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Manual de procedimentos em

Domínio Hídrico

Para cursos de água não navegáveis nem flutuáveis.

Outubro de 2019

ARH do Tejo e Oeste


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Índice

Nota Introdutória ........................................................................................... 2


O Domínio Hídrico.......................................................................................... 3
A faixa de servidão do Domínio Hídrico ............................................................. 4
A faixa de servidão do Domínio Hídrico ............................................................. 5
A zona Non Aedificandi ................................................................................... 6
As ocupações em área de Domínio Hídrico ........................................................ 7
Vedações ...................................................................................................... 8
Arruamentos e vias públicas ........................................................................... 9
Instalação de condutas/cablagens ..................................................................10
Atravessamento por vias de circulação/acessos ................................................11
Muros para contenção de terras .....................................................................12
Sistemas para descarga de águas pluviais .......................................................13
Alteração do traçado natural dos cursos de água ..............................................14
Cursos de água em secção fechada .................................................................15
Micro e pequenos açudes/represas, sazonais ....................................................16
Charcas .......................................................................................................17
Charcas .......................................................................................................18
Sementeiras e plantações ..............................................................................19
Captações de águas superficiais públicas .........................................................20
Limpeza e corte de vegetação ........................................................................21
Estudo Hidrológico e Hidráulico ......................................................................22
Engenharia Natural – Vegetação ripícola ..........................................................23
Elaboração de projetos em área de Domínio Hídrico ..........................................24
Pedido para utilização dos recursos hídricos .....................................................25
Pedido para aferição da rede hídrica natural superficial......................................26

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 1


Nota Introdutória

O presente manual tem como objetivo divulgar e simplificar os procedimentos que


são necessários acautelar, quando se pretende utilizar ou ocupar áreas abrangidas
pelo regime jurídico do Domínio Hídrico.

Trata-se de uma síntese de referências técnicas e legais, sobre as ocupações e


ações autorizadas/não permitidas, a realizar ou legalizar em área afeta à faixa de
servidão do Domínio Hídrico, em cursos de água não navegáveis nem flutuáveis.

Esta compilação de dados pretende assim, ajudar à compreensão do normativo


sobre as utilizações inseridas em áreas de Domínio Hídrico, considerando:

a) Os cursos de água pertencentes à rede hídrica natural superficial, não


navegáveis nem flutuáveis, localizados em terrenos particulares (Lei n.º
54/2005, de 15 de novembro, republicada na Lei n.º 31/2016, de 23 de
agosto e Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, republicada no Decreto-Lei
n.º 130/2012);

b) As utilizações dos recursos hídricos sujeitas a autorização/parecer prévio, a


emitir pelos serviços da APA/ARHTO – Agência Portuguesa do Ambiente/
Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste (Decreto-Lei n.º 226-
A/2007, de 31 de maio);

c) Áreas que se situem fora da tipologia de Zonas Ameaçadas por Cheias,


inseridas na Reserva Ecológica Nacional (Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22
de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 124/2019, de 28 de
agosto);

d) Áreas que se situem fora das Margens e Zonas Inundáveis – Zonas de Risco
(Decreto-Lei n.º 364/98, de 21 de novembro);

e) Áreas que não estejam abrangidas pelos Planos de Gestão dos Riscos de
Inundações (Diretiva 2007/60CE).

A par do descrito neste compêndio, terá o requerente/utilizador dos recursos


hídricos de obter junto dos proprietários e das demais entidades com competência
nas diversas matérias de atuação, os pareceres e/ou autorizações legalmente
exigíveis, assim como cumprir com as normas e regulamentos específicos em vigor.

Importa referir, que a análise das diferentes situações em Domínio Hídrico pode
implicar por parte da APA/ARHTO – Agência Portuguesa do Ambiente/
Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, a necessidade de adaptar as
condições técnicas e legais previstas no presente manual, caso a caso, em
salvaguarda dos recursos hídricos, de pessoas e bens.

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O Domínio Hídrico

O Domínio Hídrico é um conjunto de bens, que pela sua natureza, a Lei submete a
um regime de carácter especial, encontrando-se consagrado na própria Constituição
da República Portuguesa (artigo 84.º).

A legislação sobre o normativo de Domínio Hídrico foi estabelecida no ano de 1892,


através da promulgação do Decreto n.º 8, de 1 de dezembro, que definiu o primeiro
“Regulamento dos Serviços Hidráulicos”.

Este diploma refere entre outros assuntos, a obrigatoriedade de comunicação e


autorização prévia dos serviços competentes, sobre as ocupações/ações a realizar
em área de proteção afeta ao Domínio Hídrico (referente às bacias hidrográficas).

Legislação geral de Domínio Hídrico, vigente e aplicada pelos serviços da


APA/ARHTO:

a) Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, republicada na Lei n.º 31/2016, de 23


de agosto – Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos;

b) Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, republicada no Decreto-Lei n.º


130/2012, de 22 de junho – Lei da Água;

c) Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio – Regime de Utilização dos


Recursos Hídricos;

d) Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, republicada na Lei n.º 114/2015, de 28


de agosto – Quadro das Contraordenações Ambientais.

A ocupação ou utilização privada dos leitos e margens das linhas de água obedece
ao estipulado na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro e no Decreto-Lei n.º 226-
A/2007, de 31 de maio.

As parcelas privadas de leitos e margens de águas públicas, definidas no artigo


10.º e seguintes da Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, na redação da Lei n.º
34/2014, de 19 de junho, estão sujeitas a servidões administrativas previstas no
artigo 21.º da mesma Lei, nomeadamente a uma servidão de uso público, no
interesse geral de acesso às águas para efeitos de fiscalização e policiamento pelas
entidades competentes.

Neste enquadramento, caso se pretenda utilizar parcelas do leito ou da margem


dos cursos de água tem de ser solicitada autorização para o efeito junto da Agência
Portuguesa do Ambiente, I.P., ficando sujeito às medidas indicadas por esta
relativamente ao curso de água bem como, às regras de construção previstas no
Plano Diretor Municipal em vigor, a aferir pela respetiva Câmara Municipal.

A falta de título de utilização para o efeito é uma violação ao regime jurídico do


Domínio Hídrico e constitui uma contraordenação ambiental muito grave, prevista
na alínea a) do n.º 3 do artigo 81.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio,
a qual poderá incorrer em coima (Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto).

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A faixa de servidão do Domínio Hídrico

Noções gerais

Domínio público fluvial

É pública a água que corre em cursos de água não navegáveis nem flutuáveis
nascidos em prédios privados, logo que transponham abandonadas os limites dos
terrenos ou prédios onde nasceram ou para onde foram conduzidas pelo seu dono,
se no final forem lançar-se no mar ou em outras águas públicas.

Leitos e margens privados de águas públicas

No caso de águas públicas não navegáveis e não flutuáveis localizadas em prédios


particulares, o respetivo leito e margem são particulares, nos termos do artigo
1387 do Código Civil, sujeitos a servidões administrativas.

Noção de leito e seus limites

O leito é limitado pela linha que corresponder à estrema dos terrenos que as águas
cobrem em condições de cheias médias, sem transbordar para o solo natural,
habitualmente enxuto. Essa linha é definida, conforme os casos, pela aresta ou
crista superior do talude marginal ou pelo alinhamento da aresta ou crista do talude
molhado das motas, cômoros, valados, tapadas ou muros marginais.

Noção de margem e sua largura

Entende-se por margem, uma faixa de terreno contígua ou sobranceira à linha que
limita o leito das águas, que no caso das águas não navegáveis nem flutuáveis,
nomeadamente torrentes, barrancos e córregos de caudal descontínuo, tem a
largura de 10m.

Margem das águas públicas.

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Faixa de servidão do Domínio Hídrico

Nos termos da Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, considera-se margem do curso


de água não navegável ou flutuável, sujeita às servidões administrativas
estipuladas no artigo 21.º da mesma Lei, uma faixa de 10 metros contínua ao leito,
medida a partir da aresta ou crista superior dos taludes marginais dos cursos de
água.

Faixa de servidão do Domínio Hídrico.

Curso/Linha de água Ordem de grandeza dos cursos de água

Noção proveniente da palavra Para determinar a ordem de grandeza


talvegue (palavra originária da das linhas de água, em função da
expressão em alemão tal weg hierarquia dos seus afluentes, os
significando "caminho do vale". serviços adotaram a Classificação de
Strahler, tendo por base a Cartografia
Em hidrologia, é denominado talvegue Militar do Centro de Informação
certa linha de relativa sinuosidade, Geospacial do Exército Português.
normalmente localizada nos pontos de
cotas mais baixas, originária a partir
da junção de duas superfícies
(vertentes de escoamento), formando
um ângulo.

Designa-se popularmente por rio,


ribeira/o, regueira/o, regato, torrente,
barranco e córrego de caudal
descontínuo.

O conjunto de todos os talvegues de


uma determinada área, assume a
formação de uma figura conhecida
como "Rede Hídrica Natural
Superficial" – Bacia hidrográfica.

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A zona Non Aedificandi

A zona Non Aedificandi – não edificante, trata-se de uma faixa de proteção extra
aos cursos de água (não navegáveis nem flutuáveis), contínua aos leitos, com a
largura de 5m, medidos a partir da crista superior dos taludes marginais.

É por excelência, uma área adequada para proteção e valorização direta dos
sistemas fluviais, a nível do potencial hídrico e ecológico, bem como, a nível da
prevenção do risco de erosão e inundação.

Assim, na extensão compreendida entre a crista superior dos taludes marginais dos
cursos de água (até à 3.ª ordem, inclusive), e os 5m imediatamente adjacentes:

a) Não é permitida a implantação de qualquer tipo de edificação vertical em


alvenaria/betão, ou qualquer tipo de construção que tenha carácter fixo e
permanente;

b) Não é permitida a realização de fundações associadas a construções fixas


verticais;

c) Não são permitidos aterros ou escavações laterais aos cursos de água, que
alterem a cota original/natural da margem, de modo permanente;

d) Não é autorizada a impermeabilização do solo (com exceção das vias


públicas);

e) Esta faixa de proteção aos cursos de água, deverá ser mantida livre de
ocupações e valorizada, através da dotação de vegetação típica das zonas
ribeirinhas da sua região, de modo a fomentar o desenvolvimento de uma
galeria ripícola diversificada e bem consolidada.

Em cursos de água de ordem igual ou superior a 4, deverá ser mantida toda a faixa
de servidão do Domínio Hídrico (10m medidos a partir da crista superior dos
taludes marginais), desimpedida de qualquer edificação de caráter fixo e
permanente.

Definições:

Obras de construção

As obras de criação de novas edificações.

Edificação

A atividade ou o resultado da construção, reconstrução, ampliação, alteração ou


conservação de um imóvel destinado a utilização humana, bem como de qualquer
outra construção que se incorpore no solo com carácter de permanência.

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As ocupações em área de Domínio Hídrico

O Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio – Regime de Utilização dos Recursos


Hídricos, prevê a possibilidade de se realizarem várias intervenções em área afeta
ao Domínio Hídrico, mediante autorização prévia a emitir pelos serviços da
APA/ARHTO, observando determinadas condições e desde que não afetem:

Artigo 62.º – Construções

a) As condições de funcionalidade da corrente, o normal escoamento das águas


e o espraiamento das cheias;
b) Os ecossistemas em presença, nomeadamente zonas húmidas e sistemas
dunares;
c) A integridade biofísica e paisagística do meio, dos leitos e das margens;
d) As águas subterrâneas;
e) Os terrenos agrícolas envolventes;
f) A captação, represamento, derivação e bombagem de água;
g) O respeito pelo estabelecido no plano específico de gestão de águas ou em
plano especial de ordenamento do território;
h) A segurança de obras marginais ou de transposição dos leitos;
i) A flora e a fauna das zonas costeiras;
j) A estabilidade e o equilíbrio dos sistemas costeiros;
k) A vegetação ripária;
l) O livre acesso ao domínio público.

Artigo 75.º – Aterros e escavações

a) Sirvam para a consolidação das margens e proteção contra a erosão, cheias


ou contribuam para a melhoria ou preservação da qualidade da água;
b) Sirvam para a melhoria da drenagem e funcionalidade da corrente;
c) Não alterem o estado da massa de água onde se localiza;
d) Minimizem os cortes de meandros e a artificialização das margens;
e) Não causem impactes negativos nos ecossistemas e aquíferos,
nomeadamente implicações ao nível freático.

Artigo 76.º – Sementeiras e plantações

a) Não crie alterações à funcionalidade da corrente e espraiamento das cheias;


b) Não implique movimentações de terra que alterem a secção de vazão, a
configuração do curso de água e a integridade das margens;
c) Não agrave riscos naturais, nomeadamente de erosão;
d) Não afete a integridade biofísica e paisagística do meio;
e) Não implique a destruição da flora, da fauna, de ecossistemas em presença,
nomeadamente zonas húmidas e sistemas dunares.

Em complemento ao descrito na legislação vigente, serão descritas nas páginas


seguintes, referências concretas que definem: Os diferentes tipos de
ocupações/ações que podem ser realizadas/legalizadas em Domínio Hídrico
(vedações, muros, edificações, passagens hidráulicas entre outros); Quais as
características a observar (materiais, dimensões, métodos de aplicação) e; Quais os
afastamentos obrigatórios a assegurar para cada tipo de ocupação (distâncias à
crista superior dos taludes marginais dos cursos de água, mediante a sua ordem de
grandeza).

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Vedações

a) A instalação de vedações enquadra-se nos pedidos para Construção em


Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de
maio);

b) É permitida a colocação de vedações, constituídas por prumos de madeira


simplesmente cravados no solo e rede metálica plastificada/ovelheira, a uma
distância superior a 1,5m da crista superior dos taludes marginais dos
cursos de água (de ordem 1 e 2), com altura máxima de 1,5m;

c) É permitida a colocação de vedações, constituídas por prumos de madeira


simplesmente cravados no solo e rede metálica plastificada/ovelheira, a uma
distância superior a 3m da crista superior dos taludes marginais dos cursos
de água (de ordem superior a 3, inclusive), com altura máxima de 1,5m;

d) Dá-se preferência a vedações em sebe viva (empregando para o efeito


espécies de vegetação típica das galerias ripícolas da região – Ver página
23), que poderão ser plantadas cumprindo os mesmos afastamento;

e) Não é permitida a vedação transversal aos leitos dos cursos de água, por
constituírem um obstáculo à livre circulação das águas e da fauna ribeirinha;

f) O espaço remanescente entre a vedação e os taludes marginais dos cursos


de água, terá de ser mantido em boas condições de limpeza e manutenção.
Esta área deve ser alvo de arranjo paisagístico, por exemplo, através da
plantação de espécies de vegetação típica das zonas ribeirinhas da região,
promovendo ao longo dos tempos a consolidação da galeria ripícola – Ver
página 23;

g) Terá sempre de ser garantido o acesso rápido ao curso de água, por parte
das entidades competente, por necessidades de policiamento e em caso de
emergência (cheias, rombos, focos de poluição);

h) Os cursos de água terão de ser facilmente acessíveis pelo interior das


propriedades, no sentido de se promover a sua limpeza e desobstrução e,
assegurar as demais necessidades inerentes ao recurso hídrico em questão.

Importa ainda referir, que conforme o disposto no ponto 5 do artigo 33.º do


Decreto-Lei 130/2012, de 22 de junho, em complemento com o Decreto-Lei n.º
226-A/2007, de 31 de março, a responsabilidade de manutenção periódica, limpeza
e desobstrução dos cursos de água é:

 Fora de zonas urbanas – Dos proprietários com terrenos confinantes;

 Dentro de zonas urbanas – Das respetivas autarquias.

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Arruamentos e vias públicas

a) A implantação de arruamento e vias públicas, enquadra-se nos pedidos para


Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007,
de 31 de maio observando também o artigo 75.º);

b) Admite-se a construção de vias rodoviárias em área de Domínio Hídrico, de


caráter semipermeável, constituídas por betuminoso/asfalto poroso ou
solução similar, mantendo um afastamento mínimo de 2,5m à crista
superior dos taludes marginais dos cursos de água (de ordem 1 e 2), desde
que mantida a cota natural da margem;

c) Admite-se a construção de vias rodoviárias em área de Domínio Hídrico, de


caráter semipermeável, constituídas por betuminoso/asfalto poroso ou
solução similar, mantendo um afastamento mínimo de 4m à crista superior
dos taludes marginais dos cursos de água (de ordem superior a 3,
inclusive), desde que mantida a cota natural da margem;

d) A valeta (berma da estrada sem passeio) terá que distar no mínimo 2,5m da
crista superior dos taludes marginais das linhas de água;

e) É autorizada a construção de vias pedonais, quando constituídas por


materiais permeáveis ou semipermeáveis, distando 2,5m da crista superior
dos taludes marginais dos cursos de água, desde que seja mantida a cota
natural da margem;

f) A área compreendida entre os taludes marginais dos cursos de água e os


2,5m adjacentes, terá que ser regularizada/naturalizada através de métodos
de engenharia natural (preferencialmente com dotação a vegetação ripícola
da região), de modo a prevenir riscos associados à erosão hídrica – Ver
página 23.

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Instalação de condutas/cablagens

a) Os atravessamentos por condutas, enquadram-se nos pedidos para


Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007,
de 31 de maio);

b) As condutas/cablagens para distribuição de águas para rega, consumo


humano, residuais, eletricidade, gás, comunicações, entre outras, não
podem ser instaladas longitudinalmente dentro do leito dos cursos de água
ou suspensas na sua secção de vazão;

c) As condutas/cablagens para distribuição de águas para rega, consumo


humano, residuais, eletricidade, gás, comunicações, entre outras, podem ser
instaladas longitudinalmente ao leito dos cursos de água, mantendo um
afastamento mínimo de 2,5m, medidos entre o dorso exterior da tubagem e
a crista superior do talude marginal;

d) Não se admitem instalações de condutas no interior de passagens


hidráulicas, pelo facto de diminuírem a sua capacidade de vazão e poderem
resultar em obstáculo ao correto escoamento dos caudais;

e) Nas travessias aéreas em pontes ou pontões, as condutas devem ser


amarradas lateralmente ao tabuleiro ou na sua face superior;

f) As condutas de atravessamento subterrâneo dos leitos dos cursos de água


(de ordem 1 e 2) são autorizadas, desde que cumpram um recobro mínimo
de 1m face ao extradorso da armadura de proteção à tubagem,
considerando o leito do curso de água desassoreado;

g) As condutas de atravessamento subterrâneo dos leitos dos cursos de água


(superiores à ordem 3, inclusive) são autorizadas, desde que cumpram um
recobro mínimo de 1,5m face ao extradorso da armadura de proteção à
tubagem, considerando o leito do curso de água desassoreado;

h) Os atravessamentos deverão ser preferencialmente executados através de


perfuração horizontal, de modo a diminuir as alterações impostas ao sistema
natural dos cursos de água;

i) Caso seja necessário empregar o método de atravessamento por vala aberta


ou com leito desviado, recomenda-se que o mesmo seja realizado durante a
época estival;

j) Os atravessamentos subterrâneos de cursos de água por condutas ou


cablagens, têm de ser deviamente sinalizados, segundo as normas indicadas
para cada tipo de finalidade (coletores de águas residuais, redes elétricas,
entre outros);

k) A construção de estações elevatórias, câmaras de carga, armários de


distribuição e equipamentos similares, por se tratarem de edificações fixas,
têm de manter um afastamento mínimo de 5m, medidos a partir da crista
superior dos taludes marginais dos cursos de água;

l) Após as obras, têm de ser repostas ou melhoradas as condições naturais do


troço do curso de água afetado.

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Atravessamento por vias de circulação/acessos

a) Os atravessamentos por vias de circulação e criação de acesso, enquadram-


se nos pedidos para Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-
Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

b) As travessias de linhas águas para acesso a propriedades ou para passagem


de vias públicas (passagens hidráulicas, pontes, pontões) necessitam de ser
dimensionadas através do respetivo estudo Hidrológico/Hidráulico que
fundamente a utilização da secção de vazão adotada, comprovando que esta
permite a correta passagem dos caudais, considerando uma chuvada para o
período de retorno de 100 anos – máxima cheia centenária (ver página 22);

c) Sempre que possível e no caso de linhas de água com dimensões máximas


de 0,50m de largura e 0,50m de profundidade e caudal não permanente, as
travessias deverão realizar-se através da modelação suave do rasto em
forma semielíptica, mantendo o leito em vala aberta em detrimento da
secção fechada;

d) As passagens hidráulicas devem ser projetadas, tendo em consideração a


extensão mínima necessária para assegurar a travessia do curso de água
em condições de segurança;

e) Como referência para as travessias mais comuns dos cursos de água,


assumem-se os seguintes valores máximos: Passagens agrícolas/acessos
simples = Máximo de 5m de extensão; Estrada simples (2 vias) = 9m de
extensão; Arruamento completo = 12m de extensão;

f) Não são admitidos septos no leito da linha de água;

g) Para a travessia de cursos de água onde sejam empregues manilhas de


betão, admite-se como valor máximo de referência o diâmetro de 1,2m.
Acima deste valor, terá que ser considerada a implantação de outro método
de atravessamento adequado;

h) Os pilares de sustentação das travessias realizadas por pontões, pontes ou


viadutos, não podem ser implantados no leito e nos taludes marginais dos
cursos de água;

i) Admite-se em condições devidamente justificadas, que os pilares de suporte


sejam implantados entre os 2m e os 5m, medidos a partir da crista superior
dos taludes marginais dos cursos de água;

j) As margens da linha de água atravessada terão que ser dotadas de proteção


adicional contra a erosão hídrica, a montante e a jusante do
atravessamento, preferencialmente segundo métodos de engenharia natural
ou, através da aplicação de estruturas rígidas de betão, conforme os casos
específicos (dimensão e tipo de passagem hidráulica);

k) A secção de vazão do atravessamento e da linha de água, terá que ser


regularmente limpa e desobstruída de modo a impedir a acumulação de
materiais flutuantes e o assoreamento do leito, permitindo manter o correto
escoamento dos caudais.

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Muros para contenção de terras

a) Os muros para contenção de terras, enquadram-se nos pedidos para


Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007,
de 31 de maio, observando também o artigo 75.º);

b) A estabilização dos taludes marginais dos cursos de água, deve ser


executada com recurso a métodos de engenharia natural orgânicos,
direcionados para a dotação de vegetação ripícola (utilizando para o efeito
espécies típicas das zonas ribeirinhas da região), combinando técnicas de
intervenção no sentido da renaturalização da margem, contribuindo assim
(entre outras muitas vantagens) para a redução do processo erosivo (Ex:
grade viva, muro de suporte vivo, esteira viva, entre outros) – Ver página
23;

c) Como solução alternativa, em situações de maior dificuldade de fixação da


vegetação, admite-se a construção de muros para suporte de terras
executados com métodos de engenharia natural, sem recurso a massames
de união, inseridos no talude marginal da linha de água, desde que se
comprove a extrema necessidade de proteger pessoas ou bens;

d) Os materiais a empregar devem ter características permeáveis e assegurar a


drenagem natural dos terrenos marginais (Ex: pedra arrumada à mão de
forma regular ou irregular, blocos de pedra com grandes dimensões);

e) Os muros para suporte de terras inseridos nos taludes marginais dos cursos
de água, não devem exceder a cota original da margem;

f) Admite-se em casos específicos o alteamento de 0,20m, no máximo, acima


da cota natural da margem;

g) Não são autorizados muros para suporte de terras, constituídos por


alvenaria/betão;

h) Não se admite a impermeabilização do leito e dos taludes marginais dos


cursos de água;

i) Em áreas de Domínio Hídrico, desaconselha-se a utilização dos muros em


gabiões.

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Sistemas para descarga de águas pluviais

a) Os sistemas para descarga de águas pluviais não contaminadas,


enquadram-se nos pedidos para Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º
do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

b) A descarga de águas pluviais provenientes de áreas impermeabilizadas e


coberturas, para a linha de água, poderá ser autorizada mediante a
apresentação do pedido para construção do coletor e respetivo órgão para
proteção à descarga, inserido em área de Domínio Hídrico;

c) Em implantações com áreas impermeabilizadas/cobertas iguais ou


superiores a 1000m² (área de referência), terá que ser contemplado em
projeto, a existência de um sistema para laminagem do caudal pluvial,
calculado para uma chuvada com um período de retorno de 100 anos –
máxima cheia centenária (ver página 22);

d) Para o efeito, poderão ser empregues sistemas compostos por poços de


infiltração, trincheiras filtrantes ou bacias de detenção, comummente
denominadas por bacias de retenção em regime seco;

e) Esta medida destina-se a assegurar que o caudal afluente ao curso de água,


após a impermeabilização do solo, seja igual ou menor ao que afluía antes
da impermeabilização do solo;

f) A necessidade de adoção de um sistema para laminagem do caudal pluvial,


poderá ser solicitada para casos com áreas impermeabilizadas inferiores a
1000m², mediante avaliação das características da rede hídrica natural
superficial existente no local;

g) O órgão para descarga de águas pluviais a implantar no talude da margem


da linha de água, terá ser aplicado no sentido da corrente do caudal;

h) O órgão para descarga de águas pluviais deverá ser revestido de proteção


adicional contra a erosão hídrica, bem como, deverão ser reforçados os
taludes de ambas as margens (caso as dimensões do curso de água assim o
justifiquem), de modo a evitar a sua degradação e consequente obstrução
do normal escoamento dos caudais;

i) Em casos específicos, a montante da boca de lobo deverá ser instalado um


desareador e deverá ser utilizado um dissipador de energia na saída da
descarga;

j) Quando inserida em loteamento urbano, a bacia de retenção deverá ser um


espaço de forma orgânica, paisagisticamente enquadrado, provido de
coberto vegetal e que que permita o usufruto público durante a época
estival (por exemplo, como zona de lazer ou zona de jogos);

k) As águas provenientes de piscinas não podem ser descarregadas


diretamente para os cursos de água. Estas águas terão de ser encaminhadas
para o coletor público de águas residuais ou, deverá ser proposto um
sistema de tratamento compatível para descarga em meio hídrico. Para o
efeito, terá de ser solicitado aos nossos serviços, o pedido para Rejeição de
Águas Residuais (artigo 48, Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio).

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 13


Alteração do traçado natural dos cursos de água

a) Não se admitem alterações ao traçado original dos cursos de água com o fito
de criar traçado retilíneos, no sentido de anular meandros existentes;

b) No caso da pretensão se referir apenas a um proprietário confinante com


uma única margem da linha de água, será necessário entregar uma cópia da
Certidão da Conservatória do Registo Predial dos proprietários da outra
margem, acompanhada de declaração que comprove a autorização dos
mesmos proprietários em receber o ónus do Domínio Hídrico na estrema dos
seus terrenos. Estes documentos são vinculativos para a proposta, dado que
com a alteração do traçado da linha de água, estes ficarão sujeitos à
servidão administrativa do Domínio Hídrico e respetivas restrições de
utilidade pública;

c) Os pontos de recolha e entrega do curso de água que se pretende alterar,


deverão ser coincidentes com os existentes no local, de modo a garantir o
correto escoamento dos caudais e a alterar o mínimo possível a dinâmica
fluvial para jusante;

d) As características da secção de vazão do novo traçado proposto deverão ser


iguais ou o mais semelhante possível, às da linha de água anteriormente
existente;

e) Estando em causa uma modificação estrutural do curso de água, que tenha


influência ao nível da dimensão da sua secção de vazão, inclinação e
velocidade de escoamento, será necessário realizar o respetivo estudo
Hidrológico/Hidráulico, calculado para o tempo de retorno dos 100 anos –
máxima cheia centenária (ver página 22), que ateste a correta capacidade
de drenagem do novo traçado;

f) Na criação do novo traçado da linha de água, deverá ter-se especial atenção


aos ângulos de curvatura, não se admitindo mudanças de direção com
valores menores ou iguais a 135º (graus). A determinação do ângulo de
curvatura, deverá ter em consideração o declive natural do terreno, o tipo
de revestimento dos taludes marginais e do rasto do curso de água;

g) O troço do curso de água modificado terá de ser naturalizado, de modo a


conferir-lhe a estrutura típica fluvial, protegendo os taludes marginais com
recurso à dotação de vegetação ripícola da região e caso seja necessário,
aplicando técnicas de engenharia natural – Ver página 23.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 14


Cursos de água em secção fechada

a) Não é autorizado o seccionamento fechado (manilhamento, encanamento)


de troços contínuos de cursos de água, com exceção dos pontualmente
previstos no presente manual (atravessamentos por vias de
circulação/acessos);

b) Os troços de linhas de água que se apresentem manilhados e não estejam


devidamente licenciados, deverão ser removidos e a sua secção de vazão
terá que ser reposta em vala aberta, sendo o seu leito, taludes marginais e
zonas adjacentes, devidamente regularizados – Independentemente da
antiguidade da realização da obra e do seu responsável;

c) Os cursos de água existentes em secção fechada, mantêm a faixa de


servidão do Domínio Hídrico (faixa contínua aos leitos, com 10m de largura),
que nestes casos, é medida a partir do extradorso da tubagem.

Nos casos em que se verifique a impossibilidade de renaturalização de determinado


troço de linha de água em secção fechada, podem os serviços da APA/ARHTO
permitir a sua legalização, desde que se verifiquem cumulativamente as seguintes
condições:

a) A construção da secção fechada ter sido realizada antes do ano de 1951


(anterior à entrada em vigor do RJUE - Regime Jurídico de Urbanização e
Edificação);

b) Quando a proposta para regularização da secção fechada em vala aberta se


revela ineficaz, uma vez que o troço seccionado se encontra por exemplo,
sob os edifícios já construídos/a cotas muito profundas, não sendo
sustentável economicamente nem viável tecnicamente, qualquer solução
neste sentido;

c) A zona onde se localiza o troço afetado, não tem características de


inundabilidade e não existem registos de cheias no local;

a) Comprovar a devida capacidade de escoamento da secção fechada, através


da realização do estudo Hidrológico/Hidráulico, calculado para o tempo de
retorno dos 100 anos (ver página 22), a promover pelo interessado;

b) O troço manilhado estar dotado de algum tipo de sistema de


inspeção/manutenção (caixas de visita), devendo o seu proprietário manter
o curso de água em boas condições de funcionamento e manutenção,
procedendo regularmente e atempadamente à sua limpeza e desobstrução.

Reunidas as condições acima referidas, a administração pode emitir o respetivo


TURH – Título de Utilização dos Recursos Hídricos, com a menção de que em caso
de demolição das edificações ou alteração da situação que impedia a abertura do
curso de água em vala aberta, a mesma deverá ser renaturalizada, mediante
projeto a submeter aos serviços da APA/ARHTO.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 15


Micro e pequenos açudes/represas, sazonais

a) Considera-se açude/represa toda a obra que intercetando um curso de água


vise deter/desviar as suas águas;

b) Os micro e pequenos açudes/represas de caráter sazonal e amovível,


enquadram-se nos pedidos para Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º
do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

c) Os açudes/represas de caráter fixo e permanente, enquadram-se nos


pedidos para Construção de Infraestruturas Hidráulicas (artigo 67.º do
Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

d) A captação de água dos açudes tem de ter uma finalidade prevista na Lei
(artigo 40.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

e) A construção de micro açudes ou pequenas represas nos leitos dos cursos de


água, deve ser realizada tendo em conta métodos simples de engenharia
natural, de modo a que as estruturas sejam facilmente amovíveis,
dissimuladas no meio e empregando materiais como a terra, madeira ou
pedras locais;

f) Os pedidos para construção de açudes/represas para rega, têm de ser


obrigatoriamente acompanhados pelos respetivos pedidos para captação de
águas superficiais, dado que se tratam de barreiras que permitem a
captação de águas públicas;

g) Esta ação visa assegurar que todos os utilizadores do recurso hídrico público
(a água) possam realizar a sua captação para rega na legalidade, cumprindo
com as normas técnicas para o efeito;

h) As licenças de captação de água para rega, têm que estar associadas aos
utilizadores do plano de água retido por esse açude (cada licença
corresponde a cada equipamento de extração);

i) A conetividade longitudinal dos cursos de água é um fator que tem de ser


garantido, assim, na tentativa de minimizar o prejuízo sobre a fauna
piscícola, causado pela imposição de obras transversais fluviais, os açudes a
construir poderão ter de ser munidos de um dispositivo de passagem para
peixes naturalizada, sendo esta uma medida que se considera mitigadora
dos impactes negativos das obras;

j) Face ao exposto no ponto anterior e considerando os cursos de água de


ordem 4 e superior, será necessário obter a pronúncia do ICNF – Instituto
da Conservação da Natureza e Florestas, previamente à submissão do
pedido para construção sazonal de represa aos serviços da APA/ARHTO, uma
vez que se trata de um parecer com caráter vinculativo para a proposta.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 16


Charcas

Normas gerais:

a) Considera-se charca uma estrutura moldada no terreno, através de


aterro/escavação do solo, com vista ao armazenamento de água
proveniente de várias origens e para os diversos fins, desde que não
intercete leitos de cursos de água;

b) As charcas, mediante os casos específicos, podem enquadrar-se nos pedidos


para Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei n.º 226-
A/2007, de 31 de maio, observando também o artigo 75.º);

c) Caso a charca colida com área afeta ao regime jurídico do domínio hídrico, a
sua construção terá de cumprir o afastamento mínimo de 5m da crista
superior dos taludes marginais dos cursos de água, medido a partir da base
da saia do aterro ou da aresta superior do coroamento da escavação;

d) A charca terá de apresentar um rebordo de talude interno livre, para


segurança da estrutura, no mínimo com 0,50m de altura – Excetuam-se as
charcas que são simplesmente escavadas no solo, mantendo as cotas
originais do terreno;

e) Associado ao ponto anterior, a charca terá de contemplar um descarregador


de emergência e a localização interior da tubagem deverá ser inferior à
altura do rebordo livre (ou poderá ser adotado outro método similar, que
funcione como válvula de descarga);

f) Caso a propriedade não seja vedada, terá de ser instalada uma vedação no
perímetro da charca, como medida para condicionar o acesso de pessoas e
animais ao plano de água, assegurando a sua proteção.

As charcas que são consideradas mero reservatório de água, não carecem de Título
de Utilização dos Recursos Hídricos, quando:

 A área de implantação da charca se localizar fora da faixa de servidão do


Domínio Hídrico;
 Não tiver ressurgimentos subterrâneos;
 For abastecida somente por escorrências de águas pluviais caídas na própria
propriedade ou pluviosidade direta;
 For abastecida por captação subterrânea ou/e captação superficial
licenciada.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 17


Charcas

Licenciamentos associados:

a) Caso a charca se localize dentro da faixa de servidão ao Domínio Hídrico –


Carece de licenciamento por parte dos serviços da APA/ARHTO, uma vez que
se trata de uma Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei
n.º 226-A/2007, de 31 de maio, observando também o artigo 75.º);

b) Caso a charca possua um descarregador de emergência encaminhado para a


linha de água – Carece de licenciamento por parte dos serviços da
APA/ARHTO, dado que o órgão de descarga e sua tubagem, é considerado
uma Construção em Domínio Hídrico (artigo 62.º do Decreto-Lei n.º 226-
A/2007, de 31 de maio);

c) Caso a charca seja principalmente alimentada por ressurgimentos


subterrâneos/nascente natural – Carece de licenciamento por parte dos
serviços da APA/ARHTO, pois é considerado um “poço grande” – Pedido para
Captação de Águas Subterrâneas (artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 226-
A/2007, de 31 de maio);

d) Caso a charca receba águas proveniente de linha de água – Carece de


licenciamento por parte dos serviços da APA/ARHTO, uma vez que capta
águas públicas – Pedido para captação de águas superficiais (artigo 44.º do
Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

e) Caso a charca intercete o leito da linha de água – Carece de licenciamento


por parte dos serviços da APA/ARHTO, no entanto, não se considera uma
charca, mas sim uma represa ou barragem – Pedido para Construção de
Infraestruturas Hidráulicas (artigo 67.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de
31 de maio e, Decreto-Lei n.º 21/2018, de 28 de março – Regulamento de
Segurança de Barragens).

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Sementeiras e plantações

a) As sementeiras e plantações, enquadram-se nos pedidos para Sementeiras e


Plantações (artigo 76.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);

b) É considerado como valor de referência, no caso dos cursos de água de


ordem 1 a 3, para plantações/sementeiras para fins de produção
agrícola/florestal, o afastamento mínimo de 5m, contados a partir da crista
superior dos taludes marginais dos cursos de água;

c) Para os cursos de água de ordem 4 ou superior, o afastamento mínimo para


plantações/sementeiras de produção agrícola/florestal é de 10m, contados a
partir da crista superior dos taludes dos cursos de água, correspondendo a
toda a largura da faixa de servidão do Domínio Hídrico;

d) Se as sementeiras e/ou plantações estiverem inseridas no contexto da


galeria ripícola dos cursos de água, visando a sua manutenção ou reforço
dos taludes marginais, poderão ser considerados outros afastamentos,
mediante análise individual pelos serviços da APA/ARHTO;

e) Caso se pretenda proceder ao arranjo paisagístico das margens da linha de


água (associado à consolidação da galeria ripícola ou/e a zonas de lazer e
usufruto humano), poderá ser considerada a cobertura vegetal
herbácea/arbustiva dos taludes marginais dos cursos de água até ao leito,
assim como, poderão ser introduzidas espécies de porte arbóreo a uma
distância mínima de 1m a contar da crista superior dos taludes marginais
dos cursos de água;

f) A vegetação a plantar/semear no contexto das galerias ripícolas, tem de ser


composta por espécies típicas das zonas ribeirinhas da região em causa (ver
página 23), não se admitindo a introdução de espécies exóticas ou
infestantes (observar o Decreto-Lei n.º 565/99, de 12 de dezembro);

g) Deverá ser observado e cumprido o regime jurídico aplicável às ações de


arborização e rearborização, com recurso a espécies florestais (Decreto-Lei
n.º 12/2019, de 21 de janeiro);

h) Deverá ser observado e cumprido o CBPA – Código de Boas Práticas


Agrícolas (Despacho n.º 1230/2018, Diário da República n.º 25/2018, Série
II de 25/02/2018);

i) Deverão ser observados e cumpridos, os Princípios de Boas Práticas


Florestais, a consultar: http://www2.icnf.pt/portal/florestas/gf/documentos-
tecnicos/resource/doc/Boas-Praticas-Florestais.pdf.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 19


Captações de águas superficiais públicas

j) Os pedidos para captação de águas superficiais públicas, provenientes de


cursos de água, têm enquadramento no artigo n.º 44 do Decreto-Lei n.º
226-A/2007, de 31 de maio;

k) Deve ser restringida ao mínimo a afetação/destruição da vegetação ripícola,


dos taludes marginais e do leito dos cursos de água, selecionando sempre
que possível, locais nas margens em que essa ação seja reduzida;

l) A captação terá de efetuar-se sem que seja executado no leito do curso de


água, qualquer obra que constitua obstáculo ao normal escoamento dos
caudais, que não esteja previamente autorizada pelos serviços da
APA/ARHTO;

m) A captação terá que cessar, logo que coloque em risco a manutenção do


caudal ecológico aceitável, para o curso de água em causa;

n) A captação não pode privar os utilizadores a jusante, da possibilidade de


captarem as águas, uma vez que elas são públicas;

o) Terá de ser garantida a remoção total dos equipamentos associados à


captação de água, antes da ocorrência das primeiras cheias, com reposição
da situação do curso de água, nas suas condições naturais originais;

p) Deverá ser observado e cumprido o CBPA – Código de Boas Práticas


Agrícolas (Despacho n.º 1230/2018, Diário da República n.º 25/2018, Série
II de 25/02/2018).

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 20


Limpeza e corte de vegetação

Conforme o disposto no ponto 5 do artigo 33.º do Decreto-Lei 130/2012, de 22 de


junho, em complemento com o Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio, a
limpeza e desobstrução dos cursos de água é da responsabilidade dos proprietários
com terrenos confinantes, fora das zonas urbanas. Dentro das zonas urbanas,
compete ao respetivo Município, assegurar as devidas intervenções.

Os pedidos para limpeza e desobstrução de cursos de água, carecem de autorização


prévia a emitir pelos serviços da APA/ARHTO e, o início dos trabalhos deverá ser
comunicado por escrito aos serviços, para efeitos de acompanhamento técnico.

Para mais informações, deve consultar o Manual para Limpeza e Desobstrução de


Linhas de Água, elaborado pelos serviços da APA/ARHTO, disponível em:
http://www.apambiente.pt/_zdata/Instrumentos/LicenciamentoUtilizRH/Limpeza%2
0linhas%20de%20gua_Manual%20APA-Dezembro2014.pdf.

Nos casos em que haja árvores que estão a interferir com o normal escoamento das
águas ou que poderão colocar em risco pessoas e/ou bens, estas devem ser
devidamente podadas, de modo a que se mantenham vivas, conservando a sua
estrutura de raízes, que contribuem para a estabilização do talude marginal da
linha de água, mitigando a erosão hídrica.

Verificada a necessidade premente da sua remoção, deve ser a área afetada


imediatamente replantada, empregando espécies típicas das galerias ripícolas da
região (Ver página 23).

No que diz respeito às espécies com estatuto de proteção especial (carvalhos,


azinheiras, azevinho espontâneo e arvoredo de interesse público), é necessário
obter o devido parecer prévio do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e
Florestas (Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º
155/2004, de 30 de junho, Decreto-Lei n.º 423/89, de 4 de dezembro e, Lei n.º
53/2012, de 5 de setembro).

Os pedido para “Limpeza e desobstrução de linhas de água”, devem ser submetido


aos serviços preferencialmente através do email: arht.geral@apambiente.pt,
contendo os seguintes elementos:

1) Folha de rosto/requerimento pessoal, com os seguintes dados:


a) Nome do requerente;
b) Morada para envio de correspondência;
c) Telefone;
d) Email;
e) Indicação do NIF;
f) Indicação do número da matriz e registo predial do terreno;
g) Breve descrição das técnicas e duração dos trabalhos a realizar;
h) Coordenadas centrais do local a intervir (Lat/Long. Graus decimais).

2) Extrato do Google Earth ou similar, em escala percetível, com o troço a


intervir corretamente assinalado;

3) Título de propriedade do terreno ou, não sendo o proprietário, documento


que ateste o direito à sua utilização.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 21


Estudo Hidrológico e Hidráulico

O estudo hidrológico/hidráulico é solicitado pelos serviços da APA/ARHTO no


âmbito dos pedidos para licenciamento ou outros, sempre que esteja em
causa a possível afetação dos Recursos Hídricos ou áreas de Domínio Hídrico.
O estudo assume-se como uma medida vinculativa aos processos de
licenciamentos em Domínio Hídrico, em que este seja exigido.
O estudo terá de ser acompanhado do devido termo de responsabilidade do
técnico que o elaborou, habilitado para o efeito.

Objetivos gerais do estudo


 Sempre que haja necessidade de justificar/comprovar, a capacidade de
escoamento de determinada secção de vazão dos cursos de água;
 Para aferir o dimensionamento de passagens hidráulicas ou travessias
sobre cursos de água;
 Para aferir o dimensionamento dos sistemas para infiltração ou
retenção de águas pluviais;
 Para permitir conhecer as características fluviais de determinado troço
de curso de água, a ser intervencionado/renaturalizado.

Para a realização do estudo hidrológico/hidráulico, deverá ter-se em


consideração o Tempo de Retorno dos 100 anos – Máxima Cheia Centenária
(T=100).
Para elaborar o cálculo do Tempo de Concentração (Tc) e do Caudal Máximo
de Cheia (Pc – Ponta de cheia), deverá empregar-se as Fórmulas Empíricas
Cinemáticas.
O valor do tempo de concentração e do caudal de ponta, deve ser obtido
através da média aritmética, dos resultados obtidos pela aplicação de
diferentes expressões cinemáticas – No mínimo de 3.
Os estudos devem ser explícitos e claros, apresentando os resultados e os
devidos raciocínios matemáticos trabalhados, indicando as variáveis adotadas.

Métodos de cálculo
Como exemplo, os serviços da APA/ARHTO recomendam os seguintes
métodos de cálculo, que devem ser adaptados à dimensão e características
das bacias hidrográficas a analisar:
 Racional;
 Giandotti;
 Soil Conservation Service;
 Mockus;
 David;
 Kirpich,
 Pickering,
 Picking,
 Téméz.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 22


Engenharia Natural – Vegetação ripícola

Também chamada de bioengenharia de solos, é uma área que cruza os


conhecimentos da engenharia e da biologia, tendo como preocupação a perenização
de cursos de água e a estabilização de encostas.
Combina biotécnicas de tratamento, eficazes para os problemas associados à
erosão hídrica, através do emprego de estruturas vegetais vivas, complementadas
com matérias inertes locais como madeira, pedra, terra, e geotêxtis.
Trata-se da aplicação de métodos criativos, económicos e paisagisticamente bem
enquadrados, que maximizam a funcionalidade fluvial e ecológica dos cursos de
água, mitigando os riscos de erosão e inundação.
A vegetação ribeirinha assume uma grande importância no ciclo hidrológico e é
responsável pela mobilização de água das camadas mais profundas para as
superficiais, com grande benefício para as culturas arvenses. Pela sua função de
sebe, quebra a velocidade dos ventos, dos caudais e a violência das cheias,
constituindo a melhor proteção possível aos terrenos marginais. A vegetação
ripícola funciona também como um sistema de filtragem que retira nutrientes ao
longo dos ribeiros, melhorando a qualidade das suas águas e dos solos adjacentes.
O conjunto de árvores e arbustos dispostos nas margens dos cursos de água vão
formando um corredor de copas mais ou menos fechado sobre o leito – a galeria
ripícola, que além de ser um elemento paisagístico por excelência, permite o
ensombramento do plano de água, evitando a sua perda por evaporação e
assegurando a manutenção natural da vida selvagem.

Exemplos de espécies de flora nativa de Portugal, típicas das zonas ripícolas e


adaptadas às bacias hidrográficas do Rio Tejo e das Ribeiras do Oeste:

Árvores Arbustos Herbáceas e gramíneas


Amieiro – Alnus glutinosa; Roseira-brava – Rosa Junco do Oeste – Juncus
Freixo – Fraxinus sempervirens; valvatus;
angustifólia; Lúcia-Lima – Aloysia Erva carpinteira – Achillea
Choupo branco e negro – citrodora; millefolium;
Pópulus alba e nigra; Sabugueiro – Sambucus Carriço mole – Carex
Lódão-bastardo – Celtis nigra; flacca, Carex pendula;
australis; Abrunheiro bravo – Pervinca – Vinca difformis;
Loureiro – Laurus nobilis; Prunus spinosa; Junça – Cyperus longus;
Ulmeiro e Negrilho – Madressilva – Lonicera Salgueirinha – Lythrum
Ulmus glabra e minor; periclymenum; junceum;
Pado – Prunus padus; Medronheiro – Arbutus Hortelã – Mentha spicata;
Salgueiro-branco – Salix unedo; Pimenta da água –
alba; Buxo – Buxus Polygonum hydropiper;
Borrazeira branca e preta sempervirens; Bunho – Scirpoides
– Salix atrocinera e Pilriteiro – Crataegus holoschoenu;
salvifolia; monogyna; Urze lusitânia – Erica
Sanguinho de água – Tamargueira – Tamarix lusitânica;
Frangula alnus; gallica; Jarro-comum – Arum
Vidoeiro – Betula Gilbardeira – Ruscus italicum;
celtibérica; aculeatus; Cavalinha – Equisetum
Carvalho roble – Quercus Lameirinha – Erica telmateia;
róbur; Cilliaris. Vide-branca – Clematis
Murta – Myrtus communis. campaniflora.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 23


Elaboração de projetos em área de Domínio Hídrico

Os pedidos para utilização dos recursos hídricos e remeter aos serviços da


APA/ARHTO, que tenham como pretensão a construção de edificações em área de
Domínio Hídrico, deverão ser munidos de projeto que englobe o conjunto das ações
a efetuar/legalizar, na respetiva faixa de servidão.

Operações de loteamento, com ocupação em área de Domínio Hídrico:

Os cursos de água pertencentes à rede hídrica natural superficial, fazem parte


integrante e vital dos ecossistemas e habitats ribeirinhos e deverão ser inseridos no
contexto de Zona Verde dos empreendimentos.

Os projetos têm de contemplar a regularização/renaturalização da secção de vazão


e zonas adjacentes dos cursos de água, de modo a promover o seu potencial de
escoamento, ambiental e paisagístico.

A revalorização das linhas de água, através de métodos de engenharia natural e da


dotação de vegetação típica das galerias ripícolas da região, em detrimento da
vegetação exótica e infestante (a remover/reduzir/controlar), assume-se como um
fator de qualidade dos empreendimentos, conferindo valor às propriedades (Ver
página 23).

Contribui também em grande medida, para a redução da pegada ecológica, a


criação de corredores ecológicos, a gestão das faixas de risco de inundações e de
incêndios.

Os projetos para ocupação do Domínio Hídrico, têm de ser constituídos por peças
escritas e desenhadas, que contenham:

1) Memória descritiva justificativa do pedido – Composição dos elementos a


legalizar/a construir em área de Domínio Hídrico (edificações, muros,
vedações, pavimentos, passagens hidráulicas), caracterizando-os quanto às
suas dimensões, materiais constituintes e afastamentos à crista superior
dos taludes marginais dos cursos de água;

2) Planta de implantação e respetivos cortes/perfis/pormenores – Que espelhe


no desenho a composição de elementos referidos na memória descritiva.
Cursos de água bem assinalados (duas linhas que definam o leito) e
indicação do sentido da corrente do caudal. Buffer em destaque, indicando
a faixa de servidão do Domínio Hídrico, com a largura de 5m e com a
largura de 10m, contínuo ao leito dos cursos de água em causa;

3) Levantamento topográfico – Nos casos em que estão previstas


movimentações de solo ou modelações de terreno em área de Domínio
Hídrico, através da realização de aterros e escavações, terá de ser
apresentado o levantamento topográfico, indicando de forma inequívoca e
explícita, quais as cotas originais e as cotas finais de projeto;

4) Termo de responsabilidade – O pedido terá de ser acompanhado pelo


respetivo termo de responsabilidade do autor do projeto, atualizado e em
vigor.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 24


Pedido para utilização dos recursos hídricos

Os pedidos para as utilizações dos recursos hídricos abordadas no presente manual,


devem ser submetidos à apreciação prévia dos serviços da APA/ARHTO, através da
plataforma online: https://siliamb.apambiente.pt (Sistema Integrado de Licenciamento
do Ambiente).

Para efeitos de instrução dos pedidos para utilização dos recursos hídricos, de
acordo com o preconizado na Portaria n.º 1450/2007, de 12 de novembro, devem
constar os seguintes elementos digitalizados:

1) Registo de propriedade na conservatória predial, caderneta predial ou outro


documento que ateste a posse/arrendamento/cedência do terreno alvo da
pretensão;

2) Extrato completo do PDM – Plano Diretor Municipal em vigor e seu


enquadramento, com o terreno e o local da pretensão devidamente
assinalados – Este documento pode ser obtido na autarquia local;

3) Caso se verifique que o local da pretensão em causa recai em área


abrangida pelo regime jurídico da REN – Reserva Ecológica Nacional, deverá
ser obtido previamente o parecer vinculativo da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional, territorialmente competente;

4) Caso se verifique que o local da pretensão em análise recai em área


abrangida pelo regime jurídico da RAN – Reserva Agrícola Nacional, deverá
ser obtido previamente o parecer vinculativo da Direção Regional de
Agricultura e Pescas, territorialmente competente;

5) Outros pareceres necessários de entidades específicas, mediante o âmbito


do pedido e as condicionantes do ordenamento do território;

6) Projeto da situação pretendida, adaptado para as áreas de Domínio Hídrico,


de acordo com os termos descritos na página 24;

7) Estudo hidrológico/hidráulico, elaborado de acordo com as indicações do


presente manual, nos casos nele previstos (ver página 22).

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 25


Pedido para aferição da rede hídrica natural superficial

Os sistemas fluviais são naturalmente dinâmicos e estão também, muito sujeitos às


ações impostas pelas variadas atividades humanas.

Por vezes surgem dúvidas na localização dos traçados das linhas de água, ou ainda,
se tal “vala” é mesmo uma linha de água que integra o Domínio Hídrico.

Casos há ainda, de disparidade nos traçados dos cursos de água assinalados nas
diferentes plantas dos Instrumentos de Gestão Territorial, e a atual realidade no
terreno.

Face a esta problemática, no sentido de salvaguardar os recursos hídricos dos


demais interesses, os serviços da APA/ARHTO, prestam informação ao público
sobre a disposição da rede hídrica natural de uma determinada parcela de terreno,
certificando ou não a existência dos cursos de água em causa.

Este pedido de parecer, permite saber se a parcela de terreno em análise está ou


não sujeita a servidão administrativa do Domínio Hídrico, de acordo com a Lei n.º
54/2005, de 15 de novembro, situação que obriga a que qualquer ação/ocupação
prevista para a sua faixa de proteção, terá de ser previamente licenciada pelos
serviços da APA/ARHTO.

O pedido para “Aferição da rede hídrica natural superficial”, devem ser submetido
aos serviços preferencialmente através do email: arht.geral@apambiente.pt,
contendo os seguintes elementos:

4) Folha de rosto/requerimento pessoal, com os seguintes dados:


a) Nome do requerente;
b) Morada para envio de correspondência e faturação;
c) Telefone;
d) Email;
e) Indicação do NIF;
f) Indicação do número da matriz e registo predial do terreno;
g) Breve descrição do motivo do pedido;
h) Coordenadas centrais do terreno alvo de análise (Latitude/Longitude,
em graus decimais).

5) Extrato completo do PDM – Plano Diretor Municipal em vigor e seu


enquadramento, com a parcela de terreno devidamente assinalada – Este
documento pode ser obtido na autarquia local;

6) Extrato do Google Earth ou similar em escala percetível, com a delimitação


do terreno em causa, em consonância com o registo predial;

7) Título de propriedade do terreno ou, não sendo o proprietário, documento


que ateste o direito à sua utilização.

Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste 26

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