Sapucaia do Sul
2017
ii
Sapucaia do Sul
2017
iii
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. Ms. Fulano de Tal - IFSUL
_________________________________________
Prof. Dr. Fulano de Tal - IFSUL
_________________________________________
Prof. Dr. Fulano de Tal - IFSUL
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela vida e pela família que tenho.
Agradeço a minha mãe, o meu pai e minha irmã pela paciência, pela compreensão e pelo
apoio em todos os momentos.
Agradeço ao meu orientador, Professor Dr. Durval João De Barba Junior, pela
paciência, incentivo, dedicação e direcionamento no desenvolvimento deste trabalho.
Também agradeço ao meu Coorientador, Professor Dr. Carlos Alberto Schuch Bork,
pelo incentivo inicial no desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço todos os professores do curso, que foram muito importantes na minha vida
acadêmica. Sem o conhecimento repassado por eles não seria possível o desenvolvimento deste
trabalho.
Da mesma forma, agradeço todas as pessoas que fazem parte do IFSul, pois todos
contribuíram de forma direta ou indiretamente com a minha formação acadêmica.
Agradeço também aos colegas de curso e de trabalho pelos momentos compartilhados
e pela ajuda prestada ao longo da vida acadêmica e do desenvolvimento deste trabalho.
vi
RESUMO
Este trabalho tem como proposta a utilização da metodologia de Manutenção Centrada na
Confiabilidade de uma forma simplificada em planos de manutenção preventiva. Uma vez que,
com o crescente aumento da competitividade no mercado, a rápida evolução da indústria vem
demandando ações de manutenção como uma das suas atividades mais relevantes, reduzindo o
tempo de aplicação de metodologias morosas e com elevado custo com pessoas tecnicamente
qualificadas, visando o aumento da disponibilidade e confiabilidade dos ativos, fruto do
reconhecimento da crescente importância da mesma para impulsionar o sucesso e a
sobrevivência dos negócios da organização. Com a aplicação dessa metodologia obteve-se a
padronização da revisão dos planos preventivos dos ativos, o atendimento das necessidades da
produção em relação ao aumento da confiabilidade, possibilitando assim a redução dos
estoques, o aumento da disponibilidade, a melhora dos índices de produtividade dos ativos, a
melhor utilização dos recursos da manutenção disponíveis na empresa, a redução de tempo de
revisão de planos de manutenção, redução custo e a estruturação da área de manutenção, bem
como a consolidação da criação de planos de manutenção preventiva dos futuros ativos que a
empresa vier adquirir. O resultado atingido com o desenvolvimento e a aplicação desse trabalho
foi medida e verificou-se que o ativo piloto obteve redução de 96% da indisponibilidade no
período comparado.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................................ VI
SUMÁRIO ................................................................................................................................ X
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 2
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................... 3
4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 13
Etapa 4: Pesquisa detalhada dos problemas ocorrido ao longo da vida do ativo ............. 15
5.4.1 Frequência..................................................................................................................... 21
5.9 Sustentabilidade............................................................................................................. 28
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO
Com a crescente inovação em todos os departamentos de uma organização, a
manutenção vem, ao longo do tempo, se modernizando e se adequando as novas demandas de
mercado. As organizações industriais necessitam de ações de manutenção como uma das suas
atividades relevantes, fruto do reconhecimento da crescente importância da mesma para o
sucesso e a sobrevivência dos negócios (MENDES e RIBEIRO, 2014).
Em relação ao avanço na concepção dos métodos utilizado pelas empresas, existem
dificuldades para se avaliar o nível de criticidade e de relevância de cada sistema e subsistema
dos ativos da empresa. Este aspecto é parcialmente tratado nos processos de medição de
desempenho de cada modelo, porém requer uma visão mais estruturada e melhor detalhada
(MENDES e RIBEIRO, 2014).
A metodologia de RCM (Reliability Centred Maintenance) permite alcançar um nível
elevado de execução de manutenções preventivas, reduzindo drasticamente as intervenções
desnecessárias nos ativos, que é uma das causas de custos elevados em manutenção.
O resultado esperado da utilização dessa metodologia é alcançar um retorno aceitável
de indisponibilidade de ativos, utilizando melhor os recursos da manutenção, sejam ativos
físicos ou ativos humanos, disponíveis na organização, visando a redução de tempo de revisão
de planos de manutenção, redução de custo e a estruturação da área de manutenção da empresa.
Sendo assim, este trabalho pretende responder a seguinte questão: Qual seria o tamanho
mínimo do grupo de trabalho necessário para implementação de uma metodologia
fundamentada em RCM?
O desenvolvimento deste trabalho está diretamente relacionado ao perfil do Engenheiro
Mecânico, uma vez que a partir da formação, o mesmo estará apto a desenvolver a visão
holística do sistema, assim tendo meios de alavancar melhorias relacionadas a área de
manutenção, tendo como objetivo o desenvolvimento tecnológico e a sustentabilidade da
comunidade em que vive. Este trabalho abrange as disciplinas de Manutenção Industrial,
Elementos de Máquinas, Mecanismos, Instrumentação, Metrologia, Projeto mecânico e
Circuitos Hidráulicos e Eletropneumáticos (IFSUL, 2010).
2
2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é executar a revisão eficaz de planos de manutenção de
um ativo piloto que atenda a necessidade da produção em relação ao aumento da confiabilidade
e disponibilidade dos ativos da empresa.
Os objetivos específicos desse trabalho são:
1. Definir as etapas da metodologia que serão empregadas;
2. Determinar o ativo piloto;
3. Simplificar e aplicar a metodologia;
4. Propor mudanças no plano de manutenção.
3
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capitulo faz menção aos tipos de manutenção e procura detalhar a Manutenção
Centrada na Confiabilidade (RCM).
3.1 Manutenção
Historicamente a manutenção é definida como procedimentos técnicos operacionais e
administrativos que tem por finalidade manter a integridade ou colocar em funcionamento um
ativo (ABNT, 1994).
A área de manutenção vem, nos últimos anos se voltando, não apenas em manter ou
colocar em funcionamento um ativo, mas sim em desenvolver uma visão sistêmica dos
processos de manutenção. Começando com a preocupação com maior confiabilidade, com
segurança e maior efetividade de custos na área de manutenção. Também se inicia
implementação de indicadores específicos de manutenção afim de controlar a vida útil dos
ativos do parque fabril (BRAIDOTTI, 2014).
E, a partir do ano 2000, com a criação da norma ISO 55000, começa um forte impulso
para a evolução para a quarta geração da manutenção, mais conhecida como Indústria 4.0. Esse
modelo foi criado na Alemanha e está sendo aderida por diversas empresas ao redor do mundo.
A norma refere-se a equipamento como sendo um “ativo”. E esta geração possui visão holística
dos processos de manutenção, sendo assim, se destaca por maior gestão do risco, confiabilidade
humana, manutenção preditiva, acuracidade na medição dos resultados, além da bagagem
acumulada dos períodos anteriores (PRAGMA, 2014).
A disponibilidade é definida como sendo o percentual que o ativo está em condições
técnicas de executar a função requerida durante um intervalo de tempo determinado. A
indisponibilidade é o inverso da disponibilidade, isto é o percentual que o ativo ficou parado
devido a problemas de manutenção (ABNT, 1994).
Existe atualmente quatro tipos de manutenções, porém ao longo dos anos alguns tipos
de manutenção foram estratificados, afim de obter maior detalhamento no tipo de intervenção
a ser executada no ativo físico (BRAIDOTTI, 2013).
Nos próximos itens será explanado o conceito de cada um dos tipos de manutenções
mais utilizadas.
Manutenção corretiva não planejada: A manutenção corretiva não planejada, ou
ainda, manutenção corretiva emergencial, é a intervenção realizada no ativo sem prévio
4
A RCM é conhecida por ser uma metodologia sistemática e muito profunda, tendo como
objetivo principal a prevenção de falhas, visando o aumento da disponibilidade e redução de
custos com o ativo. Para a implementação da metodologia de RCM, Siqueira (2005) identifica
a necessidade de um grande corpo técnico especializado. Devido à complexidade do projeto
seria necessário um facilitador, um especialista em RCM, um engenheiro de manutenção, um
técnico de manutenção especializado, um especialista de equipamento e, para coordenar toda
essa equipe, seria necessário um gestor de manutenção e um coordenador de projeto dedicado
ao RCM (MARTORELL, 2000; SIQUEIRA, 2005).
A proposta da RCM é preservar as funções do ativo, manter alto nível de confiabilidade
e segurança, aumentar a disponibilidade, reduzir o custo de reparo, atacar no foco do problema,
no modo de falha do sistema, reduzir as intervenções e atuar somente onde realmente necessita
(SIQUEIRA, 2005).
Siqueira (2005) elaborou um comparativo (Tabela 2), onde expõe as diferenças entre a
manutenção tradicional e a manutenção baseada em RCM.
6
Nos próximos subitens deste trabalho, será explanado breve conceito das etapas da
metodologia padrão relacionadas na Tabela 3.
1) Divisão dos sistemas e subsistemas: A divisão do ativo em sistema e subsistemas tem como
objetivo o desmembramento em partes distintas, assim facilitado a visualização isolada de
cada sistema e subsistema, bem como as funções desempenhadas por ambos. Com a divisão
também será possível a minimização do tempo de implementação do método, pois será
observado apenas alguns itens do ativo e não o ativo como um todo (SIQUEIRA, 2005).
Exemplo:
1. Sistema X
1.1. Subsistema X.Y
1.2. Subsistema X.Z
4) Definições de modos de falha: São ocorrências que coincidem em uma redução parcial ou
total das funções do ativo. O modo de falha está diretamente ligado à falha funcional (PRÁ,
2010).
Quando os modos de falha são identificados, tem-se a possibilidade de planejar
intervenções de forma estruturada, evitando a falha funcional e aumentando o índice de
disponibilidade (MOUBRAY, 2000; PRÁ, 2010).
Os modos de falha podem ser oriundos de várias causas, tais como: problemas elétricos,
mecânicos, de estrutura, ou até mesmo, causas relacionadas a erros humanos. Ao longo dos
anos foi estudado o comportamento dessas falhas e foi desenvolvido um gráfico chamado de
curva da banheira. A curva da banheira representa a curva de defeitos relacionando a
probabilidade de falha com o ciclo de vida do ativo. Na Figura 2 temos a representação
simplificada de uma curva da banheira (XENOS, 1998).
10
6) Definição de efeito de falha: Salmanzo (2012) define, os efeitos da falha, como o problema
que é gerado quando ocorre o modo de falha (SALMANZO, 2012).
9) Análise do risco: Siqueira (2005) define que para realizar a análise do risco é necessária
realizar a multiplicação dos fatores de frequência e gravidade (Tabela 4). Com a obtenção
dessa multiplicação, terá uma sequência de classificação da ocorrência. A ocorrência será:
desprezível, tolerável, indesejável ou intolerável. Sendo que, quanto maior o nível de
complexidade da ocorrência, maior será a intolerância da mesma, e vice-versa. Sendo assim,
na Tabela 5 é montada a matriz indicada por Siqueira (2005), que traz as frequências, as
gravidades e a respectiva análise do risco para cada ocorrência registrada no ativo
(SIQUEIRA, 2005).
4 METODOLOGIA
Para realizar este trabalho fez-se uso de uma metodologia que está em consonância com
os objetivos específicos.
A Figura 3 apresenta as 11 (onze) etapas da metodologia.
de vida, tratar de forma analítica as informações que ainda não haviam recebido nenhum tipo
de tratamento, ou simplesmente haviam sido ignoradas por falta de conhecimento.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Descrição do ativo e suas características
Foi realizado a escolha do ativo piloto para a elaboração deste trabalho. O misturador
de pó modelo Ribbon Blender (Figura 4). Este misturador tem uma relevante importância no
processo produtivo, pois o ativo ilustrado produz o principal produto da empresa.
O ativo escolhido para ser o piloto é do fabricante Sans Souci, modelo Ribbon Blender,
foi fabricado no ano de 1997. O ativo trabalha em regime de batelada e possui capacidade
instalada, por batelada, de 200 quilogramas (kg). Opera efetivamente cerca cinco horas por dia
e cinco dias por semana, com capacidade mensal de 4.400 kg de pó de produto.
Para movimentar toda a carga de pó, o ativo possui um motorredutor do fabricante SEW,
que possui um motor elétrico de 3,7 kW de potência, gerando uma rotação de 1.730 RPM. O
redutor possui uma redução de i: 50,18 gerando uma rotação de saída de 38 RPM e um torque
de 1.050 Nm (SEW, 2006). O redutor tem seu eixo de saída interligado no eixo principal do
misturador por meio de um acoplamento.
Descrição da unidade
2 Unidade industrial matriz Produzir os produtos
industrial
Descrição da unidade
4 Sólidos Produzir produtos sólidos
produtiva
Após calcular a média de tempo das ocorrências foram definidos os critérios dos níveis
da frequência (Tabela 7). Os níveis foram estabelecidos da seguinte forma:
23
5.4.2 Gravidade
Para definir o nível da gravidade foi realizado, conforme a definição de Siqueira (2005),
uma avaliação interna, com as pessoas envolvidas no processo, colocando em pauta a
representatividade do ativo para o processo produtivo. E então o nivelamento da gravidade foi
realizada de acordo com o conhecimento de todos os envolvidos no processo produtivo. A
Tabela 8 vincula a gravidade com seu respectivo nível.
A matriz de análise de risco de Siqueira (2005) define que quanto maior o nível de
complexidade da ocorrência, maior será a intolerância da mesma. Para facilitar o entendimento
e a aplicação da metodologia, as classificações foram destacadas com cores intuitivas. A cor
verde indica que é aplicável um tipo de manutenção mais branda que a cor vermelha, que por
sua vez apresentou maior cuidado na escolha de sua estratégia de manutenção.
Os critérios para a escolha dos tipos de manutenção, para cada tipo de análise de risco,
foram realizados de acordo com os conceitos de manutenção existentes. Dessa forma, em uma
análise de risco desprezível foi aplicado uma manutenção corretiva emergencial, pois entendeu-
se que a falha daquele componente não impactava de forma significativa no bom funcionamento
do ativo, uma lâmpada queimada, por exemplo.
Por outro lado, o critério para a escolha do tipo de manutenção, para uma análise de
risco considerada intolerável, foi classificado como uma falha que não poderia ocorrer, pois as
consequências seriam catastróficas para o bom funcionamento do ativo. Para esse tipo de
análise de risco foi considerado mais de um tipo de manutenção, sendo manutenções preditiva,
onde foram incluídas as rotas de manutenção, técnicas de ensaio não destrutivos e
monitoramentos sistemáticos, e manutenção preventiva por substituição, aquela em que é
contemplado as substituições periódicas, no qual o fabricante do componente já estipula a data
de substituição.
Apêndice II, apresenta as atividades do plano de manutenção antigo. Mostra, também, que as
descrições das atividades não estavam especificadas de forma clara, onde a execução da
atividade ficava a critério de cada técnico e os resultados eram sentidos no alto índice de
indisponibilidade, ilustrado no gráfico da Figura 6.
A partir dessa revisão do plano de manutenção do ativo estudado, foi gerado um novo
plano de manutenção. Além do plano de manutenção preventiva, foi desenvolvido planos de
manutenção preditiva, bem como rotas de manutenção, afim de identificar uma possível
anomalia.
No Apêndice III tem-se o plano de manutenção montado de acordo com o tipo de
manutenção aplicado para cada sistema e subsistema. O novo plano foi dividido em várias
etapas, sendo quinzenal, mensal, trimestral, semestral, anual e bianual. Considerando atividades
com o ativo parado ou em operação.
A organização das tabelas ficou da seguinte forma: no cabeçalho tem-se a descrição do
tipo das atividades, se é uma rota de manutenção ou intervenção no ativo, TAG, número do
plano preventivo, número da rota de manutenção e/ou inspeção e número do grupo de lista de
tarefas, ambos cadastrados no sistema de gestão da empesa. Tem-se o código de revisão e a
data da mesma.
Na linha seguinte tem-se o número de recursos o tempo necessários para a execução de
todas as atividades listadas.
Nas colunas tem-se a descrição do sistema, a condição de operação (onde 1 é com o
ativo operando e 0 é com o ativo parado), o código da operação a ser executada, a descrição do
subsistema que sofrerá a intervenção, o código da sub operação (vinculado ao código de
operação anterior), o texto breve da operação (esse texto traz a descrição do possível modo de
falha), o texto descrevendo as atividades a serem executadas que o profissional manutentor
deverá realizar para prevenir que o problema ocorra, o tempo estimado de execução da atividade
e o tipo de atividade, se é de manutenção mecânica ou eletroeletrônica.
A Tabela 14 (Apêndice III) apresenta a estrutura da rota de manutenção quinzenal, que
tem como intuito a identificação de alguma possível anomalia dado tempo de programar a
correção da mesma na manutenção preventiva mensal proposta na Tabela 18 (Apêndice III).
A Tabela 15 (Apêndice III) propõe a rota de manutenção mensal que, da mesma forma
que a rota de manutenção quinzenal, tem a finalidade de, junto com o plano de manutenção
mensal, detectar anomalias maiores que serão tratadas posteriormente de forma planejada e
estruturada.
27
A Tabela 16 (Apêndice III) contém o plano de manutenção preditivo trimestral, que tem
como propósito realizar ensaios não destrutivos e inspeções sensitivas, como análise de óleo
lubrificante, medição de vibração e os próprios sentidos do manutentor. Esses ensaios têm em
vista a detecção prematura de possíveis anomalias.
A Tabela 17 (Apêndice III) é uma rota de verificações semestral com o mesmo propósito
das anteriores, no entanto para verificação da condição dos cabos de força do equipamento, pois
como é um ativo que é constantemente lavado com água abundante, essa rota tem como objetivo
de monitorar a condição dos cabos.
A Tabela 18 (Apêndice III) recomenda algumas atividades a serem realizada
mensalmente, como limpeza de painel elétrico, verificação de fixação das buchas cônicas dos
rolamentos e outras atividades que devem ser verificadas ao menos uma vez por mês.
A Tabela 19 (Apêndice III) propõe o plano de manutenção preventiva semestral com a
intenção de coletar informações de problemas maiores que serão considerados em uma
intervenção de final de ano, onde o equipamento terá um período de inatividade de acordo com
a estratégia adotada pela empresa.
A Tabela 20 (Apêndice III) é uma proposta de plano anual que tem como objetivo a
restauração da pintura e substituição do óleo lubrificante. Essa parada é oportuna para a
execução das demais atividades mais complexas programadas ao longo do ano.
A Tabela 21 (Apêndice III) contempla atividades do plano de manutenção bianual que
propõe a execução de uma reforma completa no motorredutor do ativo.
Com a aplicação da metodologia simplificada proposta, foi possível verificar uma
notável evolução da disponibilidade e da confiabilidade do ativo frente ao cenário em que se
encontrava anteriormente.
Pode-se observar, no gráfico da Figura 10, que ocorreu um percentual de 0,9% de
indisponibilidade no mês de junho, gerado por uma parada devido à identificação de parafusos
soltos no mancal do eixo principal do misturador, entretanto, a causa da ocorrência foi pontual
e também foi no mesmo mês em que se deu o start inicial do novo plano de manutenção do
ativo.
28
5.9 Sustentabilidade
A palavra sustentabilidade é deriva do termo chamado “desenvolvimento sustentável”
e foi mencionado pela primeira vez no ano de 1972 em Estocolmo, na Suécia. Desde então vem
sendo muito enfatizado no contexto atual, principalmente no ambiente industrial, visto que é
um segmento que, de certa forma, tem uma relevante presença nas ações e estratégias para
assegurar e incentivar a prática nos seus processos internos e externos (BRASIL, 2017).
Quando se comenta em sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável, logo se pensa
em meio ambiente, no entanto o assunto sustentabilidade é muito mais abrangente. O conceito
de desenvolvimento sustentável é amparado por três pilares, que são: o pilar ambiental, o pilar
social e o pilar econômico (BRASIL, 2017).
A ideia inicial desse trabalho teve um forte viés de sustentabilidade, uma vez que realiza
o levantamento de um estudo voltado, primeiramente, na sustentabilidade econômica do
negócio da empresa, visto que fez uso de uma metodologia simplificada com um número
inferior de mão de obra sugerida pelo autor Siqueira (2005). Com este trabalho a empresa irá
reduzir os custos com contratação de pessoas extras e com execução de manutenção
desnecessária, aumentando a disponibilidade dos ativos, o que impactará diretamente no
aumento da competitividade da organização frente ao mercado, e ainda poderá utilizar o
29
6 CONCLUSÃO
Este trabalho teve como principal proposta o aumento da disponibilidade do ativo
estudado obtendo um retorno aceitável de indisponibilidade, a mensuração e comprovação da
redução viável do capital humano para a elaboração de revisão de plano preventivo dos ativos
da organização, tendo como principal propósito a redução de tempo das revisões de planos de
manutenção, redução de custo e a estruturação da área de manutenção da empresa.
Ao longo deste trabalho foi possível responder questão exposta na introdução deste
mesmo trabalho, que foi: Qual seria o tamanho mínimo do grupo de trabalho necessário para
implementação de uma metodologia fundamentada em RCM?
Sendo assim, com a elaboração deste estudo foi possível confrontar a bibliografia, que
indica para a implementação do sistema RCM um grande corpo de profissionais altamente
qualificados aumentando consideravelmente o custo fixo da organização. Também foi possível
comprovar que a execução da revisão do plano preventivo do ativo estudado, no qual foi
utilizado as ferramentas desenvolvidas neste trabalho, foi realizado pelo autor deste trabalho,
formando em Engenharia Mecânica com o apoio de um técnico em eletrônica.
Para que conseguisse apresentar o resultado esperado e aumentasse a confiabilidade e
disponibilidade do ativo, o trabalho ainda possuía alguns objetivos específicos. Um desses
objetivos era a definição das etapas da metodologia simplificada.
Sendo assim, foi realizado o desenvolvimento de 11 (onze) etapas, que detalharam todos
os passos necessários para o desenvolvimento da metodologia proposta.
Na etapa de determinação do ativo para o estudo, foi levado em consideração a relevante
importância e representatividade no processo produtivo, assim como na contribuição do mesmo
para a lucratividade e a manutenção da organização.
A proposta do novo plano teve como principal objetivo a diversificação dos tipos de
manutenção aplicados no ativo. O novo plano tem grande enfoque na execução de atividades
externas, isto é, na realização de rotas de manutenção com o ativo em operação. Esse tipo de
estratégia visa a identificação inicial de possíveis falhas potenciais. As rotas também têm a
função de levantar pendências menores para serem realizadas nas paradas de manutenção
preventiva do ativo.
Além de rotas de manutenção, também foram propostos planos de manutenção preditiva
e preventiva, sendo esse último com periodicidades distintas, de acordo com a necessidade de
reparo do ativo e com a estratégia da organização.
Com a aplicação da metodologia proposta, verificou-se que o ativo obteve uma redução
significativa da indisponibilidade para 0,9% logo após o plano ter sido colocado em prática, e
31
nos quatro meses seguintes, pode-se observar que o ativo teve 0% de indisponibilidade, isto é,
o ativo manteve nesses quatro meses, pós implementação do novo plano de manutenção, com
100% de confiabilidade operacional e um aumento de 96% de disponibilidade do ativo no
período analisado.
32
REFERÊNCIAS
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 5462:
Confiabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro, 1994.
DOCOR Indústria e Comércio Ltda. Misturador de pós em geral: Tipos de misturadores. [On-
line] 2015. Disponível em: < http://www.docor.com.br/produtos-industriais/misturador-de-
pos/>. Acesso em: 08 set. 2017.
TAG: TAG-XXX Nº do plano preventivo SAP: XX Grupo de lista de tarefas SAP: XXXX
Analise de risco
Frequência
Gravidade
Subsiste- Periodici Cond Tempo Cond Tempo
Nº Sistema Modo de falha Causa de falha Efeito de falha Tipo de manutenção aplicável Tarefa proposta da rota Tarefa proposta da preventiva Periodicidade
ma dade Op. (h) Op. (h)
Lubrificação semestral
( ) Mancal A
Mobilgrease HP 222
Enchimento
( ) Mancal B
Mobilgrease HP 222
Enchimento
( ) Redutor
Mobilgear 634
Troca de óleo
1 30 CABOS SOLTOS NA CAIXA DE LIGAÇÃO. VERIFICAR SE OS CABOS ESTÃO EM PERFEITO ESTADO. 0,2 MELET
QUEBRA DOS PARAFUSOS DE FIXAÇÃO DOS REVISAR O APERTO DOS PARAFUSOS DOS MANCAIS. SE
1 20 0,2 MMEC
MANCAIS. NECESSÁRIO, REAPERTÁ-LOS.
43
VERIFICAR OS CABOS DE
ALIMENTAÇÃO SE ESTÃO EM
ACIONAMENTO PERFEITAS CONDIÇÕES. CASO
1 10 SENSORES 10 CABOS SOLTOS E/OU RESSECADOS. 0,2 MELET
ELÉTRICO ENCONTRAR ALGUMA ANOMALIA,
ABRIR NOTA PARA PROGRAMAR
CORREÇÃO.
45
0 30 FALHA NOS DISJUNTORES. REALIZAR TESTE PRÁTICO DOS DISJUNTORES. 0,3 MELET