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Nota

Grupo Educacional Trevo Professora


Master Michele
Gramática
Infantil - Fundamental – Médio

nº 7ª Série A
Nome:

Data: ______/_______/______ Curso: E.F.II 3º Trimestre Tipo de avaliação: Material de Apoio


Objetivos: Leitura e material de consulta.

Instruções: Se possível, procure ter sempre acessível este material ao realizar exercícios. Dúvidas
entrar em contato com: michele@trevomaster.com.br. Valor

Estudo dos Sujeitos e Predicados

Sujeito: é sobre o que (ou quem) a frase declara, conta, fala sobre algo. Por exemplo: Meu irmão
chegou tarde ontem. (quem chegou tarde ontem? – Meu irmão). Da mesma maneira: A mesa da
sala quebrou com o peso dos livros. (O que quebrou com o peso dos livros? -A mesa da sala).

Temos como uma dica realmente “perguntar” o quê? Ou quem? para os verbos nas frases.

Assim, temos em mente a primeira “regrinha” para análise sintática:

1º Encontrar o(s) verbo(s) ou locução(ões) verbal(ais);

2º “Perguntar ao verbo” (e ao restante da frase): QUEM ou O QUE fizeram a ação – Desta


maneira, encontramos o sujeito da nossa frase;

3º Recordar que, “tirando o sujeito, o que sobra é predicado”; assim, já teremos o sujeito e o
predicado da nossa frase;

4º Classificar o sujeito conforme as informações a seguir:

- Temos, na gramática da Língua Portuguesa, cinco (5) tipos de sujeitos: Simples, Composto,
Desinencial1, Indeterminado e Inexistente.

- Sujeito Simples (S.S): é aquele que possui somente um único núcleo, ou seja, somente um
único termo (palavra) que tenha relevância – e que as demais se relacionem com ela. Por exemplo:

Maria é a menina mais feliz da escola.

1º – Verbo: É;

2º - Quem é? – Maria. Aqui conseguimos encontrar nosso sujeito. Esse sujeito ‘Maria’ é somente
uma palavra, sendo assim, um sujeito com um único núcleo.

Outro exemplo:

A menina mais inteligente e dedicada receberá um prêmio.

1º - Verbo: Receberá;

1 Todos esses tipos de sujeito também são considerados DETERMINADOS – explicação logo adiante. Para a nomenclatura
“DESINENCIAL”, ressalva-se que, na atualidade é a mais utilizada, seguida de sujeito “Elíptico” – a nomenclatura para esse tipo de
sujeito como SUJEITO OCULTO tem sido sutilmente abolida da maioria das gramáticas desde 2018.
1
2º - Quem receberá? – A menina mais inteligente e dedicada. Nesse tipo de exemplo temos
cinco palavras compondo o sujeito, assim, qual será o (os) núcleos? Perceba que, todas as palavras
que compõem esse sujeito se relacionam a uma em específico:

A menina mais inteligente e dedicada

Os demais elementos dentro de um sujeito serão estudados em breve. Por exemplo: o artigo A,
o superlativo adjetivo “mais inteligente” e o adjetivo “dedicada” farão parte dos adjuntos adnominais.

Sujeito Composto (S.C.): é aquele que possui dois ou mais núcleos dentro de um sujeito.
Lembrando que os núcleos são as palavras “mais importantes” – e consequentemente são aquelas
a que outras palavras se referem, temos como exemplos:

Pedro, Caio, João e Arthur estiveram na festa de encerramento do ano letivo.

Recordem os passos para encontrar o sujeito:

1º - Verbo: estiveram

2º - “Quem estiveram”? – Resposta de acordo com a frase: Pedro, Caio, João e Arthur.

Neste exemplo não podemos dizer que João é mais importante do que Pedro, ou Arthur é menos
importante do que Caio, todos os elementos são essenciais na construção desse enunciado, desta
maneira, Pedro, Caio, João e Arthur serão nossos núcleos do sujeito, tendo assim, um sujeito
composto.

Nesse mesmo raciocínio, temos um outro exemplo:

As árvores frutíferas, os animais rasteiros e os pequenos riachos foram contemplados


naquela fotografia.

Neste exemplo, fazemos o mesmo passo a passo da análise:

1º - Verbo: foram contemplados (neste caso temos uma locução verbal2).

2º - “Quem foram contemplados? Resposta de acordo com a frase: As árvores frutíferas, os


animais rasteiros e os pequenos riachos.

Aqui, percebam que: teremos três núcleos: árvores, animais e riachos. E por que o restante das
palavras não compõe o núcleo? Exatamente pelo mesmo motivo do exemplo “A menina mais
inteligente e dedicada”, vejam:

As árvores frutíferas – tanto o “As” como o termo “frutíferas” acompanham e acrescentam


informações a palavra “árvores”; depois: “os” e “rasteiros” acompanham e acrescentam definições

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Locuções verbais são dois ou mais verbos unidos, é um tipo de conjugação composta constituída de um verbo auxiliar
(os principais são: ter, haver, ser, estar, contudo não são excluídas outras formas verbais que possam vir a aparecer).
Esses verbos auxiliares estarão seguidos do verbo principal em sua forma nominal de gerúndio ou infinitivo. Ex: Tenho de
ir hoje; Sandra veio correndo; Ela não queria comprometer-se.
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a palavra “animais”, e para concluir: “os” e “pequenos” são, também, palavras que “qualificam” o
termo “riachos.

Sujeito Desinencial (S.D): também conhecido como sujeito elíptico ou “oculto” (vide explicação
em nota de rodapé 1), são sujeitos que não aparecem escritos na frase, porém, podemos identifica-
los de acordo com os pronomes das conjugações verbais (Eu, Tu, Ele(a) - você, Nós, Vós – vocês).
Exemplo:

Subi as escadas apressado.

1º - Verbo: Subi;

2º - Quem “subi”? (Sim, fica muito estranho e, por isso conseguimos responder: EU).

Como conseguimos identificar quem fez a ação mas, “este” sujeito não aparece escrito na frase –
somente na “terminação” do verbo ou na “desinência verbal”, o chamamos de Sujeito Desinencial. Outro
exemplo:

Veremos vocês amanhã.

1º - Verbo: Veremos;
2º - “Quem” veremos? Resposta de acordo com a frase: Nós.

Ou: Conseguiu consertar seu celular?

1º - Verbo: “Conseguiu consertar”


2º - “Quem” conseguiu consertar? Resposta de acordo com a frase: VOCÊ.

Ou: Vais viajar para Brasília?


1º - Verbo: Vais viajar;
2º - “Quem” vais viajar? Resposta de acordo com a frase: Tu ou Você.

Sujeito Indeterminado (S.Ind.): é aquele que, além de não aparecer escrito na frase, não
conseguimos determinar quantos ou quais são. Vejam:
Falaram mal de você.

1º - Verbo: “Falaram”;
2º - “Quem” falaram? Ou, “quem” falou” – percebam que na própria pergunta já podemos supor que foi
somente uma ou mais pessoas. A resposta de acordo com a frase: “Não sei, pode ser que tenha sido ela,
que tenha sido ele, que tenha sido a sala toda ou que tenha sido seus parentes”, assim, não podemos
qualificar e nem “quantificar” esse(s) sujeito(s).

Detalhe importante: somente será sujeito indeterminado quando o verbo aparecer na 3ª


pessoa do plural ou quando acontecer do verbo vir no singular (também 3ª pessoa),
acompanhado da “partícula SE” – a qual recebe o nome de Índice de Indeterminação
do Sujeito (I.I.S.). Exemplo: Fala-se mal de você.

Sujeito Inexistente (S.Inex.) ou Oração sem Sujeito (O.S.S.): é aquele que, definitivamente,
não aparece na frase, não podemos determinar, quantificar e nem definir, ou seja, a frase é
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constituída somente sobre um fato pois o conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser. Este tipo de
sujeito aparece em alguns casos:
☼ Com o verbo HAVER na forma impessoal:
- Haver com sentido de existir, acontecer, realizar-se, decorrer. Exemplos:
Há plantas venenosas. = Existem plantas venenosas.
Havia quadros nas paredes. = Tinha quadros nas paredes.
Houve algo de anormal? = Aconteceu algo de anormal?
Havia três meses que não saía de casa. = Decorreu três meses que não saía de casa.

PS: Fora esses exemplos o verbo HAVER não é considerado impessoal. Por exemplo: Os
culpados se haverão com a justiça.
☼ Com os verbos haver, passar, ser e estar, com referência a tempo. Nestes casos o verbo NUNCA
virá no plural. Exemplos:
Faz dois anos que me formei.
Hoje fez muito calor.
Era o mês de maio quando eles se casaram.
Era à hora do jantar.
Está cheio de gente por aqui.

☼ Com verbos que demonstram fenômenos meteorológicos: PS: Lembrem-se que, ao usar esses
verbos no sentido figurativo, eles
Ventou muito nesta tarde. deixarão de ser impessoais e
Chovia torrencialmente. concordarão com o sujeito. Ex: Ela
Anoiteceu rapidamente. chovia desaforos para cima do
Nevou no sul do país. namorado; Eu anoiteci com aquela
notícia.

TAMBÉM PODEMOS CLASSIFICAR O SUJEITO DE ACORDO COM A VOZ VERBAL, SENDO


DENOMINADO COMO SUJEITO AGENTE, PACIENTE OU REFLEXIVO.

Sujeito Agente: é aquele que faz a ação expressa no verbo da frase. Exemplo: O rio Nilo permeia todo o
Egito; ou O remorso atormentou o criminoso. Percebam que, tanto em uma frase como na outra, podemos
encontra o sujeito (seguindo o passo a passo) e percebemos que ele é quem atua sobre o sentido da frase.
O rio Nilo é quem faz a ação de permear o Egito e, O remorso é que fez a ação de atormentar o criminoso.

Sujeito Paciente: é aquele que recebe os efeitos da ação verbal. Muito comumente alguns gramáticos
colocam como “o sujeito sofre a ação”, porém, o termo “sofrer”, na nossa cultura, remete a algo trágico –
o que não é sempre que aparece. Veja: O criminoso foi atormentado pelo remorso. Percebam aqui que, o
remorso faz a ação sobre o criminoso (que é o nosso sujeito nesta frase); ou O Egito é permeado pelo rio
Nilo (da mesma maneira, “O Egito” recebe a ação de ser permeado pelo rio.

OU

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Sujeito Reflexivo: é aquele que faz e recebe a ação ao mesmo tempo (associem ao termo reflexo:
espelho). Por exemplo: “Ele penteou-se com todo cuidado”; “Eles abraçaram-se fortemente”; ou “Ela
trancou-se no quarto”.

PREDICADO: é considerado como a “essência” da oração. Sempre precisão conter o verbo e, ao


recordarmos dos passos para análise sintática, termos a descoberta do predicado de maneira fácil. Vejam:

A alegria, a felicidade e as inúmeras conquistas fazem parte da nossa vida.

1º - Verbo: “fazem”;

2º - “Quem” fazem? - A alegria, a felicidade e as inúmeras conquistas (Sujeito Composto –


núcleos: alegria, felicidade, conquistas);

RECORDEM QUE: TIRANDO O SUJEITO, O QUE SOBRA É PREDICADO! – INCLUSIVE O VERBO!!!!

Temos três tipos de predicados na nossa língua:

- Predicado Verbal (P.V.): é aquele que apresenta um verbo significativo (também chamado de
nocional em algumas gramáticas) e que, simplificando, não são verbos de ligação. Esses verbos
poderão ser seguidos ou não de complementos ou termos acessórios e apresentam uma das
seguintes estruturas:

a) As jabuticabeiras1 floresceram2. 1. Sujeito / 2. Verbo Intransitivo (V.I) = PREDICADO VERBAL

b) A família1 chamou2 o médico3. 1. Sujeito / 2. Verbo Transitivo Direto (V.T.D) / 3. Objeto Direto
(O.D.) = PREDICADO VERBAL

c) Os jovens1 gostam2 de aventuras3. 1. Sujeito / 2. Verbo Transitivo Indireto (V.T.I) / 3. Objeto


Indireto (O.I.) = PREDICADO VERBAL

d) O pintor1 ofereceu2 o quadro3 ao amigo4. 1. Sujeito / 2. Verbo transitivo direto e indireto (V.T.D.I)
/ 3. Objeto direto (O.D) / 4. Objeto indireto (O.I).

S. + V.I. = P.V. S. + V.T.D + O.D = P.V. S. + V.T.I. + O.I = P.V. S. + V.T.D.I + O.D + O.I = P.V.

- Predicado Nominal (P.N.): é aquele que apresenta um verbo de ligação (ser, estar, parecer,
tornar-se, etc.) e seu núcleo será um nome (substantivo, adjetivo, pronome) que fará a função de
relacionar diretamente o sujeito a sua característica. Exemplos:

As moças eram encantadoras.


S. + V.L + P.S = P.N.
Sujeito Verbo Predicativo
De do Sujeito
Ligação 5
- Predicado Verbo-Nominal (P.V.N.): esse predicado terá os dois tipos de predicado
anteriormente explicados juntos. Assim, ele terá um verbo significativo (V.I; V.T.D; V.T.I; V.T.D.I) e
aparecerá um predicativo (que poderá ser = Predicativo do Sujeito ou Predicativo do Objeto).

Podemos considerar que as frases que apresentam predicado verbo-nominal apresentam um


verbo significativo e o verbo de ligação fica implícito, escondido, oculto na frase. Da mesma maneira,
será uma frase que poderá ser dividida em duas, mantendo o mesmo sujeito para ambas
construções. Exemplos:
O aluno deixou a sala.

O aluno deixou a sala cansado.

Sujeito VTD OD PS O aluno estava cansado.

Eu assisti à cena.
Eu assisti à cena assustado.
Sujeito VTI OI PS
Eu estava assustado.

Eu acho Denise, irmã da Rafaela, muito bonita.


Sujeito VTD OD Aposto* PO

* Esse termo acessório estudaremos mais adiante.

No caso do Predicado Nominal e do Predicado Verbo-Nominal, teremos os Predicativos (do


Sujeito e/ou do Objeto). Vamos esclarecê-los um pouco:

PREDICATIVO DO SUJEITO: o próprio nome já demonstra que “é um predicado ‘pequenininho’, ou, um


pedacinho do predicado”. É exatamente isso! Dentro do nosso predicado teremos um elemento que irá se
relacionar com o nosso sujeito, demonstrando uma característica, um estado ou o modo de ser do sujeito
na frase.

Exemplos: As crianças estavam com fome. / A vida tornou-se leve. / A ilha parecia deserta. / O portão
permanecerá fechado.

PREDICATIVO DO OBJETO: será um termo que irá qualificar, demonstrar uma característica, um estado
ou um modo de ser do OBJETO da frase. Observem:

O juiz declarou o réu inocente. (Quem é inocente? O réu! E qual a classificação dele nesta frase? Objeto
Direto).

Os visitantes tinham os pés inchados. (O que estava inchado? Os pés! E qual a classificação desse termo
na frase? Objeto Direto).

As paixões tornam os homens cegos. (A quem o termo cegos se refere? Aos homens! E qual a
classificação dele na frase? Objeto Direto).
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TRANSITIVIDADE VERBAL

Quando falamos de transitividade verbal estamos nos referindo a forma como o verbo se
comporta dentro da frase. Teremos os verbos que os complementos virão diretamente relacionados
a eles; também teremos os verbos que necessitam de uma preposição para chegar a seu
complemento; teremos também aqueles que nem precisam de complementos. Vejamos as
nomenclaturas e as definições de cada um:

Verbo Transitivo Direto (V.T.D): será aquele que se ligará ao complemento sem o uso
da preposição, por exemplo:
Eles compraram uma casa.
S.S. V.T.D. O.D.

Para reconhecer o Verbo Transitivo Direto, depois do passo a passo para encontrar o sujeito,
vamos analisar o verbo. Ao verificarmos na frase acima, por exemplo, o verbo COMPRARAM vem
acompanhado de um ‘complemento’. Perceba que, ao “perguntarmos” para o verbo, diante do
contexto da frase, “Eles compraram o quê?, afinal, quem compra, compra algo!”, temos como
resposta “uma casa”. Aqui, vale destacar dois pontos: o primeiro: na “pergunta” não temos uma
preposição, e segundo, “na resposta que temos (diante da frase), também não teremos preposição.
Esse é o conceito para perceber a diferença da transitividade dos verbos. Veremos outro exemplo:

Eles gostam de chocolate.


S.S V.T.I. O.I.

Na frase acima temos a seguinte análise: depois de encontrarmos o sujeito, partimos para o verbo.
Nesse exemplo, o verbo é gostam. Ao verificarmos como esse verbo “funciona” dentro dessa frase
percebe-se que: “eles gostam DE quê? A resposta será: DE chocolate.
Quando isso acontece, temos o que se chama Verbo Transitivo Indireto (V.T.I.), pois, para
chegar a seu “complemento” ele precisará de uma preposição.
No entanto, cabe relembrar que não é somente DE que funciona como preposição. Abaixo temos
uma tabela com as chamadas: Preposições essenciais (sempre que aparecerem em um texto serão
classificadas como preposições); temos as Preposições acidentais (que, por vezes, aparecerão
como preposições); temos também as combinações e contrações prepositivas.

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Verbo Transitivo Direto e Indireto (V.T.D.I.) -Teremos também o tipo de verbo que
“combina ou mistura” os dois anteriormente apresentados (VTD e VTI = VTDI). Quando
aparecer esse tipo de verbo, teremos “obrigatoriamente” dois complementos, sendo um
sem preposição e outro com a preposição (não necessariamente nesta ordem, ok?). Vejam:

Marta enviou uma carta para Fabiano.


S.S. V.T.D.I. O.D. O.I.

Nesse exemplo, o verbo enviar “permite” dois complementos pois: quem envia, envia
algo, ‘para’ alguém. Esse primeiro complemento que virá sem a preposição – e que seria
o “algo” da frase (= uma carta) será o Objeto Direto. O complemento seguinte, o qual
completará o sentido de “para alguém” (= para Fabiano) vem precedido da preposição,
sendo assim, será um Objeto Indireto.

Verbo Intransitivo (V.I.): esse é o tipo de verbo que não precisará de complemento
algum – mas, muitas vezes o complemento aparecerá. Olhem que interessante: os

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complementos dos verbos intransitivos nunca serão denominados como “objetos”, e
sempre irão completar as frases com formas adverbiais. Verifiquem:

feliz. (Modo)
o hoje. (Tempo)
Ela vive com seus pais. (Companhia)
em Salvador. (Lugar)
para cuidar dos avós. (Finalidade)

* Reconhecer a transitividade verbal não é tarefa muito fácil, afinal, não existe uma lista de verbos
transitivos diretos ou indiretos, ou intransitivos. O que acontece é que, cada frase irá exigir um tipo
de verbo – e cada um exigirá um tipo de complemento. Lógico que temos alguns que nunca
mudarão, contudo, essa iniciativa de ‘decorar’ os verbos de uma transitividade é falha.

Verbo de Ligação: é o típico verbo que servirá para, realmente, ligar o sujeito a uma
característica dele(a) – denominada Predicativo do Sujeito (P.S). Esse complemento recebe esse
nome porque: primeiro, é um pedacinho do predicado (no diminutivo, por isso predicativo) e,
segundo porque esse “termo" irá se referir ao sujeito da frase. Observe:

Ela é linda. (S.S + V.L + P.S.) OU


Eles permanecem cansados.
No caso dos verbos de ligação temos alguns que podem ser elencados: ser, estar, permanecer,
ficar, tornar-se, andar, parecer, virar, continuar, viver.
Observem que curioso: no exemplo de verbos intransitivos foi inserido o verbo “Viver”, lembram-
se? E, ops! Ele aparece aqui também, como verbo de ligação!!! Prô, como irei diferenciar um do
outro?
Calma!!!
Lembrem-se que, para ser verbo intransitivo, todos os complementos serão advérbios, certo? E,
para ser verbo de ligação, o que precisamos? Exato! De uma característica do sujeito. Ficou mais
fácil?
OBS: é possível encontrar em algumas gramáticas listagem de verbos de acordo com
sua transitividade, mas, a melhor recomendação é para que vocês compreendam como
cada verbo funciona dentro de uma frase – e de acordo com seus complementos – para
depois denominá-lo como VTD, VTI...

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Os elementos estudados anteriormente, de acordo com a sintaxe, são denominados termos
essenciais (sujeito e predicado) e termos integrantes (complemento verbal (objetos – direto ou
indireto), o complemento nominal (veremos logo mais) e o agente da passiva). Até por serem
ESSENCIAIS, por exemplo, temos que “denominar” um sujeito que não existe, mostrando que,
aquele termo essencial deveria estar ali, porém, vocês têm o conhecimento da sua ausência em
uma frase.
A partir de agora veremos os chamados termos acessórios. Sim, da mesma forma que podemos
sair sem um boné ou um brinco, esses termos não necessitam estar na frase, contudo, eles vêm
para acrescentar informações a mais para os leitores.
Vejam:

Adjunto Adnominal: é o termo de valor adjetivo que vem associado a um substantivo (nome)
modificando, especificando ou caracterizando o seu sentido. Ele pode ser expresso por:
- Adjetivos: água fresca, terras férteis, animal feroz;
- Artigos: o mundo, as ruas, um rapaz;
- Pronomes Adjetivos: nosso rio, este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço,
que rua?;
- Numerais: dois pés; quinto ano, capítulo sexto;
- Locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra
especificação:
Presente de rei = qualidade / Livro do mestre, as mãos dele = posse / Água da fonte, filhos de
fazendeiros = origem / Casa de madeira, fio de aço = matéria / Casa de ensino, aula de inglês = fim,
especialidade / Histórias assustadoras = qualidade / Criança com febre = característica
Analise a frase:

Aquelas duas estudantes brasileiras encontraram alunos estrangeiros no evento.

Verbo: Encontraram (quem encontra, encontra alguém).


Sujeito Simples: “Quem” encontraram? Aquelas duas estudantes brasileiras
Núcleo do sujeito: estudantes
Adjuntos adnominais: aquelas, duas, brasileiras
Predicado: encontraram alunos estrangeiros no evento.
Núcleo do predicado: encontraram (Predicado Verbal) – VTD
Objeto Direto: alunos estrangeiros
Núcleo: alunos
Adjunto adnominal: estrangeiros
Adjunto adverbial: no evento (lugar).

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Veja como fica a análise dessa frase: Ela era uma menina feliz.
Sujeito: Ela
Núcleo do sujeito: Ela (S.S)
Predicado: era uma menina feliz
Núcleo do predicado: menina
Adjuntos adnominais: uma (artigo), feliz (adjetivo).
Como vemos, um único substantivo pode ser caracterizado ou determinado por vários adjuntos
adnominais. Nesse caso, o substantivo “menina” é acompanhado de ‘uma’ e ‘feliz’.

Adjunto adnominal e Complemento nominal

O adjunto adnominal se refere somente a substantivos, enquanto o complemento nominal, a nomes


(substantivos, adjetivos e advérbios).
A melhor forma identificar se um termo é adjunto adnominal ou complemento nominal é através
dos sentidos ativo e passivo que carregam.
ativo: adjunto adnominal passivo: complemento nominal

Os elogios da diretora aos estudantes eram verdadeiros.

Sujeito: Os elogios da diretora aos estudantes


Núcleo: elogios
Adjunto adnominal: os, da diretora
Complemento nominal: aos estudantes
Predicado: eram verdadeiros (Predicado Nominal – P.N.)
Verbo: eram – (Verbo de Ligação – V.L.)
Predicativo do Sujeito: verdadeiros (Núcleo do predicado)
A diferença entre o complemento nominal e o adjunto adnominal está no sentido que a frase
estabelece. Vejam que “a diretora fez os elogios” (sentido ativo), enquanto “os alunos os
receberam” (sentido passivo).

Adjunto adnominal e predicativo

Por vezes, também é comum confundir o adjunto adnominal com o predicativo.


Neste caso, substitua o substantivo (núcleo do termo) por um pronome substantivo. Se o
elemento que caracteriza esse substantivo for retirado, esse elemento é adjunto adnominal. E,
detalhe importante: para que tenhamos um predicativo do sujeito, precisamos ter um verbo de
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ligação e, para ter um predicativo do objeto a característica deve estar diretamente ligada ao OD e
ser indispensável ao entendimento. O predicativo se diferencia do adjunto adnominal porque ele
está sintaticamente “unido, agarrado, atrelado, ligado” ao termo que acompanha.

Exemplo:
O recente método de avaliação beneficia os alunos responsáveis*.
Sujeito: O recente método de avaliação
Núcleo: método
Predicado: beneficia os alunos responsáveis (Predicado Verbal)
Núcleo: beneficia (V.T.D.)
Complemento verbal: os alunos (O.D.)
Núcleo do O.D: alunos
Adjuntos adnominais: o, recente, de avaliação, os, responsáveis*
* Percebam que, o termo “responsáveis” não é essencial a frase, caso ele não aparecesse,
compreenderíamos o contexto. Porém, olhe este outro exemplo:

Nós consideramos a turma concentrada.

Sujeito Simples: Nós


Predicado: consideramos a turma concentrada
Verbo: consideramos (quem considera, considera algo ou alguém – O.D) (PVN).
Objeto direto: a turma
Núcleo do O.D: turma
Adjunto adnominal: a
Predicativo do Objeto: concentrada

Aqui, este último elemento é justamente um P.O. pois, sem ele, a frase não teria sentido, não
ficaria completa. “Nós consideramos a turma.”??? Perceberam?

Por enquanto, encerramos aqui essa imensa síntese da análise sintática. Espero tê-los ajudado
com dicas e exemplos. Agora, para realmente compreender, vamos para os exercícios???

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