Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Domínio Hídrico
Outubro de 2019
d) Áreas que se situem fora das Margens e Zonas Inundáveis – Zonas de Risco
(Decreto-Lei n.º 364/98, de 21 de novembro);
e) Áreas que não estejam abrangidas pelos Planos de Gestão dos Riscos de
Inundações (Diretiva 2007/60CE).
Importa referir, que a análise das diferentes situações em Domínio Hídrico pode
implicar por parte da APA/ARHTO – Agência Portuguesa do Ambiente/
Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, a necessidade de adaptar as
condições técnicas e legais previstas no presente manual, caso a caso, em
salvaguarda dos recursos hídricos, de pessoas e bens.
O Domínio Hídrico é um conjunto de bens, que pela sua natureza, a Lei submete a
um regime de carácter especial, encontrando-se consagrado na própria Constituição
da República Portuguesa (artigo 84.º).
A ocupação ou utilização privada dos leitos e margens das linhas de água obedece
ao estipulado na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro e no Decreto-Lei n.º 226-
A/2007, de 31 de maio.
Noções gerais
É pública a água que corre em cursos de água não navegáveis nem flutuáveis
nascidos em prédios privados, logo que transponham abandonadas os limites dos
terrenos ou prédios onde nasceram ou para onde foram conduzidas pelo seu dono,
se no final forem lançar-se no mar ou em outras águas públicas.
O leito é limitado pela linha que corresponder à estrema dos terrenos que as águas
cobrem em condições de cheias médias, sem transbordar para o solo natural,
habitualmente enxuto. Essa linha é definida, conforme os casos, pela aresta ou
crista superior do talude marginal ou pelo alinhamento da aresta ou crista do talude
molhado das motas, cômoros, valados, tapadas ou muros marginais.
Entende-se por margem, uma faixa de terreno contígua ou sobranceira à linha que
limita o leito das águas, que no caso das águas não navegáveis nem flutuáveis,
nomeadamente torrentes, barrancos e córregos de caudal descontínuo, tem a
largura de 10m.
A zona Non Aedificandi – não edificante, trata-se de uma faixa de proteção extra
aos cursos de água (não navegáveis nem flutuáveis), contínua aos leitos, com a
largura de 5m, medidos a partir da crista superior dos taludes marginais.
É por excelência, uma área adequada para proteção e valorização direta dos
sistemas fluviais, a nível do potencial hídrico e ecológico, bem como, a nível da
prevenção do risco de erosão e inundação.
Assim, na extensão compreendida entre a crista superior dos taludes marginais dos
cursos de água (até à 3.ª ordem, inclusive), e os 5m imediatamente adjacentes:
c) Não são permitidos aterros ou escavações laterais aos cursos de água, que
alterem a cota original/natural da margem, de modo permanente;
e) Esta faixa de proteção aos cursos de água, deverá ser mantida livre de
ocupações e valorizada, através da dotação de vegetação típica das zonas
ribeirinhas da sua região, de modo a fomentar o desenvolvimento de uma
galeria ripícola diversificada e bem consolidada.
Em cursos de água de ordem igual ou superior a 4, deverá ser mantida toda a faixa
de servidão do Domínio Hídrico (10m medidos a partir da crista superior dos
taludes marginais), desimpedida de qualquer edificação de caráter fixo e
permanente.
Definições:
Obras de construção
Edificação
e) Não é permitida a vedação transversal aos leitos dos cursos de água, por
constituírem um obstáculo à livre circulação das águas e da fauna ribeirinha;
g) Terá sempre de ser garantido o acesso rápido ao curso de água, por parte
das entidades competente, por necessidades de policiamento e em caso de
emergência (cheias, rombos, focos de poluição);
d) A valeta (berma da estrada sem passeio) terá que distar no mínimo 2,5m da
crista superior dos taludes marginais das linhas de água;
e) Os muros para suporte de terras inseridos nos taludes marginais dos cursos
de água, não devem exceder a cota original da margem;
a) Não se admitem alterações ao traçado original dos cursos de água com o fito
de criar traçado retilíneos, no sentido de anular meandros existentes;
d) A captação de água dos açudes tem de ter uma finalidade prevista na Lei
(artigo 40.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio);
g) Esta ação visa assegurar que todos os utilizadores do recurso hídrico público
(a água) possam realizar a sua captação para rega na legalidade, cumprindo
com as normas técnicas para o efeito;
h) As licenças de captação de água para rega, têm que estar associadas aos
utilizadores do plano de água retido por esse açude (cada licença
corresponde a cada equipamento de extração);
Normas gerais:
c) Caso a charca colida com área afeta ao regime jurídico do domínio hídrico, a
sua construção terá de cumprir o afastamento mínimo de 5m da crista
superior dos taludes marginais dos cursos de água, medido a partir da base
da saia do aterro ou da aresta superior do coroamento da escavação;
f) Caso a propriedade não seja vedada, terá de ser instalada uma vedação no
perímetro da charca, como medida para condicionar o acesso de pessoas e
animais ao plano de água, assegurando a sua proteção.
As charcas que são consideradas mero reservatório de água, não carecem de Título
de Utilização dos Recursos Hídricos, quando:
Licenciamentos associados:
Nos casos em que haja árvores que estão a interferir com o normal escoamento das
águas ou que poderão colocar em risco pessoas e/ou bens, estas devem ser
devidamente podadas, de modo a que se mantenham vivas, conservando a sua
estrutura de raízes, que contribuem para a estabilização do talude marginal da
linha de água, mitigando a erosão hídrica.
Métodos de cálculo
Como exemplo, os serviços da APA/ARHTO recomendam os seguintes
métodos de cálculo, que devem ser adaptados à dimensão e características
das bacias hidrográficas a analisar:
Racional;
Giandotti;
Soil Conservation Service;
Mockus;
David;
Kirpich,
Pickering,
Picking,
Téméz.
Os projetos para ocupação do Domínio Hídrico, têm de ser constituídos por peças
escritas e desenhadas, que contenham:
Para efeitos de instrução dos pedidos para utilização dos recursos hídricos, de
acordo com o preconizado na Portaria n.º 1450/2007, de 12 de novembro, devem
constar os seguintes elementos digitalizados:
Por vezes surgem dúvidas na localização dos traçados das linhas de água, ou ainda,
se tal “vala” é mesmo uma linha de água que integra o Domínio Hídrico.
Casos há ainda, de disparidade nos traçados dos cursos de água assinalados nas
diferentes plantas dos Instrumentos de Gestão Territorial, e a atual realidade no
terreno.
O pedido para “Aferição da rede hídrica natural superficial”, devem ser submetido
aos serviços preferencialmente através do email: arht.geral@apambiente.pt,
contendo os seguintes elementos: