Introdução
Bem-vindo ao nosso estudo sobre as técnicas cognitivas. Neste
módulo, você aprenderá sobre a importância das técnicas utilizadas
pelo terapeuta da abordagem cognitivo comportamental.
Robert Leahy é psicólogo e se tornou reconhecido no meio
acadêmico em decorrência da quantidade de obras publicadas e por
assumir a função de Diretor do Instituto Americano de Terapia
Cognitiva em Nova York, além de ser Professor de Psicologia no
Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade
de Cornell. Ele escreveu o livro “Técnicas de terapia cognitiva:
manual do terapeuta” que será utilizado como referência deste
resumo.
O autor aponta que “o papel do terapeuta é ajudar o paciente a
reconhecer o seu estilo idiossincrático de pensamento e a modificá-lo
pela aplicação da evidência e da lógica” (2007, p. 17). Isto quer dizer
que os estudos sobre a terapia cognitiva foram inspirados no modelo
racional, utilizando a lógica socrática e o empirismo aristotélico
para fundamentar a teoria. Além disso, a terapia cognitiva também se
fundamentou nos estudos sobre a fenomenologia de Edmund
Husserl, uma vez que a compreensão e a análise do terapeuta em
relação às experiências vivenciadas pelo paciente são importantes
para o fortalecimento do vínculo terapêutico e para o tratamento
dos sintomas.
A partir desse modelo racional, as evidências clínicas
demonstraram que apenas a racionalidade dos pensamentos não
seria o suficiente para regular as respostas fisiológicas,
comportamentais e emocionais. Assim, é crucial abordar as
incertezas da vida no processo terapêutico e as técnicas
possibilitam a vivência de outras experiências pelo paciente,
propiciando assumir novas posições diante dos acontecimentos.
Como mencionado, o terapeuta da abordagem cognitivo
comportamental deve ser empático com a história de vida do sujeito
e motivá-lo em relação à prática das técnicas cognitivas. O
aprendizado dessas técnicas pode revelar novos
comportamentos e diminuir o sofrimento do paciente. Como
salienta Leahy (2007, p. 18), “afinal, se a terapia cognitiva ajuda as
pessoas a ficar menos deprimidas e ansiosas, ela está tratando a
emoção de maneira mais importante – modificando os sentimentos
negativos”.
Vale ressaltar que inúmeras técnicas são utilizadas na terapia
cognitivo comportamental e cada paciente responde de maneira
peculiar a cada uma delas. Por exemplo, o diário cognitivo é um
recurso bastante utilizado para identificar os pensamentos, porém
nem todas as pessoas conseguem se empenhar em produzir essa
atividade.
Assim, no livro “Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta”,
fica evidente o quanto é importante que o terapeuta domine as
técnicas empregadas com seu paciente, além de utilizar
intervenções que já foram testadas empiricamente. Ademais,
solicitar o feedback dessas técnicas e da condução das sessões
faz-se necessário, uma vez que o terapeuta pode observar quais os
recursos que melhor se adaptam ao caso clínico. Também, não se
pode deixar de mencionar a resistência do paciente em relação às
técnicas aplicadas pelo terapeuta. Com o manejo clínico, é possível
reverter essa resistência em oportunidades de abrir novas
possibilidades de tratamento (LEAHY, 2007).
Assim, a terapia cognitivo comportamental é um modelo de
psicoterapia calcado na maneira como a pessoa interpreta os
acontecimentos e quais as emoções e os comportamentos que
se desenvolvem a partir disso. Por isso, as intervenções devem ser
realizadas pelo terapeuta para que o paciente possa modificar a
forma como interpreta cada situação. Não há qualquer objetivo de
modificar os acontecimentos em si, mas sim, modificar as respostas
fisiológicas, emocionais e comportamentais com o propósito de
oferecer uma elaboração mais adaptativa do paciente em relação a
sua própria vida.
Cabe ressaltar, também, que o foco da intervenção em terapia
cognitivo comportamental consiste em modificar as estruturas
mentais, isto é, as crenças centrais ou nucleares, intermediárias,
as estratégias compensatórias, os pensamentos automáticos e
as suas reações. Isso só é possível a partir das ferramentas e das
técnicas da terapia cognitivo comportamental.
Com o vínculo terapêutico fortalecido e com os dados coletados
durante a entrevista inicial (anamnese), é necessário que o terapeuta
propicie ao paciente o reconhecimento e a consciência dos seus
próprios pensamentos automáticos. Já, nas primeiras sessões, os
objetivos e as metas terapêuticas, o questionamento socrático,
o diário cognitivo e o diagrama de conceituação cognitiva são
construídos para planejar e estruturar as sessões.
Além disso, é preciso que o psicólogo saiba com clareza quais os
objetivos das técnicas em terapia cognitivo comportamental. Tais
técnicas possuem como propósito coletar novos dados, expandir a
conceituação do caso, ampliar e aprofundar o relacionamento
com o paciente, propiciar a mudança efetiva da cognição e do
pensamento disfuncional e, por último, dar autonomia ao
paciente em seu próprio manejo cognitivo.
É importante ressaltar que as técnicas cognitivas consistem em
aumentar a autoeficácia dos pacientes, fazendo com que eles
tenham mais recursos pessoais e internos. Além disso,
reestruturam os pensamentos automáticos e flexibilizam as
crenças disfuncionais características dos transtornos. Por outro
lado, as técnicas comportamentais possuem como propósito
realizar uma ponte entre o que a pessoa pensa e o mundo
exterior, assim como testa e confirma empiricamente o conteúdo da
cognição, transformando insights em prática. A junção entre as
técnicas cognitivas e comportamentais propiciam a mudança
cognitiva.
Assim, neste módulo, você aprendeu sobre a importância das
técnicas utilizadas pelo terapeuta da abordagem cognitiva
comportamental.
Atividade Extra
Conheça mais sobre as técnicas através do livro “Manual de técnicas
de terapia e modificação do comportamento”, escrito por Vicente
Caballo, que elucida aos profissionais e estudantes de psicologia
uma série de técnicas que são aplicadas aos pacientes
diagnosticados com transtornos.
Link de acesso para o livro:
https://www.researchgate.net/publication/
324276661_Manual_de_tecnicas_de_terapia_e_modificacao_do_co
mportamento
CABALLO, Vicente E. Manual de Técnicas de Terapia e Modificação
do Comportamento. São Paulo: Santos, 2008.
Referência Bibliográfica
LEAHY, Robert L. Técnicas de Terapia Cognitiva. Manual do
Terapeuta. Porto Alegre: Artmed, 2007.