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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Direito

Período Probatório

Nelito Eusébio Adolfo – Código: 71210251

Quelimane, Agosto de 2022


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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Direito

Período Probatório

Trabalho de campo a ser submetido na


coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito do ISCED.

A Tutora: Mestre Inora Fumo

Nelito Eusébio Adolfo – Código: 71210251

Quelimane, Agosto de 2022

Índice
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1. Introdução...............................................................................................................................3

2. Objectivos...............................................................................................................................4

2.1. Geral.....................................................................................................................................4

2.2. Específicos.......................................................................................................................4

3. Metodologia do Trabalho........................................................................................................4

4. Período Probatório..................................................................................................................5

4.1. Conceito...............................................................................................................................5

4.2. Duração do Período Probatório............................................................................................6

4.3. Redução ou Exclusão do Período Probatório.......................................................................7

4.3.1. O que Reprova no Período Probatório?............................................................................7

4.3.2. Período Probatório para Servidores Antigos.....................................................................8

4.4. Direitos do Servidor Público em Período Probatório..........................................................8

Considerações Finais................................................................................................................11

Referências Bibliográficas........................................................................................................12
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1. Introdução
No presente trabalho de campo referente à disciplina de Direito do Trabalho, visa
abordar aspectos ligados ao período ou estágio probatório. Nele, falar-se-á de forma detalhada
do que é período probatório em direito do trabalho, entre outras abordagens relacionadas ao
tema. Assim, a abordagem em torno do tema acima foi feita em volta da “celebração” do
contracto de trabalho do pessoal, que visa criar um vínculo duradoiro entre as partes. E por ser
verdade, A contagem do período probatório coincide naturalmente com o início da execução
do contracto de trabalho. Daí que, quando se fala do período probatório, refere-se mesmo à
correspondência ao tempo inicial de execução do contracto (com o pessoal) e tem como
finalidade permitir a adaptação e conhecimento recíproco das partes, por forma a avaliar o
interesse na manutenção do contracto de trabalho.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 Debruçar-se em torno do período probatório.

2.2. Específicos
 Conceituar período probatório;
 Conhecer a duração do período probatório;
 Descrever os direitos públicos do período probatório;
 Conhecer o regime do período probatório.

3. Metodologia do Trabalho
Para Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo sistemático,
pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer
uma pesquisa científica.

Assim sendo, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho
bibliográfico, que consistiu na consulta de vários materiais como livros, estudos científicos e
académicos para que, em um primeiro instante fossem identificados os princípios do
conhecimento do período probatório, e em seguida explicar como esta abordagem do
estágio/período probatório decorre.
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4. Período Probatório

4.1. Conceito
De acordo com Chamussola (2015, p. 58), o período probatório, também conhecido
por (período experimental) corresponde ao tempo inicial de execução do contracto no decurso
qual, as partes devem agir no sentido de permitir a adaptação e conhecimento recíproco, por
forma a avaliar o interesse na manutenção do contracto de trabalho.

O autor frisa que no período probatório, o carácter duradouro da relação de trabalho


põe um movimento relevantes interesses das partes. Daí que, do ponto de vista da entidade
patronal, interessa que a situação resultante do contrato só se estabilize se, na verdade, o
trabalhador contratado mostrar que possui as aptidões laborais procuradas; do ângulo do
trabalhador, pode ser que as condições concretas do trabalho, na organização em que se
incorporou, tornem intolerável a permanência indeterminada do vínculo assumido.

Outrossim, quanto a ambas as partes, só o desenvolvimento factual da relação de


trabalho pode esclarecer, com alguma nitidez, a compatibilidade do contrato com os
respectivos interesses, conveniências ou necessidades. Logo, a lei considere, justamente,
experimental o período inicial da execução do contrato de trabalho. (Ibdem).

Conforme Bastos (2021), o período probatório é o período inicial em que a pessoa será
avaliada e, se aprovada, terá a suposta ou ideal estabilidade no serviço público. Nesse período,
a pessoa será analisada se ela tiver aptidão e capacidade para desempenhar as funções do
cargo em que foi aprovado.

Segundo um documento (S/d., p. 1) debruça que o período probatório é, um período de


adaptação onde será verificado o desempenho do servidor recém admitido na Instituição e que
servirá para determinar a efectivação ou não no cargo para o qual foi nomeado, com duração
de 36 (trinta e seis) meses a partir da data de sua entrada em exercício.

No entanto, vale frisar que, no período probatório é preciso cumprir ao menos os


requisitos satisfatórios após a sua admissão para que, assim, a pessoa continue e adquira a
estabilidade no serviço público. (Bastos, 2021, p. 2).

Entretanto, afirma o autor que, em alguns órgãos e empresas públicas, esse período é
tratado apenas como um intervalo de tempo até adquirir a estabilidade.
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Nesse sentido, a administração pública tem o dever de analisar a assiduidade,


disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade do novo servidor.

Assim, caso não seja aprovado, pode haver a exoneração e o afastamento do serviço
público ou recondução ao cargo que ocupava anteriormente.

Agora, partindo desses pressupostos, é de salientar que, se felizmente houver a


aprovação após três (3) anos de actividade, a pessoa (você) estará apto/a para adquirir a
estabilidade. (Bastos, 2021).

Em suma, conforme o documento referenciado anteriormente, destaca que o período


probatório tem como requisitos básicos:

 A nomeação para cargo de provimento efectivo e entrada em exercício do


pessoal.

4.2. Duração do Período Probatório


Segundo Chamussola (2015, p. 59), o contracto de trabalho por tempo indeterminado
pode estar sujeito a um período probatório que não excederá a:

1. 90 Dias para os trabalhadores não previstos na alínea seguinte;


2. 180 Dias para os técnicos de nível médio e superior e os trabalhadores que
exerçam cargos de chefia e direcção.

Desta feita, o contracto de trabalho a prazo pode estar sujeito a um período probatório
que não excederá a:

1. 90 Dias nos contractos a prazo certo com duração superior a um ano,


reduzindo-se esse período a 30 dias nos contractos com prazo compreendido
entre 6 meses e 1 ano;
2. 15 Dias nos contractos a prazo certo com duração até 6 meses;
3. 15 Dias nos contractos a termo incerto quando a sua duração se preveja igual
ou superior a 90 dias.

Segundo Bastos (2021), o período probatório se entende pelos três (3) primeiros
anos de actividade, e é iniciado logo na entrada do cargo público.
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Nisso, importa frisar que, há alguns anos, houve uma certa confusão nessa questão
do prazo, porque a Lei nº 8.112 de 1990 falava que o prazo era de dois (2) anos, porém, em
1998 a Emenda Constitucional nº 19 alterou para três (3) anos. (Ibdem).

Com isso, antes a administração pública não sabia qual regra aplicar, mas como a
Constituição tem mais poder que as leis, ficou válido o que diz a alteração constitucional, ou
seja, três (3) anos.

Assim, as pessoas que entraram no serviço público até 4/6/1998 tiveram de cumprir
apenas 2 anos de estágio, a partir de 5/6/1998 são 3 anos e permanecem até hoje.

4.3. Redução ou Exclusão do Período Probatório


Chamussola (2015, p. 59), refere que a duração do período probatório pode ser
reduzida por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou por contrato individual
de trabalho. Nesse sentido, na falta de estipulação, por escrito, do período probatório,
presume-se que as partes pretenderam exclui-lo do contracto de trabalho.

Nesse caso, o contracto de trabalho pode ser celebrado por tempo indeterminado ou a
prazo certo ou incerto. Presume-se celebrado por tempo indeterminado o contracto de trabalho
em que não se indique a respectiva duração, podendo o empregador elidir essa presunção
mediante a comprovação da temporalidade ou transitoriedade das tarefas ou actividades que
constituam o objecto do contracto de trabalho. (Ibdem).

4.3.1. O que Reprova no Período Probatório?


Sim, de acordo com Bastos (2021), é possível reprovar no período probatório ao final
do período. Os casos de maior reprovação no período probatório, é o facto de o servidor
público não conseguir desenvolver suas funções com qualidade.

Mas, além disso, existem outros factores que levam a reprovação. Dentre eles, estão a
falta de:

 Assiduidade;
 Disciplina;
 Capacidade de iniciativa;
 Produtividade;
 Responsabilidade.
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Com isso, salienta-se que, caso a pessoa seja reprovada no período obrigatório, a
mesma será exonerada de suas funções e, por consequência, não trabalhará mais para a
administração pública.

A única opção para que a pessoa volte a compor a equipa de servidores públicos, será
passando em outro concurso público. (Bastos, 2021).

4.3.2. Período Probatório para Servidores Antigos


Nessa óptica, segundo (Bastos, 2021), o período probatório é aplicado todas as vezes
que um funcionário público muda de cargo.

A intenção é que o servidor seja analisado em cada função que for desempenhar.

Daí que, caso o servidor não conseguir se desenvolver e for reprovado no novo
período probatório, ele voltará a ocupar e exercer a função pública que tinha posse.

4.4. Direitos do Servidor Público em Período Probatório


Além dos deveres, o servidor público em período probatório também tem seus direitos
garantidos na lei, seja nacional, estatal ou autárquico. (Bastos, 2021, p. 4).

Segundo o autor, temos a seguir 5 direitos do servidor público no período probatório:

1) Direito às licenças

Conforme a lei, o servidor público tem direito às seguintes licenças:

 Licença para capacitação;


 Licença para exercer o serviço Militar;
 Licença para realizar actividade política;
 Licença por motivo de doença em pessoa da família;
 Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
 Licença para tratar de interesses particulares; e
 Licença para exercer mandato classista.

No entanto, dentre essas possibilidades de afastamento, o servidor no período


probatório não tem direito às seguintes licenças:

 Licença para capacitação;


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 Licença para tratar de interesses particulares; e


 Licença para exercer mandato classista.

Em relação à licença capacitação não é possível porque o servidor precisa ter ao


menos 5 anos de serviço público e o período probatório dura 3 anos.

Agora, quando se trata da licença por motivos particulares ou para exercer mandato
classista, existem proibições expressas na lei. (Bastos, 2021). Porém, as demais licenças
podem ser exercidas pelo servidor em estágio probatório.

Nesse sentido, vale dizer ser importante ficar atento porque a licença suspende o período de
estágio probatório, pois o prazo de avaliação conta apenas quando houver o trabalho efectivo
do servidor.

2) Mudança para acompanhar cônjuge removido por interesse da administração pública

A remoção é a mudança da região em que você presta serviços para a administração.


Inclusive, existem várias regras sobre a remoção.

Entretanto, por falar nessas regras, uma delas ocorre quando há o interesse da
administração pública.

Assim, quando acontece a remoção do servidor nessa condição, o seu cônjuge também
tem direito de ser transferido, mesmo que esteja período probatório.

3) Exoneração apenas com processo administrativo

Sabemos que o período probatório é um período em que são realizadas várias


avaliações do novo servidor público.

Porém, caso os requisitos satisfatórios não sejam cumpridos, o servidor pode ser
exonerado ao final do período probatório.

Mas essa exoneração não pode ocorrer de forma directa e unilateral, pois a
administração pública deve seguir algumas regras e princípios.

Dentre eles, estão a ampla defesa e o contraditório, em que o servidor deve ter a
oportunidade de apresentar os seus argumentos, visando evitar a exoneração.
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Inclusive, essa questão também foi motivo de várias decisões do SISTAF, criando a súmula:
“funcionário em período probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou
sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.” (Bastos, 2021, p. 4).

Portanto, após a avaliação no estágio probatório, caso a opinião da chefia seja pela
exoneração, o servidor deve ser ouvido para apresentar sua defesa.

4) Direito de fazer greve

Com certeza, essa dúvida é comum aos novos servidores públicos, até porque se
imagina que podem ocorrer penalidades ao fazer greve.

Contudo, a greve é permitida durante o período probatório. Até porque esse direito é
garantido pela Constituição.

Mas é importante observar que só é possível fazer greve caso sejam lícitas, porque se
não tiverem um justo motivo, todos os servidores podem ser penalizados.

5) Direito de petição

Esse é mais um direito garantido pela Constituição, sendo a possibilidade de


peticionar, ou seja, requisitar a efectividade dos seus direitos, para se defender ou solicitar
informações.

Então, se qualquer pessoa pode exercer esse direito, não seria diferente para o servidor
em período probatório. (Bastos, 2021).

Porém, vale comentar sobre essa regra porque, apesar de parecer óbvia, os novos
servidores têm medo de exercer os seus direitos.

Mas, mesmo sabendo que a realidade é diferente, vale a pena conhecer essas regras
para evitar conflitos e aliviar o peso do Estado contra a pessoa.
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Considerações Finais
Em gestos de conclusão, após a execução do presente trabalho de campo, importa
referir que,  socialmente este trabalho de campo constituiu uma grande ferramenta uma vez,
olhando num contexto moçambicano. Ao epilogar este trabalho importa salientar que, como
vimos, o período probatório também é um período decisivo e nele será avaliado o seu
desempenho, responsabilidade, assiduidade e aptidão para o cargo. Porém, muito mais que
deveres, também vimos os direitos garantidos em lei. Mesmo com todas essas informações, é
ideal ficar atento às situações que ocorrem no quotidiano e, se necessário, consultar um
advogado especialista em servidores públicos. Portanto, percebe-se que o período probatório
corresponde ao tempo inicial de execução do contrato no decurso qual, as partes devem agir
no sentido de permitir a adaptação e conhecimento recíproco, de forma a avaliar o interesse na
manutenção do contrato de trabalho.
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Referências Bibliográficas
Bastos, A. (2021). Estágio probatório: descubra as principais regras. Artigos, Servidores
Públicos. Recuperado de <https://concursos.adv.br/estagio-probatorio/>.

Chamussola, J. J. (2015). Direito do Trabalho: Manual de Curso de Licenciatura em Direito,


2º Ano. Ponta-Gêa, Beira – Moçambique, Instituto Superior de Ciências e Educação a
Distância (ISCED).

DOCUMENTO. (S./d.), Estágio Probatório.

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