Você está na página 1de 30

Direito Constitucional I

Aula 01: Teoria Geral da Constituição e do Direito


Constitucional

Prof. Paulo Eduardo Berni


paulo.berni@acad.ftec.com.br
Plano de Aula
Tema Teoria Geral da Constituição e do Direito Constitucional.
Compreensão; análise e resolução de problemas; análise, raciocínio e
Competências linguagem jurídica.

Manusear a Constituição Federal, possibilitando-lhes interpretar as fontes


Habilidades jurídicas, compreendê-las e expressá-las por meio da escrita ou da oratória.

1. Apresentar o plano do semestre.


2. Apresentar o conceito de Constituição.
Objetivos
3. Compreender as origens e difusão das constituições.
4. Compreender as causas da elaboração das constituições escritas.
1. Apresentação da disciplina e do plano de ensino.
Conteúdos 2. Conceito de Constituição.
3. Origem e difusão da constituição.
PLANO DA AULA:
I – Apresentação da disciplina e do plano de ensino.
II – Conceito de Constituição.
III – Origem e difusão da Constituição.
PLANO DA AULA:

I – Apresentação da disciplina e do plano de ensino.


II – Conceito de Constituição.
III – Origem e difusão da Constituição.
PLANO DE ENSINO
Como tirar o melhor dos anos de formação
universitária:
1. Ir além da sala de aula.
2. Diversificar.
3. Estar aberto.
4. Conviver com a diferença.
5. Desenvolver capacidades socioemocionais.

Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/10/09/Como-tirar-o-melhor-dos-anos-


de-forma%C3%A7%C3%A3o-universit%C3%A1ria?utm_campaign=edu&utm_source=Newsletter.
Acesso em 18/02/2019.
PLANO DA AULA:
I – Apresentação da disciplina e do plano de ensino.
II – Conceito de Constituição.
III – Origem e difusão da Constituição.
Qual o significado do termo
“constituição”?
Constitucionalismo.

Ideia de que todo o poder político deveria ser


legalmente limitado.

Charles Howard MacIlwain, historiador norte-


americano: “Todo governo constitucional é, por
definição, um governo limitado.”
Constitucionalismo.

Nicola Matteucci (Dicionário de política, p. 255): “Contudo,


na Idade Média, ele foi um simples princípio, muitas vezes
pouco eficaz, porque faltava um instituto legítimo que
controlasse, baseando-se no direito, o exercício do poder
político e garantisse aos cidadãos o respeito à lei por parte dos
órgãos do Governo. A descoberta e aplicação concreta desses
meios é própria (...) do Constitucionalismo moderno: deve-se
particularmente aos ingleses, em um século de transição como
foi o século XVII, quando as Cortes judiciárias proclamaram a
superioridade das leis fundamentais sobre as do Parlamento, e
aos americanos, em fins do século XVIII, quando iniciaram a
codificação do direito constitucional (...)”.
Constituição.

4 jur conjunto das leis fundamentais que regem a vida de


uma nação, geralmente elaboradas e votadas por um
congresso de representantes do povo, e que regulam as
relações entre governantes e governados, traçando limites
entre os poderes e declarando os direitos e as garantias
individuais; carta constitucional, carta magna, lei básica, lei
maior [É a lei máxima, à qual todas as outras leis devem
ajustar-se.].

Fonte: Dicionário Google (consultado em 26/02/2018).


Declaração Universal dos Direitos do Homem
e do Cidadão (1789).

Art. 16º A sociedade em que não esteja assegurada a


garantia dos direitos nem estabelecida a separação
dos poderes não tem Constituição.
O termo “constituição” pode representar,
portanto, dois fenômenos distintos:

1º: A estrutura de uma comunidade política organizada.


Nesse sentido, todos os Estados têm uma constituição!

2º: Documento formal que reúne o conjunto de normas que


estrutura uma comunidade política organizada,
hierarquicamente superiores às demais normas. São as
constituições escritas.
PLANO DA AULA:
I – Apresentação da disciplina e do plano de ensino.
II – Conceito de Constituição.
III – Origem e difusão da Constituição.
Matrizes do pensamento constitucional.

a) constitucionalismo inglês.
b) constitucionalismo francês.
c) constitucionalismo estado-unidense.
a) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo inglês.

- Nascimento da ideia de se atribuir sentido jurídico à


constituição de um povo.

- Costumes consagrados pela tradição para a ser


reconhecidos como direitos do povo.

- Constituição fundamentada nas decisões da comunidade, e


não na conveniência política dos governantes ou dos grupos
sociais superiores.
a) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo inglês.

Condições para que um costume se torne direito?

- uso contínuo e por tempo imemorial.


- deve ter sido praticado pacificamente.
- deve ser razoável, no sentido de não ser contrário à razão.
- deve ter sentido certo, não sujeito à avaliação (ex.: a
pessoa mais velha ocupará determinado cargo, e não a que tiver
mais méritos).
a) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo inglês.

O fato de uma norma ter como fonte um costume imemorial


não significa que transformações sociais não possam ocorrer.
Contudo, mudanças constitucionais só deveriam ocorrer em
circunstâncias excepcionais, quando houvesse necessidade
concreta, atual e evidente.
a) matrizes do pensamento constitucional: constitucionalismo
inglês.

A contribuição fundamental da experiência inglesa para o


constitucionalismo é o governo parlamentar.

Documentos relevantes:

- Magna Carta – 1215 (para ir mais fundo: https://www.bl.uk/magna-


carta):
(a) carta feudal feita para proteger os privilégios dos barões e dos
homens livres;
(b) fundamentos da ordem jurídica democrática inglesa.
a) matrizes do pensamento constitucional: constitucionalismo
inglês.

Documentos relevantes:

- Habeas Corpus Act – 1679: Proibição de prisões arbitrárias.

- Bill of rights – 1689: o rei reina, mas não governa:


(a) supremacia do Parlamento;
(b) afirmação da soberania popular (em detrimento do direito divino);
(c) inspiração ideológica para a formação das democracias liberais.

Importante salientar que NUNCA foi aprovada pelo Parlamento da


Inglaterra uma lei denominada “Constituição”!
b) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo francês.

A contribuição fundamental da experiência francesa para o


constitucionalismo é a declaração de direitos como
requisito formal necessário [e precedente] à Constituição.
b) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo francês.

Documentos relevantes:
- Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão
(1789).
(a) Concepção humana: indivíduos concebidos isoladamente e
titulares de direitos naturais.
(b) Afirmação da liberdade como primeiro objetivo a ser
alcançado.
(c) Culto à propriedade. Separação entre o público e o privado.

- Constituição de 1791 – não vista como norma jurídica superior.


b) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo francês.

Dalmo de Abreu Dallari (p. 228): “Em síntese, pode-se afirmar


que no modelo francês de Constituição a ênfase maior era no
aspecto político, o que vem desde a primeira Constituição
francesa de 1791. (...) Mas do ponto de vista jurídico a
Constituição, nesse modelo, não teve a força de norma jurídica
superior, o que fica muito evidente pelo fato de que em todos os
lugares onde tal modelo foi adotado nunca se deu aplicação
imediata aos preceitos constitucionais relativos aos direitos
individuais, que sempre tiveram sua efetividade e sua garantia
dependentes da legislação ordinária”.
c) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo estado-unidense.
Objetivos.

Dalmo de Abreu Dallari (p. 229-230): “A Constituição, com o sentido que hoje é
corrente, (...) nasceu no final do século XVIII, na América do Norte, numa
circunstância em que a luta pela liberdade e a busca de afirmação e proteção dos
direitos fundamentais dos indivíduos, sobretudo direitos patrimoniais, colocavam o
desafio da invenção de mecanismos jurídico-políticos que consagrassem tais direitos,
integrados num sistema de governo, com a garantia de preservação da liberdade e
continuidade do sistema, acima de qualquer divergência política. Ao mesmo tempo,
havia naquela circunstância o desafio da criação de uma forma de governo que
conjugasse legitimidade, respeito a limites legais e eficiência, devendo ser a
expressão da vontade do povo e ter a força suficiente para superar resistências,
internas e externas, sem o risco de que se tornasse uma ameaça à liberdade. (...)
Para que houvesse clareza quanto às regras básicas e aos objetivos do novo sistema,
elaborou-se uma Constituição escrita, procurando-se fixar nela uma síntese das
ideias inspiradoras e dos objetivos práticos”.
c) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo estado-unidense.

Características básicas do modelo:

- Constituição escrita, com natureza de lei superior, concebida


como expressão da vontade do povo (não dos legisladores).
- Governo republicano: República como vedação da existência
de cargos hereditários, aspiração de um governo representativo e
expressão de igualdade, mas igualdade entre indivíduos a partir
de certa categoria social...
- Federalismo.
c) matrizes do pensamento constitucional:
constitucionalismo estado-unidense.

Características básicas do modelo:

- Separação de poderes tripartida: chefia do poder executivo


escolhida por meio de eleições independentes e Poder Judiciário
efetivamente independente

- Declaração de direitos individuais (1791).

- Controle de constitucionalidade: caso Marbury vs. Madison


(1803): primeira decisão sobre a competência da Suprema Corte
para decidir sobre a constitucionalidade dos atos das autoridades e
poderes da República.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
- BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a
construção do novo modelo. São Paulo: Saraiva, 2019.
- MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 35. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2019.
- RAMOS, André Tavares. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2019.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
- BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 2. ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1986, p. 246-258 (constitucionalismo) e 258-268 (constituição).
- COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2013,
capítulos 4º (p. 111-139), 5º (p. 140-178), 8º (p. 189-200) e 9º (p. 201-211).
- DALLARI, Dalmo de Abreu. A Constituição na vida dos povos: da Idade Média ao século XXI. São Paulo:
Saraiva, 2010.
- MARMELSTEIN, George. Curso de Direitos Fundamentais. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014, Parte I (p. 1-57),
Parte II (p. 61-72) e Parte III (p. 249-250).
- MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 9. ed. São Paulo: Saraiva,
2014, p. 37-54.
- SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33. ed. São Paulo: Malheiros, 2010, Segunda
Parte, Título I, Capítulos I e II (p. 149-189).

Você também pode gostar