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A Política no contexto do sofrimento segundo a Psicanálise

Dentro da clínica é onde são mostradas na relação entre paciente e


psicanalista as inflexões que atravessam o sujeito, o mundo sempre é
apresentado pelo o Outro, com seus conceitos e vivencias, não tem como se
fazer psicanalise sem as questões que implica no seu tempo, e a política está
dentro da história de vida do sujeito nos seus valores e condutas, com isso
todo o contexto não só político, mas o que isso faz no social é afetado para se
constituir o ser humano na história.

Com o acontecimento da primeira guerra mundial, todo o contexto de


história foi influenciado por todas as consequências que ela vinha
impondo, Freud começou a refletir sobre a decadência da humanidade e a
realidade da natureza humana da qual a guerra era a expressão, quem assistiu
assassinatos e torturas passou a ter a violência naturalizada na constituição do
seu sujeito e consequentemente no papel do Outro na constituição daqueles ao
qual esse sujeito exerceria esse papel, e isso é uma modalidade a mais de
sofrimento para esse sujeito.

As relações políticas e sociais da modernidade estão atravessadas por


algumas situações, uma delas seria o inimigo ou temido, o outro que não sou
eu precisa ser controlado ou eliminado (narcisismo das pequenas diferenças),
mesmo dentro desse grupo de pessoas aparentemente iguais , você tem o
racismo íntimo, qualquer diferença com alguém eu o excluo, o grupo dos
semelhantes é completamente normatizador, tende a abafar o que é próprio do
sujeito, e como ajuda o psicanalista propõe recolocar a importância do sujeito
e do desejo como algo fundante das logicas sociais.

Como o sujeito é impactado pela política do neoliberalismo, a lógica do


lucro, o gozo e tem que se adaptar a essa realidade senão não tem existência,
diante disso alguns tem mais liberdade de responder diferente a isso,
pensando em mundos diferentes, outros não, precisam estar subjugados a
esse sistema, uma maneira de reverter essa lógica (politica) e lembrar o sujeito
de seu desejo fundante.

Nessa concepção da exclusão do que me incomoda, vem o conceito de


estrangeiro, onde diz respeito a tudo que é estranho a mim, a tendência é
vermos, na outra pessoa o que é desagradável em mim, e essa pessoa se
torna insuportável, me remete a aspectos de mim mesmo que não quero nem
lembrar, com isso nasce a cultura onde se cria um espaço que não é nem meu
nem da outra pessoa, ou tomo o diferente parecido comigo ou o domino ou sou
dominado.

O narcisismo das pequenas diferenças encaminha de forma bem clara


para a exclusão do outro, o que vem a provocar o isolamento e com isso o
surgimento de novos grupos de excluídos, que tendem a se colocarem perante
a sociedade, permeados de mágoas, ódios e mais intolerância, Freud
Considera a religiosidade como mecanismo de recuperação do Eu total da
infância primitiva, o que vai chamar de sentimento oceânico e com isso deixa
claro a impossibilidade de equilíbrio social, pois considera o mal-estar como
algo inerente a civilização, fazendo uma ligação direta com a pulsão de morte. 

Referencias Bibliográfica  

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/filosofia/mal-estar

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