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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA

Secagem / Umidificação
(Metalurgia dos não ferrosos II)

1
• Introdução

A secagem é o tratamento de remoção da água ‘livre’ (ligada


‘físicamente’, ‘fracamente’) a uma substância (não estão
compreendidos na secagem os processos de remoção da
água por meios mecânicos do tipo centrifugação ou
prensagem; esses são melhor descritos pela expressão
deságue).

A secagem é uma operação de transferência de


massa envolvendo a remoção de umidade ou outro solvente
de um sistema sólido ou semi-sólido.

Quando o meio para o qual a umidade é transferida é um


gás em movimento (escoamento), a secagem é denominada
2
convectiva.
Secagem
Desidratação

3
3CaO.Al2O3.3CaSO4.31H2O

4
Como você justificaria a
concavidade da curva de cinética
5
na etapa 2?
É necessário aumentar a temperatura para promover
um aumento na pressão de vapor da água a medida
que o conteúdo dessa no óxido diminui.

Reduzindo o
conteúdo de
água no óxido
maiores
temperaturas
serão
necessárias
para secar o
mesmo.

6
• Características

– A remoção de líquidos mecanicamente é, normalmente,


mais barata que a remoção térmica.

– O termo secagem significa redução no teor de água


para um teor final aceitável.

– Em industrias químicas essa é, normalmente, a última


operação unitária. No entanto, em processos de
metalurgia extrativa, operações pirometalúrgicas para
não ferrosos, a secagem do material é um dos primeiros
processos.

7
Para que os mecanismos pelos quais a água
(umidade) é removida de um material seco
possam ser compreendidos e analisados, é
necessário que se conheça as propriedades do
agente de secagem (gás) e do material em
secagem que influenciam diretamente o
processo de remoção.

Os agentes de secagem mais comumente


utilizados são o ar úmido e misturas de ar úmido
com gases de combustão.

8
Psicrometria

Área da Engenharia que lida com as propriedades de ar


úmido.

Apesar da fração de vapor de água em peso no gás de


secagem, utilizada em operações industriais de secagem,
seja sempre menor do que um décimo, ainda assim a
presença dessas moléculas de água causam um efeito
significativo no processo de secagem. Essas moléculas são
responsáveis pelo estabelecimento de gradientes de
umidade e, até certo ponto, de temperatura.
9
Ar Seco e Ar Atmosférico

O ar é uma mistura de N2, O2 e pequenas quantidades


de outros gases. Na atmosfera, o ar contém um pouco
de vapor de água (ou umidade) e é chamado de ar
atmosférico. Por outro lado, o ar que não contém vapor
de água é chamado de ar seco. Muitas vezes é
conveniente tratar o ar como uma mistura de vapor de
água e ar seco.

Nesse estudo iremos considerar o ar e o vapor de água


como gases ideais.

10
Definições de termos psicrométricos
Quantidade de vapor de água no ar de secagem:
» Pressão de vapor.
» Umidade relativa.
» Umidade específica.

Temperaturas de ar úmido
» Temperatura de bulbo seco.
» Temperatura de bulbo úmido.
» Temperatura de ponto de orvalho.

Propriedade adicionais
» Entalpia 11
Pressão de vapor é a pressão exercida pelo vapor de água no ar
úmido, devido ao escape de moléculas de água altamente
energéticas de uma superfície líquida para o ar ao qual a
superfície está exposta. Quando está água é vaporizada em um
espaço confinado a pressão de vapor é denominada pressão de
vapor saturado
A pressão de vapor no ar
utilizado em operações de
secagem é pequena
quando comparada com à
pressão atmosférica.

O ar atmosférico pode ser


tratado como uma mistura de
gases ideais, cuja pressão é
a soma da pressão parcial do
ar seco Pa e da pressão do
vapor de água Pv.
P = Pa + Pv
12
Pela equação de Clausius-Clapeyron podemos determinar a
variação da pressão de vapor com a temperatura:
Calor latente de O calor latente de vaporização
vaporização da água é função da tempera-
dp L
 tura e pode ser calculado por:
dt TV L= 2,5106-2,4103(T-273,15)
Variação do volume
Temperatura de para 273,15< T<338,72K
molar ( Vgás)
fusão
L= (7,31012-1,6107T2)0,5
para 338,72< T<533,15K
13
A entalpia do vapor de água a 0oC é 2500,9 kJ/kg. O valor
médio do Cp do vapor de água pode ser assumido como
1.82kJ/kg.oC. Assim, a entalpia do vapor de água pode ser
determinada aproximadamente por:

hg = 2500,9 +1,82T (kJ/kg) T em oC.

Para o ar seco pode-se considerar Cp = 1,005kJ/kg.K . Sendo


assim, a variação da entalpia do ar seco, considerando 0oC
como referência, pode ser determinada por:

har seco = CpT = (1,005kJ/kg.oC) T (kJ/kg)


Δhar seco = CpΔT = (1,005kJ/kg.oC) ΔT (kJ/kg)

14
A pressão de vapor da água é 1atm a 100oC.
Calcule a pressão de vapor da água a temperatura
de 90oC e 110oC.

p2 H  1 1 
ln    
p1 R  T1 T2 

15
Equação de Tetens

A equação de Clausius-Clapeyron não prediz corretamente


os valores da pressão de vapor da água e, por isso, a
seguinte equação empírica foi proposta por Tetens:

17,3  T
ps  610,8 exp
(237,3  T )

Temperatura em
grau Celsius

16
Calcule a pressão de vapor da água à 40oC utilizando a
equação de Clausius-Clapeyron e de Tetens

17
• Umidade Específica (w): É a quantidade de vapor de
água no ar. Essa grandeza pode ser especificada de
diversas maneiras. Um das formas é expressar a mesma
como a massa do vapor de água presente em uma
unidade de massa de ar seco.

mv
w (kg vapor de água / kg de ar seco)
ma

18
A umidade específica (w) pode ser expressa como:

PvV Pv
mv RvT Rv Pv
w    0,622
ma PaV Pa Pa
RaT Ra
Considere o ar contendo 80% de N2 e 20% de O2.

0,622 pv
w
P  pv (kg de vapor de água/kg de ar seco)

Observe que é possível determinar a umidade específica através


da pressão de vapor da água e da pressão total (P).
19
Ar saturado

Considere 1kg de ar seco. Por definição, o ar seco não


contém vapor de água e, portanto, sua umidade
específica é zero. Agora vamos adicionar vapor de água
a esse ar seco. A umidade específica aumentará. A
medida que mais vapor ou umidade são adicionados, a
umidade específica continuará aumentando até que o ar
não absorva mais umidade. Nesse ponto, diz-se que o
ar está saturado de umidade, e ele é chamado de ar
saturado. Toda umidade introduzida no ar se
condensará.

A grandeza que relaciona a quantidade de umidade que


o ar contém com a quantidade máxima de água que ele
pode conter à mesma temperatura é chamada umidade
relativa. 20
Umidade relativa (φ) é a razão da fração molar (ou pressão
de vapor) do vapor de água no ar e da fração molar (ou
pressão de vapor do vapor de água no ar saturado) à mesma
temperatura e pressão atmosférica.

PvV
mv RvT pv
  
mvs PvsV pvs
RvT
A pressão de vapor de saturação pvs pode ser relacionada à
temperatura pela equação:
g-1 = -0,58002206  104
g0 = 0,13914993  101
 3

ln pvs    g iT i   g 4 ln T g1 = -0,48640239  10-1
 i 1 
g2 = 0,41764768  10-4
g3 = -0,14452093  10-7
21
g4 = 0,65459673 101
22
23
A relação entre umidade relativa e umidade específica pode ser
dada pela seguinte equação:

pvs
w  0,622
P  pvs

A umidade relativa varia de 0 para o ar seco até 1 para o ar


saturado. Observe que a quantidade de umidade que o ar
pode conter depende de sua temperatura. Portanto, a
umidade relativa do ar muda com a temperatura mesmo
quando sua umidade específica permanece constante.

A umidade absoluta do ar úmido na saturação pode ser


calculada fazendo-se φ igual à unidade.
24
Um minério úmido foi colocado em um secador de
bandeja de 20m3 a temperatura de 80oC. Calcule a
quantidade máxima de água que será extraída desse
material para:

a) Fase gasosa completamente seca.

b) Umidade relativa da fase gasosa UR= 5%.

25
Dentro de um secador de 5m3 adiciona-se um gás de
secagem com umidade relativa de 10% à temperatura
de 70oC. Calcule a umidade específica desse gás.

Qual a quantidade de água que ainda pode ser adicionada ao


gás?

26
Entalpia é a quantidade de calor do ar úmido por unidade de
massa de ar seco acima de certa temperatura de referência
(H2O(l) e ar seco Tref. = 0).
Entalpia do ar seco

Entalpia do ar úmido
H  H a  wHV Entalpia da umidade
contida no ar úmido

mv
h  ma ha  mv hV  ha  hV  ha  whV
ma

A temperatura comum do ar atmosférico com frequência é


chamada de temperatura de bulbo seco para diferenciá-la
das outras formas de temperaturas. 27
Uma sala de 5mX5mX3m contém ar a 25oC e 100kPas a uma
umidade relativa de 75%. Determine (a) a pressão parcial do ar
seco; (b) a umidade específica; (c) a entalpia por unidade de
massa do ar seco; (d) as massas do ar seco e do vapor de
água.

a) 97,62kPa

b) 0,0152kg H2O/ kg de ar seco

c) 63,78 kJ/kg de ar seco

d) 1,29kg de H2O e 85,06kg de ar

28
Temperatura do ponto de orvalho é a temperatura na qual a
condensação ocorre quando o ar é resfriado a umidades
relativas e pressões atmosféricas constantes.

A temperatura do ponto de orvalho do ar ambiente pode ser


determinada facilmente resfriando água em uma xícara de
metal adicionando pequenas quantidades de gelo e
misturando. A temperatura da superfície externa da xícara
quando o orvalho começa a se formar é a temperatura de
ponto de orvalho do ar.

29
Considere uma casa contendo ar a 20oC e 75% de
umidade relativa. Qual a temperatura da janela na qual a
umidade do ar começará a se condensar?

P.S. Observe que podemos determinar a pressão de vapor e,


consequentemente, a umidade relativa conhecendo a temperatura
do ponto de orvalho. 30
Saturação Adiabática

Ar não saturado Ar saturado T2,


T1, w1 e φ w2 e φ = 100%

Água líquida a T2

O conteúdo de umidade do ar aumenta durante esse processo, e sua


temperatura diminui, uma vez que parte do calor latente da
vaporização da água que evapora vem do ar. Se o canal for longo, a
corrente de ar sai como ar saturado (φ = 100%) à temperatura T2.
Essa temperatura é chamada de temperatura de saturação adiabática.
31
As relações de conservação de massa e energia desse sistema com
escoamento em regime permanente de duas entradas e uma saída se
reduz ao seguinte:

. . . . . .

m a1
 ma  ma m  m  mw
2 w1 f 2

Taxa de evaporação

A vazão mássica do
. . .
vapor no ar aumenta
m w m a 1 f
 ma w2 em quantidade igual à
taxa de evaporação.

. .

m  ma ( w2  w1 )
f

32
Balanço de Energia: . .

E E e s

. . .

m h m h
a 1 f f2
 ma h 2

. . . . . . .
ma h1  ma (w2  w1 ) h f  ma h2 2 h1
 ( w2  w1 ) h f  h2

. .
(c p T 1  w1 h g )  ( w2  w1 ) h f  (c p T 2  w2 h g )
1 2 2

Pressão de
vapor da água
c (T  T )  w2 (h g  h f ) 0.622 Pg 2
w 
p 2 1 2 2
w  a T 2.
1
hg1  h f 2 2
P2  Pg 2
hg2 - hvap
33
Temperatura de bulbo úmido (Twb) é a temperatura alcançada
pelo ar úmido e a água quando o ar é adiabaticamente
saturado pela água que evapora.
Pressão de vapor
do ar ea  ew  Patm (T  Twb )

Pressão de vapor a Constante


Pressão atmosférica
temperatura de psicrométrica
bulbo úmido

  6,67 10 4 K 1 Psicrômetros com ventilação forçada.

  8,0 10  4 K 1 Psicrômetros sem ventilação forçada.

34
Temperatura de bulbo úmido
Psicrômetro
A temperatura de bulbo úmido é uma
medida de um estado de regime, onde
uma quantidade de líquido é exposta em
condições adiabáticas a uma corrente
gasosa contínua. Como a corrente
gasosa é contínua as propriedades do
gás são constantes. Se o gás não está
saturado, algum líquido vai evaporar e
resfriar o líquido remanescente até que a
velocidade de transferência de calor para
o líquido seja balanceada pelo calor
necessário para a evaporação. A
temperatura que o líquido alcança
quando o regime é alcançado é chamada
de temperatura de bulbo úmido.
35
Em determinado momento observa-se em um psicrômetro,
uma temperatura do bulbo seco de 28ºC e uma temperatura
do bulbo úmido de 22oC. A pressão atmosférica é de
0,94105Pa. Calcule a pressão de vapor e a umidade relativa
do ar. Utilize a equação de Teten e considere   8,0 104 K 1

17,3  T
es  610,8 exp
(237,3  T )

ea  ew  Patm (T  Twb )

R: 2200Pa e 58%
36
As temperaturas de bulbo seco e úmido do ar atmosférico à
pressão de 1atm são medidas com um psicrômetro giratório
e determinadas como iguais a 25oC e 15oC,
respectivamente. Determine (a) a umidade específica, (b) a
umidade relativa e (c) a entalpia do ar (Utilize a equação de
Tetens e considere hvap= 2465,4kJ/kg).

c (T  T )  w2 (h g  h f )

p 2 1
w 1
hg1  h f 2
2 2

hg2 - hvap

(a) 6,5 x 10-3 kg H2O/ kg de ar seco.


(b)33%.
(c)42kJ/kg de ar seco.
37
Diagrama psicrométrico

O estado do ar atmosférico a uma pressão específica


é completamente determinado por duas
propriedades intensivas independentes. O restante
das propriedades pode ser calculado facilmente com
as relações anteriores. Sendo assim, pode-se
determinar essas propriedades utilizando-se de
diagramas. Esses diagramas são denominados de
diagramas psicrométricos.

38
39
Considere uma sala que contenha ar a 1atm, 35oC e 40%
de umidade relativa. Utilizando o diagrama psicrométrico
determine:

(a) A umidade específica W= 0,0142kg H2O/kg de ar seco.


(b) A entalpia h = 71,5kJ /kg de ar seco.
(c) A temperatura de bulbo úmido Tbu = 24oC.
(d) A temperatura do ponto de orvalho. Tpo = 19,4oC.
(e) O volume específico do ar. V = 0,893m3/kg de ar seco

40
Processos de condicionamento de ar

a) Aquecimento e resfriamento simples


b) Aquecimento com umidificação
c) Resfriamento com desumidificação
d) Resfriamento Evaporativo
e) Mistura Adiabática de Correntes de Ar.

41
Aquecimento e Resfriamento Simples
Utiliza-se de uma serpentina para aquecer ou resfriar o ar.
Nesse processo a umidade relativa diminui quando
aumentamos a temperatura e aumenta quando diminuímos
a temperatura. Por outro lado, a umidade específica (w)
permanece constante. As equações de conservação de
massa para um processo de aquecimento ou resfriamento
que não envolve umidificação ou desumidificação reduzem-
se a:
. . .
ma1  ma2  ma (para o ar seco)

. .
Q  ma (h2  h1 ) q  h2  h1
42
Aquecimento com umidificação
Esse processo consiste na passagem do ar através de uma
seção de aquecimento e depois através de uma seção de
umidificação.

43
Um sistema de condicionamento de ar deve tomar o ar
externo a 10oC e 30% de umidade relativa a uma taxa
constante de 45m3 de ar seco/min e condicioná-lo até 22oC e
60% de umidade relativa. Primeiro, o ar externo é aquecido
até 22oC na seção de aquecimento e, em seguida,
umidificado pela injeção de vapor quente na seção de
umidificação. Considerando que todo o processo ocorra a
uma pressão de 100kPa, determine (a) a taxa de
fornecimento de calor na seção de aquecimento e (b) a vazão
mássica do vapor necessária na seção de umidificação.

a) Q = mar (h2- h1)

b) mar2w2 + mágua = w3mar3  mágua= mar(w3-w2)

44
Resfriamento com Desumidificação
A umidade específica do ar permanece constante durante um
processo simples de resfriamento, mas sua umidade relativa
aumenta. Se a umidade relativa atingir níveis altos indesejados,
será preciso remover umidade do ar, ou seja, desumidificá-lo.
Isso exige o resfriamento do ar abaixo de sua temperatura de
ponto de orvalho.

45
O ar entra em um condicionador de ar de janela a 1atm, 30oC e 80% de
umidade relativa à taxa de 10m3/min, e sai como ar saturado a 14oC.
Parte da mistura do ar que se condensa durante o processo também é
removida a 14oC. Determine as taxas de remoção de calor e de umidade
do ar (dado: entalpia da água a 14oC é de 58,8kJ/kg, utilize a carta
psicrométrica caso necessário).

Balanço de Massa
. . .
m ar1  m ar2  m ar
. . . . .
w1 mar1  w2 mar2  mágua  mágua  mar (w1  w2 )

Balanço de Energia
. . .
Q s  m(h1  h2 )  mágua hágua

46
Resfriamento Evaporativo

O resfriamento evaporativo se baseia em um princípio simples: À


medida que a água evapora, o calor latente da vaporização é
absorvido do corpo de água e do ar da vizinhança.

47
Essencialmente, esse processo é idêntico ao processo de saturação adiabática.
Mistura Adiabática de Correntes de Ar

Muitas das aplicações de resfriamento


de ar exigem a mistura de duas
correntes de ar.

Massa de ar seco Massa de vapor de água


. . . . . .
m ar1  mar2  m ar3 w1 mar1  w2 mar2  w3 mar3
Energia
. . .
mar1 h1  mar2 h2  mar3 h3

Eliminando mar3 das relações acima temos:


.
m ar1 w2  w3 h2  h3
 
.
m ar2 w3  w1 h3  h1 48
Torres de resfriamento

49
Uma torre de resfriamento é essencialmente um
resfriador evaporativo semi-fechado. O ar entra na torre
pela parte inferior e sai pela parte superior. A água
aquecida do condensador é bombeada para a parte
superior da torre e é espargida nessa corrente de ar. A
finalidade de espargir a água é expor uma área de
superfície grande de água ao ar.

50
Secagem e Secadores Industriais

51
• Classificação dos secadores

De uma forma geral os secadores podem operar de uma


das seguintes formas:

1. Secadores onde o sólido é exposto diretamente ao


gás quente.
2. Secadores nos quais o calor é transferido para o
sólido através de uma superfície.
3. Secadores aquecidos por radiação, dielétricos ou
microondas.

P.S. Secadores que o sólido entra em contato direto com o


gás quente são chamados secadores adiabáticos. Àqueles
que o calor é transferido de um meio externo são chamados
não adiabáticos.
52
Para secadores adiabáticos, o sólido pode ser exposto ao gás
aquecido em uma das seguintes formas:

• Fluxo de gás sobre a superfície de um leito.

• Fluxo de gás através de um leito de sólido granular.

• Queda do sólido através do fluxo de gás.

• Fluidização do sólido.

• Transporte pneumático.

• Spray Dryer.
53
54
55
Para secadores não adiabáticos as diferenças se devem
principalmente à forma que os sólidos são expostos à
superfície aquecida ou fonte de calor, são elas:

1. Os sólidos são espalhados em um superfície horizontal


(estacionário ou em movimento).

2. Movimenta-se o sólido sobre uma superfície cilíndrica.

3. Sólidos descem por gravidade em uma superfície


inclinada (Rotary dryers).

P.S. Em secadores não adiabáticos o único gás a ser remo-


vido é o vapor de água.
56
Padrões de temperatura em um secador

A forma que a temperatura varia dentro de um


secador vai depender de fatores como:

– A quantidade de líquido no material.


– A natureza da fase líquida.
– A temperatura final permitida pelo sólido.
– O tempo de secagem.
– A temperatura do meio fornecedor de calor.

No entanto, o padrão de variação da temperatura é similar


em diferentes secadores. 57
Em secadores não
adiabáticos a temperatura
do sólido é a temperatura
de ebulição do líquido (Tv)
à pressão dentro do
secador.

Etapa onde a
secagem depende
da transferência de
calor e massa em
uma camada de
sólido seco.

58
gás seco
Em secadores adiabáticos
a temperatura do sólido é a
temperatura de bulbo
gás úmido
úmido.

59
Curva típica de taxa
de secagem em
condições
constantes de
secagem.

60
Podemos dividir os materiais em duas classes:

Na primeira classe encontram-se os sólidos granulares ou


cristalinos que retêm a umidade nos interstícios entre as
partículas, ou em poros superficiais, rasos e abertos.

Na segunda classe encontram-se os materiais que retêm a


umidade como parte integral da estrutura do sólido, ou então
retêm-na no interior de fibras ou de poros delgados internos.

Os minérios podem ser vistos como sólidos da primeira


classe. Na segunda classe se encontram sabões, celulose,
madeira, etc.
61
Transferência de calor e massa em secadores

Superfície
seca

Interior
úmido Difusão

A secagem é um processo térmico.


Os processos de difusão podem
complicar o processo, no entanto,
pode-se secar muitos materiais
Capilaridade apenas aquecendo os mesmos acima
do ponto de ebulição do líquido. É
importante ressaltar que ao utiliza-se
de um gás “superaquecido” os
Transferência de calor problemas de transferência de massa
são eliminados e o processo vai
depender apenas da transferência de
62
calor.
Transferência de calor em secadores

Energia deve ser fornecida ao secador para:

1. Aquecer a alimentação até a temperatura de


vaporização (líquidos e sólidos).

Maior consumo de
1. Vaporizar o líquido. energia.

1. Aquecer o sólido até sua temperatura final.

1. Aquecer o vapor até sua temperatura final.

1. Aquecer o ar ou outros gases até a temperatura final.


63
A quantidade de calor transferida por unidade de massa de
sólido qT/ms é:

Calor necessário para para aquecer o líquido


Calor necessário
aquecer
atéoasólido.
temperatura de vaporização.
Calor necessário para evaporar o líquido.

 c ps Tsb  Tsa   X a c pL Tv  Tsa    X a  X b 


qT
ms
 X b c pL Tsb  Tv    X a  X b c pv Tva  Tv 

Calor necessário para


Calor necessário para aquecer o líquido
aquecer o vapor até a
(restante no sólido) até a temperatura final do
temperatura final do
sólido.
secador. 64
onde:
Tsa = temperatura de alimentação.
Tv = temperatura de vaporização.
Tsb = temperatura final do sólido.
Tva = temperatura final do vapor.
λ = calor de vaporização.
cps, cpl, cpv = calor específico do sólido, líquido e vapor,
respectivamente.

P.S. Em secadores adiabáticos o calor transferido para o


sólido, o líquido e o vapor vem do resfriamento do gás; para
um secador adiabáticos contínuo através do balanço de calor
tem-se:
qT = mgcsg(Thb - Tha)

Onde mg é a velocidade mássica de secagem do gás e csb é65


o calor úmido do gás.
Equilíbrio de fases

Os dados de equilíbrio para sólidos úmidos são,


normalmente, dados por relações entre a
umidade relativa do gás e o conteúdo de líquido
no sólido.

Quando um sólido úmido está em contato com


um gás com umidade menor do que aquela
correspondente ao valor de equilíbrio, o sólido
ira perder umidade e secar.

66
Curva de equilíbrio a 25oC.

A água em superfícies
porosas mostra uma
baixa pressão de vapor
devido à capilaridade.

A quantidade de água é
praticamente constante em
diferentes umidades. 67
68
Umidade de equilíbrio: Porção de água que não
pode ser removida pelo ar (atmosfera) de entrada
por causa da umidade desse.

Água livre: É a diferença entre a quantidade total de


água no sólido e a quantidade de água no
equilíbrio.

Assim, se Xt é a quantidade total de água (umidade


total) e se X* é a quantidade de água no equilíbrio,
a água livre X será:
X = Xt – X*
(Tem-se interesse em obter X nos cálculos de secagem ) 69
Velocidade de Secagem
30

25
Top
MC, % w.b.

Middle
20
Bottom
Avg.
15

10
0 5 10 15
Drying time, h

70
Secadores adiabáticos onde o gás flui sobre um leito
estático
Fatores que influenciam o mecanismo de secagem
– Contato sólido gás.
– Natureza do sólido.

Tipos de sólido
– Cristalino
– Poroso
– Não poroso
P.S. A velocidade que um sólido contendo líquido em seu
interior ira secar vai depender da forma que o líquido se
move e da distância que ele deve atravessar para alcançar
a superfície.
71
Condições constantes de secagem: Condição alcançada
quando a temperatura, umidade, velocidade e direção do
fluxo de gás são constantes em cada seção do secador.

Velocidade de secagem

Períodos de velocidade de
secagem constante são
encontrados se o sólido
molhado possui um filme
contínuo de líquido sobre
a sua superfície.

A forma da curva do
período de queda da
velocidade vai depender
do tipo de sólido que está
Temperatura secando.
de bulbo úmido 72
A secagem de sólidos em secadores de bandeija
(tray driers) pode ser dividida em duas etapas:

• Etapa de velocidade de secagem constante.


– Essa etapa do processo só pode ser mantida por grandes
períodos de secagem se, de alguma forma, a água é
transportada para a superfície do material em um velocidade
suficientemente rápida para que essa continue molhada.

– Etapa de queda na velocidade de secagem.

73
Período de velocidade constante.

- Partículas uniformes.

- Sem secagem preferencial da


superfície (case hardening).

- Sem efeito capilar.

74
Durante o período de velocidade constante, onde a
temperatura da interface (Ti) pode ser considerada
a temperatura de bulbo úmido Twb, a velocidade de
secagem por unidade de área (Rc) pode ser
estimada através da seguinte equação empírica:

hy (T  Ti ) A
mv = velocidade de evaporação.

mv  A = área de secagem.

i hy= coeficiente de transferência de calor.


T = temperatura do gás.
Ti = temperatura na interface.
Λi = calor latente à temperatura Ti.
75
Para estimar o coeficiente de transferência de calor para um
fluxo turbulento de gás paralelo à superfície do sólido,
secador de bandeja, a seguinte equação é utilizada:

hy De
Nu   0,037 Re 0,8 Pr 0,33
k

Para fluxos perpendiculares à superfície e com velocidade


entre 0,9 e 4,5m/s a equação utilizada é:
Btu/ft2.h.oF

hy  24,2G 0, 37

Calor específico Diâmetro do secador


Onde:
cp Velocidade do fluxo

Pr  Re 
DG G  v
k 
Condutividade térmica Densidade do76gás
Viscosidade do gás
A velocidade constante de secagem é dada por:

mv hy T  Ti 
Rc  
A i

P.S. Os cálculos para a velocidade de secagem podem ser feitos


baseando-se na transferência de massa, no entanto os mesmos
são feitos com base em transferência de calor devido à menores
incertezas nos valores da força motriz.

mv = velocidade de evaporação.
M v k y ( yi  y ) A
mv  A = área de secagem.
1  y  ky= coeficiente de transferência de massa.
y = fração molar do vapor no gás.
yi = fração molar do vapor na interface.
Mv = massa molecular do vapor. 77
Alumina é colocada para secar em um secador de bandeja com
diâmetro equivalente de 153mm. O ar de secagem possui temperatura
de bulbo úmido de 26,7oC e temperatura de bulbo seco de 71,1oC. O ar
flui paralelamente à superfície do material com uma velocidade de
2,44m/s. Qual é a velocidade de secagem do material durante o período
de velocidade constante?Dados: (densidade do ar = 1,027kg/m3 ; Pr =
0,69; k = 0,025W/m.oC; Λ = 40kJ/mol)

mv hy T  Ti  hy De
Rc   Nu   0,037 Re 0,8 Pr 0,33
A i k

G = 2,51kg/m2.s Re = 1,91 x 104 hy = 14,0 J.s-1.m-2. oC -1

Rc = 2,5x10-4 kg/s.m2

78
Conteúdo crítico de umidade é o ponto no qual o
período de velocidade constante de secagem
termina.

Nesse ponto o conteúdo de umidade é insuficiente


para que o líquido possa ser transferido do interior
do sólido e possa manter um filme contínuo na
superfície.

Se a quantidade de umidade está abaixo do valor


crítico de umidade, a secagem não estará em um
período de velocidade constante.

79
Ponto crítico de umidade

80
81
O ponto crítico de umidade é função:

– da natureza do sólido.

– da espessura do material.

– da velocidade de secagem.

– da resistência do material à transferência de


massa e calor.

82
Período de queda na velocidade de secagem

Os métodos para estimar a velocidade de secagem nessa


etapa da operação dependem da natureza do sólido:

sólidos não porosos: Depende da difusão da umidade no


sólido. A difusibilidade varia, consideravelmente, com o
conteúdo de umidade.

sólidos porosos: A umidade difunde por capilaridade.

83
Cálculo do tempo total de secagem (método gráfico)

Para condições de secagem constante o tempo de


secagem pode ser determinado através da curva de
velocidade de secagem.

Essas curvas são obtidas através de experimentos


realizados em laboratórios.

84
Por definição: massa de vapor
massa de sólido

dmv m dX
R  s
Velocidade de secagem Adt A dt
Área para secagem
Integrando entre X1 e X2, a quantidade de umidade inicial e
final, respectivamente, temos:

X1
ms dX
tT 
A X R
Tempo total de secagem 2

Essa equação pode ser integrada numericamente a partir da


curva velocidade de secagem ou analiticamente se equações
que relacionam R em função de X são dada.
85
Para períodos de velocidade constante R = Rc e o tempo de
secagem é simplesmente:

ms ( X 1  X 2 )
tc 
ARc

Podemos assumir que a quantidade de umidade é proporcional


à velocidade de secagem, assim temos:

R  aX
Então:
ms dX
R  aX  
A dt 86
Integrando a equação anterior entre Xc e X2, o teor de umidade
crítico e final, temos:
 X c  aA
ln    tT  tc 
 X 2  ms

Como a = Rc/Xc (assumindo que a reta passa pela origem):


ms ( X 1  X 2 )
tc 
ARc
ms X c  X c 
tT  tc   ln  
ARc  X 2 

ms   X c 
tT  X 1  X c  X c ln   
 
ARc   X 2 

P.S. A equação é aplicável para curvas lineares ou próximas da


87
linearidade.
Ponto crítico de umidade

Segundo ponto crítico

88
Um minério é colocado para secar em condições
constantes e seu teor de umidade é reduzido de 35 para
10%. Sabendo que a bandeja do secador possui 2m de
diâmetro determine o tempo necessário para a secagem do
material. O conteúdo crítico de umidade para esse material
é de 7% e a velocidade de secagem é de 0,2kg/h x m2.
Considere 100g de minério.

R: 2,4 min

89
Equipamentos de secagem

Consideraremos em nosso estudo apenas


dois importantes grupos de tipos de
secadores.

- Secadores para sólidos rígidos ou granulares e pastas


semi-sólidas.

- Secadores que podem receber lamas, polpas e


líquidos.

90
Secadores de bandeja (Tray dryers)
Motor Exaustão

Aquecedores

Entrada Ventoinha
de ar Bandejas

Chicanas

91
Rodas
92
Características

– Pequenas produções.
– Alto custo operacional.
– Grande versatilidade.
– Grande aplicação na industria de fármacos.
– Ciclos de 3 a 48h.
– Podem ser adiabáticos e não adiabáticos.
– Podem operar em vácuo.

93
Secadores em correias transportadoras
(screen-conveyor dryers)
Ventoinha
Ventoinha

Transportadores

94
Características

• Correia com no mínimo


30mesh.

• Ideal para materiais


grosseiros, flocos e fibras.

• Custo médio.

• Aplicável quando existe a


necessidade de mudança
nas condições de secagem.
95
Secadores em torre (Tower dryers)
Alimentação

Aquecedores

Bandejas para
arrefecimento

Alimentação de gás96
Características

- Promove homogeneização do sólido


- O fluxo de ar se dá através e sobre o leito.
- Grandes produções.
- Mais fácil operação que tray dryers.

97
Secadores rotativos (Rotary dryers)

98
Características

– Muito aplicado em mineração.

– Contínuo.

– Pode funcionar adiabaticamente


e/ou não adiabaticamente.

– Pode operar com baixo vácuo.

99
100
101
102
103
Secadores para materiais líquidos

104
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