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ABORTO

O aborto é um termo utilizado para designar a interrupção da gravidez antes do período


perinatal, ou seja, quando ainda não há viabilidade do feto. Embora o termo aborto seja
bastante utilizado, o nome adequado a esse processo é abortamento. O período perinatal
corresponde ao período entre a 22ª semana de gestação, quando o feto apresenta a partir
de 500 gramas, até a primeira semana de vida do bebê.
O aborto espontâneo, isto é, quando a perda do feto não é consequência de alguma ação
voluntária, é uma intercorrência obstétrica bastante comum e tem motivos diversos,
embora, na maioria das vezes, a sua causa seja indeterminada.
Cerca de 20% das gestações terminam em um aborto, e umas das principais causas,
quando determinada, são anomalias cromossômicas. Quando o aborto ocorre até a 12ª
semana de gestação, ele é denominado de aborto precoce, a partir da 12ª semana de
gestação, é denominado de aborto tardio. Cerca de 80% dos abortos são precoces.
A dor é um dos sintomas de abortamento. Nesses casos, é importante passar por uma
avaliação médica.

Aborto espontâneo
O aborto espontâneo é aquele que ocorre naturalmente, sem que seja provocado
intencionalmente pela mulher. Essa situação é relativamente comum, ocorrendo em
cerca de 10 a 25% das gestações. Em alguns casos, o abortamento ocorre antes mesmo
da mulher saber de sua gravidez.
O aborto espontâneo apresenta diferentes causas e, geralmente, acontece por conta da
condição que não favorece a vida do feto ou que está prejudicando seu
desenvolvimento. Entre as principais causas de aborto espontâneo estão as alterações
cromossômicas, quedas no nível de progesterona no corpo da mulher, mudanças no
útero, problemas tireoideanos, diabetes não controlado, algumas doenças e o consumo
de drogas. Apesar dessas causas conhecidas, a maioria das mulheres que sofrem aborto
espontâneo nunca saberão qual foi a causa de seu abortamento.
Geralmente, o abortamento espontâneo acontece logo no início da gestação. Ele pode
ser classificado de acordo com o período em que ocorrem em precoce ou tardio. É
denominado de precoce quando acontece em mulheres que apresentam menos de 13
semanas de gestação e tardio quando acontece entre a 13 e 22 semanas.
Causas do aborto
Existem diversos fatores responsáveis por causarem aborto, entretanto, na maioria das
vezes, a causa de um aborto é indeterminada. Para se tentar descobrir a causa de um
aborto, é necessário exame laboratorial com o material do aborto.
Entre os fatores que causam aborto, têm-se principalmente as anomalias cromossômicas
decorrentes de problemas nos gametas, na fertilização ou no processo de divisão celular
embrionária. Esses problemas podem estar relacionados a fatores hereditários, mas na
maioria dos casos, ocorre ao acaso.
Outros fatores importantes também causadores de aborto são infecções, como
toxoplasmose e sífilis; alterações uterinas, como o útero septado (malformação onde
ocorre a presença de um septo que pode dividir toda a cavidade uterina e até mesmo o
canal cervical); fatores imunológicos, como a síndrome do anticorpo antifosfolipídico
(caracterizada por trombose arterial e venosa, além de complicações e morte fetal); e
endócrinos, como alterações na produção de hormônios da tireoide.

Factores de risco para o aborto


Alguns fatores são considerados como fatores de risco para o aborto. A seguir, listamos
alguns deles:
Idade avançada da mãe – Com o avanço da idade materna, aumentam-se também as
chances de aborto. Aos 45 anos, por exemplo, as chances de a mulher ter um aborto
pode chegar a 80%;
Consumo de drogas lícitas (álcool e tabaco) e ilícitas;
Antecedentes de abortos espontâneos – o risco de um novo aborto aumenta após a
ocorrência de dois abortos espontâneos;
Excesso ou baixo peso;
Uso de determinados medicamentos - é importante informar ao médico quais são os
medicamentos utilizados antes mesmo de engravidar.

Riscos do uso de substâncias abortivas


Muitas pessoas ao se depararem com uma gravidez indesejada optam por utilizar
algumas substâncias e medicamentos que visam a interromper a gestação. No entanto,
essas substâncias, muitas vezes vistas como alternativa pela mulher, podem colocar a
sua própria vida em risco.

Na internet, muitas mulheres encontram receitas e até venda de medicamentos proibidos


que garantem a realização do aborto. Entretanto, a grande maioria não sabe os riscos
que doses inadequadas podem causar.
São relativamente frequentes os casos de mulheres que procuram os hospitais após uso
dessas substâncias com queixas de vômitos, diarreias, dores no estômago, sangramentos
intensos, alterações na respiração e circulação. Em alguns casos, a intoxicação é
extremamente grave, levando a mulher à morte.

Desse modo, podemos concluir que a realização de abortamento com ingestão de


substâncias pode ser extremamente perigosa, além de ser considerada crime em nosso
país. Estima-se que mais de 20.000 mulheres morrem anualmente em decorrência de
abortamentos inseguros, segundo o Instituto Guttmacher.

Classificação dos abortamentos


Os abortamentos são classificados de diferentes formas pelo Ministério da Saúde. A
seguir descreveremos a classificação adotada por esse Ministério:
Ameaça de abortamento: A mulher, nesse caso, observa sangramento de pouca
intensidade e cólicas também pouco intensas. O feto mantém-se vivo, e o colo do útero
permanece fechado. Os médicos recomendam, nessa situação, que a mulher limite suas
atividades ficando em repouso. Se a mulher sentir dores, febres ou sangramento deve
procurar novamente ajuda médica.

Abortamento completo: Nesse caso, a mulher sofre a eliminação total do conteúdo


uterino. É recomendado que a mulher fique em observação para que seja observado se
não ocorrem sangramentos e o desenvolvimento de infecções.
Abortamento inevitável/incompleto: Como o nome sugere, parte do conteúdo do útero é
mantido. A mulher apresenta sangramento e dores, e o colo do útero fica aberto. Como
parte do conteúdo é mantido, faz-se necessária a retirada, a qual pode ser feita por meio
da curetagem, AMIU, ou ainda uso de medicamentos que garantirão a expulsão do
material. A curetagem caracteriza-se por ser um procedimento onde se realiza a
raspagem da parte interna uterina, enquanto a AMIU é a aspiração manual intrauterina.
Abortamento retido: Nesse caso, o embrião permanece sem vida no interior do corpo da
mulher. Ela não apresenta sangramentos e o colo do útero permanece fechado, sendo
observado também uma regressão dos sintomas clássicos da gravidez. Nessa situação,
medicamentos podem ser utilizados para garantir a eliminação do conteúdo uterino ou
será realizada a técnica AMIU.
Abortamento infectado: Nesse tipo de abortamento, observa-se a presença de infecções.
Ele ocorre geralmente em decorrência da realização de abortos ilegais com manipulação
incorreta do útero, sendo observado frequentemente abortamento incompleto e
infecções, principalmente, bacterianas. A mulher apresenta sangramentos, dores, febre e
até mesmo eliminação de pus na região do colo uterino.
Abortamento habitual: Nesse caso, observamos três ou mais abortos espontâneos
consecutivos. É fundamental que a mulher procure um médico para a avaliação das
causas desses abortos repetitivos.
Abortamento eletivo previsto em lei: Esse abortamento é provocado, entretanto, a
mulher está amparada por lei. Somente algumas situações permitem esse tipo de
abortamento, sendo elas: caso de estupro, riscos de vida para a mulher ou confirmação
de feto que não apresenta parte da calota craniana, ou ela inteira, e o cérebro
(anencefalia). Nesses casos, a mulher poderá realizar o abortamento realizando
diferentes técnicas, como o uso de medicamentos, curetagem e AMIU.

Referencias Bibliográficas
https://mundoeducacao.uol.com.br/sexualidade/aborto.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/sexualidade/aborto.htm

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