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Legislação Comercial
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2 - A empresa e o Direito
• Tipos de empresas
• Singulares
• Empresário em nome individual
• EIRL
• Sociedade por quotas unipessoal
• Colectivas
• Sociedades comerciais
• Sociedade em nome colectivo
• Sociedade por quotas
• Sociedade em comandita
• Sociedade anónima
• Sociedade unipessoal
• Sociedades civis
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O direito pode ser definido como um conjunto de normas com carácter obrigatório e com
proteção coativa. Normas essas emanadas, estabelecidas e garantidas pelo Estado.
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• o Homem não vive isolado, mas em sociedade, em convivência com os outros
homens - “ubi societas, ibi ius” (onde existe uma sociedade, existe direito);
• o Homem tem um instinto para se agrupar - nas palavras de Aristóteles é um
“animal social.”
Contudo, não basta que existam normas; é também necessário que se garanta a
sua eficácia, isto é, que essas normas existam e sejam respeitadas,
independentemente da vontade daquelas a quem se destinam, ou pelo menos,
quando violadas seja assegurada a reparação dessa violação.
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1.1 – Fontes de Direito:
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a) A Lei
Constituição
Existe uma hierarquia destas formas da Lei: Lei
Decreto-Lei
Decreto Regulamentar
Portaria
Postura
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• A Constituição:
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PREÂMBULO
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• Lei da Assembleia da República:
A Assembleia da República tem competência para fazer leis sobre todas as matérias,
salvo as reservadas pela Constituição ao Governo. (art.161ºc da Constituição).
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• Decreto-Lei do Governo:
Hoje, o Governo é o órgão de soberania que mais legisla. Pode fazê-lo em todas as
matérias que não sejam objecto de reserva de competência da Assembleia da
República.
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• Regulamento / Portarias:
Por exemplo, uma lei que aprova o Código de Registo Comercial não determina em
que local do país funcionarão as conservatórias desses serviços, nem define os
modelos a preencher nos pedidos de registo. Esta tarefa será deixada a um
regulamento.
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• Posturas:
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Porém se o diploma for omisso sobre a data da sua entrada em vigor, a lei
entra em vigor no quinto dia após a sua publicação. Nos Açores e na Madeira
no décimo quinto dia.
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b) A Jurisprudência:
No nosso sistema, o juiz é independente, e por isso não tem de respeitar as decisões
anteriores dos Tribunais.
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É esta a lógica do precedente dos países anglo-saxónicos; mas, esta lógica não se
aplica em Portugal.
As decisões dos Tribunais não fazem precedente com exceção dos Acórdãos do
Tribunal Constitucional que declaram a inconstitucionalidade de uma Lei. Esses
anulam a Lei e, por isso, são obrigatórias para todos.
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d) A doutrina:
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A Doutrina como fonte de Direito tem vindo a perder peso e tal reflete-se na
qualidade da produção legislativa do país.
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d) Usos e Costumes:
O valor jurídico dos usos está intimamente condicionado à determinação da lei e à não
contrariedade dos princípios da boa-fé.
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Exemplos que distinguem Usos de Costumes:
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Previsão:
Com efeito, toda e qualquer norma jurídica prescreve padrões de conduta adequados subsumir
às situações futuras, sendo que a previsão consubstancia uma “representação dessa situação
futura”.
Tal situação da vida, geralmente, é caracterizada de forma geral e abstracta, a subsumir a casos
concretos futuros, com vista a contemplar todas as situações futuras.
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Exemplo de previsão – Artigo 1323º, n.º 1 C.C.:
“Aquele que encontrar animal ou outra coisa móvel perdida e souber a quem pertence deve
restituir o animal ou a coisa a seu dono ou avisar este do achado”
Estatuição
Na verdade, toda a norma faz corresponder à respectiva previsão uma estatuição, ou seja, a
necessidade de uma conduta.
Essa necessidade de conduta designa-se, em relação a cada pessoa a quem se dirige, dever ou
obrigação em sentido amplo.
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Em toda a norma jurídica a estatuição é sempre geral e abstracta, sob pena de se tratar de um
mero preceito singular e concreto.
Sanção
A sanção pode ser entendida como um elemento da norma jurídica, ou no entender do Professor
Castro Mendes, como um elemento do sistema jurídico.
As normas são jurídicas porque integram o sistema jurídico, sendo que o sistema é jurídico
porque comporta meios de coacção.
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Imperatividade:
A norma jurídica estabelece um comando, porque impõe uma certa conduta e não
se limita a dar conselhos.
Generalidade e Abstracção:
A norma jurídica refere-se a todas as pessoas e não a destinatários singularmente
determinados. A sua abstração resulta de não se direcionar para um caso concreto.
Coercibilidade:
Consiste na suscetibilidade de aplicação coativa de sanções, se a norma for violada.
O Estado pode impedir e reprimir a violação da norma.
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Violabilidade:
Dirigindo-se a norma a pessoas livres, pode a mesma ser violada pelos seus
destinatários, ou seja, padece a mesma da susceptibilidade de ser violada ou não
acatada.
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Cada norma é parte de um sistema global e o seu sentido não pode ser apreendido
isoladamente. No entanto, as necessidades práticas de aplicação do direito deram
origem a uma divisão do sistema jurídico em grandes grupos de normas, assentes em
princípios comuns, os chamados ramos de direito.
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O Direito Comercial
Noção e âmbito
Direito Comercial é ramo de direito em que tradicionalmente são abordadas e
estudadas as Sociedades Comerciais, na sua qualidade de sujeitos de Direito
Comercial.
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O Direito Comercial visa regular ainda de certos negócios que, por serem típicos
da vida mercantil, estão sujeitos a um regime próprio, independentemente da
qualidade dos respetivos sujeitos e da intensidade (repetida ou esporádica) com
que são praticados.
O direito comercial não é, pois, simplesmente o direito dos comerciantes, mas, sim, o
direito da matéria comercial.
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Não é, apenas, o comércio propriamente dito que é disciplinado por este direito.
Também, algumas indústrias, como a transformadora e a de transportes são reguladas
pelo direito comercial.
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2 – A Empresa e o Direito:
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2.1 Tipos de Empresa:
• Razões sociais
• Razões materiais
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Empresas – Definição e objectivos
Objectivo:
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A atividade do empresário há-de exercer-se através de uma organização que lhe sirva
de instrumento.
Resumindo, empresa é:
• Em sentido subjetivo, o comerciante;
• Em sentido objetivo, a atividade que o comerciante exerce profissionalmente,
servindo-se de uma organização que é o estabelecimento comercial.
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Estas obrigações a que os comerciantes estão vinculados têm por objetivo geral o
exercício do comércio de uma forma segura.
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➢ Sector de actividade:
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▪ Empresas do sector terciário: É definido pela exclusão dos dois outros sectores.
Envolve a comercialização de produtos em geral, e a oferta de serviços comerciais,
pessoais ou comunitários a terceiros.
Exemplos: Transportes, Distribuição, Prestação de serviços.
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➢ Dimensão:
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➢ Propriedade do seu capital:
O proprietário de uma empresa pode ser apenas uma pessoa, caso das empresas
individuais, como podem ser mais de uma, formando sociedades.
Existem as seguintes modalidades na legislação portuguesa:
• Empresa Individual - Empresário em Nome Individual
• Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (E.I.R.L.)
• Sociedade por Quotas
• Sociedade Unipessoal por Quotas
• Sociedade Anónima
• Sociedade em Nome Colectivo
• Sociedade em Comandita
• Empresas Públicas
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De referir que os sócios das sociedades, tanto podem ser pessoas singulares, como
pessoas coletivas, como por exemplo outras sociedades.
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O contrato de sociedade para que seja válido, além dos requisitos de validade
gerais, deve conter os seguintes requisitos:
• Capacidade das partes;
• Objeto possível e legal;
• Mútuo consentimento;
• Adotar a forma escrita;
São, assim, duas as condições para que se possa qualificar a sociedade como
comercial:
• O fim (exercício do comércio);
• A forma (adoção de um dos tipos previstos na lei).
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Empresas Singulares:
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Vantagens:
Ser proprietário único é poder manter um controlo pronto, direto e completo
sobre a empresa e as suas atividades.
Desvantagens:
A dimensão da empresa fica sempre limitada ao volume de recursos que o único
proprietário pode dispor;
O único proprietário é responsável, perante a lei, por todas as dívidas da empresa,
podendo ser citado judicialmente.
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Esta figura foi criada em Portugal em 1986 (Regime Jurídico - DL n.º 248/86, de 25
de Agosto).
A firma deve ser composta pelo nome civil, por extenso ou abreviado, do
empreendedor. Este nome pode ser acrescido, ou não, da referência ao ramo de
atividade, mais o aditamento obrigatório Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limitada ou E.I.R.L.
Vantagens:
• Total controlo do proprietário sobre o negócio;
• Património pessoal do proprietário não responde pelas dívidas contraídas pela
empresa, visto que se encontra separado do património da mesma.
Desvantagens
• Maior complexidade na constituição da empresa;
• Sem vantagens fiscais;
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Empresas Colectivas / Sociedades Comerciais
Este tipo de sociedade não exige um montante mínimo obrigatório para o capital
social.
Este tipo de sociedade é composta por dois ou mais sócios, não sendo admitidas
contribuições de indústria (ou seja, o trabalho dos sócios, a sua habilidade e os seus
conhecimentos técnicos ou profissionais não são considerados para o capital social da
empresa.)
Na Sociedade por Quotas o capital social está dividido em quotas e a cada sócio
fica a pertencer uma quota correspondente à sua entrada. Os sócios são
solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato
social.
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As sociedades por quotas até 2011 eram obrigadas a apresentar um capital social
superior a 5.000€.
Desde 2011, deixou de haver um limite mínimo para o capital social, podendo os
sócios fixar livremente o valor do capital.
O capital social é representado por quotas, que poderão ter ou não um valor idêntico
(mas nunca inferior a 1 € cada), ou seja, na pratica o capital social mínimo nunca
será inferior a 2 €.
No caso de a realização do capital social ser superior ao mínimo legal, não tem de ser
integralmente realizado no momento da constituição
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É possível constituir uma sociedade anónima com um só sócio, desde que este
seja uma sociedade (os sócios das sociedades podem ser pessoas singulares ou
pessoas coletivas, nomeadamente sociedades).
As ações têm todas o mesmo valor nominal e são representadas por títulos.
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A esmagadora maioria das empresas de grande dimensão assume esta forma jurídica.
Cada ação detida dá direito a um voto na Assembleia Geral (constituída por todos
os acionistas e que reúne, pelo menos, uma vez por ano) e também à receção de um
dividendo (parcela dos lucros apurados no ano anterior).
Vantagens:
• É encarada pela lei como uma entidade totalmente distinta dos indivíduos a
quem pertence.
• Este processo de financiamento da sociedade anónima implica normalmente que
nem os possuidores da empresa possam ser os gestores, permitindo uma certa
divisão das funções de decisão, oferta de capital e de aceitação de risco.
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Desvantagens:
• A influência do accionista individual sobre a gestão da empresa ser
normalmente pequena.
• Tributação dos rendimentos da actividade empresarial. A empresa paga
impostos sobre os lucros que obtém (IRC), tal como os accionistas pagam imposto
sobre os dividendos que recebem (IRS).
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E) Sociedades Civis:
As Sociedades Civis são aquelas que não têm por fim a prática de atos do comércio,
nem adotaram um dos tipos previstos na lei comercial.
Neste caso, passam a chamar-se sociedades civis sob forma comercial e ficam,
sujeitas às disposições do Código das Sociedades Comerciais. No entanto, não
ficam sujeitas a um conjunto de obrigações específicas das sociedades
comerciais. São pessoas coletivas com personalidade jurídica.
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São aquelas que não têm por objeto a prática de atos comerciais e estão sujeitas
ao regime do Código Civil. Estas sociedades civis simples, distinguem-se das
sociedades civis sob forma comercial, dada a forma que revestem, que está
relacionada com a sua organização formal.
Encontram-se subordinadas ao regime da lei civil (Código Civil).
Estas empresas são possuídas pelo colectivo de todos quantos nela trabalham
(cooperativas de produção) ou pelo colectivo dos seus utentes (cooperativas de
consumo e de habitação, por exemplo).
Regra geral, são pequenas ou médias empresas
O caso mais frequente é o de algumas actividades ligadas à agricultura, como
sejam os lacticínios, o vinho e o azeite.
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Ainda que seja complexo, o processo de criação de uma empresa tem vindo a evoluir
gradualmente no sentido de melhor poder satisfazer todos os cidadãos e empresários.
Método Tradicional:
1) Certificado de Admissibilidade
O pedido de Certificado de Admissibilidade é o primeiro procedimento a efectuar,
seja qual for o estatuto jurídico escolhido para a empresa.
6) Registo Comercial:
Para efectuar o registo da empresa é necessário promover o registo junto de uma
Conservatória de Registo Comercial e levar:
• Fotocópia autenticada da escritura;
• Certificado de Admissibilidade;
• Autorizações administrativas exigíveis para a constituição;
• Relatório de ROC, relativo à avaliação das entradas em espécie, se as houver.
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Empresa na Hora:
Excepção:
• As sociedades cujo capital seja realizado com recurso a entradas em espécie em
que, para a transmissão dos bens com que os sócios entram para a sociedade, seja
exigida forma mais solene do que a forma escrita.
• Sociedade anónimas europeias.
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Muitos destes contratos civis são considerados também comerciais, verificadas certas
circunstâncias.
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Quanto a natureza dos contratos compra e venda, os contratos podem ser de:
• Natureza Comercial
• Natureza Civil
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A compra e venda tem natureza comercial quando uma das partes – vendedor –
transfere para outra – comprador – mediante preço convencionado, a propriedade de
qualquer coisa que o comprador destine a revenda ou aluguer, ou que o vendedor
tenha adquirido com o fim de revender.
A empresa X quer comprar três automóveis. Não podendo dispor, desde logo, do
valor necessário, celebra um contrato de leasing, isto é, adquire o uso dos
automóveis, mediante o pagamento de uma prestação mensal, podendo, no
final do período, adquirir a propriedade dos automóveis.
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O trabalhador não se coloca, por força do contrato que celebra com a outra parte,
numa situação de dependência ou subordinação como acontece no regime do
contrato de trabalho.
➢ Mandato:
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou mais actos jurídicos
por conta de outra.
➢ Contrato de Empreitada:
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a realizar certa
obra, mediante um preço.
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a ceder à outra parte um conjunto de
trabalhadores, organizados por categorias profissionais, ou não, durante um
determinado período de tempo e contra uma retribuição.
É o tipo de contrato de que muitas empresas lançam mão, como forma de fazer
face às necessidades pontuais e temporárias de mão-de-obra, sem terem de
recrutar trabalhadores para os seus quadros.
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Fim
Boa sorte!!!