre a assistência farmacêutica em
atendimento pré-hospitalar e as urgências/emergências.
Resolução CFFnº386/2002 Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no
âmbito da assistência domiciliar em equipes multidisciplinares.
Resolução nº 470/08–Regula as atividades do Farmacêutico em gases e
misturas de uso terapêutico e para fins de diagnóstico.
Resolução CFFnº486/08–Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na área
de radiofarmácia e dá outras providências.
Resolução CFFnº492/08–Regulamenta o exercício profissional nos serviços
de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de
saúde, de natureza pública ou privada.
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Resolução CNS nº338/2004–Política Nacional de Assistência Farmacêutica.
Sites interessantes
Órgãos Oficiais:
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária–www.anvisa.gov.br
CFF– Conselho Federal de Farmácia–www.cff.org.br
CFM – Conselho Federal de Medicina–www.cfm.org.br
CRF-SP–Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo–
www.crfsp.org.br
DOU–Diário Oficial da União–www.in.gov.br
FDA – Food and Drug Administration–www.fda.gov
FENAFAR–Federação Nacional dos Farmacêuticos–www.fenafar.org.br
FIOCRUZ–Fundação Oswaldo Cruz-www.fiocruz.br
FIP–International Farmaceutical Federation–www.fip.nl
OF–Ordem dos Farmacêuticos–www.ordemfarmaceuticos.pt
SINFAR–Sindicato dos Farmacêuticos de SãoPaulo–www.sinfar.org.br
Associações e Entidades:
ABRASCO – Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva–
www.abrasco.org.br
ANF– Associação Nacional dos Farmacêuticos–www.anf.pt
ANFARMAG–Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais–
www.anfarmag.com.br
APHANET–American Pharmacists Association–www.aphanet.org
ASHP–American Society of Health-SystemPharmacists–www.ashp.com
IACP–International Academy of Compounding Pharmacists–www.iacprx.org
INFARMED–Instituto Nacional de Farmácia e do Medicamento–
www.infarmed.pt
ONA–Organização Nacional de Acreditação–www.ona.org.br
OPAS–Organização Pan-Americana de Saúde–www.opas.org.br
SBFTE–Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental–
www.sbfte.org.br
SBRAFH–Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde–
www.sbrafh.org.br

62
SOBRAFO–Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia–
www.sobrafo.org.br
SOBRAVIME–Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos–
www.sobravime.org.br
USP–United States Pharmacopeia–www.usp.org

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19 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

SALU, E. J. Administração hospitalar no Brasil. Editora Manole; edição: 1ªjan


2012, p 488.

SANTOS, G. A. A. Gestão de farmácia hospitalar. Editora: Senac são Paulo;


edição:4ª. 2016. p232.

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