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Mecanismos de defesa do

sistema respiratório
Fisiologia 4
turbilhonamento em vias aéreas mais
calibrosas (traqueia, brônquio).
Os mecanismos de defesa do Aparelho
Respiratório envolvem uma série de fatores A nível de bronquíolo o fluxo é mais laminar =
que atuam na remoção de partículas inaladas fluido
e micro-organismos. Local de maior resistência aérea são
Os pulmões são dotados de grande interface brônquios, porque o fluxo é mais turbilhonado
que interage com o meio externo e, por isso, e onde a via aérea é mais calibrosa
estão sob constante agressão.
Presença de: IMUNOLÓGICO
Cílios – glândulas seromucosas Sistema macrofágico alveolares
Muco – tecidos linfoides (malt/balt) Células imunes efetoras (MALT)
Tonsilas – Mecanismos de reflexos da tosse e
do espirro

ESTRUTURA DAS VIAS AÉREAS E


Objetivo: remoção de partículas inaladas e SEGMENTAÇÃO
microrganismos.
O diâmetro das vias aéreas é um determinante
primário da resistência
MECANISMOS DE DEFESA
Os parâmetros que contribuem para a
resistência são:

MECÂNICO 1) O tamanho do sistema (L) = comprimento da


via aérea;
Estrutura das vias aéreas e sua segmentação
progressiva; 2) A viscosidade da substância que flui através
do sistema (η);
Filtração aerodinâmica;
3) O raio dos tubos do sistema (r) = raio das
Transporte mucociliar.
vias aéreas.
Ramificação dicotômica da arvore brônquica
→ Ocorre turbilhonamento do ar que facilita as
partículas se depositarem no muco que é
eliminado pelo transporte muco-ciliar. Esse

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RESISTÊNCA DAS VIAS AÉREAS
Fatores que aumentam a resistência
BRONCOCONSTRIÇÃO: Reflexo que ocorre
para proteger o trato respiratório inferior de
substâncias irritantes que tenham sido
inaladas.

-Resposta parassimpática à inalação de


irritantes;
-Administração de acetilcolina;
A análise da relação entre pressão e fluxo, ao
longo da árvore traqueobrônquica, mostra que
a maior parcela da resistência total se
OUTROS FATORES:
concentra nas vias aéreas mais calibrosas,
cabendo às periféricas, com diâmetro interno -Tumores obstrutivos;
menor do 2mm, contribuição
proporcionalmente menor para a resistência -Acúmulo de muco;
ao fluxo gasoso. -Prostaglandinas, leucotrienos,
Histamina.
Os bronquíolos não contribuem de modo
significativo na resistência ao fluxo do ar:
FATORES QUE DIMINUEM A RESISTÊNCIA
Área total é 2000X maior que a da traqueia;
Broncodilatação:
Fluxo lento e pequeno.
-Estimulação simpática;
-Agonistas adrenérgicos;
Área de seção transversa nas diferentes
gerações das vias respiratórias. Note que, -Anti-histamínicos;
apesar de o diâmetro das vias respiratórias ->co2 no ar alveolar, ele favorece aumento do
reduzir progressivamente, a área total de calibre por relaxamento reflexo do músculo
secção transversa aumenta. liso do bronquíolo facilitando a saída do ar;
Co2 é a principal substancia parácrina que
afeta o diâmetro bronqueolar.
O decréscimo da PO2 provoca
vasoconstricção pulmonar e desvio do fluxo
sanguíneo para regiões com melhor
oxigenação dos alvéolos.

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AS MUDANÇAS QUE OCORREM MINUTO A que forma um filtro sobre toda a superfície
MINUTO NO DIÂMETRO BRONQUIOLAR SÃO epitelial;
EM RESPOSTA A SUBSTÂNCIAS PARÁCRINAS.
Essa barreira mecânica e biológica protege a
mucosa epitelial de desidratação, lesões
químicas e físicas de microrganismos e
agentes nocivos.

Mistura de secreções provenientes das células


caliciformes, glândulas submucosas e
lacrimais e água.
Os vasos sanguíneos pulmonares reagem de
maneira inversa aos vasos sistêmicos com
relação à hipoxemia. APARELHO MUCOCILIAR (MUCO)
É uma barreira mecânica
O muco é um fluido bifásico composto por uma
fase aquosa sol (inferior) e uma fase gel
(superior);
A camada sol banha os cílios, que se projetam
da superfície epitelial e penetram na camada
gel;
Em estados patológicos, muitos fatores podem
afetar esse transporte:
-A maior produção de muco;
-Possíveis alterações de suas propriedades
físicas ou reológicas*;
-Mudanças no aspecto macroscópico (que
pode variar de mucóide a purulento).
O aparelho muco ciliar está presente nas
fossas nasais, na área respiratória, excelo na
OBS: A broncoconstricção é um reflexo para
área olfatória que esta no teto da cavidade
proteger o trato respiratório inferior de
nasal.
substancias irritantes que tenham sido
inalados.

CLEARANCE MUCOCILIAR
A via aérea é recoberta por uma fina camada
de muco, uma mistura complexa de produtos
de grande variedade qualitativa e quantitativa

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Durante todo o trajeto deve ter epitélio Aparelho mucociliar (cílios)
colunares ciliados, pseudoestratificado, onde
tem as células caliciformes que produzem Propulsores do transporte mucociliar
muco, tem glândulas seromucosas, cílios. Os cílios se movem apenas na fase sol e fazem
Os cílios irão conduzir o muco produzido pelas contato com a fase gel apenas por um breve
células para a faringe onde será deglutido ou momento, resultando na movimentação da
expelido. fase gel sobre a fase sol.

Se estiver na arvore troqueobronquica os cílios Os cílios se movem apenas na fase sol


batem para a faringe também para expelir o Fazem contato com a fase gel de forma rápido
muco, porque não pode descer para os
alvéolos, se isso acontecer então ocorrerá uma O movimento é tipo “chicote”
resposta de macrófago. Fase de Ação → fase inicial, o cílio passa pela
fase sol com certa facilidade

Ele adere as partículas inaladas para que o Fase de recuperação → o cílio dobra-se
movimento ciliar faça o transporte para a lateralmente voltando a sua posição original
faringe afim de expelir o mesmo. Os batimentos ciliares requerem ATP,
Evitar a desidratação da mucosa assim o ar portanto, as células colunares ciliadas
inspirado é modificado (fluido seromucoso) apresentam mitocôndrias.

Contem: água, mucina, anticporpos


(glicoproteínas), lactoferrina, enzimas Condições normais: batem a uma frequência
bactericidas e bacterostatica, pode ter de 12-15 Hz (batimentos/segundo)
citocinas, pode ter células do sistema
imunológico. A onda dirige o fluxo do muco nas cavidades
nasais em direção a nasofaringe,
Funciona como um filtro sobre toda a posteriormente, orofaringe, onde as secreções
superfície epitelial. são deglutidas.
Tem contribuição das células caliciformes,
glândulas submucosas, lacrimais e água.
Fotomicrografia – Principais componentes do
epitélio respiratório.
Muco Epitélio respiratório – pseudoestratificado
ciliado com células caliciformes
Mistura de secreções provenientes das células,
além de lágrima e água. Células colunares ciliada – 300 cilios na
superfície; numerosas mitocôndrias → ATP →
Eletrólitos, citocinas, interferons, leucotrienos,
batimentos ciliares
histamina, substância p e bradicinina
Células caliciformes, basais e granulares.
proteínas como a albumina, glicoproteínas e
imunoglobulinas
Células inflamatórias como macrófagos,
basófilos, mastócitos e eosinófilos.

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Fase sol → mais serosa (aquosa), mais Fisiologia sinusal
próxima da célula para os cílios se moverem,
tem mais água e eletrólitos As fossas nasais e os seios paranasais são
responsáveis pela purificação, aquecimento e
umidificação do ar inspirado, deixando-o em
Fase gel → Mais glicoproteica, portanto, + condições favoráveis para a troca gasosa nos
espere alvéolos pulmonares;
A drenagem e a ventilação sinusal são dois
fatores importantes na manutenção
Tipos de movimentos: adequada da fisiologia dos seios paranasais.

A – Sincronizado ou transversal
B – Metacronizado ou longitudinal O transporte mucociliar também é auxiliado
pelo fluxo inspiratório, uma vez que determina
pressão negativa, promovendo transporte de
Estas 2 fases existem para promover a muco para fora dos seios.
movimentação dos cílios.
O batimento ciliar é composto por dois tipos de Os músculos da orelha média (tensor do
movimentos: sincronizado ou transversal e palatino, salpingo faríngeo) quando se
metacronizado ou longitudinal. constroem eles abrem a tuba auditiva e
quando relaxam eles fecham a tuba.
A coordenação do batimento de um cílio
individual, que previne a colisão entre cílios em A cada abertura da tuba ocorre renovação do
diferentes fases de movimento, é chamada ar, favorecendo a avaliação na orelha média e
METACRONIA. externa.
O tapete de muco renova-se a cada 20 a 30
minutos, com velocidade média de 6mm/min,
porém estes valores são muito variáveis O mucociliar também é auxiliado pelo pluxo
mesmo em indivíduos normais. inspiratório, uma vez que determina pressão
negativa, promovendo transporte de muco
Esse movimento direciona o muco nas para fora dos seios.
cavidades nasais em direção a nasofaringe,
posteriormente, orofaringe, onde as secreções
são deglutidas.

Introdução - tosse
O funcionamento adequado deste mecanismo Constitui um sintoma de uma grande
depende desses fatores: variedade de patologias, pulmonares e
estrutura ciliar; extrapulmonares, e por isto mesmo é muito
comum;
sincronia do batimento ciliar;
Reflexo protetor das vias aéreas inferiores.
frequência do batimento ciliar;
Grupos de risco com reflexo da tosse
quantidade e qualidade da secreção comprometido: idosos, tabagistas,
brônquica. transplantados de pulmão, recém-nascidos;

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Método defensivo mais efetivo do Sistema FASE COMPRESSIVA → Fechamento da glote
Respiratório quando existe disfunção ciliar; por cerca de 0,2 segundos, e ativação do
diafragma e dos músculos da parede torácica
A relação temporal predominante da tosse é
e abdominal que, aumentando a pressão
útil na sua classificação como episódica,
intratorácica, comprimem as vias aéreas e os
matinal, noturna, associada ou não às
pulmões
refeições.
Nervo vago e frêmito
Permite eliminar secreções das vias aéreas
pelo aumento da pressão positiva pleural Nervo vago – estimula a fase compreensiva
envolvida na via eferente do reflexo da tosse
Protege contra broncoaspiração
Aferente sensitivo → Leva a informação ao
encéfalo (bulbo) para o centro da tosse
Classificação da tosse
Aguda (três semanas) FASE EXPIRATÓRIA → Abertura súbita da glote
Subaguda (três a oito semanas) com saída do ar em alta velocidade, podendo
atingir fluxos de até 12 l/s, ocasionando o som
Crônica (duração maior que oito semanas) característico da tosse

A tosse pode ser classificada também FASE DE RELAXAMENTO → Relaxamento da


de acordo com a presença ou não de musculatura e retorno das pressões aos níveis
escarro: basais. dependendo do estímulo, essas fases
podem resultar em tosse de intensidade leve,
Tosse seca (uso de inibidores de ECA) moderada ou grave
Tosse produtiva (bronquite crônica,
pneumonia)
Permite a eliminação das secreções das vias
A enzima conversora da angiotensina (ECA) aéreas pelo aumento da pressão positiva
degrada não apenas a angiotensina I, mas pleural;
também a bradicinina, substância P e
neurocininas, as quais sensibilizam fibras C Protege contra aspiração de alimentos,
secreções e corpos estranhos.

O Ato da Tosse
O centro da tosse recebe influência da região
cortical (córtex motor) e deste modo pode-se,
voluntariamente, provocar a tosse.
FASE INSPIRATÓRIA FASE COMPRESSIVA→
Uma inspiração profunda permite um maior
volume torácico e dilatação dos brônquios, o
que torna mais eficiente a segunda fase
Nervo vago

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Arco reflexo da tosse amadurecimento do SNC e sofre influência de
fatores hormonais e neuro-humorais.
São estimulados por mecanismos químicos
(gases), mecânicos (secreções, corpos
estranhos), térmicos (ar frio, mudanças
bruscas de temperatura) e inflamatórios
(asma, fibrose cística).

Mecanismo da tosse
Tosse seca
Não está atrelada a produção de muco
Producao local de bradicinina (inibidores de
ECA), sustância P e neurocinas, as quais
sensibilizam fibra C (+ quimiosensivel)

Tosse produtiva
Aumento da sensibilização das células
caliciformes e glândulas promovendo mais
muco.

Nervo vago → laringe e arvore brônquica


Nervo frêmito → Musculatorura expiratória,
diafragma, musculaturas abdominais,
intercostais, peritoneais.

Anatomia do reflexo da tosse


Pode ser voluntária ou involuntária.
Mecanismo dinâmico que acompanha o

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