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INTRODUÇÃO............................................................................................................11
CONSDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................61
INTRODUÇÃO
1. CAPÍTULO – VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES.
1.1 Conceituação de violência e suas consequências
Sendo assim a violência não é algo natural, e sim algo construído nas
diversas facetas da sociedade, de acordo com Santos (2006) é necessário discutir a
violência por meio de uma lógica essencialmente humana, constituída cultural,
social, econômica e politicamente.
Na maioria das vezes sem ajuda, sem defesa, sem voz e sem acesso pleno
de seus direitos os mesmos estão vulneráveis a violências diversas como
espancamentos, torturas, negligência, abandono, humilhações e abusos sexuais.
Violência essa cometida por quem deveria proteger e garantir o acesso aos direitos
das crianças e adolescentes como a família e o Estado.
O Ministério Público do Estado do Ceará publicou uma Cartilha que trata sobre a
violência sexual contra crianças e adolescentes e nela publicaram que:
Estudos apontam que de 80% a 88% dos casos de violência sexual são
praticados por familiares ou por pessoas muito próximas das crianças e
adolescentes, e por quem eles nutrem certa confiança. Assim,
lamentavelmente, é comum que o abusador seja pai/mãe,
padrasto/madrasta, avós, tio (a), primo (a), padrinho/ madrinha do infante.
Em média, 04 (quatro) de cada 10 (dez) crianças vítimas de violência sexual
foram abusadas pelo próprio pai.
Trabalho pode ser visto dentro de diversos aspectos, como nas áreas
jurídicas, econômicas, filosóficas e social. Porém o mesmo é sempre visto como
algo para chegar a determinado fim, e normalmente abrange o campo econômico. E
também a área da produção, pois é na produção que se cria as modalidades de
trabalhos.
SANTOS (p.5, 2000) destaca que até o ano de 1988, existiam três limites de
idade mínima para trabalhar, que ficavam distribuídos assim:
• 12 anos era o limite inferior, ou seja, nenhuma criança poderia trabalhar
com idade inferior a esta (Seminário Estadual sobre o trabalho Infanto-
juvenil, n. 5, 2000, Florianópolis);
• Aos 14 anos ultrapassa-se o limite básico, permitindo qualquer tipo de
trabalho que fosse exercido em duas situações: na escola, através de
estágios; e em empresas, através de contratos tridimensionais, com a
concessão do adolescente, da escola e da empresa. Constatamos esta
transição através do Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA. Até o
ano de 1998, determinava-se que a idade mínima para trabalhar era de 14
anos de idade e 12 anos de idade na condição de aprendiz.
A maioria dos casos de violência iniciam por violência física, e de acordo com
a Lei 13.431/17, a violência física, “pode ser entendida como a ação infligida à
criança ou ao adolescente que ofenda sua integridade ou saúde corporal ou que lhe
cause sofrimento físico. ”
Sendo assim qualquer ato de violência que cause sofrimento físico ou danos
a integridade da criança e do adolescente cometida por pais, responsáveis, ou
parentes é considerado violência doméstica, e se houver ação ou omissão dos
mesmos é considerado violência da mesma forma.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (2020) destacam
ainda como Marco Legal da violência física:
• Maus-tratos: Artigo 136 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina. Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou
multa.
A violência sexual apesar de ser uma das piores violações aos direitos das
crianças e adolescentes, estar ainda presente na vida de algumas famílias, o que só
prejudica e desrespeita essas crianças e adolescentes. Essas violações estão
enraizadas historicamente, socialmente e culturalmente, se baseando sempre em
relação de poder e desigualdade e quem mais sofre são os pequenos que são
indefesos e acabam adquirindo marcas e prejuízos que afetarão suas vidas para
sempre.
A violência sexual não é algo que existe apenas em alguns lugares, mais sim
em todo o mundo. Para Azevedo (1993, apud RODRIGUES, 2017, p. 68), este
fenômeno reflete: […] de um lado, as concepções que a sociedade construiu acerca
da sexualidade humana, de outro, a posição da criança e do adolescente nessas
mesmas sociedades e, finalmente, o papel da família na estrutura da sociedade ao
longo do tempo e do espaço.
Esse fenômeno violento pode variar desde atos em que não se produz o
contato sexual (voyerismo, exibicionismo, produção de fotos), até diferentes
tipos de ações que incluem contato sexual sem ou com penetração.
Engloba ainda a situação de exploração sexual visando lucros como é o
caso da prostituição e da pornografia (BRASIL, 2002a, p. 13, grifo do autor)
Sendo umas das mais cruéis e perversas violações dos direitos humanos
de crianças e adolescentes, a exploração sexual colocas os mesmos em situação de
mercadoria, fazendo assim de seus corpos como objeto. Onde as vítimas têm seus
corpos e sexualidade explorada simplesmente com o objetivo de produzir lucros
para os aliciadores, e assim satisfazendo os desejos sexuais de quem paga para
isso. Situações como as acima descritas, colocam tanto usuário quanto aliciadores
como agressores sexuais.