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Valências Físicas

Introdução:

Valências físicas, também chamadas de qualidades físicas, capacidades motoras, capacidades


físicas entre outras denominações, são aptidões potenciais físicas de uma pessoa, definindo os
pressupostos dos movimentos desde os mais simples aos mais complexos. Conceituadas como
todo atributo físico treinável num organismo humano. Em outras palavras, são todas as
qualidades físicas motoras passíveis de treinamento, comumente classificadas em diversos
tipos: força, resistência, velocidade, agilidade, coordenação, flexibilidade-mobilidade e
equilíbrio.

As valências físicas são determinadas geneticamente. Todos os seres humanos nascem aptos a
desenvolver estas capacidades (por isso aptidões em potencial), algumas com maior potencial
que outras para os limites desse desenvolvimento. Portanto, todos nascem com uma
capacidade de gerar força, resistência, por exemplo. Mas as habilidades motoras são
movimentos aprendidos que dependem do treinamento

Resistência Geral: É um dos componentes básicos do rendimento desportivo, podemos definir


como a capacidade que permite: Resistir psíquica e fisicamente à instalação da fadiga,
diminuindo assim o risco de lesões, já que muitas estão associadas à fadiga, recuperar
rapidamente dos efeitos do treino ou competição, realizar esforços de intensidade diversa, sob
fadiga, suportar o ritmo da atividade até ao final, mantendo um nível de execução técnica
elevado durante todo o exercício.

Resistência Aeróbia: É a capacidade do indivíduo em sustentar um exercício que proporcione


um ajuste cardio respiratório e hemodinâmico global ao esforço, realizado com intensidade e
duração aproximadamente longas,em que a energia necessária para realização desse exercício
provém, principalmente, do metabolismo oxidativo – o sistema oxidativo impõe considerável
demanda sobre a capacidade do organismo de liberar oxigênio aos músculos ativos.

Resistência Anaeróbia: A qualidade física que permite um atleta a sustentar o maior tempo
possível uma atividade física numa situação de débito de oxigênio. É a capacidade de realizar
um trabalho de intensidade máxima ou submáxima com insuficiente quantidade de oxigênio,
durante um período de tempo inferior a três minutos.

Resistência Muscular Local (RML): É a qualidade física que permite o atleta realizar no maior
tempo possível a repetição de um determinado movimento com a mesma eficiência. Sendo a
capacidade do músculo em trabalhar contra uma resistência moderada durante longos
períodos de tempo. Ela propicia uma adaptação anatômica primária nas estruturas
musculares, visando o trabalho de força que virá posteriormente.

Força: É a capacidade de exercer tensão contra uma resistência. Pode ser dividida em:

Força Máxima: A força máxima (Fmáx.) é a maior tensão que pode ser executada,
voluntariamente, pelos músculos numa determinada posição, ou seja, é o valor mais elevado
de força que o sistema neuromuscular de um indivíduo consegue desenvolver com uma
contração máxima. É uma capacidade que serve de base ao desenvolvimento das outras
formas de manifestação de força, sendo calculada, através da quantidade máxima de
peso/força numa repetição única (1 repetição máxima – 1 RM).

Força Dinâmica: É o tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência


produzindo movimento, ou seja, é a força em movimento. Na maioria dos casos de
treinamento esta qualidade física é desenvolvida nas fases de preparação física geral. Pode ser
chamada também como força isotônica. A força dinâmica pode dividir-se em dois subtipos:
Força absoluta: que é o valor máximo de força que uma pessoa pode desenvolver num
determinado movimento; Força relativa, que é o quociente entre força absoluta e o peso
corporal da pessoa. Contrações dinâmicas são aquelas em que o comprimento dos músculos
varia, onde os movimentos articulares são visíveis e são definidas como isocinéticas,
concêntricas e excêntricas.
Força Estática: Ocorre quando a força muscular se iguala à resistência não havendo
movimento. É a força que explica o fato que ocorre a produção de calor, mas não ocorrendo o
movimento, é também conhecida como força isométrica. Se a resistência não apresenta
mudança articular, a contração dos músculos é estática também classificada como isométrica.
A força estática não está evidente em muitos desportos e sim em situações especiais das
disputas onde ocorrem oposições para os gestos específicos da modalidade

Força Explosiva: É a capacidade que o atleta tem de exercer o máximo de energia num ato
explosivo. Pode ser chamado também de potência muscular. A força explosiva deve ser
considerada em treinamento desportivo como força de velocidade, exigindo assim que os
movimentos de força sejam feitos com o máximo de velocidade. Aconselha-se à força
explosiva, um trabalho precedente de coordenação de domínio do corpo, sendo que, após o
mesmo, empregar pequenas cargas com uso de medicinebol, sacos de areia, pesos leves, entre
outros, pela necessidade de não perder-se velocidade de movimentos, além do uso de
pequenas cargas possibilitar um maior número de repetições de exercícios.

Velocidade: É uma capacidade inata de executar movimentos cíclicos na mais alta velocidade
individual possível. Depende das conexões neurológicas e da quantidade de fibras de
contração rápida presentes na musculatura. Estas qualidades são determinadas
geneticamente. Todos podem melhorar significativamente a sua velocidade, porém, somente
o indivíduo bem dotado nesse sentido conseguirá obter resultados superiores. É, por exemplo,
de vital importância nos atacantes de qualquer desporto.

Velocidade de Reação: Rapidez com a qual uma pessoa é capaz de responder a um estímulo
(visual, auditivo ou tátil). Tempo requerido para ser iniciada a resposta a um estímulo
recebido. A Reação a estímulos pode ser de dois tipos: Reação Simples e Reação Complexa. No
futebol, a velocidade raramente se apresenta na sua forma pura, mas sim associada à força
rápida, à resistência e às capacidades coordenativas.

Velocidade de Resistência: Resulta da combinação da velocidade e da resistência e podemos


defini-la como capacidade de realizar ações frequentes e repetidas, durante a atividade, à
máxima velocidade. Objetivando o aumento da capacidade para produzir energia através do
sistema anaeróbio de forma rápida e contínua e acelerando a recuperação após a realização de
exercícios de elevada intensidade.

Flexibilidade: É uma qualidade física evidenciada pela amplitude dos movimentos das
diferentes partes do corpo num determinado sentido e que depende tanto da mobilidade
articular como da elasticidade muscular. É a capacidade de realizar movimentos em certas
articulações com amplitude de movimento apropriada. Os exercícios exigem um músculo
estirado ou em extensão, que deve ser máxima, desde sua origem até o seu ponto de inserção.
A musculação pode limitar a flexibilidade, mas, se combinado com o trabalho de força, esse
prejuízo pode ser evitado, já que sabe-se que não existe impedimentos para a coexistência
entre flexibilidade e hipertrofia muscular nas mesmas zonas corporais. O calor auxilia muito o
trabalho de flexibilidade. O treinamento da flexibilidade deve ter sessões frequentes, sempre
seguido de um aquecimento. Quando for constatado o aparecimento de dores, deve-se
interromper as sessões para que não ocorra qualquer tipo de lesão mais séria. O bom
desenvolvimento da flexibilidade facilita o aperfeiçoamento da técnica do desporto em
treinamento, dá condições de melhora na agilidade, força e velocidade, auxilia como fator
preventivo contra lesões e contusões, entre outros, e provoca um aumento na capacidade
mecânica dos músculos e articulações, ocorrendo assim, um aproveitamento econômico de
energia durante o esforço. Flexibilidade Estática: Ocorre quando se mantém uma determinada
posição durante um certo tempo. Está relacionada com a amplitude do movimento sem ênfase
na velocidade (flexão do tronco à frente, de forma lenta, tocando no chão com a ponta dos
dedos).

Flexibilidade Dinâmica: Quando há uma mobilização, normalmente brusca dos segmentos


corporais e com retorno quase imediato à posição inicial. Relaciona-se com a capacidade para
conseguir uma determinada amplitude de movimento a uma certa velocidade.

Coordenação (destreza) Motora: São capacidades que permitem coordenar os gestos motores
mais complexos, utilizar racionalmente as habilidades motoras adquiridas e adaptá-las
rapidamente às novas situações, permitindo executar movimentos de forma coordenada,
eficaz e precisa, tanto em situações previsíveis como imprevisíveis. As capacidades
coordenativas dizem respeito aos processos de organização, controle e regulação do
movimento, ajudando no domínio de situações que exigem uma resposta rápida (reação
motora) e racional, constituem a base de uma boa capacidade de aprendizagem, permitem
identificar a posição do próprio corpo, ou parte dele, numa relação espaço-temporal,
possibilitando uma economia de energia, já que, mais depressa e eficazmente poderão ser
aprendidos movimentos novos ou difíceis, aumentando o equilíbrio mesmo em situações
complexas, possibilitando a execução de gestos motores ou técnicos de acordo com ritmos
predeterminados.

Agilidade: Habilidade que se tem para mover o corpo no espaço. Habilidade do corpo inteiro,
ou de um segmento, em realizar um movimento, mudando a direção, rápida e precisamente.
Requer uma combinação de várias qualidades físicas e embora dependa da carga hereditária,
pode ser bastante melhorada com o treinamento.

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